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Resenha "Como estrelas na terra"

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Relatório
O filme tem como papel principal um garotinho de nove anos de idade cheio de sonhos e imaginação. As cores, os peixes do aquário, cães e pipas despertam a atenções do menino e o transportam para o mundo de fantasias, característico do mundo infantil, alheio ao mundo dos adultos, o mundo da ordem, do trabalho, do capitalismo, da perfeição e do consumismo.	
 	Ishaan Awasthi aos nove anos, já repetiu uma vez o terceiro período no sistema educacional indiano, e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam em sua frente, e tem dificuldades em prestar atenção em aulas tradicionais e sem movimento. Ficando caracterizado em muitas cenas da sala de aula, em vez, de se ater a conteúdos das matérias, e a fala enérgica e ininterrupta da professora, cobrando e avaliando desempenho de forma tradicional e retrograda, Ishaan busca alguma salvação na janela, contempla a forma como os pneus das bicicletas passam em uma poça de água barrenta. Recebendo logo a bronca inesperada da professora, acompanhada de humilhações dos colegas, que se divertem a custa do aluno, e pelos professores que ignoram as “dificuldades de aprendizagem de Ishaan”, qualificando-o de engraçadinho, sem-vergonha, preguiçoso...
 	Em casa, em contraste com a organização do tempo do “filho problemático”, o pai, a mãe e o irmão seguem o script de uma vida produtiva. Vemos na cena do filme os três cumprindo rituais e tarefas cotidianas em uma rotação acelerada, uma critica clara ao ritmo frenético que imprimimos em nossas ações para conquistar um lugar ao sol na atual sociedade.
 	Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rispidez e falta de sensibilidade.	
 	O alivio dessa tortura e ansiedade, mais uma vez nos chega pelos olhos sonhadores de Ishaan – ele demora a acordar, encomprida o sonho na cena, nesse estado criativo entre o sono e a vigília, e desperta com um sorriso no rosto, que gostaria de ser compartilhado, mas não há tempo para isso. A mãe produtiva que lhe dedica cuidados mecanizados tem como tarefa, tira-lo desse estado, apressa-lo e adapta-lo a vida real, do estudo, do horário a cumprir. Acompanhando as tarefas destacando seus erros, demonstrando irritação e desesperança com seus “erros”, falta de capricho e empenho do filho: “Pare de brincar e concerte seus erros.”	
 	Diante da pressão familiar e escolar, em que as mensagens se repetem: preguiçoso, disperso incompetente para aprender, ou seja, não há projeto de vida para este menino que insiste em contemplar a vida, enquanto o tempo não para. O menino resolve ao invés de ir à aula, passear pela cidade, onde faz a leitura do mundo, atento a tudo que acontece, e ao voltar para casa ele elabora o que viu fazendo um desenho, a partir deste momento percebemos suas habilidades artísticas elaboradas.	
 	O menino envolve-se em contratempos com a vizinhança, nos relacionamentos. E para completar os pais são chamados na escola para falar com a diretora, onde se percebem da falsificação de atestados, falta de tarefas, notas baixas... E com isso o pai do garoto decide leva-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma.
 Tal atitude faz o menino regredir, toda sua vivacidade, o sorriso malandro, a alegria de criança, a curiosidade e a fascinação pelas cores e pelo movimento das ruas, que reproduzia em desenhos e pinturas belíssimas, são substituídas pela tristeza do abandono, ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida... E a filosofia do internato é de “disciplinar cavalos selvagens”.	
 	Ishaan é de imediato identificado como o garoto desregrado e incapaz de se desenvolver intelectualmente. Impotente perante a situação aceita este rótulo e começa a se anestesiar para não sofrer, submetendo-se a novas humilhações dos professores sem qualquer razão. Deixando de falar, desenhar e vai tornando-se indiferente a tudo e a todos.
 	Inesperadamente um professor substituto de artes entra em cena e tão logo percebe que algo errado está acontecendo com o menino. Percebendo-se o quadro de dislexia, pondo em pratica um ambicioso plano de resgatar o garoto.	
 	O filme é uma mensagem para o mundo sobre o verdadeiro papel de um educador, e ao observarmos a postura do professor de artes Ram Shankar Nikumbh, em seu trabalho na escola para crianças especiais, observando o material do aluno, indo a casa do aluno Ishaan, onde irá conversar com seus pais. No ônibus o professor ajuda uma mãe com seu bebê, depois, na beira da estrada, paga um chá com biscoitos, a “criança-empregada” do estabelecimento. Em outro momento, andando ao lado da feira, pega a couve-flor que cai no chão.	
 	O professor conversa com a família, mostra as dificuldades do menino, caracteriza o quadro de dislexia, contestando o que o pai de Ishaan diz, questionando o cuidar, pedindo que não deixem acontecer a Ishaan o que aconteceu com as árvores da ilha de salomão, que morrem após as pessoas ficarem gritando a sua volta.
 	O próximo passo de Ram Shankar, foi marcar uma reunião com o diretor da escola, e aí se desenrolou um dialogo comum no ambiente escolar, informando o problema do aluno, e o diretor sugere a transferência do menino para uma escola especial, mas Ram lembra o ideal da escola inclusiva, o dever de assegurar por lei, a todas as crianças independente de suas dificuldades, o direito de participar da escola regular. O diretor levanta a questão da classe numerosa, professores despreparados, não tendo condição nem TEMPO para se dedicar aos especiais. Ram está decidido a ajudar e se oferece para acompanhar Ishaan individualmente, duas ou três vezes por semana.
 	O professor aproxima-se afetivamente do menino, mostrando novas formas de apropriação e construção do conhecimento.	
 	No final assistimos a movimentação de confraternização, com os professores gradativamente participando, quebrando paradigmas, onde houve um concurso de desenhos sendo Ishaan classificado em 1° lugar, tendo seu trabalho destacado na capa do Material escolar. Valorizando sua alta habilidade para o desenho, incentivando seu talento.
Também no filme é possível perceber as dificuldades psicomotoras enfrentadas por Ishaan dentre as quais podemos destacar: não tinha consciência corporal, lateralidade pouco desenvolvida, problemas de concentração, dificuldade de percepção visual e auditiva, dentre outros.
O professor Ram Shankar Nikumbh trabalhou intensamente com Ishaan, tanto seu lado cognitivo através de material concreto dentre outros, mas principalmente seu lado afetivo, resgatando a vontade de vencer do aluno.

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