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Grupo de Trabalho A2.04 Guia para Avaliação de Incêndio em Transformadores de Potência não Confinado e a Óleo Mineral AGOSTO 2014 018 Guia para Avaliação de Incêndio em Transformadores de Potência não Confinado e a Óleo Mineral. Grupo de Trabalho A2.04 Dayse Duarte (Coordenador), Iran Prado Arantes (Secretário) Membros: Alberto Moriyana, Alexandre Afonso Oliveira, André Vita, Daniel Constatino; Erike R.M. Canevari; Jaime Suñé; João Carlos Carneiro; Jorge Santelli da Silva; Juliano Mendes Guarenghi; Marcelo Lima; Miguel Medina Pena; Rogério Gama Peres; Tiago Ancelmo de Carvalho Pires de Oliveira; Walter Brum de Paula. Membros Correspondentes: José Antonio Moreira Chaves; Patrícia Leite, Roberto Asano; Sandro Farias. ÍNDICE 1. Introdução 5 1.1 Objetivos Gerais 5 1.2 Objetivos Específicos 6 2. Cenários de Incêndio em Transformadores 9 2.1 Falha em Buchas 10 2.2 Falhas em Comutador de Derivação 12 2.3 Falhas na Parte Ativa 12 2.4 Como avaliar os incêndios em transformadores 15 2.5 Referências do capítulo 2 16 3. Gerenciamento do Risco de Incêndio 17 3.1 Entendimento do problema 17 3.2 Dinâmica do incêndio 20 3.2.1 Incêndio no transformador 21 3.3 Caracterização do incêndio 28 3.4 Avaliação da proteção contra incêndio 30 3.5 Referências do capítulo 3 33 4. Barreiras de Proteção 34 4.1 Barreiras prevenção 34 4.1.1 Design riview 35 4.1.2 Monitoramento 36 4.1.3 Proteções do transformador 37 4.1.4 Manutenção baseada no risco 38 4.2 Barreiras de Mitigação 42 4.2.1 Distâncias de separação 42 4.2.2 Parede corta-fogo 47 4.2.2.1 Desempenho térmico da parede corta-fogo 50 4.2.3 Sistema automático de água. 55 4.2.4 Sistema de contenção de óleo 56 4.2.5 Sistema de supressão da chama com pedra britada 59 4.2.6 Planejamento de emergência 60 4.3 Referências do capítulo 4 63 5. FILOSOFIAS DE PROTEÇÃO 64 5.1 Prevenção de incêndio 66 5.2 Proteção de incêndio 68 5.3 Supressão de incêndio 68 5.4 Planejamento de emergência 68 5.5 Considerações finais 70 5.6 Referências do capítulo 5 71 5 1.0 INTRODUÇÃO 1.1. Objetivos Gerais O relatório final do VI Transformer Workshop, realizado em 2010, recomendou a criação do Grupo de Trabalho: Gerenciamento dos Riscos de Incêndio em Transformadores baseado no Desempenho, i.e. GT A2.04, com o objetivo de desenvolver uma nova maneira de pensar sobre o gerenciamento de risco de incêndio baseado na dinâmica do incêndio envolvendo o transformador; o sistema; ao qual está conectado e ou seu entorno. Dentro deste contexto a pergunta que deve ser óbvia é O que é gerenciamento de risco? O gerenciamento de risco parte de uma consideração muito simples produção ou prevenção? Se a organização decide dar prioridade a prevenção há o risco de que seus objetivos financeiros não sejam atingidos comprometendo, talvez, sua missão. A questão que se delineia é a salvação da organização. Ao abrir o dicionário temos que salvação designa primeiramente o fato de ser salvo, de escapar a um grande perigo ou uma grande desgraça. Mas de que catástrofe, de que perigo atroz as organizações devem se proteger? Da morte, aqui representada pela morte das pessoas, da perda do seu patrimônio, dos danos ao meio ambiente, da perda da sua continuidade operacional, no evento de um incêndio ou explosão. Eis porque todas elas de diferentes formas se esforçarão para conquistar a vida eterna, apesar de serem mortais. Por que mortais? Porque os riscos existem devido a limitação do conhecimento e da tecnologia disponíveis hoje. As organizações vivem em um dilema, o qual denominaremos ciclo de falhas, Figura 1.1 Inicialmente a organização destina recursos suficientes para a segurança contra incêndio, com o objetivo de evitar a sua morte. Com o passar do tempo, considera que seus riscos estão sob controle. Ao rever seus objetivos é pressionada a realocar os recursos destinados a segurança contra incêndio para outros projetos, até o momento em que uma falha desencadeia um incêndio comprometendo alguns de seus objetivos. Neste momento recursos são direcionados para reestabelecer a integridade de suas barreiras de proteção para evitar a sua morte. Gerenciar o risco de incêndio é aprender a morrer e ao mesmo tempo é a medicina das organizações. O medo da morte gera angustia refletida na certeza de que a tecnologia sempre pode surpreender. As organizações confiáveis são neuróticas em entender: o que pode dar errado e como pode errado. E o que nos promete o gerenciamento do risco? Que as organizações não precisam ter medo do risco de incêndio, pois estes podem ser mantidos a níveis aceitáveis. Mas o que é aceitável? O presente relatório é o resultado das reuniões técnicas do GT A2:04. Sua intenção é, simultaneamente modesto e ambicioso. Modesto porque se dirige a profissionais que não são especialistas em engenharia de incêndio e que no seu dia-a-dia são responsáveis pela prevenção e mitigação de incêndios e explosões no setor elétrico. Ambicioso, pois o GT A2:04 buscou abordar com 6 maior profundidade o tratamento matemático da dinâmica do incêndio em transformadores, visto que representam a maior carga de incêndio em uma subestação. O modelo de gerenciamento de risco de incêndio proposto está baseado em três pilares: o conhecimento (os modelos matemáticos), o que aceitável? e a salvação (a manutenção da missão e objetivos da organização). Figura 1.1 - Ciclo de falha. 1.1. Objetivos Específicos Nas engenharias existe um campo de aplicação de projetos que envolvem o tema de instalações elétricas, como por exemplo, na engenharia estrutural, onde os elétricos, entre outros pertencem às disciplinas que já possuem certa maturidade adquirida ao longo dos anos por professores, engenheiros e técnicos. O que isto significa? Primeiro, possuem (i.e. está incorporado) critérios de danos (ou seja, critérios de desempenho) já comprovados cientificamente. Segundo, é possível avaliar o quanto seguro é suficientemente seguro (quantificar o grau de segurança), como consequência serão os projetistas responsáveis pelo projeto. Ao contrário, na engenharia de incêndio os códigos e normas assumem a responsabilidade, apesar do enorme conhecimento adquirido nos últimos 100 anos. Neste contexto, os métodos de avaliação são a melhor estratégia para a transição entre as recomendações prescritivas e as baseadas no desempenho. Em outras palavras, nas engenharias, em geral, os métodos de avaliação estão fortemente conectados as boas práticas de engenharia. A prática da engenharia de incêndio, atualmente, no Brasil está baseada na legislação. Esta postura foi apropriada no passado devido a limitação do conhecimento e da tecnologia. Atualmente, há um maior número de especialistas em proteção contra incêndio; os computadores e programas nos permitem simular cenários de incêndios com uma precisão aceitável, sendo possível fazermos avaliações de segurança contra incêndio baseadas na dinâmica do incêndio. Uma cultura de avaliação baseada nos códigos e normas poderá levar ao colapso cultural as nossas organizações. Esta cultura 7 baseada no código já foi substituída em vários países, contudo no Brasil ainda prevalece a cultura dos desastres, ou seja, recomendações prescritivas, onde os métodos de avaliação são fracamente vinculados as boas práticas de engenharia. A pergunta a ser feita é: Por que os métodos de avaliação baseados na dinâmica do incêndio é importante neste momento de transição da engenharia de incêndio? Porque nos permite entender o comportamento do incêndio, sistema e do seu entorno de forma sistemática e consistente. E este entendimento permitirá que possamos avaliar a segurançacontra incêndios no setor elétrico. Por exemplo, mesmo que a concessionária de energia elétrica decida não instalar sistemas de water spray em seus transformadores, eles deverão ser tão seguros como se os possuísse. É possível? Sim devidos a redundância das barreiras de prevenção e mitigação. O objetivo do Grupo de Estudo A2:04 foi relacionar as boas práticas de engenharia (ou seja recomendações prescritivas) para a proteção de incêndios em transformadores de potência ao mesmo tempo em que estruturou recomendações baseada no desempenho destinadas ao gerenciamento dos riscos de incêndio nas instalações que abrigam os transformadores. Como a intenção de lançar alguma luz neste momento de transição entre recomendações prescritivas para as baseadas no desempenho. O objetivo do Guia para Avaliação de Incêndio em Transformadores de Potência Não Confinado e a Óleo Mineral não é informar o que é preciso fazer para alcançar a segurança contra incêndio dos transformadores. Em outras palavras, não é intenção propor novas recomendações ou substituir as existentes, mas sim indicar os caminhos para alcançar a segurança, ficando a critério das organizações escolhe o caminho que melhor atende as suas necessidades para o gerenciamento do risco de incêndio. O Guia está estruturado em cinco capítulos, conforme mostrado na Figura 1.2. Capítulo 1: Informa os objetivos do GT A2:04 e do Guia para Avaliação de Incêndio em Transformadores de Potência Não Confinado e a Óleo Mineral. Capítulo 2: Apresenta e analisa os principais cenários de incêndio em transformadores, os quais estão associados a falhas de buchas, comutador de derivações em carga e parte ativa. Em seguida relaciona alguns questionamentos que são imprescindíveis para avaliação dos incêndios. Capítulo 3: Busca responder ao seguinte questionamento: No evento de um incêndio em um transformador as barreiras de proteção desempenharão as suas funções, conforme desejado? O guia para avaliação de incêndio em transformadores é um conjunto de diretrizes para subsidiar a decisão do gestor. Capítulo 4: Relaciona e analisa as principais boas práticas de engenharia atualmente disponíveis para a prevenção e mitigação dos incêndios em transformadores. Capítulo 5: Relaciona as filosofias que poderão ser adotados para a proteção contra incêndio no transformador. Concluindo, o presente Guia está direcionado para transformadores de potência, imersos em óleo mineral isolante, com potência igual ou maior que 10MVA. E estão localizados externos a edificações de unidades geradoras de energia elétrica (tais como, hidroelétricas ou termoelétricas) ou em 8 subestações de transmissão. Porém, poderá também ser utilizado pela indústria de processamento, em geral, apesar de estes transformadores possuírem requisitos específicos não abordados no Guia. Não será discutido o projeto e construção do transformador. É esperado que o leitor esteja familiarizado com o princípio de funcionamento do transformador. Introdução: Objetivos G er en ci am en to d o R is co d e In cê nd ioCenário de Incêndio em Transformador Dinâmica do Incêndio Caracterização do Incêndio Entendimento do Problema Barreiras de Proteção Barreiras Preventivas Barreiras de Mitigação Filosofias de Proteção Avaliação da Proteção Contra Incêndio Figura 1.2 - Estruturação do guia para avaliação de incêndio em transformadores de potência não confinado e a óleo mineral. 9 2. CENÁRIOS DE INCÊNDIO EM TRANSFORMADORES O arco elétrico é uma variável crítica, pois dependendo de sua localização, duração e intensidade poderá conduzir à ruptura do tanque do transformador. Em outras palavras, o arco elétrico produz gases a partir do aquecimento do óleo isolante podendo conduzir a ruptura do tanque do transformador, em razão da sua não suportabilidade a sobrepressão. A Figura 2.1 mostra esquematicamente o processo de ruptura do tanque. Quando ocorre um arco elétrico no transformador gases, tais como hidrogênio, acetileno e outros hidrocarbonetos, são liberados pelo óleo, o que resultará em uma sobrepressão no tanque. Como consequência o tanque poderá sofrer deformação ou rompimento. Quando há a ruptura do tanque do transformador será liberado óleo e gases, os quais são resultantes da decomposição do óleo mineral. Se a temperatura do óleo liberado estiver acima da temperatura do seu ponto de fulgor e uma fonte de ignição estiver presente a ruptura do tanque será seguida de um incêndio, tendo em mente que o oxigênio está presente. As prováveis fontes de ignição são: projeteis aquecidos lançados por ocasião da ruptura do tanque, talvez provenientes do rompimento da bucha, cilindro do comutador de tap ou do isolamento sólido; a superfície aquecida do tanque do transformador; uma centelha ou arco externo. Falha Interna do Transformador Arco Elétrico Produção de Gases Aumento da Pressão Interna Aumento da Pressão Interna>> Suportabilidade do Tanque Aumento da Pressão Interna << Suportabilidade do Tanque Ruptura do Tanque Figura 2.1 - Processo de ruptura do tanque do transformador. O dano causado ao tanque do transformador resultante de um arco elétrico depende da taxa de aumento da pressão dos gases que é resultante do arco. A energia liberada pelo arco elétrico é função da magnitude e duração da sua corrente elétrica, da voltagem e de sua localização. A energia liberada pelo arco poderá ser estimada através da equação 2.1 [1]. 10 ∫= arct arcarc dttItVE 0 )()( ............................... Equação 2.1 Onde: E Energia liberada pelo arco elétrico. t Duração do arco elétrico arcV Voltagem do arco elétrico arcI Corrente do arco elétrico Por outro lado, se o arco ocorre entre as espiras dos enrolamentos a impedância do circuito limitará a corrente do arco. Existem casos que a que taxa de aumento de pressão é pequena e os dispositivos de proteção atuarão evitando a ruptura do tanque. A falha poderá ser detectada por dispositivos de proteção, tais com: proteção diferencial, relé sobrecorrente, relé Buchholz, relé de sobrefluxo do comutador, entre outros, os quais atuarão abrindo os disjuntores com consequente desernergização do transformador e eliminação do arco elétrico, antes que o dispositivo de alívio de pressão de óleo opere. Poderá também ocorrer falhas nos enrolamentos com arco elétrico, onde a corrente será limitada pelas impedâncias do transformador e do sistema ao qual está conectado. As consequências do arco dependerão da localização deste, ou seja , mesmo que haja a atuação dos dispositivos de proteção e de alívio de pressão o tanque do transformador poderá ser deformado. Existe, entretanto, falhas relevantes que tem uma taxa de aumento da pressão dos gases muito alta. E os dispositivos de prevenção de uma sobrepressão no tanque não terão tempo suficiente para autuarem prevenindo o rompimento do tanque no seu ponto mais vulnerável. Não sendo nestes casos relevante a localização e dimensionamento dos dispositivos de alívio de pressão. As principais origens das causas de incêndios em transformadores são falhas: na bucha, no comutador de derivações em carga e na parte ativa. 2.1. Falha de Bucha [2] Conforme já mencionado a causa de muitos incêndios em transformadores são falhas na bucha, quando o corpo condensivo da bucha é do tipo papel/óleo. A Figura 2.2 mostra as prováveis causas de falha da bucha. Quando há o colapso do isolador de porcelana da bucha o óleo é expelido através das flanges da bucha. Dependendo da localização da perfuração das camadas condensivas da bucha, o valor da tensão ou da corrente de falta do arco elétrico poderá provocar a ignição do óleo, iniciando o incêndio na bucha, o qual poderá se propagar para o tanque do transformador. Se houver o rompimento da extremidade inferior da bucha, o óleo do tanque do transformador alimentaráo incêndio da bucha. É também provável que uma sobrepressão seja desenvolvida no interior do tanque devido a ignição do 11 óleo, causando a propagação do incêndio. De forma similar, falha no comutador de derivação poderá resultar em uma explosão mecânica do seu compartimento, provocando a ignição do óleo do transformador. LONGO TEMPO DE ARMAZENAGEM NA POSIÇÃO VERTICAL - - - FALHA EM BUCHA Sobreaquecimento dos Contados: Inferior, Superior e Tap Capacitivo Estagnação do Óleo Deformação / Esmagamento do Dielétrico Degradação do Dielétrico Degradação das Gaxetas Envelhecimento Natural Incidência Direta de Raios Infravermelho Aquecimento Excessivo (ponto quente) MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO ÓLeo Saturado por Gases Descolagem do Papel Impregnação Inadequada Partículas de Óleo Secagem Inadequada Umidade Residual Curto-Circuito entre Camadas Vinco no Papel PROJETO E FABRICAÇÃO Stress do Dielétrico Má Distribuição do Campo Elétrico Localização Incorreta de Fitas Semi-condutoras Desvio da Excentricidade na Montagem do Isolador Falha Colagem Emenda Isoladores Deficiência do Sistema de Resfriamento Contaminação por Umidade e Oxigênio Corrosão Solicitação Superior a Suportabilidade Vazamento de Óleo da Bucha para Dentro do Transformador Operação na Horizontal: Falha Mecânica Poluição: Descarga Elétrica na Superfície Externa Descarga Elétrica na Porcelana Fisura ou Quebra da Porcelana Torque Inadequado do Parafuso de Fixação Decantação de Partículas Papel Isolante NãoTotalmente Imerso em Òleo Figura 2.2. Causas de falha na bucha [2]. 12 2.2. Falha no Comutador de Derivação em Carga [2,3] Existem dois tipos de comutadores: 1. Comutadores de derivação sem tensão (CDST) que só podem ser operados com o transformador desenergizado. E são utilizados em aplicações onde há pouca necessidade de mudança dos níveis de tensão, como no caso dos transformadores elevadores. Falha nos CDST têm uma baixa probabilidade de resultar em incêndio ou explosão do transformador. 2. Comutadores de derivação em carga (CDC). As manobras dos comutadores em carga são realizadas com o transformador energizado e a plena carga. Segundo Medina, as falhas em comutadores de derivações em carga são decorrentes de desgastes mecânicos, baixa rigidez dielétrica da chave de carga e falha nos procedimentos de manutenção. As consequências da falha no comutador em carga (CDC) são na maioria das vezes falhas catastróficas, ou seja, podem resultar na explosão do transformador, a qual poderá ser seguida ou não de incêndio. 2.3. Falha na Parte Ativa [2,4] As falhas na parte ativa estão associadas às solicitações superiores a suportabilidade, redução da suportabilidade dielétrica ou ao circuito magnético do transformador. As solicitações superiores a suportabilidade poderão ser devido às sobretensões ressonantes, a fenômenos de transitório rápido e elevadas correntes de curto circuito. As sobretensões ressonantes podem ser causadas por descargas atmosféricas na linha de transmissão ou originadas por manobras no sistema em que o transformador está conectado. As sobretensões de manobras são causadas por: 1. Tensões transitórias durante a energização ou no religamento da linha de transmissão. 2. Tensões transitórias em operações de manobra com corrente de falta. 3. Tensões transitórias em operações com correntes nominais. As principais fontes de fenômenos transitórios rápidos documentadas são: 1. Manobras de seccionadoras próximas aos transformadores. 2. Manobras envolvendo a operação de grandes motores conectados com cabos de baixa perda. 3. Manobras de seccionadoras isoladas a ar próximas a transformadores de proteção ou medição. 4. Manobras com disjuntores em que o meio de extinção é o vácuo, com possibilidade de reignições. 5. Manobras de transformadores conectados a sistemas retificadores e fornos a arco. 6. Descargas atmosféricas em locais próximos ao transformador. 7. Descargas atmosféricas secundárias (Backflashovers) em linhas de transmissão. 8. Falhas internas em subestações blindadas e isoladas com SF6. 13 Quando as correntes de curto-circuito são elevadas o transformador é submetido a esforços mecânicos superiores a sua suportabilidade. A Tabela 2.1 detalha as falhas por curto-circuito, as quais poderão ocorrer ao longo do ciclo de vida do transformador. TABELA 2.1 - Causa de curto-circuito no transformador [2]. E ta p as d o C ic lo d e V id a d o T ra n sf o rm ad o r Projeto Descrição da Falha Erro nos estudos dos níveis de curto-circuito do sistema ao qual o transformador está conectado. Erro no cálculo das forças eletromecânicas a que está submedido o transformador. Deficiências na compensação das forças dos enrolamentos. Deficiências no projeto mecânico associado aos esforços eletrodinâmicos. Fabricação Uso de material inadequado. Falha no torque dos parafusos de fixação do núcleo e enrolamentos. Operação Manutenção Operar em barras com nível de corrente contínua maior do que a suportabilidade do transformador. Energizações não sincronizadas O envelhecimento do transformador reduz a sua suportabilidade mecânica e dielétrica. A degradação do isolamento sólido é fator determinante na sua vida útil, pois diferentemente do óleo mineral que pode ser tratado, regenerado ou substituído, para a sua substituição é necessário a desmontagem do transformador e intervenção nos enrolamentos (i.e. na parte ativa). Para que a vida útil do transformador seja prolongada é necessário reduzir os efeitos adversos da temperatura, umidade e oxigênio. A Figura 2.3 mostra como a redução da suportabilidade pode resultar na explosão do transformador. Segundo Medina [2] as falhas associadas ao circuito magnético poderão ter a sua origem: 1. Nas deficiências do isolamento dos parafusos passantes, os quais possuem a função de fixar o núcleo e manter as lâminas unidas, poderão resultar em um curto-circuito entre as lâminas o que produzirá correntes parasitas (i.e. eddy currents). Correntes parasitas elevadas resultaram em aquecimento local ou generalizado contribuindo para a degradação do isolamento das lâminas e das espiras do enrolamento. 2. No fluxo magnético que circula pelas lâminas do núcleo. Ou seja, o fluxo magnético ao circular através do núcleo provoca contrações e alongamentos das lâminas, e consequente quebra dos parafusos de sustentação ou degradação do isolamento das bobinas, devido a vibração. 3. Durante o processo de fabricação, talvez devido a falhas no corte das lâminas do núcleo. 14 Temperatura Umidade Degradação Isolamento Erros de Projeto e Fabricação Redução da Suportabilidade Degradação Lenta do Isolamento Transformador em Operação Degradação Progressiva do Isolamento Suportabilidade do Isolamento Falha Catastrófica do Isolamento Arco Elétrico de Grande Intensidade Arco Elétrico Geração de Arco Elétrico Aumento Gradativo da Pressão Interna do Tanque Ignição dos Gases Substituição da Proteção Sistema Energizado Energia Liberada Aumento Rápido da Pressão Interna do Tanque Stress Mecânico nas Paredes do Tanque Explosão do Transformador (seguida ou não de incêndio) Figura 2.3 - Sequência de eventos que poderão conduzir a explosão do transformador (adaptado de Ronningen [4]). Em uma situação de confinamento, por exemplo, em um transformador em que os dispositivos de alívio são limitados, se um processo de combustão lento for iniciado há a possibilidade de rompimento do tanque. Em outras palavras, a degradação do isolamento devido à umidade, a temperatura ou ao oxigênio;ou erros no projeto ou montagem do transformador fornecerão o calor necessário para a vaporização do óleo mineral, com consequente aumento da pressão interna do tanque. Conforme, já mencionado, se a suportabilidade do tanque for menor do que a sua pressão interna, Figuras 2.1 e 2.3, o rompimento do tanque poderá resultar em uma explosão, uma explosão seguida de incêndio ou 15 apenas um incêndio. Se o rompimento do tanque resultar em uma explosão a energia liberada é parcialmente transformada em energia cinética, ou seja no lançamento de fragmentos com uma velocidade inicial elevada. Ou seja, na propulsão de fragmentos a longas distâncias. Os danos causados pelos fragmentos é função de sua massa e velocidade. Os fragmentos poderão se chocar com pessoas, equipamentos ou edificações que estejam em suas trajetórias. Se houver edificações no entorno do transformador é recomendado que elas sejam dimensionadas para resistir ao impacto dos fragmentos. 2.4. Como Avaliar Incêndios em Transformadores? As causas e consequências de incêndios em transformadores não poderão ser identificadas, avaliadas e prevenidas apenas através dos modos de falha do transformador. A causa de um incêndio no transformador poderá ser a energia térmica irradiada por um incêndio no seu entorno. Também deverá ser considerado que um incêndio em um transformador poderá resultar em consequências não aceitáveis para o sistema elétrico. É imprescindível entender como funciona e opera não apenas o transformador, mas o sistema ao qual está conectado que poderá ser uma hidroelétrica, termoelétricas, subestação ou plataforma de petróleo. Logo, sistema no decorrer deste estudo é entendido como sendo o transformador e o seu entorno. No caso de proteção contra incêndio, as observâncias de recomendações nacionais e internacionais são os padrões (ou seja, recomendações prescritivas) implementados durante o projeto, construção e operação/manutenção do sistema. Porém, raramente são propostos pelos profissionais de segurança treinados e habilitados aos envolvidos com o projeto do sistema ao longo do seu ciclo de vida: metas, objetivos e critérios de danos associados a prevenção e mitigação dos incêndios. As inúmeras subestações existentes no nosso sistema de transmissão, subtransmissão e distribuição foram projetadas e construídas baseadas em interpretações de código e normas (boas práticas de engenharia) o que nos permite reconhecer que o desenvolvimento do incêndio no transformador será distinto para cada subestação. A implementação de boas práticas de engenharia não é uma credencial que nos permita assegurar que o projeto de nossas subestações é a prova de incêndio. Porém, poderão minimizar o impacto térmico, das ondas de pressão ou produtos de combustão aos equipamentos do entorno do transformador. Por exemplo, um autotransformador de 150MVA protegido por um sistema de sprinklers foi envolvido em chama como resultado de uma falha na bucha, Figura 2.4, apesar de estar protegido pelo sistema de water spray. O sistema de water spray simplesmente não funcionou conforme esperado quando o incêndio na bucha iniciou. Com resultado, o incêndio propagou-se. A NFPA 15 orienta como deve ser projetado o sistema de sprinklers para transformadores. Porém, além da existência do sistema de water spray, projetado e instalado conforme as normas, há outras incertezas que são relevantes para o controle ou extinção do incêndio, tais como: Água é o agente extintor adequado para o controle do incêndio? O agente extintor fluirá no momento em que o sensor de calor (sprinkler head) for ativado? Quando o sensor for acionado pelo incêndio a água fluirá, se as válvulas destinadas a sua liberação estiverem abertas. Água fluirá na quantidade necessária para o controle do incêndio? 16 Figure 2.4. - Propagação de em um transformador. A impressão que prevalece entre os tomadores de decisão: o governo, o operador do sistema, agências reguladoras e as concessionárias de energia elétrica é que a segurança contra incêndios pode ser atingida através da aderência as recomendações prescritivas. Esta forma de pensar e projetar é apropriada para um sistema imutável, contudo o entorno do transformador é dinâmico. A segurança contra incêndio do transformador requer recomendações baseadas no entendimento de como o transformador e o sistema, ao qual está conectado, se comportaram quando ocorrer uma falha catastrófica. Este entendimento envolve a sequência de eventos antes, durante e após o incêndio. 2.5 Referências do Capítulo 2 [1] Cigre Technical Brochure 537, Guide for Transformer Fire Safety Practices, 2013. ISBN: 978-2-85873-231-9. [2] Miguel Carlos Medina Pena, Falhas em transformadores de potência Uma contribuição para análise, definições, causas e soluções, Dissertação de mestrado apresentada à Universidade Federal de Itajubá, 2003. [3] Ricardo Bechara, Análise de falhas de transformadores de potência. Dissertação de mestrado apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2010. [4] Ronningen, T., Internal Faults in Oil-Filled Distribution Transformer: Fault Mechanisms and Choice of Protection, PhD dissertation. Norges Tekniske Hogskole, Trondheim, Norway, 1993. Tempo t 2 t 2 17 3. Gerenciamento do Risco de Incêndio Para o gerenciamento do risco de incêndio é necessário estabelecer metas, objetivos e critérios de danos. Se a meta é proteger as pessoas, o objetivo é evitar que o incêndio se propague além do local de origem. Imagine uma ocorrência na hidroelétrica da Itaipu Binacional, em que os transformadores elevadores estão localizados dentro de celas individuais, o critério de dano poderá estar associado a integridade estrutural da cela do transformador. Nas próximas seções é proposto um modelo de gerenciamento de risco, o qual é baseado nos modelos propostos pelo Professor Robert Fitzgerald do Worcester Polytechnic Institute [1], nas recomendações da National Fire Protection Association- NFPA [2] e no conhecimento e experiência dos especialistas do grupo de trabalho do Cigre Brasil GT A2:04. O modelo proposto reconhece a interdisciplinaridade do gerenciamento do risco de incêndio, ou seja, é uma abordagem fundamentada no conhecimento da dinâmica do incêndio e nos aspectos de projeto, construção, operação e manutenção das barreiras de proteção (i.e. barreiras de prevenção e mitigação) do transformador e do seu entorno. A Figura 3.1 mostra uma visão holística geral do modelo proposto. Antes de detalhar o modelo proposto se faz imprescindível descrever as características dos transformadores e do ambiente em que estão inseridos. No contexto do presente estudo os transformadores estão conectados a um sistema dinâmico (ou seja, um mundo dotado de consciência, inteligência e razão). Os transformadores são projetados para operar ao longo do seu ciclo de vida em perfeita harmonia com este mundo, salvo durante incêndios e explosões. Que apesar de serem eventos raros acontecem. Entender o mundo dos transformadores é a primeira etapa do gerenciamento do risco. 3.1 Entendimento do Problema O gerenciamento dos riscos de incêndios é baseado no entendimento sistema que envolve os transformadores. Pois é impossível prevenir ou mitigar um perigo que não pode ser identificado e entendido. Para entender o sistema em que habita os transformadores é imprescindível definir: 1. As características dos seus responsáveis diretos e indiretos: Os stakeholders. 2. As limitações deste sistema que são as limitações técnicas, de conhecimento e econômicas. As limitações de técnicas e de conhecimento abrangem: As interações não desejáveis ou não previstas entre as barreiras de proteção do sistema; e o comportamento das barreiras de prevenção e mitigação (i.e. barreiras de proteção) no evento de um incêndio no transformador, sistema ou no seu entorno. 3.Como pensam os seus stakeholders, quais as suas metas, objetivos, conflitos e valores éticos. Os stakeholders são todos aqueles que direta ou indiretamente determinam com funcionará o transformador ao longo do seu ciclo de vida, desde a escolha da tecnologia até a sua desativação. São os envolvidos no projeto, construção, operação e manutenção. São também os responsáveis pelo planejamento de emergência, os consumidores de energia, as agências reguladoras e o operador do 18 sistema. Com relação aos stakeholders os seguintes questionamentos devem ser respondidos, Figura 3.2. 1. O que eles necessitam e desejam? Ou seja, quais as suas metas e objetivos? Quais as suas prioridades? A Tabela 3.1 sugere metas para o gerenciamento do risco de incêndio e seus respectivos objetivos de perdas. 2. Os seus objetivos são conflitantes? Como especificar, instalar, operar e gerenciar o transformador e o sistema, ao qual está conectado em função das suas características construtivas. 3. Como traduzir o que os stakeholders necessitam e desejam em termos de critérios de danos? Dinâmica do Incêndio Caracterização do Incêndio Continuidade Operacional Meio Ambiente Entendimento do Problema Avaliação da Proteção Barreiras de Prevenção Barreiras de Mitigação Pessoas Propriedade Figura 3.1. Gerenciamento do risco de incêndio. 19 TABELA 3.1. Metas e objetivos dos stakeholders Metas Objetivos Segurança das pessoas. Nenhum ferimento grave ou leve no local em que o incêndio foi iniciado ou no seu entorno. Proteção do patrimônio. Nenhum impacto térmico ou da fumaça ao sistema que o transformador está conectado. Continuidade operacional. A continuidade no fornecimento de energia. Proteção do transformador Garantir a operação e manutenção adequada do transformador, respeitando os limites construtivos definidos no projeto e no momento da compra. Proteção do meio ambiente Não contaminação do solo, como consequência de um vazamento acidental do dielétrico do transformador ou decorrente das atividades de extinção do incêndio no transformador ou no seu entorno. O sistema em que os transformadores de potência estão inseridos é grande e complexo. O entendimento do problema inicia-se pelo subsistema mais simples e fácil de entender, para pouco a pouco, como galgando degraus, detalhar como o sistema funciona e opera. É crucial entender em detalhes cada subsistema e a interações (ou melhor, acoplamento) entre eles, sem nada omitir. Entendimento do Problema Identificação do evento inicial e sequência de eventos de consequências não aceitáveis para o transformador e seu entorno. O que pode dar errado? Como pode dar errado? Identificação dos stakeholders Quais são as suas necessidades e desejos? Quais as suas prioridades? São conflitantes? Identificação das Limitações Quais as limitações do conhecimento, técnicas e financeiras do mundo em que o transformador está inserido? Definição das Metas Traduz o que os stakeholders necessitam e desejam. Definição dos Objetivos Quais as ações que irão possibilitar aos stakeholders atingir as metas estabelecitas? Definição Critérios de Desempenho Quais são os critérios de danos? Figura 3.2. - Entendimento do problema. 20 3.2. Dinâmica do Incêndio Quando um engenheiro estrutural projeta uma viga, os esforços a que ela estará submetida devem ser previstos. Da mesma forma as proteções contra incêndios devem estar em conformidade com o tipo de incêndio mais provável de acontecer. Devem ser previstos a quantidade de material que irá queimar e o tempo associado, tendo-se por finalidade ajudar os técnicos a formarem uma opinião sobre as possíveis consequências e estabelecer o embasamento necessário para o planejamento de emergências. Por outro lado, o potencial para ignição e desenvolvimento de um incêndio, o qual é um risco para o transformador e seu entorno, está virtualmente em todos os lugares, devido às limitações do conhecimento e da tecnologia hoje disponíveis, em combinação com a percepção dos riscos pelos stakeholders. Dentro desse contexto é imprescindível e urgente identificar cenários, os quais nos ajudem a entender a sinergia existente entre os incêndios e a instalação no qual o transformador está inserido. Para instalações existentes entender o comportamento (reações) da instalação no evento de um incêndio ou explosão com origem no transformador ou no seu entorno. E desenvolver alternativas para gerenciar o risco. Para novas instalações entender as interações não desejáveis, ou seja, sequência de eventos que poderá resultar em incêndio e projetar uma instalação a prova de falha (i.e., intrisicamente seguro). Em outras palavras, o objetivo da avaliação de desempenho é entender o comportamento do sistema no evento de um incêndio/explosão no transformador ou no entorno. Este entendimento combinado com as informações obtidas no decorrer do entendimento do problema e identificação do sistema (Etapa 1) possibilitará a caracterização do risco. A Figura 3.3 representa as incertezas do gerenciamento do risco de incêndio no transformador. Cada variável deve ser estudada separadamente e em seguida recombinadas para incorporar a influência no tempo da energia irradiada, movimento da fumaça e impactos. Apesar da Figura 3.5 representar uma fotografia no tempo, ou seja, uma representação estática, porém o incêndio no transformador é um fenômeno dinâmico e deve ser analisado como uma sequência de cenários que se alterarão no tempo. Incêndio no Transformador Existe a ameaça de incêndio? Como o transformador e o seu entorno reagirão ao incêndio? Qual a ameaça do incêndio para pessoas, patrimônio, continuidade operacional e meio ambiente? Prevenção Dinâmica Caracterização Figura 3.3. Incêndio no transformador no tempo t. 21 O gerenciamento do risco de incêndio inicia-se com a obtenção de informações pertinentes ao funcionamento da instalação, incluindo as suas exigências legais, em que o transformador está inserido, e os riscos a que está exposto, i.e., os perigos e consequências no evento de um incêndio no transformador, no sistema (que está conectado) ou no seu entorno. Em seguida, um cenário de incêndio é formulado e avaliado a luz de critérios de danos (Figura 3.2). Se o cenário analisado é considerado não aceitável deve ser revisto o projeto (em se tratando de uma nova instalação) ou adicionadas barreiras de proteção para instalações já existentes. Não é intenção do presente Guia propor recomendações para novas instalações ou existentes. O objetivo é lançar alguma luz para entendimento da dinâmica dos incêndios em transformadores de potência. O incêndio poderá ser iniciado no transformador, sistema ou no seu entorno. 3.2.1 Incêndio no Transformador O risco é uma combinação da magnitude de consequências indesejáveis e da probabilidade dessas consequências ocorrerem. Sendo imprescindível para entender a dinâmica do incêndio responder aos questionamentos: 1. O que pode dar errado? 2. Como pode dar errado? 3. Quais as consequências? O primeiro e segundo questionamentos consistem no entendimento do problema e estruturação da sequência de eventos com o potencial de degradar as barreiras de proteção do transformador e do sistema que está interligado, respectivamente. Após identificar os cenários plausíveis de acontecer, ou seja, o que pode dar errado? E como pode dar errado? As consequências para os eventos iniciadores serão visualizadas. Incêndios em transformadores poderão ter um impacto significante, seja direta ou indiretamente, sobre as pessoas, serviços de emergência e meio ambiente. Por exemplo: 1. Falhas nas buchas de porcelana resultarão no lançamento de fragmentos a distâncias superiores a 75 metros. Os estilhaços (ou fragmentos) poderão ser lançados além dos limites de propriedade da instalação expondo aorisco pessoas e edificações. 2. O aumento da pressão interna do tanque do transformador, talvez resultante de um arco elétrico, poderá causar a sua deformação ou ruptura. Em caso de ruptura há a possibilidade de um incêndio de jato ou poça. O incêndio de jato é provável se houve comprometimento das partes soldadas do tanque. A sobrepressão interna do tanque também poderá resultar no lançamento de fragmentos. Explosão de transformador arremessou válvula de 60kg a uma distância de 15 metros. 3. Derramamento do óleo isolante poderá resultar em um incêndio de poça, como consequência a coluna de fumaça (i.e. fire plume) poderá atingir uma altura de aproximadamente 33 metros. Dependendo da velocidade do vento a chama poderá sofrer uma inclinação acentuada, expondo pessoas, equipamentos e estruturas no seu entorno devido a energia térmica irradiada e aos produtos de combustão, Figura 3.6. 4. Ausência da bacia de contenção, como proteção passiva para os transformadores, poderá ampliar as consequências de um derramamento de óleo ou de um incêndio de poça. 22 Figura 3.4. Coluna de fumaça resultante de incêndio em reator. A intenção é oferecer aos engenheiros com pouca ou nenhuma experiência em Engenharia de Incêndios um modelo matemático simples, o qual lhe permitam estimar a energia térmica liberada no evento de um incêndio em um transformador. Pois o projeto de proteções passivas deverá estar baseado no seguinte questionamento: Dado que haja um incêndio no transformador, qual o impacto térmico que sofrerão as estruturas no entorno do transformador e por quanto tempo? INCÊNDIO DE POÇA Combustíveis líquidos podem queimar em tanques de estocagem ou no solo (ou seja, no evento de um derramamento formando uma poça). Para evitar a contaminação do solo e, sobretudo, a propagação de um incêndio, se houver ignição, os tanques devem possuir dique com capacidade de 110% do volume do tanque. Em uma subestação ou hidroelétrica os diques são substituídos por bacias de contenção que são proteções passivas com o objetivo de evitar que o óleo isolante derramado contamine o meio ambiente e forme uma poça ao redor do transformador. A Figura 3.5 mostra um transformador envolvido em um incêndio de poça, o qual resultou da explosão da bucha e o subsequente derramamento do óleo isolante no solo. Figura 3.5. Transformador envolvido em um incêndio de poça. 23 A energia térmica proveniente da queima de hidrocarbonetos (i.e. o óleo mineral é um hidrocarboneto) depende de vários parâmetros, os quais incluem: a) composição do hidrocarboneto; b) tamanho, forma e duração do incêndio; c) distância entre o incêndio e o alvo e d) das características do alvo. A caracterização de um incêndio de poça abrange a determinação da velocidade de propagação da chama no líquido e das dimensões física do incêndio (tais como altura, diâmetro e inclinação da chama). É assumido que a chama é um cilindro sólido e inclinado (devido à ação do vento) que se comporta como um corpo cinza. A energia térmica de um incêndio de poça pode ser estimada através da equação 3.1. radiaçãoconvecçãocondução qqqq ++= ........................... Equação 3.1 A transferência de calor por condução decresce linearmente com o aumento do diâmetro da poça, logo a sua contribuição em grandes incêndios de poça é insignificante. O segundo termo da equação 3.1 representa o calor transferido por convecção, tendo um valor mínimo para poça de 10cm. As chamas de dimensões similares são instáveis, efeito que desaparece para incêndios de diâmetro maiores. Para a maioria dos combustíveis líquidos a taxa de transferência de calor por radiação e a velocidade da chama aumentam com o diâmetro da poça, ou melhor, para poças com diâmetro maior do que 1 metro a radiação é o modo de transferência de calor dominante, pois a chama passa a irradiar como um corpo negro, sendo essa a região de interesse já que a base da bucha possui um diâmetro superior a 1 metro. A equação geral para a energia liberada por um incêndio de poça poderá ser calculada através da equação 3.2, a qual assume que a energia é proporcional a eficiência do processo de queima (i.e. combustão). 4 .... 2" DxHm Q chemc π∆ = ........................... Equação 3.2 Onde: Q : é o calor liberado pela chama (kW). " m : é mass burning rate por unidade de área (g/m 2s). O mass burning rate é obtido multiplicando-se a velocidade da chama, equação 3, pela densidade do líquido cH∆ : é o calor de combustão (kJ/g). chemx : é a eficiência do processo de combustão. D : é o diâmetro da poça em metro. A velocidade da chama ( "y ) na superfície do líquido que queima, na ausência de ventos, será obtido através da equação 3.3, segundo Burgess and Zabetakis (1962 BM RI 6099). ( )Dkeyy ." 1 −∞ −= ........................... Equação 3.3 Onde: 24 "y : é a velocidade da chama (m/s). ∞m : é a velocidade da chama para um incêndio de poça com diâmetro infinito (m/s) k : é o coeficiente de absorção (m-1) D : é o diâmetro da poça Para o óleo do transformador ( )smgm 2" /39=∞ , ( )17,0 −= mk , ( )gkJH c /4,46=∆ e 84,0=chemx . A altura da chama levando-se em consideração a velocidade do vento é obtida através da equação 3.4, proposta por Thomas. A velocidade adimensional do vento é fornecida pela equação 3.5. A velocidade do vento influenciará no diâmetro da poça e no mass burning rate. A velocidade do vento tenderá aumentar o diâmetro da poça, a qual sofrerá uma inclinação na direção do vento, equação 3.6. O diâmetro alongado da base da chama, wD , segundo Mudan e Croce poderá ser estimado através da equação 3.7. 21,0* 67,0 " . . 55 − = u gD m D H aρ ........................... Equação 3.4 Onde: H : é a altura visível da chama (m). " m : é mass burning rate (kg/m 2s). aρ : é a densidade do ar ambiente (kg/m 3). g : é a aceleração da gravidade (m/s2) D : é o diâmetro da poça (m) * u : é a velocidade adimensional do ventos fornecida pela equação 5. 3/1 " * .. = v w Dmg u u ρ ........................... Equação 3.5 Onde: * u : é a velocidade adimensional do ventos. wu : é a velocidade do vento (m/s). g : é a aceleração da gravidade (m/s2). " m : é a mass burning rate (kg/m 2s). D : é o diâmetro da poça (m). 25 vρ : é a densidade de vapor do líquido (kg/m 3). 49,0 ".. 7,0cos − =Θ a w Dmg u ρ ........................... Equação 3.6 Onde: Θ : é o ângulo de inclinação da chama com a vertical. wu : é a velocidade do vento (m/s). g : é a aceleração da gravidade (m/s2). " m : é a mass burning rate (kg/m 2s). D : é o diâmetro da poça (m). aρ : é a densidade ambiente do ar (kg/m 3). 48,0069,02 . 25,1 = a vww Dg u D D ρ ρ ........................... Equação 3.7 A energia térmica incidente no alvo, o qual poderá ser pessoas, o barramento ou outras estruturas ou equipamentos no entorno do transformador, poderá ser estimada considerando-se a chama como um ponto ou um cilindro sólido. No modelo pontual os parâmetros geométricos da chama não são considerados, pois assume que a energia é emitida de uma única vez através de um ponto e não por vários pontos (i.e. uma superfície). Se o efeito de absorção da atmosfera for considerado desprezível e a distância entre a chama e o alvo for maior do que a altura da chama o modelo pontual é aceitável, equação 3.8. Em outras palavras, uma das limitações da equação 3.8 é que a energia térmica em alvos muito próximos da chama é superestimada, porém a radiação térmica a partir de uma certa distância da chama é estimada com precisão, pois os efeitos da geometria da chama são insignificantes.2 " ..4 x Q qr π = ........................... Equação 3.8 Onde: " rq : é a energia incidente no alvo (kW/m 2). Q : é o calor liberado pela chama (kW). x : é a distância do alvo a chama (m). No modelo do cilindro sólido a energia térmica irradiada é obtida através da equação 3.9. 26 ffr EFq ⋅⋅⋅= εζ " ........................... Equação 3.9 Onde: " rq : é a energia incidente no alvo (kW/m 2). F : é o fator de forma associado ao alvo. ζ : é o coeficiente de transmissividade atmosférica, o qual depende da umidade do ar e da distância entre a chama e o alvo. fε é a emissividade da chama, estimada através da equação ( )Df e ⋅−−= κε 1 , sendo κ and D fatores de atenuação. fE é a energia térmica emitida pela superfície da chama. Para poças de diâmetro maiores do que alguns metros a emissividade da chama é aproximadamente igual a 1. Se considerarmos a transmissividade atmosférica igual a 1, a equação 3.9 torna-se fr EFq ⋅= " , a qual é a expressão proposta pelo IEEE - STD 979-2012, para o cálculo do impacto térmico proveniente de um incêndio. O modelo matemático acima detalhado será utilizado para estimar a energia liberada por um incêndio de poças envolvendo um transformador de 100MVA contendo cerca de 40.000 litros de óleo mineral, Figura 3.5. ESTUDO DE CASO Para um transformador contendo 40.000 litros de óleo mineral, a energia térmica irradiada por um incêndio de poça em função do diâmetro da poça é relacionada na Tabela 3.2. Foi utilizado o modelo pontual, o qual é aceitável para alvos distantes da chama, ou seja, alvos distantes da chama duas vezes a altura da chama (i.e. 2H metros). Um incêndio de uma poça de 5 metros de diâmetro é superposto sobre o layout de um transformador localizado em uma subestação, Figura 3.6. TABELA 3.2. - Energia térmica irradiada por um incêndio de poça. Distância ao Alvo Diâmetro da Poça e Impacto Térmico 1 m 2 m 3 m 4 m 5 m 1 m -- -- -- -- -- 2 m 3,6 kW/m2 -- -- -- -- 3 m 1,6 kW/m2 -- -- -- -- 4 m 0,9 kW/m2 5,4 kW/m2 -- -- -- 5 m 0,6 kW/m2 3,4 kW/m2 -- -- -- 6 m 0,4 kW/m2 2,4 kW/m2 6,3 kW/m2 -- -- 7 m 0,3 kW/m2 1,7 kW/m2 4,6 kW/m2 -- -- 8 m 0,2 kW/m2 1,7 kW/m2 3,5 kW/m2 6,7 kW/m2 -- 27 TABELA 3.2. (continuição) - Energia térmica irradiada por um incêndio de poça Distância ao Alvo Diâmetro da Poça e Impacto Térmico 1m 2m 3m 4m 5m 9 m 0,2 kW/m2 1,1 kW/m2 2,8 kW/m2 5,3 kW/m2 -- 10 m 0,1 kW/m2 0,9 kW/m2 2,3 kW/m2 4,3 kW/m2 7,0 kW/m2 11 m 0,1 kW/m2 0,7 kW/m2 1,9 kW/m2 3,5 kW/m2 5,7 kW/m2 12 m 0,1 kW/m2 0,6 kW/m2 1,6 kW/m2 3,0 kW/m2 4,8 kW/m2 13 m 0,1 kW/m2 0,5 kW/m2 1,3 kW/m2 2,5 kW/m2 4,0 kW/m2 14 m 0,1 kW/m2 0,4 kW/m2 1,1 kW/m2 2,2 kW/m2 3,5 kW/m2 15 m 0,1 kW/m2 0,4 kW/m2 1,0 kW/m2 1,9 kW/m2 3,0 kW/m2 LEGENDA ZONA ENERGIA DISTÂNCIA DO ALVO > 5 kW/m² 11 metros > 2kW/m² 18 metros Figura 3.6 - Incêndio de poça em um transformador de 100MVA com 40.000 litros de óleo mineral. 28 3.3 CARACTERIZAÇÃO DO INCÊNDIO IMPACTO NAS PESSOAS Os indivíduos não devem ser expostos a uma intensidade de radiação térmica maior do que 2 m1kW ⋅ . Ou seja, o critério de dano para as pessoas é de . 2 1 mkWI ⋅≤ . O tempo de exposição é função do tempo que o indivíduo reagirá a energia irradiada pelo transformador em chamas e ao tempo necessário para que ele alcance um local seguro. No contexto do presente estudo é assumido que o tempo de reação do indivíduo é 5 segundos e a sua velocidade de fuga de 4m/s – 6m/s. O tempo efetivo de exposição do indivíduo a chama poderá ser estimado através da equação 3.10. ( ) ⋅+−⋅+= − 3 5 exp11 5 3 r o o reff tt d u u d tt ........................... Equação 3.10 Onde: efft : Tempo efetivo de exposição ao incêndio (segundos). rt : Tempo de reação do indivíduo (segundo). É sugerido o tempo de 5 segundos. od : Distância inicial do indivíduo em relação a chama (metros). u : Velocidade de escapa do indivíduo (m/s). É sugerido o valor de 4m/s. expt : Tempo total de exposição do indivíduo ao incêndio (segundo). Para uma energia irradiada de 7kW/m2 (ver Tabela 3.2) 99% dos indivíduos expostos ao incêndio a uma distância de 10 metros sofrerão queimaduras do 1o grau, se expostas durante 60 segundos. A Tabela 3.3 mostra o impacto sobre os indivíduos de um transformador em chamas, Figura 3.6. A Tabela 3.4 relaciona os limites a dor propostos pelo American Petroleum Institute. TABELA 3.3 - Impacto térmico proveniente de um transformador em chama e irradiando 7 kW/m2. IMPACTO segteff 6≈ seg60 seg90 seg180 Mortalidade (sem roupas apropriadas) 0% 25% 64% 99% Mortalidade (com roupas apropriadas) 0% 6% 31% 90% Queimaduras do 1o grau 0% 99% 99% 99% Queimaduras do 2o grau 0% 45% 85% 99% 29 TABELA 3.4 - Tempo de exposição em função do limite a dor (API 1966a). Intensidade da Energia Térmica Irradiada Tempo de Exposição 1,74 kW/m² 60 seconds 2,33 kW/m² 40 seconds 2.90 kW/m² 30 seconds 4.73 kW/m² 16 seconds 6.94 kW/m² 9 seconds 9.46 kW/m² 6 seconds 11.67 kW/m² 4 seconds 10.87 kW/m² 2 seconds IMPACTO NAS ESTRUTURAS DO ENTORNO A energia térmica irradiada por um transformador em chama causará falhas catastróficas nas estruturas e equipamentos no seu entorno, Figura 3.7. Por exemplo, a 70oC componentes eletrônicos sofrerão danos irreversíveis. Figura 3.7 - Danos estruturais no barramento de alta, comprometendo a missão da subestação. Considere o layout da subestação apresentado na Figura 3.8. A estrutura da casa relés é de alvenaria com janelas de vidro. A distância entre o transformador e a casa de relés é de 3,5 metros. 117 minutos após ter sido iniciado o incêndio no transformador, a integridade estrutural das paredes da casa de relés será comprometida. Porém, após 30 minutos a temperatura no interior da casa atingirá 30 aproximadamente 70oC, causando danos irreversíveis aos equipamentos e instrumentos no seu interior. Figura 3.8 - Layout de uma subestação A energia térmica irradiada por um incêndio no transformador poderá causar danos irreversíveis no seu entorno. Muito transformadores possuem sistemas de sprinklers, que são barreiras mitigadoras, ou seja, minimizam a impacto térmico, sem, contudo, prevenir a ocorrência do evento inicial que desencadeou o incêndio. Quando o transformador encontra-se instalado em ambientes confinados, por exemplo, no interior de uma barragem, no subsolo de uma edificação, em subestações subterrâneas no centro de áreas de relevado interesse turístico ou financeiro, entre outros, há um problema adicional que é a integridade estrutural. Sendo imprescindível o reforço estrutural do ambiente que abriga o transformador. 3.4. Avaliação da Proteção Contra Incêndio A proteção contra incêndio do transformador deve considerar as barreiras de prevenção e mitigação, ou seja, as barreiras de proteção. As barreiras de prevenção buscam prevenir falhas que possam resultar em incêndio no transformador ou no seu entorno. As barreiras de mitigação têm a função de mitigar as consequências de um incêndio ou explosão. O sucesso da proteção do transformador depende da interação das barreiras de proteção. A avaliação da prevenção deve considerar dois referenciais. O primeiro é o próprio transformador. A prevenção de falhas que possam resultar em incêndio ou explosão do próprio transformador. O segundo referencial é o seu entorno. A prevenção de incêndio em outros equipamentos ou edificações próximos ao transformador. A avaliação da proteção de incêndio no transformador é função do projeto do incêndio. O projeto do incêndio identifica: 1) a energia térmica irradiada; 2) a velocidade de crescimento do incêndio para um determinado cenário; e 3) a energiaincidente no alvo que poderá ser pessoas, equipamentos ou estruturas. A Figura 3.9 mostra esquematicamente as etapas do projeto do incêndio. Para a 31 estruturação do projeto do incêndio poderá ser utilizado os modelos determinísticos ou probabilísticos disponíveis na literatura. Figura 3.9. Projeto do incêndio Por exemplo, um transformador cujo dielétrico é óleo mineral e com capacidade de transformação menor do que 10.000kVA poderá ser protegido por extintores portáteis. Um único transformador com capacidade superior a 10.000kVA deverá ser protegido por hidrantes. É recomendado que um único transformador com capacidade superior a 100.000kVA seja protegido por um sistema de sprinkler. Vários transformadores com capacidade superior a 100.000kVA deverá ser protegido por paredes corta-fogo e/ou sistema de sprinklers. A proteção do transformador deve considerar sua capacidade (tamanho), dielétrico, localização e importância para a continuidade do fornecimento de energia elétrica. Se água, como agente extintor, não é disponível deve ser considerado o uso de agentes químicos, sobretudo, se o transformador estiver enclausurado. Para transformador não enclausurado o sistema de proteção contra incêndio deve considerar a influência do vento. Devido aos efeitos adversos do vento o dióxido de carbono não é recomendável para transformadores ao ar livre. Apesar da espuma ser um agente extintor eficiente para o controle de incêndio envolvendo liquido flamável, não deve ser utilizada se o transformador estiver energizado por ser um bom condutor. Se justificável a espuma poderá ser utilizada para formar uma barreira entre o líquido e o ar e a água para resfriar o transformador ou equipamento/estrutura do entorno, se necessário. Proteções passivas consistem de distância de separação, parede corta-fogo ou bacia de contenção no evento de vazamento ou ruptura do tanque do transformador. Se proteções ativas estão presentes sua confiabilidade de operar conforme desejado depende do projeto, instalação e manutenção. Para um sistema de sprinkler o projeto descreve o controle de qualidade da tubulação, conexões, válvulas, bombas, sprinkler head, entre outros componentes do sistema. A instalação depende do controle de qualidade durante a montagem do sistema. E o sucesso da operação do sistema de sprinkler depende Alvo Consequência Fonte Caminho Identifique o limite de dano do alvo O que é aceitável? Incêndio no Transformador 32 de sua manutenção, pois um incêndio poderá ocorrer muitos anos após o transformador entrar em operação. A Figura 3.10 estrutura a avaliação do sistema de sprinkler. Figura 3.10 - Avaliação do sistema de sprinkler. Para a termoelétrica apresentada na Figura 3.11, um incêndio nos transformadores elevadores poderá resultar em um incêndio nos filtros do sistema de captação de ar das turbinas, comprometendo a missão e objetivos da instalação. Mesmo que sistema de supressão (i.e. sistema de sprinkler) esteja disponível há muitas incertezas que poderão ser responsáveis pelo sucesso ou falha do sistema de supressão em controlar o incêndio. Há água suficiente e na pressão adequada fluindo através do sistema de sprinkler? A água é suficiente para extinguir o incêndio? Se calor suficiente alcança os sprinkler heads e ativá-los, o agente extintor (água) irá controlar o incêndio? Há a possibilidade do transformador explodir, ou seja explosão seguida de incêndio, e se o sistema de sprinkler tornar-se-á inoperante. E se a brigada de incêndio não aplicar o agente extintor (i.e espuma ou água) antes do incêndio atingir um certo tamanho? A pergunta a ser feita não é se o incêndio no transformado irá ser controlado e extinguido, a pergunta a ser feita é quando? Quando ele provocar a ignição dos filtros do sistema de captação de ar ou logo após a detecção e notificação? Há a possibilidade de incêndio e/ou explosão para transformadores em que o dielétrico é o óleo mineral. A causa do incêndio poderá ser uma falha interna do transformador ou ele poderá ser envolvido por um incêndio no seu entorno? Deve ser ressaltado que, as estatísticas sobre incêndios em transformadores não são de domínio público. Estas são informações confidenciais, seja devido a competitividade entre as empresas ou por que no mercado internacional as ações de empresas envolvidas em acidentes catastróficos tendem a serem desvalorizadas. Razão pela qual, as incertezas envolvidas no gerenciamento do risco de incêndio do transformador devem nos futuros trabalhos serem estudadas em profundidade. Avaliação do Sistema de Sprinkler Funcionará quando solicitado? É Eficiente? O sistema controlará ou extinguirá um incêndio de tamanho específico? Antes que o incêndio atinja um tamanho maior? Água fluirá através do sistema? Em quantidade suficiente e na pressão adequada? Controlando ou extinguindo o incêndio? É confiável? 33 Os engenheiros com a responsabilidade de especificar o transformador apesar de saberem que o incêndio do transformador é um cenário plausível de acontecer ao longo de sua vida útil, não dispõem de diretrizes para minimizar o risco de incêndio ou explosão. O objetivo dos próximos capítulos é lançar alguma luz de como o risco de incêndio do transformador poderá ser prevenido ou mitigado. Figura 3.11 - Layout de uma termoelétrica. 3.5 Referências do Capítulo 3 [1] Robert W. Fitzgerald, Building Fire Performance Analysis, capítulo 19. Editora: John Wiley& Sons Ltda, 2004. ISBN 0-470-86326-9 [2] NFPA/SFPE, SFPE Engineering Guide to Performance-Based Fire Protection, segunda edição, capítulo 3, Editora: National Fire Protection Association, (2007). 34 4. BARREIRAS DE PROTEÇÃO DO TRANSFORMADOR As camadas ou barreiras de proteção são constituídas pelas proteções do transformador, proteções do sistema, ao qual o transformador está conectado, programas e procedimentos administrativos utilizados pela empresa responsável pelo transformador. As suas funções são: 1) criar um entendimento sobre as falhas; 2) dar uma indicação clara das falhas; 3) alterar ou interromper uma falha eminente; 4) de intertravamento; 5) reiniciar o sistema após uma situação anormal; 6) barreira física e 7) de resgate e fuga. A introdução de barreiras de proteção e a consequente redução do risco de incêndio eleva o custo do transformador e do sistema que está conectado. Contudo é imprescindível respondermos ao seguinte questionamento: Qual o risco aceitável? (vide a Figura 3.9, sobre o projeto do incêndio). É evidente que o que é aceitável para transformadores de 30MVA localizados em uma subestação, em área de uso agrícola, e separados por uma distância de 30 metros é diferente de um transformador elevador de 600MVA localizado no interior de uma hidroelétrica. Ou um transformador de 100MVA localizado em uma subestação compacta em uma área densamente povoada de interesse turístico. A intenção deste capítulo é discutir algumas alternativas que os usuários dos transformadores de potência possuem para prevenir e mitigar os riscos de incêndio do transformador, adequando-o ao layout do seu entorno. As barreiras de proteção estão divididas em duas categorias, as quais estão baseadas em suas funções: Barreiras de prevenção com a função de para prevenir a falha e as barreiras de mitigação destinadas a minimizar as consequências da falha. O primeiro passo para reduzir o risco de incêndio em transformadores é sua correta especificação, em especial suas proteções que devem ser adequadas com a sua aplicação e as condições específicas da instalação. E considerando os dispositivos destinados a detectar e prevenir as falhas que possam resultar em incêndio ou explosão. Para minimizar o impacto da falha de um único componente do transformador, existem proteções redundantes que operam independentemente e comtempos de atuação diferentes, por exemplo, proteção diferencial e proteção de sobrecorrente, relé de gás (relé de Bulchholz), entre outros. As barreiras de mitigação, ou sistemas de emergência, buscam mitigar as consequências de um eventual incêndio no transformador e provável efeito dominó. O sucesso das barreiras de proteção depende da interação de ações combinadas realizadas através dos sistemas de proteção redundantes do transformador e das proteções passivas ou ativas destinadas a mitigar o impacto do incêndio. 4.1 Barreiras de Prevenção As barreiras de prevenção estão associadas à especificação construtiva, das proteções do transformador, ao seu contínuo monitoramento e controle de alguns parâmetros. Ou melhor, as barreiras de prevenção são: o design review, o monitoramento (através de sinal elétrico, térmico ou mecânico), às proteções do transformador e a manutenção ao longo do seu ciclo de vida. 35 4.1.3. Design Review Segundo o Grupo de Trabalho WG A2:36 [1] o objetivo do design review é alargar as margens de segurança do transformador através do entendimento em profundidade do seu projeto de dimensionamento e avaliação da sua confiabilidade e riscos. A energia de um arco elétrico é um parâmetro crítico na ruptura do tanque. Haverá ruptura do tanque se a energia do arco for superior a 5MJ [2]. Pois, o tanque do transformador não suporta uma pressão maior do que 2,03 bar [3], em outras palavras o tanque do transformador não é um vaso de pressão. Por outro lado, o tanque se comporta como um vaso de pressão quando uma falha interna resulta em um arco elétrico. Se a energia do arco elétrico for aproximadamente de 300MW os dispositivos de alívio de pressão são ineficientes, i.e. as proteções mecânicas não atuarão [2] evidenciando a relevância do design review. Falhas nas buchas, comutadores de derivações em carga e parte ativa poderão resultar no rompimento do tanque do transformador, conforme detalhado no capítulo 2. A Tabela 4.1 ressalta alguns pontos de verificação que devem ser considerados no design review, os quais contribuirão para reduzir o risco de incêndio e explosão dos transformadores de potência. As recomendações apresentadas na Tabela 4.1 foram selecionadas não por serem as mais relevantes, mas por serem as que são facilmente identificáveis, tendo por intenção oferecer algumas diretrizes para aqueles engenheiros com pouca ou nenhuma experiência no design review ou na dinâmica dos incêndios. TABELA 4.1 - Diretrizes para o design review. O que verificar? Pa rt e At iv a Fe ix es d e Ca bo s da R eg ul aç ão São os condutores que ligam a bobina de regulação ao comutador em forma de feixe. O projeto destes cabos e o seu encaminhamento até o comutador devem ser criteriosos. Devem ser verificado: 1. O correto dimensionamento dos condutores. 2. O tipo de condutor. 3. Da forma com que os condutores são conduzidos até o comutador. 4. Da forma com que os condutores são ligados na bobina de regulação e nos terminais do comutador. 5. As distâncias dielétricas. O transformador poderá falhar em consequência da perda da capacidade dielétrica, a qual poderá ser resultante do projeto deficiente dos condutores; do esmagamento da isolação; da sobreposição dos cabos apoiados uns sobre os outros; da reduzida distância dielétrica entre os condutores; ou devido ao tipo de conexão utilizada nas ligações dos cabos (tais como: solda, grampo, conector por esmagamento, entre outras.) 36 TABELA 4.1 Continuação - Diretrizes para o design review. Bo bi na s Verificar: 1. O tipo de bobina. 2. A geometria das bobinas e seus canais de refrigeração. 3. O tipo de condutor aplicado ao projeto. A utilização de condutor transposto contribui para manter a suportabilidade de algumas solicitações dielétricas de alta frequência. 4. Da capacidade de condução de corrente, de sua suportabilidade dielétrica aos requisitos de sistema, assim como sua capacidade em atender a requisitos de sobrecarga temporária sem exceder aos limites de temperatura normatizados. Ar ra nj o da s Bo bi na s Durante o design review deve ser observado: 1. A posição das bobinas do transformador em relação ao seu núcleo. Deve ser avaliado se as bobinas são concêntricas, apenas na coluna central do núcleo ou, se é possível, inserir algumas bobinas em colunas de retorno. 2. Se a suportabilidade ao curto-circuito é garantida na ordem do arranjo da concentricidade das bobinas. 3. A sequência de dentro para fora do tipo de bobina. E se esta sequência oferece algum risco de não suportar os estresses dielétricos entre bobinas. Bu ch as Verificar: 1. Alteração significativa do fator de potência. 2. Redução da capacitância. 3. Mau dimensionamento dos valores de BIL e BSL. 4. A ligação do terminal da bucha na parte ativa. 5. O projeto da travessia do terminal da bucha pelo caneco. A alteração do fator de potência, seguida de uma significativa alteração da sua capacitância é um indicativo de que a bucha poderá falhar. Embora os critérios para avaliação do fator de potência e da capacitância da bucha sejam definidos pelas empresas, é relevante discutir com o fabricante os limites aceitáveis em que o transformador poderá ser mantido em operação sem risco. O projeto da travessia do terminal da bucha pelo caneco é fundamental para garantir que não haverá descargas dos terminais da bucha para o caneco, sendo imprescindível verificar: 1. Se o campo elétrico (kV/mm) atende as distâncias projetadas. 2. Se a espessura da isolação em milímetros atende a necessidade das solicitações dielétricas e nominais. 3. Se há necessidade de anel de equalização, shield magnético, etc. Co m ut at or de D er iv aç ão em C ar ga Verificar: 1. A forma de fixação do cilindro na parte ativa. O projeto do transformador poderá fixar o cilindro na travessa da parte ativa, como resultado as atividades de manutenção futura poderão ser comprometidas. Por exemplo, no evento de vazamento do óleo do comutador pelo cilindro, o óleo do transformador poderá ser contaminado por gases (monóxido de carbono, dióxido de carbono, acetileno, etc.). 4.1.2. Monitoramento Nos últimos anos é observado um aumento no número de dispositivos destinados ao monitoramento de vários parâmetros do transformador. O monitoramento permite que a falha seja detectada com antecedência, reduzindo o número de paradas não programadas e como consequência há um aumento da disponibilidade ao transformador. 37 O monitoramento da temperatura do topo do óleo e dos enrolamentos é importante como indicação da condição térmica do transformador (hotspot é o ponto mais quente), ou seja, avaliação do envelhecimento do seu isolamento. A operação do transformador em temperaturas superiores as recomendadas (ou seja, as temperaturas normalizadas e/ou projetadas) para a operação normal poderá reduzir a vida útil do transformador, seja através da degradação do papel ou da perda imediata da isolação. Danos ao isolamento aumentará a probabilidade de um curto-circuito. O curto- circuito poderá comprometer a suportabilidade do tanque o que resultará em um incêndio (vide Figura 2.1 sobre o processo de ruptura do tanque do transformador). O transformador é comumente equipado com termômetros para supervisionar a temperatura de topo do óleo e a dos enrolamentos. O termômetro de topo de óleo mede a temperatura da camada de óleo imediatamente abaixo da parte superior do tanque. Os termômetros dos enrolamentos monitoram a temperatura do seu ponto mais quente, o qual está localizado na sua parte superior. A temperatura ambiente próxima do transformador é importante para estimar a capacidade de sobrecarga do transformador A degradação do isolamento composto pela combinação de isolação sólida (papel e presspan) e líquida (óleo isolante)compromete a vida útil do transformador. A degradação do óleo isolante poderá resultar em incêndio ou explosão do transformador, pois deterioração do óleo compromete o isolamento e resfriamento do núcleo e enrolamentos. E pontos quentes nos enrolamentos poderão produzir um arco elétrico. O estado do óleo isolante é monitorado através da concentração de água dissolvida, densidade, rigidez elétrica, acidez, tensão interfacial, fator de dissipação, cor, concentração de furanos e gases dissolvido no óleo. Atualmente, a concentração de água e gases dissolvidos podem ser monitoradas em tempo real, as demais propriedades devem ser monitoradas através de amostragem e ensaios periódicos em laboratório. A maioria das explosões seguidas de incêndio em transformadores tem sua origem nas buchas [4]. Por outro lado, as técnicas convencionais de manutenção: termovisão, medição do fator de potência do isolamento e capacitância, medição do teor de umidade, gás-cromatografia e verificação de pressão, não conseguem identificar determinados tipos de anormalidades nas buchas (tais como: falha incipiente do isolamento, pequenas variações na capacitância, etc.). Portanto, as técnicas acima relacionadas não garantem a retirada de operação do transformador sob a condição de falha iminente. É fundamental a análise técnico-econômica para implantação do monitoramento on line como a melhor forma de prevenir explosão e incêndio em transformadores com origem na bucha. 4.1.3. Proteções do Transformador Diferentes tipos de relés são utilizados para proteger o transformador que está inserido em uma rede (de distribuição ou transmissão). De uma maneira geral os dispositivos existentes protegem o transformador contra sobrecorrente, formação de gases, sobrefluxo de óleo e sobrepressão. A Tabela 4.2 relaciona os principais dispositivos de proteção do transformador. TABELA 4.2 - Proteções do transformador. 38 Relé de Sobrecorrente: Protege o transformador de faltas interna e externa. Com a função de monitorar a corrente quanto a sobrecarga e curto-circuito. É um relé de backup para a proteção diferencial. Proteção Diferencial: Compara as correntes de entrada e saída do transformador, i.e., as correntes nos circuitos primários, secundários e terciário. Se houver diferença do valor da corrente diferencial que entra com a que sai, o relé é acionado retirando o transformador defeituoso da rede. Relé de Corrente de Neutro: Protege o transformador no evento de curto-circuito monofásico, curto-circuito bifásico à terra, cargas desequilibradas que originam corrente de sequência zero. Relé Buchholz: Localizado entre o tanque principal e o de expansão indica a acumulação de gás ou sobre fluxo de óleo devido a um arco elétrico. Relé de Sobrefluxo de Óleo do Comutador: Protege contra um sobre fluxo de óleo na tubulação que interliga o compartimento de óleo e o tanque de expansão do comutador. Proteção de Sobrecorrente do Comutador: Na ocorrência de sobrecorrentes através do transformador o comutador é bloqueado para correntes acima de um valor de ajuste do relé de sobrecorrente, impedindo a comutação do tap. Válvula de Alívio de Pressão: Destinada ao alívio de pressão do transformador, quando atua libera óleo e/ou gases, possui contato para alarme e desligamento. Disco de Ruptura: É uma alternativa para a válvula de alívio de pressão súbita. Proteção de Sobre- Temperatura Destinado a monitorar a temperatura do óleo e enrolamentos do transformador. Dispositivo para Monitorar o Nível de Óleo Com a função de monitorar o nível de óleo do transformador. 4.1.4. Diretrizes para Manutenção Baseada no Risco O transformador é um equipamento robusto e com alta confiabilidade. Ao longo de sua vida útil é necessário estabelecer uma estratégia de manutenção, a qual assegure a sua disponibilidade e uma vida útil operacional otimizada. A vida útil otimizada do transformador inicia-se com os testes prévios ao seu comissionamento. O Guia de Manutenção de Transformadores [5] recomenda estratégias de manutenção, por exemplo: Manutenção baseada no tempo, Manutenção baseada na condição, entre outras, porém sem considerar a consequência da falha. Segundo Jovanivic [6] 20% dos componentes respondem por 80% dos riscos. É objetivo do presente estudo recomendar diretrizes para uma manutenção baseada no risco. Em outras palavras, as atividades de manutenção devem ser priorizadas no entendimento das consequências da falha. A Figura 4.1 apresentar a estratégia para uma manutenção baseada no risco. 39 Definir o sistema em o transformador está inserido Definir as condições de contorno do sistema Entender como o sistema funciona e opera Definir os modos de falha do sistema Desenvolver os cenários de falha. MATRIZ DO RISCO Potencialidade da Falha Potencialidade da Consequência Grau de Prioridades Estabelecer Plano de Inspeção e Manutenção Monitoramento e controle do modo de falha. Execução Definir os critério de aceitabilidade Figura 4.1 - Estratégia para a implementação da Manutenção Baseada no Risco. No transformador é crítico o monitoramento do isolamento, quer seja na parte ativa, nas buchas ou nos comutadores, principalmente para os comutadores que operam em posição diferente do neutro dos enrolamentos (classe II). O controle do processo de degradação do isolamento poderá ser avaliado de várias maneiras, por exemplo, para várias famílias de comutadores classe II, a avaliação poderá ser realizada através da medição do teor da umidade do óleo isolante da chave desviadora, o qual poderá ser severo (A), moderado (B) ou baixo (C), Tabela 4.3. TABELA 4.3 – Potencialidade de falha no comutador classe II: Teor de umidade. Teor de umidade Critério de Aceitabilidade A Alta > 30 ppm H2O B Media 20 ≤ ppm H2O ≤ 30 C Baixa < 20 ppm H2O O potencial de consequência poderá ser classificado com base no potencial de danos as pessoas e/ou prejuízo as suas atividades normais e de perda de receita para as concessionárias de energia elétrica ou outras empresas. As consequências à integridade física das pessoas e a interrupções das suas 40 atividades rotineiras causados pela falha poderá ser associada a densidade populacional da carga que é atendida pelo transformador, Tabela 4.4. A Figura 4.2 mostra esquematicamente a variáveis associadas a potencialidade de falha e consequência. A Figura 4.3 detalha a potencialidade da consequência. TABELA 4.4. Densidade demográfica da carga vinculada ao transformador. Número de Construções Situação Típica Classe 1 Mais do que 10 e menos de 46 construções. Áreas rurais, fazendas. Classe 2 Mais do que 46 construções. Subúrbios e vilarejos. Classe 3 Áreas densamente povoadas. Cidades. Classe 4 Áreas densamente povoadas e de interesse econômico. Capitais. MATRIZ DO RISCO POTENCIALIDADE DA FALHA POTENCIALIDADE DA CONSEQUÊNCIA UMIDADE NO COMUTADOR (Classe II) POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR DENSIDADE Figura 4.2 – Potencial de falha e consequência do transformador. A matriz do risco é o produto do potencial da falha e das suas consequências ( )iaConsequêncFrequênciaRiscodoMatrizei ⋅=.. . A Figura 4.4 sugere uma matriz de risco com três níveis distintos de risco que poderão ser utilizados para o estabelecimento do planejamento da manutenção do transformador. Considerando que o maior risco é o que determina a condição de integridade do transformador, as ações de intervenção e de controle deverão ser direcionadas para os modos de falha com maior risco. A matriz do risco e os potenciais de falhas e consequência sugeridos poderão ser substituídos por uma análise de risco detalhada. 41 POTENCIAL DE CONSEQUÊNCIA Classe 4 Classe 3 Classe 2 Classe 1 Transformador ≥ 300 MVA A A B C 100MVA ≤ Transformador ˂ 300MVA