Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESPOSTA ENDÓCRINO-METABÓLICA IMUNOLÓGICA AO TRAUMA Trauma: não é visto somente no sentido cirúrgico, também pode ser um grande queimado, um paciente com infecção grave. Pensar como uma agressão grave e geral ao organismo. Conceitos: · É a capacidade de responder agressões de natureza traumática, cirúrgica ou infecciosa. · Resposta inteligente e coordenada, que busca mobilizar substratos e melhorar as condições orgânicas e teciduais, a fim de garantir a sobrevivência do individuo · A resposta deve ser proporcional ao trauma infringido, sempre buscando a homeostase. Um trauma pequeno requer uma resposta pequena Fator agressor → resposta ao trauma →cascata de processos → homeostase → sobrevivência OU Fator agressor → resposta ao trauma → cascata de processos → REMIT exacerbada → falência de múltiplos órgãos Resposta neurológica: Trauma → SNC → resposta endócrina → resposta metabólica → resposta humoral O eixo HH tem papel muito importante na REMIT, que resultam na liberação de vários hormônios, como o cortisol, que possibilita a mobilização de substratos para produção de glicose (aminoácidos dos músculos e lipólise). Também há produção de catecolaminas (vasoconstrição, estímulo a glicogenólise, gliconeogênese e lipólise e efeitos sistêmicos), ADH (manter a volemia), aldosterona (retém líquido no espaço vascular), glucagon (gliconeogênese) e GH. CORTISOL Produzido no córtex da suprarrenal Funções: · Substrato para gliconeogênese · Cicatrização de feridas · Síntese de proteínas de fase aguda · Estímulo a lipólise – quebra gordura em ácidos graxos e glicerol CATECOLAMINAS Produzidas na medula da suprarreunal, tem efeito sinérgico ao cortisol. Funções: · Preservação do tônus vascular e perfusão sanguínea, principalmente cérebro, coração e pulmões · Estímulo à glicogenólise, gliconeogênese e lipólise · Relacionado ao mecanismo de luta e fuga – diminuição da dor natural, da diurese · Problema – as catecolaminas elevadas de forma mantida causam atonia intestinal · Importante controlar os níveis de dor do paciente no pós operatório para não aumentar demais as catecolaminas ADH Secretado pela neuro-hipófise. Funções: · Ação na osmolaridade plasmática e volemia · Absorção de água nos ductos coletores · Faz vasoconstrição esplâncnica para suprimir o triangulo da vida ALDOSTERONA Produzida na suprarrenal. Funções: · Manutenção da volemia · Altos níveis de aldosterona fazem a pessoa perder muito K e pode fazer uma alcalose pós-operatória GERENCIAMENTO DE ENERGIA Quando a REMIT é exacerbada, temos perda de proteínas essenciais para composição do corpo. Primeiro, temos a quebra de gorduras e depois começa a quebrar as proteínas. Um indivíduo que acabou de fazer uma cirurgia já tem glicogênio mobilizado pelo fígado. Assim, temos a glicólise, glicogenólise e gliconeogênese. Depois de 12 horas, já começa a mobilizar outros substratos para fazer glicose, já que existem células como neurônios, hemácias e macrófagos que só se alimentam de glicose. FASES DA RECUPERAÇÃO CIRÚRGICA 1- Fase adrenérgica-corticoide (injúria) · Geralmente dura alguns dias, cerca de 72h · Aumento intenso dos mediadores pró-inflamatórios · Aumento das proteínas de fase aguda · Aumento da gliconeogênese e lipólise · Exacerbação da atividade imune das células de defesa · Balanço nitrogenado negativo – fase de desaminação. Começamos a excretar o nitrogênio pela urina 2- Fase anabólica precoce · Equilíbrio do balanço nitrogenado e do K · Ação anabólica do IGF1 · Diminuição do ADH · Diminuição do TNF-alfa · Aumento da síntese proteica · O paciente fica com muita fome 3- Fase anabólica tardia · Já não tem mais quebra dos substratos · O paciente começa a ganhar peso novamente – o organismo volta a estocar todas as reservas, por isso que alguns pacientes engordam depois da cirurgia · Equilíbrio nitrogenado e do K · Ação anabólica A EXACERBAÇÃO DA RESPOSTA Acontece em traumas extremos e complexos (multisistêmicos), grande queimado e cirurgias de grande porte complicadas. Nessas situações, tem-se perpetuação do estado hipercatabolítico (fica na fase adrenérgica-corticoide), tendo proteólise descontrolada, persistência de lipólise e vasoconstrição mantida na microcirculação por conta dos altos níveis de catecolaminas. A resposta endócrina e humoral é sempre proporcional a gravidade do trauma. Glicose → anaerobiose → lactato → gliconeogênese no fígado · Quando os níveis de lactato ficam muito altos, ele vai para circulação sistêmica e o paciente pode ter acidose metabólica Os lipídeos podem ser usados diretamente pelo tecido cardíaco e pelo MEE. O ESTRESSE DO JEJUM O jejum é algo extremamente deletério, que precisa ser controlado e precisa ter cuidado para que o paciente seja pouco exposto a esse estresse metabólico. GLUTAMINA · Substrato para gliconeogênese · Vem dos músculos · Energia para os enterócitos · Função tampão ácido-base · Dada de forma sintética ao paciente no pós-operatório ALANINA · Pode ser transformada em glicose no fígado · Tem origem muscular · Dada de forma sintética ao paciente no pós-op RESPOSTA IMUNE Temos aumento dessa reposta mediante ao trauma, pois aumenta a resposta inflamatória e os mediadores humorais. Graças a essa resposta, conseguimos combater agentes agressores, mas o problema é que quando isso se mantem de forma exacerbada, pode causar alguns malefícios. A resposta pode ser inata (neutrófilos, macrófagos, linfócitos, células dendríticas, sistema complemento, citocinas, proteínas de fase aguda), que tem por objetivo limitar o dano tecidual, combater microrganismos e células tumorais e iniciar a resposta adaptativa. A resposta adaptativa tem produção de anticorpos (LB) e diferenciação de células T, que atuam de acordo com o tipo de lesão ocorrida. Citocinas: IL, TNF, prostaglandinas, proteínas de fase aguda, radicais livres derivados do oxigênio (super peróxidos produzidos durante o anabolismo, produção de radicais livres que são extremamente citotóxicos). Gente, aqui ele falou muita coisa de imuno que a gente já sabe, não achei necessário digitar. Fatores positivos: · Cicatrização de feridas mediante a mobilização de células · Combate a microrganismos invasores · Síntese de proteínas de fase aguda · Modulação da resposta imune · Ação anti-inflamatória · Diferenciação dos LT · Produção do interferon alfa Fatores negativos: · Febre · Anorexia por conta do TNF-alfa e da IL1 · Caquexia e proteólise por conta do TNF-alfa · Falência orgânica múltipla Diminuição da resposta de microrganismos invasores ENDOTÉLIO: tem função extremamente importante na coagulação, tônus vasomotor e síntese de mediadores humorais. Todas as proteínas abaixo estão relacionadas ao reparo tecidual Radicais livres derivados do oxigênio: são produtos da cadeia respiratória intracelular. Com altos npiveis, temos a síndrome inflamataria sistêmica (SIRS). OUTROS: · Bradicinina – aumento da permeabilidade capilar, edema tecidual, dor, inibe a gliconeogênese, broncoconstrição · Histamina – aumento da permeabilidade capilar e hipotensão · Serotonina – vasoconstrição, broncoconstrição, agregação plaquetária · Endorfinas/encefalinas – atonia intestinal, depressão miocárdica, vasoconstrição VAMOS PENSAR... É possível evitarmos o trauma? De certa forma. Durante a cirurgia podemos pensar em formas de como diminuir o trauma ao paciente. Como? · Podemos usar terapia nutricional de suporte, como parenteral em acesso venoso profundo, dieta enteral, passando uma sonda nasogástrica · Podemos fazer cirurgias videolaparoscopicas, para ter uma menor agressão à parede abdominal. Em cirurgias minimamente invasivas existem menos respostas metabólicas · Podemos fazer anestesias combinadas, associando um bloqueio da parte nervosa na medula a uma anestesia geral, para tirar a consciência da dor do paciente
Compartilhar