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A ECONOMIA DAS IDEIAS Aula 17- Capítulo 4 - JONES Kézia de Lucas Bondezan Como apoio das notas de aula de Giácomo Balbinotto Neto TEMA DA AULA : ECONOMIA DAS IDEIAS Economia das ideia e seus impactos na economia. O que são ideias? Como elas podem ser aplicadas ao crescimento econômico? 3 Imagination is more important than knowledge. 4 O Que é Tecnologia? Tecnologia é a maneira como os insumos são transformados em produto no processo produtivo. [cf. Jones (2015, p.70)] Segundo Schmookler (1966, p.1), tecnologia é o conjunto social de conhecimentos da arte industrial e a taxa de progresso tecnológico como a taxa à qual esse estoque de conhecimentos está crescendo. 5 O Que é Tecnologia? Seja a função de produção geral: Y = F (K, N, ⋅). A tecnologia de produção é dada pela função F (⋅), sendo que esta função explica como os insumos (capital físico [K] e mão-de-obra [N]) são transformados em produto [Y]. � = � � �� ��� A = é um índice de tecnologia. 6 Robert Solow: a mudança tecnológica modifica a função de produção. Nicholas Kaldor: existe uma relação entre acumulação de capital e inovação tecnológica. Zvi Griliches: o processo de difusão tecnológica responde a forças econômicas (benefícios esperados). Edward Denison : teoria do crescimento endógeno. As abordagem entre progresso tecnológico e crescimento econômico 7 Qual o papel das ideias inovadoras? As ideias melhoram a tecnologia de produção. Uma nova ideia permite que um dado pacote de insumos gere um produto melhor. No contexto da função de produção acima, uma nova ideia gera um aumento no índice de tecnologia A. 8 O que é tecnologia e taxa de progresso tecnológico? O efeito do progresso tecnológico é o progresso técnico, que consiste de três fatos básicos: a) mais produto pode ser produzido dando-se a mesma quantidade de insumos ou, equivalentemente, o mesmo montante de produto pode ser gerado com menores quantidades de um ou mais insumos; 9 O que é tecnologia e taxa de progresso tecnológico? b) o produto existente sofre uma melhoria qualitativa; c) produtos totalmente novos são produzidos. 10 O Que é Inovação? When an enterprise produces a good or service or uses a method or input that is new to it, it makes a technical change. The first enterprise to make a given technical change is a innovator. Its action is innovation. [cf. Schmookler (1966)] Uma inovação permite as empresas combinar insumos em novas formas que os consumidores, de acordo com a preferência revelada, consideram útil e valiosa. 11 Invenções criação de algo novo que não existia antes; nova solução para problemas existentes; são um resultado da criatividades e curiosidade humana; 12 Micro & Macroinvenções [cf. Joel Mokir (1990, p. 13)] I define microinvetions as small, incremental steps that improve,adapt, and streamline existing techniques already in use, reducing costss, improving form and function, increasing durability, and reducing energy and rawmaterials requeriments. Macroinvesctions, on the other hand, are those inventions in which a radical new idea, without clear precedent emerges more or less ab nihilo. In terms of sheer numbers, microinventions are far more frequent and account for most gains in productivity. Macroinventions, however, are equaly crucial in technological history. 13 Micro & Macroinvenções [cf. Joel Mokir (1990, p. 13)] The essential feature of technological progress is that the macroinvestions and microinventions are not subsistitutes but complements. Without subsequent microinventions, most macroinventions hould end up as curiosa in musea or sketchbooks. 14 Invenções 15 Informática 16 Invenções e Inovações 17 Invenções e Inovações 18 Economia das ideias Romer (1986) formalizou a relação existente entre a economia das ideias e o crescimento econômico. ideias Ausência de Retornos Concorrência Rivalidade crescentes Imperfeita 19 Economia das ideias Para Romer (1986), uma das características inerentes às ideias é que elas são não-rivais. Essa ausência de rivalidade implica a existência de rendimentos crescentes à escala. E a modelagem dos retornos crescentes em um ambiente competitivo com pesquisa intencional exige necessariamente a concorrência imperfeita. 20 Teoria do Crescimento Endógeno G R O S S D O M E S T IC P R O D U C T 5 0 0 0 0 7 0 0 0 0 9 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 3 0 0 0 0 1 5 0 0 0 0 1 7 0 0 0 0 1 9 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 2 3 0 0 0 0 1 9 5 5 1 1 9 5 6 3 1 9 5 8 1 1 9 5 9 3 1 9 6 1 1 1 9 6 2 3 1 9 6 4 1 1 9 6 5 3 1 9 6 7 1 1 9 6 8 3 1 9 7 0 1 1 9 7 1 3 1 9 7 3 1 1 9 7 4 3 1 9 7 6 1 1 9 7 7 3 1 9 7 9 1 1 9 8 0 3 1 9 8 2 1 1 9 8 3 3 1 9 8 5 1 1 9 8 6 3 1 9 8 8 1 1 9 8 9 3 1 9 9 1 1 1 9 9 2 3 1 9 9 4 1 1 9 9 5 3 1 9 9 7 1 1 9 9 8 3 2 0 0 0 1 2 0 0 1 3 S o u rc e : O ffi c e fo r N a ti o n a l S ta ti sti c s R e a l G D P a t C o n s ta n t 1 9 9 5 P ri c e s Destaca a necessidade de instituições que promovam a inovação e proveja incentivos para os indivíduos serem inventivos de modo permanente. Política de concorrência, melhoramento das relações industriais e uma economia aberta podem estimular o crescimento econômico A TEE enfatiza que os insvestimentos privados em R&D são a fonte central do progresso tecnológico. Proteção aos direitos de propriedade e patentes podem prover incentivos para as firmas se engajarem em P&D O papel central do conhecimento como um determinante do crescimento econôimico – externalidades positivas e transbordamentos. Investimentos em capital humano (educação e treinamento da força de trabalho) é um ingrediente essencial do crescimento – ela estimula a inovação + requer o uso efetivo de nova tecnologia A taxa de progresso tecnológico não deve ser tomada como dada – as políticas governamentais podem aumentar a taxa de crescimento do país de modo permanente. Retornos potencialmente crescentes dos altos níveis de investimento em capital fixo. 21 Economia das Ideias O conhecimento é ao mesmo tempo não exclusivo e não-rival. O conhecimento é não-exclusivo porque depois que foi produzido, tende a estar disponível gratuitamente. Ele é não rival porque o consumo por uma pessoa não evita que alguém mais o consuma ou use ao mesmo tempo. 22 Resumo das Características Econômicas das Ideias Não rivais – o uso de uma pessoa não reduz a utilidade de outras; Não excluível – dificuldade de prevenir que outros copiem a ideia; 23 Economia das ideias Segundo Samuelson (1954), um bem público pode ser definido quando o consumo de cada indivíduo de um determinado bem não leva a subtração do consumo de qualquer outro indivíduo daquele bem. Isto caracterizaria um bem econômico puro. 24 Atributos Econômicos dos Bens Grau de Exclusibilidade Alta Baixa Bens Rivais Bens não Rivais Serviços legais Aparelhos de som Disquetes Peixes do mar Insetos estéreis para combate as pragas Defesa nacional P & D básica Cálculos Sinais codificados de TV via satélite Códigos de computador Manual operacional de uma loja de departamentos 25 Economia das ideias Os bens que são excluíveis permitem a seus produtores captar os benefícios que geram; os bens não excluíveis envolvem substânciais transbordamentos de benefícios que não são captados por seus produtores. Tais transbordamentos denominam-se externalidades. 26 Externalidades O investimento em conhecimento tem uma “externalidade natural” – isto é, o conhecimento não pode ser perfeitamente patenteado ou mantido secreto. Uma vez que saibamos que algo possa ser feito, nós tentamos duplica-la. E o novo conhecimento tem um efeito positivo sobre as possibilidades de produção de outras firmas. 27 Economia das ideias Os avanços tecnológicos em um setor da economia levam a avanços em outros setoresque são completamente diferentes e não relacionados. 28 Economia das ideias As novas ideias muitas vezes geram benefícios que o inventor não pode captar. O incentivo para geração de novas ideias depende dos lucros que o inventor pode esperar auferir (o proveito privado), não dos benefícios sociais assegurados pela ideia. Se uma ideia é ou não criada depende da magnitude do proveito privado em relação aos custos fixos da invenção que só são desembolsados uma única vez. 29 Economia das ideias: Custos Fixos e Retornos Crescente A economia das ideias está ligada: (i) à presença de retornos crescentes à escala - pois as ideias estão muito relacionadas aos custos fixos. Tendo-se desenvolvido o produto, cada unidade adicional é produzida com retornos constantes à escala; (ii) e à concorrência imperfeita. 30 Economia das ideias: Custos Fixos e Retornos Crescente 0 Unidades de insumo x Unidades de produto y y = f(x) = 100*(x-F) F Custo de pesquisa 31 As ideias e seu preço Com retornos crescentes à escala, o custo médio é sempre maior do que o custo marginal e, portanto, a fixação do preço pelo custo marginal resulta em lucros negativos. Isto implica que nenhuma empresa entraria neste mercado e alocaria $F para desenvolver novos produtos se não pudesse estabelecer seu preço acima do custo marginal para produzir unidades adicionais de produto. 32 As empresas somente irão investir em inovações tecnológicas se puderem cobrar um preço acima de seu custo marginal que lhes permita recuperar o custo fixo da criação do bem. A produção de novos bens ou novas ideias, exige a possibilidade de auferir lucros e, portanto, necessita afastar-se da concorrência perfeita. As ideias e seu preço 33 Jones (2015, p.75) A Revolução Industrial – o início do crescimento econômico sustentado – ocorreu quando as instituições destinadas a proteger os direitos de propriedade intelectual estavam suficientemente bem desenvolvidas para que os empreendedores pudessem capturar algum retorno privado dos imensos retornos sociais gerados pelas suas inovações. Embora incentivos governamentais, como prêmios ou financiamento público, pudessem substituir até certo ponto esses incentivos de mercado, a história sugere que apenas quando há suficientes incentivos de mercado é que pode haver inovações generalizadas e crescimento sustentado. 34 Resumindo... As ideias são muito diferentes de outros bens econômicos. As ideias, uma vez inventadas, são não rivais, isto é, podem ser usadas por uma ou por mil pessoas sem um custo adicional. Esta característica implica que a magnitude de uma economia – sua escala – desempenha um importante papel na economia das ideias. A única razão pela qual um inventor se dispõe a assumir os altos custos fixos da geração de uma ideia é porque espera cobrar um preço superior ao custo marginal e, assim, auferir lucros. 35 Resumindo... O incentivo para a geração de novas ideias depende dos lucros que o inventor pode esperar auferir, e não dos benefícios sociais assegurados pelas ideias. Patentes e direitos autorais são mecanismos legais que buscam aproximar os benefícios privados da invenção de seus benefícios públicos. O desenvolvimento de tais instituições e dos direitos de propriedade, de um modo geral – pode ter desempenhado papel crítico no desencadeamento da Revolução Industrial e no crescimento econômico que se seguiu. FIM
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