Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clairton Luis Dumke PERFIS DE DOR TORÁCICA Catástrofes Torácicas · SCA; Dissecção Aórtica; TEP; Pneumotórax; Tamponamento Cardíaco; Rotura esofágica. Dor isquêmica: · Dor precordial opressiva, distribuída de forma mais ou menos difusa pelo tórax. · Sinal de Levine: Paciente costuma descrever a dor com o punho fechado no peito. · Pode irradiar para mandíbula, ombros ou braços. · Acompanha sintomas vegetativos náuseas, vômitos, sudoração, sensação pré-sincopal. · Instauração progressiva e duração variável. · Angina: Desencadeada por atividade física; melhora com repouso ou vasodilatadores. · Infarto: Desencadeada por atividade ou repouso, não cede com repouso e pode melhorar com nitratos. Dor pleurítica: · Produzida por patologia pleural e/ou pulmonar. · Dor pulsátil em uma região pequena do tórax, geralmente costal. · Piora com a tosse, inspiração profunda e decúbito do lado afetado. · Não piora com a pressão digital ou mudanças posturais. · Melhora com o uso de anti-inflamatórios. Dor pericárdica: · Dor opressiva ou pulsátil no centro do tórax. · Apresenta irradiação para costas ou membros superiores. · Instauração súbita, podendo durar horas ou dias. · É frequente a presença de infecção respiratória ou viral nos dias ou semanas anteriores. · Piora com decúbito e movimentos respiratórios. · Melhora ao inclinar o tronco para frente ou com anti-inflamatórios. Dor esofágica: · Dor opressiva no centro do tórax e de instauração brusca. · Desencadeada por estresse, ingesta de alimentos ou transtornos de motilidade esofágica. · Pode acompanhar náuseas, vômitos, pirose e disfagia. · Também melhora com nitratos cuidar para não confundir com dor isquêmica. · Interrogar sobre ingestão de cáusticos, corpos estranhos, endoscopias recentes. Dor aórtica: · Dor de instauração abrupta, continua e muito intensa. · Irradia para a região interescapular, podendo migrar conforme a dissecção progride. · Acompanha-se de sintomas vegetativos: náuseas, vômitos, sudoração, sensação pré-sincopal. · Exame físico: Hipertensão, assimetria em pulsos periféricos e na tensão arterial entre membros. · Deve-se valorar a presença de sopro indica comprometimento da válvula aórtica. PRINCIPAIS CAUSAS DE DOR TORÁCICA ISQUEMIA E LESÃO MIOCÁRDICA · Isquemia: Diminuição da irrigação sanguínea em algum tecido, ocasionado por uma obstrução arterial. · Isquemia miocárdica: Resulta de um desequilíbrio entre consumo e fornecimento miocárdico de O2. · Cardiopatia isquêmica: Patologia cardíaca provocada por isquemia miocárdica. · A causa mais comum é a presença de aterosclerose em A. coronária epicárdica. · Cardiopatia isquêmica estável: Estreitamento aterosclerótico gradual das coronárias. · Cardiopatia isquêmica instável: Ruptura de placa aterosclerótica que resulta em trombose coronariana · Classifica-se pela presença ou ausência de elevação do segmento ST no ECG. · Angina de peito: Dor torácica presente na cardiopatia isquêmica. · Angina estável: Episódio isquêmico provocado por exercício físico e aliviado com repouso. · Angina instável: Sintomas isquêmicos em repouso sem lesão miocárdica detectável. · Infarto miocárdico: Falta de suprimento sanguíneo que resulta em morte tecidual. · IM sem elevação ST: Evidência de necrose miocárdica sem alteração no ECG. · IM com elevação ST: Evidência de necrose miocárdica com alteração no ECG. Características da dor torácica isquêmica: · Dor precordial contínua e opressiva que irradia ao pescoço, ombro, braços e mandíbula. · Angina estável: Inicia gradualmente e atinge intensidade máxima em minutos. · A dor estável dissipa com o repouso ou o uso de nitroglicerina. · Angina instável: Dor limitada ao exercício, que gradualmente aparece com exercícios menores, até o repouso. · Infarto miocárdico: Dor grave e prolongada (≥ 30 minutos) que não alivia com o repouso. · Acompanha sintomas vegetativos: Sudoração fria, náuseas, vômitos, debilidade, síncope, palidez. · Sintomas atípicos: Dor epigástrica, dispneia, fadiga, palpitações, indigestão, debilidade generalizada. PERICARDITE · Inflamação do pericárdio devido causas infecciosas ou não infecciosas dor aguda ou crônica. · Geralmente é secundaria a uma pleurite pericardite pleural. · Característica: Dor pleurítica que exacerba com respiração, tosse e alterações na posição. · Costuma irradiar para o pescoço e ombro (via nervo frênico). DOENÇAS DA AORTA · Síndrome aórtica aguda: Doenças relacionadas com a ruptura da capa média da parede aórtica. · Dissecção aórtica: Laceração da íntima e separação da média formando um lúmen falso. · Dissecções não traumáticas são raras em ausência de HTA ou outra patologia. · Úlcera penetrante: Ulceração de uma placa ateromatosa que se estende pela íntima e média. · A úlcera tem potencial para dissecar a média ou romper a adventícia. · Hematoma intramural: Formado pela ruptura dos vasa vasorum ou de uma úlcera penetrante. · Apresentam-se com dor torácica dilacerante de aparecimento súbito. · Aorta ascendente: Dor na linha média do tórax anterior. · Aorta descendente: Dor nas costas. · Aneurisma aórtico: Dor constante, profunda e grave causada pela compressão de estruturas adjacentes. CAUSAS PULMONARES Embolia pulmonar: · Caracteriza-se por dor pleurítica e dispneia de início súbitos. · Êmbolos pequenos: Dor pleurítica no hemitórax do embolismo. · Êmbolos grandes: Dor subesternal pode simular um IM. · Pode acompanhar síncope, hipotensão e sinais de IC direita. Pneumotórax: · Pneumotórax espontâneo primário: Causa rara de dor torácica. · Fatores de risco: sexo masculino, tabagismo, antecedentes familiares, Sx. Marfan. · Sintomas de início súbito e dispneia discreta nem sempre o paciente busca atendimento médico. · Pneumotórax espontâneo secundário: Manifesta-se com sintomas mais graves. · Acomete pacientes com distúrbios subjacentes: DPOC, asma, fibrose cística. · Pneumotórax por tensão: Aprisionamento intratorácico de ar que precipita colapso hemodinâmico. · É uma condição grave que constitui uma emergência clínica. CAUSAS GASTRINTESTINAIS · Distúrbios gastrintestinais são as causas mais comuns de dor torácica não traumática. · Causam sintomas torácicos e devem ser considerados no diagnostico diferencial da dor torácica. · Refluxo gastresofágico: Dor queimante epigástrica e/ou subesternal. · Agrava com decúbito pós-prandial e alivia com antiácidos. · Espasmo esofágico: Dor intensa, queimante, compressiva e retroesternal. · Alivia com nitroglicerina ou di-hidropiridinas (nifedipina). · Úlcera péptica: Dor queimante e prolongada epigástrica e/ou subesternal. · Alivia com alimentos ou com antiácidos. · Colecistite e cólica biliar: Dor intensa ou em cólica que dura várias horas e passa espontaneamente. · Acomete quadrante superior direito, mas pode irradias para costas, parte inferior do tórax e ombros. · Pode iniciar ou pior com a ingestão de alimentos gordurosos. · Dor no ombro sugere presença de irritação diafragmática. · Pancreatite: Dor epigástrica intensa que irradia para as costas. CAUSAS MUSCULOESQUELÉTICAS · Qualquer distúrbio musculoesquelético que envolva a parede torácica, pescoço, membro superiores e nervos pode causar dor torácica. · Costocondrite: Inflamação das articulações costocondrais dor e sensibilidade esternal e união costocondral. · Pode acompanhar edema e calor local. · Dor reproduzida por pressão local durante exame físico. · Radiculite cervical: Dor constante na parte superior do tórax, ombros e braços. · Exacerba com movimentos do pescoço indicativo de dor musculoesquelética. OUTRAS CAUSAS DE DOR TORÁCICA · Transtorno do pânico: Dor ou aperto no peito, sensação de ansiedade e dificuldade respiratória. · Os sintomas podem ser prolongados ou transitórios. · Herpes-zoster: Provoca dor aguda ou queimante prolongada em apenas um dermátomo. · O aparecimento de exantema vesicular no local da dor confirma o diagnóstico.
Compartilhar