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DOR · Dor aguda: Duração < 2 semanas; · Dor crônica: Duração > 3 meses com dor durante mais de 5 dias por semana. · Dor paroxística: Dor episódica de início e término bruscos, intercalada com períodos livres de dor. ETIOPATOGENIA DA DOR 1) Dor nociceptiva: Estímulo mecânico, térmico ou químico sobre receptores. · Dor somática: Dor aguda e bem localizada e piora com palpação superficial. · Pele, músculos, ossos, articulações. · Traumatismo, inflamação, temperaturas extremas. · Dor visceral: Dor tardia e de difícil localização. Dor a palpação profunda. Dor aferida. · Descreve-se como punhalada, lancinante, cortante, opressiva. · Órgãos e vísceras profundas. · Distensão, cólica, isquemia, inflamação. 2) Dor neuropática: Atividade neuronal anormal produzida por uma lesão ou patologia somatossensorial. · Pode ser central ou periférica. · Episódios com duração e intensidade variáveis. · Dor de difícil descrição queimação, formigamento, choque elétrico. · Pode ter sintomas negativos (N) ou positivos (P). · N: Hipoalgesia, hipoestesia. · P: Parestesia, disestesia. · Neuropatia diabética, Neuralgia pós-herpética, Neuralgia do trigêmeo, Dor do membro fantasma. 3) Dor psicogênica: Causa orgânica não identificável. · Associa-se a sintomas psiquiátricos depressão, neurose, hipocondria, ansiedade. · Resistente a tratamentos farmacológicos e cirúrgicos. 4) Dor mista: Combinação de dois ou mais tipos de dor. SEMIOLOGIA DA DOR ALICIA: Antiguidade, Localização, Irradiação, Caráter, Intensidade, Atenuantes e Agravantes FREDUSA: Frequência, duração e sintomas acompanhantes AINES · Paracetamol 750mg 6/6 hrs. · Dipirona: 500mg 6/6 hrs. · Ibuprofeno: 600mg 6/6 hrs. · Diclofenaco: 50mg 8/8 hrs. · Nimesulida: 100 mg 12/12 hrs. · Cetoprofeno: 100 mg 12/12 hrs · AAS: 500mg 12/12 hrs. · Piroxicam: 10 ou 20mg ao dia. · Celecoxibe: 100mg de 12/12 hrs ou 200 mg ao dia. · Etoricoxibe: 60mg ou 90mg ao dia. Opioides: 1) Opioides menores: Codeína e tramadol dor moderada a intensa que não responde a AINES. 2) Opioides maiores: Morfina, meperidina, fentanil, oxicodona, hidromorfona, metadona, tapentadol. ANTIDOTO: Naloxona Efeitos colaterais: Náuseas, vômitos, prurido e constipação; Depressão respiratória: Incomum com doses analgésicas padrão. · Risco aumentado em concomitância com depressores do SNC. · Precaução em pacientes com comprometimento respiratório. · Meperidina: Acúmulo no SNC, podendo provocar convulsões que não cedem com naloxona. · O acúmulo é maior em pacientes com insuficiência renal CATÁSTROFES TORÁCICAS TAMPA EM ROSCA: TAM-> Tamponamento Cardíaco; P -> Pneumotórax; A-> Aorta Dissecção; EM -> Embolia (TEP); RO -> Rotura Esofágica; SCA -> SCA. SINTOMAS VEGETATIVOS · Náuseas, vômitos, sudoração, sensação pré-sincopal DOR TORÁCICA Dor isquêmica: Dor precordial e retroesternal opressiva, distribuída de forma mais ou menos difusa pelo tórax. · Sinal de Levine: Paciente costuma descrever a dor com o punho fechado no peito. · Pode irradiar para mandíbula, pescoço, ombros ou MMSS. · Acompanha sintomas vegetativos. · Assintomáticos: Idosos, diabéticos, mulheres. Eles têm sintomas equivalentes (dispneia, sudorese, etc.) · Angina: Dor em aperto de difícil caracterização. Desencadeada por atividade física; melhora com repouso ou nitratos (vasodilatadores). · Infarto: Desencadeada por atividade ou repouso, não cede com repouso e pode melhorar com nitratos. Dor pleurítica: Produzida por patologia pleural e/ou pulmonar. · Dor pulsátil em uma região pequena do tórax, geralmente costal. · Piora com a tosse, inspiração profunda e decúbito do lado afetado. · Melhora com o uso de anti-inflamatórios. Dor pericárdica: Dor opressiva ou pulsátil (em pontada) no centro do tórax. · Apresenta irradiação para costas ou MMSS ou trapecio. · Instauração súbita, podendo durar horas ou dias. · Piora com decúbito e movimentos respiratórios. · Melhora ao inclinar o tronco para frente ou com anti-inflamatórios. Dor esofágica: Dor opressiva no centro do tórax e de instauração brusca. · Desencadeada por estresse, ingesta de alimentos ou transtornos de motilidade esofágica. · Pode acompanhar náuseas, vômitos, pirose e disfagia. · Também melhora com nitratos cuidar para não confundir com dor isquêmica. · Interrogar sobre ingestão de cáusticos, corpos estranhos, endoscopias recentes. Dor aórtica: Irradia para região interescapular podendo migrar conforme a dissecção progride. · Acompanha-se de sintomas vegetativos. · Exame físico: Hipertensão, assimetria pulsos periféricos e de PA. CAUSAS DE DOR TORÁCICA CARDIOLÓGICA Dor torácica isquêmica · Dor precordial contínua e opressiva que irradia ao pescoço, ombro, braços e mandíbula. · Angina estável: Isquemia miocárdica transitória, inicia gradualmente e atinge intensidade máxima em minutos. A dor estável dissipa com o repouso ou o uso de nitroglicerina. · Angina instável: Angina de repouso, nova ou que piorou em pacientes cujos biomarcadores cardíacos não atendem critérios para infarto do miocárdio Dor limitada ao exercício, que gradualmente aparece com exercícios menores, até o repouso. · Infarto miocárdico: Dor grave e prolongada (≥ 30 minutos) que não alivia com o repouso. · Acompanha sintomas vegetativos · Estenose Aórtica: Tríade clássica: Angina, sincope e IC Doenças da Aorta · Síndrome aórtica aguda: Doenças relacionadas com a ruptura da capa média da parede aórtica. É uma dor lacerante de grande intensidade (paciente chora de dor). · Dissecção aórtica: Laceração da íntima e separação da média formando um lúmen falso. · Úlcera penetrante: Ulceração de uma placa ateromatosa que se estende pela íntima e média. · Hematoma intramural: Formado pela ruptura dos vasa vasorum ou de uma úlcera penetrante. · Aorta ascendente: Dor na linha média do tórax anterior. · Aorta descendente: Dor nas costas. · Aneurisma aórtico: Dor constante, profunda e grave causada pela compressão de estruturas adjacentes. Pericardite · Inflamação do pericárdio devido causas infecciosas ou não infecciosas dor aguda ou crônica. · Geralmente é secundaria a uma pleurite pericardite pleural. · Característica: Dor pleurítica que exacerba com respiração, tosse e alterações na posição. · Costuma irradiar para o pescoço e ombro (via nervo frênico). Derrame Pericárdico · Acúmulo patológico de líquido entre as membranas do pericárdio. · Etiologia: idiopática > infecciosa, tuberculosa, neoplásica. Tamponamento Cardíaco · Derrame capaz de gerar diminuição do enchimento ventricular e deterioro hemodinâmico. CAUSAS DE DOR TORÁCICA PULMONAR Embolia pulmonar: · Caracteriza-se por dor pleurítica e dispneia de início súbitos. · Êmbolos pequenos: Dor pleurítica no hemitórax do embolismo. · Êmbolos grandes: Dor subesternal pode simular um IM. · Pode acompanhar síncope, hipotensão e sinais de IC direita. Pneumotórax: · Pneumotórax espontâneo primário: Causa rara de dor torácica. · Fatores de risco: sexo masculino, tabagismo, antecedentes familiares, Sx. Marfan. · Sintomas de início súbito e dispneia discreta nem sempre o paciente busca atendimento médico. · Pneumotórax espontâneo secundário: Manifesta-se com sintomas mais graves. · Acomete pacientes com distúrbios subjacentes: DPOC, asma, fibrose cística. · Pneumotórax por tensão: Aprisionamento intratorácico de ar que precipita colapso hemodinâmico. · É uma condição grave que constitui uma emergência clínica. CAUSAS DE DOR TORÁCICA GASTROENTESTINAIS · Distúrbios gastrintestinais são as causas mais comuns de dor torácica não traumática. · Causam sintomas torácicos e devem ser considerados no diagnostico diferencial da dor torácica. · Pancreatite: Dor epigástrica intensa que irradia para as costas. · Refluxo gastresofágico: Dor queimante epigástrica e/ou subesternal. · Agrava com decúbito pós-prandial e alivia com antiácidos. · Espasmo esofágico: Dor intensa, queimante, compressiva e retroesternal. · Alivia com nitroglicerina ou di-hidropiridinas (nifedipina). · Úlcera péptica: Dor queimante e prolongada epigástrica e/ou subesternal.· Alivia com alimentos ou com antiácidos. · Colicistite e cólica biliar: Dor intensa ou em cólica que dura várias horas e passa espontaneamente. · Acomete quadrante superior direito, mas pode irradias para costas, parte inferior do tórax e ombros. CAUSAS MUSCULOESQUELÉTICAS · Qualquer distúrbio musculoesquelético que envolva a parede torácica, pescoço, membro superiores e nervos pode causar dor torácica. · Costocondrite: Inflamação das articulações costocondrais dor e sensibilidade esternal e união costocondral. · Radiculite cervical: Dor constante na parte superior do tórax, ombros e braços. · Exacerba com movimentos do pescoço indicativo de dor musculoesquelética. OUTRAS CAUSAS DE DOR TORÁCICA · Transtorno do pânico: Dor ou aperto no peito, sensação de ansiedade e dificuldade respiratória. · Os sintomas podem ser prolongados ou transitórios. · Herpes-zoster: Provoca dor aguda ou queimante prolongada em apenas um dermátomo. · O aparecimento de exantema vesicular no local da dor confirma o diagnóstico.