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INTRODUÇÃO De modo geral, as hipersensibilidades são distúrbios causados por respostas imunes, constituem-se de mecanismos imunológicos que são promotores de defesa, porém estão de forma desreguladas ou descontroladas, ou seja, as hipersensibilidades que existem são mecanismos que, de forma normal, promovem a defesa do organismo imunológico, porém funcionando de uma maneira inadequada. Sabemos que o sistema imunológico possui a função de proteger o organismo de infecções, entretanto quando ocorre algum tipo de desregulação deste controle imunológico acaba por causar lesão tecidual por gerar uma resposta imunológica inadequada direcionada contra, por exemplo, antígenos próprios ou contra microrganismo, mas de forma desregulada causando mais lesão do que proteção. Essas reações são ditas " reações de hipersensibilidade “pois podem ser lesivas ao organismo. CARACTERÍSTICAS: Todos os tipos de hipersensibilidade sempre irão se desenvolver como uma resposta secundária a uma sensibilização prévia, ou seja, é necessário que se tenha uma resposta inicial, onde geralmente o sistema imunológico irá se comportar de uma maneira adequada, porém um próximo contato ira ocorrer de forma exagerada isso acaba desencadeamento processos patológicos, seja afetando tecidos ou órgãos localizados ou de forma generalizadas. As hipersensibilidades podem ser temporárias ou permanentes. O tipo de sensibilização pode durar dias ou anos. TIPO I – ANAFILÁTICA CONCEITO É uma reposta do tipo Th2, sendo denominada de hipersensibilidade imediata (1-30 min). Esse tipo de hipersensibilidade é mediado por IgE aderida a mastócitos, é uma doença causada pela liberação de moléculas inflamatórias pelos mastócitos após a ligação com antígenos (os antígenos estão ligados a IgE) e o que ocorre é uma reação vascular e de musculo liso mediada pela IgE. A maioria dos animais estão constantemente expostos a antígenos ambientais, sejam estes antígenos alimentares, presentes na poeira ou no ar inalado. De modo geral, estes antígenos ambientais induzem a produção de IgG ou IgA sem sinais clínicos aparentes, porém alguns animais acabam montando uma resposta do tipo Th2 que acaba produzindo uma quantidade excessiva de IgE. A hipersensibilidade do tipo I imediata ocorre em indivíduos previamente sensibilizados podendo ser reação alérgica ou atópica, esta reação sempre será rápida ocorrendo poucos minutos após a exposição e é resultado da degranulação de mastócitos e basófilos, ou seja, se trata de uma resposta rápida de uma reação vascular e de musculo liso, seguida de uma inflamação. É importante sabermos que os mastócitos estão presentes nas superfícies corporais, bem próximos a pele e vasos sanguíneos pois fazem parte da resposta imune inata, entretanto quando desregulados podem desencadear resposta do tipo alérgica. Reação generalizada: causa choque anafilático. MECANISMO EFETOR: O mecanismo efetor é justamente a degranulação dos mastócitos, eosinófilos e basófilos, estas células irão liberar seus grânulos (enzimas), entretanto a IgE precisa estar ligada previamente a mastócitos (sensibilizados), ou seja, todo mastócito, eosinófilo e basófilo possui receptores para fração FC das IgE (por isso deve ser produzido primeiro a IgE para ocorrer a sensibilização das células que irão degranular). Uma vez que estas células desgranulam, irão liberar aminas vasoativas e citocinas principalmente induzidas por LTh2, isso na verdade vem a ser uma reação Ag-Ac. MECANISMO: PRIMEIRA EXPOSIÇÃO (FASE DE SENSIBILIZAÇÃO): Uma vez que o organismo teve contato com o antígeno alérgeno (seja por via cutânea, respiratória, alimentar) este antígeno irá sofrer fagocitose por macrófago (APC), essa célula apresentadora de antígeno irá processar este antígeno alérgeno e irá “mostrar” via molécula de MHC para os linfócitos T, estimulando uma resposta do tipo Th2, lembrando que a resposta do tipo Th2 produz principalmente a interleucina do tipo 4, isto leva a uma ativação de linfócitos B estimulando a mudança destes em um plasmócito produtor de IgE, este plasmócito então irá produzir uma grande quantidade de IgE do tipo alérgeno. Este individuo não sofreu nada nesta primeira exposição, não houve reação e também pois o sistema imunológico combateu. SEGUNDA EXPOSIÇÃO (FASE EFETORA): Uma vez que o indivíduo tenha contato novamente com o antígeno alérgeno irá ocorrer uma ligação cruzada com duas IgEs na superfície do mastócito ou do eosinófilo ou do basófilo, induzindo estas células a degranular, e quando ocorre a degranulação destas células é que irá ocorrer a reação alérgica. A degranulação destas células leva a liberação de substancias amino-vasoativas, estas aminas-vasoativas causam vasodilatação e aumento da permeabilidade do vaso sanguíneo, causando consequentemente edema, além disso também induz espasmos da musculatura lisa com constrição das vias respiratórias, ocorre a estimulação de produção de muco por glândulas do trato gastrintestinal e trato respiratório, isto leva a sinais de edema, dor, rubor, prurido, coceira, etc. ATIVAÇÃO DE MASTÓCITOS Uma vez que o mastócito é ativado ocorre a liberação de várias substancias como: AMINAS VASO-ATIVAS: Histamina, bradicinina, serotonina. MEDIADORES LIPÍDICOS NEO-FORMADOS: Prostaglandinas, leucotrienos, fator ativador plaquetário (PAF). EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS: HISTAMINA: leva ao aumento da permeabilidade vascular e a contração de músculos lisos, causando broncoespasmo, dificuldade respiratória, faz contração de musculatura lisa do trato gastrintestinal principalmente em cães. PROSTAGLANDINA D2: causa vasodilatação, broncoconstrição, faz quimiotaxia de neutrófilos, ou seja, faz o recrutamento de neutrófilo para aquele local, estes neutrófilos liberam enzimas podendo causar lise enzimática tanto do antígeno como também lise tecidual. LEUCOTRIENOS: causam broncoconstrição prolongada, secreção de muco e aumento da permeabilidade vascular. CITOCINAS: A IL-3 leva a proliferação de mastócitos, estimulando uma proliferação mitogênica destes mastócitos, produzindo mais para ocorrer a degranulação destes. Já o TNF-alfa é inflamatório, ocorre também a liberação de mais interleucinas como IL-4, IL-13 que estimulam uma resposta Th2. Enquanto que a IL-5 faz a ativação e produção de eosinófilos. TIPOS DE REAÇÃO ANAFILÁTICA: IMEDIATA Cerca de 15 a 30 min após o contato com o antígeno. Degranulação dos mastócitos. Síntese de prostaglandinas, leucotrienos e citocinas. Consequências: Vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar, espasmo das células musculares lisas e secreção glandular. O choque anafilático é um exemplo de hipersensibilidade do tipo I imediata. TARDIA Observada 6 a 8 horas após o contato com o antígeno. Caracterizada pela exsudação celular, principalmente de basófilos, eosinófilos, monócitos. EXEMPLOS DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I Asma Urticária. Alergias alimentares. Dermatite atópica. Dermatite alérgica de contato. Alergia a parasitas. Complexo granuloma eosinófilico (condição comum em felinos). TIPO II – MEDIADA POR ANTICORPOS CONCEITO: É uma reação de hipersensibilidade causada por anticorpos que não é a IgE e sim outros anticorpos que se ligam ao seu antígeno alvo, sendo na célula, tecido ou por formar complexo imune que irá se depositar nos vasos sanguíneos. Este tipo de hipersensibilidade é mais comum quando direcionada para antígenos próprios. O que ocorre é uma destruição de células e/ou tecidos pela ação de anticorpos direcionado a este antígeno próprio e geralmente a hipersensibilidade do tipo II é mediada por anticorpos IgG e IgM com ativação do complemento e opsonização e também pela ADCC (citotoxicidade celular anticorpo dependente). Disfunção celular. Doenças auto-imunes: falha de autotolerância,nos animais a principal reação é a eritrocitária (contra eritrócitos). ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO A ativação do complemento leva a lise direta ou opsonização, essa ativação vai ocorrer por uma ligação entre IgG ou IgM a um antígeno alvo, onde a fração C3b irá se ligar a uma imunoglobulina realizando a opsonização facilitando a fagocitose. As outras proteínas da cascata do complemento podem seguir a sua ativação enzimática levando a lise osmótica pela formação do complexo de ataque a membrana (MAC) que fará furos na superfície celular. Envolve frequentemente RBCs. ANTICORPO-DEPENDENTE: CITOTOXICIDADE MEDIADA POR CÉLULAS (ADCC): Ocorre a ativação de monócitos, neutrófilos, eosinófilos, ou células NK, estas células irão reconhecer a fração Fc da IgG ligada a superfície celular, ocorrendo então a lise desta célula sem fagocitose. O que ocorre na verdade é uma liberação de vários metabólitos e enzimas, como por exemplo metabólitos reativos do oxigênio e enzimas lisossomais que acabam causando lesão tecidual ao tecido adjacente. DISFUNÇÃO CELULAR MEDIADA POR ANTICORPOS: Pode ser destrutiva (destrói a célula alvo), ou seja, é formado um auto-anticorpo que reage com antígeno próprio a nível de superfície celular (comum em anemias hemolíticas autoimunes) ou pode ser bloqueadoras, por exemplo, de placa motora em que o anticorpos irá bloquear o receptor da superfície da célula correspondente impedindo a transmissão sináptica (miastenia gravis é um exemplo clássico). Além disso, pode agir de forma ativadora na sinapse, onde o auto-anticorpo irá funcionar como um agonista que acaba estimulando a célula, como por exemplo o que pode ocorrer no hipertireoidismo. Imunoglobulinas dirigidos contra receptores de superfície que irá debilitar ou desregular a função celular. No caso da tireoide irá estimular, agindo como agonista. EXEMPLOS DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO II Reações transfusionais (mais clássico de todos). Eritroblastose fetal (comum ocorrer em equinos). Anemia hemolítica auto-imune. Trombocitopenia auto-imune. Determinadas reações a drogas. Pênfigo. ERITROBLASTOSE FETAL Ocorre quando o feto é AA positivo e a fêmea (mãe) é AA negativo, o potro irá mamar o colostro contendo imunoglobulinas anti AA positivo e isso faz com que ele acabe desenvolvendo anemia hemolítica que pode levar a morte. Como consequência desta ingestão o potro acaba tendo suas hemácias destruídas e isso leva a um sinal clinico muito comum que é a icterícia. TIPO III – MEADIADA POR IMUNOCOMPLEXOS A imunidade do tipo III é aquela conhecida como mediada por imunocomplexos, o que ocorre é a formação de complexos antígeno-anticorpos e a ação tóxica é iniciada quando o antígeno se combina ao anticorpo tanto na circulação sanguínea quanto em locais extravasculares. A reação geralmente ocorre de 4-6 horas após a entrada de antígenos solúveis no organismo e a sua união a IgG ou IgM e nesse tipo de hipersensibilidade pode ocorrer também a ativação da cascata de complemento com produção, principalmente, de C5a que atrai granulócitos e macrófagos para o sitio de inflamação. Neste tipo de hipersensibilidade do tipo III ocorre uma inflamação (principalmente lesão de parede celular) em estruturas, como por exemplo os glomérulos renais, que acaba levando a agregação plaquetária, trombose, hemorragia e necrose de células endoteliais (células que revestem os vasos sanguíneos). Dessa forma irá ser causado lesões teciduais principalmente por causa da inflamação no local da deposição (rins, vasos sanguíneos, articulações). Os antígenos solúveis exógenos são: bactérias, vírus..., mas pode ser endógeno também. MECANISMO EFETOR Ocorre a deposição de imunocomplexos em vasos e consequentemente ocorre recrutamento mediado por complemento ou pelos receptores Fc com ativação de leucócitos. Uma vez que o sistema complemento é ativado irá gerar C3a e C5a que possuem propriedades anafiláticas, já os mastócitos e basófilos também pode acabar atuando como mediadores vasoativos, aumentando a permeabilidade deste vaso sanguíneo além de atrair polimorfonucleados (principalmente neutrófilos), estes neutrófilos ativados irão liberar suas enzimas e seus metabolitos reativos do oxigênio para tentar degradar este imunocomplexo. Entretanto, estas enzimas que estão sendo liberadas não irão agir apenas sobre o imunocomplexo, o que tiver em torno delas também irão sofrer lesão, como por exemplo as células endoteliais que irão sofrer lise enzimática por conta destas enzimas (chamamos isto de vasculite – inflamação dos vasos sanguíneos). No caso das plaquetas, essas irão interagir com os receptores Fc dos anticorpos levando a formação de trombo (podendo haver, por exemplo, o que é comum em algumas doenças bacterianas sistemas a formação do CID que é a coagulação intravascular disseminada). O QUE PODE LEVAR A HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO III? Vacinações, infecções crônicas ou doenças auto-imunes. Isso ocorre por excesso ou persistência do antígeno. EXEMPLOS: Reação de Arthus (exemplo clássico). Endocardites. Glumerulonefrites. Lúpus eritemotoso. REAÇÃO DE ARTHUS: Ocorre inoculação intradérmica de antígeno, os anticorpos se difundem do vaso formando imunocomplexos, ocorre a ativação do complemento levando a lesão inflamatória edematosa com vasculite necrótica. TIPO IV – TARDIA CELULAR A hipersensibilidade do tipo IV é uma resposta celular do tipo tardia, que ocorre entre 36 a 48 horas após o contato com o antígeno. O antígeno irá interagir com linfócitos T CD4+ e outros colaboradores, principalmente produtores de citocina como o interferon gama que acaba causando um acumulo de neutrófilos e de macrófagos na sitio da lesão, com liberação de citocinas que irão ativar as células T citotóxicas que irá causar dano direto. Este tipo de hipersensibilidade é caracterizado por endurecimento e edema no local. Não envolvem imunoglobulinas! Classificada como hipersensibilidade retardada. Resposta tardia do tipo Th1. Geralmente a hipersensibilidade IV ocorre por tipo dermatite de contato por reação de haptenos ou por tipo granulomatosa. MECANISMO EFETOR DA HIPERSENSIBILIDADE RETARDADA: INOCULAÇÃO DO ANTÍGENO RECONHECIMENTO VIA APC → OCORRENDO PRODUÇÃO DE QUIMIOCINAS APRESENTAÇÃO APC-LTH1 SENSIBILIZADO (segundo contato) LIBERAÇÃO DE CITOCINAS E QUIMIOCINAS RECRUTAMENTO DE MACRÓFAGOS E OUTROS FAGÓCITOS E LEUCÓCITOS. IL-2 – Ativação de LT e macrófagos IL-1 – Produzida por Macrófagos TNF-α – Produzida por macrófago, atividade citotóxica IFN-γ – Ativação de macrófago Esta resposta geralmente irá ocorrer por estimulação de bactérias intracelulares de difícil degradação. A resposta é secundária antígeno sensibilizante e sempre irá acontecer de forma tardia e a célula apresentadora de antígeno irá apresentar via MHC II para o linfócito T auxiliar do tipo 1. EXEMPLOS DE DOENÇAS QUE INCITAM A HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO IV Tuberculose. Leishimaniose. Histoplasmose. Lepra. TESTE CUTÂNEO PARA TUBERCULINA (PPD): A reação para a tuberculina é uma resposta positiva que irá ocorrer somente em animais que possuem ou possuíram tuberculose, de forma geral é uma resposta imune de animais que possuem ou já tiveram a micobactéria bovis. Uma vez que o animal foi exposto ao agente ele irá desenvolver uma resposta imune especifica. A tuberculina (tuberculina é um derivado proteico purificado – PPD) é injetada nestes animais de forma intradérmica (subcutâneo), após doze horas da aplicação se espera observar uma reação. Doze horas após o estímulo PPD intradermico em um indivíduo previamente sensibilizado, há uma migração de linfócitos para as regiões perivasculares. Esse teste pode ser realizado de formas diferentes, a mais simples é a forma de intradérmico único. Neste tipo de teste geralmenteé inoculado 0,1ml de tuberculina PPD e injetado em uma dobra da cauda ou na tabua do pescoço. Após a inoculação, em 72 a 96h é observado a reação. MECANISMO DA HIPERSENSIBILIDADE DE CONTATO (HAPTENOS): INOCULAÇÃO DE HAPTENO TOPICAMENTE (OU ANTIGENO) HAPTENO COMBINADO COM PROTEÍNA – FORMA-SE UM ANTIGENO COMPLETO APC PROCESSA APRESENTAÇÃO APC- LTH1 CITOCINAS E QUIMIOCINAS RECRUTAM MACROFAGO E NEUTROFILOS HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV DE CONTATO A poison Ivy produz um hapteno chamado de pentadecacatecol, que se liga a moléculas da pele formando uma estrutura que reage como antígeno completo, desencadeando uma resposta celular que leva a dermatite de contato. TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV COMPARAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE EXERCICIOS: O que é hipersensibilidade tipo I? qual o mecanismo de resposta imune? Cite exemplos. O que é hipersensibilidade tipo II? qual o mecanismo de resposta imune? Cite exemplos. O que é hipersensibilidade tipo III? qual o mecanismo de resposta imune? Cite exemplos. O que é hipersensibilidade tipo IV? qual o mecanismo de resposta imune? Cite exemplos. PARA SABER MAIS TIZARD. I.R. IN: TIZARD. I.R. Imunologia Veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009 – Hiperseinsibilidade tipo I pág 339 – Antígenos eritrocitários e Hipersensibilidade tipo II pág 357 – Imunocomplexos e hipersensibilidade tipo III pág 367 – Hipersensiblidade tipo IV: retardada pág 379 ABBAS, A. K., Lichtman, A. H. Hipersensibilidade IN: Imunologia Celular e Molecular, 4º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 p. 207-223. Doan et al.Reações de hipersensibilidade. IN: Doan et al. Imunologia Ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2008 p. 195-211.
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