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Emanuelly Lopes Cardoso Transtornos Alimentares Transtornos alimentares = caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. Pica A. Ingestão persistente de substâncias não nutritivas, não alimentares, durante um período mínimo de um mês. B. A ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, é inapropriada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo. C. O comportamento alimentar não faz parte de uma prática culturalmente aceita. D. Se o comportamento alimentar ocorrer no contexto de outro transtorno mental (deficiência intelectual [transtorno do desenvolvimento intelectual], transtorno do espectro autista, esquizofrenia) ou condição médica (incluindo gestação), é suficientemente grave a ponto de necessitar de atenção clínica adicional. Prevalência pouco estudada -> em indivíduos com deficiência intelectual = aumenta com a gravidade da condição; Manifestação inicial = pode ocorrer na infância/ adolescência/ idade adulta -> manifestação na infância é mais relatada/comum; Em crianças = pode ocorrer naquelas com desenvolvimento normal em outras áreas; Adultos = mais provável acontecer naqueles com deficiências intelectuais ou outros transtornos mentais; Ingestão de substâncias não nutritivas/ não alimentares pode manifestar-se na gestação -> pode ocorrer fissura específica (giz ou gelo) -> o diagnóstico de pica durante esse período só é apropriado se tais fissuras levarem à ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, até o ponto em que sua ingestão representa potenciais riscos médicos; Curso do transtorno = pode ser prolongado e resultar em emergências médicas (obstrução intestinal, perda aguda de peso, intoxicação); O transtorno pode ser potencialmente fatal dependendo das substâncias ingeridas. Complicações Deficiências de vitaminas e minerais (zinco e ferro) = descritas em alguns casos; Complicações médicas gerais = problemas intestinais mecânicos + obstrução intestinal (como a que resulta de um bezoar) + perfuração intestinal + infecções como toxoplasmose e toxocaríase em decorrência da ingestão de fezes ou sujeira + intoxicação como pela ingestão de tinta à base de chumbo; Transtorno de Ruminação A. Regurgitação repetida de alimento durante um período mínimo de um mês. O alimento regurgitado pode ser remastigado, novamente deglutido ou cuspido. B. A regurgitação repetida não é atribuível a uma condição gastrintestinal ou a outra condição médica (refluxo gastroesofágico, estenose do piloro). C. A perturbação alimentar não ocorre exclusivamente durante o curso de anorexia nervosa, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar ou transtorno alimentar restritivo/evitativo. D. Se os sintomas ocorrerem no contexto de outro transtorno mental (deficiência intelectual [transtorno do desenvolvimento intelectual] ou outro transtorno do neurodesenvolvimento), eles são suficientemente graves para justificar atenção clínica adicional. Especificar se: o Em remissão: Depois de terem sido preenchidos os critérios para transtorno de ruminação, esses critérios não foram mais preenchidos por um período de tempo sustentado. O transtorno pode ser diagnosticado durante toda a vida -> sobretudo em indivíduos que também apresentam deficiência intelectual; Muitos indivíduos com o transtorno podem ser observados diretamente durante o comportamento de ruminação pelo médico -> outros casos -> o diagnóstico pode ser feito com base no autorrelato ou em informações corroborativas de pais ou cuidadores; Os indivíduos podem descrever o comportamento como habitual ou fora de seu controle; Manifestação inicial pode ocorrer em lactentes/ infância/adolescência/idade adulta; Idade da manifestação inicial = entre 3 e 12 meses; Lactentes = o transtorno cede com frequência de forma espontânea + seu curso pode ser prolongado e resultar em emergências médicas (desnutrição grave) + pode ser potencialmente fatal; Pode ter um curso episódico ou ocorrer continuamente até ser tratado; Lactentes + indivíduos mais velhos com deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) ou outros transtornos do neurodesenvolvimento -> o comportamento de regurgitação e ruminação parece ter uma função calmante e estimulante semelhante à de outros comportamentos motores repetitivos, como balançar a cabeça ritmicamente. Complicações Desnutrição secundária à regurgitação repetida = associada ao atraso no crescimento + pode ter efeito negativo no desenvolvimento e aprendizagem; Indivíduos mais velhos = restringem deliberadamente a ingestão de alimentos em virtude do aspecto socialmente indesejável da regurgitação -> Eles podem apresentar-se com perda ponderal ou baixo peso; Crianças mais velhas + adolescentes + adultos -> o funcionamento social tende a ser afetado de forma mais adversa. Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo A. Uma perturbação alimentar (falta aparente de interesse na alimentação ou em alimentos + esquiva baseada nas características sensoriais do alimento + preocupação acerca de consequências aversivas alimentar) manifestada por fracasso persistente em satisfazer as necessidades nutricionais e/ou energéticas apropriadas associada a um (ou mais) dos seguintes aspectos: 1. Perda de peso significativa (ou insucesso em obter o ganho de peso esperado ou atraso de crescimento em crianças). 2. Deficiência nutricional significativa. 3. Dependência de alimentação enteral ou suplementos nutricionais orais. 4. Interferência marcante no funcionamento psicossocial. B. A perturbação não é mais bem explicada por indisponibilidade de alimento ou por uma prática culturalmente aceita. C. A perturbação alimentar não ocorre exclusivamente durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa, e não há evidência de perturbação na maneira como o peso ou a forma corporal é vivenciada. D. A perturbação alimentar não é atribuível a uma condição médica concomitante ou mais bem explicada por outro transtorno mental. Quando a perturbação alimentar ocorre no contexto de uma outra condição ou transtorno, sua gravidade excede a habitualmente associada à condição ou ao transtorno e justifica atenção clínica adicional. Especificar se: o Em remissão: Depois de terem sido preenchidos os critérios para transtorno alimentar restritivo/ evitativo, esses critérios não foram mais preenchidos por um período de tempo sustentado. Evitação + restrição alimentar = associadas a ingestão insuficiente ou falta de interesse em alimentar-se desenvolvem-se mais comumente na fase de lactente ou na primeira infância + podem persistir na idade adulta; Evitação baseada em características sensoriais dos alimentos tende a surgir na primeira década de vida -> mas pode persistir na idade adulta; Evitação relacionada a consequências aversivas pode surgir em qualquer idade; Consequências em longo prazo -> evitação ou restrição alimentar baseada em aspectos sensoriais é relativamente estável e duradoura + quando persiste na idade adulta pode estar associada a um funcionamento relativamente normal; Crianças com transtorno alimentar restritivo/evitativo podem ser irritadiças + difíceis de consolar durante a amamentação ou parecer apáticas e retraídas; A ingesta nutricional inadequada pode exacerbar as características associadas (irritabilidade + atrasos no desenvolvimento) + contribui ainda mais para dificuldades de alimentação; Bebês + crianças + adolescentes pré-puberais -> o transtorno pode estar associado a atrasos do crescimento + a desnutrição resultante tem o potencial de afetar negativamenteo desenvolvimento e a aprendizagem; Crianças mais velhas + adolescentes + adultos -> o funcionamento social tende a ser afetado de maneira adversa; Independentemente da idade, a função familiar pode ser afetada, com mais carga de estresse às refeições e a outros contextos de alimentação envolvendo amigos e familiares; O transtorno alimentar restritivo/evitativo manifesta-se mais comumente em crianças do que em adultos + pode haver uma grande demora entre a manifestação inicial e a apresentação clínica; Fatores que desencadeiam a apresentação variam consideravelmente e incluem dificuldades físicas, sociais e emocionais. Complicações Limitações funcionais e associadas ao desenvolvimento incluem: prejuízo do desenvolvimento físico + dificuldades sociais que podem ter um impacto negativo significativo no funcionamento familiar. Emanuelly Lopes Cardoso Outro Transtorno Alimentar Especificado Categoria diagnóstica utilizada para condições alimentares que podem causar sofrimento, mas que não satisfazem plenamente os critérios para um transtorno alimentar classificado; Síndrome do Comer Noturno Caracterizada pelo consumo excessivo de alimentos depois de uma refeição noturna; O indivíduo em geral tem pouco apetite durante o dia e sofre de insônia Ocorre em aproximadamente 2% da população em geral -> prevalência mais elevada em pacientes com insônia + obesidade (10-15%) + transtornos alimentares + outros transtornos psiquiátricos; Começa no início da idade adulta; Relacionada com os hormônios melatonina + leptina + grelina + cortisol; Características genéticas -> pacientes com a síndrome têm probabilidade 5x maior de ter um parente em primeiro grau com a mesma condição; Diagnóstico = episódios recorrentes de hiperfagia ou ingestão noturna + falta de desejo por comida pela manhã + insônia + sintomas devem persistir por pelo menos 3 meses e não podem ser secundários a outras condições clínicas ou mentais; Pacientes com a síndrome do comer noturno em geral consomem uma grande porção de sua ingestão calórica diária após a refeição da noite + possuem maior probabilidade de acordar durante a noite e de comer ao acordar; A ingestão noturna tende a ocorrer durante o sono do movimento não rápido dos olhos (não REM) e costuma ser de curta duração; Os pacientes também têm tendência a baixa eficiência do sono e acreditam que só conseguem dormir se comerem; Humor deprimido é comum entre os pacientes, especialmente durante a noite e a madrugada. Transtorno de Purgação Caracterizado pelo comportamento recorrente de purgação depois de consumir uma pequena quantidade de alimento em pessoas de peso normal que têm uma visão distorcida de seu peso ou de sua imagem corporal; O comportamento de purgação inclui vômito autoinduzido e abuso de laxantes, enemas e diuréticos; Para fazer o diagnóstico o comportamento não deve estar associado com anorexia nervosa; O transtorno de purgação é diferenciado da bulimia nervosa porque o comportamento de purgação ocorre depois da ingestão de pequenas quantidades de comida ou líquido, e não em consequência de um episódio de ingestão compulsiva; Os episódios de ingestão compulsiva devem ocorrer pelo menos uma vez por semana durante um período de três meses antes que o diagnóstico seja feito. Transtorno de Compulsão Alimentar Indivíduos engajados em compulsão alimentar recorrente, ingerindo uma quantidade anormalmente grande de comida em curto período de tempo; Pacientes não apresentam comportamento compensatório inapropriado após um episódio de compulsão alimentar (uso de laxantes) -> diferente da bulimia nervosa; Episódios de compulsão ocorrem privadamente + incluem alimentos com alto teor calórico = ao acontecerem a pessoa sente que não consegue controlar sua ingestão; Transtorno alimentar mais comum -> aparece em aproximadamente 25% dos pacientes que procuram atenção médica para obesidade e em 50 a 75% daqueles com obesidade grave (IMC > 40); Mais comum em mulheres (4%) do que em homens (2%). Etiologia = desconhecida -> estilos de personalidade impulsiva + extrovertida + pessoas que começam uma dieta com teor muito baixo de calorias = associadas ao transtorno; Também pode ocorrer compulsão alimentar durante períodos de estresse -> ela pode ser usada para reduzir a ansiedade ou aliviar humor deprimido; Para o diagnóstico de transtorno de compulsão alimentar, os episódios de compulsão devem ser caracterizados por quatro aspectos: (1) Comer de modo mais rápido do que o normal e até se sentir desconfortavelmente saturado; (2) Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome; (3) Comer sozinho; (4) Sentir-se culpado ou desgostoso com o episódio; ** Esses episódios devem ocorrer ao menos uma vez por semana durante três meses. Aproximadamente metade dos indivíduos com transtorno de compulsão alimentar é obesa + indivíduos obesos com transtorno de compulsão alimentar têm um início mais precoce de obesidade do que aqueles sem o transtorno; Existe maior probabilidade de pacientes com esse transtorno terem uma história de peso instável com episódios frequentes de oscilação do peso (ganho ou perda de mais de 10 kg); O transtorno pode estar associado à insônia + menarca precoce + dor no pescoço ou no ombro e na região lombar + dor muscular crônica + transtornos metabólicos; Transtorno de compulsão alimentar e bulimia nervosa compartilham a mesma característica central de compulsão alimentar recorrente -> o transtorno de compulsão alimentar é distinto da bulimia nervosa porque os pacientes com transtorno de compulsão alimentar não reportam comportamento compensatório recorrente como vômito + abuso de laxante + dieta excessiva; Esse transtorno é distinto da anorexia nervosa porque os pacientes não exibem um ímpeto excessivo por magreza e têm peso normal ou são obesos; A prevalência do transtorno de compulsão alimentar é mais elevada em populações acima do peso (3%) do que na população em geral (aproximadamente 2%); Indivíduos obesos com transtorno de compulsão alimentar têm maior ingestão calórica durante episódios de compulsão e não compulsão + maior patologia do transtorno alimentar (mais ingestão emocional, hábitos alimentares caóticos) + taxas mais altas de transtornos psiquiátricos co-mórbidos; Esse transtorno é mais prevalente nas famílias do que a obesidade. Obesidade grave = efeito de longo prazo em mais de 3% dos indivíduos com o transtorno; Tratamento Psicoterapia TCC = TTO psicológico mais efetivo para o transtorno de compulsão alimentar -> leva a reduções na compulsão alimentar e nos problemas associados (depressão); TCC combinada com tratamentos psicofarmacológicos (ISRSs) = mostra melhores resultados do que isoladamente; Exercícios demonstraram reduzir a compulsão alimentar quando associados com TCC; Psicoterapia interpessoal = demonstrou ser eficaz no tratamento do transtorno compulsivo alimentar -> a terapia foca mais nos problemas interpessoais que contribuem para o transtorno em vez de nos distúrbios do comportamento alimentar; Grupos de mútua ajuda Comedores Compulsivos Anônimos (CCA) = úteis para pacientes com transtorno de compulsão alimentar; Tratamento de obesidade moderada -> organizações como os Vigilantes do Peso podem ser extremamente úteis + não envolvem modismos comuns ou soluções rápidas. Farmacoterapia Sintomas de compulsão alimentar podem se beneficiar de tratamento medicamentoso com diversos ISRSs + desipramina + imipramina + sibutramina; Medicamentos ISRSs que demonstraram melhora no humor + na compulsão alimentar = fluvoxamina + citalopram + sertralina; Tratamento com ISRSs em alta dose (fluoxetina 60 a 100 mg) com frequência = resulta inicialmente em perda de peso -> a perda de peso em geral é de curta duração, mesmo quando o medicamento era continuado + o pesoretorna quando o uso é descontinuado; Anfetamina + drogas semelhantes a anfetamina podem ajudar = pouca utilidade a longo prazo; Medicamentos adicionados à TCC são mais eficazes do que o medicamento isoladamente; o TCC tem melhores resultados do que fluvoxamina ou desipramina como monoterapia para o transtorno de compulsão alimentar -> quando TCC foi usada em combinação com esses agentes é constatada maior melhora em termos de perda de peso (comparada ao uso isolado de TCC). Emanuelly Lopes Cardoso Anorexia Nervosa Conceito + Epidemiologia Síndrome caracterizada por 3 critérios essenciais: 1. Inanição autoinduzida até um grau significativo (um comportamento); 2. Busca incessante por magreza ou medo mórbido de engordar (psicopatologia); 3. Presença de sinais e sintomas resultante da inanição (sintomatologia fisiológica); Pode estar associada a distúrbios da imagem corporal - > indivíduo acha que é grande apesar da inanição médica óbvia; A distorção da imagem corporal é perturbadora quando presente -> não é patognomônica ou invariável ou necessária para o diagnóstico; Subtipos de anorexia nervosa (2): restritiva e compulsão alimentar purgativa -> em ambos o tema é a ênfase altamente desproporcional colocada na magreza como uma fonte vital = única fonte de autoestima -> o peso + a forma física = preocupação principal e desgastante (toma conta dos pensamentos + humor + comportamento durante o dia inteiro); Aproximadamente 50% das pessoas anoréxicas irá perder peso reduzindo de forma drástica sua ingestão alimentar + a outra metade fará dieta e se envolverá em compulsão alimentar seguida de comportamentos purgativos; Alguns pacientes rotineiramente purgam depois de ingerir pequenas quantidades de comida; Mais prevalente em mulheres do que em homens + em geral tem início na adolescência; Questões psicológicas relacionadas a sentimentos de desamparo + dificuldade em estabelecer autonomia = sugeridas como contribuintes para o desenvolvimento da condição; Podem ocorrer sintomas bulímicos como um transtorno separado (bulimia nervosa) ou como parte da anorexia nervosa -> as pessoas com um dos transtornos são excessivamente preocupadas com o peso, alimentos e a forma do corpo; O desfecho da anorexia nervosa varia de uma recuperação espontânea a um curso com aumento e diminuição na intensidade até a morte; Época mais comum de início = metade da adolescência + até 5% dos pacientes tem o início no começo da 2ª década de vida; Idade mais comum de início = entre 14 e 18 anos -> estima-se que a anorexia nervosa ocorra em aproximadamente 0,5 a 1% das meninas adolescentes; 10-20x mais frequente em mulheres do que em homens; Mais frequente em países desenvolvidos + pode ser mais observado entre mulheres jovens em profissões que requerem magreza (modelo ou bailarina); Etiologia Fatores biológicos + sociais + psicológicos estão implicados nas causas de anorexia nervosa; Taxas mais elevadas de concordância nos gêmeos homozigóticos do que nos gêmeos dizigóticos; Irmãs de pacientes com anorexia nervosa têm probabilidade de ser afetadas -> essa associação pode refletir influências sociais mais do que fatores genéticos; Neuroquimicamente = turnover + atividade reduzida da norepinefrina são sugeridos pelos níveis reduzidos de 3-metóxi-4-hidroxifenilglicol (MHPG) na urina e no líquido cerebrospinal (LCS) de alguns pacientes com anorexia nervosa; Relação inversa é vista entre MHPG e depressão nesses pacientes + um aumento no MHPG está associado a uma redução na depressão; Critérios Diagnósticos A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado. B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual. Determinar o subtipo: o Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas) + esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo; o Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa (vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Especificar se: o Em remissão parcial: Depois de terem sido preenchidos previamente todos os critérios para anorexia nervosa, o Critério A (baixo peso corporal) não foi mais satisfeito por um período sustentado, porém ou o Critério B (medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento que interfere no ganho de peso), ou o Critério C (perturbações na autopercepção do peso e da forma) ainda está presente. o Em remissão completa: Depois de terem sido preenchidos previamente todos os critérios para anorexia nervosa, nenhum dos critérios foi mais satisfeito por um período sustentado. Especificar a gravidade atual: o O nível mínimo de gravidade baseia-se, em adultos, no índice de massa corporal (IMC) atual ou, para crianças e adolescentes, no percentil do IMC. o Os intervalos abaixo são derivados das categorias da Organização Mundial da Saúde para baixo peso em adultos; para crianças e adolescentes, os percentis do IMC correspondentes devem ser usados. o O nível de gravidade pode ser aumentado de maneira a refletir sintomas clínicos, o grau de incapacidade funcional e a necessidade de supervisão. Leve: IMC ≥ 17 kg/m² Moderada: IMC 16-16,99 kg/m² Grave: IMC 15-15,99 kg/m² Extrema: IMC < 15 kg/m² Características clínicas A anorexia nervosa está presente quando: (1) O indivíduo voluntariamente reduz e mantém um grau doentio de perda de peso ou não consegue ganhar peso proporcional ao crescimento; (2) O indivíduo experimenta um medo intenso de engordar, tem uma busca incessante por magreza apesar da inanição médica óbvia, ou ambos; (3) O indivíduo experimenta sintomatologia médica significativa relacionada à inanição, de forma frequente, mas não exclusiva, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas; (4) Os comportamentos e a psicopatologia estão presentes por pelo menos três meses; Se o paciente estiver vomitando uma alcalose hipocalêmica pode estar presente + na maioria dos pacientes está desidratada = os níveis de eletrólitos séricos devem ser determinados no início e periodicamente + poderá ser necessária hospitalização para lidar com as complicações clínicas. Curso E Prognóstico Curso = varia muito -> o paciente pode apresentar recuperação espontânea sem TTO ou recuperação depois de uma variedade de TTOs ou curso flutuante de ganhos de peso seguido por recaída ou curso de deterioração gradual resultando em morte causada por complicações da inanição; Pacientes com subtipo restritivo possuem menor probabilidade de se recuperar do que pacientes com subtipo de compulsão alimentar- purgação; Pacientes que recuperaram peso suficiente com frequência continuam a ter preocupação com alimentos + com seu peso corporal + têm relações sociais pobres + exibem depressão; Prognóstico não é bom -> variaçãona taxa de mortalidade = 5-18%; Indicadores de resultado favorável = admissão da fome + redução da negação e imaturidade + melhora na autoestima; Fatores como neuroticismo infantil + conflito parental + bulimia nervosa + vômitos + abuso de laxativos + várias manifestações comportamentais (sintomas obsessivo- compulsivos, histéricos, depressivos, psicossomáticos, neuróticos e de negação) = relacionados a um mau prognóstico; Aproximadamente 50% das pacientes com anorexia nervosa acabará tendo os sintomas de bulimia -> geralmente no primeiro ano após o início da anorexia. Subtipos Restrição alimentar Presente em 50% dos casos Ingestão alimentar = muito restrita (em geral com tentativas de consumir menos de 300 a 500 calorias por dia e nenhum grama de gordura) Paciente pode ser incansável + compulsivamente hiperativo + com lesões esportivas por esforço excessivo; Pacientes com traços obsessivo-compulsivos em relação a comida e outros assuntos; Purgação Indivíduos alternam tentativas de dieta rigorosa com compulsão intermitente ou episódios de purgação; A purgação representa uma compensação secundária para as calorias indesejadas + muitas vezes realizada por meio de vômito autoinduzido + uso de laxantes + menos frequentemente por diuréticos + algumas vezes com eméticos; Existem casos de purgação repetitiva sem compulsão alimentar prévia, após a ingestão de bem poucas calorias; Indivíduos com compulsão e purgação são propensos a ter famílias nas quais alguns membros são obesos + eles mesmos têm histórias de maior peso corporal antes do transtorno do que as pessoas com o tipo restritivo; Pessoas com compulsão alimentar-purgação têm maior probabilidade de estar associadas a abuso de substância + transtornos do controle de impulsos + transtornos da personalidade; Algumas com anorexia nervosa podem purgar, mas não têm compulsão; Ambos os tipos podem ser socialmente isolados + com sintomas de transtorno depressivo + diminuição do interesse sexual + exercício em excesso e traços perfeccionistas são comuns em ambos os tipos; Emanuelly Lopes Cardoso Diagnóstico Diferencial DD da anorexia nervosa = complicado pela negação dos sintomas por parte das pacientes + pelo sigilo em torno de seus rituais alimentares + por sua resistência em procurar tratamento + pode ser difícil identificar o mecanismo da perda de peso + os pensamentos ruminativos associados da paciente sobre distorções da imagem corporal; Clínicos devem averiguar se o paciente tem alguma doença clínica que possa justificar a perda de peso (tumor cerebral ou câncer); Perda de peso + comportamentos alimentares peculiares + vômitos = podem ocorrer em diversos transtornos mentais; Transtornos depressivos + anorexia nervosa = tem várias características em comum -> sentimentos depressivos + crises de choro + distúrbios do sono + ruminações obsessivas + pensamentos suicidas ocasionais + os dois transtornos têm várias características distintivas: o Paciente com transtorno depressivo tem apetite reduzido + paciente com anorexia nervosa afirma ter apetite normal e sentir fome (somente nos estágios graves as pacientes realmente possuem redução no apetite); o Pacientes depressivos = agitação depressiva + pacientes com anorexia = hiperatividade planejada e ritualística; o Preocupação com receitas + conteúdo calórico dos alimentos + preparo de banquetes gourmet = típica de pacientes com anorexia nervosa, mas está ausente nos que sofrem de um transtorno depressivo; o Transtornos depressivos = os pacientes não têm medo intenso da obesidade ou perturbação da imagem corporal; Flutuações no peso + vômitos + manejo peculiar do alimento = podem ocorrer no transtorno de sintomas sintomáticos; o Raras vezes uma paciente preenche os critérios diagnósticos tanto para transtorno de sintomas somáticos como para anorexia nervosa -> nesse caso, os dois diagnósticos devem ser feitos; o A perda de peso no transtorno de sintomas somáticos não é tão grave quanto na anorexia nervosa + nem uma paciente com transtorno de sintomas somáticos expressa um temor mórbido de se tornar obesa, como é comum naquelas com anorexia nervosa; o Amenorreia por três meses ou mais é incomum no transtorno de sintomas somáticos; Esquizofrenia = nesses pacientes os delírios sobre comida raramente estão relacionados ao conteúdo calórico + é mais provável que acredite que o alimento esteja envenenado + esses indivíduos raramente têm preocupação com a possibilidade de se tornarem obesos + não apresentam a hiperatividade que é vista naqueles com anorexia nervosa + pacientes com esquizofrenia têm hábitos alimentares bizarros, mas não a síndrome inteira da anorexia nervosa; A anorexia nervosa deve ser diferenciada da Bulimia nervosa = transtorno no qual ocorre compulsão alimentar episódica, seguida de humor deprimido, pensamentos autodepreciativos e vômito autoinduzido, enquanto os pacientes mantêm seu peso em uma variação normal + pacientes com bulimia nervosa raramente perdem 15% de seu peso, mas as duas condições com frequência coexistem. Tratamento Em vista das complicadas implicações psicológicas e médicas da anorexia nervosa, é recomendado um plano de tratamento abrangente, incluindo hospitalização (quando necessário) + terapia individual e familiar -> são usadas abordagens: comportamental + interpessoal + cognitiva -> podendo ser indicada medicação. Hospitalização Primeira preocupação no TTO da AN = recuperar o estado nutricional das pacientes -> desidratação + inanição + desequilíbrio eletrolítico = podem comprometer a saúde + levar a morte; Decisão de hospitalizar uma paciente = condição médica da paciente + quantidade de estrutura necessária para assegurar sua cooperação; Programas com internação hospitalar o Pacientes com AN que estejam 20% abaixo do peso esperado para sua altura Pacientes com 30% abaixo do esperado = hospitalização psiquiátrica por 2-6 meses; Programas com internação psiquiátrica o Usam combinações de uma abordagem de manejo comportamental + psicoterapia individual + educação + terapia familiar + medicamentos psicotrópicos (alguns casos); o Sucesso do TTO = promovido pela habilidade dos membros da equipe de manter uma abordagem firme + apoiadora das pacientes, por meio de combinação de reforçadores positivos (elogio) + reforços negativo (restrição de exercícios); o É necessário flexibilidade -> individualização do tratamento que atenda às necessidades + capacidades cognitivas das pacientes; o Pacientes -> devem ser participantes abertas ao TTO que haja sucesso a longo prazo -> a maioria não está interessada em TTO psiquiátrico + resiste a ela -> vão ao médico contrariadas e levadas por parentes ou amigos -> as pacientes raramente aceitam a recomendação de hospitalização sem discutir ou criticar o programa proposto; o Enfatizar os benefícios = alívio da insônia e dos sinais e sintomas depressivos -> internação voluntária; o Apoio + confiança dos parentes no médio e na equipe = essenciais quando devem ser executadas recomendações rigorosas; o Internação compulsória ou involuntária deve ser feita somente quando houver risco de morte em razão de complicações da desnutrição; Manejo hospitalar As considerações a seguir aplicam-se ao manejo geral de pacientes com AN durante um programa de tratamento com hospitalização: As pacientes devem ser pesadas diariamente -> início da manhã depois de esvaziarem a bexiga; Ingestão diária de líquidos + débito urinário -> devem ser registrados; Episódios de vômitos -> monitorar os níveis séricos de eletrólitos + atentar para hipocalcemia; Como o alimento é com frequência regurgitado depois das refeições, a equipe deve controlar o vômito tornando o banheiro inacessível por pelo menos 2 horas após as refeições ou com o acompanhamento de um atendente no banheiro para impedir aoportunidade de vomitar; Constipação melhora quando as pacientes começam a comer normalmente -> às vezes podem ser dados amaciantes de fezes (nunca laxativos); Diarreia = pacientes fazendo uso clandestino de laxativos; Rara complicação de dilatação do estômago + possibilidade de sobrecarga circulatória quando as pacientes começam a ingestão imediata de uma quantidade enorme da calorias - > equipe hospitalar deve lhes dar cerca de 500 calorias acima da quantidade necessária para manter seu peso atual (via de regra 1.500 a 2.000 calorias por dia) -> deve-se distribuir as colorias em 6 refeições durante todo o dia; Suplemento alimentar líquido (Sustagem) -> pacientes ficam menos apreensivas com o fato de ganharem peso lentamente com a fórmula; Depois que recebem alta do hospital, os clínicos costumam achar necessário continuar com supervisão ambulatorial dos problemas identificados nas pacientes e em suas famílias. Psicoterapia Terapia cognitivo-comportamental Pode ser aplicada no contexto hospitalar ou ambulatorial + são eficazes para indução de ganho de peso; Monitoramento = essencial -> pacientes são ensinadas a monitorar sua ingestão alimentar + seus sentimentos e emoções + comportamentos de compulsão e purga + seus problemas nas relações interpessoais; Aprendem a reestruturação cognitiva para identificar pensamentos automáticos e desafiar suas crenças pessoais; Solução de problemas = método específico em que aprendem a refletir e a criar estratégias para lidar com seus problemas interpessoais e relacionados à comida + a vulnerabilidade das pacientes em depender do comportamento anoréxico como um meio de enfrentamento pode ser trabalhada se conseguirem aprender a usar essas técnicas de forma eficaz. Psicoterapia dinâmica Psicoterapia dinâmica suportiva-expressiva -> usada no TTO de pacientes com AN (a resistência torna o processo dificil + trabalhoso); Pacientes que encaram seus sintomas como a essência de sua excepcionalidade -> terapeutas devem evitar o investimento excessivo em tentar mudar o comportamento alimentar; Fase inicial do processo psicoterápico = deve ser direcionada para o desenvolvimento de uma aliança terapêutica -> as pacientes podem vivenciar interpretações precoces como se outra pessoa estivesse lhes dizendo o que realmente sentem e minimizando e invalidando suas próprias experiências; Terapeutas que empatizam com o ponto de vista das pacientes e assumem um interesse ativo no que elas pensam e sentem lhes transmitem a noção de que sua autonomia é respeitada; Os psicoterapeutas devem ser flexíveis + persistentes + estáveis diante das tendências das pacientes a frustrar os esforços empregados para ajudá-las. Terapia familiar Análise familiar = deve ser realizada com todos os pacientes com AN que morem com suas famílias -> base para um julgamento clínico sobre o tipo de terapia ou aconselhamento familiar recomendado; Quando a terapia familiar não é possível os aspectos das relações familiares podem ser abordados na terapia individual; Sessões de aconselhamento breves com os membros da família imediata é a dimensão necessária da terapia familiar. Farmacoterapia Estudos farmacológicos ainda não identificaram medicamentos que produzam uma melhora definitiva dos sintomas centrais da anorexia nervosa; Alguns relatos apoiam o uso de ciproeptadina = droga com propriedades anti-histamínicas e antisserotonérgicas -> para pacientes com o tipo restritivo de anorexia nervosa + também foi reportado algum benefício com amitriptilina; Medicamentos que foram experimentados por pacientes com AN com resultados variáveis incluem clomipramina, pimozida e Clorpromazina; Fluoxetina = em alguns relatos houve de ganho de peso + agentes serotonérgicos podem produzir respostas positivas em alguns casos; Pacientes com AN + transtornos depressivos coexistentes -> a condição depressiva deve ser tratada; Preocupações acerca do uso de drogas tricíclicas em pacientes deprimidas e de baixo peso com anorexia nervosa = estes pacientes podem ser vulneráveis a hipotensão, arritmia cardíaca e desidratação; Depois que foi atingido um estado nutricional adequado, o risco de efeitos adversos graves por drogas tricíclicas pode reduzir + em algumas pacientes, a depressão melhora com o ganho de peso e com o estado nutricional normalizado. Emanuelly Lopes Cardoso Bulimia Nervosa Conceito e Epidemiologia BN = episódios de compulsão alimentar + formas inapropriadas de interromper o ganho de peso; Desconforto físico (dor abdominal ou náusea) interrompe a compulsão alimentar que é acompanhada de sentimentos de culpa + depressão + autoindignação; Pacientes com BN em geral mantêm um peso corporal normal; Para algumas pacientes a BN é uma tentativa fracassada de AN = compartilham o objetivo de ficarem muito magras -> mas essas pacientes possuem menos capacidade de manter uma semi-inanição prolongada ou fome extrema; Para algumas pacientes a compulsão alimentar é = ingestão forçada de ceder aos ataques de fome gerados pelo esforço de restringir a ingestão visando manter um nível de magreza socialmente desejável + outras usam a compulsão alimentar como forma de se automedicar em momentos de sofrimento emocional; Independentemente da razão = a compulsão alimentar provoca pânico quando os indivíduos percebem que sua ingestão alimentar está fora de controle + a compulsão alimentar indesejada leva a tentativas secundárias de evitar o ganho de peso temido por meio de uma variedade de comportamentos compensatórios (purgação ou exercícios em excesso); BN = mais prevalente do que a AN + estimativas variam de 1-4% em mulheres jovens; BN = mais comum em mulheres + início costuma ser no fim da adolescência e começo da idade adulta; Cerca de 20% das estudantes universitárias experimentam sintomas bulímicos transitórios em algum momento durante a época da universidade; Frequentemente presente em mulheres jovens com peso normal -> pode estar presentes naquelas com história de obesidade; Países industrializados -> prevalência de 1% na população geral. Etiologia Fatores biológicos Associação dos ciclos de compulsão e purgação com neurotransmissores -> antidepressivos beneficiam pacientes com BN + serotonina está associada à saciedade - > serotonina + norepinefrina foram implicadas; Os níveis plasmáticos de endorfina são elevados em algumas pacientes com BN que vomitam -> sentimento de bem-estar após o vômito pode ser mediado pela elevação dos níveis de endorfina; Frequência aumentada de BN em parentes de 1ºgrau de pessoas com o transtorno; Pesquisas recentes usando exame de imagem por ressonância magnética (RM) sugerem que o comer excessivo na bulimia nervosa pode resultar de uma percepção exagerada dos sinais de fome relacionados ao gosto doce mediados pela região insular anterior direita do cérebro. Fatores sociais Pacientes com BN tendem a ser pessoas com alto desempenho e a respondem às pressões sociais de ser esbeltas + são deprimidas + tem maior depressão familiar; As famílias de pessoas com BN em geral são menos próximas + conflituosas (comparadas com as de AN) -> pacientes descrevem seus pais como negligentes ou rejeitadores. Fatores psicológicos Pacientes com BN tem dificuldades com as demandas da adolescência + são extrovertidas + irritadas + impulsivas do que aquelas com AN; Dependência de álcool + furtos em lojas + labilidade emocional (incluindo tentativas de suicídio) estão associados com bulimia; Essas pessoas em geral experimentam seu hábito de comer descontrolado como mais egodistônico do que as com anorexia e procuram ajuda mais prontamente; Pacientes com bulimia nervosa carecem do controle do superego e da força de ego das suas contrapartidas com anorexia nervosa; Suas dificuldades nocontrole dos impulsos são manifestadas por dependência de substância + relações sexuais autodestrutivas + compulsão alimentar e purga que caracterizam o transtorno; Muitas pacientes com bulimia nervosa têm história de dificuldades de separação dos cuidadores, manifestadas pela ausência de objetos transicionais durante seus primeiros anos na infância + essas pacientes usam o próprio corpo como objeto transicional; O esforço pela separação de uma figura materna é encenado na ambivalência em relação à comida = comer representa um desejo de se fundir com o cuidador + regurgitar expressa inconscientemente um desejo de separação. Critérios Diagnósticos A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos seguintes aspectos: 1. Ingestão, em um período de tempo determinado (dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. 2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto está ingerindo). B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso. C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses. D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. Especificar se: o Em remissão parcial: Depois de todos os critérios para bulimia nervosa terem sido previamente preenchidos, alguns, mas não todos os critérios, foram preenchidos por um período de tempo sustentado. o Em remissão completa: Depois de todos os critérios para bulimia nervosa terem sido previamente preenchidos, nenhum dos critérios foi preenchido por um período de tempo sustentado. Especificar a gravidade atual: o O nível mínimo de gravide baseia-se na frequência dos comportamentos compensatórios (ver a seguir). o O nível de gravidade pode ser elevado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade funcional. Leve: Média de 1 a 3 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Moderada: Média de 4 a 7 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Grave: Média de 8 a 13 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Extrema: Média de 14 ou mais comportamentos compensatórios inapropriados por semana. Características Clínicas A bulimia nervosa está presente quando: (1) Episódios de compulsão alimentar ocorrem com relativa frequência (1x por semana ou mais) por pelo menos três meses; (2) São praticados comportamentos compensatórios depois da compulsão alimentar para impedir o ganho de peso, sobretudo vômito autoinduzido, abuso de laxativos, diuréticos, enemas, abuso de eméticos (80% dos casos) e, menos comumente, dieta severa com exercícios extenuantes (20% dos casos); (3) O peso não é reduzido de forma drástica como na anorexia nervosa; (4) Paciente tem um medo mórbido de obesidade, um ímpeto incessante pela magreza, ou ambos, e uma autoavaliação desproporcional que depende do peso e da forma corporal. Ao fazer um diagnóstico de bulimia nervosa deve-se explorar a possibilidade de que a paciente tenha passado por um episódio anterior breve ou prolongado de anorexia nervosa (50% dos casos de BN); A compulsão alimentar precede o comportamento de vomitar em cerca de 1 ano; Vômitos = comuns + costumas ser induzidos (inserção de 1 dedo no fundo da garganta + alguns pacientes conseguem vomitar quando querem) + reduz a dor abdominal e a sensação de inchaço + permite que continuem a comer sem medo de ganhar peso + o conteúdo ácido do vômito pode causar danos ao esmalte do dente (achado comum nesses pacientes) + depressão (angústia pós-compulsão) segue ao episódio; Durante os episódios de compulsão alimentar as pacientes comem doces + alimentos com alto teor calórico + macios ou texturizados (bolos e massas) + algumas preferem alimentos volumosos (não se leva em conta o sabor) -> o alimento é comido rápido às escondidas e às vezes não é nem mastigado; Pacientes podem estar com peso normal/ abaixo do peso ou sobrepeso -> são preocupadas com sua imagem corporal + aparência + com a forma como os outros as veem + com sua atividade sexual (a maioria é sexualmente ativa) Pica + discussões durante as refeições são reveladas nas histórias de pacientes com bulimia nervosa; A bulimia nervosa ocorre em pessoas com altas taxas de transtornos do humor + transtornos do controle de impulsos + naquelas em risco de transtornos relacionados ao uso de substância + variedade de transtornos da personalidade -> pacientes com essa condição também têm taxas mais elevadas de transtornos de ansiedade, transtorno bipolar I, transtornos dissociativos e história de abuso sexual. Emanuelly Lopes Cardoso Subtipos Tipo purgativo o Pacientes que regularmente se engajam em vômito autoinduzido ou no uso de laxantes diuréticos; o Pacientes podem ter um curso diferente daquelas que têm compulsão alimentar e depois fazem dieta ou exercícios; o Pacientes podem estar em risco para certas complicações médicas = hipocalemia por vômito ou abuso de laxativos + alcalose hipoclorêmica; o Aquelas que vomitam repetidamente estão em risco de rupturas gástricas ou esofágicas (complicações raras). Tipo não purgativo o Tendem a ter menos perturbação de imagem corporal + menos ansiedade em relação à alimentação; o Tendem a ser obesas o Usam dieta restritiva + jejum + exercícios vigorosos -> mas não se engajem com regularidade em purga; Diagnóstico Diferencial O diagnóstico de bulimia nervosa não pode ser feito se os comportamentos de compulsão alimentar e purgação ocorrerem exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa -> nesses casos o diagnóstico = anorexia nervosa, tipo compulsão alimentar purgativa; Deve-se certificar que a paciente não têm doença neurológica (convulsões/epilepsia + tumores do SNC + síndrome de Klüver-Bucy + síndrome de Kleine-Levin); o Síndrome de Klüver-Bucy = agnosia visual + lamber e morder + exame de objetos por meio da boca + incapacidade de ignorar qualquer estímulo + comportamento sexual alterado (hipersexualidade) + hábitos alimentares alterados (hiperfagia) -> síndrome rara e improvável que cause problema no DD; o Síndrome de Klein-Levin = hipersonia periódica durando de 2-3 semanas + hiperfagia + início na adolescência + mais comum em homens; Pacientes com BN + transtorno afetivo sazonal concomitante + padrões de depressão atípica (com ingestão excessiva + sono excessivo em meses com pouca luz) podem manifestar piora sazonal com características de bulimia nervosa + depressivas -> os ataques costumas ser muito mais graves durante os meses do inverno + terapia com luz brilhante pode ser útil no TTO; Cerca de 15% das pacientes com BN apresentam múltiplos comportamentos compulsivos comórbidos = abuso de substância + falta de capacidade de se concentrar em áreas diversas (adm do próprio dinheiro - > compras impulsivas e compulsivas) + em relações sexuais (vínculos passionais breves e promiscuidade) + exibem automutilação + emoções caóticas + padrões de sono caóticos -> satisfazem os critérios para transtorno da personalidade borderline e outros transtornos mistos da personalidade e transtorno bipolar II. Tratamento Maioria dos pacientes em BN não complicada não requer hospitalização -> essas pacientes não são sigilosas em relação a seus sintomas quanto as com AN -> TTO ambulatorialnão é difícil + a psicoterapia é frequentemente turbulenta e prolongada; Pacientes obesas com bulimia que fizeram psicoterapia prolongada obtiveram bons resultados; Quando a compulsão alimentar está fora de controle o tratamento ambulatorial não funciona ou a paciente exibe sintomas adicionais (suicidalidade e abuso de substância) = a hospitalização pode se fazer necessária; Distúrbios eletrolíticos e metabólicos resultantes de purgação intensa podem precisar de atendimento hospitalar. Psicoterapia Terapia cognitivo-comportamental TCC = deve ser considerada como TTO de referência/ de 1ªlinha para BN; Inclui cerca de 18-20 sessões por 5-6 meses; Implementa inúmeros procedimentos cognitivos e comportamentais para: (1) Interromper o ciclo comportamental autossustentável de compulsão alimentar e dieta (2) Alterar as cognições disfuncionais do indivíduo; crenças sobre comida, peso, imagem corporal + autoconceito global. Psicoterapia dinâmica Sucesso limitado + as formulações psicodinâmicas revelaram uma tendência a concretizar mecanismos de defesa introjetivos e projetivos; As pacientes dividem o alimento em 2 categorias = (1) itens que são nutritivos + (2) aqueles que não são saudáveis; (1) Pode ser ingerido e retido porque de forma inconsciente simboliza boas introjeções -> são expelidos por mio de vômito com a fantasia inconsciente de que toda a destrutividade + o ódio + a maldade estão sendo evacuados -> as pacientes podem se sentir temporariamente bem depois de vomitar devido à evacuação fantasiada, mas o sentimento associado de “estar tudo bem” dura pouco porque tem como base uma combinação instável de cisão e projeção. Outras modalidades Novas formas de administrar + facilitar a terapia cognitivo-comportamental é eficaz para bulimia nervosa; Algumas foram incorporadas a programas de “cuidados graduais”, incluindo plataformas baseadas na internet, programas facilitados por computador, programas melhorados por e-mail e administração de terapia cognitivo-comportamental via telemedicina até áreas remotas. Farmacoterapia Medicamentos antidepressivos (ISRSs + fluoxetina) = úteis no tratamento da bulimia -> elevação dos níveis centrais de 5-hidroxitriptamina; Medicamentos antidepressivos podem reduzir a compulsão alimentar + purgação independente da presença de transtorno do humor -> são usados com sucesso para ciclos de compulsão-purga que não respondem a psicoterapia isolada; Imipramina + desipramina + trazodona + inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) = úteis; A maioria dos antidepressivos tem sido efetiva em dosagens que costumas ser usadas no TTO de T. depressivos; Fluoxetina = dosagens mais elevadas (60-80mg/dia) -> útil em pacientes com T. depressivo + BN comórbidos; Carbamazepina + lítio = não apresentaram resultados expressivos como TTO para compulsão alimentar -> mas são usados no tratamento de bulimia nervosa com transtornos do humor comórbidos, como transtorno bipolar I; O uso de antidepressivos de forma isolada resulta em uma taxa de 22% de abstinência da compulsão alimentar e purgação + alguns estudos mostram que TCC e medicamentos são a combinação mais eficaz. Comorbidades psiquiátricas e suas complicações clínicas Condições psiquiátricas comórbidas associadas com anorexia nervosa Diagnóstico Anorexia nervosa tipo restritiva (%) Anorexia nervosa tipo compulsão alimentar purgativa (%) Qualquer transtorno afetivo 57 100 Transtorno depressivo intermitente 29 44 Depressão maior 57 66 Depressão menor 0 11 Mania/hipomania 0 33 Qualquer transtorno de ansiedade 57 67 Transtorno fóbico 43 11 Transtorno do pânico 29 22 Transtorno de ansiedade generalizada 14 11 TOC 14 56 Abuso/dependência de substância 14 33 Droga 14 22 Álcool 0 33 Esquizofrenia 0 0 Obsessão pelo próprio peso Medo de ganhar peso + ficar obeso = presente em todos os indivíduos com o transtorno -> contribui para a falta de interesse + resistência à terapia; Pessoas com esse transtorno se recusam a fazer refeições com sua família ou em lugares públicos + perdem peso reduzindo drasticamente sua ingestão alimentar total ou com a diminuição desproporcional dos alimentos com alto teor de carboidratos e gordura; Compulsão alimentar Alguns pacientes não conseguem controlar de forma contínua sua restrição voluntária de ingestão alimentar = possuem ataques de compulsão alimentar -> ocorrem em segredo + em à noite + com frequência são seguidos de vômito autoinduzido; Emanuelly Lopes Cardoso Uso de medicamentos + Obsessão por exercícios Pacientes abusam de laxantes + diuréticos para perder peso + exercícios ritualísticos + andar de bicicleta + caminhar e correr excessivamente = atividades comuns; Alguns pacientes induzem vômito ou abusam de purgativos e diuréticos -> motivo de preocupação relacionada com alcalose hipocalêmica; Também pode ser observado prejuízo na eliminação de água (diurese); Recusa alimentar Comportamento peculiar em relação à comida = escondem comida por toda casa + carregam grandes quantidades de doces nos bolsos e em bolsas + quando estão fazendo as refeições tentam se livrar da comida (escondem em guardanapos ou nos bolsos) + cortam a carne em pequenos pedaços e passam grande parte do tempo reorganizando-os no prato -> quando confrontados por seu comportamento peculiar = negam que ele seja estranho ou recusam-se discutir o assunto; Comportamento obsessivo-compulsivo + depressão + ansiedade = outros sintomas psiquiátricos Pacientes = são rígidos e perfeccionistas + queixas somáticas (desconforto epigástrico) são comuns; Pode ocorrer roubo compulsivo -> em geral de doces e laxantes + ocasionalmente de roupas ou outros itens; Pessoas com anorexia nervosa têm altas taxas de transtorno depressivo maior comórbido + foi relatado transtorno depressivo maior ou transtorno distímico em até 50% dos pacientes com anorexia nervosa; A taxa de suicídio é mais alta em pessoas com anorexia nervosa do tipo compulsão alimentar-purgação do que naquelas com o tipo restritivo; Indivíduos com anorexia nervosa são frequentemente reservados + negam seus sintomas + resistem ao tratamento; Pobre ajustamento sexual Comum nos indivíduos com esse transtorno; Muitos adolescentes com anorexia nervosa têm seu desenvolvimento psicossocial atrasado + em adultos -> interesse por sexo acentuadamente reduzido acompanha o início do problema; Minoria dos pacientes = histórico pré-mórbido de promiscuidade + abuso de substância ou ambos -> durante o transtorno apresentam redução no interesse por sexo; Perda ponderal de peso Os pacientes em geral recebem atenção médica quando sua perda de peso se torna aparente; À medida que ela fica mais profunda aparecem sinais físicos = hipotermia (em torno de 35° C) + edema dependente + bradicardia + hipotensão + lanugem (aparecimento de pelo semelhante ao do período neonatal) + variedade de alterações metabólicas; Amenorreia Surge antes que a perda de peso seja perceptível em até 1/3 das pacientes + pode persistir até a recuperação de um peso mínimo saudável; Pode ocorrer também nos pacientes de peso normal que apresentem BN Alteração do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal = mesmo em pacientes com peso adequado devido à redução na pulsatilidade da gonadorelia (LHRH) + consequente diminuição dos níveis de hormônio luteinizante (LH) + hormônio folículo estimulante (FSH) + estradiol -> quadro de hipogonadismo hipogonadotrófico com irregularidade menstrual conduzindo a amenorreia; Pode ser acompanhada de várias anormalidades: regressão dos ovários para estágios pré-puberais com múltiplos pequenos folículos + regressão do tamanho mamário + perda parcial dos pelos pubianos + o útero encontra-se diminuído + observam-se mudanças atróficas na parede vaginal levando a dispareunia e diminuiçãoda libido; Infertilidade = pode ocorrer -> porém ovulações ocasionais podem acontecer; A percentagem de gordura é determinante da menarca (acima de 17% de gordura corporal), sendo a leptina provavelmente o elo entre o tecido adiposo e o eixo gonadal -> foram relatados níveis reduzidos de leptina na AN -> seus níveis se correlacionam com a massa de tecido adiposo; o Leptina = controla a função reprodutiva + a ingestão alimentar (ação hipotalâmica) + tem efeito modulador na reprodução + contribui para anovulação na NA; AN no sexo masculino = acompanhada de níveis baixos de testosterona, FSH e LH, associados a uma redução do volume testicular com oligo ou azospermia + redução da libido (pode persistir mesmo após a recuperação do peso corporal) Alterações endócrinas são encontradas tanto em pacientes com AN quanto com BN -> a observação de uma menor gravidade das complicações na BN pode ser explicada pela ausência de perda de peso significativa nos pacientes. Desnutrição Pacientes apresentam níveis diminuídos de IGF-I; Há uma resposta exagerada do TSH ao hormônio liberador de tireotrofina (TRH); A redução dos níveis de T3, provavelmente ocorre por uma redução na conversão periférica de T3 à T4 como mecanismo adaptativo à desnutrição + clinicamente o paciente pode apresentar: pele seca e amarelada (hipercarotenemia) + constipação + intolerância ao frio +bradicardia + aumento do tempo de relaxamento do reflexo Aquileu; Hipocalemia = fraqueza + confusão + náusea +palpitações + arritmia +poliúria +dor abdominal + constipação; Hiperfosfatemia; Pêlos e cabelos = encontram-se ralos, finos e opacos, muitas vezes quebradiços e avermelhados; A desnutrição decorrente da AN pode conduzir à atrofia do músculo cardíaco e a uma redução da massa ventricular esquerda com consequente desenvolvimento de prolapso mitral; A má nutrição reduz a formação nova de osso (“turnover”), que associada à puberdade atrasada decorrente da redução do estrogênio endógeno + ao hipercortisolismo + à diminuição da ingestão de cálcio, proteínas e vitamina D = favorecem à queda da densidade mineral óssea, levando a uma diminuição ou suspensão do crescimento ósseo linear; Agressividade Falha nos mecanismos de controle da impulsividade -> desencadeando inabilidade nas expressões afetivas + reações de cólera + descargas impulsivas (podem ser voltadas tanto para o meio externo como para o próprio organismo); O controle de impulsos dos pacientes é deficitário + podendo ocorrer episódios de auto e hetero agressividade -> colocam em risco tanto a própria integridade física como das pessoas do ambiente circundante; São pessoas com autoestima rebaixada, que sofrem de intensa distorção da imagem corporal e sentimentos de desesperança Alterações cardiovasculares Alterações eletrocardiográficas (ECG) = achatamento ou a inversão da onda T + depressão do segmento ST + prolongamento do intervalo QT = são observadas no estágio emaciado da anorexia nervosa; As alterações no ECG também podem resultar da perda de potássio -> pode levar à morte; Dilatação gástrica = complicação rara desse transtorno. Em alguns pacientes, a aortografia apresentou uma síndrome da artéria mesentérica superior. Complicações médicas dos transtornos alimentares Transtorno e sistema afetado Consequência Anorexia Nervosa Sinais vitais Bradicardia, hipotensão com acentuadas alterações ortostáticas, hipotermia, poiquilotermia Geral Atrofia muscular, perda de gordura corporal Sistema nervoso central Atrofia cerebral generalizada, com ventrículos aumentados, diminuição da massa cortical, convulsões, eletrencefalograma anormal Cardiovascular Edema periférico (inanição), diminuição no diâmetro cardíaco, estreitamento da parede ventricular esquerda, resposta reduzida às demandas de exercícios, síndrome da artéria mesentérica superior Renal Azotemia pré-renal Hematológico Anemia resultante de inanição, leucopenia, medula óssea hipocelular Gastrintestinal Esvaziamento gástrico retardado, dilatação gástrica, lipase e lactase intestinal reduzidas Metabólico Hipercolesterolemia, hipoglicemia não sintomática, enzimas hepáticas elevadas, densidade mineral óssea reduzida Endócrino Baixo nível de hormônio luteinizante e de hormônio folículo- estimulante, baixo nível de estrogênio ou testosterona, tiroxina baixa/normal, baixa tri-iodotironina, tri-iodotironina reversa aumentada, cortisol elevado, hormônio do crescimento elevado, diabetes insípido parcial, prolactina aumentada Bulimia Nervosa e compulsão alimentar e anorexia nervosa tipo purgativa Metabólico Alcalose e acidose hipocalêmica, hipocloremia, desidratação Renal Azotemia pré-renal, insuficiência renal aguda e crônica Cardiovascular Arritmias, toxicidade miocárdica por emetina (ipeca) Dentário Perda do esmalte na superfície da língua, múltiplas cáries Gastrintestinal Glândulas parótidas inchadas, níveis elevados de amilase sérica, distensão gástrica, síndrome do intestino irritável, melanose coli devida a abuso de laxantes Musculoesquelético Cãibras, tetania
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