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Sintomas e Tratamentos de Doenças Comuns em Crianças

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Doenças/ problemas 
	
	Sintomas|Diagnósticos
	Tratamento
	
Eczema atópico
	Dermatite inflamatória pruginosa cronica e recorrente mais comum em idade pediátrica
Inicio geralmente antes dos 5 anos e a prevalência é ligeiramente superior nas meninas 
	Xerose
Ictiose vulgar 
Querotose Pilar
Hiperlinearidde paloplantar 
Distribuição de acordo com a idade:
< 2 anos: lesões agudas; ++couro cabeludo, pescoço, tronco, face extensora do membros
• 2-12 anos: lesões exsudativas; face flexora dos membros, áreas periorificiais
• > 12 anos: lesões subagudas e liquenificadas; ++ face flexora
	• Banhos curtos, água tépida
• Evitar roupa de lã (preferir algodão), tecidos não transpiráveis, pó doméstico, peluches
• Gel de banho e emolientes suaves, sem parabenos e sem perfumes (aplicação diária após o banho)
• Evitar factores desencadeantes
• Terapêutica tópica anti-inflamatória (dermocorticóides) em SOS
• Terapêutica sistémica (em casos selecionados)
	Convulsões Febris
	≠ de epilepsia
• Convulsão em associação com doença febril, na ausência de infecção do SNC, em crianças com mais de
1 mês de idade, sem convulsões apiréticas prévias
• São os síndromes electroclínicos mais frequentes da infância
• Temperatura elevada (>38,4º) num período de 24h antes ou depois da convulsão
• 6 meses – 5 anos; pico de incidência aos 18 meses (até 4% das crianças terão uma convulsão febril)
Simples: Tónico-clónicas; Auto-limitadas; Duração <15min
;Sem repetição nas 24h seguintes
Complexas:Focais; Duração >15min; Com repetição nas 24h seguintes
Status febril: (“estado de mal epiléptico”) Curtas convulsões sem recuperação
de consciência entre elas, ou Duração >30min
	A historia familiar e o inicio em crianças com menos de 1 no são os únicos fatores de risco para o desenvolvimento de epilepsia.
	Tratamento agudo:
• Administrar O2 a 100%
• Obter acesso vascular
• Avaliar glicemia e electrólitos
• Administrar anticonvulsivante (habitualmente benzodiazepina)
→ Abordagem
• Tratamento antipirético (para conforto da criança febril, não reduzem taxa de recorrência de convulsões)
• Excluir infecção do SNC (pode ser difícil avaliação de sinais meníngeos)
• Considerar EEG (ELETROENCEFALOGRAFIA) se convulsão febril complexa
	Acidentes e intoxicações 
	1-5 anos-Quedas, Queimaduras, Afogamentos, Ingestão de corpo estranho, Intoxicações
6-10 anos- Quedas, Acidentes rodoviários 
11-18 anos- Quedas, acidentes rodoviários, intoxicação voluntaria e acidental
	Aspiração de corpos estranhos:
→ 6 meses – 3 anos + frequentes: amendoim, castanha, tremoço, feijão
→ Manifestação clínica: estridor, tosse, dificuldade respiratória, apneia com ou sem cianose, vomito, sibilos
 Localização: via aérea principal ++ grave; nível brônquico ++ frequente
→ Abordagem: oxigenação, evitar manipulação, realização de broncoscopia
→ Manifestação clínica: salivação excessiva, recusa alimentar, disfagia, dor cervical, dor retroesternal
→ Localização: nível esofágico (3 locais)
→ Corpos radiopacos: osso e metal
→ Abordagem: Endoscopia
(dependendo da localização e tipo de corpo estranho)
Endoscopia urgente: Pilhas tipo disco empactadas no esófago
Obstrução esofágica por alimentos
Objectos cortantes ou pontiagudos retidos no esófago ou estômago
INTOXICAÇÕES
1 – 4 anos
→ ++ acidental
→ Tóxico acessível + supervisão inadequada
(comprimidos deixados ao alcance da criança,
produtos de limpeza guardados em embalagens de
uso comum)
→ 1º Fármacos (++paracetamol)
2º Lixivia e detergentes
3º Cosméticos
4º Pesticidas e raticidas- (superwaefarinas) risco mínimo nas pequenas ingestões acidentais; risco maior em intoxicações
voluntárias. Alterações da coagulação podem ocorrer até às 48h após ingestão.
Adolescência
→ ++ intencionais
→ ++ fármacos disponíveis no domicílio
→ > quantidade de tóxico, vários tóxicos, intervenção terapêutica mais tardia
→ 1º Fármacos (++benzodiazepinas)
2º Etanol- hipoglicemia pode ser uma complicação
3º Novas substâncias psicoactivas
Que substância, que dose, há quanto tempo?
• Avaliação inicial ABCDE
• Pesquisa de drogas de abuso na urina; nível de alcoolemia
• Remoção do tóxico – seguir orientaçãoes do CIAV
(carvão activado + eficaz na 1ª hora após ingestão do tóxico)
• Antídotos (paracetamol → N-acetilcisteína se administrada nas primeiras oh sera evitada hepatoxicidade; opiáceos → naloxona; benzodiazepinas → flumazenil)
• ECG
Cáusticos (produtos de limpeza com pH alcalino): avaliação endoscópica de lesões esofágicas mesmo
que não haja lesões orais. Induzir o vómito está absolutamente contra-indicado.
	
	
	Consumos 
	Quanto mais precoce for a idade de
início do consumo de drogas, maior
o risco de dependência e de
morbi-mortalidade.
Além disso, a exposição de um SNC
ainda em desenvolvimento a estas
substâncias pode ter como
consequência danos anatómicos e
funcionais a longo prazo.
	Tabaco e álcool
• Implementação de leis anti-tabaco, proibição de venda de álcool e tabaco
a menores, campanhas de sensibilização e modificação dos padrões de
aceitação social têm contribuído para uma diminuição do consumo de
álcool e tabaco entre adolescentes.
• Ainda assim, estas substâncias são consideradas como facilmente
acessíveis para os jovens, podendo adquiri-las em vários
estabelecimentos públicos.
• Ao longo do tempo, a diferença nas taxas de consumo entre rapazes e
raparigas tem vindo a desaparecer
→ Drogas ilícitas
• A canábis é a droga ilícita mais consumida por adolescentes. O seu consumo cresceu entre jovens até
2005, com tendência a estabilizar nos últimos anos.
• Recentemente tem-se assistido à emergência de “novas drogas” – novas substâncias sintéticas
psicoactivas, que imitam efeitos de drogas ilícitas. Pouco se sabe quanto às consequências do seu
consumo a longo prazo, mas já existem relatos de mortes por intoxicações agudas com estas substâncias
em jovens adultos.
• Aparentemente, estas drogas são mais atractivas para os adolescentes do que as drogas “clássicas”
(cocaína, anfetaminas, LSD), pelo que a informação sobre os possíveis efeitos do seu consumo é imperativa.
	Detecção precoce dos consumos → Prevenção de dependências + eficaz
→ Estudos em Portugal propõem a idade entre os 11 e 12 anos como período chave para implementação de
estratégias preventivas.
→ Dado que o consumo de tabaco é, em regra, um preditor do consumo de outras drogas, programas
dirigidos à prevenção do consumo de tabaco podem ter repercussão na prevenção do consumo de
outras substâncias.
→ O conhecimento do contexto socio-ambiental é fundamental na identificação de grupos de risco mais
susceptíveis (consumos com familiares e amigos, saídas à noite, mau desempenho escolar)
	
	Comportamentos sexuais de risco
	A idade da 1ª relação sexual tem-se alterado nas últimas décadas, com tendência para a antecipação
(em Portugal, idade média 15 anos).
→ Habitualmente, rapazes iniciam actividade sexual mais cedo
do que as raparigas.
	O início da vida sexual em idades muitos jovens associa-se a:
• Menor conhecimento relativamente a riscos inerentes
• Menor acesso a formas de prevenção dos mesmos
• Menor capacidade para resistir a pressão e negociar
• Actividade sexual associada a consumo de drogas
• Curta duração de relacionamentos
• Maior número de parceiros sexuais
Aumentam o risco de:
• Gravidez não planeada
• Interrupções voluntárias da gravidez
• Infecções sexualmente transmissíveis
• Abuso / violência nas relações
PREVENÇÂO → EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
Profissionais de saúde
C. Pediatria Geral
C. do Adolescente
C. de Planeamento Familiar
Professores/Escolas
Educação sexual
Saúde Escolar (ex: Presse)
Família
Organizações sociais
Organizações desportivas
Organizações religiosas
Meios de comunicação
	
	
	Bullying
	Definição: comportamento agressivo, praticado por crianças e adolescentes, geralmente nas escolas
ou suas proximidades, com intenção de causar dor ou desconforto, repetido ao longo do tempo com
nítido desequilíbrio de poder entre agressor e vítima.
Na adolescência emerge uma necessidade de estabelecer relações entre o grupo de pares e de obter a
sua aceitação. Assim, os adolescentes estãoespecialmente susceptíveis aos efeitos negativos
decorrentes das interacções sociais.
O bullying não é normal, não faz parte de
“ser criança” ou “crescer”, não torna as
crianças “mais fortes
	→ Sintomas decorrentes do bullying
Carácter físico:
• Cefaleia
• Dor abdominal
• Lombalgia
• Tonturas
Carácter psicológico:
• Alterações do humor
• Alterações do padrão de sono
• Ansiedade
• Irritabilidade
• Isolamento
• Falta de apetite
Dado que, muitas vezes, a vítima não revela o que está a sofrer, a identificação de casos pode ser
difícil. Sinais de alarme a ter em conta:
• Criança que começa a faltar à escola
• Queixas somáticas frequentes que precedem a ida para a escola
• Perdem repetidamente pertences e dinheiro
• Apresentam livros ou outros pertences rasgados ou estragados
• Pouco comunicativos (não falam sobre os acontecimentos na escola)
	Abordagem: MULTIDISCIPLINAR
• Pais
• Professores
• Médico e Enfermeiro de família
• Pediatra
• Psicólogo
• Psiquiatra
→ Falar várias vezes sobre o tema
→ Ouvir, empatizar, elogiar a coragem de expor a situação
→ Ensinar estratégias de segurança:
• Encorajar a afastar-se e ignorar o bullie
• Incentivar a contar a um adulto
• Evitar situações de encontro com o bullie
• Andar acompanhado de outras crianças e adultos
• Encorajar a fazer novos amigos e ingressar em novas
actividades
	
	Uso inadequado de audiovisuais 
	A inovação tecnológica tem transformado os meios de comunicação e entretenimento num universo
digital ilimitado, presente na vida das crianças e jovens desde a 1ª infância.
Mais do que “tempo de ecrã”, deve dar-se importância ao conteúdo do que está a ser visualizado
Uso saudável das novas tecnologias:
• Selecção adequada de conteúdos e visualização na companhia de um adulto
• Eliminação de aparelhos electrónicos dos quartos na hora de dormir
• Limitar o “tempo de ecrã” durante o dia
• Evitar o uso de ecrãs em crianças com menos de 2 anos (não existe benefício, comparado com
aprendizagem “ao vivo”)
• Acima dos 2 anos, programas adequados podem ser benéfico no desenvolvimento de linguagem
ou outras capacidades (idealmente programas familiares, em que todos possam participar)
• Aplicar regras no “mundo online” mas também no “mundo offline”
• Ensinar conceito de cidadania digital
	Assim como com outras substâncias, o abuso dos meios audiovisuais/tecnologia, pode gerar dependência:
• Necessidade de uso progressivamente mais longo para mesmo nível de satisfação
• Sintomas de abstinência que desaparecem quando voltam a “estar online”
• Consequências socias negativas (afastamento da comunidade)
Jogos/aplicações educativos
• Oportunidade de aprendizagem
• Reduz stress
• Capacidade de resolução de problemas
• Discussões produtivas de temas actuais
• Construção de rede de suporte
Jogos/aplicações violentos
• Comportamento agressivo
• Irritabilidade
• Cyberbullying
• Hostilidade
• Modelos comportamentais negativos
Ambos os jogos influenciam Auto-estima, ambiente familiar, rede de suporte, temperamento

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