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205
Indicadores de gestão
A utilização de indicadores financeiros na gestão de negócios é funda-
mental para que os gestores possam efetuar um acompanhamento sistemá-
tico do seu desempenho econômico. É importante que entendamos que a 
análise econômica e financeira é baseada num raciocínio lógico-científico, 
por isso a importância de entendermos o processo pelo qual construímos a 
análise.
A correta aplicação de um conjunto de técnicas de análise possibilitará 
que se chegue a um diagnóstico seguro sobre as condições em que se en-
contra um determinado negócio.
Análise econômica e financeira de empresas
Conforme Matarazzo (1998), análise econômica e financeira é a arte 
de saber extrair relações úteis, para o objeto econômico que tivermos em 
mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalha-
mentos, se for o caso.
São técnicas aplicadas às demonstrações contábeis para fim de, estabe-
lecendo relações entre os elementos dessas demonstrações, produzir uma 
série de informações acerca da situação econômica e financeira da entida-
de objeto da análise. Importante destacar que o processo de análise deve 
contemplar perguntas e respostas do analista, pois, constatada uma dada 
situação (liquidez corrente inferior a 1, por exemplo) deve-se buscar uma 
explicação de sua causa e seus possíveis reflexos para o futuro.
O objetivo da análise econômica e financeira é extrair informações dos 
demonstrativos contábeis para a tomada de decisões. A Análise de Balanços 
transforma dados em informações.
Dados: são números ou descrições de objetos ou eventos que isolada-
mente não provocam nenhuma reação no leitor.
Informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que 
pode produzir reação ou decisão, frequentemente acompanhadas de um 
efeito surpresa.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
206
Indicadores de gestão
Quadro 1 – Técnicas de Análise e Objetivos
Técnicas Objetivos
1. Padronização e reclassificação
 das contas
Dar às Demonstrações Financeiras forma mais ade-
quada para análise.
2. Análise vertical/horizontal
Possibilita a descrição e detalhamento da situação 
econômico-financeira que escapa da abrangência 
dos índices.
3. Análise do Capital de Giro
Evidencia como a administração está tomando as de-
cisões que afetam os investimentos e o financiamen-
to do Capital de Giro.
4. Análise da Rentabilidade Dar uma ampla e profunda visão sobre os fatos que interferem na rentabilidade de uma empresa.
O que se pode obter como produto da análise econômica e financeira:
situação financeira e causas de suas alterações; �
situação econômica e causas de suas alterações; �
desempenho; �
eficiência na utilização de recursos; �
pontos fortes e fracos; �
tendências e perspectivas; �
quadro evolutivo; �
providências que poderiam ter sido tomadas e não foram. �
O fluxo da análise de indicadores pode ser visualizado como na figura:
Figura 1 – Fluxo da análise de indicadores.
Ér
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El
eu
té
rio
 d
a 
Lu
z.
Fatos Contábeis 
Dados
Eventos que influenciam 
no patrimônio da entidade, 
mas que necessitam de um 
tratamento adequado para 
subsidiarem o processo de 
decisão.
Técnicas de análise
Processo que implica num 
tratamento especial 
conferido aos dados dos 
relatórios contábeis para se 
obter uma visão da situação 
econômica e financeira da 
entidade.
O resultado do processo de 
análise deve ser 
contemplado em relatórios 
que permitam ao usuário 
um entendimento claro da 
situação da empresa 
analisada.
Informações para a tomada 
de decisões
(M
AT
A
RA
ZZ
O
, 1
99
8)
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Indicadores de gestão
207
Ao se iniciar a análise com indicadores, é sempre importante contextu-
alizar a empresa e seu mercado. A análise econômica e financeira não deve 
estar dissociada da análise do ambiente. Variáveis como taxa de câmbio, 
taxa de juros, inflação, mercado externo etc., bem como uma análise das 
políticas referentes a cada uma delas são elementos que devem sempre ser 
considerados.
Portanto, é através da análise que se saberá se a empresa soube se posi-
cionar frente a oportunidades e ameaças no mercado e como reagiu a de-
terminadas crises. Se o mercado retraiu-se no período analisado e a análise 
demonstrar que a empresa teve um bom desempenho, pode significar que 
soube (e estava preparada para) aproveitar oportunidades que as concor-
rentes não conseguiram.
Se, ao contrário, num mercado em expansão, a empresa teve um baixo 
rendimento, é um indício de que existem problemas internos que devem ser 
ressaltados na análise.
Metodologia da análise
Para Matarazzo (1998), a análise de balanços baseia-se no raciocínio cien-
tífico. A análise pode ser dividida em três etapas distintas e sequenciais que 
devem estar perfeitamente coordenadas. Porém, cada uma delas se vale de 
técnicas próprias. As etapas podem ser visualizadas na figura 2, a seguir:
Ér
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o 
El
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Lu
z.
Figura 2 –Etapas de análise de balanços.
Comparação 
com padrões
É imprescindível a 
comparação com 
determinados padrões, 
pois a análise não deve 
ser absoluta.
Diagnóstico ou 
conclusão
É o aspecto mais 
importante! Uma boa 
análise deve habilitar 
o decisor à escolha da 
melhor alternativa.
A quantidade e a 
qualidade dos indica-
dores dependerá do 
objetivo da análise.
Escolha de 
indicadores
Análise vertical
A técnica denominada “análise vertical” demonstra a relação existente, 
num dado período, entre um elemento (conta ou subgrupo) sobre uma gran-
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208
Indicadores de gestão
deza, onde aquele está contido. Por meio da análise vertical pode-se saber, 
por exemplo, qual o percentual representado pelas aplicações no ativo não 
circulante em relação ao ativo total. Seu cálculo é efetuado dividindo-se a 
parte (conta ou subgrupo) pelo todo (grupo ou qualquer elemento-base), 
tendo, dessa forma, uma medida de representatividade da parte calculada. 
Silva (2001, p. 203) afirma que
o primeiro propósito da análise vertical é mostrar a participação de cada item de uma 
demonstração financeira em relação a determinado referencial. No balanço, por exemplo, 
é comum determinarmos quanto por cento representa cada rubrica (e grupo de rubricas) 
em relação ao ativo total.
Essa técnica também nos permite efetuar uma análise da tendência da 
representatividade de determinado elemento ao longo de uma série de perí-
odos contábeis, entretanto, não se deve visualizá-la em apenas um exercício. 
Sua utilidade está em proporcionar uma visão das estratégias da empresa na 
aplicação dos recursos. Podemos verificar, por exemplo, se num dado perí-
odo a empresa acentuou investimentos em estoques, imobilizado ou outra 
rubrica do ativo. Como contrapartida, poderemos saber qual a representati-
vidade de cada linha do passivo sobre o total das origens. A análise vertical 
é extremamente útil na mensuração e acompanhamento das várias confi-
gurações do resultado empresarial (resultado bruto, resultado operacional, 
resultado líquido) tendo como base, nesse caso, sempre a receita líquida.
Fórmula: (elemento (conta, subgrupo) / todo (Grupo) ) x 100
Análise horizontal
A análise horizontal mostra a evolução no tempo de cada item compo-
nente de determinado relatório contábil. Através desta técnica, poderemos 
saber, por exemplo, qual o comportamento do custo dos produtos vendidos 
numa sequência de períodos. Silva (2001) comenta que a finalidade da aná-
lise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das 
contas que compõe as demonstrações contábeis. Podemos calcular a aná-
lise horizontal tendo como base (100) um período específico sobre o qual 
serão comparados todos os demais períodos. Por exemplo, em uma análise 
histórica compreendendo os anos de 1999 a 2002, utilizaríamos, nessecaso, 
o ano de 1999 como base para todos os anos seguintes. Ou poderemos (de-
pendendo do objetivo da análise e da representatividade do ano escolhido) 
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Indicadores de gestão
209
calcular a análise horizontal sobre o ano imediatamente anterior (no exem-
plo, 2002 sobre 2001, 2001 sobre 2000 e assim sucessivamente).
Fórmula: (Período atual / Período base) – 1 x 100
Aplicação das análises vertical e horizontal
As primeira técnicas a serem utilizadas na análise de demonstrações con-
tábeis geralmente é a análise vertical e horizontal. Em conjunto, poderão 
suscitar uma série de perguntas, que o analista tentará responder utilizando-
se das demais técnicas.
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Figura 3 –Análise vertical e horizontal.
Análise
Participação de um 
elemento sobre um todo 
(ex.: ativo circulante sobre 
total do ativo).
Vertical
Evolução de um elemento 
em diversos períodos (ex.: 
ativo circulante 2004 em 
relação ao ativo circulante 
de 2003.
Horizontal
Tabela 1 – Exemplo de análise vertical e horizontal sobre o ativo
Balanço Patrimonial
2010 2011
Valor AV%* Valor AV%* AH%**
ATIVO
 Ativo Circulante 2.019.216 43,5% 2.800.115 46,5% 39%
 Financeiro 1.037.904 22,5% 1.762.368 29,1% 70%
 Disponível 64.707 1,4% 7.098 0,1% -89%
 Aplicações Financeiras 973.197 21,1% 1.755.270 29% 80%
 Operacional 981.312 21% 1.037.747 17,4% 6%
 Clientes 610.222 13% 597.759 10% -2%
 Estoques 250.741 5% 261.922 4,4% 4%
 Outros 120.349 3% 178.066 3% 48%
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Indicadores de gestão
Balanço Patrimonial
2010 2011
Valor AV%* Valor AV%* AH%**
Ativo não Circulante 2.592.978 56,5% 3.204.026 53,5% 24%
 Realizável a longo prazo 291.335 6% 297.689 5% 2%
 Investimentos 357.422 8% 484.119 8,1% 35%
 Imobilizado 1.921.863 42% 2.367.420 39,4% 23%
 Intangível 22.358 0,5% 54.798 1% 145%
 Total do Ativo 4.612.194 100% 6.004.141 100% 30%
*Valores aproximados
**ano-base 2010
O Ativo Circulante aumentou sua participação no ativo total (de 43,5% 
para 46,5%), representando uma evolução de 39% de 2010 para 2011. 
A causa desse aumento foi o Ativo Circulante Financeiro, cujo acréscimo de 
2010 para 2011 foi aproximadamente de 70%, compreendendo uma partici-
pação de 29,1% sobre o ativo. O Ativo não Circulante também experimentou 
um aumento de 24% no período, influenciado basicamente pelo imobiliza-
do com aumento de 23%. O subgrupo investimentos, com acréscimo de 35% 
(embora a sua participação no total do ativo seja de apenas 8,1%) contribuiu 
para a evolução do não Circulante. A empresa aumentou as aplicações de 
recursos no ativo total em 30%.
Tabela 2 – Exemplo de análise vertical e horizontal sobre o passivo
 Balanço Patrimonial
2010 2011
Valor AV% Valor AV% AH%
PASSIVO
 Passivo Circulante 1.168.401 25% 1.122.747 19% -4%
 Operacional 427.152 9% 482.431 8% 13%
 Fornecedores 171.944 4% 203.305 3% 18%
 Outras Obrigações 255.208 5% 279.126 5% 9%
 Financeiro 741.249 16% 640.316 11% -14%
 Empréstimos Bancários 611.232 13% 605.002 10% -1%
 Duplicatas Descontadas 130.017 3% 35.314 1% -73%
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Indicadores de gestão
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 Balanço Patrimonial
2010 2011
Valor AV% Valor AV% AH%
Passivo não Circulante 1.199.131 26% 2.420.623 40% 102%
Empréstimos/Financia-
mentos 1.116.394 24% 2.333.072 39% 109%
 Outros (inclui Minoritá-
rios) 82.737 2% 87.551 1% 6%
Capitais de Terceiros 2.367.532 51% 3.543.370 59% 50%
 Patrimônio Líquido 2.244.662 49% 2.460.771 41% 10%
 Capital e Reservas 1.100.000 24% 1.100.000 18% 0%
 Lucros e Reservas 1.144.662 25% 1.360.771 23% 19%
 Total do Passivo 4.612.194 100% 6.004.141 100% 30%
O Passivo Circulante diminuiu sua participação no passivo total em 4% de 
2010 para 2011. Em 2010, o Passivo Circulante compreendia 25% do total das 
dívidas, passado para 19% em 2011. A principal alteração foi observada no 
Passivo Circulante Financeiro, que diminuiu 14%, tendo como causa basica-
mente o resgate de títulos descontados. O Passivo não Circulante constituiu-
-se na principal fonte de recursos para financiamento do Ativo da empresa, 
experimentando um acréscimo de 102%, com aumento na participação no 
Passivo Total de 26% (2010) para 40% (2011). O aumento nas dívidas de longo 
prazo fez com a participação dos capitais de terceiros no financiamento da 
empresa aumentasse de 51% (2010) para 59% (2011), variando positivamen-
te em 50% no período em análise. Embora com o lucro obtido em 2011, o 
capital próprio reduz sua participação no financiamento do Ativo, pois em 
2010 representava 49% das fontes, passando a representar 41% em 2011. 
Essa modificação na estrutura de capitais deve-se ao crescimento do Passivo 
não Circulante no período.
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Indicadores de gestão
Tabela 3 – Exemplo de análise vertical e horizontal sobre a DRE
Demonstração de Resultado
Exercícios findos em 2010 2011
Valor AV% Valor AV% AH%
Receita Líquida 2.560.320 100% 2.594.732 100% 1%
Custo dos Produtos Ven-
didos (2.019.074) -79% (2.004.363) -77% -1%
Lucro Bruto 541.246 21% 590.369 23% 9%
Despesas Operacionais (383.918) -15% (400.270) -15% 4%
Outras Rec./Desp. Opera-
cionais 308.335 12% 284.829 11% -8%
Resultado Operacional 465.663 18% 474.928 18% 2%
(antes dos efeitos financei-
ros)
Receitas Financeiras 122.983 5% 301.695 12% 145%
Desp. Financeiras (267.191) -10% (204.600) -8% -23%
Resultado Operacional 321.455 13% 572.023 22% 78%
(após os efeitos financeiros)
Outros Resultados (2.295) 0% 591 0% 126%
Resultado antes dos im-
postos 319.160 12% 572.614 22% 79%
 Provisão para Impostos (10.052) 0% (99.122) -4% 886%
Lucro\Prej. do Exercício 309.108 12% 473.492 18% 53%
A empresa aumentou sua margem bruta no período de 2011/2010 em 
9%, tendo em vista um efeito combinado positivo (aumento na receita lí-
quida (1%) e queda no custo dos produtos vendidos (1%)). A rentabilidade 
operacional manteve-se constante nos dois períodos analisados (18% de 
margem em 2010 e 2011).
A margem operacional, após o cômputo do resultado financeiro, de-
monstrou um aumento significativo (aumento de 78% de 2010 para 2011) 
devendo-se essa melhora no desempenho à receita financeira (aumento de 
145%) e a redução das despesas financeiras (queda de 23%). O aumento da 
margem bruta combinado com o reconhecimento de uma receita de equi-
valência patrimonial (12% sobre a receita líquida) e a excelente participação 
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Indicadores de gestão
213
do resultado financeiro resulta em um aumento da margem líquida de 53% 
de 2010 para 2011.
Pelo exemplo, observa-se que a análise vertical e horizontal devem ser 
utilizadas de forma conjunta.
Escolha de indicadores
Podemos definir índice, conforme Matarazzo (1998), como sendo a rela-
ção entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis.
Os índices representam a técnica de análise mais empregada, porém, não 
deve-se confundir análise de balanços como a “simples” extração de índices. 
Pois os índices não constituem um fim em si mesmo, e sim, um meio para, 
em conjunto com outras técnicas, permitir um diagnóstico mais preciso da 
situação da empresa.
Para Silva (2001, p. 228), os índices financeiros são “relações entre contas ou 
grupos de contas das demonstrações financeiras, que têm por objetivo fornecer-
-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas 
demonstrações financeiras”. Para esse mesmo autor, como medida relativa de 
grandeza,o índice deve nos permitir:
inicialmente, que compreendamos seu significado, que é o ponto de �
partida para podermos analisar a relação das partes das demonstra-
ções contábeis que ele representa;
que possamos comparar sua evolução histórica numa mesma empre- �
sa, a partir da observação de seu comportamento ano a ano;
que numa mesma época ou momento, possamos comparar o índice �
de uma empresa em particular com o mesmo índice relativo a outras 
empresas de mesma atividade, porte e região geográfica, para saber-
mos como está a empresa em relação às suas principais concorrentes 
ou mesmo em relação aos padrões do seu segmento de atuação.
Podemos analisar as demonstrações financeiras sob dois aspectos: finan-
ceiro e econômico.
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Indicadores de gestão
Índices de Liquidez
Os índices deste grupo mostram a base da situação financeira da empre-
sa. Demonstram, a partir do confronto dos ativos circulantes com as dívidas 
que vencem a curto prazo (até 365 dias), quão sólida é a base financeira da 
empresa.
Entretanto, não se pode confundir índices de liquidez com índices de ca-
pacidade de pagamento. Pois a capacidade de pagamento é medida através 
do fluxo de entrada e saídas de caixa.
Um aumento nos índices de liquidez pode se dar por meio de um acú-
mulo indevido de estoques e recebíveis em dado período. Por essa razão, 
devem sempre ser analisados em conjunto com outras técnicas, por exem-
plo, os índices de prazos médios e a formação do capital de giro.
Os índices que expressam a liquidez são:
Liquidez Geral (LG) � : demonstra quanto a empresa possui de Ativo Cir-
culante mais Realizável a Longo Prazo para cada um de dívida total.
Fórmula = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Passivo não Circulante
Liquidez Corrente (LC) � : demonstra quanto a empresa possui de Ativo 
Circulante para cada um de Passivo Circulante.
Fórmula = Ativo Circulante (AC)
Passivo Circulante (PC)
Liquidez Seca (LS) � : demonstra quanto a empresa possui de Ativo Cir-
culante líquido (sem a dependência da venda de estoques, para man-
ter-se solvente) para cada um de Passivo Circulante.
Fórmula = Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
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Indicadores de gestão
215
Índices de Endividamento (Estrutura de Capitais)
Os índices deste grupo mostram as grandes linhas de decisões financei-
ras, em termos de obtenção de recursos. Através do cálculo desses índices, 
pode se ver a proporção entre Capitais de Terceiros e Capital Próprio utiliza-
do pela empresa.
Sob o aspecto financeiro, quanto maior a relação Capitais de Terceiros/
Capital Próprio, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa, ou 
maior a dependência a esses terceiros. Porém, sempre que se aborda o índice 
de participação de Capitais de Terceiros, está se fazendo análise exclusiva-
mente do ponto de vista financeiro, ou seja, do risco de insolvência, e não em 
relação ao lucro ou prejuízo.
Os índices que expressam a estrutura de capitais são:
Endividamento Geral � : demonstra quanto a empresa utiliza de recur-
sos de terceiros para financiamento do seu ativo.
Fórmula = Capitais de Terceiros (CT) 
 Ativo Total (AT)
 x 100
Participação de Capitais de Terceiros � : demonstra quanto a empresa 
tomou de Capitais de Terceiros para cada R$100 de capital próprio.
Fórmula = Capitais de Terceiros (CT) 
 Patrimônio Líquido (PL)
 x 100
 
Composição do Endividamento � : indica qual o percentual de obriga-
ções de curto prazo em relação às obrigações totais.
Fórmula = Passivo Circulante (PC)
 Capitais de Terceiros (CT)
 x 100
 
Imobilização do Patrimônio Líquido � : demonstra quanto a empresa 
aplicou nos Ativos longo prazo para cada R$100 de patrimônio Líquido.
Fórmula = Ativo não Circulante (ANC) - Ativo Realizável a Longo Prazo
 Patrimônio Líquido (PL)
 x 100
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216
Indicadores de gestão
É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo para financia-
mento de Investimentos de longa duração, desde que o prazo seja compa-
tível com a de duração do ativo1, ou então que o prazo seja suficiente para a 
empresa gerar recursos capazes de resgatar suas dívidas.
Índices de Rentabilidade
Os índices desse grupos demonstram qual a rentabilidade dos capitais 
investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau 
de êxito econômico da empresa.
Giro do Ativo � : demonstra quanto a empresa vendeu para cada R$1,00 
de Investimento Total.
Fórmula = Vendas Líquidas (VL)
 Ativo total
 
Margem Bruta � : demonstra quanto a empresa obtém de lucro bruto, 
para cada R$100 vendidos.
Fórmula = Lucro Bruto (LB) 
 Vendas Líquidas (VL)
 x 100
Este índice demonstra a margem comercial da atividade, ou seja, o ganho 
obtido pela empresa considerando-se apenas o confronto entre o preço de 
venda e os custos de produção (indústria), prestação de serviços ou custo de 
compra das mercadorias (comércio). Essa margem deve ser suficiente para 
permitir a cobertura dos gastos operacionais e proporcionar o lucro líquido.
1 Embora a fórmula contenha os investimentos, imobilizado e intangível, as empresas buscam recursos de longo prazo para financiar, quase sempre, 
o imobilizado.
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Indicadores de gestão
217
Margem Líquida � : demonstra quanto a empresa obtém de lucro para 
cada R$100 vendidos.
Fórmula = Lucro Líquido (LL)
 Vendas Líquidas (VL)
 x 100
Analisando esse índice, a empresa pode perfeitamente gerenciar sua 
política de vendas em termos de margem, giro ou até mesmo volume, de 
acordo com as circunstâncias.
Rentabilidade do Ativo � : demonstra quanto a empresa obtém de lu-
cro para cada R$100 de investimento total médio
Fórmula = Lucro Líquido
 Ativo Total
 x 100
Este índice mostra quanto os ativos da empresa geraram de lucro no pe-
ríodo. Mede o potencial de geração de lucro da parte da empresa, da sua 
capacidade de gerar lucros líquidos e assim poder capitalizar-se.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido � : demonstra quanto empresa 
obteve de lucro para cada R$100 de capital próprio investido.
Fórmula = Lucro Líquido (LL)
 Patrimônio Líquido (PL)
 x 100
Mede os retornos obtidos sobre os investimentos dos proprietários, tanto 
acionistas preferenciais quanto comuns. Pode ser calculado sobre o Patrimô-
nio líquido médio para não haver uma distorção do índice.
Tendo havido grandes variações desse capital durante o ano, por aumen-
to de capital, incorporação de reservas e o próprio lucro gerado durante o 
período, não se pode afirmar que esse lucro tenha sido produzido por esse 
investimento.
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218
Indicadores de gestão
Aplicação dos indicadores
Graficamente, resumem-se os índices:
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El
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 d
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Lu
z.
Figura 4 – Resumo dos índices.
Índices
Situação financeira Situação econômica
Liquidez Endividamento Rentabilidade
Demonstram a 
possibilidade de a 
empresa manter-se 
solvente, no curto 
prazo (corrente), longo 
prazo (geral) e sem 
dependência dos 
estoques (Seca).
Demonstram a 
estrutura de capitais 
utilizada pela empresa. 
Qual o montante de 
dívidas (terceiros e 
capital próprio) e perfil 
respectivo (curto e 
longo prazo).
Demonstram a 
capacidade geração 
de resultados positivos 
pela empresa e a 
relação desse 
resultado com 
elementos causadores 
(Venda, ativo etc.).
Tomando como base os dados do exemplo utilizado na aplicação das 
análises vertical e horizontal, temos:
Tabela 4 – Exemplo de análise econômica e financeira
Análise Econômica e Financeira de Empresas
 Cálculo de indicadores 2010 2011
Liquidez
Corrente 1,73 2,49Seca 1,51 2,26
Geral 0,98 0,87
Endividamento
Geral 51,33% 59,02%
Composição do Endiv. 49,35% 31,69%
Participação dos Cap. de terceiros 105,47% 143,99%
Imobilização do PL 102,54% 118,11%
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Indicadores de gestão
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Análise Econômica e Financeira de Empresas
 Cálculo de indicadores 2010 2011
Rentabilidade
 Margem Bruta de Vendas 21,1% 22,8%
 Margem Líquida de Vendas 12,1% 18,2%
 Rentabilidade do Capital Próprio 14% 19%
 Giro do Ativo 0,56 0,43
 Rentabilidade do Ativo 6,70% 7,89%
Em 2010, a empresa possuía R$1,73 de ativo circulante para cada R$1,00 
de dívida a curto prazo. No longo prazo a liquidez diminui de 0,98 ativos 
realizáveis totais para cada 1,00 de dívida total em 2010, para 0,87 em 2011. 
Essa queda é explicada pelo aumento expressivo nas dívidas de longo prazo 
em 2005 e 2006. Não necessariamente pode ser considerado preocupante 
porque a empresa tem um razoável prazo para gerar lucro e caixa para amor-
tização da dívida. Destaque para a liquidez seca, com o valor R$1,51 e R$2,26, 
significando que a empresa diminuiu sua dependência dos estoques para 
manter-se solvente.
No que diz respeito ao endividamento, não obstante o aumento na parti-
cipação de capitais de terceiros ocorrido (59% em 2011), os indicadores não 
demonstram uma situação que revele preocupação. Percebe-se uma queda 
na garantia do capital de terceiros, passando de 105% a 144% de 2010 para 
2011, mas a mudança no perfil da dívida (em sua maior parte de longo prazo) 
resulta numa queda no endividamento de curto prazo (composição de capi-
tal de terceiros). Em 2010, a empresa tinha 49% de suas dívidas concentradas 
no curto prazo, passando esse índice para 31,69% em 2011.
A análise dos prazos médios da empresa demonstra que há uma estabili-
dade nesses indicadores em 2010 e 2011. Em 2010 a empresa concedia, em 
média, 86 dias de financiamento aos clientes, passando esse prazo a ser de 
83 dias em 2011.
Análise da gestão do caixa
A análise da gestão do caixa proporciona o estudo do fluxo de recursos 
(origens e aplicações do dinheiro), num sentido mais amplo, em determi-
nado período. A geração de caixa nos níveis desejados pela organização é 
dependente de uma rentabilidade líquida adequada, pois a quantidade de 
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Indicadores de gestão
lucro obtido, em maior ou menor tempo, irá refletir-se no caixa. Existem dois 
métodos de estruturação do fluxo de caixa: o direto e o indireto.
O método direto consiste na apuração da variação do saldo de caixa a 
partir dos encaixes e desencaixes ocorridos num período. Para efeito de 
análise da geração de caixa, o método mais indicado é o indireto. Por esse 
método utiliza-se o lucro líquido do exercício (ajustado por valores que tran-
sitam pelo resultado, mas não afetam o caixa), contemplando-se as variações 
ocorridas nas contas circulantes e não circulantes que representam origens e 
aplicações de caixa, como o modelo a seguir.
Demonstração do Fluxo de Caixa 2011
Lucro Líquido 473.492
 Ajustes - desp/rec que não afetam o caixa (50.914)
(=) 1. GERAÇÃO BRUTA DE CAIXA 422.578
 Aplicações Operacionais
 Duplicatas a Receber (12.463)
 Estoques 11.181
 Outros 57.717
 Soma (a) 56.435
 Fontes Operacionais
 Fornecedores 31.361
 Outros Passivos Operacionais 23.918
 Soma (b) 55.279
 2. VARIAÇÃO DA NCG (a-b) 1.156
(=) 3. GERAÇÃO OPERAC. DE CAIXA (1-2) 421.422
 (+) Fontes não Operac. Curto Prazo
 Obrigações Bancárias (100.933)
(=) 4. GERAÇÃO CORRENTE DE CAIXA 320.489
 (+) Fontes de Longo Prazo
 Aumento de Capital
 Empréstimos e Financiamentos 1.922.731
 Outros 222.941
 Soma 2.145.672
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Demonstração do Fluxo de Caixa 2011
 (-) Aplicações de Longo Prazo
 Dividendos 0
 Aquisição de Investimentos 231.117
 Aquisição de Imobilizado 701.535
 Aumento do Ativo Intangível 50.587
 Outros 758.458
 Soma 1.741.697
(=) 5. GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA 724.464
(+) Ativo Circulante Financeiro Inicial 1.037.904
(=) Ativo Circulante Financeiro Final 1.762.368
724.464
O aumento na rentabilidade em 2011 proporcionou uma geração líqui-
da de caixa 53% superior ao lucro líquido do exercício. A manutenção dos 
prazos médios de estoques e de recebimento de vendas (como será visto), 
combinado com a captação de recursos de longo prazo, reforçou o capital de 
giro, exercendo um efeito positivo sobre a geração operacional de caixa.
Mesmo após a amortização de empréstimos bancários (que tem um efeito 
benéfico sobre a rentabilidade, pelo menor impacto das despesas financei-
ras) e a aquisição de ativos não circulantes, ainda persiste uma geração con-
siderável de caixa, superior ao lucro líquido do exercício.
A análise financeira não é um exercício de divagações e proposições infun-
dadas. Ao contrário, baseia-se num raciocínio técnico/analítico e obedece a 
uma sequência lógica de construção. A metodologia da análise deve observar 
a identificação e escolha dos indicadores que serão utilizados. A comparação 
desses indicadores com um padrão estabelecido (para efeito de uma medida 
de comparação) e a conclusão ou diagnóstico. As técnicas a serem utilizadas 
ou a quantidade e qualidade dos indicadores a serem calculados depende 
do objetivo da análise. Por exemplo, para a concessão de um empréstimo de 
curto prazo, provavelmente o credor preocupa-se com a situação de liquidez e 
endividamento de curto prazo do possível tomador dos recursos.
É importante destacar também que o analista deve ter uma visão sistê-
mica da empresa, pois um problema de endividamento desencadeará uma 
rentabilidade menor (pelo custo da dívida) e poderá comprometer uma 
futura geração de caixa.
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Indicadores de gestão
Prazos médios
Antes de se iniciar o estudo dos prazos médios, é conveniente verificar o 
conceito de ciclo operacional. Na execução de suas atividades operacionais a 
empresa persegue sistematicamente a produção e a comercialização de seus 
produtos. Através dessas atividades ela procura obter determinado volume 
de lucros, que satisfaçam à necessidade de retorno de seus investimentos.
O ciclo operacional se desenvolve nesse processo de forma normal e 
repetitiva. Então ciclo operacional pode ser definido como as fases opera-
cionais existentes que vão desde a aquisição de materiais para a produção 
(indústria) ou aquisição de mercadorias (comércio) até o recebimento das 
vendas. Cada uma dessas fases (compra, estocagem, venda, recebimento) 
possui determinada duração.
Os índices de atividade procuram medir a rapidez com que certos ativos 
giram dentro de um determinado exercício, dado o volume de operações 
alcançado.
Prazo Médio de Renovação de Estoques � : representa o tempo mé-
dio em que as mercadorias ou produtos permanecem na empresa até 
serem vendidos. Na indústria considera-se o tempo de produção e es-
tocagem.
PMRE = (Estoques / Custo das Mercadorias Vendidas) x 360.
Prazo Médio de Recebimento de Vendas � : representa o tempo trans-
corrido entre a venda e o seu respectivo recebimento.
PMRV = (Duplicatas a Receber / Vendas) x 360
Prazo Médio de Pagamento de Compras � : expressa o prazo concedi-
do pelos fornecedores para pagamento das compras.
PMPC = (Fornecedores / Compras) x 360
Para se saber quantas vezes ao ano se renovam as duplicatas a receber, os 
estoques e os fornecedores, basta dividir 360 (se anual) pelo prazo médio de 
cada um dos itens citados.
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Indicadoresde gestão
223
Não devemos nos esquecer da integração que deve haver entre a análise 
dos índices de liquidez, os índices de prazos médios e o estudo do capital de 
giro da empresa, pois como se afirmou no estudo da liquidez, pode ocorrer 
um indesejado acúmulo de recebíveis (causado por uma inadimplência) ou 
estoques (retração nas vendas, compras em volumes superiores ao normal) 
ocasionando um aumento naqueles índices.
O professor Dante Matarazzo (1998) nos ensina que o ciclo operacional 
mostra o prazo de investimento. Paralelamente ao ciclo operacional ocorre 
o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do momento da 
compra. Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não 
precisa preocupar-se com o financiamento, que é automático. O tempo de-
corrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro (pagamen-
to ao fornecedor) e o momento em que recebe as vendas (recebimento do 
cliente) é o período em que a empresa precisa arrumar financiamento. É o 
ciclo de caixa ou ciclo financeiro.
É desejável que o prazo médio de pagamento das compras supere os 
prazos médios de renovação de estoques e os prazos médios de recebimen-
to de vendas. Sabe-se que na prática isso é bastante difícil, mas a empresa 
deve constantemente avaliar seu ciclo operacional com vistas a verificar pos-
sibilidades de melhores negociações.
Tabela 4 – Exemplo de análise econômica e financeira
 Cálculo de indicadores 2010 2011
Prazos Médios
 Estocagem 45 47
 Recebimento Vendas 86 83
A análise dos prazos médios da empresa demonstra que há uma estabili-
dade nesses indicadores em 2010 e 2011. Em 2010 a empresa concedia, em 
média, 86 dias de financiamento aos clientes, passando esse prazo a ser de 
83 dias em 2011.
EBIT e EBITDA
O EBITDA, sigla correspondente a Earning Before Interests, Taxes, Depre-
ciation and Amortization, é um indicador bastante utilizado quando se quer 
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224
Indicadores de gestão
analisar a geração operacional de caixa. Corresponde ao conceito de LAJIDA 
(Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) e mede a ca-
pacidade de geração operacional de caixa, ou seja, o quanto de caixa as em-
presas geram pela sua atividade operacional sem considerar os efeitos finan-
ceiros e tributários e o consumo dos ativos via depreciação e amortização.
O EBIT, sigla correspondente a Earning Before Interests and Taxes corres-
ponde ao LAIR (Lucro antes dos Juros e Impostos) é pouco utilizado pela 
preferência que se dá ao LAJIDA. O LAIR desconsidera, para efeito de análise 
do resultado operacional, apenas o efeito dos encargos financeiros e do tri-
butos sobre o lucro. Por isso, daremos destaque para o EBITDA/LAJIDA.
Não é uma medida de desempenho financeiro exigida pela legislação 
contábil brasileira e não deve ser utilizada como alternativa ao lucro líquido 
do exercício. Em razão de não serem consideradas para o seu cálculo as des-
pesas e receitas com juros (financeiras), o imposto de renda, a contribuição 
social, a depreciação e a amortização, o EBITDA funciona como um indica-
dor do desempenho econômico geral, que não é afetado por flutuações das 
taxas de juros, alterações das alíquotas do imposto de renda e da contribui-
ção social ou dos níveis de depreciação e amortização. Consequentemente, 
essa medida de desempenho funciona como ferramenta importante para se 
medir e acompanhar o desempenho operacional, bem como para embasar 
determinadas decisões.
O cálculo desse indicador é relativamente simples, pois partindo-se do 
valor do lucro operacional adicionam-se os valores relativos às depreciações 
e amortizações, por representarem despesas e custos que não impactam no 
caixa, não consumindo recursos financeiros. Outra conta que será adiciona-
da ao lucro operacional para se chegar à geração de caixa (EBITDA) é a des-
pesa financeira líquida, pois se busca a geração operacional de caixa sem a 
influência de recursos financeiros utilizados para financiar a atividade. Assim, 
para se calcular o EBITDA, adicionam-se os juros, depreciação e amortização 
ao Lucro Operacional Líquido antes dos impostos.
Por esse indicador, analisa-se a eficiência operacional sem uma possível 
dependência de capitais de terceiros para financiamento da atividade ope-
racional, ou seja, mede-se a eficiência e eficácia operacional independente-
mente da estrutura de capitais utilizada para financiá-los.
O cálculo do EBITDA ou LAJIDA é efetuado de forma prática e simples, 
bastando que se ajuste ao lucro operacional líquido antes dos impostos, os 
juros, a depreciação e a amortização, como nos modelos a seguir:
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Indicadores de gestão
225
Tabela 5 – Demonstrativo do EBITDA ou LAJIDA
2.º Trimestre 
2012
3.º Trimestre 
2012
Variação 
%
 Receita Líquida 1.491 1.556 4%
 Custo dos Produtos Vendidos (633) (661) 4%
 Fretes (156) (171) 10%
 Despesas de Vendas (80) (75) -6%
 Despesas Administrativas (69) (78) 13%
 Outras Receitas (Despesas) Operacionais (3) 2 -167%
 Resultado da Alienação de Ativos
 EBITDA ou LAJIDA ajustado 550 573 4%
 Margem EBITDA 37% 37%
Nesse modelo a empresa optou por não incluir os valores das contas que 
representam ajustes para se chegar ao EBITDA ou LAJIDA. Isso é possível se 
o sistema contábil identifica (parametriza) previamente aquelas contas con-
tábeis que não deverão compor sua estrutura. Isso pode ser feito colocando-
-se um atributo nas contas de tributos sobre o lucro, despesas financeiras, 
depreciação e amortização, atributo este que fará com o sistema não inclua 
esses valores no relatório.
Tabela 6 – EBITDA/LAJIDA – Copel
Cálculo do EBITDA/LAJIDA (Lucro antes dos juros, 
impostos, depreciação e amortização) – Em R$ mil
Consolidado
2010 2009
Lucro líquido do período atribuído aos acionistas da empresa 
controladora
987.807 791.776
Lucro líquido do período atribuído aos acionistas não controla-
dores
22.474 20.502
IRPJ e CSLL diferidos (127.517) (38.851)
Provisão para IRPJ e CSLL 497.968 290.770
Resultado da equivalência patrimonial (99.337) (14.327)
Despesas (receitas) financeiras, líquidas (348.425) (6.735)
LAJIR/EBIT 932.970 1.043.135
Depreciação e Amortização 542.992 539.781
(F
IB
RI
A
, 2
01
2.
 A
da
pt
ad
o.
(C
O
PE
L,
 2
01
1)
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Indicadores de gestão
Cálculo do EBITDA/LAJIDA (Lucro antes dos juros, 
impostos, depreciação e amortização) – Em R$ mil
Consolidado
2010 2009
LAJIDA/EBITDA – ajustado 1.475.962 1.582.916
Receita Operacional Líquida (ROL) 6.901.113 6.250.140
Margem do EBITDA/LAJIDA() 21,4% 25,3%
Neste modelo publicado, a empresa Copel utiliza a estrutura mais comu-
mente verificada e sugerida pela doutrina, fazendo os ajustes para se chegar 
ao lucro conforme conceitos do LAJIDA.
Existem algumas vantagens em se utilizar esse formato gerencial de rela-
tório financeiro, pois seu uso pode aprimorar a análise da geração de lucros 
das empresas, destacando-se obviamente o lucro genuinamente operacio-
nal. Ao se desconsiderar os efeitos financeiros (tanto ativos quanto passivos) 
do resultado, obtém-se uma melhor medida de comparação entre empresas 
concorrentes, entre períodos contábeis e entre o orçado e realizado, pois se 
permite uma análise mais apropriada de medidas de produtividade, eficiên-
cia e eficácia.
É interessante efetuarmos cálculos percentuais relacionando o EBITDA ou 
LAJIDA com as receitas operacionais, para se conhecer o potencial de gera-
ção desse modelo de lucro operacional por parte das vendas.
Ampliando seus conhecimentos
(C
O
PE
L,
 2
01
1)
A importância do EBITDA (ou LAJIDA) 
nas organizações
(PEREIRA, 2009)
Introdução
O EBITDA (Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) é 
uma expressão importadados balanços norte-americanos e aqui no Brasil 
pode ser traduzido por LAJIDA, ou seja, o Lucro antes de Juros, Impostos, De-
preciação e Amortização.
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Indicadores de gestão
227
O EBITDA consiste num poderoso indicador de desempenho financeiro, 
posto que reflete o potencial de geração de recursos decorrentes das atividades 
operacionais da empresa. Engloba todos os componentes operacionais e, dessa 
forma, compreende grande parte da receita auferida e despesas incorridas.
Quando falamos em parte por que o EBITDA leva em conta o desempe-
nho operacional e deixa de lado o chamado resultado financeiro. Portanto, o 
EBITDA mensura o potencial operacional de caixa que o ativo operacional de 
uma empresa é capaz de gerar, não sendo levado em consideração o custo de 
eventual capital tomado emprestado, e nem computadas as despesas e recei-
tas financeiras, os eventos extraordinários e os ganhos ou perdas não opera-
cionais, as despesas com depreciação, amortização e exaustão.
Objetivos do EBITDA
A meta do EBITDA é concentrar a informação no fluxo operacional e na ca-
pacidade da empresa em gerar caixa, esta é a principal razão para a exclusão 
dessas despesas e receitas que a seguir são descritas, embora sejam, muitas 
vezes, inevitáveis ao fomento da atividade.
Depreciação, amortização ou exaustão �
A desconsideração da depreciação, exaustão ou amortização no cálculo 
do EBITDA deve-se ao fato destas não representarem desembolso (saídas de 
caixa). Em termo de raciocínio financeiro, representam uma reintegração ao 
resultado de valores anteriormente desembolsados.
Despesas financeiras �
A exclusão das despesas financeiras decorre do fato destas não fazerem 
parte do ciclo operacional do negócio (exceto para as instituições financei-
ras) ou seja, não são ligadas ao seu objeto, não é relevante preocupar-se com 
a forma como as atividades foram financiadas, e sim, com o desempenho 
operacional.
Receitas financeiras �
Não possuem vínculo com a atividade principal, não são resultantes de 
operações usuais da empresa.
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228
Indicadores de gestão
Impostos sobre o lucro �
O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre 
o Lucro Líquido (CSLL) incidentes sobre o lucro da companhia, são excluídos 
também do cálculo do EBITDA, por serem influenciados por outros itens não 
operacionais.
A medição econômica LAJIDA (Lucro antes dos 
Juros, Imposto de Renda, Depreciação e 
Amortização)
Mais recentemente, as companhias abertas vêm divulgando a medição 
do Lucro Antes dos Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização 
(LAJIDA) – EBITDA – Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortiza-
tion como uma medição paralela às convencionais apresentadas nas demons-
trações contábeis.
Essa medição também foi largamente utilizada como um tipo de fluxo 
de caixa da companhia para fins de capacidade de servir a dívida e também 
como relacionada com um múltiplo para avaliação de empresas, entre outras 
aplicações.
Visão resumida de medições econômicas baseadas e não baseadas nas 
normas contábeis, aqui apresentadas apenas para efeito de compreensão do 
texto.
Receitas. �
Custo das Mercadorias Vendidas. �
Lucro Bruto – medição econômica baseada nas normas contábeis. �
Despesas de Vendas. �
Despesas Administrativas. �
Lucro antes dos Impostos, Juros Depreciações e Amortizações (LA- �
JIDA) – medição econômica não baseada nas normas contábeis, 
equivalente ao EBITDA – Earnings Before Interest, Tax, Depreciation 
and Amortization.
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Indicadores de gestão
229
Depreciação e Amortização. �
Lucro operacional antes da tributação e dos juros (IR e Despesas �
Financeiras) (LAJIR) medição econômica não baseada nas normas 
contábeis, equivalente ao EBIT – Earnings Before Interest and Tax.
Despesas Financeiras (de juros). �
Lucro Operacional (após despesas financeiras) medição econômi- �
ca baseada nas normas contábeis.
Outras Receitas e Despesas (não operacionais). �
Lucro antes dos impostos sobre a renda. �
Impostos – incidentes sobre o lucro: IRPJ e contribuição social. �
Lucro Líquido – medição econômica baseada nas normas contá- �
beis.
Cumpre destacar que vem sendo observado pelas entidades representati-
vas do mercado de capitais que a informação do LAJIDA (EBITDA) está sendo 
elaborada e divulgada de forma muito particular pelas companhias abertas e 
de forma divergente entre elas. Essa situação torna difícil compreender tanto 
a formação do número apresentado quanto a sua integração ou conciliação 
com os outros números da Demonstração do Resultado, além de não ser 
comparável.
Essas medições, portanto, não são diretamente extraídas da mesma estru-
tura da demonstração do resultado construída segundo os princípios e normas 
contábeis, mas incluem e excluem montantes não previstos nessas normas.
As medições não baseadas em normas contábeis são definidas como 
aquelas que incluem ou excluem montantes não previstos nas medições 
econômicas associadas às normas contábeis mais diretamente comparáveis. 
Esses ajustes pretendem refletir a visão da administração sobre a geração de 
recursos pela companhia, mas devem, também, estabelecer uma relação com 
as medições previstas nas normas contábeis.
Para exemplificar, podemos citar que determinada companhia, ao divul-
gar uma medição semelhante ao LAJIDA (EBITDA), deve estabelecer uma re-
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230
Indicadores de gestão
conciliação com a medição econômica baseada nas normas contábeis mais 
diretamente comparáveis ao Lucro Operacional. Nessa estrutura genérica, a 
reconciliação poderia, a título hipotético, ter o seguinte formato:
Lucro operacional:
(+) despesas financeiras
(+) depreciação
(+/-) amortização de ágio ou deságio
(+) outras amortizações
(=) Lucro antes dos impostos, juros, depreciações e amortizações – Lajida 
(Ebitda)
Uma reconciliação dessa natureza dá ao leitor ou analista financeiro das 
demonstrações contábeis uma clara ideia do cálculo efetuado pela adminis-
tração e um poder de explicação sobre a formação da medição econômica e 
de comparação com outras companhias e o mercado existente.
Conclusão
No cálculo do EBITDA, o valor informativo do indicador é maior quando 
usado de forma combinada com outras técnicas de análise ou outros 
indicadores.
Assim, uma empresa que apresente em determinado exercício um EBITDA 
positivo, parte desse resultado pode estar comprometido com um passivo 
oneroso, grande parte pode ser composta de receitas a prazo (onde embute- 
-se aí o risco do não recebimento), o EBITDA tem uma delimitação do âmbito, 
e superdimensionar as funções informativas do indicador é reduzir sua eficá-
cia e introduzir o risco na interpretação do indicador.
O que não ocorre com as despesas financeiras das Instituições Financeiras, 
pois estas fazem parte das operações principais, e, logo, não devem ser exclu-
ídas no cálculo do EBITDA.
Dessa forma, com o EBITDA as empresas chamam atenção do usuário para 
o fato de que, apesar da possível ocorrência de eventos desfavoráveis, procu-
ram melhorar o seu rendimento operacional.
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