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Planejamento em Prótese Odontológica

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Camilla Rodrigues Peixoto – Odontologia UnB – Turma 74
As próteses odontológicas são responsáveis por devolver estética e função aos pacientes que perdem dentes e podem ser do tipo: prótese total removível, prótese parcial removível, prótese fixa unitária ou total. Afim de confeccionar próteses adequadas para cada paciente é imprescindível a realização de um bom planejamento, seguindo todas as etapas necessárias.
Inicialmente realiza-se a ANAMNESE, que consiste, basicamente, em verificar a condição geral de saúde do paciente, bem como sua queixa principal, uso de medicamentos, presença de comorbidades que possam interferir no tratamento e as expectativas do paciente.
Em seguida, realiza-se o EXAME EXTRABUCAL com objetivo de avaliar se existem alterações da normalidade na região de cabeça e pescoço. Este exame consiste, sequencialmente, em: 
- exame da face: avaliar a simetria facial, linha do sorriso, forma, volume e postura labial;
- exame da pele: avaliar a textura, presença de manchas e lesões;
- palpação muscular e articular: realizar toque manual a fim de obter informações sobre o estado de saúde dos tecidos musculares e articulação temporomandibular e dessa forma, obter informações sobre a situação oclusal do paciente. Recomenda-se também a palpação dos linfonodos, de modo a verificar se existe algum processo inflamatório na região.
Finalizada esta etapa, inicia-se o EXAME INTRABUCAL a fim de avaliar os parâmetros biológicos, funcionais e estéticos, bem como os dentes ausentes, avaliação do tecido periodontal, verificar a presença de lesões de cárie, avaliar a oclusão do paciente etc. Caso o paciente necessite, deve-se realizar o preparo de boca anteriormente à moldagem para obtenção do modelo de estudo. Normalmente, antes de qualquer intervenção, são solicitados EXAMES COMPLEMENTARES, em especial as radiografias periapicais e panorâmica, recomenda-se também a realização de FOTOGRAFIAS. 
Finalizadas as etapas descritas, faz-se então a moldagem anatômica do paciente para obtenção do modelo de estudo, nesta etapa, pode ser realizada a individualização das moldeiras de estoque com uso de cera utilidade. Um MODELO DE ESTUDO com finalidade protética deve ser a reprodução dos dentes presentes e tecidos adjacentes (inserções, freios, mucosa), para que referências importantes não faltem durante o planejamento, além disso, é neste momento em que o grau de complexidade do paciente é avaliado. Modelos de má́ qualidade com bolhas, nódulos, defeitos e ausência de base devem ser descartados. Pacientes classificados em média ou alta complexidade devem passar por montagem em articulador semi-ajustável (ASA) e os de alta complexidade, além da montagem em ASA, devem passar por enceramento diagnóstico. 
A verificação da dimensão vertical do paciente é, também, um procedimento de suma importância, já que essa medida corresponde à distancia entre maxila e mandíbula e pode ser realizada em repouso (DVR) ou em oclusão (DVO). Nos casos de alta complexidade, é comum encontrarmos pacientes que per- deram dimensão vertical de oclusão, porque a mandíbula aproximou-se da maxila de forma patológica, diminuindo o espaço existente entre os dentes. Este processo adaptativo é conhecido como “dimensão vertical reduzida”, em função de uma nova posição vertical que a mandíbula estabelece com a maxila. Devido à perda da dimensão vertical, ocorre um aumento no espaço funcional livre (EFL). A língua começa a ocupar espaços que antes não eram dela, e o paciente passa a falar de forma alterada, podendo gerar um quadro doloroso provocado por atividade muscular exacerbada.
A reabilitação dentária desses casos deve considerar o restabelecimento da dimensão vertical. Esta restituição emprega a recontrução da forma, altura e posicionamento dos dentes ou estruturas dentárias perdi- das, com o objetivo de devolver a harmonia do sistema e, consequentemente, as funções fonéticas, funcionais e estéticas. 
Inicie avaliando a dimensão vertical de repouso (DVR). Por ser uma posição de repouso muscular e considerada imutável, é importante que o paciente esteja relaxado ao medirmos esta posição. Ele deve manter seus lábios entreabertos, sem nenhum toque dentário. Com uma régua de Willians, meça a distância existente entre a base do queixo e a base do nariz, marcando esta distância na ficha clínica. Logo após, peça ao paciente que feche a boca tocando todos os dentes, e realize novamente a medida com a régua. Neste momento, estamos registrando a dimensão vertical de oclusão (DVO). A diferença entre DVR e DVO é o EFL e idealmente, essa distância deve ser de 2 a 4 mm. Portanto, se a diferença entre estas medidas for muito superior a 4 mm, significa que estamos frente a um quadro de dimensão vertical reduzida.
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