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A RELEVÂNCIA DO CICLO HORMONAL FEMININO NA PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO RESISTIDO PARA MULHERES ADULTAS.-TCC - Vitor 01-12-2020

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A RELEVÂNCIA DO CICLO HORMONAL FEMININO NA 
PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO RESISTIDO PARA MULHERES 
ADULTAS. 
 
 BARRIOS, Vitor André1 
 ARCA, Mário Augusto
2
 
 
 RESUMO 
Este estudo destinou-se a esclarecer ao profissional de Educação Física que, deve-se ter um 
pensamento mais amplo quando o assunto se dirige a prescrição do treinamento resistido a 
mulheres adultas. Uma revisão bibliográfica na qual teve sua busca de livros, artigos , 
dissertações .O objetivo do conteúdo científico foi identificar qual a melhor fase do ciclo 
menstrual feminino, para prescrição do treinamento resistido. Sendo assim, teve-se a busca de 
transmitir o ciclo hormonal feminino como suas fases, dentre elas: fase folicular, fase de 
ovulação e fase lútea. Porém criou-se o questionamento de como o ciclo hormonal se 
comporta dentro do treinamento de força muscular. No entanto, autores salientaram que o 
nível de motivação, demanda energética, estado nutricional ou modificações menstruais e não 
necessariamente a fase do ciclo menstrual, são fatores que podem influenciar o desempenho 
do público feminino, dentro do treinamento resistido. Todavia, o melhor desempenho da 
mulher é quando a mesma não está em fase de menstruação. 
 
 Palavras-chave: Ciclo hormonal; Mulheres; Treinamento resistido. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Na contemporaneidade, poucos indivíduos indagam sobre o treinamento de força 
empregado a mulheres, sendo que as mesmas revelam dúvidas a respeito da maneira e 
características morfológicas que são capazes de ocorrer oriundas da sobrecarga do 
treinamento, o que se demonstra essencial uma periodização e acompanhamento na prescrição 
(SANTANA, 2019). 
No meio das modalidades de exercícios físicos ressalta-se a musculação, muito 
reputada como treinamento com pesos, treinamento resistido ou treinamento de força, onde 
demanda que os músculos se movimentem contra uma força contrária, a mesma é dirigida por 
 
1
 Acadêmico do Curso de Educação Física da FIRA- Faculdades Integradas Regionais de Avaré – 18700-902- 
Avaré – SP – Brasil - vitor_barrios13@hotmail.com 
 
2
 Orientador Professor Titular da FIRA-Faculdades Integradas Regionais de Avaré- 18700-902- Avaré SP– 
Brasil – Mestre em Biomecânica do Movimento pela ESEF – Escola Superior de Educação Física – Lisboa – 
Portugal – mario.veio.arca@hotmail.com 
mailto:vitor_barrios13@hotmail.com
mailto:mario.veio.arca@hotmail.com
2 
 
pesos livres ou equipamentos com pesos. E, por meio desta proposta, este exercício físico é o 
procedimento mais integralizado para atingir objetivos estéticos, terapêuticos ou preventivos 
(OLIVEIRA, 2018). 
O treinamento resistido se designa como todo exercício físico contrário a uma 
resistência, seja com pesos livres, peso corporal ou resistência elástica. O treinamento 
resistido é principal em programas de exercício e é considerado seguro para indivíduos 
saudáveis, atletas ou portadores de doenças crônicas (AZEVEDO et al., 2007). 
Estudos feitos com homens e mulheres nos exercícios de supino e leg press 
demonstram que a força muscular dos membros superiores do corpo da mulher é menor do 
que a do homem. Já em aplicação aos membros inferiores, as mulheres conseguem ser mais 
fortes do que os homens (FLECK e KRAMER, 2002). 
O ciclo menstrual (CM) constitui-se de muitas alterações ocorrentes no útero, ovários, 
vagina, mamas e também na secreção de hormônios gonadotrópicos pela adeno-hipófise. O 
período de um ciclo regular é em média de 28 dias. Ele pode ser mais curto, de apenas 20 
dias, ou, mais longo, de até 45 dias (GUYTON e HALL, 2017). 
Simão et al.,(2007, p.50), a “literatura reporta que a fisiologia feminina parece ser 
afetada pelas alterações hormonais cíclicas decorrentes do CM. Alguns autores referenciam 
que tais oscilações endócrinas podem afetar o desempenho na prática de exercícios.” 
Entretanto, a expectativa das diferentes fases do ciclo menstrual sobre as respostas 
ventilatórias, metabólicas e cardiovasculares durante o exercício esteja sendo foco de 
discussão na literatura os efeitos sobre a força muscular máxima, identificam estar recebendo 
mínima atenção ou conhecimento (DIAS et al., 2005). 
As concentrações de hormônios sexuais endógenos sofrem oscilações ao longo do 
CM, o que pode ter consequências no desempenho de exercícios nas mulheres. Neste 
momento, os dados deste assunto, estão sem discernimento sobre se o desempenho do 
exercício é afetado pela fase do CM (MCNULTY et al., 2020). 
Diversificados estudos vêm desenvolvendo diferentes resultados quando é avaliada a 
força nas fases do ciclo menstrual, alguns deles mostram resultados onde a força aumenta na 
fase lútea, já em contraparte outros não demonstram diferenças significativas entre as fases 
(BENTO, 2018). 
No entanto, é necessário considerar algumas diferenças fisiológicas durante a 
prescrição do exercício resistido para mulheres. Um fator que provoca alterações emocionais, 
cognitivas e físicas que podem interferir no desempenho esportivo das mulheres, é o ciclo 
menstrual (RODRIGUES, 2010). 
3 
 
Colocando em pauta, necessitou-se investigar o estado do ciclo hormonal feminino 
dentro treinamento resistido em mulheres adultas. 
Com base neste conteúdo, a indagação que se tem neste artigo, é qual a melhor forma 
e período, que o profissional de educação física pode prescrever o treinamento resistido, para 
mulheres dentro do ciclo hormonal? Assim, cabe ao profissional ter conhecimento de como o 
ciclo menstrual tem sua influência no desempenho das mulheres, e que fases são mais 
favorecidas para enfatizar maior intensidade nos treinamentos e que fases deve-se priorizar 
um treinamento moderado (OLIVEIRA, 2018). 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Apresentação dos tópicos da fundamentação teórica os quais foram sete: Hormônios 
gonadotrópicos e seus efeitos nos ovários, ciclo hormonal feminino, fase folicular, fase de 
ovulação, fase lútea, treinamento de força e atuação do ciclo menstrual na força muscular. 
 
2.1 Hormônios gonadotrópicos e seus efeitos nos ovários 
 
As modificações ovarianas que se passa durante o ciclo sexual dependem inteiramente 
dos hormônios gonadotrópicos ou gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH 
(hormônio luteinizante), que são produzidos e também secretados pela hipófise anterior, que 
têm a função de regular a atividade dos ovários e testículos. Na escassez desses hormônios, os 
ovários ficam ociosos, como acontece na infância, quando quase nenhum hormônio 
gonadotrópico é secretado (DRUCIAK, 2015). 
Entre 9 e 12 anos de idade, a hipófise tende a iniciar a secreção progressiva de mais 
FSH e LH, levando ao início de ciclos sexuais mensais normais, que se estabelecem entre 11 e 
15 anos de idade. Esse momento de mudança é denominado puberdade, e o primeiro CM é 
intitulado de menarca. Durante cada mês do ciclo sexual feminino, se faz aumento e 
diminuição cíclicos, tanto de FSH quanto de LH (GUYTON e HALL, 2017). 
O FSH e o LH impulsionam suas células-alvo ovarianas ao se fundir aos receptores 
muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo ovarianas. Os receptores 
ativados tendem a aumentar, a secreção das células e, em geral, também o crescimento e a 
propagação das células. Perto de todos esses efeitos estimuladores convertem-se da ativação 
do sistema do segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico, no citoplasma 
4 
 
celular, guiando à formação da proteína quinase e múltiplas fosforilações de enzimas chave 
que promovem a síntese dos hormônios sexuais (GUYTON e HALL, 2017). 
O público feminino é impactado por um fenômeno biológicodenominado como ciclo 
menstrual (CM). O CM decorre mensalmente através da relação dos hormônios 
hipotalâmicos, hipofisários e ovarianos, tendo a necessidade de uma regularidade entre eles 
para que o ciclo ocorra de maneira regular (BENTO, 2018). 
 
2.2 Ciclo hormonal feminino 
 
Os anos de reprodução naturais da mulher se determinam por variações rítmicas 
mensais da secreção dos hormônios femininos e referem-se a alterações nos ovários e outros 
órgãos sexuais. Esse padrão rítmico é nomeado de ciclo sexual mensal feminino, ou ciclo 
menstrual feminino. O ciclo tem seu tempo, em média, 28 dias. Pode ser curto, em torno de 
20 dias ou, por volta de 45 dias, dependendo de mulher para mulher, embora o período do CM 
esteja, com frequência, associado à menor fertilidade. Sendo assim, o CM é constituído por 
três fases subsequentes: folicular, ovulatória e lútea. (OLIVEIRA, 2018). 
 
2.2.1 Fase folicular 
 
A fase folicular se inicia no primeiro dia do ciclo, indica o início da menstruação e 
tem seu período em média de 14 dias. Na introdução dessa fase, há uma secreção gradativa 
dos FSH e baixa de LH. A ação concomitante desses dois hormônios estimula o crescimento 
de folículos nos ovários e ampliam as taxas de hormônios de estrogênio (BENTO, 2018). 
Sendo assim, as altas concentrações de estrogênio propiciam o desenvolvimento do 
folículo, e elevam a camada granulosa e a ligação de FSH à receptores foliculares. Entretanto 
essa ação, o endométrio uterino se coloca em situação de aumento da sua espessura (BENTO, 
2018). 
Diante não somente dos hormônios, fatores parácrinos e autócrinos que, no entanto 
estão sendo discernidos, também ajudam para a estruturação deste processo. Além dos 
hormônios esteroides, compostos peptídicos são feitos pelos folículos ovarianos, a partir de 
diferentes estruturas celulares (BARACAT, 2015). 
As gonadotrofinas hipofisárias, fabricadas de forma cíclica, levam, a cada ciclo, o 
crescimento de um conjunto de folículos, encarregados pela produção de estrogênios na 
5 
 
primeira fase do ciclo, um dos quais, nomeado: Folículo de Graaf ou Folículo Dominante, que 
irá se romper no meio do ciclo (BARACAT, 2015). 
Diante da secreção de hormônios gonadotrópicos, que vão atuar também no 
aprimoramento dos folículos na fase folicular, desta forma, um destes folículos amadurece e 
ovula no 14º dia, assim adentrando a próxima fase de ovulação (GUYTON e HALL, 2017). 
 
2.2.2 Fase de ovulação 
 
 A ovulação feminina tem um ciclo sexual de 28 dias se dá, em média, 14 dias depois 
do início da menstruação. Pouco período antes de ovular, a parede externa proeminente do 
folículo dilata aceleradamente, e a área inferior no centro da cápsula folicular, nomeada de 
estigma, projeta-se como um bico (DRUCIAK, 2015). 
Em 30 minutos ou mais, o líquido começa a verter do folículo através do estigma, e 
cerca de 2 minutos depois o estigma se danifica inteiramente, permitindo que um líquido mais 
viscoso, que ocupava a porção central do folículo, seja projetado para fora. O líquido viscoso, 
leva consigo o óvulo contornado por massa de milhares de pequenas células da granulosa, 
denominada coroa radiada (GUYTON e HALL, 2017). 
A fase de ovulação se inicia quando a quantidade do LH começa a crescer, levando a 
liberação de um dos folículos. Essa fase se determina pela saída do ovócito secundário dos 
ovários em caminho do endométrio. O folículo dominante inicia sua liberação de altas 
concentrações de estrogênio, levando a ter uma ampla liberação de LH, denominada de “pico 
de LH”, essa fase tem sua duração, em média cinco dias (CONSTANTINI et al., 2005). 
Após a liberação do ovócito secundário, ele se converte em corpo lúteo, ocasionando a 
secreção da progesterona. Se nessa ocasião não ocorrer à fecundação, a última fase do CM se 
começa (CONSTANTINI et al., 2005). 
 
2.2.3 Fase lútea 
 
No decorrer das primeiras horas depois da evacuação do óvulo do folículo, as células 
da granulosa e tecais internas excedentes se alteram, aceleradamente, em células luteínicas. 
Elas se amplificam em diâmetro, de duas a três vezes, e encontram-se repletas de inclusões 
lipídicas que lhes mostram uma identidade amarelada. Esse processo é denominado 
6 
 
luteinização, e a massa total de células leva o nome de Corpo Lúteo (GUYTON e HALL, 
2017). 
Guyton e Hall (2017) ainda apontam que o corpo lúteo é um órgão demasiadamente 
secretor, gerando altas taxas de progesterona e estrogênio. Uma vez que o LH 
(predominantemente o secretado no pico ovulatório) tem sua ação agindo nas células da 
granulosa e tecais, ocasionando a luteinização, as células luteínicas recentemente formadas 
representam estar ajustadas para acompanhar o seguimento preordenado de (1) proliferação; 
(2) aumento; e (3) secreção seguida por (4) degeneração. Todo esse seguimento ocorre em 
torno de 12 dias. 
Sendo assim, na última fase do CM com período em média de 14 dias, nomeada de 
fase lútea, há uma alta produção de estrogênio e progesterona e baixa produção LH e FSH. 
Não havendo a fecundação nesse momento, o corpo lúteo se corrompe e os níveis de 
estrogênio e a progesterona tendem a cair. Com a redução da progesterona, o endométrio 
tende primeiramente a se descamar, começando o sangramento e sendo o início da 
menstruação. Com as taxas de estrogênio baixas, as taxas de FSH começam a aumentar, e um 
novo ciclo se começa (BENTO, 2018). 
 
2.3 Treinamento de força 
 
O treino de força concede a melhora da saúde e da aptidão física. A American College 
of Sports Medicine (ACSM) sugere que os adultos integrem o treinamento de força como 
elemento de um programa de atividade física (MAIOR, 2013). 
Entende-se que o exercício físico se realizado de forma correta, oferece benefícios à 
saúde da mulher, esclarecendo que não interfere nas funções hormonais (LEITÃO, 2000). 
No meio das modalidades de exercícios físicos ressalta-se a musculação, muito 
reputada como treinamento com pesos, treinamento resistido ou treinamento de força, onde 
demanda que os músculos se movimentem contra uma força contrária, a mesma é dirigida por 
pesos livres ou equipamentos com pesos. E, por meio desta proposta, este exercício físico é o 
procedimento mais integralizado para atingir objetivos estéticos, terapêuticos ou preventivos 
(OLIVEIRA, 2018). 
O treinamento de força introduz adaptações musculares neurais e estruturais. O 
estresse mecânico gerado pelo exercício articula o controle neuromotor, a consumo 
metabólico e a ação endócrina. Deste modo, o estímulo executado pelo exercício move vias 
de sinalização que conduzem a expressão gênica e a síntese proteica muscular. Sendo assim, o 
7 
 
exercício introduz alterações no recrutamento da força e no tamanho das fibras musculares 
(GOUVÊA e BUENO, 2020). 
 No entanto, o fenótipo adaptativo resultante provem das variáveis do treinamento, 
como a intensidade, volume e intervalo, que regula o tipo de fibras recrutadas, as distintas 
respostas hormonais, o destaque de micro traumas gerados na musculatura, as alterações 
nas concentrações de metabólitose o tempo de duração destas alterações (GOUVÊA e 
BUENO, 2020). 
Estudos feitos com homens e mulheres nos exercícios de supino e leg press 
demonstram que a força muscular dos membros superiores do corpo da mulher é menor do 
que a do homem. Já em aplicação aos membros inferiores, as mulheres conseguem ser mais 
fortes do que os homens (FLECK e KRAMER, 2017). 
 
Os profissionais envolvidos com o treinamento de força devem estar atentos às 
queixas de suas alunas quando estas relatam diminuição da força para um treino que 
vem sendo realizado com frequência, pois a força pode estar sofrendo uma alteração 
em função da fase do CM que estas alunas se encontram (SIMÃO et al, 2007, p. 51). 
 
2.4 Atuação do ciclo menstrual na força muscular 
 
Determinados autores atribuem um aumento no desempenho físico na fase pós-menstrual ou lútea. Pressupõe-se que tal adaptação possa ser ocasionada pelo crescente 
percentual de estrogênio e ativação do córtex suprarrenal, que ocorrem correlacionados, 
provocando ampla secreção de noradrenalina (DIAS et al., 2005). 
Da mesma forma uma colocação parassimpática do sistema nervoso central durante o 
período referido. Aparenta que a fisiologia feminina é impactada pelas alterações hormonais 
cíclicas derivadas do ciclo menstrual. Alguns autores especificam que tais modificações 
endócrinas são capazes de influenciar o desempenho na prática de exercícios (REDMAN e 
WEATHERBY, 2003). 
As modificações hormonais resultantes das fases do CM podem ocasionar 
intervenções no desempenho, e com isso impactar em todo o treinamento (JONGE, 2003). 
As prováveis interpretações da versatilidade do desempenho físico durante as 
diferenciadas fases do ciclo menstrual têm forte relação com as oscilações hormonais 
(OLIVEIRA, 2016). 
No decorrer, essas oscilações hormonais o estrogênio e progesterona, que 
desequilibram nas fases modificando alguns indicadores, sendo capaz de intervir diretamente 
8 
 
no desempenho físico, esclarecendo uma redução da força na fase folicular e ovulatória e 
aumento da velocidade, resistência e força na fase lútea (CONSTANTINI et al., 2005). 
Diversificados estudos vêm desenvolvendo diferentes resultados quando é avaliada a 
força nas fases do ciclo menstrual, alguns deles mostram resultados onde a força aumenta na 
fase lútea, já em contraparte outros não demonstram diferenças significativas entre as fases 
(BENTO, 2018). 
Por exemplo, pressupõe que a progesterona tem um efeito catabólico sobre o músculo, 
atingindo sua maior concentração sanguínea durante a fase lútea (POWERS e HOWLEY, 
2014). 
O cortisol, que da mesma forma possui efeitos catabólicos, igualmente chegando a 
maiores concentrações na fase lútea, correlacionado à fase folicular (OLIVEIRA, 2016). 
 Neste aspecto, os receptores não conseguem interagir com os hormônios catabólicos, 
mesmo com suas taxas aumentadas (OLIVEIRA, 2016). 
Esses crescimentos nos hormônios catabólicos são capazes de ser reparados pela 
desinibição de receptores aos hormônios anabólicos. A testosterona conserva-se em uma 
concentração relativamente constante durante todo o ciclo menstrual, exceto por um aumento 
durante a ovulação (GENTIL, 2014). 
Essas modificações hormonais com as distintas fases do ciclo menstrual têm 
conduzido alguns a postular que o treinamento de força deve ser diversificado durante as 
fases do ciclo menstrual (FLECK e KRAEMER, 2017). 
As disparidades nas concentrações hormonais resultam em excelentes condições para 
o crescimento e para a correção muscular na fase folicular, em comparação com a fase lútea 
(OLIVEIRA, 2016). 
Portanto, a intensidade ou a quantidade do treinamento de força devem ser diminuídas 
durante a fase lútea e aumentados durante a fase folicular (POWERS e HOWLEY, 2014). 
Dando importância que o desempenho da força muscular foi reduzida, durante a fase 
ovulatória e que dias antes desta fase deve-se exibir altos picos de estrogênio que seriam 
positivos em relação ao exercício, esta redução nos valores da carga conseguem estar 
correlacionada a fatores como: níveis de motivação, demanda energética, estado nutricional 
ou modificações menstruais e não necessariamente a fase do ciclo menstrual (DIAS et al., 
2005). 
 
3. METODOLOGIA 
 
9 
 
A pesquisa é de natureza qualitativa e foi feita uma inspeção na literatura narrativa, 
usando agregados de cunho científico: livros, artigos, dissertações, teses impressas e virtuais 
(RICHARDSON, 2017). 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Essas interpretações são capazes de contribuir na prescrição de treinos para praticantes 
de treinamento de força, assim, colaborando em planejamentos e periodização de acordo com 
o CM, dessa forma o profissional de educação física é capaz, de planejar o treino de acordo 
com os momentos do CM, entendendo que há uma predisposição em melhor desempenho na 
força para o momento em que a mulher não está menstruada. Assim, temos a intenção de 
potencializar os resultados fornecendo benefícios às mulheres. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
AZEVEDO, P. H. S. M; et al . Efeito de 4 semanas de treinamento resistido de alta 
intensidade e baixo volume na força máxima, endurance muscular e composição corporal de 
mulheres moderadamente treinadas. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 1, n. 3, p. 76-85, 
2007. 
 
 
BARACAT, E. Manual de Ginecologia Endócrina. São Paulo: Federação Brasileira das 
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2015. 
 
 
BENTO, C. Produção de força em diferentes momentos do ciclo menstrual em 
praticantes de treinamento de força. Florianópolis-2018. Disponível em: 
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/191980/TCC_CarolineSiqueiraBento.p
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CONSTANTINI, N. W.; DUBNOVE, G.; LEBRUN, C. M. The menstrual cycle and sport 
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DIAS, I.; SIMÃO, R.; NOVAES, J. S. - Efeito das diferentes fases do ciclo menstrual em um 
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https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/191980/TCC_CarolineSiqueiraBento.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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10 
 
DRUCIAK, C. ANÁLISE COMPARATIVA DOS NÍVEIS DE FORÇA EM 
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http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3917/1/CT_COEFI_2014_2_05.pdf. 
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FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 4ª ed. 
Rio de Janeiro: Artmed, 2017. 
 
 
GENTIL, P. Bases científicas do treinamento de hipertrofia. 5ª ed. São Paulo: 
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GOUVÊA, C. M. C. P.; BUENO, J. R. Treinamento de força bi-set em mulheres. 
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https://home.unicruz.edu.br/wp-content/uploads/2019/02/FOR%C3%87A-MUSCULAR-E-A-RELA%C3%87%C3%83O-COM-AS-FASES-DO-CICLO-MENSTRUAL.pdf
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https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/171570/TCC_Igor_Oliveira_EFBach20162.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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