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CARLOS VINICIUS ALCÂNTARA DE PAIVA EFEITO PLACEBO DA CAFEÍNA EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FISICA NATAL/RN 2022 EFEITO PLACEBO DA CAFEÍNA EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FISICA PLACEBO EFFECT OF CAFFEINE IN PHYSICAL ACTIVITY PRACTITIONERS Carlos Vinicius Alcântara de Paiva1 Rodrigo Albert Baracho Ruegg2 RESUMO A cafeína é o recurso ergogênico mais utilizado do mundo, devido á vários estudos que têm demonstrado uma melhora no desempenho de indivíduos quem consomem este tipo de suplementação. É o placebo também possuem efeito ergogênico, porém ao contrário da cafeína os mecanismos que envolvem o efeito placebo ainda não são totalmente compreendidos, este estudo tem como objetivo entender um pouco mais sobre o efeito placebo e a da cafeína com relação ao desempenho físico de praticantes de atividade física. METODOLOGIA: Foram procurados artigos em bases de dados, como: PUBMED, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), SCHOLAR GOOGLE, SCIENTIFIC RESEARCH, BRASIL BVS. RESULTADOS: Foram utilizados 9 artigos que aborda o tema proposto, onde os estudos científicos foram do tipo rondomizados e duplo-cego; onde 4 desses estudos o aprimoramento da performance dos atletas está associado ao consumo da cafeína; 3 estudos demonstraram um efeito placebo, mas apresentaram algumas limitações; e 1 apresentou problema nos resultados por não apresentar um grupo controle. CONCLUSÃO: A cafeína demonstrou um efeito de melhora no desempenho durante exercício físico em atletas e praticantes e a compreensão de todos os mecanismos que envolvem o efeito placebo ainda está longe de ser alcançada, isto porque ainda existe uma dificuldade com relação ao desenho metodológico ideal para este tipo de estudo, além das diversas variáveis que podem interferir nos resultados da pesquisa, como por exemplo, características da personalidade ou motivação individual. Palavras chaves: Efeito placebo, Cafeína, Suplementação, Recurso ergogênico, Atividade física. ABSTRACT Caffeine is the most used ergogenic resource in the world, due to several studies that have shown an improvement in the performance of individuals who consume this type of supplementation. It is the placebo that also have an ergogenic effect, but unlike caffeine the mechanisms that involve the placebo effect are not yet fully understood, this study aims to understand a little more about the placebo effect and that of caffeine in relation to the physical performance of physical activity practitioners. METHODOLOGY: Articles were searched in databases, such as: PUBMED, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), SCHOLAR GOOGLE, SCIENTIFIC RESEARCH, BRASIL BVS. RESULTS: We used 9 articles that addressed the proposed topic, where the scientific studies were randomized and double-blind; where 4 of these studies the improvement of the athletes' performance is associated with the consumption of caffeine; 3 studies demonstrated a placebo effect but had some limitations; and 1 presented a problem in the results for not having a control group. CONCLUSION: Caffeine demonstrated a performance-enhancing effect during physical exercise in athletes and practitioners, and the understanding of all mechanisms involving the placebo effect is still far from being achieved, because there is still a difficulty regarding the ideal methodological design for this type of study, in addition to the various variables that may interfere with the research results, such as personality characteristics or individual motivation. Keywords: Placebo effect, Caffeine, Supplementation, Ergogenic resource, Physical activity. INTRODUÇÃO Para que o atleta tenha um bom desempenho no esporte em que pratica, existem alguns fatores que serão determinantes e influenciarão de forma positiva esta performance. Estes fatores podem ser genéticos ou ambientais, tais como: influências culturais, treinamento adequado, incentivo familiar, alimentação, uso de ergogênicos (BAKER et al., 2003). A cafeína é uma substância integrante dos hábitos alimentares em quase todos os países no mundo, e seu uso tem aumentado provavelmente pelo aumento do consumo de refrigerantes, porém também vem sendo utilizada como recurso ergogênico nos esportes, nas atividades laborativas e até mesmo entre estudantes visando melhores performances em provas e avaliações (AVOIR et al., 2006; PEELING e DAWSON, 2007). A cafeína é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal (SANTOS et al., 2014), atingindo o seu pico de ação após 30-120 minutos de ingestão e com meia vida aproximada entre 5-6 horas (SMITH,2002). Durante o exercício físico, ela atua otimizando a oxidação lipídica, aumentando as taxas de ácidos graxos livres, fato que pode determinar a economia de glicogênio muscular e permitir o aumento no tempo de prática de exercício físico (GOSTON, 2009). No que se refere à prescrição do treinamento, para otimizar o desempenho esportivo e condicionamento físico, a cafeína contribui para alterações no sistema nervoso central, gerando menor percepção frente ao esforço, elevação do estado de alerta e proporcionando maior estímulo na contração muscular (COX et al., 2002). O placebo é considerado um procedimento e/ou substância inerte, sem efeito farmacológico (BEEDIE et al., 2006; CLARK et al., 2000). O efeito placebo é entendido como a resposta positiva a um tratamento inerte quando comparada a uma condição controle, resultante puramente da crença que o participante teve em receber um tratamento benéfico que pudesse proporcionar melhora sobre o desfecho tratado (BEEDIE et al., 2006; BEEDIE; FOAD; COLEMAN, 2008; BENEDETTI, 2014). Embora estas sejam as definições tradicionais para este fenômeno, elas não são completamente precisas, pois os placebos podem ser expressos como palavras, rituais, símbolos e significados, envolvendo um conjunto de estímulos sensoriais e sociais que resultam em uma resposta benéfica ao tratamento (BENEDETTI, 2014). Recentemente pesquisas apontam que o efeito placebo tem benefícios semelhantes ao da cafeína (SAUNDER, B., et al., 2016). O Placebo vem do latim Placere e significa “algo para agradar” entende-se como a melhoria dos sintomas ou funções fisiológicas em resposta às substâncias aparentemente inespecíficas ou inertes (TEIXEIRA, M., 2009). Este presente estudo teve como objetivo apresentar e discutir alguns achados de estudos que relacionaram efeito placebo com o efeito da cafeína sobre o desempenho físico em praticantes de atividade fisica. Inicialmente foi realizada uma busca intencional nas bases de dados como a PUBMED, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), SCHOLAR GOOGLE, SCIENTIFIC RESEARCH, BRASIL BVS; Onde as palavras chaves utilizadas foi: Efeito placebo, Cafeína, Suplementação, Recurso ergogênico, Atividade física. Vale ressaltar que está e uma revisão integrativa de uma forma mais simples e ampla de apresentar dados e fundamentar cientificamente alguns conhecimentos. EFEITO PLACEBO. A palavra placebo vem do latim “placere” e significa agradar, fazer bem. O placebo apresenta dois tipos de efeito: positivo ou negativo. O efeito positivo se dá quando o atleta relata alguma melhora. Já o efeito negativo, denominado Nocebo (do latim “nocere” que significa fazer mal) se dá quando surge um efeito colateral ou uma piora no desempenho de um atleta (CP, Silva,2002). Efeito placebo é uma mudança atribuível apenas à crença de um indivíduo na eficácia de um tratamento, pode proporcionar uma melhora valiosa no desempenho físico (BEEDIE et al, 2006). A mente exerce um grande poder sobre o corpo, principalmente no esporte, alguns estudos demonstram que a expectativa tem um papel importante para o sucesso ou fracasso no desempenho do atleta (MC CLUNG, M, COLLINS, D, 2007). O efeitoplacebo é obtido quando ocorre um resultado positivo do uso de um placebo. Ele não está ligado à farmacologia do medicamento e pode aparecer quando se administra uma substância farmacologicamente inativa. Existem dois tipos de placebo: 1- Placebos inertes: são aqueles desprovidos de qualquer ação farmacológica, como por exemplo as pílulas à base de açúcar, lactose, amido ou ainda os chamados pseudo-medicamentos como os extratos de ervas, solução salina e vitaminas supérfluas. 2- Placebos ativos: são aqueles que têm ação farmacodinâmica para um mal específico, embora sejam administrados para uma doença no qual não existem ainda substâncias eficazes (CP, Silva,2002). EFEITO PLACEBO X PERFORMANCE O real mecanismo pelo qual o efeito placebo atue é bem discutido em contextos clínicos e de desempenho físico, sugere-se que o placebo ative regiões cerebrais múltiplos, incluindo, o córtex cingulado anterior, insula anterior, córtex pré- frontal e a substância cinzenta periaquedutal (Kong et al. 2007). Indivíduos que acreditam se beneficiar do efeito placebo apresentam elevações no fluxo sanguíneo cerebral, e tais alterações cerebrais estariam associadas aos efeitos de redução na sensação de dor, aumento da motivação e a redução na percepção subjetiva de esforço, o que sugere que esse seja o real mecanismo cerebral de atuação do placebo (BEEDIE, 2007). O efeito placebo ainda é um fenômeno pouco compreendido. Esta afirmação é verdadeira para muitos fenômenos psicológicos esportivos, por exemplo, estados de fluxo e emoção, embora, ao contrário de tais fenômenos, o efeito placebo, dado seu papel central na estimativa de efeitos em estudos controlados por placebo, seja fundamental para a pesquisa cientifica é a prática baseada em evidências (Christopher J e Abigail J; 2009). Pode-se argumentar que em relação ao desempenho esportivo e pesquisa, o efeito placebo é amplamente reconhecido, mas pouco compreendido. Certamente, em comum com a prática em disciplinas como medicina e psicologia clínica, conta de cientistas do esporte para a possibilidade de um efeito placebo em estudos de intervenção usando uma condição de controle placebo. No entanto, apesar que as evidências em outros lugares de que o efeito placebo afeta uma ampla gama de variáveis fisiológicas, psicológicas e comportamentais; o efeito placebo recebeu uma escassa atenção na pesquisa em ciências do esporte. Os poucos estudos que abordam especificamente o efeito placebo, apesar de fornecerem coletivamente poucas informações relativas à sua magnitude ou mecanismos, sugerem que os efeitos do placebo podem estar associados a várias intervenções nutricionais e farmacológicas (Christopher et al. 2006). CAFEINA. A cafeína pertence ao grupo Metilxantinas (1,3,7 trimetilxantina), do qual faz parte também a teofilina e a teobromina (SPREIT;1995). Este alcaloide é encontrado nas sementes de café e nas folhas de chá verde (Camilla sinensis). Também pode ser achado em outros produtos vegetais, particularmente no cacau (Theobroma cocoa), no guaraná (Paullinia cupana) e na erva-mate (Ilex paraguayensis). Embora uma parcela da população consuma cafeína na forma de fármacos, como por exemplo: antigripais, grande parte deste alcaloide é ingerida na forma de bebidas (De Maria & Moreira; 2007). A tabela 1 apresenta as principais fontes de cafeína na dieta. Tabela 1 – principais fontes de cafeína nos alimentos. Produto Conteúdo de cafeína (mg) Café (xicara 150ml) -- Torrado e moído 85 Instantâneo 60 Descafeinado 3 Chá (xicara 150ml) -- Folhas 20 Instantâneo 30 Chocolate -- Barra de chocolate ao leite (29g) 6 Barra de chocolate escuro (29g) 20 Achocolatados (180ml) 4 Outros produtos (180ml) 5-20 Refrigerantes tipo cola (180ml) 18 Coca-cola (lata 360ml) 46 Pepsi-cola (lata 360ml) 38 Barone, Roberts (1996), Ellenhorn´s Medical Toxicology (1997), Harland (2000). As metilxantinas são alcaloides estreitamente relacionados que se diferenciam pela potência de suas ações farmacológicas, sobre o sistema central (SNC) (SPREIT;1995). Nesse sentido a cafeína é uma substância capaz de excitar ou restaurar as funções cerebrais e bulbores, sem, contudo, ser considerada uma droga terapêutica, sendo comumente utilizada e livremente comercializada, por apresentar uma baixa capacidade de indução a dependência (RANG; DALE,1993). EFEITOS ERGOGENICOS DA CAFEINA. Os efeitos da cafeína durante o exercício físico estão relacionados principalmente a um aumento na liberação de catecolaminas e mobilização de ácidos graxos, consequentemente resultando em uma diminuída utilização do glicogênio intramuscular como fonte de energia (Silva,2003). Esses mecanismos fisiológicos de ação da cafeína poderiam retardar o início da fadiga muscular periférica, contribuindo para um aumento de desempenho físico (Vitorino et al; 2007). A cafeína é uma substância rapidamente absorvida pelo intestino, atingindo sua concentração máxima na corrente sanguínea entre 15 e 120 minutos após a sua ingestão (Sinclair & Geiger, 2000). Sua ação pode atingir todos os tecidos, pois o seu carreamento é feito via corrente sanguínea, sendo posteriormente degradada pelo fígado e excretada pela urina na forma de coprodutos (Clarkson, 1993; Spriet, 1995). Apesar de apenas pequena quantidade de cafeína ser excretada (0,5 a 3%), sem alteração na sua constituição química, sua detecção na urina é relativamente fácil (Clarkson, 1993; Graham, 2001a). Vale ressaltar que alguns fatores como a genética, a dieta, o uso de alguma droga, o sexo, o peso corporal, o estado de hidratação, o tipo de exercício físico praticado e o consumo habitual de cafeína, podem afetar seu metabolismo e, consequentemente, influenciar na quantidade urinária total excretada (Duthel et al., 1991; Spriet, 1995; Sinclair, Geiger, 2000). Outro efeito da cafeína e o aumento da termogênese, que é a produção de calor pelo organismo. Por esse motivo pessoas mais sensíveis a cafeína costuma sentir mais calor e transpirar mais. A utilização da cafeína acaba tendo como alvo principal o aumento da disposição, da concentração e do desempenho para que dessa maneira o indivíduo treine melhor e dessa maneira aumente o gasto calórico total (Godoi;2021). Tabela 2: Disposição de estudos segundo autor, objetivo, metodologia e resultado. REFERÊNCIA OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADO Duncan, J, M. 2010 O estudo teve como objetivo examinar o efeito da ingestão aguda de cafeína na produção de potência média e de pico, índice de fadiga e classificação de esforço percebido (RPE) durante o desempenho do teste anaeróbico de Wingate (WANT) na parte superior e inferior do corpo. Usando um projeto duplo-cego, 22 homens realizaram um WANT na parte superior do corpo e um na parte inferior do corpo, 60 minutos após a ingestão de cafeína (5 mg/kg) e um WANT na parte superior do corpo e um na parte inferior do corpo após a ingestão de placebo (5 mg/kg Dextrose). A potência de pico foi significativamente maior após a ingestão de cafeína na parte superior e inferior do corpo WANT. A potência de pico e a potência média também foram significativamente maiores durante a parte inferior do corpo, em comparação com os WANTs da parte superior do corpo, independentemente da substância ingerida. No entanto, a ingestão de cafeína não aumentou a potência média nem na parte superior nem na parte inferior do corpo. Não houve diferenças significativas no índice médio de fadiga como consequência da substância ingerida ou modo de exercício. B. Saunders et al. 2016 Tem como objetivo investigar 42 ciclistas treinados Cafeína melhorou o desempenho contra os efeitos da identificação do suplemento no desempenho do exercício com suplementação de cafeína. realizaram umcontrarrelógio de ciclismo de aproximadamente 30 min, 1 hora após suplementação de 6 mg/kg de cafeína (CAF) ou placebo (PLA) e uma sessão de controle (COM) sem suplementação. Os participantes identificaram qual suplemento acreditavam ter ingerido (“cafeína”, “placebo”, “não sei”) pré e pós- exercício. PLA e CON. A identificação correta pré e pós- exercício da cafeína no CAF melhorou o desempenho do exercício contra CON, com aumentos relativos ligeiramente maiores do que o efeito geral da cafeína. O desempenho não foi diferente entre PLA e CON dentro dos subgrupos, embora tenha havido uma tendência de melhora no desempenho quando os participantes acreditaram ter ingerido cafeína pós-exercício Duncan, M et al, 2009 Este estudo examinou o efeito placebo da cafeína no número de repetições (reps), classificação de esforço percebido (RPE), pressão arterial (PA) e pico de frequência cardíaca (PHR) durante o exercício de treinamento de resistência com repetições até a falha. 15 homens que realizaram repetições até a falha. Os participantes foram informados de que ingeriram 250ml de solução contendo 3 mg/kg de cafeína ou 3 mg/kg de placebo 1 hora antes de cada tentativa de exercício. Sendo um protocolo enganoso, onde todos os indivíduos consumiram uma solução placebo em ambas as condições. Os indivíduos completaram mais 2 repetições quando perceberam que haviam ingerido cafeína. O RPE foi significativamente menor nas condições percebidas de cafeína e controle e o RPE para o músculo ativo foi significativamente maior em todas as condições em comparação com o RPE para o corpo geral. Não foram evidentes diferenças substanciais na PHR entre as condições. Tallis, J. et al, 2016 Foi examinado o efeito da cafeína e o efeito combinado da cafeína e da expectativa da cafeína na força voluntaria máxima. 14 homens, onde 4 ensaios experimentais randomizado, simples-cegos: (1) disseram cafeína, recebeu cafeína (5mg/kg) (CC); (2) disseram cafeína, recebeu placebo (CP); (3) disseram placebo, recebeu placebo (PP); (4) disseram placebo, recebeu cafeína (PC). Houve uma melhora significativa e igual no pico de força concêntrica que foi encontrada nos ensaios 1 (CC) e 4 (PC). Apesar dos participantes acreditarem que a cafeína evocaria um benefício no desempenho, não houve efeito do ensaio 2 (CP). Puente et al., 2017 Analisar o efeito da cafeína em 20 jogadores de basquete experientes. Foi realizado um experimento duplo-cego, controlado por placebo, randomizado. Onde os atletas realizaram 2 sessões. A partir da metodologia ingeriram 3 mg/kg de peso de cafeína ou placebo 60 minutos antes do treinamento Verificaram maior salto dos jogadores, aumento do contato físico durante o “jogo simulado”, e melhora na performance de acordo com o programa (performance index rating), a partir da cafeína. Na quantidade de 3 mg/kg (de peso) de cafeína melhora a performance de jogadores de basquete experientes. Porém, houve composto por dez repetições da seguinte sequência: salto Abalakov, Mudança de Direção e Teste de Aceleração (CODAT) e participaram depois um jogo simulado de 20 minutos. relato de insônia após o jogo. Dolan, 2017 Visualizar os efeitos do carboidrato, cafeína e juntos, na performance de corrida intermitente. Foi realizado um estudo randomizado e duplo-cego onde quatorze atletas de lacrosse treinados em exercício de resistência, usaram solução de 25 ml na forma de bochecho(durante 10 segundos) em 5 condições, 6% de CHO, 1,2% de CAF, 6% de CHO + 1,2% de CAF, água saborizada (placebo) e condição não A cafeína e o carboidrato não melhoram a performance dos atletas no ‘Yo-Yo level 1’. Porém a percepção de esforço foi menor com o uso da solução (CHO + CAF). bochecho, antes do teste físico. Realizaram o teste ‘Yo-Yo level 1’ ao qual é um treinamento de recuperação intermitente acompanhado do monitoramento de percepção de esforço. Coso et al.,2016 Este estudo teve como objetivo, determinar a eficácia de uma bebida energética contendo cafeína para melhorar o desempenho físico de jogadores de hóquei de campo de elite durante um jogo. 13 jogadores de hóquei em campo de elite ingeriram 3 mg/kg de cafeína na forma de bebida energética ou a mesma bebida sem cafeína (bebida placebo). Após 60 min para absorção da cafeína, foi realizado um jogo simulado. A cafeína aumentou significativamente os padrões de movimento de jogadores de hóquei em campo de elite. Esta bebida reduziu a quantidade de ações de corrida em intensidade moderada e as transformou em ações de alta intensidade e sprint sem afetar a distância total de corrida, impactos corporais ou frequência cardíaca média. O efeito estimulante da bebida energética com cafeína aumentou os movimentos do hóquei em campo realizados em alta velocidade (<18 km · h-1), mas não reduziu a magnitude da fadiga de corrida presente durante um jogo de hóquei em campo. Diaz-Lara et al.,2016 O objetivo deste estudo foi investigar a eficácia da cafeína para melhorar o desempenho muscular específico do Brazilian Jiu-jitsu (BJJ). Quatorze atletas de BJJ masculinos e de elite (29,2 ± 3,3 anos; 71,3 ± 9,1 kg) participaram de um experimento randomizado, duplo-cego, controlado por placebo e cruzado. Em duas sessões diferentes, atletas de Jiu-Jitsu ingeriram 3 mg kg- 1de cafeína ou placebo. Após 60 min, eles realizaram um teste de força máxima de preensão manual, um salto com contramovimento, um teste de levantamento estático máximo e testes de supino que consistiam em 3 mg de cafeína por kg melhorou o desempenho muscular em atletas de elite de Jiu-Jitsu, enquanto não houve efeitos colaterais perniciosos com esta dosagem. Houve aumento na produção de força isométrica máxima e dinâmica na parte superior do corpo. A ingestão de cafeína também aumentou a produção de energia máxima na parte superior do corpo e no teste da parte inferior do corpo. Além disso, melhorou a resposta em testes de exercício de resistência isométrica e dinâmica, e o número de repetições até a falha. uma repetição máxima, carga de potência e repetições até a falha. Diaz-Lara et al.,2015 Determinar a eficácia da ingestão de uma dose moderada de cafeína para melhorar o desempenho geral durante uma competição simulada de jiu- jitsu brasileiro (BJJ). Quatorze atletas de BJJ de elite participaram de um projeto experimental duplo-cego, controlado por placebo. Em ordem aleatória, os atletas ingeriram 3 mg/kg de massa corporal de cafeína ou placebo (celulose, 0 mg/kg) e realizaram 2 combates simulados de Jiu- Jitsu (com 20 min de descanso entre eles), seguindo as regras oficiais do Jiu-Jitsu. A ingestão pré- exercício de cafeína (3 mg por kg de massa corporal) aumentou a duração e o número de ações ofensivas de alta intensidade durante dois combates simulados; o desempenho aumentado em todos os testes físicos específicos medidos antes do início da competição; e em testes físicos específicos medidos logo após o segundo combate. DISCUSSÃO O consumo de cafeína foi associado ao aprimoramento da performance de atletas em diversos contextos sugerindo um possível efeito ergogênico da cafeína, cujo mecanismo ainda precisa ser elucidado. Consumo de cafeína em doses agudas de 3-6mg/kg de massa corporal, 1 hora antes do exercício ou pela manhã como suplementação, tem efeitos benéficos para o desempenho desses atletas, de maneira ainda mais efetiva quandocomparado a doses maiores (COSO et al., 2016; PUENTE et al., 2017; DIAZ-LARA et al., 2015; DIAZ-LARA et al., 2016). Os estudos de Duncan, J. 2009; Duncan, J. 2010 e B. Saunders. 2016 demonstraram um efeito placebo, contudo seus trabalhos também apresentaram algumas limitações. A inexistência de um grupo controle no protocolo utilizado por Duncan, J. 2010; dificulta a separação entre placebo e Nocebo, assim não se pode afirmar com certeza se a melhora no grupo placebo aconteceu devido a expectativa positiva quanto a ingestão de cafeína, ou se na verdade o que ocorreu foi uma piora no grupo que achava que estava ingerindo placebo devido a uma expectativa negativa. Os estudos de Duncan, J. 2010 e B, Saunders. 2016 apresentaram resultados significativos com relação ao efeito placebo, porém isto ocorreu quando questionários sobre quais substâncias eles achavam que haviam ingerido que foram feitos após os testes, o que pode levar os participantes a escolherem aqueles testes que eles acreditaram que se saíram melhor, levando a erros nos resultados. A falta de um grupo controle no experimento de Tallis, J. 2016 representa um problema na interpretação dos resultados deste estudo, pois existem múltiplas variáveis que podem interferir na resposta placebo e através deste grupo é que pode- se fazer uma comparação entre as alterações ocorridas no grupo placebo e controle. A compreensão de todos os mecanismos que envolvem o efeito placebo ainda está longe de ser alcançada, isto porque ainda existe uma dificuldade com relação ao desenho metodológico ideal para este tipo de estudo, além das diversas variáveis que podem interferir nos resultados da pesquisa, como por exemplo, características da personalidade ou motivação individual. Conclusão A utilização da cafeína acaba tendo como alvo principal o aumento da disposição, da concentração e do desempenho para que dessa maneira o individuo treine melhor e que também aumente o gasto calórico total. De fato, o consumo da cafeína esta associado ao aprimoramento da performance em praticantes de atividade física e com isso sugerindo um possível efeito ergogênico da cafeína. A dosagem recomendada é de 3-6 mg/kg e rapidamente absorvido pelo intestino, atingindo a sua concentração máxima entre 15-120 minutos após a sua ingestão. Cuidado para não extrapolar as quantidades recomendadas, que além de não trazerem resultados melhores, podem resultar em insônia, irritabilidade, ansiedade, náuseas, desconforto gastrointestinal, arritmias cardíacas e diureses. E o efeito placebo pode exercer uma influência positiva em praticantes de atividade física por apresentarem elevações do fluxo sanguíneo cerebral e essa alteração estaria associado aos efeitos de redução na sensação de dor e o aumento da motivação. A partir disso, existe uma necessidade de novos estudos e pesquisar devem ser feitas na área, com o objetivo de se aprofundar mais sobre a cafeína e o efeito placebo, que ainda existem muitas ideias contraditórias sobre esses temas. Referências AVOIR, L.; et al. Central nervous system stimulants and sport practice. Br J Sports Med, v. 40, p. i16-i20, 2006. BAKER, J.; HORTON, S.; ROBERTSON-WILSON, L.; WALL, M. Nurturing Sport Expertise: factors influencing the development of elite athlete. Journal of Sports Science and medicine, v.2, p.1-9, 2003. BEEDIE, C. J. et al. Placebo Effects of Caffeine on Cycling Performance. Official Journal of the American College of Sports Medicine. 2006. BURKE, R. M. Pratical issues in evidence-based use of performance supplements: suplement interactions, repeated use and individual responses. Sports Med. 2017. BEEDIE, CJ, STUART, EM, COLEMAN, DA, & FOAD, AJ (2006). Efeitos placebo da cafeína no desempenho do ciclismo. 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