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Metabolismo do Ferro e Anemia Ferropriva

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19/04/2017 
1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
CURSO DE BIOMEDICINA 
Biomedicina 5ºP (BR256) 
 
 Laboratório Central (LABCEN) do CCB / UFPE 
Prof° Dr. Marcos André C. Bezerra 
Prof° Dr. Antonio Roberto Lucena de Araujo 
FERRO 
•Elemento essencial de vários processos fisiológicos do organismo, sendo um mineral 
vital para a homeostase celular; 
•Pode ser encontrado na forma ferrosa (Fe 2+) ou Férrica (Fe 3+) combinando-se com 
proteínas de transporte ou de armazenamento, ou como componente de compostos 
heme e de metaloenzimas. 
 
Compostos Funções 
Hemoglobina 
Mioglobina 
Transporte de oxigênio 
Ribonucleotídeo Redutase Síntese de DNA 
Xantina Oxidase Inativação de radicais O2 nocivos 
Succinato desidrogenase Respiração Mitocondrial 
Citocromos, Catalase, Peroxidase Produção oxidativa de energia 
FERRO 
•Deficiência: consequências para todo o organismo, tendo a anemia a 
manifestação mais relevante. 
•Excesso ou acúmulo: nocivo aos tecidos. O Ferro livre promove formação 
de radicais livres que são tóxicos e lesam proteínas, DNA e lipídeos. 
•Aquisição de Ferro: dieta ou reciclagem de eritrócitos senescentes 
•Absorção: regulada pela necessidade do organismo 
•gravidez, puberdade, hemólise = maior absorção de Ferro 
•Reciclagem: 25-30 mg/dia – suficiente para manter a eritropoese 
•Macrófagos do baço, MO, Fígado = Reconhecem alterações 
bioquímicas nas hemácias senescentes – fagocitam – 
catabolismo intracelular (CO, Fe2+, bilirrubina) 
•Fe2+ - estocado (Ferritrina) ou oxidado e transportado 
predominantemente para MO (eritropoese) 
Distribuição do Ferro no Organismo 
Quantidade média de ferro no adulto (4-5 g) 
Homem (g) Mulher (g) % do total 
Hemoglobina 
Ferritina e hemossiderina 
Mioglobina 
Enzimas com heme (ex.: 
citocromos, catalase, 
peroxidases, 
flavoproteínas) 
Ferro ligado à 
transferrina 
2,4 1,7 65 
1,0 (0,3-1,5) 0,3 (0-1,0) 30 
0,15 0,12 3,5 
0,02 0,015 0,5 
 0,004 0,003 0,1 
http://www.ufpe.br/ccb/index.php
19/04/2017 
2 
Distribuição do Ferro no Organismo 
Homeostase: Absorção  Perda 
DIETA (Ferro: heme/não heme) 
(15-20mg/dia) Duodeno (enterócito) 
ABSORÇÃO 
1-2mg/dia 
 Fígado 
RESERVA 
(Ferritina / Hemossiderina) 
Hepatócitos e Macrófagos-SRE 
1000 mg 
 
PERDA 
Descamação celular 
Suor 
Ciclo Menstrual 
 1-2 mg/dia 
Músculos 300 mg 
(MIOGLOBINA) 
Tecidos 
(Enzimas) 
Medula Óssea 
Plasma (Transferrina) 
 4 mg 
TRANSPORTE 
Eritrócitos 
(HEMOGLOBINA) 
2000 mg 
 
Baço 
RESERVA 
(Ferritina/Hemossiderina) 
Macrófagos-SRE 
600 mg 
RESERVA 
(Ferritina-Hemossiderina) 
Macrófagos-SRE 
Precursores eritróides 
300 mg 
Absorção de Ferro 
•Ferro da dieta: Ferro Hemínico e Ferro Não Hemínico 
•Ferro Hemínico: fontes animais 
•Ferro Não Hemínico: Forma inorgânica (Fe3+) presente em 
vegetais, frutas, cereais e gema de ovo 
•Absorção: Epitélio duodenal e jejuno proximal (enterócito) 
 Forma Ferrosa (Fe2+) 
•Proteínas envolvidas na absorção: 
•Dcytb (citocromo b duodenal redutase): converte Fe3+ em Fe2+ 
• DMT-1 ou Nramp2 (proteína transportadora de metal divalente 
1): transporta o íon Fe2+ do lúmen para o interior do enterócito 
(membrana apical) 
•HCP-1 (Proteína transportadora do Heme 1): internalização do 
Heme (redistribuição membrana plasmática  citoplasma) 
•Hemeoxigenase: libera íon Fe2+ da protoporfirina para o 
citoplasma 
Trato Gastro Intestinal 
Grotto HZW, 2008 
Hefaestina = 
ceruloplasmina sérica 
Absorção e Reserva de Ferro 
 
•Reserva de Ferro: 
 
•Ferritina (apoferrina + Ferro): 450 kDa, hidrossolúvel, composta 
por um centro de cristal de óxido férrico nonidratado (Fe2O3 x 9 
H2O) no interior de uma concha de apoferritina. 
 
•Apoferritina: 24 subunidades arranjadas em 12 dímeros 
formando um dodecaedro. Os monômeros podem ser H ou L 
(forma principal de armazenamento – maior avidez) 
 
 
19/04/2017 
3 
Ferritina 
 
 Maior parte no citoplasma, restante 
em organelas 
 Subunidade H (heavy): coração, 
eritrócitos, monócitos, linfócitos 
 atividade ferroxidase : Reação de 
Fenton 
 
 Subunidade L (light): fígado, baço, 
placenta 
 1mg/L ferritina = 120 mg Fe 
estoque/kg de peso 
 Mobilização de Ferro da Ferritina: 
facilitada por agentes quelantes e 
redutores: ácido ascórbico,glutation, 
cisteína. 
 
Reação de Fenton: 
 
Fe2+ + O2  Fe
3+ + O2
- 
2 O2
-  + 2H+  O2 + H2O2 
Fe2+ + H2O2  Fe
3+ + OH- + OH  
Absorção e Reserva de Ferro 
•Reserva de Ferro: 
•O Ferro liberado da Ferritina pode também agregar-se em 
grumos. Esses grumos coalescem em um aglomerado dentro dos 
lisossomos recebendo a denominação de Hemossiderina. 
 
•Hemossiderina: 
•Forma degradada da ferritina, onde a concha proteíca foi 
parcialmente desintegrada; 
•proteína de armazenamento de Ferro, encontrada no 
interior de lisossomos, principalmente dos macrófagos, 
sobretudo em sobrecarga de ferro. É insolúvel (maior 
proporção ferro/proteína) e se cora pelo azul da Prússia 
(Reação de Perls = hemossiderina corada pelo ferrocianeto 
de potássio). 
Exportação de Ferro 
Saída de Ferro do enterócito para o plasma 
•Proteínas envolvidas: 
•FPT (Ferroportina) ou IREG1 (Iron 
regulated transporter protein 1): 
transporte do íon Fe2+ do citoplasma 
pala o plasma (membrana basolateral) 
•Hefaestina: oxida íon Fe2+ em íon Fe3+ 
•Ceruplasmina presente no plasma 
tem mesma função que Hefaestina 
•HFE (proteína da hemocromatose): 
interage com TfR e detecta o seu grau 
de saturação. Desta forma, sinaliza 
para o enterócito se há maior ou 
menor necessidade de absorção de 
ferro na luz intestinal (HFE-TfR no 
citosol reduz o TfR na membrana). 
Transporte de Ferro no Plasma 
•Ferro (Fe3+) transportado no plasma pela Transferrina (Tf) 
•Transferrina: glicoproteína 2-globulina, 80 kDa, sintetizada no 
fígado, com dois domínios homólogos para o íon férrico 
(apotransferrina = Tf desprovida de Ferro). 
•Transferrina: solubiliza o ferro, atenua sua reatividade e facilita 
sua liberação para as células. 
•A Tf plasmática tem a capacidade de transportar até 12 mg de 
ferro, contudo, em geral, apenas 30% da Tf está saturada 
(mono ou diférrica). 
19/04/2017 
4 
Transporte de Ferro no Plasma 
•Quando complexado a Transferrina, o ferro é internalizado na 
célula mediante interação deste complexo com o receptor de 
transferrina (TfR). 
•O TfR é um homodímero transmembrana constituído por 
duas subunidades unidas por pontes dissulfeto, presente, na 
maioria das células, mas, sobretudo, nos eritroblastos. 
•Domínio citoplasmático (20-23): sequência responsável pelo 
endocitose do complexo. 
•TfR1: Expressão regulada pelo Ferro plasmático; na 
sobrecarga há baixa expressão. 
•TfR2: expresso predominantemente no fígado; possui menor 
afinidade à Tf diférrica (25x menor); mutações estão 
associadas com hemocromatose. 
Transporte de Ferro no Plasma 
Receptor de transferrina
S S
SS
Cys-98
Cys-89
Membrana
plasmática
Sítios sensíveis à
protease
Glicano O-ligado
Thr 104
Asn 251
Asn 317
Asn 727
Glicanos N-ligados
Sítio de ligação da
transferrina
Ferro ligado à
transferrina
COOH
COOH
NH2 H2N
Ser 24-PO4PO4 - Ser 24
Ácido graxo ligado
covalentemente
Mr x 10
-3
70
20
5
•Um produto da clivagem do TfR tecidual circula no plasma na 
forma solúvel (sTfR). Esta proteólise ainda não foi bem 
elucidada. 
 
•Esta forma solúvel (sTfR) reflete a massa de TfR celular (80% 
linhagem eritróide da medula): 
•Hipoplasia eritróide (aplasia e insuficiência renal) – níveis 
reduzidos de sTfR 
•Hiperplasia eritróide (hemólise) – níveis elevados de sTfR 
Transporte de Ferro no Plasma Transporte e internalização celular do ferro 
Ferriredutase: Steap 3 reduz o ferro da Tf para que este possa ser transportadopela 
DMT-1. Na mitocôndria, o Ferro é incorporado ao anel de protoporfirina formando 
o heme. 
19/04/2017 
5 
Transporte e internalização celular do ferro Catabolismo das hemácias e reaproveitamento do ferro 
(Fonte importante de Ferro para manter a eritropoese) 
Ceruplasmina 
catabolismo 
intracelular do 
heme no M 
(CO, Fe2+, 
bilirrubina) 
Fe = 
armazenado 
como 
Ferritina ou 
exportado 
para medula 
Transporte de Ferro na mitocôndria 
•O Ferro é transportado através da membrana mitocondrial por 
mecanismos ainda não esclarecido. 
•Após este transporte, a 
frataxina regula a 
utilização do ferro, 
destinando-o à síntese do 
heme ou gerando cluster 
Fe-S, prevenindo a 
formação de radicais 
livres. 
•A cadeia respiratória 
converte Fe3+ em Fe2+ 
 
 
Figura 8 
•O íon Fe2+, única forma 
reconhecida pela 
ferroquelatase, é 
incorporado ao anel 
pirrólico para formar o 
heme. 
Transporte de Ferro na mitocôndria 
19/04/2017 
6 
HOMEOSTASE DO FERRO - 
REGULAÇÃO GÊNICA 
 
Sistema regulador IRE/IRP 
 
 Célula é capaz de regular a utilização 
de seu próprio Ferro (regulação 
intracelular) 
 IRP (iron regulatory protein) age como 
sensor celular do Fe 
 IRP liga-se a IRE (iron regulatory 
elements) presentes no RNAm (30 
nucleotídeos) 
 Formação de complexos IRE/IRP 
 Região 5’UTR inibe tradução 
 Região 3’UTR previne 
degradação do mRNA 
HOMEOSTASE DO FERRO - 
REGULAÇÃO GÊNICA 
 
•TfR/sTFR: aumenta 
•Ferritina: diminui 
Deficiência de Fe Sobrecarga de Fe 
•TfR/sTfR: diminui 
•Ferritina: aumenta 
Regulação intracelular 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
HOMEOSTASE DO FERRO – 
Regulação sistêmica 
Saturação da Tf 
é: 
 O maior indicador sistêmico da 
homeostase de Ferro 
 Determinada pela quantidade de 
Ferro: 
 Absorvida do intestino 
 Reciclada por macrófagos a 
partir de hemácias senescentes 
 Utilizada na eritropoese 
 
 Tf diférrica afeta expressão de 
hepcidina 
 
 
19/04/2017 
7 
HOMEOSTASE DO FERRO – 
Regulação sistêmica 
Hepcidina 
•Controle do equilíbrio do ferro depende da comunicação entre 
locais de absorção, utilização e estoque. Esta comunicação é feita 
pela Hepcidina. 
•Hepcidina: sintetizada na forma de propolipetídeo (84aa) 
produzida pelos hepatócitos, mas sua forma ativa é um peptídeo 
de 25 aa (HAMP – peptídeo antimicrobial da hepcidina) que 
possui atividade antimicrobiana (rompe membrana de 
microorganismos) e restringe a disponibilidade do ferro (regulador 
negativo). 
•A concentração de hepcidina  regula negativamente 
-a absorção intestinal de Ferro 
-a liberação de Ferro pelos enterócitos e macrófagos 
 
HOMEOSTASE DO FERRO – 
Regulação sistêmica 
Hepcidina 
•A ferroportina é o receptor da Hepcidina. Desta forma, o 
complexo ferroportina-hepcidina é internalizado na membrana 
basolateral dos macrófagos e enterócitos, degradando a 
ferroportina e bloqueando a liberação de ferro da célula, 
resultando em menor disponibilidade para os eritroblastos. 
 
•Além disso, a hepcidina inibe a transcrição de DMT-1 nos 
enterócitos, inibindo a absorção de ferro. 
 
•Citocinas pró inflamatórias (sobretudo a IL-6) induzem a 
transcrição do HAMP (peptídeo antimicrobial da hepcidina). 
 
•O HAMP também é ativado pelas BMP (proteínas morfogenéticas 
da medula), as quais regulam proliferação, diferenciação, apoptose 
e migração tecidual. 
Hepcidina 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
Outras proteínas como TfR2, HFE e hemojuvelina (HJV) também controlam 
a síntese da hepcidina nos hepatócitos. 
Hepcidina 
19/04/2017 
8 
 absorção intestinal de Ferro 
 liberação pelos macrófagos 
⇓ expressão hepática: 
 deficiência de Ferro 
 eritropoese estimulada 
+ 
⇑ expressão hepática: 
 sobrecarga de Ferro 
 durante a inflamação 
- 
Hepcidina 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
ASPECTOS IMPORTANTES DO METABOLISMO DO FERRO 
•Avaliação Laboratorial: 
•Hemograma 
•Ferro sérico 
•sTfR 
•Ferritina sérica 
•Transferrina sérica 
•Capacidade Total de Ligação de Ferro ou capacidade ferropéxica total (TIBC) : 
•TIBC: mede a quantidade de ferro que a Tf pode carregar quando 
totalmente saturada (porção total de ferro que pode se ligar a 
transferrina; N = 200 a 400 g/dL) 
• UIBC: mede a quantidade de ferro que não se ligou à Tf quando um 
excesso de ferro foi adicionado ao soro (capacidade de reserva de Tf em 
se ligar ao Ferro). 
TIBC= UIBC + Ferro sérico 
O TIBC = Ferro sérico + Capacidade latente de fixação do ferro. O TIBC traduz qual a 
capacidade que a “massa” total de transferrina sérica tem de abarcar ferro. O TIBC 
está elevado em toda situação em que há aumento da transferrina sérica. 
ASPECTOS IMPORTANTES DO METABOLISMO DO FERRO 
•Mutações na Ferroportina e HFE: Hemocromatose (Acúmulo de 
Ferro no organismo e contínua absorção) 
•Mutações na DMT-1: Anemia hipocrômica e microcíticas 
•Carência de Ferro/hipóxia induz: 
• maior absorção de ferro; 
•HCP-1 redistribuída na membrana plasmática e não no 
citoplasma – facilitando captação do heme e evitando que este 
seja eliminado pelo peristaltismo intestinal 
•Maior expressão de ferroportina (FPT) 
•Reduz expressão de hepcidina 
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9 
Anemia Ferropriva 
• Diagnóstico Diferencial 
• Anemia de Doença Crônica 
• Anemia Sideroblástica 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
CURSO DE BIOMEDICINA 
 Laboratório Central (LABCEN) do CCB / UFPE 
Prof° Dr. Marcos André C. Bezerra 
Prof° Dr. Antonio Roberto Lucena de Araujo 
Causas de Anemia Microcítica Hipocrômica 
Anemia Ferropriva 
• A deficiência de ferro é a alteração hematológica mais comum que acomete a espécie 
humana; 
 
• 20 a 30 % da população mundial tem deficiência de ferro, o que constitui, portanto um 
grave problema de saúde pública, particularmente no países em desenvolvimento 
(OMS, 2009); 
 
• No Brasil, a prevalência de deficiência de ferro e anemia ferropriva depende da região 
geográfica e está relacionada a fatores sócio-econômicos, dentro de uma mesma região 
está relacionado com a distribuição de renda. 
 
- Incidência de Anemia Ferropriva: 
• Região Sul: 40% das crianças, 20% das mulheres e 5% dos homens 
• Região Nordeste: 60% das crianças, 40% das mulheres e 20% dos homens 
 
• Estudo mostrou que em 300 doadores de sangue de SP, observaram que 18,5% das 
mulheres que estavam doando sangue pela 1ª vez apresentavam deficiência de ferro e, 
para doadoras que haviam doado sangue anteriormente, essa percentagem foi de 41,5%. 
 
Cançado & Chiattone, 2001 
Anemia Ferropriva 
• A causa básica da deficiência de ferro é o desequilíbrio entre as 
quantidades ingeridas e o consumo e/ou as perdas, que ocorrem por 
diversas vias, resultando no esgotamento das reservas de ferro do 
organismo; 
• O tempo necessário para que ocorra a carência e se manifeste na 
forma de anemia depende de numerosos fatores, os mais importantes 
são a magnitude dos depósitos e o grau de desequilíbrio; 
• A anemia é uma manifestação tardia e insidiosa da carência, que surge 
quando as reservas orgânicas esgotam-se em virtude do balanço 
negativo. 
http://www.ufpe.br/ccb/index.php
19/04/2017 
10 
Anemia Ferropriva: Causas 
• Carência nutricional 
-Menor ingestão de ferro 
 
• Menor absorção intestinal 
- Acloridria / Cirurgia gástrica / Taninos / Fitatos,... 
 
• Problemas no transporte de ferro 
- Ausência congênita de transferrina. 
• Aumento da perda de ferro 
- Sangramento gastrointestinal (parasitoses, hemorróidas, gastrite atrófica 
auto-imune, diverticulose, infecção por Helicobacter pylori...) 
- Perda menstrual: hiperfluxo menstrual (menorragia, metrorragia) 
- Outras causas (doença celíaca, hemólise crônica por válvula cardíaca, 
doações de sangue...) 
•Aumento das necessidades fisiológicas- Infância, gravidez e lactação 
Anemia microcítica e hipocrômica 
Sangramento Crônico 
 
Necessidades aumentadas 
Gastrointestinal Gravidez 
Varizes Crescimento 
Gastrite (aspirina) Prematuridade 
Úlceras 
Tumores 
 
Má absorção 
Parasitoses Anti-ácidos ou pH gástrico elevado 
Malformações vasculares Competição com outros metais (cobre, chumbo) 
Doença inflamatória Excesso de fitatos, amido, etc. na dieta 
Diverticulose Gastrectomia 
Hemorróidas Doença celíaca 
Gênito urinário Dieta pobre em ferro 
Menorragia (rara como fator isolado) 
Câncer 
 Infecção crônica 
Pulmonar 
Homossiderose pulmonar 
Infecções 
Outras 
Epistaxe 
Hematúria 
Hemoglobinúria 
Hemangiomas 
Doações regulares de sangue 
Sangrias freqüentes 
Anemia Ferropriva: Sinais e Sintomas Clínicos 
• Cansaço, sonolência, baixo desempenho 
• Cefaléia, tontura, zumbido no ouvido, alteração da visão 
• Pele e mucosa: palidez 
• Boca: estomatite angular (fissuras ou úlceras no cantos da boca) 
• Língua: glossite atrófica (atrofia do epitélio da língua), fissuras 
• Unhas: coiloníquia (unhas côncavas, sulcadas e quebradiças) 
• Formigamento das mãos e pés 
• Sintomas gástricos: gastrite crônica, disfagia, geofagia, pica 
Anemia por 
deficiência de ferro. 
(a) Coiloníquia: unhas 
típicas em “colher”. 
(b) Queilose angular: 
fissuras e ulceração no 
canto da boca. 
19/04/2017 
11 
Estádios da Deficiência de Ferro 
A deficiência de ferro, geralmente, desenvolve-se de 
maneira lenta e progressiva e, didaticamente, pode ser 
dividida em três estádios de desenvolvimento: 
1. Depleção dos estoques de ferro / Deficiência de 
Ferro Pré-latente 
2. Eritropoese deficiente em ferro / Deficiência 
Latente de Ferro 
3. Anemia ferropriva 
Sequência de eventos no 
desenvolvimento da anemia ferropriva 
• 1o Estágio- Depleção de Ferro (Deficiência de Ferro Pré-latente) 
 
– Redução da reserva de ferro (fígado, baço e medula óssea) 
– Ferro de transporte normal 
– Síntese de Hemoglobina normal 
 
• 2o Estágio - Deficiência Latente de Ferro/Eritropoese com def. de Fe 
 
– Redução da reserva de ferro no fígado, baço e medula óssea 
– Redução do ferro de transporte 
– Síntese de Hemoglobina normal 
 
• 3o Estágio - Anemia Ferropriva 
 
– Redução da reserva de ferro do fígado, baço e medula óssea 
– Redução do ferro de transporte 
– Redução da síntese de hemoglobina 
Sequência de eventos no 
desenvolvimento da anemia ferropriva 
1o Estágio - Depleção de Ferro: perda de sangue ou 
necessidade excedente à absorção (equilíbrio negativo de 
ferro) – ferro mobilizado dos estoques - estoques de ferro 
diminuem – ferritina sérica diminui – absorção de ferro 
aumenta – mas TIBC ainda normal (capacidade total de 
ligação ao ferro sérico). 
Sequência de eventos no 
desenvolvimento da anemia ferropriva 
2o Estágio - Deficiência Latente de Ferro/Eritropoese com 
def. de Fe: estoques de ferro consumidos – concentração de 
ferro sérico diminui – saturação de transferrina cai abaixo de 
15% - falta ferro para síntese do heme – aumenta a 
protoporfirina das células vermelhas. 
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12 
Sequência de eventos no 
desenvolvimento da anemia ferropriva 
3o Estágio - Anemia ferropriva: é detectada anemia – 
inicialmente normocítica e normocrômica – gradualmente 
torna-se microcítica e hipocrômica. 
Carência de ferro  esgotamento dos estoques de ferro  oferta 
insuficiente de ferro para a MO  síntese reduzida do heme  
produção reduzida de hemoglobina  anemia microcítica e 
hipocrômica 
Diagnóstico Laboratorial 
 Hemograma 
• Fase Inicial: 
Esfregaço sanguíneo: hemácias normocíticas e normocrômicas 
Eritrograma: normal 
 
• Fases mais avançadas: 
Esfregaço sanguíneo: microcitose, hipocromia, poiquilocitose (eliptócitos, 
dacriócitos) 
Eritrograma: E, Hb (<10g/dl), Ht, VCM, HCM, CHCM diminuídos 
Reticulócitos: diminuído (exceto para terapia com ferro) 
 
Medula 
• Fase Inicial: hiperplasia eritróide 
 
• Fases mais avançadas: eritropoese ineficaz (eritroblastos menores e deficientes 
de hemoglobina) 
 
Coloração para ferro na MO: estoques ausentes 
Diagnóstico Laboratorial 
• Ferro sérico: diminuído (VN: 49 a 151 g/dl) 
• TIBC: aumentado (VN: 242 a 359 g/dl) 
• Saturação da transferrina: diminuído (VN: 20 a 50%) 
ST=Fe sérico 
 TIBC 
ST< 16% eritropoese deficiente de ferro 
• Ferritina sérica: diminuída (VN: 10 a 200 ng/ml) 
• Porfirina eritrocitária: aumentada nos eritroblastos 
(VN: 15,5 g/dl de eritrócitos) 
• 1o Estágio - Depleção de Ferro 
 
– Redução da reserva de ferro 
• Ferritina: diminuída 
 
– Ferro de transporte normal 
• Ferro sérico: normal 
• TIBC: normal 
• Saturação Tf: normal 
 
 
– Síntese de Hemoglobina normal 
• Hb: normal 
• VCM, HCM, CHCM: normais 
Anemia Ferropriva: diagnóstico laboratorial 
19/04/2017 
13 
• 2o Estágio - Deficiência Latente de Ferro/Eritropoese 
com def. de Fe 
– Redução da reserva de ferro 
• Ferritina: diminuída 
 
– Redução do ferro de transporte 
• Ferro sérico: diminuído 
• TIBC: aumentada 
• Saturação Tf: diminuída 
 
– Síntese de Hemoglobina normal 
• Hb: normal 
• VCM, HCM, CHCM: normais 
• RDW 
Anemia Ferropriva: diagnóstico laboratorial 
• 3o Estágio - Anemia Ferropriva 
– Redução da reserva de ferro 
• Ferritina: diminuída 
 
– Redução do ferro de transporte 
• Ferro sérico: diminuído 
• TIBC: aumentada 
• Saturação Tf: diminuída 
 
– Redução da síntese de hemoglobina 
• Hb: diminuída 
• VCM: diminuído  Microcitose 
• HCM e CHCM: diminuídos  Hipocromia 
• RDW  
 
– CONTAGEM DE RETICULÓCITOS 
• Diminuída ou normal 
Anemia Ferropriva: diagnóstico laboratorial 
Desenvolvimento da Anemia Ferropriva 
Estoque de 
ferro (medula 
óssea, e 
macrófagos) 
Desenvolvimento da anemia ferropriva 
Normal 
Deficiência 
de ferro 
latente 
Anemia 
ferropriva 
++ 0 0 
Normal Normal 
Ferro de 
células 
vermelhas 
(esfregaço e 
índices) 
Hipocrômica, 
microcítica 
VCM HCM 
CHCM RDW  
19/04/2017 
14 
Normal Depósitos 
reduzidos 
Eritropoese 
deficiente 
Anemia ferropriva 
Anemia Ausente Ausente Presente Presente 
Morfologia das hemácias Normal Normal Normal Microcítica hipocrômica 
Depósitos de ferro +++ + 0 0 
Ferritina sérica (g/l) 100  60 < 25 10 < 10 
Fe sérico (g/dl) 115  50 < 115 < 60 < 40 
TIBC (g/dl) 330  30 330-360 390 410 
Saturação da transferrina Normal Normal ou 
diminuída 
<16% <16% 
Zago et al., 2004 
Estágios no desenvolvimento de anemia ferropriva 
Distensão sangüínea de 
paciente com anemia 
ferropriva, mostrando 
anisocitose, pecilocitose 
(incluindo eliptócitos), 
hipocromia e microcitose. A 
contagem sangüínea foi – CE: 
4,22 x M/L, Hb: 7,0g /dL, 
Hct: 29%.VCM: 67 fL, HCM: 
16,6 pg, CHCM: 24,5 g /dL. 
Anemia Ferropriva 
Anemia microcítica e hipocrômica com aumento do RDW. 
Note pequeno linfócito no campo em comparação com o 
tamanho das hemácias. 
19/04/2017 
15 
(A) Esfregaço de SP de pac. com anemia ferropriva 
evidenciando-se hemácias microcíticas hipocrômicas; células 
em alvo (B) e hemácias alongadas (C). 
Anemia Ferropriva 
Distensão de sangue periférico em anemia grave por deficiência 
de ferro. As células são microcíticas e hipocrômicas. 
Labcen, 2011 
Labcen, 2011 
19/04/2017 
16 
Anemia ferropênica estabelecida Anemia ferropênica estabelecida 
Esfregaço de SP de paciente com Anemia ferropriva 
Anemia ferropênica respondendo ao tratamento 
19/04/2017 
17 
AF: esfregaços 
sangüíneos em 
micrografia de 
baixa resolução, 
antes (a) e 
durante (b) 
terapia com ferro 
oral 
a b 
Anemia ferropriva Anemia ferropriva 
Histogramas de anemia ferropênica em tratamento, separadas e superpostas 
Medula óssea na AF 
Esfregaço de MO na AF. Mostrando eritroblastos com 
assincronismo na maturação do citoplasma. 
19/04/2017 
18 
Avaliação do 
ferro na medula 
óssea: fragmento 
de medula 
corado paraferro 
pela reação de 
Perls – 
a) medula 
normal, b) AF 
A B 
Medula óssea na AF 
Ferro sérico bastante diminuído 
Capacidade total de 
ligação ao ferro (TIBC) 
Saturação de transferrina bastante diminuída 
Ferritina sérica diminuída 
aumentada 
Achados laboratoriais na Anemia Ferropriva 
Anemia Ferropriva: tratamento 
• Ferroterapia 
– Via oral: Sulfato ferroso 
– Via parenteral: IM ou IV 
• Indicada para pacientes com má absorção ou intolerância 
ao tratamento via oral 
• Risco de anafilaxia 
 
• Acompanhamento 
– Aumento de reticulócitos após 3-4 dias 
– Pico reticulocitário após 7 a 10 dias 
– Aumento da hemoglobina após 2 a 3 semanas 
– Normalização da ferritina após 4 a 6 meses 
19/04/2017 
19 
ANEMIA 
DA 
 DOENÇA CRÔNICA 
Normocítica 
Normocrômica 
Microcítica 
Hipocrômica 
ANEMIAS MICROCÍTICAS 
ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DO FERRO 
Anemia da Doença Crônica (ADC) 
 Anemia de Doença Crônica é uma síndrome clínica que se 
caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em pacientes que 
apresentam doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. 
 
 A ADC é a anemia mais comum em pacientes hospitalizados e, em 
geral, incide em indivíduos com patologias inflamatórias crônicas 
devido aos elevados níveis de citocinas inflamatórias, que interferem 
na utilização da eritropoetina e no metabolismo do ferro. 
 
 Associada a processos infecciosos, inflamatórios e neoplásicos que 
persistem por tempo superior a 1 ou 2 meses: Anemia da Inflamação. 
Anemia da Doença Crônica 
 Essa síndrome tem como aspecto peculiar a presença de anemia 
associada à diminuição da concentração do ferro sérico e da 
capacidade total de ligação do ferro, embora a quantidade do ferro 
medular seja normal ou aumentada. 
 Vários mecanismos envolvidos na etiopatogenia da ADC, os três 
principais são: diminuição da sobrevida das hemácias, resposta 
medular inadequada frente à anemia e distúrbio do metabolismo do 
ferro. 
 A ADC compreende uma das alterações de um complexo de 
respostas metabólicas frente à estimulação do sistema imunológico 
celular. Esta resposta inicia-se com a ativação dos macrófagos e a 
elaboração e secreção de citocinas. Tem sido cada vez mais 
evidente a participação central dos monócitos e macrófagos na 
patogênese da ADC. 
 
 Alterações mediadas por citocinas: 
 Retenção de ferro nas células do SRE. 
 Inibição da eritropoese 
 Redução da vida média dos eritrócitos 
 
Anemia da Doença Crônica 
19/04/2017 
20 
Auto Imune 
 Artrite reumatóide 
 Lupus eritematoso sistêmico e doenças do tecido conjuntivo 
 Doença de Crohn 
Infecções (agudas ou crônicas) 
 Virais (inclusive HIV, parvovírus B19) 
 Bacterianas (tuberculose, endocardite bacteriana subaguda) 
 Parasitárias 
 Fúngicas 
Neoplasias 
 Hematológicas (Linfoma, Mieloma Múltiplo) 
 Tumores sólidos 
Condições associadas 
Anemia da Doença Crônica Anemia da Doença Crônica 
• A anemia da inflamação é uma anemia imuno mediada. Sabe-se que 
citocinas e células do sistema reticuloendotelial (SRE) induzem 
alterações que potencialmente interferem em diferentes vias da 
eritropoese, levando à tais como: 
1. Bloqueio na mobilização do Fe de estoque do SRE: provavelmente o 
mecanismo etiológico mais evidente da Anemia da Inflamação (AI). A 
hipoferremia na presença de estoque de Fe normal ou aumentado é a 
alteração característica da AI e que, frequentemente, é utilizada no 
diagnóstico dessa condição. 
2. Alteração na diferenciação e proliferação dos precursores eritróides 
(BFU-E e CFU-E): observa-se um bloqueio devido ao efeito inibitório de 
diversas citocinas, em especial: interferon -α, -β e -γ , TNF-α e interleucina-
1 (IL-1). O mecanismo relacionado parece ser a indução de apoptose, 
entretanto, as citocinas também exercem um efeito tóxico direto nas células 
progenitoras por induzirem a formação de radicais livres. 
 
Anemia da Doença Crônica 
3. Diminuição da produção e da ação da eritropoetina (Epo): 
trabalhos in vitro demonstraram que a resposta da MO à Epo é 
inadequada para o grau de anemia, provavelmente por ação da IL-1, 
TNF-α , e fator de crescimento tecidual-β (TGF-β), entre outras 
citocinas. Além disso, o aumento da produção de citocinas pró-
inflamatórias interfere na regulação da expressão do gene da Epo, 
resultando em uma resposta diminuída na produção de Epo em relação 
ao estímulo anêmico. 
 
4. Sobrevida eritrocitária diminuída: o aumento da eritrofagocitose que 
ocorre durante o processo inflamatório provavelmente é fator 
contribuinte na hemólise. Além disso, sabe-se que citocinas e radicais 
livres podem causar dano direto ao eritrócito. 
 
 
 
Alterações do metabolismo do ferro na ADC. Papel dos mediadores inflamatórios e do sistema imune 
nos distúrbios do ferro levando à retenção do ferro dentro dos macrófagos e limitando a sua 
disponibilidade para as células eritróides. 
Grotto, 2008 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
19/04/2017 
21 
ADC: diagnóstico laboratorial 
 Eritrograma 
 Anemia discreta 
 geralmente normocítica-normocrômica 
 pode ser microcítica hipocrômica 
 
 Perfil de ferro 
 Ferro sérico: diminuído 
 TIBC: Diminuída ou normal 
 Saturação da transferrina: Diminuída 
 Ferritina: Normal ou aumentada 
 
ANEMIAS MICROCÍTICAS 
• DEFICIÊNCIA NA SÍNTESE DA HEMOGLOBINA 
 
– METABOLISMO DO FERRO 
• Balanço negativo de ferro: Anemia Ferropriva 
• Utilização inadequada: Anemia da Doença Crônica 
 
– SÍNTESE DE CADEIAS GLOBÍNICAS 
• Talassemias alfa e beta 
 
– SÍNTESE DO GRUPO HEME 
• Anemia Siderobástica 
Maria Emília Favero 
Síntese do Heme 
B
A
IN
, 
2
0
0
6
. 
2
a
. 
E
d
. 
C
a
p
. 
1
, 
p
g
 7
. 
ANEMIAS MICROCÍTICAS 
DEFICIÊNCIA NA SÍNTESE DO HEME 
• A anemia sideroblástica é um grupo heterogêneo de desordens 
com duas características em comum: presença de sideroblastos 
em anel na medula óssea e biossíntese do heme prejudicada. 
 
• Ocorre eritropoese ineficaz com acúmulo de ferro medular e 
anemia hipocrômica concomitante, hiperferremia, saturação 
quase total da transferrina, sideroblastos em anel devido à 
distribuição das mitocôndrias na região perinuclear das células 
em desenvolvimento. 
Anemias Sideroblásticas 
19/04/2017 
22 
Anemias Sideroblásticas 
• Acúmulo de ferro na mitocôndria. 
• - formas hereditárias: mutações nas enzimas que 
participam na síntese da protoporfirina → ferro não é 
incorporado à protoporfirina → formação do sideroblasto 
em anel. 
• - formas adquiridas: mutações em componentes da cadeia 
respiratória mitocondrial levam a um defeito na redução do 
Fe+++ em Fe++ → acúmulo de Fe +++ e não incorporação do 
Fe à protoporfirina. 
 
 Hereditária (rara) 
 
 Adquirida 
 Anemia Refratária com sideroblastos 
Neoplasias e Síndromes mieloproliferativas 
 
 Adquirida reversível 
 Alcoolismo 
Drogas 
 isoniazida 
 cloranfenicol 
Anemia Sideroblástica: Causas 
 Eritrograma: anemia discreta  grave 
 Siderócitos: corpúsculo de Pappenheimer 
 Ferro sérico: aumentado 
 TIBC: normal ou diminuída 
 Saturação de transferrina: aumentada 
 Ferritina: aumentada 
 Ferro Medular: aumentado com sideroblastos em anel 
 
Anemia Sideroblástica: Diagnóstico laboratorial 
Sideroblastos em anel corado com azul da Prússia 
19/04/2017 
23 
A e B – Esfregaço sanguíneo de pacientes com anemia sideroblástica leve e grave. C - 
Esfregaço de MO (coloração com azul da Prússia) com sideroblastos em anel. D - Siderócitos. 
A B 
C D 
Anemia Sideroblástica 
Labcen, 2011 
Esquema da Classificação Morfológica das Anemias 
Microcíticas/Hipocrômicas 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
Prof. Dr. Marcos André Bezerra UFPE 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ANEMIA MICROCÍTICA 
Anemia 
Ferropriva 
A D C Talassemia Anemia 
Sideroblástica 
Ferro sérico Baixo Baixo Normal ou 
AumentadoAumentado 
Transferrina 
TIBC 
Aumentada Baixa Normal ou baixa Normal ou 
Diminuída 
Saturação de 
Transferrina 
Baixa Baixa Normal ou 
Aumentada 
Aumentada 
Ferritina Baixa Normal ou 
aumentada 
Normal ou 
aumentada 
Aumentada 
Eletroforese Hb Normal Normal HbA2 ou HbH Normal 
Ferro Medular Ausente Normal ou 
aumentado 
Normal ou 
aumentado 
Sideroblastos

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