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não existir o devido processo legal para a proteção do direito violado; 2) não se houver permitido à vítima o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; 3) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos (artigo 46.2); 4) o recurso disponível for inidôneo (por exemplo, o recurso não é apto a reparar o dano); 5) o recurso for inútil (por exemplo, já há decisão da Suprema Corte local em sentido diverso) 6) faltam defensores ou há barreiras de acesso à justiça. A conciliação perante a Comissão Após a fase de admissibilidade passa-se a fase conciliatória Caso tenha sido obtida a solução amigável entre a vítima e o Estado infrator, a Comissão elabora seu relatório, contendo os fatos e o acordo alcançado, sendo o mesmo remetido ao peticionário, aos Estados e também ao Secretário-Geral da OEA. As medidas cautelares da Comissão Ocorre a oitiva do Estado antes da edição de medidas cautelares pela Comissão, para prevenir danos irreparáveis ou perecimento de direito. Contudo, em casos de gravidade e urgência, a Comissão ainda pode adotar medidas cautelares sem ouvir o Estado para evitar dano irreparável referente a um caso. O Primeiro Informe e possível ação perante a Corte IDH Constatada a violação de direitos humanos, a Comissão elabora o chamado Primeiro Informe ou Primeiro Relatório, encaminhando-o ao Estado infrator. Cabe ao Estado cumprir as recomendações desse primeiro relatório, que é confidencial. Prazo: 3 meses para solucionar, pode ser prorrogado por mais 3 meses, não podendo alegar a decadência do direito. Se não cumprir: Pode ser submetida a Corte, se o Estado não tiver reconhecido ainda a jurisdição da Corte (ou os fatos e repercussões dos fatos forem anteriores ao reconhecimento, deve a Comissão Interamericana de Direitos Humanos elaborar um segundo informe. Segundo Informe -Público -Este informe também contempla recomendações ao Estado violador, com prazo para que as medidas requeridas sejam efetuadas. -Se não cumprir: A Comissão Interamericana de Direitos Humanos encaminha seu relatório anual à Assembleia Geral da OEA, fazendo constar as deliberações não cumpridas pelos Estados para que a OEA adote medidas para convencer o Estado a restaurar os direitos protegidos. 9. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS Instituição judicial autônoma, não sendo órgão da OEA, mas sim da Convenção Americana de Direitos Humanos. Sede: San José da Costa Rica, podendo a Corte realizar sessões em outros países. - Jurisdição contenciosa e consultiva -pode emitir pareceres ou opiniões consultivas, não vinculantes. Composição: sete juízes, cuja escolha é feita pelos Estados Partes da Convenção, em sessão da Assembleia Geral da OEA, de uma lista de candidatos propostos pelos mesmos Estados. Os juízes da Corte serão eleitos para um mandato de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. - “juiz ad hoc”: na jurisdição contenciosa, caso o Estado Réu não possua um juiz de sua nacionalidade em exercício na Corte. - Legitimidade ativa: Somente Estados que tenham reconhecido a jurisdição da Corte e a Comissão podem processar Estados perante a Corte Interamericana, os indivíduos dependem da Comissão ou de outro Estado (actio popularis) para que seus reclamos cheguem à Corte IDH. - Legitimidade passiva: Sempre do Estado a Corte IDH não é um Tribunal que julga pessoas. -Funcionamento: Sessões ordinárias e extraordinárias, uma vez que a Corte IDH não é um tribunal permanente. Os períodos extraordinários de sessões deverão ser convocados pelo seu presidente ou por solicitação da maioria dos juízes. A petição inicial e o defensor público interamericano -Após 3 meses de não cumprida as determinações da Comissão, pode acionar o Estado perante a Corte, caso tenha reconhecido sua jurisdição. -A ação é iniciada pelo envio do Primeiro Informe da Comissão à Corte. As vítimas ou seus representantes são intimados a apresentar a petição inicial do processo internacional no prazo de dois meses. -Todas as etapas processuais são focadas nas vítimas e no Estado Réu e, secundariamente, na Comissão como fiscal da lei (custos legis). -Defensor Interamericano: deve representar judicialmente às vítimas sem recursos, a Associação Interamericana de Defensorias Públicas, que possui uma lista de defensores públicos nacionais especializados no sistema interamericano Contestação, exceções preliminares e provas Contestação: prazo de 2 meses O Estado demandado pode não impugnar os fatos e as pretensões, deve já indicar as provas (inclusive as periciais), bem como os fundamentos de direito, as observações às reparações e às custas solicitadas, bem como as conclusões pertinentes. - Deve, apresentar suas exceções preliminares. São exceções preliminares toda a matéria que impeça que a Corte se pronuncie sobre o mérito da causa, como, por exemplo, ausência de esgotamento prévio dos recursos internos. A apresentação de exceções preliminares não suspenderá o procedimento em relação ao mérito, nem aos prazos e aos termos respectivos. - Então deverão ser expostos os fatos, os fundamentos de direito, as conclusões e os documentos que as embasem, bem como o oferecimento de provas. - A Comissão, as supostas vítimas ou seus representantes poderão apresentar suas observações às exceções preliminares no prazo de 30 dias, contado a partir do seu recebimento. Quando considerar indispensável, a Corte poderá convocar uma audiência especial para as exceções preliminares. - Após o contraditório, a Corte decidirá sobre as exceções preliminares, podendo arquivar o caso ou ordenar o seu prosseguimento. -Provas: são admitidos todos os modos de produção previstos também no direito brasileiro, como as provas testemunhais, periciais e documentais. A fase probatória encerra-se com a apresentação de alegações finais escritas pelas vítimas, Estado demandado e também a Comissão. - Amici curiae: A petição escrita do amicus curiae na jurisdição contenciosa poderá ser apresentada a qualquer momento do processo até a data limite de 15 dias posteriores à celebração da audiência de coleta de testemunhos. Se não tiver audiência, após as alegações finais. - Medidas provisórias: É possível em casos de extrema gravidade e urgência, evitar danos irreparáveis às pessoas. A Corte, nos casos sob sua análise, pode agir ex officio ou ainda por provocação das vítimas ou representantes. O Estado deve cumprir as medidas provisórias e informar periodicamente a Corte IDH. Desistência, reconhecimento e solução amistosa O processo perante a Corte IDH pode ser abreviado em três situações: • solução amistosa, que consiste no acordo entre as vítimas e o Estado Réu, fiscalizado pela Corte, que pode – ou não – homologá-lo; • desistência por parte das vítimas, mas a Corte, ouvida a opinião de todos os intervenientes no processo, decidirá sobre sua procedência e seus efeitos jurídicos; • reconhecimento do pedido (total ou parcial), pelo qual o Estado Réu acata as pretensões das vítimas, cabendo à Corte decidir sobre os efeitos do reconhecimento. A sentença da Corte Procedência ou improcedência, parcial ou total, da ação de responsabilização internacional do Estado por violação de direitos humanos. A Corte IDH pode determinar toda e qualquer conduta de reparação e garantia do direito violado, abrangendo obrigações de dar, fazer e não fazer. O Estado deve cumprir integralmente, se não cumprir será enviado relatório a OEA. A Corte IDH exige que o Estado condenado apresente relatórios periódicos de cumprimento da sentença. O recurso cabível: A sentença da Corte IDH é definitiva e inapelável. Só cabe recurso ou pedido de interpretação, semelhante aos nossos embargos de declaração, cujo prazo para apresentação é de noventa