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O trabalho - KARL MARX

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 
 
Disciplina: Introdução à Economia Política Curso: Engenharia Elétrica 
Discente: Gilmaiane Porto Silva Docente: João Felipe Brito 
 
MARX, Karl. ​O capital: crítica da economia política. O processo de produção do 
capital. São Paulo: Nova Cultural 1996. v.1 (Coleção Os Economistas). 
Resenha: 
Capítulo ‘A mercadoria’ do livro ‘O Capital’ de Karl Marx 
Marx inicialmente afirma que a riqueza das sociedades capitalistas estão 
relacionadas com a imensa coleção de mercadorias. E analisar essas mercadorias 
será o ponto de partida deste capítulo. A mercadoria é um objeto, coisa, algo 
externo que as pessoas necessitam para satisfazer suas necessidades sendo elas 
de sobrevivência, ou simbólicas. 
A utilidade dessa coisa é que faz ela possuir valor de uso, ou seja, seu valor 
de uso está relacionado apenas com seu consumo,é puramente o produto e suas 
propriedades,quantidades desse material. Já para que a mercadoria seja valor de 
troca é necessário compará-la a outro produto que possua outro valor de uso, pois 
igualar dois produtos com mesmo valor de uso, sendo puramente sua quantidade 
avaliada isso não faz sentido. 
De maneira resumida o valor de uso constituem o conteúdo material da 
riqueza. Mas o valor de troca está relacionada com a ‘coisa’ mais intrínseca, 
múltiplos valores de troca, são formas de manifestar seu valor comparando a um 
conteúdo diferente. 
Ex: ¼ Trigo = ⅕ Ferro 
Mas assim, deparamo-nos com seguinte problema: reduzir algo de modo a 
compará-lo com algo comum que mais ou menos lhe representa além de, perder a 
conexão do que era antes da comparação, esse produto também não será nem a 
fonte original, muito menos a coisa comparada. Ou seja, produtos comparados 
perdem seu valor útil e só possuem importância no mercado quando analisados sob 
a ótica de outro produto. 
 
1.Mercadorias com valores de uso são de diferentes qualidades 
2. Mercadorias com valores de troca são comparadas através de quantidades 
 
Quando as proposições acima são extintas esses produtos, tornam-se 
produtos de trabalho. Mas se desaparece a utilidade (os produtos são meramente 
de troca), o caráter útil dos trabalhos são reduzidos a trabalho humano. 
Então, como voltar a dar utilidade ao caráter útil dos trabalhos nessa 
sociedade? 
Confesso que não sei. 
Em um parte do capítulo podemos perceber que existe uma lógica de 
mercado em que a mercadoria passa a valer de acordo o ​quantum de trabalho 
socialmente necessário. 
Assim, a força produtiva é um fator que define a mudança de preço da 
mercadoria, essa possui relação com a variáveis de clima, habilidades de trabalho, 
aplicabilidade tecnológica. 
Exemplo. Se determinada fábrica adota uma mudança de ordem na 
produção, ou implantar a tecnificação podemos dizer que essa fábrica irá produzir 
mais. E se o clima não for favorável para compra de matéria prima esse produto 
mesmo sendo mais produzido terá seu preço aumentado. 
Iremos analisar agora o duplo caráter do trabalho representado nas 
mercadorias. 
As mercadorias como vimos anteriormente, segundo Marx, são classificadas 
como valor de uso e valor de troca. Através do valor de troca, por exemplo, um 
casaco que custa o dobro das varas de linho, podemos classificar o trabalho neles 
colocados como sendo trabalho útil. Ou seja, como casaco e linho são 
qualitativamente diferentes, o trabalho envolvido para produzir estes produtos 
também são distintos. 
E da mesma forma que extraindo o caráter útil do trabalho, o que resta é 
apenas a força humana de trabalho. ​Abstrai-se as diferenças formas de trabalho 
como alfaiataria e tecelagem e a medida que a especificidade do trabalho é nula, o 
que resta é a qualidade do trabalho humano. 
Assim, as diferenças de trabalho não são inseridas no valor de produto, mas 
sim o valor de um difere do outro devido ao tempo que se gasta para produzir a 
mercadoria. 
Marx também nos fala sobre a forma de valor ou valor de troca. As 
mercadorias nascem com valores de uso e só depois ganham valor de troca. Assim 
só é mercadoria se a forma natural for transformada em forma de valor. Essa 
objetividade de valor é puramente social. Temos: 
A) Forma simples, singular ou ocidental de valor; 
X mercadoria A = Y mercadoria B; 
1) Os 2 pólos da expressão de valor são: forma relativa de valor e forma 
equivalente. 
Dessa forma, uma mercadoria pode assumir forma de valor relativa e equivalente. 
Por exemplo: 
1 casaco = 20 varas de linho 
1 casaco é forma equivalente, às 20 varas de linho são valores relativos e quantum 
do objeto. 
No decorrer do capítulo Marx também fala do caráter fetichista que uma 
mercadoria possui, os objetos só são mercadorias por que são resultados de 
trabalhos privados. Além disso, cada mercadoria seria um signo e através do 
dinheiro que é um equivalente geral podemos obtê-las. O caráter do dinheiro de 
tudo ser equiparado esconde as relações sociais entre os produtores privados. 
Portanto, segundo Marx, p.205: 
A figura do processo social da vida, isto é, do processo da 
produção material, apenas se desprenderá do seu místico véu 
nebuloso quando, como produto de homens livremente 
socializados, ela ficar sob seu controle consciente e planejado.

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