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IMPACTO DA PANDEMIA COVID 19 NOS ACADEMICOS DO ENSINO SUPERIOR E SUA CORELAÇÃO COM O AUMENTO DE ANSIEDADE

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8
IMPACTO DA PANDEMIA COVID – 19 NOS ACADEMICOS DO ENSINO SUPERIOR E SUA CORELAÇÃO COM O AUMENTO DE ANSIEDADE 
IMPACT OF PANDEMIC COVID - 19 ON HIGHER EDUCATION ACADEMICS AND ITS CORELATION WITH INCREASED ANXIETY
AUTOR: Carlos Alberto Breda Junior 
E-MAIL: carlosbredajunior@gmail.com 
RESUMO: A pandemia e o isolamento social estão quebrando a rotina e atividades fora de casa gerando ansiedade e estresse na grande maioria. Assim, foi impulsionado a realização de um estudo com acadêmicos do ensino superior da cidade de Janaúba – MG. A pesquisa foi feita através de um questionário e partiu de uma hipótese de que a atual pandemia causada pelo COVID – 19 está aumentando significativamente sintomas de ansiedade nos acadêmicos e gerando dúvidas sobre a sua permanência no meio acadêmico, devido à dificuldade de aprendizado por meio de aulas remotas. Objetivou-se identificar a quantidade e os níveis de ansiedade decorrente a pandemia. Foi identificado através da análise das respostas que: alguns acadêmicos não têm condições de acompanhar as aulas remotas; os estudantes da rede pública, em sua maioria, estão com as aulas suspensas, desencadeando um aumento de ansiedade e incertezas em relação ao futuro; e, por fim, mesmo aqueles que possuem o acesso se sentem incapazes por não conseguirem a aprendizagem desejada. Sendo que, devido a este nível de preocupação, alguns chegam a procurar ajuda profissional e até recorrer a remédios. Assim, foi possível avaliar o impacto da pandemia nos acadêmicos de ensino superior, em relação ao aumento da ansiedade e seu acesso às aulas.
PALAVRA CHAVE: ANSIEDADE; ACADÊMICO; COVID – 19; PANDEMIA.
ABSTRACT: The pandemic and social isolation are breaking the routine and activities outside the home generating anxiety and stress in the vast majority. Thus, a study was performed with academics from higher education in Janauba’s city – MG. The research was done through a questionnaire and started from a hypothesis that the current pandemic caused by COVID – 19 is significantly increasing anxiety symptoms in academics and raising doubts about their permanence in the academic environment, due to the difficulty of learning through remote classes. The objective was to identify the amount and levels of anxiety resulting from the pandemic. It was identified through the analysis of the answers that: some students are not able to follow the remote classes; the majority of public school students have their classes suspended, triggering an increase in anxiety and uncertainty about the future; and, finally, even those who have access feel unable because they do not achieve the desired learning. Due to this level of concern, some even seek professional help and resort to medication. Thus, it was possible to assess the impact of the pandemic on higher education academics, in relation to increased anxiety and their access to classes.
KEYWORDS: ANXIETY, ACADEMIC, COVID – 19, PANDEMIC.
INTRODUÇÃO
Atualmente passamos por uma situação delicada nos quais todos os países estão passando por muitas dificuldades devido a pandemia da COVID — 19, provocada pelo vírus SARS- Cov2. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença, indicando que a enfermidade se espalha por vários continentes com a transmissão sustentada de pessoa para pessoa, com isso uma crescente no nível de ansiedade e pensamentos negativos tem sido motivo de preocupação, o bombardeio de notícias sobre a pandemia pela mídia, mudanças na rotina o distanciamento de familiares e contato físico e as consequências socias, políticas e econômicas só contribuem para o agravamento do sofrimento emocional, e dar conta desses desafios pode não ser uma tarefa fácil para todas devido a essa sobrecarga, visto que cada ser possui sua subjetividade e reage às situações de formas diferentes assim tem tido destaque a compreensão da maneira como lidamos com a ansiedade também como influencia em nossa adaptação (WEIDE et al, 2020).
As respostas voluntárias e involuntárias de estresse e ansiedade podem ter resultados adaptativos ou mal adaptativos na saúde física e mental. Com esse enfoque, a cartilha ajuda a reconhecer sinais de estresse e ansiedade, e informa possíveis estratégias de enfrentamento frente às mudanças na rotina, aos protocolos de distanciamento social, à sobrecarga de notícias por vezes conflitantes, e às incertezas sociopolíticas e econômicas (Lunn et al, 2020).
De acordo com um documento das Nações Unidas lançado pelo secretário-geral, a pandemia de COVID-19 está trazendo uma necessidade em aumentar não só os investimentos na própria cura como também investimentos urgentes em serviços de saúde mental ou arriscar um aumento maciço de condições de saúde mental nos próximos meses (NAÇÕES UNIDAS BRASIL a, 2020). Segundo Guterres (2020) “mental health services are an essential part of all government responses to COVID-19”[footnoteRef:1]. Durante a pandemia, na China onde foi à origem, os profissionais na área de saúde mostram um grande aumento nas taxas de depressão (50%), na ansiedade (45%) e insônia (34%), no Canadá, 47% dos profissionais de saúde relataram a necessidade de suporte psicológico. Crianças e adolescentes também estão em risco. Pais e mães na Itália e na Espanha relataram que seus filhos tiveram problemas na concentração, aumento de irritabilidade, inquietação e nervosismo. Um estudo realizado entre com jovens com histórico de condições de saúde mental residentes no Reino Unido relata que 32% deles concordaram que a pandemia havia piorado sua saúde mental, um aumento no consumo de álcool é outra área de preocupação dos especialistas em saúde mental, estatísticas do Canadá relatam que 20% das pessoas de 15 a 49 anos aumentaram seu consumo de álcool durante a pandemia (NAÇÕES UNIDAS BRASIL a, 2020). [1: “Os serviços de saúde mental são parte essencial de todas as respostas do governo ao COVID-19” (GUTERRES, 2020)
] 
A situação devido a COVID-19 não está afetando somente nossa saúde física à situação está trazendo prejuízos à nossa saúde mental assim agravando em sofrimento psicológico. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, gravou uma mensagem em vídeo para ficarmos atentos a questão. Diversas organizações da sociedade civil que trabalham com a promoção da saúde mental se uniram às Nações Unidas no chamado global para discutir o tema sendo três principais pedidos a todos os países “aplicar uma abordagem conjunta à sociedade para promover, proteger e cuidar da saúde mental; garantir ampla disponibilidade de saúde mental de emergência e apoio psicossocial; Apoiar a recuperação da COVID-19 criando serviços de saúde para o nosso futuro” (NAÇÕES UNIDAS BRASIL b, 2020).
Em geral, o enfrentamento diante a pandemia por parte dos profissionais de saúde tem seus focos principais à saúde física das pessoas e o combate ao agente patogênico, assim as implicações sobre a saúde mental tendem a ser negligenciadas e até subestimadas, porem ações devem ser aderidas para a redução dos problemas de origem psicológica, sendo estes deixados de lado acabam agravando à doença, visto que as implicações psicológicas são mais persistentes e prolongadas que o próprio acometimento pela COVID-19, com impacto em diferentes áreas da sociedade (ORNELL et al, 2020). “Pacientes com COVID-19, confirmado ou suspeito podem sentir medo das consequências de serem infectados por um novo vírus potencialmente fatal, e os que estão em quarentena podem sentir tédio, solidão e raiva” (CARVALHO et al, 2020). E ainda os efeitos colaterais do tratamento como a insônia, podem levar ao agravamento da ansiedade e sofrimento mental, sendo assim apenas o medo de ser contaminado por um virus potencialmente faltal e que ainda não possui uma vacina tem consequencias severas no agravanmento de ansiedade e estresse, é fato que os profissionais que trabalham na linha de frente contra o vírus são os mais afetados, mas acadêmicos de ensino superior tem mostrado uma notável queda de rendimento devido a fatoressomáticos da contaminação ou da possível contaminação, como ressaltado anteriormente. O diretor geral da OMS aborda o assunto “Agora está claro que as necessidades de saúde mental devem ser tratadas como um elemento central de nossa resposta e recuperação da pandemia de COVID-19” (GHEBREYESUS, 2020).
Devido a esse impacto algumas instituições tiveram que ter certo manejo para poder dar continuidade às atividades que são feitas presencialmente, assim foi possível dar continuidade as aulas de forma remota com o uso de tecnologias, as Portarias MEC nº 343/2020, nº 345/2020 e nº 395/2020 teve como objetivo à substituição das aulas presenciais por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação, assim muitos puderam dar continuidade em suas aulas de uma forma alternativa, contudo a aqueles que não puderam ter o acesso por diversos motivos implicando em sua continuidade e conclusão do período. Outros acadêmicos prejudicados foram os que já estavam para concluir seus respectivos cursos devido a Portaria CAPES nº 36/2020 que declara a suspensão dos prazos para defesa presencial de dissertações e teses e possibilidade de realização de bancas por meio de tecnologias de comunicação à distância. Essas medidas devido ao COVID-19 que impedem e atrasam o acadêmico a sua formação, não acarreta apenas um prolongamento de curso como também incertezas e até a continuidade do mesmo, visto o momento que vivemos Fiorim et al, (2020 p. 4) afirmam que “No contexto da epidemia do COVID-19, alguns dos principais estressores estão relacionados à duração da quarentena, ao distanciamento social, à frustração e ao tédio, ao acúmulo de tarefas, incluindo a realização de atividades normalmente feitas fora de casa”. Em meio a todas essas dificuldades que os mesmo estão passando é notória a correlação entre a pandemia e a ansiedade e estresse que os acadêmicos estão passando. Com isso uma diversidade de momentos e sentimentos negativos como tristeza, nervosismo, raiva, culpa, preocupação excessiva, irritabilidade, distanciamento, abuso de substâncias, perda de memória, dificuldade de concentração, dificuldade de tomar decisões, tem sido motivo de preocupações não apenas pelos afetados como também de órgãos nacionais. Segundo Kestel (2020) “A ampliação e reorganização dos serviços de saúde mental que agora são necessários em escala global é uma oportunidade para construir um sistema de saúde mental adequado para o futuro”
É de conhecimento do autor do presente trabalho, que são poucos os estudos onde abordam o impacto da COVID-19 e a pandemia sobre a saúde mental nos acadêmicos de ensino superior com ênfase na ansiedade e estresse, visto o crescente numero de acadêmicos mostrando um aumento significativo de ansiedade decorrente o momento em que vivemos e a variável apresentada entre instituições particulares e públicas, isso impulsionou a investigação do impacto que a COVID — 19, provocada pelo vírus SARS- Cov2, teve no aumento de ansiedade, na continuidade dos estudos assim como o rendimento acadêmico e a utilização de medicamentos para controle da ansiedade, a fim de quantificar e descrever os efeitos negativos que a pandemia teve nos estudantes na cidade de Janaúba – MG.
MATERIAS E MÉTODOS
A presente pesquisa se caracteriza como um estudo descritivo de caráter transversal com abordagem qualitativa e quantitativa, auxiliada por uma revisão da literatura disponível, assim foi possível coletar e analisar dados mensuráveis e testar teorias objetivas, examinando a relação de variáveis, essas variáveis podem ser medidas por meio de instrumentos, possibilitando a análise dos dados numéricos mediante procedimentos estatísticos, por meio dos dados descritivos foi possível analisar dados mais subjetivos sobre a correlação da pandemia e ansiedade em acadêmicos com a delimitação de um período para a coleta de dados feita em junho de 2020 no período em que a pandemia estava em seu auge no Brasil. A pesquisa foi realizada na cidade de Janaúba localizada no norte de Minas Gerais especificamente em duas instituições de ensino superior. Foram elaboradas 10 perguntas sendo 6 múltipla escolha e 3 dissertativas (Apêndice A), afim de analisar estudantes e o grau de ansiedade; verificar a disponibilidade de aulas de formas alternativas e uso de medicações devido o impacto da pandemia, posteriormente as perguntas foram aplicadas através de um formulário em uma plataforma online para que ficasse disponível a respostas durante o período predeterminado.
Foram questionados 280 alunos de ensino superior, com o critério de inclusão os estudantes com mais de 2 períodos cursados e que já passaram por atendimento psicológico pela instituição. Após os dados coletados elaborou-se uma planilha para as amostras gerais e outra para um grupo especifico através de um software para serem analisados mediante procedimentos estatísticos e descritivos tendo foco nas porcentagens, os resultados serão apresentados através de tabelas em número absolutos e percentuais.
O estudo proposto obedece aos princípios éticos norteadores de pesquisas envolvendo seres humanos disposto na resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e será encaminhado para o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) para a sua apreciação e aprovação.
Foi solicitada à Faculdade de Ciências e Tecnologias de Janaúba (FACITEC) e à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) a assinatura do termo de Autorização para uso da instituição coparticipante. O conteúdo do termo será previamente discutido, assim como será exposto o objetivo e o motivo da pesquisa, a justificativa da escolha do serviço e a garantia de anonimidade e sigilo sobre os dados coletados. Para os acadêmicos que aceitarem participar do estudo será obtida a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 280 alunos questionados obteve-se respostas de 112 discentes de ensino superior. Com relação ao sexo dos participantes foi constatada predominância no sexo feminino 69% e correspondendo ao sexo masculino 31% (Tabela 1). Entre os estudantes 78 são de instituição particular e 34 de instituição pública. As Portarias MEC nº 343/2020, nº 345/2020 e nº 395/2020 possibilita as aulas por meio de tecnologia, contudo não foram todos que puderam aproveitar dessa flexibilidade, entre os respondentes 91 acadêmicos continuam seus estudos de forma remota e 21 não estão tendo acesso às aulas. Algumas dificuldades que se tornam barreiras para alguns estudantes, entre os principais motivos da desistência observados estão: dificuldades financeiras de pagar a mensalidade; descontentamento com as aulas remotas e até dificuldades em acompanhar às aulas por falta de acesso a um computador ou até celular. “Com base em um estudo do Instituto das Mantenedoras de Ensino Superior (SEMESP) evidenciam isso. No Brasil, o número de alunos que desistiram ou trancaram matrículas em abril aumentou 32,5% em comparação com o mesmo período do ano passado” (ABMS, 2020).
Tabela 1 – Rede de ensino, sexo dos estudantes e acesso as aulas. 
	VARIÁVEIS
	 ACADÊMICOS
	 PORCENTAGEM
	Rede Particular
	78
	70,00%
	Rede Publica
	34
	30%
	
Sexo Masculino
	35
	31%
	Sexo Feminino
	77
	69%
	
Acesso às aulas remotas
	91
	81%
	Sem acesso as aulas remotas
	21
	19%
Tratando do empenho foi verificado que mesmo os estudantes que não possuem acesso as aulas remotas ainda se dedicam a alguma atividade de forma que quando tiverem o acesso não estejam prejudicados pelo período sem contato com professores ou orientadores que os norteiam, segundo Soares (2020) “nada substitui professor com o aluno na sala de aula. Com todo esforço, estamos falando em um momento de exceção e vamos fazer o melhor possível. A tecnologia veio para ficar, não vai parar depois da pandemia”. Porém o rendimento dos alunos com essa nova modalidade e a adaptação com a mesma acaba afetando a qualidade de aprendizagem junto com a preocupação que a pandemia traz acaba acarretando um aumento em sintomas ansiosos e essesquando exagerados e contínuos trazem prejuízos graves (tabela 2). “Durante o período acadêmico 15 a 29% de estudantes universitários podem apresentar transtorno de ansiedade durante sua vida acadêmica” (BRANDTNER & BARDAGI, 2010). 
“Os transtornos de ansiedade caracterizam-se pelas sensações de medo e ansiedade excessiva e perturbação comportamental, o que diferencia os transtornos de ansiedade do medo e da ansiedade adaptativos e necessários à sobrevivência é a intensidade, pois são sentimentos excessivos e persistem além do período apropriado ao nível de desenvolvimento humano. Sendo assim, sinalizam, da mesma forma que os transtornos depressivos, prejuízos pessoais e sociais para os indivíduos” (VARGAS et all, p. 267. 2015 )
	
	
RENDIMENTO
	
DIMINUIU
	
AUMENTOU
	
NORMAL
	NUMERO ABSOLUTO
	87
	5
	20
	PORCENTAGEM
	77,6%
	4,4%
	18%
	AUMENTO DE ANSIEDADE
	SIM
	NÃO
	 INDEFINIDO
	
NUMERO ABSOLUTO
	
79
	
17
	
16
	PORCENTAGEM
	70,5%
	15,5
	14%
	
NIVÉL DE ANSIDADE
	
BAIXO
	
MODERADO
	
ALTO
	
NUMERO ABSOLUTO
	
40
	
26
	
46
	PORCENTAGEM
	36%
	23%
	41%
Tabela 2 - Amostra total percentual de ansiedade e rendimento.
BAIXO < 30% - MODERADO > 30% < 60% ALTO > 60% 
De modo geral é notável que tanto o aumento de sintomas ansiosos 70,5% quanto à queda de rendimento 77,6% teve grande impacto na vida acadêmica e social, com apenas a presença de 18% com rendimento normal e 14% com níveis de ansiedade indefinido, também é observado que 41% relataram altos níveis de ansiedade representando a maioria, em suma na amostra geral é notável os efeitos negativos e a proporção deles no rendimento, no aumento de ansiedade e no nível de ansiedade estando todos altos nos aspectos negativos mostrando a realidade que a pandemia trouxe aos acadêmicos, de acordo com Motta (2020) “não há dúvidas de que haverá perdas na aprendizagem, se comparado ao período normal, sem pandemia, Mas cabe o compromisso a cada secretaria de educação de pensar nesse retorno dos estudantes para resgatar o que foi perdido”. A preocupação com a pandemia é geral, mas ela afeta cada pessoa ou grupo de uma forma, assim vemos nos estudantes de ensino superior que cursam em Janaúba que se localiza em uma região considerada com poucos casos. As dificuldades do momento faz com que nossas expectativas e projetos sejam reavaliados, gerando insegurança com nosso futuro. Os acadêmicos compartilham o medo geral, e também o enfrentamento da nova rotina com a interrupção e as novas modalidades remotas, que gera uma grande incerteza com o futuro acadêmico e profissional que estavam em busca, virando um gatilho para o abalo na saúde mental desse grupo em específico (UFAL, ABREU. 2020). 
Quando analisado apenas as amostras coletadas dos respondentes que afirmaram ter aumento de ansiedade (Tabela 3) sendo 79 estudantes correspondendo a 70,5% da amostra total 112, foi possível observar outras variáveis que não constaram nos demais estudantes como a precisão de ajuda profissional para lidar com a situação e a utilização de técnicas ou medicamentos para controlar os níveis de ansiedade e outros sintomas decorrentes aos fatores psicológicos e também ambientas. Segundo a ONU “as políticas devem apoiar e cuidar das pessoas afetadas pelas condições de saúde mental e proteger os seus direitos e dignidade humanos. Confinamentos e quarentenas não devem discriminar aqueles que têm problemas de saúde mental” (NAÇÕES UNIDAS BRASIL b, 2020).
Tabela 3 - amostra dos ansiosos.
	
NIVEIS DE ANIEDADE
	
BAIXO
	
MODERADO
	
ALTO
	
TOTAL
	
NUMERO ABSOLUTO
	
9
	
27
	
43
	
79
	PORCENTAGEM
	11,4%
	34,1%
	54,5%
	100%
	AJUDA PROFISSIONAL
	 0%
	15%
	35%
	50%
	USO DE MEDICAÇÃO
	0%
	0%
	37%
	37%
AJUDA MEDICA: PORCENTAGEM CORRESPONDENTE AO NIVEL DE ANSIEDADE QUE PROCUROU AJUDA MEDICA – MEDICAÇÃO PORCENTAGEM CORESPONDENTE AO NIVEL DE ANSIEDADE QUE USOU MEDICAÇÃO - BAIXO < 30% - MODERADO > 30% < 60% ALTO > 60% . 
Dentre o grupo dos ansiosos com 79 estudantes 54,5% apresenta níveis altos de ansiedade 60% > apresentando ser dominante entre a amostra total e na de ansiosos, entre a os estudantes com sintomas moderados 15% procurou ajuda de profissional para o controle dos sintomas, de acordo com a OMS “nosso país tem o maior número de pessoas ansiosas no mundo: 18 milhões de brasileiros convivem com o transtorno marcado por um constante sentimento de preocupação”, entre os estudantes com sintomas moderados não é apresentado uso de medicamentos, esse grupo mostrou formas alternativas para controlar os sintomas ansiosos, na analise consta que fazem a utilização de chás naturais; atividades físicas; meditação; yoga, essas praticas são benéficas já que elas ajudam a promover o pensamento positivo, o autocontrole e a autoconsciência segundo Pignata (2019) “Em alguns casos, a prática regular de alguma delas chega até a substituir o uso contínuo de medicação”, já alguns optaram por deixar de assistir as aulas remotas por um tempo.
No grupo com níveis altos de ansiedade 35% procurou ajuda profissionais alguns ainda passam pelo psicólogo da instituição de ensino por meio online, ou por outras vias temos como exemplo o Centro de Psicologia Aplicada (CPA) onde fornecem diversas modalidades de atendimentos online outros tiveram que recorrer a médicos psiquiatras pelo alto nível de preocupação e falta de controle da mesma, é mostrado que 37% faz uso de medicações para controle de ansiedade ou sintomas provocados por ela, entre as medicações foram apresentada em sua maioria os ansiolíticos: clonazepam; venlafaxina; razapina; sertralina, segundo Andreatine (2001) “Uma grande preocupação quando do uso de BZD e seus similares é o seu potencial de levar ao abuso ou à dependência. Apesar de os estudos não terem confirmado a extensão geralmente associada a esse tema” nos estudantes que fazem uso de medicamentos a de ficar atentos ao risco de abuso e dependência, assim como de sintomas de abstinência, são problemas associados a seu uso constante e descriminado, alguns acadêmicos utilizaram antialérgicos da classe dos anti-histamínicos e alguns betas bloqueadores de B1 e B2, ademais consta uso de medicações do gênero analgésico muitos relataram fortes dores de cabeça e dores na costa e justificaram que é devido ao tempo em frente ao computador estudando e assistindo as aulas remotas provocando problemas de postura e dores em diversos lugares. (NAÇÕES UNIDAS BRASIL a, SAUDE VITAL & ENUMO et al).
À de ressalta que 19% da amostra geral dos estudantes ainda não tem acesso as aulas remotas tanto nas redes particulares quanto nas redes publicas, alguns não tem as ferramentas para o acesso os impossibilitando de acompanhar o período com aulas remotas e nas redes publicas é visto uma situação delicada pois ainda esta em pauta a possibilidade de aulas remotas visto que para isso acontecer todos os alunos devem ter os meios necessários para o acesso e a realidade não é essa de acordo com Miranda (2020) “Grande parte dos alunos vão ser prejudicados e vai criar na rede uma divisão entre aqueles que acessam a tecnologia e aquele que não acessam”, dificultando ainda mais a situação, ainda podemos lembrar de outros acadêmicos prejudicados os que já estavam para concluir seus respectivos cursos, porém devido a Portaria CAPES nº 36/2020 que declara a suspensão dos prazos para defesa presencial de dissertações e teses e possibilidade de realização de bancas por meio de tecnologias de comunicação à distância, o deputado do PSOL Serafini comenta sobre aulas remotas: visto que metade da rede não tem acesso à internet regular e isso vai fazer com que a exclusão digital leve à uma maior exclusão educacional, também mesmo aqueles que conseguirem acessar vão ter uma educação ineficaz, essa modalidade de ensino não é só aula online, significa que tem que ter material pedagógico próprio e profissionais qualificados para trabalhar os alunos preparados para isso, pouco se sabe sobre o que virá a acontecer, mas a condição psicológica e física dos acadêmicos devem ter um olhar mais atento da parte das instituições para remediação desse grandeproblema de aumento de sintomas ansiosos. (G1, 2020).
CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise do impacto que a atual pandemia da COVID — 19, provocada pelo vírus SARS- Cov2 teve em acadêmicos que cursam o ensino superior, se tiveram aumento na ansiedade e os níveis dela baixo; médio; alto, também possibilitou verificar o acesso as aulas remotas na cidade de Janaúba – MG. Além disso, foi possível analisar informações sobre a necessidade de ajuda profissional e o consumo de medicações, por meio do questionário aplicado com perguntas dissertativas e múltipla escolha foi verificada a importância que devemos ter com a saúde metal visto que problemas com ansiedade podem virar patológicos, assim se tornando um transtorno somatimorfe e possibilitando agravar doenças como a asma que seria preocupante junto com vírus, a situação que todos estão enfrentando a sensação de impotência e desamparo diante de um inimigo invisível e letal, faz se necessária à atenção ao tema para conscientização e o conhecimento geral da população visto que é um assunto ainda descriminado e muitos não procuram ajuda. Os achados desse trabalho foram concordantes com a literatura disponível na correlação entre a pandemia e o aumento de ansiedade, os resultados vão de encontro com toda revisão feita sobre a pandemia e o aumento de ansiedade em estudantes, além disso, ainda são poucos os estudos disponíveis que faz a correlação da pandemia e o aumento de ansiedade nos acadêmicos, principalmente no Brasil. A de ressaltar a limitação que o estudo teve em relação às amostras, acredita-se que um número maior de respondentes trariam mais dados com outras variáveis possibilitando o uso de outros métodos de análise, de modo geral os resultados apresentados foram satisfatória e condizentes com a pesquisa em todos os aspectos explorados. Como principais contribuições da pesquisa demonstra a relevância de mais estudos sobre o tema, a fim de gerar mais discussões sobre uma temática que é recente e tem um alcance mundial em seus danos, também ser um alerta para conscientização e descriminação dos transtornos ansiosos, ainda visto por muitos sendo irrelevante. Considera – se ainda, que os resultados podem auxiliar novas pesquisas com outros instrumentos e forma de analise como também grupos diferentes oferecendo maior diversidade cultural e metodológica.
APÊNDICE A -- QUESTIONARIO APLICADO PARA COLETA DE DADOS
1 - Acadêmico de instituição particular ou publica?
2 – Esta tendo acesso às aulas remotas? Caso não tenha, por quê? 
3 – Devido à pandemia como esta seu rendimento acadêmico?
4 – Quais são suas preocupações diante a pandemia em relação a sua formação acadêmica?
5– As preocupações relacionadas à pandemia e a formação acadêmica teve aumento significativo em sintomas ansiosos?
6 – Em sua opinião qual porcentagem descreve o aumento de sua ansiedade?
7 – Você procurou ajuda profissional como psicólogo ou médico?
8 – Utilizou alguma medicação para controlar a ansiedade durante esse período?
9 – Qual (is) medicamento (s) utilizou? Qual a frequência?
REFERÊNCIAS
ABMS: PANDEMIA FAZ EVASÃO AUMENTAR NO ENSINO SUPERIOR EM RIO PRETO, 2020. Disponível em: https://abmes.org.br/noticias/detalhe/3800/pandemia-faz-evasao-aumentar-no-ensino-superior-em-rio-preto. Acesso em: 29 de Jun. De 2020.
BRANDTNER, M. & BARDAGI, M. Sintomatologia de Depressão e Ansiedade em Estudantes de uma Universidade Privada do Rio Grande do Sul. Gerais: Rev Interinstit Psicol., v. 2, n. 2, p. 81-91, 2010.
Carvalho, P. M. M., Moreira, M. M., Oliveira, M. N. A., Landim, J. M. M., & Rolim Neto, M. L. (2020). The psychiatric impact of the novel coronavirus outbreak. Psychiatry Research, 286 (112902). Disponivel em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165178120302924?via%3Dihub. 
ENUMO, Sônia Regina Fiorim et al . Enfrentando o estresse em tempos de pandemia: proposição de uma Cartilha. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 37, e200065, 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2020000100502&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 23 Jun. De 2020. Epub May 18, 2020. https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200065.
G1: Estudantes da rede pública do RJ reclamam da falta de acesso às aulas online durante a pandemia, Por Guilherme Peixoto, RJ1 2020 Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/04/07/estudantes-da-rede-publica-do-rj-reclamam-da-falta-de-acesso-as-aulas-online-durante-a-pandemia.ghtml. Acesso em: 29 de Jun. De 2020.
Inter-Agency Standing Committee (IASC, Comitê Permanente Interagências) (2007). Diretrizes do IASC sobre saúde mental e apoio psicossocial em emergências humanitárias. Tradução de Márcio Gagliato. Genebra: IASC.
Ministério da Educação, PORTARIA Nº 343, DE 17 DE MARÇO DE 2020.
Ministério da Educação, PORTARIA Nº 345, DE 19 DE MARÇO DE 2020.
Ministério da Educação, PORTARIA Nº 395, DE 15 DE ABRIL DE 2020.
Ornell, F., Schuch, J. B., Sordi, A. O., & Kessler, F. H. P. (2020). “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Brazilian Journal of Psychiatry. Disponível em: https://www.rbppsychiatry.org.br/details/943/en-US/-pandemic-fear--and-covid-19--mental-health-burden-and-strategies Acesso em: 21 de jun. De 2020.
OMS: impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já é extremamente preocupante. NAÇÕES UNIDAS BRASIL a, 2020. Disponível em: https://nacoesunidas.org/oms-o-impacto-da-pandemia-na-saude-mental-das-pessoas-ja-e-extremamente-preocupante/. Acesso em: 21 de jun. De 2020.
 ONU: serviços de saúde mental devem ser parte essencial de respostas ao coronavírus. NAÇÕES UNIDAS BRASIL b, 2020. Disponível em: https://nacoesunidas.org/onu-servicos-de-saude-mental-devem-ser-parte-essencial-de-respostas-ao-coronavirus/. Acesso em: 21 de jun. de 2020.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: Pesquisa avalia impactos da pandemia na saúde mental dos universitários. Ascom Ufal com Kelma de Abreu, jornalista Ascom Cesmac. 2020 Disponivel em: https://ufal.br/estudante/noticias/2020/5/pesquisa-avalia-impactos-da-pandemia-sobre-a-saude-mental-dos-estudantes-universitarios.
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v64n4/0047-2085-jbpsiq-64-4-0266.pdf Acesso em: 30 de Jun. De 2020
Vargas, F., Xavier. F., Hoffmeister., Prates, P. F., Vasconcellos, S. J. L: Depressão, ansiedade e psicopatia: um estudo correlacional com indivíduos privados de liberdade. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v64n4/0047-2085-jbpsiq-64-4-0266.pdf Acesso em: 30 de Jun. De 2020
Weide, J. N., Vicentini, E. C. C., Araujo, M. F., Machado,W. L., & Enumo, S. R. F. (2020). Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia. Porto Alegre: PUCRS/ Campinas: PUC-Campinas. Trabalho gráfico: Gustavo Farinaro Costa.

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