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ARQUITETURA 
SUSTENTÁVEL 
Jaqueline Ramos Grabasck
Edifícios eficientes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Empregar estratégias de eficiências de forma integrada.
  Comparar a eficiência de edifícios eficientes com edifícios tradicionais.
  Reconhecer edifícios eficientes.
Introdução
A construção civil produz impactos negativos no meio ambiente, desde 
a etapa de extração da matéria-prima até o descarte de resíduos ao final 
da vida útil da edificação. Para amenizar a degradação iminente, cabe aos 
profissionais indicar aos seus clientes a utilização de materiais e estratégias 
que priorizam a sustentabilidade. 
Neste capítulo, você vai encontrar a descrição de estratégias que 
podem ser aplicadas nos mais diversos projetos, tendo como objetivo 
o conforto ambiental e, consequentemente, a eficiência energética. 
A importância da escolha dessas estratégias é apresentada de forma a 
priorizar a implantação de técnicas tradicionais que apenas consomem 
recursos, mas não os geram. Ao final deste capítulo, você encontra a apli-
cação dessas estratégias em edificações com diferentes funcionalidades, 
passando de centros educacionais a um complexo que abrange áreas 
residenciais, comerciais e corporativas. 
Emprego de estratégias de eficiências 
de forma integrada
A efi ciência energética é um atributo dos edifícios que possibilita conforto térmico, 
visual e acústico com baixo consumo de energia. Neste caso, um edifício será mais 
efi ciente energeticamente que outro se apresentar as mesmas condições ambientais, 
mas consumindo menos energia (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, [2009]).
O triângulo de Vitrúvio apresenta em seus três vértices o conceito de 
eficiência energética, ao associar firmitas com solidez, utilitas com utilidade, 
e venustas com beleza. O termo firmitas associa-se à estrutura ao abranger 
economia, racionalização das soluções estruturais e especificação de materiais 
construtivos, considerando fabricação e transporte, buscando a redução no 
consumo de energia pela edificação. O termo utilitas abrange a funcionalidade 
arquitetônica ao incluir os conceitos de conforto térmico, visual e acústico no 
desenvolvimento das edificações. Já venustas salienta que os constituintes da 
forma e da ambiência devem estar intrínsecos na eficiência energética de uma 
edificação, de modo que esses conceitos sejam exteriorizados de maneira bela, 
íntegra e expressiva (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, [2009]). 
A construção de edificações confortáveis ambientalmente requer essen-
cialmente sistemas passivos, que podem ser associados a sistemas ativos 
para complementação, visando a redução no consumo de energia. Estratégias 
passivas abrangem o uso e o controle do fluxo natural de energia que envolve 
o edifício, enquanto estratégias ativas compreendem os equipamentos que 
proporcionam conforto ambiental e eficiência energética (GANHÃO, 2011). 
As estratégias passivas variam conforme a região na qual a edificação se 
encontra, abrangendo aspectos como a forma da edificação, a disposição das 
aberturas e o desempenho térmico dos materiais — essas características estão 
diretamente ligadas à implantação da edificação no terreno, pois a orientação 
solar, por exemplo, será um fator determinante para indicar a disposição das 
aberturas. Além da orientação solar, deve-se observar as vegetações que com-
põem o entorno da edificação e que não apresentam possibilidade de remoção, 
pois, conforme o porte, essas vegetações podem bloquear ou direcionar os 
ventos incidentes, atuando, também, na atenuação da sonoridade que chega 
à edificação, garantindo conforto acústico.
A orientação dos ventos deve ser analisada e avaliada para que seja pos-
sível adequar estratégias que possibilitem utilizá-los de maneira a atuar no 
conforto térmico e garantir a renovação de ar no ambiente. Técnicas como a 
ventilação cruzada necessitam que a disposição das aberturas e a orientação 
dos ventos sejam estudadas em conjunto, assim como devem ser incorporados 
dados referentes à orientação solar.
Ao implantar o edifício no terreno, deve-se considerar a orientação solar 
conforme o percurso realizado pelo sol, para maximizar o aproveitamento 
de energia em termos de conforto luminoso e térmico. Para cada estação do 
ano, o ângulo de incidência solar será diferente, atingindo os seus extremos no 
inverno e no verão. Entretanto, em zonas urbanas consolidadas, nem sempre é 
possível determinar a orientação que o edifício deverá apresentar. Neste caso, 
Edifícios eficientes2
deve-se considerar a incidência solar em todas as orientações, de maneira a 
otimizar o conforto ambiental em todos os cômodos (GANHÃO, 2011).
A incidência solar interfere diretamente nas áreas envidraçadas, gerando 
variações de temperaturas tanto no interior quanto no exterior da edificação. 
O dimensionamento das aberturas, a caixilharia adotada e a orientação solar 
devem ser analisados em conjunto para atender as necessidades dos usuários. 
O dimensionamento das aberturas irá influenciar tanto no conforto térmico 
quanto no conforto lumínico, pois é por meio dessas aberturas que a edificação 
receberá ganhos de calor devido à incidência solar direta, sendo, também, um 
fator determinante na quantidade de luz visível que os ambientes receberão. A 
caixilharia adotada também deve ser analisada, considerando o seu desempenho 
térmico e os seus índices de estanqueidade, responsáveis por garantir que não 
haverá variações de temperaturas devido a baixos índices de desempenho que 
o material possa vir a apresentar.
Para minimizar a variação de temperatura, seja por ganhos térmicos ou perda 
de calorimetria, pode-se optar pela utilização de vidros triplos e quádruplos, que 
atuam na redução da radiação solar e conservam por maior período de tempo as 
temperaturas nos ambientes. Porém, esses vidros reduzem também a quantidade 
de luz visível (GANHÃO, 2011), de modo que o ideal seria optar por vidros duplos, 
que, apesar de apresentarem um valor mais elevado que os simples, possibilitam 
a redução da incidência solar e o ganho de temperatura no interior dos ambientes 
(Figura 1). Além de proporcionar conforto térmico, os vidros duplos garantem 
conforto acústico, pois a camada de ar que se encontra em seu interior atua como 
isolante e impossibilita a passagem das ondas sonoras para o interior da edificação.
Leitores do material impresso, para visualizar as figuras 
deste capítulo em cores, acessem o link ou o código QR 
a seguir.
https://qrgo.page.link/g1kbz 
3Edifícios eficientes
Figura 1. Vidro duplo com esquadria de PVC.
Fonte: Golden Sikorka/Shutterstock.com.
Para contribuir com as vantagens apresentadas pelos vidros duplos, podem 
ser aplicadas películas de baixa emissividade, com o intuito de aumentar a 
reflexão de calor e o isolamento térmico. Já os vidros coloridos reduzem a 
radiação solar no interior da edificação e, consequentemente, aumentam a 
necessidade de iluminação artificial e de aquecimento durante o inverno 
(GANHÃO, 2011).
Conforme mencionado, caixilharias eficientes controlam as trocas de tempe-
ratura entre o interior e o exterior, proporcionam isolamento acústico e garantem 
que não ocorram interferências na ventilação do ambiente, devido a má vedação e, 
consequentemente, não comprometem a renovação do ar no interior da edificação.
Juntamente com as esquadrias/caixilharias e os vidros, os brises soleils 
atuam no bloqueio da radiação solar direta, minimizando o ganho de calor 
no interior da edificação (Figura 2). Porém, para garantir a efetividade do 
sistema projetado, os ângulos de incidência devem ser estudados em todos os 
horários do dia. Brises móveis apresentam maior versatilidade, pois podem 
ser adequados conforme a necessidade de proteção, podendo ser configurados 
manual ou automaticamente.
Edifícios eficientes4
Figura 2. Brises soleils.
Fonte: Jason Finn/Shutterstock.com.
Cabe ressaltar que, ao propor a instalação de brises, deve-se terem mente 
que o seu objetivo é bloquear a incidência solar direta, que normalmente é 
indesejada; entretanto, esses elementos não devem interferir na ventilação e 
na luminosidade dos ambientes.
Além dos brises, podem ser indicadas prateleiras de luz, que também 
atuam no bloqueio da incidência solar direta, mas esses mecanismos projetam 
a iluminação natural para o interior do ambiente, o que pode vir a ser uma 
vantagem ou uma desvantagem conforme as atividades desempenhadas nessa 
edificação.
Para complementar os sistemas de conforto térmico e lumínico em edi-
ficações corporativas, por exemplo, deve-se criar comandos individuais de 
iluminação para cada área de trabalho, garantindo que o próprio usuário possa 
definir qual luminosidade necessita para o desenvolvimento de suas atividades.
Sistemas de iluminação em LED garantem eficiência energética e não 
produzem calor no ambiente, contribuindo para as premissas de conforto térmico, 
além de apresentarem uma ampla gama de temperatura de cor e potência para 
aplicação conforme a necessidade dos usuários e as atividades desenvolvidas. 
A redução no consumo de energia pode ser obtida, também, por meio da 
instalação de sistemas fotovoltaicos, seja com aplicação no telhado ou atuando 
como brises soleils. A energia gerada por painéis fotovoltaicos reduz signifi-
cativamente o consumo de energia fornecido pela concessionária, produzindo 
vantagens financeiras e ambientais. 
5Edifícios eficientes
Seguindo no viés da redução no consumo de recursos naturais e, conse-
quentemente, da minimização de despesas, as coberturas verdes podem ser 
implantadas para minimizar as temperaturas no interior da edificação, amenizar 
os ruídos ocasionados nas áreas externas, gerar áreas de convivência ao ar livre 
e captar as águas da chuva, com possibilidade de utilização nos vasos sanitários, 
na limpeza de pisos e na irrigação dos jardins. Além da aplicação em coberturas, 
vegetações podem ser utilizadas em fachadas (Figura 3) e, também, no interior 
da edificação, atuando em todos esses locais para melhorar a qualidade do ar, 
reduzir o calor excessivo durante o verão e atenuar as ondas sonoras. 
Figura 3. Fachada verde.
Fonte: MarleenS/Shutterstock.com.
As estratégias apresentadas anteriormente podem ser aplicadas de maneira 
individual ou em conjunto, e a efetividade dos sistemas irá depender do estudo 
prévio das condições climáticas e do entorno imediato da edificação. 
Para que um projeto seja classificado com alto índice de eficiência ener-
gética, a sua elaboração deve integrar tecnologias sustentáveis as estratégias 
projetuais, a fim de garantir conforto ambiental e economia de recursos finan-
ceiros. Apesar de algumas estratégias sustentáveis serem mais dispendiosas no 
ato da aquisição, ao longo da vida útil da edificação, esses mecanismos serão 
responsáveis por uma economia significativa de recursos tanto financeiros 
quanto ambientais.
Edifícios eficientes6
Ambientes com temperatura de cor próxima a 1.000 K apresentam uma luz amarelada, 
indicada para ambientes que devem remeter ao conforto e descanso, temperaturas 
acima de 8.000K apresentam uma luz azulada, sendo indicadas para ambientes que 
precisam transmitir a ideia de limpeza, enquanto temperaturas entre 5.000 e 7.000K 
representam uma iluminação neutra, indicadas para ambientes que necessitam de 
alto índice de nitidez na reprodução de cores (Figura 4).
Figura 4. Temperatura de cor.
Fonte: Suriya KK/Shutterstock.com.
Edifícios eficientes versus edifícios tradicionais
Atualmente, as cidades comportam mais de 50% da população mundial e, nos 
próximos 30 anos, esse índice deve apresentar um aumento de 20%. Conse-
quentemente, a população mundial deve chegar a 10 bilhões de habitantes em 
2050, sendo necessária a implantação de grandes edifícios para comportar 
todos os habitantes (GONZÁLEZ, 2018). Se essa estimativa se mantiver, em 
2050, será necessário o equivalente a três planetas Terra para comportar o 
estilo de vida atual da humanidade devido à quantidade de recursos naturais 
consumidos nos dias de hoje (SOUZA, 2019).
7Edifícios eficientes
O consumo desenfreado resulta na escassez de recursos naturais e em 
altos índices de emissões atmosféricas, responsáveis pela poluição do ar e no 
aumento significativo dos impactos ambientais. As emissões atmosféricas e 
os impactos ambientais ocorrem em todas as fases do processo produtivo de 
produtos e materiais, iniciando no processo de extração da matéria-prima e 
seguindo até o descarte do produto gerado, ao término de sua vida útil.
Você já parou para pensar em como os produtos e materiais que consumimos são 
produzidos? E para onde irão ao final de sua vida útil? Neste vídeo, você encontra 
informações importantes referentes ao processo produtivo de bens de consumo e, 
ainda, compreende os impactos ambientais acarretados pelo consumo desenfreado.
https://qrgo.page.link/EDqhQ
As emissões atmosféricas e a maioria dos processos produtivos são respon-
sáveis pela geração do principal gás do efeito estufa, o dióxido de carbono, que 
está diretamente ligado à poluição do ar, às chuvas ácidas e a diversas outras 
consequências relacionadas às mudanças climáticas (SOUZA, 2019). A Figura 
5 demonstra a importância da utilização de vegetação para minimização do 
efeito estufa e alguns condicionantes ligados às mudanças climáticas, como 
as emissões resultantes de processos produtivos que ocorrem em fábricas e 
indústrias, formando camadas tóxicas bloqueadoras, que impossibilitam a 
radiação solar de retornar ao espaço, contribuindo, assim, para o aumento do 
aquecimento global.
Edifícios eficientes8
Figura 5. Efeito estufa.
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Projetos de reformas são considerados vilões devido à sua complexidade e 
por serem dispendiosos. Entretanto, estudos comprovam que edificações novas 
podem vir a emitir mais de quatro vezes os índices de CO2 ao serem comparadas 
com reformas abrangentes (WESTBOROUGH..., 2011). Ou seja, edificações 
tradicionais emitem muito mais poluentes do que reformas que objetivam a 
adequação de edificações tradicionais, a fim de torná-las sustentáveis.
Os índices das emissões de dióxido de carbono são significativos no setor 
da construção civil, abrangendo as fases de extração do solo, fabricação, 
transporte, construção, manutenção e fim de vida e acarretando a soma de 
impactos ambientais. 
9Edifícios eficientes
Os processos de extração, produção e transporte dos materiais utilizam 
índices significativos de energia e carbono — só o setor da siderurgia, por 
exemplo, emite 35% de carbono, enquanto a produção de cimento leva a 19% 
das emissões do setor industrial. Para amenizar esses índices, tem aumentado 
a demanda por materiais naturais (Figura 6), que apresentam índices muito 
mais baixos durante o processo produtivo. Entretanto, deve-se atentar para as 
distâncias percorridas para o fornecimento desses materiais, que podem vir a 
ser um empecilho na sua utilização (SOUZA, 2019).
Figura 6. Materiais naturais.
Fonte: Iryna B/Shutterstock.com.
A escolha dos materiais a serem aplicados em uma edificação está direta-
mente ligada aos poluentes gerados por esse setor (SOUZA, 2019). A utilização 
de materiais reciclados ou beneficiados reduz significativamente as emissões 
ocasionadas no processo produtivo, já que são excluídas do processo as fases 
de extração e de descarte do material ao térmico de sua vida útil.
Entretanto, as ocorrências de impactos ambientais se mantêm nas fases 
projetuais e de execução da obra, que são responsáveis por ocasionar um 
impacto de 20% apenas no consumo de energia, enquanto na fase de operação 
esse índice passa para 80% em edificações tradicionais. Para amenizá-lo, 
devem ser estudadas alternativas que abranjam o uso de iluminação natural de 
maneira adequada, isolamento térmico e sombreamento, a fim de minimizar 
o consumo excessivo de energia na fase de ocupação da edificação (SOUZA, 
2019). Ao aplicar essas estratégias,obtém-se uma edificação eficiente ener-
Edifícios eficientes10
geticamente, resultando em uma redução significativa no consumo de energia 
durante a fase de operação.
Ao associar mecanismos de fornecimento de iluminação natural a estraté-
gias de ventilação natural, possibilita-se o deslocamento de ar no interior da 
edificação, contribuindo para o conforto térmico e influenciando diretamente 
na eficiência energética. Ao considerar essas estratégias na fase projetual, o 
seu custo é considerado praticamente zero (SANTESSO et al., 2017).
Buscando o conforto térmico e a eficiência energética, as coberturas verdes 
levam a uma redução de 2 a 7% do consumo anual da energia elétrica utili-
zada pelos sistemas mecânicos de resfriamento. Já os sistemas fotovoltaicos 
reduzem o consumo de energia elétrica fornecido pela concessionária em 90% 
(SANTESSO et al., 2017), enquanto edificações tradicionais consomem 100% 
de sua energia elétrica proveniente da concessionária de energia.
O Comitê Carbono Zero divulgou que 70% do consumo global de energia 
e emissões de CO2 resultam de áreas urbanas, principalmente de edifícios. 
Estima-se que nas próximas duas décadas será construída e reconstruída uma 
área equivalente a 60% do território urbano atual, sendo essa uma alternativa 
para a construção civil se redimir dos poluentes gerados e eliminar até 2050 
as emissões de CO2. Neste contexto, o escritório Foster + Partners assinou 
o Net Zero Carbon Buildings Commitment, comprometendo-se, até 2030, a 
projetar apenas edifícios neutros em carbono (SOUZA, 2019).
A pegada de carbono dos materiais pode ser medida utilizando a Declaração Ambiental 
do Produto (EPD), que apresenta dados referentes aos impactos ambientais ao longo 
de todo o ciclo de vida dos produtos. Você pode acessar os dados das Declarações 
Ambientais de Produtos no link a seguir.
https://qrgo.page.link/njjeF
Edifícios eficientes
O projeto do Berkeley Green Skills Centre é um exemplo de investimento 
regenerativo e comprometido com o consumo de energia. Na sua construção, 
foram empregadas estratégias sustentáveis, como fachada fotovoltaica inte-
11Edifícios eficientes
grada, envoltório termicamente efi ciente, sistemas de ventilação inovadores 
de recuperação de calor, iluminação em LED e estrutura em madeira de baixo 
impacto ambiental (SOUZA, 2019). Na Figura 7, é possível observar a confi -
guração dos sistemas de ventilação e a disposição dos sistemas fotovoltaicos 
empregados na fachada e na cobertura da edifi cação.
Figura 7. Berkeley Green Skills Centre — Projeto Hewitt Studios.
Fonte: Adaptada de Souzaouza (2019).
Cottrell & Vermeulen Architecture optaram por reformar a Westborough 
Primary School, pois afirmam que as novas construções emitem quatro vezes 
mais CO2 que projetos de reformas coerentes e adequados. O escritório utilizou 
como premissa a redução de todas as demandas de energia, a utilização de 
recursos de forma eficiente e a utilização de energia renovável (SOUZA, 2019).
O projeto baseia-se na estratégia Mean (média), Lean (suportar) e Green 
(verde), em que Mean representa a redução de todas as demandas de energia, 
Lean apresenta uma demanda de suprimentos de forma eficiente e Green 
incentiva o uso de energia renovável. Além da aplicação dessas estratégias, 
o projeto fornecerá informações com aplicabilidade em outras edificações 
escolares que venham a passar por reformas, pois a edificação será monitorada 
para averiguar a eficácia das estratégias para redução de carbono. O projeto 
foi desenvolvido e executado em etapas, a fim de analisar os resultados no 
decorrer de todo o processo (WESTBOROUGH..., 2011).
Edifícios eficientes12
A redução no consumo de energia será significativa devido às renovações 
realizadas, como o isolamento de paredes e telhados, melhoramento das 
esquadrias, para garantir maior estanqueidade do ar, controle de ilumina-
ção, gerenciamento de sistemas e computadores, energias renováveis, como 
aquecimento por biomassa e placas fotovoltaicas (WESTBOROUGH..., 2011).
O isolamento das paredes deu-se com a aplicação de painéis de revestimento 
seco, a fim de melhorar o desempenho térmico. Já o isolamento do telhado visa 
melhorar o desempenho térmico e acústico, instalado internamente, mediante 
a aplicação de um forro. Para melhorar a estanqueidade do ar, os profissionais 
implantaram sistemas de vedação para controlar o fluxo de ar das aberturas exis-
tentes no telhado. A instalação de vidros duplos também apresenta uma melhora 
significativa no desempenho térmico da edificação (WESTBOROUGH..., 2011).
Para reduzir as perdas de calor e melhorar o controle do aquecimento espacial, 
todas as tubulações de água quente e aquecimento foram isoladas. Ao utilizar 
fontes alternativas de geração de calor e implantar aquecedores de água por setores, 
obtém-se uma redução de 50% nas emissões de carbono. Sistemas de troca de 
calor foram implantados, visando maximizar o uso de energia dentro do sistema 
de ventilação e aquecimento. Ao substituir a caldeira a gás por uma de biomassa, 
estima-se uma redução de 66% nas emissões anuais de carbono devido ao aqueci-
mento. Além disso, a implantação de novos controladores de caldeira possibilita a 
programação otimizada da operação da central de aquecimento, a fim de reduzir 
os períodos de funcionamento desnecessário (WESTBOROUGH..., 2011).
Os sistemas de iluminação foram modificados para permitir o recebimento 
de lâmpadas T5 mais eficientes, garantindo, assim, uma redução de 45% no 
consumo de energia. Nas salas de aula, foram instalados sensores para controle 
de iluminação, do tipo PIR/Daylight. Placas fotovoltaicas foram instaladas 
na nova estrutura do telhado, visando obter rendimentos elétricos anuais em 
torno de 200kWh/m²/ano (WESTBOROUGH..., 2011).
Tanques para coleta de água da chuva também foram instalados para 
utilização nas descargas dos vasos sanitários. Além de todas essas estratégias 
construtivas aplicadas na edificação, as crianças se envolvem diretamente 
no desenvolvimento de recursos sustentáveis dentro da escola e demonstram 
uma preocupação significativa com os impactos causados ao meio ambiente 
(WESTBOROUGH..., 2011).
Na Figura 8, é possível observar a intervenção realizada na escola primária, 
com destaque para os painéis fotovoltaicos, instalados de maneira a receber 
o máximo de incidência solar direta.
13Edifícios eficientes
Figura 8. Westborough Primary School — Projeto Cottrell & Ver-
meulen Architecture.
Fonte: Westborough (2011, documento on-line).
O arquiteto Stefano Boeri é o responsável pelo desenvolvimento do novo 
master plan da capital da Albânia, Tirana, que tem por objetivo densificar de áreas 
verdes o centro da cidade até 2030. Neste contexto, o arquiteto já desenvolveu 
o projeto Blloku Cube para a região, que é um edifício multiuso composto por 
áreas comerciais e de escritórios (Figura 9). Sua volumetria destaca-se pelo 
revestimento de alumínio que cobre a fachada, filtrando a luz solar e criando 
uma envoltória cinematográfica, que ainda é energeticamente eficiente, enquanto 
a sua cobertura é composta por um amplo jardim (SCHIRES, 2019).
Figura 9. Blloku Cube — Projeto Stefano Boeri Architetti.
Fonte: Schires (2019, documento on-line).
Edifícios eficientes14
Já o projeto Marina One, da Ingenhoven Architects, vem no viés das megas 
cidades contemporâneas que apresentam espaços urbanos com alta densidade. 
O complexo é formado por quatro torres com um coração verde no centro, em 
uma área de mais de 400.000 m², sendo duas torres compostas por escritórios, 
que possuem 175.000 m², e duas torres residenciais, que abrigam 1.042 unidades 
para cerca de 3.000 moradores, ocupando, no total, 125% da área original do 
terreno (GONZÁLEZ, 2018).
O projeto recebeu as certificações Green Mark Platinum e LEED Plati-
num, é situado em Singapura e considerado a maior área verde pública no 
Distrito Comercial Central de Marina Bay. O coração verde é composto 
por 350 espécies diferentes de vegetaçõese 700 árvores, em uma área de 
37.000 m², dispostas em diferentes níveis verticais (Figura 10), simulando 
um vale verde com variações climáticas em relação ao solo e, ainda, pro-
movendo a biodiversidade local e melhorando o microclima na região 
(GONZÁLEZ, 2018).
Figura 10. Marina One — Projeto de Ingenhoven Architects.
Fonte: González (2018, documento on-line). 
O projeto conta com sistemas de ventilação de baixo consumo de energia, 
placas fotovoltaicas de alta eficiência e fachadas de vidro, projetadas para 
minimizar a incidência solar no interior da edificação (Figura 11). A infraes-
trutura local colabora na redução das emissões de gás carbônico ocasionadas 
pelos veículos de uso individual, pois conecta-se a quatro das seis linhas de 
transporte público de massa, a pontos de ônibus, a estações de bicicletas e de 
carga para veículos elétricos (GONZÁLEZ, 2018).
15Edifícios eficientes
Figura 11. Marina One — Projeto de Ingenhoven Architects.
Fonte: González (2018, documento on-line). 
A fachada e o interior da edificação foram pensados com a finalidade de 
proporcionar uma atmosfera tranquila à edificação, mediante a utilização de 
uma paleta de cores em tons terrosos e aconchegantes. O complexo é constituído 
por restaurantes, cafés, academia de ginástica, piscina, supermercados, praças 
de alimentação e espaços para eventos, distribuídos nos terraços abertos, bus-
cando promover a interação social entre moradores, funcionários e visitantes 
(GONZÁLEZ, 2018). 
Com o crescimento populacional, a busca por alternativas sustentáveis, que 
comportem as necessidades dos usuários, sem agredir o meio ambiente, vem sendo 
cada vez mais frequente. Para atender as necessidades dos usuários e minimizar 
os impactos ambientais, os arquitetos tendem a elaborar grandes edifícios que 
apresentem toda a infraestrutura necessária para uma vida plena e confortável. 
Edifícios eficientes16
GANHÃO, A. M. G. D. Construção sustentável: propostas de melhoria da eficiência 
energética em edifícios de habitação. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) 
– Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2011. 
Disponível em: https://run.unl.pt/bitstream/10362/6890/1/Ganh%c3%a3o_2011.pdf. 
Acesso em: 4 set. 2019.
GONZÁLEZ, M. F. Coração verde: Marina One Singapore. In: ARCHDAILY. [S. l.: s. n.], 2018. 
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/886740/coracao-verde-marina-one-
-singapore-ingenhoven-architects?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. 
Acesso em: 4 set. 2019.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. Rio 
de janeiro: Procel, [2009]. Disponível em: http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/
apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf. Acesso em: 4 set. 2019.
SANTESSO, C. A. et al. Economia de energia através de estratégias passivas e ativas: 
um estudo para habitação de interesse social. Revista Espacios, v. 38, n. 23, 2017. Dis-
ponível em: https://www.revistaespacios.com/a17v38n23/a17v38n23p23.pdf. Acesso 
em: 4 set. 2019.
SOUZA, E. Como podemos reduzir a emissão de carbono em projetos de arquitetura? 
In: ARCHDAILY. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/919037/
como-podemos-reduzir-a-emissao-de-carbono-em-projetos-de-arquitetura. Acesso 
em: 4 set. 2019.
WESTBOROUGH Primary School: Cottrell & Vermeulen Architecture Ltd. In: ARCHDAILY. 
[S. l.: s. n.], 2011. Disponível em: https://www.archdaily.com/193201/westborough-
-primary-school-cottrell-vermeulen-architecture. Acesso em: 4 set. 2019.
Leituras recomendadas
A HISTÓRIA das coisas completo dublado em português (capitalismo, consumismo 
e meio ambiente). [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (21 min). Publicado pelo canal Eder Ramos 
Amorim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q3YqeDSfdfk&feature
=youtu.be. Acesso em: 4 set. 2019.
EPD INTERNATIONAL. Declaração ambiental de produto. [S. l.: s. n., 201-?]. Disponível em: 
https://www.environdec.com/introduction-to-epd/introduction-to-epd-portuguese/. 
Acesso em: 4 set. 2019.
17Edifícios eficientes

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