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Curso de Estética Facial
Mestre de obras
Trabalhos em terra e fundações
042
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
SUMÁRIO
I CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 5
TRABALHOS EM TERRA .............................................................................................. 5
1. LOCAÇÃO DA OBRA E PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇO ........................ 5
O início do processo de locação ...................................................................................................................6
Processo dos cavaletes .............................................................................................................................. 11
Processo da tábua corrida (gabarito/tabeira) ............................................................................................... 13
Traçado ..................................................................................................................................................... 16
Locação de estacas.................................................................................................................................... 18
Locação da forma de fundação “paredes” .................................................................................................. 20
Tolerância de erros das medidas de locação ............................................................................................... 22
2. ESCAVAÇÃO .......................................................................................................... 23
Sistemas de Proteção em Fundações Escavadas ........................................................................................ 33
Sistemas de Proteção em Desmonte de Rochas com o Uso de Explosivos ................................................... 35
Empolamento do material escavado ........................................................................................................... 35
3. ATERRO, REATERRO E COMPACTAÇÃO .................................................................. 40
Controle tecnológico da execução de aterros .............................................................................................. 42
4. DRENAGEM ........................................................................................................... 43
Alguns tipos de drenagem .......................................................................................................................... 44
Geotêxteis – terminologia ........................................................................................................................... 46
5. FUNDAÇÕES .......................................................................................................... 49
Parâmetros para a escolha da fundação ..................................................................................................... 49
Defi nições em geral ................................................................................................................................... 50
Fundações superfi ciais ............................................................................................................................... 61
043
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
6. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS ................................................................................... 61
Generalidades ............................................................................................................................................ 61
Pressão admissível .................................................................................................................................... 62
Dimensionamento ...................................................................................................................................... 65
Disposições construtivas ............................................................................................................................ 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 99
044
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Apresentação
A sociedade moderna, seja sob o prisma econômico, cultural ou social, só alcançará novos degraus 
competitivos, se investirem na intangibilidade dos seus ativos. Uma das formas é acelerar rumo à conquista 
de patamares aceitáveis, inovadores e desafi adores de conhecimento.
É sobre esse trilho que está direcionada a bússola estratégica de nossa empresa, a Data Corporation® Escola 
de Profi ssões. A nossa missão é “Contribuir na Formação de Profi ssionais Qualifi cados para o Mercado de 
Trabalho”, gostaria de ressaltar que para nós é motivo de imensa alegria, contribuir com a sua qualifi cação
profi ssional.
A Data Corporation® Escola de Profi ssões através do seu Departamento de Ensino, direciona suas ações ao 
suporte técnico e mercadológico com intuito de colaborar com o desenvolvimento de novos profi ssionais. 
Qualifi cação da Mão de Obra na Construção Civil
A mão-de-obra e o fator mais importante em qualquer obra da construção civil, pois representa grande 
porcentagem do custo total, além de ser composta de pessoas que tem diversos tipos de necessidades a 
serem supridas.
Cursos de aprendizagem, relacionamento e autoestima, demonstrando como esses fatores podem infl uenciar 
na produtividade.
Diversos estudos sobre o assunto apontam diretamente para a necessidade da qualifi cação da mão-de-
obra devido ao grande índice de desperdícios de material, atraso no cronograma da obra e serviços de 
má qualidade. Para que isso não ocorra, são varias as formas que uma empresa tem de investir em seus 
funcionários. Uma delas e oferecendo-lhes cursos de capacitação e qualifi cação.
O presente material dispõe de informações imprescindíveis aos participantes dos cursos Data Corporation 
elaborado através dos profi ssionais especializados.
Adoniram Mendes
Diretor de Operações
045
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
I CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Antes de iniciarmos esse módulo, é importante termos em mente que uma obra passa por diferentes etapas 
construtivas e que as construções têm características próprias que requerem, em maior ou menor grau, 
diferentes especializações que vão infl uenciar no tempo de execução, qualidade, segurança e acabamento, 
refl etindo assim no processo de entrega e uso fi nal da edifi cação.
Um aspecto importante que não deverá também ser esquecido é a aplicação de novas tecnologias no processo 
construtivo e o conhecimento da classifi cação das obras mais signifi cativas quanto ao seu uso, que são:
1. Obras residenciais
2. Obras industriais
3. Obras comerciais
4. Obras rurais
5. Obras rodoviárias
6. Obras ferroviárias
7. Obras portuárias
8. Obras aeroportuárias
9. Obras especiais
10. Obras temporárias
11. Obras de arte
12. Obras mistas
13. Obras subterrâneas
14. Obras aquáticas
15. Monumentos
TRABALHOS EM TERRA
1. LOCAÇÃO DA OBRA E PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇO
Considerando-se que o movimento de terra necessário para implantação do edifício tenha sido realizado e 
que o projeto do edifício forneça elementos sufi cientes, pode-se dar início à construção.
O primeiro passo é passar o edifício que “está no papel” para o terreno. A esta atividade dá-se o nome de locação 
do edifício.
Existem diferentes métodos de locação, que usualmente variam em função do tipo de edifício. Fica claro que deva 
ser diferente locar um “shopping center” horizontal de 300 m x 150 m, um edifício de múltiplos pavimentos de 
20 m x 25 m ou uma habitação térrea de 10 m x15 m.
As características do processo de locação em si e seus diferentes métodos serão abordados na sequência.
Locar uma obra é uma das etapas mais importantes da construção. É a implantação de um projeto no terreno, de 
modo a determinar todos os referenciais necessários à construção da obra, isto é, transferir parao terreno, o que 
foi projetado em uma determinada escala no papel, todos os elementos indicados no desenho como: posição 
das estacas ou tubulões; posições das valas para os baldrames; posições dos eixos das paredes; dos pilares; etc.
046
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
As ferramentas mais importantes para a locação de pequenas construções são: trena, escala, mangueira de nível, 
esquadro, prumo de centro, linha de pedreiro, martelo, marreta, facão, barbante, piquetes ou pequenas estacas 
de madeira, ripões, pregos, etc.
O INÍCIO DO PROCESSO DE LOCAÇÃO
• O que é necessário para locação da obra?
a) Defi nição de um referencial
Referenciais são pontos deixados por estudos topográfi cos de prefeituras ou outros próximos às obras à serem 
construídas ou ainda um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de 
terra do terreno onde será construído o edifício, um alinhamento de rua, limites do terreno, postes de 
iluminação, muro do vizinho, uma lateral do terreno etc. (Figura 1.1.1).
Figura 1.1.1 - Pontos de referencias
047
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Para ilustrar estes referenciais, suponha a necessidade de implantação de uma casa térrea de 10 m x 15 m, em 
um terreno de 20 m x 40 m. Neste caso, no projeto de implantação, deverá existir um referencial fi xo a partir 
do qual seja possível defi nir o perímetro da casa e os seus recuos com relação aos limites do terreno. Este 
referencial poderá ser o próprio alinhamento do terreno, caso ele esteja corretamente defi nido, ou mesmo o 
alinhamento do passeio, como exemplifi ca a Figura 1.1.2.
Figura 1.1.2 - Ilustração do projeto de implantação de uma unidade habitacional 
b) Projeto de localização ou implantação do edifício.
No projeto de localização ou implatação, o edifício sempre estará referenciado a partir de um ponto conhecido e 
previamente defi nido. A partir deste ponto, passa-se a posicionar (locar) no solo a projeção do edifício desenhado 
no papel (Figura 1.1.3).
Em obras mais simples, quando não existe o projeto estrutural, o projeto de implantação é o próprio projeto 
arquitetônico. Em obras maiores, o projeto de implantação é o projeto de locação, executado pelo engenheiro 
calculista de estruturas. Não esquecer, nessa fase, do projeto de implantação do canteiro de obras, para que 
não ocorram erros de locação do prédio propriamente dito, isto é, por exemplo, não locar o prédio no local 
onde seria o refeitório.
048
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1.3 - Projeto de locação ou implantação
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Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
c) Projeto de fundações
O sistema ou projeto de fundações é formado pelos elementos estruturais do edifício que fi cam abaixo do solo 
(podendo ser constituído por bloco, estaca ou tubulão, por exemplo) e o maciço de solo envolvente sob a base e 
ao longo do fuste (Figura 1.1.4).
Figura 1.1.4 - Projeto de fundação 
d) Projeto de arquitetura
O projeto de arquitetura é o processo pelo qual uma obra de arquitetura é concebida e também a sua representação 
fi nal. É considerada a parte escrita de um projeto. O projeto arquitetônico é essencial para que a obra saia como 
planejada. É constituído de: plantas baixas, plantas de cobertura, cortes, elevações e layout (Figura 1.1.5).
0410
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.1.5 - Projeto de arquitetura
• Por onde começar a locação da obra?
a) Nos casos em que o movimento de terra tenha sido feito, deve-se iniciar a locação pelos elementos das 
fundações, tais como as estacas, os tubulões, as sapatas isoladas ou corridas, entre outros. Caso contrário, a 
locação deverá ser iniciada pelo próprio movimento de terra.
Uma vez locadas e executadas as fundações, pode ser necessária a locação das estruturas intermediárias, tais 
como blocos e baldrames.
Os elementos são comumente demarcados pelos eixos principais, defi nindo- se posteriormente as faces, nos 
casos em que seja necessário, como ocorre, por exemplo, com as sapatas corridas, baldrames e alvenarias.
Os cuidados com a locação dos elementos de fundação de maneira precisa e correta são fundamentais para a 
qualidade fi nal do edifício, pois a execução de todo o restante da obra estará dependendo deste posicionamento, 
já que ele é a referência para a execução da estrutura, que passa a ser referência para as alvenarias e estas, por 
sua vez, são referências para os revestimentos. Portanto, o tempo empreendido para a correta locação dos 
eixos iniciais do edifício favorece uma economia geral de tempo e custo da obra.
• Como defi nir cada ponto da locação?
A demarcação dos pontos que irão defi nir o edifício no terreno é feita a partir do referencial previamente defi nido, 
considerando-se três coordenadas para cada ponto de locação, 2 pontos planimétricos (X, Y) e 1 ponto altimétrico 
(Z), as quais possibilitam defi nir o centro ou eixo central do elemento que se vai demarcar (fundação, parede, etc.).
A medição das distâncias, em pequenas obras, é feita com uma trena, que pode ser de aço (comum ou tipo 
0411
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
invar) ou de plástico armada com fi bra de vidro. Existem também as trenas de pano que, no entanto, devem 
ser evitadas, pois se deformam sensivelmente, causando diferenças signifi cativas nas medidas.
A coordenada altimétrica é dada pela transferência de nível de um ponto origem (referência) para o outro que 
se deseja demarcar. Esta operação pode ser realizada com auxílio de um aparelho de nível, com um nível de 
mangueira associado ao fi o de prumo, régua de referência (guia de madeira ou metálica) e trena.
Pode-se utilizar um teodolito para defi nir precisamente dois alinhamentos mestres, ortogonais entre si, sendo as 
demais medidas feitas com a trena.
• Como materializar os pontos e eixos a serem locados?
Cada ponto será materializado com:
a) A demarcação poderá ser realizada totalmente com o auxílio de aparelhos topográfi cos (teodolito e nível) (Figura 1.1.6), com 
o auxílio de nível de mangueira, régua, fi o de prumo e trena, ou ainda, um misto entre os dois, como citado anteriormente. A 
defi nição por uma ou outra técnica dependerá do porte do edifício e das condições topográfi cas do terreno.
O processo topográfi co é utilizado principalmente em obras de grande extensão ou em obras executadas com 
estrutura pré fabricada (de concreto ou aço), pois neste caso, qualquer erro pode comprometer seriamente o 
processo construtivo.
Podemos efetuar a locação da obra, nos casos de obras de pequeno porte, com métodos simples, sem o auxílio 
de aparelhos, que nos garantam certa precisão.
Em quaisquer dos casos, porém, a materialização da demarcação exigirá um elemento auxiliar que poderá ser 
constituído por simples piquetes (Figura 1.1.6), por cavaletes ou pela tabeira (que também pode ser denominada 
tapume, tábua corrida ou gabarito).
 
Figura 1.1.6 – Teodolito e piquete de madeira forte
No entanto, os métodos descritos abaixo (manuais), em caso de obras de grande área, poderão acumular erros, 
sendo conveniente, portanto, o auxílio da topografi a.
Os métodos mais utilizados são:
• Processo dos cavaletes
• Processo da tábua corrida (gabarito/tabeira)
PROCESSO DOS CAVALETES
Os alinhamentos são fi xados por pregos cravados em cavaletes. Estes são constituídos de duas estacas cravadas no solo 
e uma travessa pregada sobre elas (Figura 1.2.1) e (fi gura 1.2.3). Devemos sempre que possível, evitar esse processo, 
pois não nos oferece grande segurança devido ao seu fácil deslocamento com batidas de carrinhos de mão, tropeços, etc.
0412
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.2.1 – Cavalete
Após distribuídos os cavaletes, previamente alinhados conforme o projeto, linhas são esticadas para determinar 
o alinhamento do alicerce e em seguida inicia- se a abertura das valas (Figura 1.2.2).
Figura 1.2.2 - Processo dos cavaletes
0413Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.2.3 - Cavaletes
PROCESSO DA TÁBUA CORRIDA (GABARITO/TABEIRA)
Este método se executa cravando-se no solo cerca de 50 cm, pontaletes de madeira forte de (3” x3” ou 3” x 4”) a 
uma distância entre si de 1,50 m a 1,80 m e a 1,20 m das paredes da futura construção (Figuras 1.3.3 e 1.3.4), 
que posteriormente poderão ser utilizadas para andaimes.
Nos pontaletes serão pregadas tábuas (geralmente de 15 cm ou 20 cm de largura por 1” de espessura) em 
volta de toda a construção em nível, que servirão de suporte para as linhas ou arames que serão amarrados em 
pregos fi ncados nas tábuas com distâncias entre si iguais às interdistâncias entre os eixos da construção, todos 
identifi cados, com letras e algarismos respectivos, pintados na face vertical interna das tábuas determinando 
os alinhamentos (Figura 1.3.1). Em cada linha ou arame, que poderão ser de arame recozido nº 18 ou fi o de 
náilon, estará materializado um eixo da construção, que defi nirão os elementos demarcados. A altura do gabarito 
será superior ao nível do baldrame, variando de 0,4 m a 1,5 m acima do nível do solo. Uma boa medida é 
aproximadamente 1,00 m do piso (Figura 1.3.2).
A tabeira pode ser utilizada mesmo em terrenos acidentados e com grande desnível. Nestes casos é construída 
em patamares (Figura 1.3.5).
0414
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.3.1 - Marcação sobre gabarito
Figura 1.3.2 - Processo da tábua corrida – gabarito
0415
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.3.3 - Processo da tábua corrida – gabarito
Figura 1.3.4 - Processo da tábua corrida – gabarito
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.3.5 - Ilustração da tabeira executada em diferentes níveis, acompanhando a topografi a do terreno
Como podemos observar o processo de “Tábua Corrida” é mais seguro e as marcações nele efetuadas permanecem 
por muito tempo, possibilitando a conferência durante o andamento das obras. Não obstante, no auxílio deste 
processo, podemos utilizar o processo dos cavaletes.
0416
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
TRAÇADO
Tendo defi nido o método para a marcação da obra, devemos transferir as medidas, retiradas das plantas para o 
terreno, e cabe a cada interessado, para pequenas obras, saber locá-las com métodos simplifi cados.
Traçado de ângulos retos e paralelas
É indispensável saber traçar perpendiculares sobre o terreno, pois é através delas que marcamos os alinhamentos 
das paredes externas, da construção, determinando assim o esquadro. Isto serve de referência para locar todas 
as demais paredes.
Um método simples para isso consiste em formar um triângulo através das linhas dispostas perpendicularmente, 
cujos lados meçam 3 m, 4 m e 5 m (Triângulo de Pitágoras ou Triângulo Retângulo), fazendo coincidir o lado do 
ângulo reto com o alinhamento da base (Figura 1.4.1.1).
Figura 1.4.1.1 - Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito
Outro método consiste na utilização de um esquadro metálico (geralmente 0,60 m x 0,80 m x1,00 m) para 
verifi car o ângulo reto (Figura 1.3.1.2).
O esquadro deve fi car tangenciando as linhas sem as tocá-las, quando as linhas fi carem paralelas ao esquadro 
garantimos o ângulo reto.
0417
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.3.1.2 - Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito, utilizando-se esquadro metálico
Traçado de curvas
A partir do cálculo do raio da curva, que pode ser feito previamente no escritório, achamos o centro e, com o 
auxílio de um arame ou linha, traçamos a curva no terreno como se fosse um compasso (Figura 1.4.2.1).
Figura 1.4.2.1 - Traçado de curva de pequeno raio
Este método nos fornece uma boa precisão, quando temos pequenos raios.
No caso de grandes curvas, podemos utilizar um método aproximado, chamado método das quatro partes, que 
consiste em aplicar, sucessivamente, sobre a corda obtida com a fl echa precedente, a quarta parte deste 
último valor (Figura 1.4.2.2). Encontram-se assim, por aproximações sucessivas, todos os pontos da curva 
circular (G.Baud, 1976).
0418
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.4.2.2 - Traçado de curva pelo método das quatro partes (G.Baud,1976)
Sendo:
r = raio da curva
t = tangente à curva (na intercessão da curva com a reta)
Portanto, com o auxílio do gabarito, inicialmente devemos locar as fundações profundas do tipo estacas, tubulões 
ou fundações que necessitam de equipamentos mecânicos para a sua execução, caso contrário podemos iniciar 
a locação das obras pelo projeto de forma da fundação (“paredes”).
LOCAÇÃO DE ESTACAS
Serão feitas inicialmente a locações de estacas, visto que qualquer marcação das “paredes”, irá ser desmarcada 
pelo deslocamento de equipamentos mecânicos. O posicionamento das estacas é feito conforme a planta de 
locação de estacas, fornecida pelo cálculo estrutural (Figura 1.5.1).
0419
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.5.1 - Projeto de locação de estacas
A locação das estacas é defi nida pelo cruzamento das linhas fi xadas por pregos no gabarito. Transfere-se esta 
interseção ao terreno, através de um prumo de centro (Figura 1.5.2).
No ponto marcado pelo prumo, crava-se uma estaca de madeira forte (piquete), com dimensões 2,5 cm x 
2,5 cm x 15,0 cm. A altura do piquete poderá variar acima de 15 cm, quando temos solos moles na área de 
locação, para que o mesmo atinja profundidade de cravação sufi ciente para não deslocar em função de transito 
de pessoas e máquinas.
Utilizando o gabarito, podemos passar todos os pontos das estacas para o terreno, utilizando, como já descrito, a 
linha o prumo de centro e estacas de madeira:
0420
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.5.2 - Locação da estaca
Após a execução das estacas e com a saída dos equipamentos e limpeza do local podemos efetuar, com o auxílio 
do projeto estrutural de formas, a locação das “paredes”.
LOCAÇÃO DA FORMA DE FUNDAÇÃO “PAREDES”
Devemos locar a obra utilizando os eixos, para evitarmos o acúmulo de erros provenientes das variações de 
espessuras das paredes (Figura 1.6.1).
Em obras de pequeno porte ainda é usual o pedreiro marcar a construção utilizando as espessuras das paredes. 
No projeto de arquitetura adotamos as paredes externas com 15 cm e as internas com 10 cm, na realidade as 
paredes externas giram em torno de 15 cm a 20 cm e as internas de 10 cm a 15 cm.
0421
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 1.6.1 - Projeto de forma locadas pelo eixo
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Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Para a medição das coordenadas com trena, deve-se tomar sempre a mesma origem, trabalhando-se com cotas 
acumuladas para evitar a propagação de possíveis erros.
Defi nido o alinhamento do eixo dos elementos determina-se a face, na própria tabeira, colocando-se pregos nas 
laterais (Figura 1.6.2).
Figura 1.6.2 – Eixo e face de fundação e face de parede
TOLERÂNCIA DE ERROS DAS MEDIDAS DE LOCAÇÃO
Esquadros
a) Esquadro do gabarito: 2mm/10m
b) Esquadro dos eixos principais: 1mm/10m
0423
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Tolerância na locação
a) Nivelamento do gabarito: 10mm em 30 m b) Precisão da trena: 3 mm
c) Elementos de fundação: (varia com o tipo)
• Alicerce: 5 cm
• Bloco de fundação: 5 cm
• Pilar: 1,0 cm
2. ESCAVAÇÃO
Concluído o serviço de locação, parte-se para o serviço de escavação que visa à retirada de solo de um dado 
terreno a fi m de se atingir a profundidade ou uma cota necessária a execução de uma determinada construção, 
ou seja, tratam de aberturas ou cavas em solos para a implantação de blocos de fundações, barragens, adutoras, 
dutos em geral, canais, sapatas isoladas ou corridas, tubulões, estacas em geral escavadas, reservatórios 
enterrados e piscinas, túneis para metrô ou qualquer outra estrutura abaixo do nível natural do terreno.
As escavações diferem, portanto, dos serviços de terraplenagem, uma vez que estes envolvem, além do 
desmonteou da escavação em si, as etapas de transporte e aterro (assunto visto em módulos anteriores). No 
entanto, apresentam bastantes semelhanças, sobretudo por lidarem com o mesmo material, que é o solo, e por 
compartilharem o uso de determinados equipamentos.
As cavas para fundação, subsolo, reservatório d’água e outra partes da obra previstas abaixo do nível do terreno, 
serão executadas de acordo com as indicações constantes do projeto das fundações e demais projetos.
As escavações serão convenientemente isoladas, escorvadas e esgotadas, adotando-se as providências e cautelas 
aconselháveis para a segurança dos operários, garantia das propriedades vizinhas e integridade dos logradouros 
e redes de esgotos públicas.
As escavações para a realização de vigas, blocos ou cintas circundantes (baldrames) serão executadas com o 
escoramento necessário de forma a permitir a execução a céu aberto de elementos estruturais, bem como as 
superviabilizações necessárias.
Os taludes, por ventura sejam necessários, receberão capeamento superior a fi m de evitar erosões.
Sugeri-se consulta à norma NBR-9061 - Segurança de escavação a céu aberto, para maiores esclarecimentos.
As escavações podem ser executadas manual ou mecanicamente.
As ferramentas mais utilizadas em escavações manuais são: picareta, chibanca, ferro de cova, draga, pá bico 
chato, pá pico arredondado e outras.
As máquinas e equipamento mais utilizados em escavações não manuais são: escavadeira de colher, retro 
escavadeira, pá mecânica e outros.
Nas escavações manuais deverão ser previstos:
• Um sistema de corda e gancho com trava de segurança;
• A corda e o gancho devem estar em boas condições;
• O balde de descida e subida de material deve ser reforçado;
• Os trabalhos de escavação em período noturno deverão ter iluminação adequada de modo a garantir um 
mínimo de 150 lux na área de trabalho;
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Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
• A colocação dos holofotes para a iluminação noturna deverá ser feita de modo a não ofuscar operadores 
de equipamentos ou motoristas;
• Quando houver possibilidade de infi ltração ou vazamento de gás, o local deve ser devidamente ventilado 
e monitorado;
• O monitoramento deve ser efetivado enquanto o trabalho estiver sendo realizado para, em caso de 
vazamento, ser acionado o sistema de alarme sonoro e visual.
• É proibido o acesso de pessoas não autorizadas às áreas de escavação.
 
Figura 2.1 - Escavações manuais
Nas escavações mecanizadas deverão ser previstos:
• Planejamento para não ocorrer o risco de tombamento do equipamento, portanto, deverão ser verifi cados os 
pontos de apoio das sapatas (retro escavadeiras);
• Verifi cação das possibilidades de interferências com redes aéreas de: telefonia, hidráulicas, ar comprimido, 
eletricidade, passarelas, correias transportadoras.
• O operador da máquina deverá ser orientado para tais riscos acima e onde for necessário, deverá ter auxiliar 
para orientar na execução dos serviços.
• Sempre que for possível, a rede elétrica do local deverá ser desenraizada e aterrada.
 
Figura 2.2 - Escavações mecânicas
Todas as edifi cações vizinhas ou estruturas que possam ser afetadas pela escavação devem ser escoradas.
Os materiais retirados da escavação devem ser depositados a uma distância superior a metade da profundidade, 
medida a partir da borda do talude.
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Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
As escavações com profundidade superior a 1,25 m deve ser assessorada por engenharia civil, que deverá 
defi nir a necessidade de escoramento ou revestimento das paredes e locar escadas ou rampas para a saída 
rápida de trabalhadores em casos de emergência.
Os taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25m (um metro e vinte e cinco centímetros) 
devem ter sua estabilidade garantida por meio de estruturas dimensionadas para este fi m.
Deverão ser previstos meios de contenção do material retirado da vala para não ser carregado por eventual chuva.
O mesmo deverá ocorrer para que a vala não seja inundada.
O escoramento da vala deverá ser feito à medida que a mesma for aberta e para isso serão utilizados perfi s 
metálicos ou pranchões de madeira.
Deverá haver procedimento ou projeto específi co para o escoramento de valas, analisado pela área de projetos e 
Segurança do Trabalho.
Figura 2.3 - Escoramentos em escavações
A RN 18 do Ministério do trabalho e Emprego diz:
18.6 Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas
18.6.1 A área de trabalho deve ser previamente limpa, devendo ser retirados ou escorados solidamente árvores, 
rochas, equipamentos, materiais e objetos de qualquer natureza, quando houver risco de comprometimento de 
sua estabilidade durante a execução de serviços.
18.6.2 Muros, edifi cações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação devem ser 
escorados.
18.6.3 Os serviços de escavação, fundação e desmonte de rochas devem ter responsável técnico legalmente 
habilitado.
18.6.4 Quando existir cabo subterrâneo de energia elétrica nas proximidades das escavações, as mesmas só 
poderão ser iniciadas quando o cabo estiver desligado.
18.6.4.1 Na impossibilidade de desligar o cabo, devem ser tomadas medidas especiais junto à concessionária.
18.6.5 Os taludes instáveis das escavações com profundidade superior a 1,25m (um metro e vinte e cinco 
centímetros) devem ter sua estabilidade garantida por meio de estruturas dimensionadas para este fi m.
0426
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
18.6.6 Para elaboração do projeto e execução das escavações a céu aberto, serão observadas as condições 
exigidas na NBR 9061/85 - Segurança de Escavação a Céu Aberto da ABNT.
18.6.7 As escavações com mais de 1,25m (um metro e vinte e cinco centímetros) de profundidade devem dispor 
de escadas ou rampas, colocadas próximas aos postos de trabalho, a fi m de permitir, em caso de emergência, a 
saída rápida dos trabalhadores, independentemente do previsto no subitem 18.6.5.
18.6.8 Os materiais retirados da escavação devem ser depositados a uma distância superior à metade da 
profundidade, medida a partir da borda do talude.
18.6.9 Os taludes com altura superior a 1,75m (um metro e setenta e cinco centímetros) devem ter estabilidade 
garantida.
18.6.10 Quando houver possibilidade de infi ltração ou vazamento de gás, o local deve ser devidamente 
ventilado e monitorado.
18.6.10.1 O monitoramento deve ser efetivado enquanto o trabalho estiver sendo realizado para, em caso de 
vazamento, ser acionado o sistema de alarme sonoro e visual.
18.6.11 As escavações realizadas em vias públicas ou canteiros de obras devem ter sinalização de advertência, 
inclusive noturna, e barreira de isolamento em todo o seu perímetro.
18.6.12 Os acessos de trabalhadores, veículos e equipamentos às áreas de escavação devem ter sinalização de 
advertência permanente.
18.6.13 É proibido o acesso de pessoas não-autorizadas às áreas de escavação e cravação de estacas.
18.6.14 O operador de bate-estacas deve ser qualifi cado e ter sua equipe treinada.
18.6.15 Os cabos de sustentação do pilão devem ter comprimento para que haja, em qualquer posição de trabalho, 
um mínimo de 6 (seis) voltas sobre o tambor.
18.6.16 Na execução de escavações e fundações sob ar comprimido, deve ser obedecido o disposto no Anexo 
no 6 da NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.
18.6.17 Na operação de desmonte de rocha a fogo, fogacho ou mista, deve haver um blaster, responsável pelo 
armazenamento, preparação das cargas, carregamento das minas, ordem de fogo, detonação e retirada das que 
não explodiram, destinação adequada das sobras de explosivos e pelos dispositivos elétricos necessários às 
detonações.
18.6.18 A área de fogo deve ser protegida contra projeção de partículas, quando expuser a risco trabalhadores 
e terceiros.
18.6.19 Nas detonações é obrigatória a existência de alarme sonoro.
18.6.20 Na execução de tubulões a céu aberto, aplicam-se as disposições constantes no item 18.20 – Locais 
confi nados.
0427Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
18.6.21 Na execução de tubulões a céu aberto, a exigência de escoramento (encamisamento) fi ca a critério do 
engenheiro especializado em fundações ou solo, considerados os requisitos de segurança.
18.6.22 O equipamento de descida e içamento de trabalhadores e materiais utilizado na execução de tubulões a 
céu aberto deve ser dotado de sistema de segurança com travamento.
18.6.23 A escavação de tubulões a céu aberto, alargamento ou abertura manual de base e execução de taludes, 
deve ser precedida de sondagem ou de estudo geotécnico local.
18.6.23.1 Em caso específi co de tubulões a céu aberto e abertura de base, o estudo geotécnico será obrigatório 
para profundidade superior a 3,00m (três metros).
A RTP 03 - Recomendação Técnica de Procedimentos “ESCAVAÇÕES, FUNDAÇÕES E DESMONTE DE ROCHAS” 
– FUNDACENTRO diz em seus itens transcritos abaixo:
1. Objetivo
Esta Recomendação Técnica de Procedimentos – RTP – dispõe de medidas técnicas de segurança relativas 
à proteção do trabalhador em atividades que envolvam Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas, em 
atendimento ao item 18.6 da NR-18.
2. Princípio Básico de Segurança Adotado
Quando houver risco de desmoronamento, deslizamento, acidentes com explosivos e projeção de materiais, é 
necessária a adoção de medidas correspondentes, visando à segurança e a saúde dos trabalhadores.
3. Prioridade na Implantação das Medidas
A proteção coletiva deve ter prioridade sobre as proteções individuais.
A proteção coletiva deve prever a adoção de medidas que evitem a ocorrência de desmoronamento, deslizamento, 
projeção de materiais e acidentes com explosivos, máquinas e equipamentos.
Antes de iniciar os serviços de escavação, fundação ou desmonte de rochas, certifi car-se da existência ou não de 
redes de água, esgoto, tubulação de gás, cabos elétricos e de telefone, devendo ser providenciada a sua proteção, 
desvio e interrupção, segundo cada caso. Em casos específi cos e em situações de risco, deve ser solicitada 
a orientação técnica das concessionárias quanto à interrupção ou à proteção das vias públicas.
A área de trabalho deve ser previamente limpa e desobstruídas as áreas de circulação, retirando ou escorando 
solidamente árvores, rochas, equipamentos, materiais e objetos de qualquer natureza.
Muros, edifi cações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação devem ser escoradas, 
segundo as especifi cações técnicas de profi ssional legalmente habilitado.
3.1. Sistemas de Proteção em Escavações
Riscos Comuns
Ruptura ou desprendimento de solo e rochas devido a:
• Operação de máquinas;
• Sobrecargas nas bordas dos taludes;
• Execução de talude inadequado;
• Aumento da umidade do solo;
• Falta de estabelecimento de fl uxo;
• Vibrações na obra e adjacências;
0428
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
• Realização de escavações abaixo do lençol freático;
• Realização de trabalhos de escavações sob condições meteorológicas adversas;
• Interferência de cabos elétricos, cabos de telefone e de redes de água potável e de sistema de esgoto;
• Obstrução de vias públicas;
• Recalque e bombeamento de lençóis freáticos;
• Falta de espaço sufi ciente para a operação e movimentação de máquinas.
Medidas preventivas
O projeto executivo de escavações deve levar em conta as condições geológicas e os parâmetros geotécnicos 
específi cos do local da obra, tais como coesão e ângulo de atrito. Variações paramétricas em função de alterações 
do nível da água e as condições geoclimáticas devem ser consideradas.
O responsável técnico deverá encaminhar ao CREA e aos proprietários das edifi cações vizinhas cópias dos 
projetos executivos, incluindo as técnicas e o horário de escavações a serem adotados.
Recomenda-se o monitoramento de todo o processo de escavação, objetivando observar zonas de instabilização 
global ou localizada, a formação de trincas, o surgimento de deformações em edifi cações e instalações vizinhas 
e vias públicas.
Nos casos de risco de queda de árvores, linhas de transmissão, deslizamento de rochas e objetos de qualquer 
natureza, é necessário o escoramento, a amarração ou a retirada dos mesmos, devendo ser feita de maneira a 
não acarretar obstruções no fl uxo de ações emergenciais.
Figura 1 – Escavação com riscos de queda de árvores, deslizamento de rochas, etc.
As escavações com mais de 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) de profundidade devem dispor de 
escadas de acesso em locais estratégicos, que permitam a saída rápida e segura dos trabalhadores em caso de 
emergência.
0429
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 2 – Instalação de escadas em escavação de vala com mais de 1,25 m de altura
As cargas e sobrecargas ocasionais, bem como possíveis vibrações, devem ser levadas em consideração para a 
determinação das paredes do talude, a construção do escoramento e o cálculo dos seus elementos estruturais.
O material retirado das escavações deve ser depositado a uma distância mínima que assegure a segurança dos 
taludes.
Observação: As medidas acima não se aplicam em determinadas situações, as quais dependem da avaliação do 
responsável técnico.
Figura 4 – Medidas de afastamento mínimo comumente adotadas
Devem ser construídas passarelas de largura mínima de 0,80 m (oitenta centímetros), protegidas por guarda-
corpos com altura mínima de 1,20 m (um metro e vinte centímetros), quando houver necessidade de circulação 
de pessoas sobre as escavações.
0430
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 5 – Passarela em escavação para circulação de pessoas
Devem ser construídas passarelas fi xas para o tráfego de veículos sobre as escavações, com capacidade de 
carga e largura mínima de 4 m (quatro metros), protegidas por meio de guarda corpo.
Figura 6 – Passarela para o tráfego de veículos sobre escavação
A estabilidade dos taludes deve ser garantida por meio das seguintes medidas de segurança:
O responsável técnico deverá buscar a adoção de técnicas de estabilização que garantam a completa estabilidade 
dos taludes, tais como retaludamento, escoramento, atirantamento, grampeamento e impermeabilização. As 
Figuras 7, 8 e 9 apresentam exemplos de técnicas de estabilização.
0431
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 7 – Escavação taludada (escavação com paredes em taludes)
Figura 8 – Escavação protegida – com estruturas denominadas “cortinas”
Figura 9 – Escavação mista – com paredes em taludes e com paredes protegidas por cortinas
Devem ser evitados trabalhos nos pés de taludes sem uma avaliação prévia pelo responsável técnico, pelos riscos 
de instabilidade que possam apresentar. A existência de riscos constitui impedimento à execução dos trabalhos, 
até que estes sejam eliminados.
Deve ser evitada a execução de trabalho manual ou a permanência de observadores dentro do raio de ação das 
máquinas em atividade de movimentação de terra.
0432
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Quando for necessário rebaixar o lençol de água (freático), os serviços devem ser executados por pessoas ou 
empresas qualifi cadas.
Sinalização em rscavações
Nas escavações em vias públicas ou em canteiros, é obrigatória a utilização de sinalizações de advertência e 
barreiras de isolamento.
Alguns tipos de sinalização usados:
• Cones
• Fitas
• Cavaletes
• Pedestal com iluminação
• Placas de advertência
• Bandeirolas
• Grades de proteção
• Tapumes
• Sinalizadores luminosos
O tráfego próximo às escavações deve ser desviado e, na sua impossibilidade, a velocidade dos veículos deve 
ser reduzida.
Devem ser construídas, no mínimo, duas vias de acesso, uma para pedestres e outra para máquinas, veículos e 
equipamentos pesados.
No estreitamento de pistas em vias públicas, deve ser adotado o sistema de sinalização luminosa (utilizar como 
referencial para consulta o Código Brasileiro de Trânsito).
 
Figura 10 (A) – Tipos de sinalização
0433
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
 
Figura10 (B) – Tipos de sinalização
Para as escavações subterrâneas devem ser observadas as disposições do item 18.20 da NR-18 – Locais 
Confi nados, e as da NR-22 – Trabalhos Subterrâneos.
As escavações devem ser sinalizadas e isoladas de maneira a evitar quedas de pessoas e/ou equipamentos.
SISTEMAS DE PROTEÇÃO EM FUNDAÇÕES ESCAVADAS
Riscos comuns
São riscos comuns nas escavações de poços e nas fundações a céu aberto:
• Queda de materiais;
• Queda de pessoas;
• Fechamento das paredes do poço;
• Interferência com redes hidráulicas, elétricas, telefônicas e de abastecimento de gás;
• Inundação;
• Eletrocussão;
• Asfi xia.
Medidas preventivas
A execução do serviço de escavação deverá ser feita por trabalhadores qualifi cados.
Na execução de poços e tubulões a céu aberto, a exigência de escoramento/encamisamento fi ca a critério 
do responsável técnico pela execução do serviço, considerando os requisitos de segurança que garantam a 
inexistência de risco ao trabalhador.
Tubulões, túneis, galerias ou escavações profundas de pequenas dimensões, cuja frente de trabalho não possibilite 
perfeito contato visual da atividade e em que exista trabalho individual, o trabalhador deve estar preso a um cabo-
guia que permita, em caso de emergência, a solicitação ao profi ssional de superfície para o seu rápido socorro.
0434
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 11 – Atividade realizada na base de escavações profundas e de pequenas dimensões
A partir de 1 m (um metro) de profundidade, o acesso da saída do poço ou tubulão será efetuado por meio de 
sistemas que garantam a segurança do trabalhador, tais como:
• sarilho com trava;
• guincho mecânico.
Nas escavações manuais de poços e tubulões a céu aberto o diâmetro mínimo deverá ser de 0,60 m (sessenta 
centímetros).
Caso se adote iluminação interior, devem ser adotados sistemas estanques à penetração de água e umidade, 
alimentados por energia elétrica não superior a 24 volts.
Deve ser evitada a utilização de equipamentos acionados por combustão ou explosão no interior dos poços e 
tubulões.
Deve ser garantida ao trabalhador no fundo do poço ou tubulão a comunicação com a equipe de superfície através 
de sistema sonoro.
Deve ser garantida ao trabalhador a boa qualidade do ar no interior do poço ou tubulão.
Nas fundações escavadas a ar comprimido, tanto a compressão como a descompressão deverão ser feitas de 
acordo com a NR-15 – Anexo 6, a fi m de evitar danos à saúde do trabalhador.
Em poços e fundações escavadas a ar comprimido, a integridade dos equipamentos deve ser vistoriada diariamente 
e deve haver a manutenção do serviço médico de plantão para casos de socorro de urgência.
A jornada de trabalho deve ser menor ou igual a 8 (oito) horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 Kgf/cm²; 
a 6 horas, em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 Kgf/cm²; e a 4 horas, em pressão de trabalho de 2,6 a 
3,4 Kgf/cm²;, devendo ser respeitadas as demais disposições da NR-l5, citadas em seu Anexo 6.
A equipe de escavações deve ser constituída de trabalhadores qualifi cados e de um profi ssional treinado em 
atendimento de emergência, que deve permanecer em regime de prontidão no local de trabalho.
Deve ser evitada a presença de pessoas estranhas junto aos equipamentos. Os buracos escavados próximo aos 
locais de cravação ou concretagem de estacas devem ser imediatamente protegidos e sinalizados, para 
evitar riscos de queda de trabalhadores.
0435
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 15 – Proteção e sinalização dos buracos
SISTEMAS DE PROTEÇÃO EM DESMONTE DE ROCHAS COM O USO DE EXPLOSIVOS
Nas atividades de desmonte de rochas é obrigatória a adoção de “Plano de fogo” elaborado por profi ssional 
habilitado.
Na elaboração do “Plano de fogo” é obrigatória a exigência de um profi ssional habilitado (Blaster), responsável 
pelo armazenamento, preparação das cargas, carregamento das minas, ordem de fogo, detonação e retirada de 
explosivos não detonados e providências quanto ao destino adequado das sobras de explosivos.
A quantidade de explosivos e acessórios necessários ao “Plano de fogo” deve ser restrita ao momento de 
detonação, evitando-se a estocagem próximo à frente de trabalho.
O Blaster deve se ater às condições atmosféricas para realizar as detonações, sendo proibido realizá-las 
quando a atmosfera encontrar-se efetivamente carregada, evitando assim a detonação acidental provocada por 
descarga elétrica atmosférica.
Sinalização nas Atividades de Desmonte de Rochas
As áreas onde se utilizem explosivos deverão ser isoladas e sinalizadas, com sinais visuais e sonoros que não 
se confundam com os sistemas padronizados de emergência, tais como ambulância, polícia, bombeiro, etc.
O tempo entre o carregamento e a detonação deve ser o mínimo possível.
Em locais confi nados (túneis, tubulões, etc.) deve ser garantida a ventilação, para a manutenção de uma atmosfera 
salubre ao trabalhador.
EMPOLAMENTO DO MATERIAL ESCAVADO
Neste assunto sobre escavação é muito importante tratarmos de uma característica dos solos e rochas denominada 
empolamento, pois nos serviços de retirada do material escavado da obra, por não ser mais necessário, o 
desconhecimento dessa característica poderá levar a surpresas desagradáveis.
0436
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 2.1.1 – Esquema representativo do empolamento
Se considerarmos uma determinada massa de solo natural, de volume natural Vn, esta massa de solo 
apresentará um aumento de volume, ou empolamento, após o solo ser escavado, com um volume solto Vs 
maior do que Vn. A mesma massa de solo apresentará, após compactada, um volume compactado Vc menor do 
que Vn. Em média, o volume solto é 25% maior do que o volume no terreno natural, e o volume compactado 
é 15% menor. A massa específi ca aparente seca natural (yn) será, portanto, maior do que a massa específi ca 
aparente seca solta (ys) e menor do que a massa específi ca aparente seca compactada (yc).
No estudo do empolamento de solos trabalha-se com três relações.
• A primeira das relações, denominada empolamento (ep), traduz a relação entre o volume solto e o volume 
natural, sendo dado por:
A fórmula acima também é válida
• A segunda das relações, denominada porcentagem (ou taxa) de empolamento [p(%)], nos dá a taxa de 
aumento, em porcentagem, do volume solto em relação ao volume natural, sendo dada por:
0437
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
• A terceira delas, denominada fator de empolamento ( ), traduz a relação de redução da massa específi ca 
aparente seca ao se escavar o material, com valor sempre menor do que 1, ( ) sendo dado por:
Abaixo tabela com valores típicos de (p), p(%) e ep:
Abaixo tabela com Tabela - Relação de empolamento:
0438
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Exercício 1 para fi xação do assunto:
O custo de escavação de um solo comum seco é de R$10,00/m³ no corte. Se em um pequeno serviço foi contratado 
prevendo-se o pagamento do mesmo através do controle de volume por número de viagens de caminhões, qual 
será o valor referente ao custo de escavação por viagem na composição de preço, sabendo-se que: ep = 1,25 e 
a capacidade do caminhão: 6,0 m³.
Resolução:
O custo de escavação é obtido no corte, logo: Vs = 6,0 m³
ep= Vs/Vn => Vn = 6,0/1,25 = 4,8 m³
Custo = 4,8 m3 x R$10,00/m3 = R$ 48,00 por viagem.
Forma de Pagamento
O serviço de terraplenagem é pago em duas parcelas distintas:
1ª parcela: escavação, carregamento e espalhamento (m³).
2ª parcela: transporte (momento de transporte em m³ x km).
A primeira parcela é fi xa para cada tipo de material escavado, cobrindo as etapas de escavação, carregamento e 
espalhamento. Como os volumes, natural, solto e compactado são diferentes, é necessário defi nir em que local 
será pago o volume de escavação e de transporte. A medição do volume solto, no veículo de transporte, não é 
uma medição confi ável, pois depende de anotações, nem sempre confi áveis, de operários apontadores de viagem. 
A mediçãono aterro também não é confi ável, pois nem todo o material de corte será utilizado em um aterro, sendo 
que o material de bota fora não é compactado, não apresentando, portanto, uma massa específi ca aparente 
seca uniforme em todo o bota fora. A única medição de volume escavado confi ável ao longo do tempo é a 
medição no corte, pois as seções transversais do terreno natural e dos cortes fi cam arquivadas, podendo o cálculo 
de volume ser realizado a qualquer tempo. Portanto, o volume de terraplenagem é sempre computado no corte.
O pagamento da segunda parcela independe do tipo de material escavado, mas é variável em função da 
distância à qual o material é transportado. A unidade de pagamento do transporte é denominada momento de 
transporte (Mt), sendo dada em m³ x km. O preço unitário de transporte é composto para o momento de transporte 
unitário, ou seja, 1 m³ transportado a 1 km. Para o pagamento do transporte calcula-se o momento de transporte 
total. O estudo da distância média de transporte será visto em seção posterior.
Como o volume é sempre computado no corte, cabe ao executor do serviço compor seu preço adequadamente, 
levando em conta o fato de que o material escavado, quando solto, terá um volume maior do que o volume no 
corte. Portanto, o volume real carregado, transportado, espalhado e a ser computado será sempre maior que o 
volume efetivamente pago no corte.
Exercício 2 para fi xação do assunto:
a) Necessidade de terraplenagem em um terreno de dimensões 20x50 m, com apenas 1% de declividade;
b) O mesmo terreno descrito em “a”, com a necessidade de escavação de dois subsolos, com 800 m² de 
área cada um.
0439
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Tabela - Exemplos da infl uência do fator de empolamento.
a) Na primeira situação, apesar de aparentemente tratar-se de pouco trabalho, serão movimentados 250 m³ de 
solo compactado, os quais, considerando- se um fator de empolamento de 1,59 (argila compactada para solta), 
serão transformados em aproximadamente 397,50 m³, o que exigirá cerca de 67 caminhões (com capacidade de 
6,0 m³) para a sua completa remoção, ou seja, pelo menos dois dias de trabalho contínuo.
Entendendo o exercício:
• Declividade do terreno = 50 m x 1 % = 0,5 m (Quer dizer que o desnível teórico do terreno é de 0,50 m)
• Volume de escavação = [(20 m x 50 m) x 0,50 m] / 2 = 250 m³ (Considera- se o terreno como se fosse um 
paralelepípedo e divide-se diagonalmente por dois).
• Volume do material empolado ou solto = 250 m³ x 1,59 = 397,50 m³.
• Número de carradas = 397,50m³ / 6,0 m³ = 66,7 ou seja, 67 viagens.
b) No segundo caso, a situação é mais crítica, pois considerando-se um pé- direito de 3,0 m para cada subsolo, 
deverá ser feita uma escavação de aproximadamente 4800 m³, os quais, considerando-se as mesmas características 
do solo anterior, resultarão num movimento de terra da ordem de 7600 m³ de solo, o que exigirá a retirada de 1272 
caminhões (de 6,0m³) a ser realizada em pelo menos 25 dias úteis de trabalho, ou seja, desconsiderando-se os dias 
de chuva e aqueles necessários aos serviços de execução das contenções e drenagem.
Entendendo o exercício:
• Volume de escavação do subsolo = 800 m² x 6 m = 4800 m³.
• Volume do material empolado = 4800 m³ x 1,59 = 7632 m³.
• Número de carradas = 7632 m³ / 6,0 m³ = 1272 viagens.
0440
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
3. ATERRO, REATERRO E COMPACTAÇÃO
O aterro consiste no preenchimento ou na recomposição de escavações, utilizando-se material de empréstimo, 
para elevação de greide (Perfi l longitudinal duma estrada de ferro ou de rodagem que dá as cotas dos diversos 
pontos do seu eixo) ou de cotas de terraplenos.
O reaterro consiste no preenchimento ou recomposição de escavações, utilizando-se o próprio material escavado.
A compactação consiste na redução do índice de vazios, manual ou mecanicamente, do material de aterro ou 
reaterro, com energia sufi ciente para atingir graus de efi ciência previstos em projeto.
 
 Figura 3.1 Figura 3.2
Equipamentos para compactação manual/mecânico
Figura 3.1 - “sapo mecânico” e Figura 3.2. - Rolo compactador liso
O material procedente da escavação do terreno natural, geralmente, é constituído por solo, alteração de rocha, 
rocha ou associação destes tipos.
Para os efeitos desta especifi cação será adotada a seguinte classifi cação:
Materiais de primeira categoria compreendem os solos em geral, residuais ou sedimentares, seixos rolados ou 
não, com diâmetro máximo inferior a 0,15m, qualquer que seja o teor da umidade apresentado.
Materiais de segunda categoria compreendem os solos de resistência ao desmonte mecânico inferior à rocha não 
alterada, cuja extração se processe por combinação de métodos que obriguem a utilização de equipamentos 
de escarifi cação de grande porte. A extração eventualmente poderá envolver o uso de explosivos ou processo 
manual adequado. Incluídos nesta classifi cação os blocos de rocha, de volume inferior a 2 m3 e os matacões ou 
pedras de diâmetro médio entre 0,15m e 1,00 m.
Materiais de terceira categoria compreendem os solos de resistência ao desmonte mecânico equivalente à rocha 
não alterada e blocos de rocha, com diâmetro médio superior a 1,00m, ou de volume igual ou superior a 2m3, cuja 
extração e redução, a fi m de possibilitar o carregamento, se processem com o emprego contínuo de explosivos.
As operações de execução de aterros ou reaterros compreendem a descarga, espalhamento, homogeneização, 
conveniente umedecimento ou aeração, e compactação quando prevista em projeto, do material selecionado 
procedente de empréstimos de jazidas ou da própria escavação.
Sua execução obedecerá rigorosamente aos elementos técnicos fornecidos pela e constantes das notas de serviço 
apresentadas no projeto executivo.
A operação será precedida da remoção de entulhos, detritos, pedras, água e lama, do fundo da escavação.
Deverá ser feita a determinação da umidade do solo, para defi nir a necessidade de aeração ou umedecimento.
0441
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Quando necessária, deverá ser procedida, também, a escarifi cação e ou umedecimento da camada existente, 
visando-se sua boa aderência à camada de aterro.
O lançamento do material deverá ser feito em camadas sucessivas, em toda a largura da seção transversal e em 
extensões tais, que permitem seu umedecimento e compactação, quando especifi cada. A espessura da camada 
solta (não compactada) não deverá ultrapassar 0,30 m. Para as camadas fi nais essa espessura não deverá 
ultrapassar 0,20 m.
A homogeneização da camada será feita através da remoção ou fragmentação de torrões secos, remoção 
de material conglomerado, de blocos ou de matacões de rocha alterada e de matéria orgânica.
Em caso de aterro e reaterro compactado, todas as camadas do solo deverão sofrer compactação de maneira 
conveniente até se obter, na umidade ótima, a massa específi ca aparente seca corresponde ao Grau de 
Compactação de projeto - 95% ou 100% da massa específi ca aparente máxima seca (Ensaio de Proctor Normal)- 
mais ou menos 3% de tolerância.
Os trechos que não atingirem as condições mínimas de compactação deverão ser escarifi cados, homogeneizados, 
levados à umidade adequada e novamente compactados, de acordo com a massa específi ca aparente seca 
exigida.
Junto a estruturas em concreto, os aterros ou reaterros só poderão ser iniciados após decorrido o prazo previsto 
para o desenvolvimento de sua resistência de projeto, devendo ser executados após ou em paralelo com a 
remoção dos escoramentos.
As tubulações deverão ser envoltas por material isento de pedras e corpos estranhos, devendo a compactação, 
caso ocorra, ser procedida com soquetes manuais ou equipamento de pequeno porte apropriado; atingida a 
geratriz superior do tubo deverá ser utilizado, de preferência, material do mesmo tipo existente na escavação em 
camadas não superiores a 0,30m.
Emcasos que requeiram reaterro especial com utilização de areia, deverão ser observadas as seguintes 
considerações:
1. A execução deverá obedecer rigorosamente às indicações de projeto específi co;
2. A areia deverá ser limpa, destituída de detritos com o máximo de 5% de material passante na peneira 100 e 
permeabilidade da ordem de 1x10-2 .
3. O material deverá ser lançado em camadas horizontais de espessuras não superiores a 40 cm.
4. O adensamento poderá ser mecânico ou hidráulico, ou uma combinação de ambos os métodos, a critério da 
fi scalização.
5. Deverá ser dada especial atenção ao método e à energia de adensamento a ser empregado caso exista 
alguma estrutura sob o aterro, visando não danifi cá-la.
6. Em se tratando de reaterro de tubulações, os tubos deverão estar lastreados e travados de modo a impedir 
seu deslocamento durante a operação.
Na execução dos serviços deverá ser prevista a utilização de equipamentos apropriados, de acordo com as 
condições locais e as produtividades exigidas para o cumprimento dos prazos.
Em aterros e reaterros de valas, cavas, fundações ou escavações de pequenos volumes, serão usados soquetes 
manuais, compactadores pneumáticos, placas vibratórias ou rolos compactadores de pequeno porte, com 
dimensões apropriadas a se obter as características de compactação defi nidas em projeto.
Em se tratando de grandes áreas ou escavações, poderão ser empregados tratores de lâmina, escavotransportadores, 
motoescavotransportadores, caminhões basculantes, motoniveladoras, rolos de compactação (lisos, de pneus, 
pés de carneiro, estáticos ou vibratórios), rebocados por tratores agrícolas ou auto propulsores, grade de discos 
para homogeneização e caminhões pipa para umedecimento.
Os solos para os aterros e reaterros deverão ser isentos de matérias orgânicas, micáceas, diatomáceas, tocos ou 
raizes. Turfas e argilas orgânicas não deverão ser utilizadas.
0442
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Os controles e ensaios de compactação serão feitos baseando-se nos critérios estabelecidos pla NBR7182.
Critérios de medição e pagamento
CONTROLE TECNOLÓGICO DA EXECUÇÃO DE ATERROS
A NBR 5681- Controle Tecnológico da Execução de Aterros em Obras de Edifi cações diz:
1 Objetivo
Esta Norma fi xa as condições mínimas a serem preenchidas no procedimento do controle tecnológico da execução 
de aterros em obras de construção de edifícios residenciais, comerciais ou industriais de propriedade pública ou 
privada.
2 Normas complementares
Na aplicação desta Norma é necessário consultar:
• NBR 6459 - Solo - Determinação do limite de liquidez - Método de ensaio.
• NBR 7180 - Solo - Determinação do limite de plasticidade - Método de ensaio.
• NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica - Método de ensaio.
• NBR 7182 - Solo - Ensaio normal de compactação - Método de ensaio.
3 Condições gerais
3.1 O controle tecnológico é obrigatório na execução de aterros em qualquer dos seguintes casos:
a) aterros com responsabilidade de suporte de fundações, pavimentos ou estruturas da contenção;
b) aterros com altura superiores a 1,0 m;
c) aterros com volumes superiores a 1000 m³.
3.2 Para os aterros referidos em 3.1 alíneas a), b) e c), devem ser previamente elaborados projetos geotécnicos, 
inclusive com a realização das investigações geotécnicas necessárias em cada caso para verifi cação da 
estabilidade e previsão de recalques dos mesmos.
3.2.1 Ensaios especiais de laboratórios ou “in situ” e sondagem complementares , sempre que necessários, 
devem ser também efetuados quando da execução dos aterros, em complementação aos procedimentos mínimos 
de controle recomendados nesta Norma.
3.3 0 controle tecnológico da execução dos aterros deve levar em conta, atendidas as condições mínimas 
estabelecidas nesta Norma, as exigências do Projeto e das Especifi cações particulares de cada obra, em especial 
quanto a:
a) características e qualidade do material a ser utilizado nos critérios;
b) controle da unidade do material;
c) espessura e homogeneidade das camadas;
d) equipamento adequado para a compactação;
e) grau de compactação mínimo a ser atingido.
4 Condições específi cas
4.1.1 O número de ensaios é necessário e sufi ciente para permitir um controle estatístico das características 
geotécnicas do material compactado. São realizados no mínimo os seguintes ensaios geotécnicos no material 
dos aterros:
0443
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
a) nove ensaios de compactação segundo a NBR 7182, para cada 1000 m³ de um mesmo material; além de 
9000 m³ deve ser acrescido um ensaio;
b) nove ensaios para determinação da massa específi ca aparente seca “in situ”, para cada 500 m³ de material 
compactado, correspondente ao ensaio de compactação referido na alínea a); além de 4500 m³ deve ser acrescido 
um ensaio;
Nota: Durante a execução de aterro são, por dia, pelo menos duas determinações por camada.
c) nove ensaios de granulométrica por peneiramento (NBR 7181), de limite de liquidez (NBR 6459) e de limite de 
plasticidade (NBR 71811), para cada grupo de quatro amostras submetidas ao ensaio de compactação da alínea 
a), acima; além de 9000 m³ deve ser acrescido um ensaio.
4.1.2 Além da realização dos ensaios geotécnicos referidos em 4.1.1, devem ser controlados no local, no mínimo, 
os seguintes aspectos:
a) preparação adequada do terreno para receber o aterro, especialmente retirada a vegetação ou restos de 
demolições eventualmente existentes;
b) emprego de materiais selecionados para os aterros, não podendo ser utilizadas turfas, argilas orgânicas, nem 
solos com matéria orgânica micácea ou diatomácia, devendo ainda ser evitado o emprego de solos expansivos;
c) as operações de lançamento, homogeneização, umedecimento ou areação e compactação do material de forma 
que a espessura da camada compactada seja de no mínimo 0,30 m;
d) as camadas devem ser compactadas, estando o material na umidade ótima do correspondente ensaio de 
compactação, admitindo-se uma variação desta umidade de no máximo 3% para mais ou para menos, ou menor 
faixa de variação conforme especifi cações especialmente elaboradas para a obra;
e) o grau de compactação a ser atingido é de no mínimo 95% ou mais elevado conforme especifi cações 
especialmente elaboradas para a obra;
f) as camadas que não tenham atingido as condições mínimas de compactação, ou estejam com espessura 
maior que a máxima especifi cada, devem ser escarifi cadas, homogeneizadas, levadas à umidade adequada e 
novamente compactadas, antes do lançamento da camada sobrejacente.
4. DRENAGEM
Segundo o dicionário Wikipédia, Drenagem é o ato de escoar as águas de terrenos encharcados, por meio 
de tubos, túneis, canais, valas e fossos sendo possível recorrer a motores como apoio ao escoamento. Os canais 
podem ser naturais (rios ou córregos) ou artifi ciais de concreto simples ou armado ou de gabião. Os sistemas de 
drenagem, que compreendem além dos condutos forçados e dos condutos livres podem ser urbanos e/ou rurais 
e visam escoar as águas de chuvas e evitar enchentes.
A presença da água torna-se, às vezes, um inconveniente na edifi cação de diversas obras, principalmente nas 
que envolvem escavações. Faz-se necessário atenuar sua interferência e, se possível, eliminá-la até a conclusão 
total das obras, pela execução de drenos.
Em obras de escavação, a presença da água modifi ca o equilíbrio das terras, provocando a instabilidade do fundo 
das escavações e o desmoronamento dos taludes. Assim, ó obrigatório o cuidado especial nos escoramentos, 
uma vez que maiores são os empuxos a serem resistidos.
Para efeito ilustrativo, a seguir há um esquema da presença de água no subsolo, mostrando a diferença entre os 
chamados “poços ou cacimbas” e os “poços artesianos”
0444
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 4.1 – Esquema da presença de água no subsolo
Observe que o poço artesiano busca a água contida entre duas camadas de solo impermeável (aquífero artesiano) 
e a água do poço ou cacimba é proveniente doaquífero livre.
Sugere-se consulta a NBR-12266 - Projeto e execução de valas para assentamento de tubulação de água, esgoto 
ou drenagem urbana, para melhores esclarecimentos.
ALGUNS TIPOS DE DRENAGEM
Canaleta a céu aberto
Na fi gura 4.1.1.1, as setas indicam a percolação (operação de passar um líquido através de um meio para fi ltrá-
lo ou para extrair substâncias desse meio) da água para dentro da canaleta e a retirada da água se dá 
através de poços de captação estrategicamente colocados, por meio de bombas apropriadas.
Figura 4.1.1.1 – Esquema de passagem da água do subsolo para a canaleta
Nesse caso, prevenir caimento mínimo de 1% no leito da canaleta e fi car atento para a carreação do solo 
provocada pela água, principalmente em solos arenosos, pois podem prejudicar o desempenho das bombas de 
sucção. Recomenda-se colocar a bomba em um buraco a jusante (O sentido em que correm as águas de uma 
corrente fl uvial o pluvial) da canaleta, protegida por um aparador, executado em madeira, em forma de caixa.
Cuidado especial para a instalação elétrica da bomba, evitando emendas nos cabos de energia. As conexões 
devem ser muito bem feitas.
Para obras de relevada importância, lembre-se da máxima “quem tem uma, não tem nenhuma” por isso, é 
sempre bom ter uma bomba reserva.
0445
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Poços fi ltrantes (rebaixamento de lençol freático)
Este é um sistema (Figura 4.1.2.1) que constitui na colocação de tubos de sucção, a determinada profundidade, 
ao longo do perímetro da escavação a ser executada. Esses tubos são interligados e uma bomba efetua a sucção 
da água do subsolo, rebaixando assim nível do lençol freático.
Esse sistema requer estudo específi co e deve ser executado por empresas especializadas.
Figura 4.1.2.1 – Esquema de poços fi ltrantes
Cuidados deve-se tomar com relação a esse sistema de drenagem:
• Investigar se há possibilidade de provocar recalques às construções vizinhas. Caso seja confi rmada tal 
possibilidade, adotar outras soluções.
• Em escavações profundas, adotar precauções para não haver interrupção no sistema de rebaixamento, 
prevendo-se equipamento de reserva para qualquer emergência.
Drenos com pedras e tubos
Para uma drenagem permanente, soluções de drenagem seguras e efi cazes devem ser adotadas.
Consiste basicamente na escavação de valetas (Figura 4.1.3.1) até a profundidade e larguras desejadas, com caimento 
mínimo de 1%, onde são colocados pedras ou tubos furados, revestidos com pedras de diversos tamanhos e estas 
revestidas com uma manta geotêxtil com a fi nalidade de evitar que os grãos fi nos do solo entupam os drenos executados.
Figura 4.1.3.1 – Dreno com pedras
Esse tipo de dreno deve ser executado para obras que estão em locais cuja presença de água é constante ou o 
nível da água muito variável.
0446
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Tomam-se como exemplo as obras enterradas (Figura 4.1.3.2), nas quais os drenos devem ser executados num 
nível abaixo do piso mais baixo e em torno de toda a edifi cação, para que se evite a infi ltração e que esteja livre 
da umidade. Caso não seja possível o escoamento natural da água drenada devido ao excesso de profundidade, 
adota-se um sistema de poço de captação com bombas de recalque com a fi nalidade de bombear a água para 
lugares adequados.
Figura 4.1.3.2 – Construção abaixo do nível do solo
Em alguns casos, a impermeabilização das construções, apropriadamente executada, é um excelente recurso que 
evita a criação de drenos. Em casos extremos uma solução composta é a ideal.
Obs.: Para um perfeito sistema de drenagem, é saudável a verifi cação do volume e do fl uxo de água a ser drenado 
para dimensionamento dos tubos de drenagem.
GEOTÊXTEIS – TERMINOLOGIA
Segundo a ABNT NBR 12553/92 – “Geotêxteis – terminologia”, a defi nição de Geotêxtil é um produto têxtil permeável, 
utilizado predominantemente na engenharia geotécnica com funções de drenagem, fi ltração, reforço, separação e proteção.
A defi nição a seguir também é válida:
Geossintéticos denominação genérica de produtos poliméricos (sintéticos ou naturais), industrializados, 
desenvolvidos para utilização em obras geotécnicas, desempenhando uma ou mais funções, dentre as quais 
destacam-se: reforço, fi ltração, drenagem, proteção, separação, impermeabilização e controle de erosão superfi cial.
Figura 4.2.1
0447
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Geotêxtil Tecido – Material oriundo do entrelaçamento de fi os, fi lamentos, laminetes (fi tas) ou outros componentes, 
segundo direções preferenciais denominadas trama e urdume.
Geotêxtil não tecido – Material composto por fi bras ou fi lamentos orientados ou distribuídos aleatoriamente, os 
quais são interligados por processos mecânicos, térmicos e/ou químicos.
Figura 4.2.2
Trama - Fios dispostos transversalmente à direção de fabricação do geotêxtil.
Urdume - Fios dispostos longitudinalmente à direção de fabricação do geotêxtil.
Geogrelha - Estrutura plana em forma de grelha constituída por elementos com função predominante da 
resistência à tração.
Figura 4.2.3
Geocomposto – Produto formado pela associação de geossintéticos com funções diversas.
Geomalha (“geonet”) - Estrutura plana constituída de forma a apresentar grande volume de vazios, utilizada 
predominantemente como meio drenante.
Geomembrana – Manta ou membrana impermeável.
Geossintético – Produtos sintéticos aplicados a obras geotécnicas e de proteção ambiental.
Manta geotêxtil é usado em diversas situações, na situação específi ca, é usada num talude (encosta). Conforme 
fi gura abaixo.
0448
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 4.2.4
O uso da manta geotêxtil no talude está diretamente relacionada a sua função de fi ltragem efi caz dos sedimentos 
ao longo do tempo, tendo elevada porosidade e permeabilidade.
Por isso o uso dessa técnica é importante num trabalho de recuperação de uma área de risco de deslizamento.
 
 Figura 4.2.5 Figura 4.2.6
Para informação citamos que os geotêxteis, largamente utilizados em obras geotécnicas, vêm sendo utilizados em 
todo o mundo como alternativa para se controlar a refl exão de trincas em camadas de recapeamento betuminoso 
aplicados sobre revestimentos asfálticos trincados. A primeira experiência realizada com a utilização dos geotêxteis 
em recapeamento asfáltico é datada do início dos anos 70, nos Estados Unidos. Rapidamente esta técnica 
disseminou-se pelos países europeus, já no início dos anos 80 foram executadas as primeiras obras no Brasil.
A seguir mais algumas imagens que retratam serviços executados com manta geotêxtil.
 
 Figura 4.2.7 Figura 4.2.8
0449
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
 
 Figura 4.2.9 Figura 4.2.10
5. FUNDAÇÕES
A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto (Figura 5.1) formado pelos elementos estruturais, tais como: 
lajes (cinza), vigas (vermelho), pilares (verde) e fundações (azul), etc. e Fundações.
Figura 5.1 - Estrutura de uma edifi cação
PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO
São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação.
Numa primeira etapa, é preciso analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou outro de 
fundação. Os principais itens a serem considerados são:
• Topografi a da área
- Dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno;
- Necessidade de efetuar cortes e aterros
0450
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
- Dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície;
- Presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões.
• Características do maciço de solo
- Variabilidade das camadas e a profundidade de cada uma delas;- Existência de camadas resistentes ou adensáveis;
- Compressibilidade e resistência do solos;
- A posição do nível da água.
• Dados da estrutura
- A arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em um edifício, torre ou ponte, se há 
subsolo e ainda as cargas atuantes.
- Realizado esse estudo, descartamos as fundações que oferecem limitações de emprego para a obra em que se 
está realizando a análise. Teremos, ainda assim, uma gama de soluções que poderão ser adotadas.
- Alguns projetistas de fundação elaboram projetos com diversas soluções, para que o construtor escolha o tipo 
mais adequado de acordo com o custo, disponibilidade fi nanceira e o prazo desejado.
- Dessa forma, numa segunda etapa, consideram-se os seguintes fatores:
• Dados sobre as construções vizinhas
- O tipo de estrutura e das fundações vizinhas;
- Existência de subsolo;
- Possíveis conseqüências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra;
 - Danos já existentes.
• Aspectos econômicos
- Além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de execução. Há situações 
em que uma solução mais custosa oferece um prazo de execução menor, tornando-se mais atrativa.
- Podemos perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo de fundação, é importante que a pessoa 
responsável pela contratação tenha o conhecimento dos tipos de fundação disponíveis no mercado e de suas 
características.
- Somente com esse conhecimento é que será possível escolher a solução que atenda às características 
técnicas e ao mesmo tempo se adeque à realidade da obra.
DEFINIÇÕES EM GERAL
Fundações
Fundações são elementos estruturais destinados a suportar toda a carga de pressão (Figura 5.2.1.1) proveniente 
dos carregamentos de esforços oriundos do peso próprio dos elementos estruturais como num todo, acrescidos 
dos carregamentos provenientes do uso (sobrecargas).
0451
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 5.2.1.1 – Esquema de sobrecarga e carregamento das fundações
Esses elementos de fundação têm por fi nalidade distribuir os esforços estruturais para o terreno (solo), dando 
assim estabilidade à obra.
Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é função das cargas da edifi cação 
e da profundidade da camada resistente do solo. Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo 
tipo que tiver o menor custo e o menor prazo de execução.
As cargas da edifi cação são obtidas por meio das plantas de arquitetura e estrutura, onde são considerados os 
pesos próprios dos elementos constituintes e a sobrecarga ou carga útil a ser considerada nas lajes que são 
normalizadas em função de sua fi nalidade. Eventualmente, em função da altura da edifi cação deverá também 
ser considerada a ação do vento sobre a edifi cação. A tabela 1 fornece o peso específi co dos materiais mais 
utilizados nos elementos constituintes de uma construção, enquanto a tabela 2 as sobrecargas ou cargas úteis 
em lajes de piso ou de forro de acordo com a sua fi nalidade.
0452
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, as fundações devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços 
solicitantes. Além disso, o solo necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não 
apresentar deformações exageradas e diferenciais.
Para a perfeita decisão sobre o tipo de fundação a ser utilizado, é imprescindível não só o conhecimento das 
cargas atuantes no solo, como também das características do solo que vai suportar tais esforços. Para tanto, 
sondagens são realizadas (Assunto visto no módulo III deste curso).
Fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo total do edifício, porém se forem mal concebidas 
e mal projetadas, podem atingir de 5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada ao caso. O custo da 
fundação aumenta também em casos em que as características de resistência do solo são incompatíveis 
com os esforços que serão a ele transferidos, pois nestas situações, elementos de fundação mais complexos 
serão são exigidos, podendo-se ter, inclusive, a necessidade de troca de solo, com reaterro e compactação. Tudo 
isso levando a custos, muitas vezes, não previstos inicialmente.
Os principais tipos de fundações podem ser reunidos em dois grandes grupos: fundações diretas ou rasas e 
fundações indiretas ou profundas (Figura 5.2.1.2 e 5.2.1.3).
0453
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
Figura 5.2.1.2 – Fundações diretas ou rasas
Sugere-se consulta a norma NBR 6122 – “Projeto e execução de fundações”, para melhores esclarecimentos.
Figura 5.2.1.3 – Fundações indiretas ou profundas
0454
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
De acordo com a profundidade do solo resistente, onde está implantada a sua base, as fundações podem se 
classifi cadas em fundação direta (podendo ser chamada também de superfi cial ou rasa) ou indireta (também 
chamada de fundação profunda).
Fundações diretas, superfi ciais ou rasas
Quando a camada resistente à carga da edifi cação, ou seja, onde a base da fundação está implantada, não excede 
a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m de profundidade. Ou ainda, as fundações 
diretas são empregadas onde as camadas do subsolo, logo abaixo da estrutura, são capazes de suportar as 
cargas.
O que caracteriza principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato da distribuição de carga do pilar para o 
solo ocorrer pela base do elemento de fundação, sendo que, a carga aproximadamente pontual que ocorre no 
pilar, é transformada em carga distribuída, num valor tal, que o solo seja capaz de suportá- la (Figura 5.2.2.1). 
Outra característica da fundação direta é a necessidade da abertura da cava de fundação para a construção do 
elemento de fundação no fundo da cava.
A NBR 6122 – Projeto e execução de fundações, em seu item “3.1” diz
“3.1 Fundação superfi cial (ou rasa ou direta)”
“Elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas 
sob a base da fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente é inferior 
a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radier, 
as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.”
Em projetos de construções rurais e de pequeno vulto são usadas, principalmente, fundações diretas, tendo em 
vista, que as cargas são relativamente pequenas, não exigindo da camada do solo de apoio uma grande resistência.
Figura 5.2.2.1 – Fundação direta, superfi cial ou rasa
Fundações indiretas ou profundas
São aquelas em que possuem grande comprimento em relação às dimensões de sua base, ou seja, a uma 
profundidade maior que duas vezes a sua menor dimensão em planta e a mais de 3 m de profundidade, a carga 
é transmitida ao terreno através dessa base (resistência de ponta - apresentando pouca capacidade de suporte) 
e também a carga é transmitida pela superfície lateral (resistência de atrito – apresentado grande capacidade de 
carga devido ao atrito lateral do corpo do elemento de fundação com o solo) (Figura 5.2.3.1). A fundação profunda, 
normalmente, dispensa abertura da cava de fundação, constituindo-se, por exemplo, em um elemento cravado 
por meio de um bate-estaca. Porém, nas estacas escavadas, há necessidade de movimento de terra no local da 
futura estaca, com a escavação do solo e substituição desse por concreto armado.
0455
Mestre de obras: Trabalhos em terra e
fundações
A NBR 6122 – Projeto e execução de fundações, em seu item “3.8” diz: 
“3.8 Fundação profunda”
“Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície 
lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, e que está assente em profundidade superior 
ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3 m, salvo justifi cativa. Neste tipo de fundação

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