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Coloides • O que é um coloide? Exemplos? Nos coloides, embora um dos componentes esteja em uma fase finamente dividida, o grau de subdivisão não atinge o de soluções moleculares. O termo “coloide” refere-se a uma classe intermediária de materiais situada entre sistemas em bulk e dispersões moleculares. (D. H. Everett) Gotículas de óleo Água Fase dispersa entre 1 e 10.000 nm Óleo em água Bulk 0,18 nm Molécula Conceito abrangente de coloides 1) Dispersões coloidais e emulsões. Sistemas bifásicos com uma fase dispersa (sólida ou líquida) em um meio contínuo. Dimensões da fase dispersa muito maiores do que a escala molecular. 2) Soluções de polímeros ou macromoléculas. Dimensões da macromolécula são muito maiores do que as do solvente ou da fase contínua. 3) Coloides de associação (surfactantes). Agregados de moléculas associadas (podem ser uma solução ou ter comportamento coloidal). Fase contínua Fase dispersa Fase dispersa Gás Líquido Sólido Gás Não existe Todos os gases são miscíveis. L/G Aerosol líquido nuvem, neblina, spray S/G Aerosol sólido Fumaça, poeira no ar, desodorante Líquido G/L Espumas clara de ovo batida em “neve”, espuma de extintores L/L Emulsões Leite, maionese, sorvete, manteiga, cosméticos, piche S/L Sol ou dispersão Tintas, Tintas de impressão, pasta de dente, dispersões de partículas em geral Sólido G/S Espuma Sólida: “Isopor”, espumas isolantes, pedra pomes, esponjas de limpeza, vidro poroso, silica gel L/S Gel Gelatina, Gel para cabelo, geléia S/S Dispersão sólida Vidro Rubi (Au III em vidro), opala, algumas ligas, osso, asfalto, plásticos pigmentados F a s e c o n tí n u a Exemplos de dispersões coloidais: Soluções poliméricas Fase dispersa Polímeros, polissacarídeos, proteínas Solvente Gels Geléia, cola de trigo, solução de amido F a s e c o n tí n u a Exemplos de soluções poliméricas e coloides de associação: Coloides de associação Fase dispersa Micelas Solvente Soluções de surfactantes, detergentes ou sabões em água F a s e c o n tí n u a Exemplos de coloides na indústria e na natureza Produtos manufaturados como coloides ou materiais ativos na superfície Sabões e detergentes; cosméticos; fármacos; amaciante de roupas; alimentos (sorvete, manteiga, maionese, etc); emulsificantes e estabilizantes; cerâmicas; papel; herbicidas e pesticidas (aplicados em spray); tintas látex; tintas a óleo; vernizes; adesivos e lubrificantes Aplicação direta de fenômenos coloidais e de superfícies Lubrificação; adesão; espumas e emulsões; superfícies à prova de água (hidrofóbicas); polimerização em dispersão e emulsão; sinterização; flotação (purificação de água e de minérios); extração de petróleo de rochas; cromatografia; moagem; adsorção para limpeza do ar e da água; controle de propriedades reológicas; sinterização. Aplicações fisiológicas Fenômenos de capilaridade e transporte de líquidos; transporte no sangue; enzimas; membranas celulares; lubrificação de juntas; adesão celular; respiração. Ref: livro Meyers 1) Dispersões coloidais de sólidos A fase dispersa pode ser um sólido disperso em um líquido ou em um gás. Distribuições de tamanho podem ser mono ou polidispersas. Latex de PS-HEMA Galembeck, F. et al., Unicamp Nanopartículas de ouro Imperial College London Sílica de Stöber Lape, N. K., Harvey Mudd College Exemplos de partículas: Au coloidal; Sílica; Látex (de PS, PS- HEMA, etc); Nanocelulose; Nanopartículas em geral; Argilas. 1) Dispersões coloidais de sólidos A fase dispersa pode ser um sólido disperso em um líquido ou em um gás. Distribuições de tamanho podem ser mono ou polidispersas. Exemplos de partículas: Au coloidal; Sílica; Látex (de PS, PS- HEMA, etc); Nanocelulose; Nanopartículas em geral; Argilas. Nanocristais de celulose Rezende, C. A. et al., Unicamp Nanopartículas de TiO2 Research Nano Labs Partículas de caolinita (“China clay”) NASA Goddard Centre 1) Emulsões: dispersões de liquido em líquido Maionese no microscópio ótico http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCP2gyvnLkscCFQKSkAodnVoB-g&url=http://sossolteiros.bol.uol.com.br/agora-ta-comprovado-viajar-na-maionese-faz-bem-ao-cerebro-1/&ei=yFjCVf2cA4KkwgSdtYXQDw&bvm=bv.99261572,d.Y2I&psig=AFQjCNHq9Q2jgAtZdUr6QNPan8E1UffFvQ&ust=1438886457808239 1) Emulsões: dispersões de líquido em líquido • Misturas heterogêneas de um líquido imiscível disperso em outro na forma de gotas. • Diâmetro geralmente maior que 0,1 m. • Emulsificantes: clara de ovo (lecitina), mostarda (mucilagem da semente), lecitina de soja, surfactantes comestíveis (estearato lactato de sódio). • Cosméticos, maionese, cremes, manteiga, etc. • Emulsões na culinária. 2) Soluções de polímeros e de macromoléculas • Dimensões das moléculas de solutos são muito maiores que as do solvente. • Soluções de polissacarídeos e proteínas. Dissolução de amido de milho em água Amilose Amilopectina Dissolução de gelatina 3) Coloides de associação • Moléculas anfifílicas: cabeça polar (hidrofílica) e uma cauda apolar (hidrofóbica). • Adsorvem fortemente na interface água-ar: ativas na superfície (surfactantes) Adsorção na interface Lauril éter sulfato de sódio 3) Coloides de associação Surfactantes se associam à medida que sua concentração aumenta na solução: Concentração micelar crítica (CMC) - Micelas: estruturas de tamanho coloidal com 50-100 unidades cujas partes hidrofóbicas se isolam do solvente hidrofílico. - Podem ocorrer micelas invertidas também. Outros formatos de micelas: Classificação dos coloides quanto à afinidade entre a fase dispersa e o solvente (meio líquido). Dispersão pode se formar espontaneamente quando o solvente é adicionado. Soluções de macromoléculas ou de substâncias que se agregam no solvente (uma única fase). - Classificação feita por Freundlich (1926) baseada na facilidade em se redispersar um coloide depois de seco. Liofílicos: coloides que têm afinidade pelo meio de dispersão (solvente). Chamados de hidrofílicos se o solvente for água. Liofóbicos: coloides que não possuem afinidade pelo solvente. Chamados de hidrofóbicos, se o solvente for água. Dispersão de partículas insolúveis que requer agitação vigorosa para ser formada e cujas partículas permanecem dispersas temporariamente. Sistema com pelo menos duas fases distintas, que não pode se formar espontaneamente. Comparação entre as propriedades de coloides liofílicos e liofóbicos. Liofílicos Liofóbicos Resíduo seco redispersa espontaneamente Irreversivelmente coagulados por secagem Estáveis em altas concentrações de fase dispersa Estáveis apenas em pequenas concentrações de fase dispersa Não precipitam sob adição de eletrólitos (I0,1M) Precipitam quando eletrólitos são adicionados Estáveis sob diálise prolongada Instáveis sob diálise prolongada Coagulação produz um gel Coagulação produz grânulos de forma definida menor que o do meio inalterado Interfaces e superfícies em sistemas coloidais Interfaces e superfícies assumem um importante papel em sistemas coloidais devido ao tamanho da fase dispersa. Partículas de sílica ➢ 1 g de vidro com partículas de 1 mm de diâmetro tem uma área superficial de 0,003 m2 ➢ A mesma massa de aerosil (com partículas de 7 nm de diâmetro) tem uma área superficial de 300 m2 Grande área interfacial/ superficial Fase contínua Fase dispersa Exemplo: • Importância das interfaces (interações interfaciais) Myers, D. Interface é a região do espaço através da qual as propriedades intensivas de um sistema mudam de uma fase (liquida ou sólida) para outra (líquida, sólida ou gás). Visão de químicos! - Superfície: interface entre uma fase condensada (sólido ou líquido) e uma fase gasosa (gás ou vapor). Interface e Superfície• Natureza da interface • Região de contato: mudanças gradativas nas propriedades do sistema de uma fase para a outra. Interface Líquido- vapor Goodwin J. • Natureza da interface Interface Líquido- vapor Myers, D. • A mudança se estende de 1 até dezenas de unidades de diâmetros moleculares. • Energia livre de superfície • Interações no bulk versus interações na superfície • O ambiente energético no bulk é diferente do da superfície: influência sobre reatividade e propriedades. • O menor número de interações na superfície leva a um aumento na energia livre total do sistema que é proporcional à: ➢ Área da superfície ➢ Densidade de átomos ou moléculas na superfície Energia livre de superfície (“em excesso”) • Energia livre de superfície e tensão superficial • Força líquida (normal à superfície) puxando as moléculas para o bulk Origem da tensão superficial () Myers, D. • Energia livre de superfície: unidade J • Energia livre de superfície específica: J/m2 • Tensão superficial: unidade N/m (=J/m2) 1 N = 1 J/m ➢ Para líquidos : tensão superficial e energia livre de superfície específica são equivalentes. • Definição termodinâmica da tensão superficial • Definição termodinâmica da tensão superficial () em função do trabalho (W) necessário para superar as interações intermoleculares e criar uma nova superfície de área (A): é a constante de proporcionalidade em N/m • Energia livre de superfície: unidade J • Tensão superficial: unidade N/m (=J/m2) W=𝛾𝐴 𝐴 W=𝛾2𝐴 • Existência da interface e energia livre de superfície • A presença da interface está associada a uma energia livre de superfície positiva (necessidade de efetuar trabalho para estender a interface). ➢ Sem essa energia livre e na ausência de forças externas que atuem separando as fases, estas irão se misturar. Se a interface não tiver energia livre positiva, ela não pode existir como uma fronteira entre duas fases. https://www.youtube.com/watch?v=Pe12NedfYC0 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCIWg193AkscCFUMKkAod_50H-Q&url=http://www.utwente.nl/tnw/pcf/education/masterprojects/ordering_of_molecules/&ei=BE3CVYWOLsOUwAT_u57IDw&bvm=bv.99261572,d.Y2I&psig=AFQjCNHDo-Q_X4gTU1RaOue-G4xGfG6z5w&ust=1438883433192145 • Sistema coloidais possuem grande área interfacial - Tensão interfacial e superficial Forma arredondada de superfícies líquidas Fios metálicos finos de cobre encolhem lentamente Superfícies de metais moles se “curam” de riscos - A transição entre o estado macroscópico e o estado coloidal implica em um aumento grande da relação superfície/volume. • Estabilidade de coloides • Com todas essas superfícies e interfaces levando à perda de interações favoráveis, os sistemas coloidais ainda podem ser estáveis? • O sistema não deveria caminhar sempre na direção de minimizar a energia livre total? • Estabilidade é um termo relativo Estabilidade, instabilidade e metaestabilidade Muitos sistemas coloidais são instáveis termodinamicamente, mas barreiras cinéticas podem ser impostas para que eles pareçam estáveis. Exemplo: emulsão (termodinâmica x cinética) Existem outros fatores em questão Tudo se resume a controlar a estabilidade coloidal! • Aplicações são consequência de propriedades diferenciadas (ligadas às interfaces) - Propriedades ópticas Sistemas visualmente turvos ou opacos Cargas de preenchimento para promover opacidade usadas em tintas e papel - Propriedades reológicas Viscosidade; sedimentação; deformação - Propriedades elétricas Dupla camada elétrica
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