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Prof.: João Alberto Machado Leite APRESENTAÇÃO A infraestrutura rodoviária pública do Brasil, reorganizada no pós-guerra, experimentou uma evolução notável a partir de fins da década de 50. Impulsionada pela instalação da indústria automobilística no país e pela efetivação de um modelo de vinculação tributária, anteriormente criado, que dava sustentação financeira à conservação e à expansão da rede de rodovias. Complementado com uma legislação apropriada, que evoluiu para a formatação de sucessivos Planos Nacionais de Viação, essa organização ensejou não só o desenvolvimento físico da infraestrutura rodoviária, mas também a evolução tecnológica do setor – que contava com recursos definidos – tendo o país chegado a vislumbrar as fronteiras do conhecimento da tecnologia rodoviária em meados da década de 70. A partir daí (déc. 70), mudanças na política de distribuição dos recursos tributários acabaram por extinguir o modelo de financiamento que viabilizava o desenvolvimento do setor rodoviário que, sem recursos assegurados, tem experimentado desde então franca involução. Desde então, formas alternativas de financiamento do setor têm sido buscadas, dentre as quais destacam-se as gestões no sentido de reinstituir um Fundo Rodoviário (apenas para conservação de rodovias), as modalidades de concessão de rodovias à iniciativa privada, e as tentativas de instituição de imposto seletivo sobre hidrocarbonetos, derivados de petróleo, combustíveis e óleos lubrificantes, com vinculação de parcelas a investimentos em infra-estrutura do Sistema Nacional de Viação. Ao DNER foram atribuídas as tarefas de proceder anualmente à determinação das quotas que cabiam aos Estados, Territórios e ao Distrito Federal; estas unidades, por sua vez, responsabilizavam-se pela determinação das quotas que cabiam aos respectivos Municípios. Para a determinação das quotas pelo DNER, eram tomados dados oficiais, oriundos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de relatórios oficiais dos órgãos rodoviários dos Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios. Esses relatórios são elaborados a partir de planos rodoviários instituídos por intermédio de leis específicas, sendo os repasses dos recursos procedidos trimestralmente, obedecidas as proporções supra referidas, desde que atendidas as exigências de atualização da legislação e dos dados das respectivas redes rodoviárias. As estradas fornecem um meio de conectar dois (ou mais) núcleos comunitários, de modo a facilitar comunicação e integração regional. Para que isto ocorra, existem os seguintes fatores determinantes: a) Intercâmbio de informações; b) Interligação de culturas; c) Incentivo ao desenvolvimento econômico. As estradas quase sempre geram uma melhoria na qualidade de vida de seus arredores, seja na área de saúde, trabalho ou até mesmo aumentando a liberdade de acesso das populações. Sua construção deve seguir normas técnicas e se proceder da maneira mais econômica possível, atendendo a todos os objetivos listados no ato de seu planejamento. Por exemplo, em uma interligação regional, deve-se construir uma interligação principal, que deverá atender às necessidades globais no menor percurso possível (esta estrada deverá ser construída de modo a atender demandas maiores de tráfego) e uma rede de interligações secundárias, de menor porte. Estradas são construídas de modo a respeitar: a) Fatores políticos: ligações de interesse militar (fronteira, litoral), ou quando se necessita expansão geográfica; b) Fatores econômicos: quando ligam centros de comércio e de produção industrial; c) Fatores sociais: permitem o acesso a recursos básicos de sobrevivência. O transporte provoca, ainda, influências negativas (por exemplo, impactos ambientais, aumento da criminalidade) e positivas (maior conforto e sociabilidade). Antes de se construir estradas, deve-se levar em conta as vantagens e desvantagens dos demais sistemas de transporte, bem como o custo- benefício de cada obra realizada: • Aeroviário: transporte de mercadorias de elevado valor e baixa densidade. Apresenta tarifas elevadas; • Hidroviário: transporte de mercadorias de valor baixo e com alta densidade. No Brasil, este sistema não é tão aproveitado como deveria. • Ferroviário: transporte de mercadorias de valor médio em média densidade. Este sistema, em declínio no Brasil, está tomando força novamente com o aumento da produção de grãos e de minérios. • Rodoviário: transporte de mercadorias de valor médio em baixa densidade, é de longe o tipo de transporte mais utilizado no Brasil, o que vem tornando o mercado cada vez mais saturado. Topografia aplicada Antes de se construir uma estrada, deve-se estudar onde a mesma será inserida. Existem diversas maneiras de se realizar este estudo: com o uso de cartas topográficas (ou aerofotogramétricas) ou mesmo fotografias aéreas. Ao utilizar-se de cartas topográficas, existe a possibilidade de realizar estudos analíticos preliminares com a observação das curvas de nível, para obtenção dos chamados pontos notáveis. As curvas de nível permitem um levantamento simplificado de um perfil de terreno, utilizando-se de planos verticais imaginários. Se a região a ser atravessada for íngreme, deve-se desenvolver o traçado. Neste caso, o eixo da estrada é ampliado, tornando a declividade menor. Os métodos mais utilizados são: - Construção de túneis (ou viadutos): Apresenta-se como a solução mais cara, deve-se estudar o orçamento da movimentação de terras e analisar todas as opções disponíveis antes de adotar estas soluções. - Adaptação às encostas (ou em zigue-zague): soluções mais econômicas, mas devem ser pesadas com o impacto ambiental gerado, e descartadas sempre que se apresenta um VMD muito grande. Velocidades As velocidades dependem da vontade do motorista, condições e características do veículo, do tempo e da via, da velocidade máxima permitida e da fiscalização. Em um projeto de uma via, a velocidade levada em consideração é denominada diretriz (ela não deve variar ao longo do eixo da via, sempre que possível). É ela que define todos os elementos geométricos da mesma e deve atender à maioria dos motoristas, objetivando sempre a segurança operacional. Ela é selecionada de acordo com a classe da pista e a topografia. A Classe de pista é relativa ao volume de tráfego previsto para a mesma. A topografia influencia o traçado de modo que este se torna mais “duro” quanto maior seja a velocidade e mais acidentado seja o terreno. Traçados duros são aqueles de difícil obtenção sem a realização de grande movimentação de terras ou construção de obras especiais. Pela velocidade de operação (média das velocidades observadas), pode-se classificar as rodovias em: Classe 0, IA, IB, II, III, IV A, IV B (em ordem decrescente de VMD e velocidade diretriz) e, pela topografia, pode existir rodovias planas, onduladas e montanhosas. Distâncias de segurança A distância de visibilidade é determinada pela estimativa de extensão do campo visível, medida tanto no projeto em planta como no projeto em perfil, adotando-se, então, a menor das distâncias obtidas. A partir dela, obtêm-se as distâncias de visibilidade de frenagem e a de visibilidade de ultrapassagem. Por comparações, pode-se concluir se um trecho é ou não seguro para ultrapassagem, entre outras considerações. A distância de visibilidade de frenagem é a mínima distância que um veículo deve percorrer antes de parar. É composta por duas parcelas: distância de percepção e reação (d1) e distância de frenagem efetiva (d2). A distância de visibilidade de ultrapassagem é determinada considerando-se a ultrapassagem de um veículo, acessando-seao final da manobra o espaço mínimo obrigatório entre veículos. Reconhecimento Reconhecimento é uma fase preliminar ao desenvolvimento do projeto, onde se toma conhecimento das características do terreno que se deseja atravessar, quais sejam: topografia, presença de rios, utilização do solo, capeamento vegetal, cruzamento com outras vias,etc. É ela que determinará uma primeira estimativa do custo de implantação de uma rodovia. Reconhecimento Para esta fase, é imprescindível o uso de cartas topográficas ou de fotografias aéreas, pois minimiza o trabalho de observação em campo ao se estabelecer os pontos obrigatórios de passagem da estrada, levantando- se as tangentes definitivas e seus respectivos azimutes e extensões. Após o primeiro estabelecimento, é realizada a fase de reconhecimento terrestre com equipe de topógrafos, os quais farão uma definição precisa da posição das tangentes finais. Reconhecimento Aerofotogrametria é o processo de se estudar regiões da superfície terrestre a partir de pares de fotos aéreas tiradas de diferentes posições, onde se determina a altimetria , por meio da utilização de um estereoscópio, aparelho utilizado para observação tridimensional de pares de fotos aéreas. Classificação de rodovias Segundo o tráfego: Critério político-administrativos: Classificação de rodovias Segundo a topografia: Segundo a função: Podem ser arteriais, coletoras, ou locais. Classificação técnica: 0, I A, I B, II, III, IV A, IV B. Curvas Horizontais Circulares Simples As tangentes horizontais de uma estrada devem ser concordadas com segmentos curvilíneos permitindo aos motoristas fluidez de tráfego. As curvas de tipo simples são utilizadas para desviar-se de obstáculos que elevariam excessivamente o custo da obra e, também, para harmonizar via e topografia do local. As principais atividades para elaboração de um projeto rodoviário são: -> Estudos do tráfego; -> Estudos geológicos e geotécnicos; -> Estudos hidrológicos; -> Estudos topográficos; -> PROJETO GEOMÉTRICO; -> Projeto de obras de terra; -> Projeto de terraplenagem; -> PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO; -> Projeto de drenagem; -> Projeto de obras de arte correntes (estruturas de pequeno porte, tais como: bueiro, pontilhão e muros); -> Projeto de obras de arte especiais (estruturas de grande porte, tais como: ponte, viadutos e túneis); -> Projeto de viabilidade econômica; -> Projeto de desapropriação; -> Projetos de interseções, retornos e acessos; -> Projeto de sinalização; -> projeto de elementos de segurança (guarda-corpo nas bordas da pista); -> Orçamento da obra e plano de execução; -> Relatório de impacto ambiental. • Tipos e nomenclaturas de rodovias; • Projeto geométrico: • Tangentes; • Concordâncias horizontais; • Concordâncias verticais; • Superelevação; • Superlargura; • Estudos de Traçados; • Pavimentação; • Aspectos de projetos; • Seções transversais. • Avaliações (AV1, AV2 e AV3); • Trabalhos; • Fóruns; • PI
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