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P3 Vet 331 Embora seja injetável, não é considerada anestesia geral, pois não segue a característica de depressão completa do SNC e possui algumas características diferentes. Hoje, existem 2 fármacos no mercado: Cetamina (2 apresentações) e Kiletamina (associada ao Benzodiazepínico: Zoletil com 2 concentrações). Outra opção é a Dextrocetamina (Cetamina purificada, um pouco melhor: mais potência e menos efeitos colaterais). ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS Produzem alteração do estado de consciência, pela depressão variável de áreas do cérebro – não há depressão completa dose-dependente, pois faz depressão de algumas áreas, porém estimula outras; Produz imobilização, sem perda dos reflexos protetores – estado chamado catalepsia: animal em semelhança do que estaria acordado (olhos abertos, midríase, movimento serpentiformes (língua sai da boca e se dirige ao focinho sem controle) e reflexos protetores (de deglutição e tosse (laringotraqueal) e da pupila) presentes), porém não responde aos estímulos; Não há relaxamento muscular – desvantagem (musculatura rígida dificulta o posicionamento) para o uso da anestesia dissociativa sem associação. Importante: associações bem versáteis com anestésicos gerais para efeito aditivo analgésico e depressão do SNC, benzodiazepínicos, fenotiazínicos e α2-agonistas; Pode ser utilizada por via IV ou IM (diferença) – também são usados por via SC e até por VO há efeito; Ampla margem terapêutica – fármacos versáteis: utilizado em dardos para imobilização de animais silvestres. Dissociação dos sistemas límbico (emoções e relacionamento social indivíduo não interage com o ambiente) e talamocortical (processador de informações advindas da periferia, responsável pela distribuição das informações na córtex cerebral e outras áreas do encéfalo impede a distribuição, causando confusão, alucinações); Antagonismo dos receptores NMDA (estimuladores do SNC seu bloqueio causa analgesia) ou bloqueio não-competitivo do aspartato e do glutamato, reduzindo a ação desses aminoácidos excitatórios; Estímulo do sistema límbico causa convulsões – há relação com o reaparecimento em indivíduos em crise ou que apresentaram crise epilética recente; Estimulação de receptores opioides – relação com o efeito analgésico, mas não é o que causa o mesmo (receptores NMDA); Estimulação reticular; Aumento do tônus simpático – aumento de pressão arterial e débito cardíaco como resposta periférica (diferença para os demais fármacos); Ação antimuscarínica central que justifica delírio e ações simpatomiméticas. Importante: os efeitos também aparecem de forma dose-dependente. Cetamina Ação sobre os sistemas (efeito simpatomimético): o Sistema cardiovascular Estimula o sistema cardiovascular, produzindo um aumento na frequência e débito cardíacos e na pressão sanguínea. Importante: Efeitos interessantes quando se seleciona o fármaco de acordo com o estado do paciente. Boa parte irá se beneficiar desses efeitos, porém, para pacientes com alterações ou baixa reserva cardíaca, o aumento pode não ser benéfico, causando sobrecarga de trabalho sobre o coração. Outros exemplos seriam um paciente com hemorragia não controlada, que poderia ser aumentada com o uso desses fármacos, e um paciente hipovolêmico, onde o efeito é benéfico, pois aumenta a perfusão sanguínea. o Sistema respiratório Aumento da frequência – respiração apneustica: inspiração longa e expiração curta alteração bem visível quando o fármaco é usado sozinho; Efeito broncodilatador; Redução do volume corrente – volume que entra e sai do pulmão é menor devido ao aumento da frequência. o Características Boa analgesia somática (musculoesquelética) – boa opção para procedimentos ortopédicos, onde poupa o uso de anestésico geral; Importante: associação com medicações que promovem relaxamento muscular: α2-agonistas e benzodiazepínicos. Analgesia se dá em doses baixas (sub ou não dissociativas) por infusão ou epidural (doses mais baixas, intervalos maiores e menores efeitos sistêmicos) – uso vantajoso, pois a dissociação não é necessária, favorecendo recuperação mais tranquila do paciente; Cetamina S: maior potência analgésica e hipnótica e menor ocorrência de efeitos colaterais (maior afinidade pelo receptor) – o alto custo impede que seja usado na maioria dos procedimentos. o Ações sobre os sistemas Aumento do fluxo sanguíneo cerebral e o metabolismo cerebral de oxigênio – importante para os pacientes com trauma, onde o aumento da pressão intracraniana reduz o aporte nutricional e de oxigênio para as células, por isso, sua utilização não é indicada, pois quando há aumento da necessidade de oxigênio em um tecido já inflamado há aumento da degeneração celular; Aumento da pressão arterial, da FC, do débito cardíaco, do consumo de oxigênio pelo miocárdio e do trabalho cardíaco – não é indicado para pacientes com insuficiência cardíaca; Mantém reflexos protetores; Não altera a função respiratória (o aumento da FR não é deletério), causa broncodilatação – para pacientes com fratura de costela, o aumento da frequência respiratória pode favorecer traumas; Promove antinocicepção, mesmo em doses baixas; Não promove relaxamento muscular; Atravessa a barreira placentária – efeito no neonato em cirurgias de cesariana. Importante: nesses procedimentos deve-se pensar que quanto menos ANESTESIA DISSOCIATIVA fármaco chegar ao feto melhor, por isso, o ideal seria só a epidural ou a inalatória (neonato não metaboliza), mas a Cetamina é uma alternativa não tá deletéria quando comparada com Tiopental. Sialorreia – manter o animal em uma posição em que a saliva possa sair, impedindo sua aspiração. o Uso clínico Amplo: Gatos: 1 a 5 mg/kg IV (sedação/imobilização leve com efeito analgésico) ou 10 a 20 mg/kg IM (dissociação e imobilização completas do paciente); Cães: 2 a 4 mg/kg IV (sedação/imobilização leve com efeito analgésico) ou 10 a 15 mg/kg IM (dissociação e imobilização completas do paciente); Equinos, bovinos, suínos, ovinos e caprinos: 2 a 4 mg/kg. Importante: para manutenção (infusão) são utilizadas as mesmas doses por kg/hora. o Associações com a Cetamina α2-agonistas Benzodiazepíni cos Propofol Anticolinérgicos na MPA – uso da Atropina indiscriminadam ente ocorre aumento da PA e da FC somado (problema para pacientes idosos, muito jovens ou com alguma insuficiência cardíaca) Miorrelaxamento moderado Redução do requerimento do anestésico Analgesia moderada (visceral, somática) Ativação hemodinâmica Menor depressão cardiorrespirat ória Efeito cardiovascular – aumento rápido da PA seguido da redução da FC (relacionado com problemas no pós-anestésico, como IRA) Analgesia moderada – mais somática do que visceral, pois o Benzodiazepínic o não tem ação analgésica Recuperação suave – relação com a dose de Cetamina utilizada Bom miorrelaxamento Efeito cardiovascular Risco de convulsão – em animais predispostos Diminuição do risco de convulsões – Benzodiazepínic o tem ação anticonvulsivant e Retorno anestésico agitado Retorno anestésico agitado Importante: - Principal associação é Cetamina + Xilazina. - Propofol: melhor das 3 associações. Uma boa alternativa também seria Midazolam + Propofol + Cetamina. Tiletamina Associação ao zolazepam (benzodiazepínico) – mais potente, com efeito mais pronunciado, por isso, a associação; Mais potente que a Cetamina – mais cara; Sinais clínicos semelhantes aos da Cetamina. o Tiletamina + Zolazepam Ampla margem terapêutica – muito utilizado para captura de espécies silvestres; Relaxamento muscular; Analgesia – analgesia somática mais presente; Menor frequência de fenômenos catalépticos (não ocorre imobilização rígida do animal). Éter Gliceril Guaiacol Relaxante muscular que entra no protocolo de indução, mas NÃOÉ UM ANÉSTESICO GERAL, pois não causa depressão do SNC. Sua única função é promover relaxamento muscular e imobilização do animal. Favorece a contenção, pois o animal entra em decúbito rapidamente. o Características Guaifenesin, guaiacolato de etila; Miorrelaxante de ação central; Usado principalmente em equinos ou para protocolos de anestesia para grandes animais; Pó com poder bacteriostático e bactericida – permite diluições em locais abertos sem preocupações. Importante: usado como veículo para outros medicamentos. o Mecanismo de ação Agonista glicinérgico (glicina é um neurotransmissor inibidor do SNC) – promove o controle do movimento muscular voluntário; Bloqueia a transmissão dos impulsos nos neurônios intercalares da medula espinhal, tronco cerebral e áreas sub-corticais do cérebro, sem afetar a função do diafragma (preserva a função respiratória do animal, mesmo com o relaxamento da musculatura esquelética). o Vantagens Custo (barato) e segurança; Intubação fácil – mesmo quando se utiliza anestesia dissociativa; O relaxamento da musculatura esquelética favorece os procedimentos cirúrgicos; O efeito é rápido, durando de 10 a 20 minutos; A recuperação é tranquila e gradual – importante para equinos, onde o maior risco de fatura está nos momentos de indução e recuperação. o Ação sobre os sistemas Altas doses: depressão respiratória; Doses terapêuticas: poucas alterações respiratórias e nenhuma alteração cardiovascular. o Possíveis complicações Tromboflebite devido a injeção perivascular – cuidado com o acesso venoso; Hemólise por concentração muito alta (>15%) – normalmente utilização 5% para manutenção e 10% para indução; Hipotensão em dose elevada ou administração continuada por muito tempo – relaxamento muscular pode favorecer a hipotensão. o Preparo e uso Doses: 100 mg/kg para indução e 100 mg/kg/h para manutenção da anestesia; Concentrações de 5 a 15% de forma contínua e sob pressão – no início do procedimento aperta-se a bolsa para favorecer o decúbito o mais rápido possível; Triple drip: EGG 5% + 0,5 mg/ml de Xilazina + 1 mg/ml de Cetamina. Utiliza-se 1 a 1,5 ml/kg/h – utilizado para procedimento entre 30-45 minutos, como castração (associação com bloqueio loco regional), favorece recuperação rápida Seguro simples e de baixo custo para procedimentos de anestesia a campo. Promove depressão do SNC de forma dose- dependente a partir de administração inalatória (diferente dos injetáveis). Descoberta e realizada no primeiro procedimento cirúrgico da história, com a utilização do éter. DEFINIÇÃO É a anestesia produzida pela introdução de um princípio ativo (líquidos voláteis ou gás anestésico) pela via respiratória para absorção pulmonar e passagem imediata para a corrente sanguínea, atingindo o SNC. PRERROGATIVAS Acesso às vias aéreas: Máscara; Sonda adequada ao porte do animal; Máscara laríngea – não demanda acesso a traqueia do animal e reduz o risco de lesões, porém, não imobiliza a epiglote, mantendo o movimento de abre-fecha que pode ser ruim para a manutenção da respiração mecânica); Evitar intubação seletiva – se um dos pulmões for mal inflado não irá absorver bem o anestésico, reduzindo o efeito anestésico esperado; Inflar o cuff adequadamente – garante que o animal vai receber o ar no local correto e a obstrução). Abre-boca – dispensável em cães e gatos; Laringoscópio; Equipamentos específicos para o procedimento. Vantagens Segurança – obrigação de ter alguém monitorando o animal em tempo integral, diferente de um fármaco com utilização IV, onde não se precisa ajustar e avaliar o animal durante todo o tempo da cirurgia, pois as mudanças de planos anestésicos são mais lentas; Recuperação rápida – é possível intervir no plano anestésico não só mudando a [ ] do medicamento, mas também aumentando a ventilação e a quantidade de fármaco que chega aos pulmões do animal; A condução geral do paciente não é fator limitante (metabolização e eliminação) – pacientes com insuficiência hepática e renal são favorecidos devido a metabolização e eliminação pulmonar dos fármacos, porém, causas pulmonares (animais que não fazem boa troca, problema nos alvéolos, pneumonia etc.), são fatores limitantes, pois dificultam a estabilização da anestesia; Economia. Desvantagens Necessita de equipamento próprio – vaporizador (Isoflurano), por isso, é relativo, já que é a parte mais barata do circuito utilizado; Necessita de treinamento – todas necessitam; Produz poluição ambiental – exposição laboral aos anestésicos (desconforto, sono, dor de cabeça) não se sabe sobre os riscos da exposição prolongada; Investimento inicial mais alto – o custo com uso de fármacos é igual ou até menor. CARACTERÍSTICAS DA ANESTESIA INALATÓRIA Administrados pela via inalatória – entrega do anestésico é influenciado por hipo ou hiperventilação; Permitem rápida indução e recuperação – grande vantagem da anestesia inalatória para animais muito pequenos ou filhotes; Taxa de biotransformação mais baixa – pouco metabolizados (vantagem); Excreção pulmonar (basicamente) – praticamente 100% de eliminação sem metabolização (medicamente sai do jeito que entrou); Utilização de equipamentos específicos; Requer um profissional especializado. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS 150 anos – 20 agentes produzidos e comercializados: 5 de importância para a medicina veterinária; 4 são líquidos voláteis orgânicos (acesso a 2) e 1 gás inorgânico (óxido nitroso). Características físico-químicas Podem ser divididos em duas categorias: Que determinam meios para administração dos agentes; Que influenciam na farmacocinética. Importante: Existem fármacos na forma de gases (óxido nitroso) ou vapores (isofluorano – utilizado dentro do vaporizador); As doses efetivas e concentração dos agentes anestésicos são fornecidas em vol% (volume total de O2 ou mistura de O2 em ar comprimido fornecido para o animal); Pressão de vapor: é a medida de sua capacidade de evaporação – diferencia a capacidade de vaporização Maior ou menor pressão de vapor = Maior ou menor velocidade de vaporização. ANESTESIA INALATÓRIA OBS.: Desfluorano: maior pressão de vapor, Isofluorano: pressão de vapor intermediária; Sevofluorano: menor pressão de vapor. Importante: O vaporizador calibrado só pode ser usado para um fármaco específico e entrega a [ ] indicada. Como é calibrado, se outro gás for utilizado, a [ ] entregada será diferente, devido a pressão de vapor não ser a mesma. Pode ser utilizado vaporizador universal, que serve para qualquer um dos fármacos: vaporiza sem saber a [ ] exata e calibra a partir da condição/parâmetros de profundidade anestésica do paciente. 1. VAPORIZADOR Desvio: serve para aumentar ou reduzir a quantidade de oxigênio que passa pelo vaporizador e compõe a camada de gás que fica sobre a camada de líquido (anestésico) As camadas estão em equilíbrio Quanto mais aberto o desvio, maior a fração do diluente (O2) que passa e maior o fluxo de saída do anestésico; Fármaco com maior pressão de vapor (vaporiza mais rápido): a mudança leva a um maior fluxo de saída do anestésico x Fármaco com menor pressão de vapor (vaporiza mais devagar): a mudança não altera muito o fluxo de saída do anestésico. Vaporizador calibrado: a mudança gera uma [ ] conhecida x Vaporizador universal: a mudança não gera [ ] conhecida; A temperatura da sala influencia na vaporização quando se utiliza vaporizador universal Em dias quentes, a alta temperatura pode aumentar a [ ] do fármaco que vai para o paciente. 2. FARMACOCINÉTICA Solubilidade: medida pelo coeficiente de partição (meio de equilíbrio do fármaco em 2 ambientes diferentes); Concentração do anestésico em dois meios diferentes após o equilíbrio de pressão parcial entre eles; Dois compartimentosimportantes: lipídeo e sangue (transposição de membrana plasmática). 3 compartimentos (caixas de água): Alvéolos (absorção) Circulação (distribuição) Encéfalo (sítio de ação) 1º: alvéolos – devem encher/saturar com o anestésico para que ele vá para o sangue; 2º: equilíbrio entre alvéolos e sangue – o medicamento precisa se acumular no sangue para ir para o SNC; 3º: SNC – deve encher para que o medicamento cause efeitos no encéfalo. Velocidade de indução e recuperação anestésicas Coeficiente de partição sangue-gás: indica a solubilidade do anestésico no sangue; Potência anestésica – quando precisa do agente para ter efeito anestésico utiliza-se concentração alveolar mínima o suficiente para inibir resposta motora (exemplo: incisão de pele); Coeficiente de partição óleo-gás: indica a solubilidade do anestésico nos lipídeos. Explicação: [ ] no sistema respiratório (alvéolos) Equilíbrio das moléculas que caem na circulação sanguínea Entrega do anestésico no tecido-alvo (encéfalo) O tempo para que isso ocorra pode ser maior ou menor de acordo com o coeficiente de partição sangue-gás: Menor coeficiente de participação sangue- gás (baixa solubilidade no sangue): fornecimento do anestésico Menor fase de equilíbrio na circulação sanguínea (com baixa [ ] – menor complacência sanguínea) Acúmulo do gás nos alvéolos Poucas moléculas passam para a circulação e atingem o equilíbrio de forma rápida Entrega rápida no SNC Mais rápido para induzir o paciente e provocar mudanças de planos anestésicos, além de promover recuperação rápida; Alto coeficiente de partição sangue-gás (alta solubilidade sanguínea): fornecimento do anestésico Mais fase de equilíbrio na circulação sanguínea (maior capacidade de acomodação devido a maior solubilidade) Maior tempo para chegar ao encéfalo e fazer efeito Demoram mais para induzir o paciente, a mudança de planos anestésicos é lenta e a recuperação também. Coeficiente de partição x Indução (CAI NA PROVA) Quanto menor o coeficiente de partição, mais rápida a indução: Desfluorano = 0,42 Indução rápida Óxido nitroso = 0,47 Sevofluorano = 0,68 Isofluorano = 1,46 Halotano = 2,54 Clorofórmio = 10,2 Indução lenta Importante: mudanças de plano anestésico são mais rápidas com Sevofluorano se comparado com Isofluorano (diferença visual e rápida: animal acorda) Vantagens: ajuste mais rápido se tiver algum problema. Por outro lado, em espécies com metabolismo muito rápido pode haver dificuldade para estabilização. ANESTÉSICO INALATÓRIO QUE INDUZ RÁPIDO RECUPERA RÁPIDO E VICE-VERSA! Potência anestésica Relação direta com a solubilidade do agente em lipídeos e da capacidade de transpor membranas celulares; Variável entre os agentes: os mais solúveis em lipídeos possuem maior potência anestésica para transpor membranas celulares; Concentração alveolar mínima (CAM): concentração alveolar mínima necessária (de cada agente) para abolir a resposta motora a um estímulo doloroso em 50% dos indivíduos. Utilizada como referência de dose para os anestésicos inalatórios – é uma medida de concentração e não de dose como nos fármacos injetáveis! Importante: Nos animais é feito a compressão de cauda e nos humanos incisão de pele para confirmar essa [ ]; A concentração mínima para abolir: 1 CAM (anestesia cirúrgica superficial). A potência inversamente proporcional a CAM: É utilizada para comparar potência entre os fármacos inalatórios Fármaco mais potente tem menor CAM e vice-versa; Anestesia cirúrgica adequada/moderada (entre 2º e 3º plano no 3º estágio): 1,5 CAM Multiplica-se a [ ] do fármaco por 1,5. Aplicação prática da CAM: 1 CAM: anestesia leve (superficial); 1,5 CAM: anestesia cirúrgica (entre 2º e 3º plano); 2 CAM: anestesia profunda (entre 3º e 4º plano). Importante: Inspiração (medicamento fornecido) Expiração (equilíbrio); Medido pela ETIso: volume expirado do fármaco; Quando não se tem analisador de gás, mede- se pelos parâmetros do animal; Pode variar entre as espécies. Importante (PROVA): 1 CAM de Isofluorano = 1,15 para o homem; 1,3 para equinos; 1,14 para boi; etc. 2 CAM = só multiplicar esses valores por 2 (geralmente inicia-se com essa [ ] para induzir o animal a um plano mais profundo, que vai superficializando com o passar do tempo de cirurgia); Óxido nitroso é o fármaco menos potente Não permite a realização de anestesia profunda se usado isoladamente (anestésico fraco); Halotano é o fármaco mais potente Permite a realização de anestesia profunda com o uso de pequena quantidade. Importante.: Fentanil causa redução da CAM do Isofluorano. CAPTAÇÃO DO ANESTÉSICO Concentração inspirada Vaporização e circuitos. Ventilação pulmonar FR e volume corrente (volume de ar mobilizado na inspiração ou expiração – é aumentado a partir da distensão pulmonar e FR) Em pacientes com baixa FR a entrega do anestésico comprometida. Captação do anestésico pelo sangue Solubilidade no sangue; Débito cardíaco. Captação do anestésico pelos tecidos Concentração do sangue venoso (fase de equilíbrio). Importante: a entrega do anestésico é influenciada por concentração inspirada (maior ou menor), ventilação pulmonar (manter adequada) e débito cardíaco. ELIMINAÇÃO DO AGENTE Recuperação da anestesia Redução da concentração do anestésico no SNC. O que influencia? Ventilação alveolar; Débito cardíaco; Solubilidade do agente; Biotransformação: Metabolização em graus variados; Ppt no fígado, mas também nos pulmões, rins e TGI. Biotransformação Importante: Halotano: 20% de metabolização Problema! Pressão para retirá-lo do mercado; Sevofluorano: baixa taxa de metabolização; Isofluorano: 0,2% Óxido nitroso: 0,004% (praticamente 100% é eliminado sem metabolização). EFEITOS SOBRE OS SISTEMAS Isofluorano e Sevofluorano (os mais utilizados hoje) possuem efeitos similares: SNC O mecanismo de ação dos anestésicos inalatórios ainda é desconhecido; Ação no tálamo, córtex e medula espinhal. Redução do metabolismo cerebral Todos os AI reduzem a taxa metabólica cerebral e consumo de O2 – não são mais indicados para pacientes com trauma cerebral, mas sim para indução de coma. Fluxo sanguíneo cerebral Aumento do fluxo sanguíneo cerebral (halotano-enf- isof-desf-sevof) – Sevofluorano aumenta muito o fluxo sanguíneo, causando maior risco de hemorragia em pacientes com traumas (não é interessante o uso). Pressão intracraniana Promovem aumento da PIC pelo aumento do fluxo sanguíneo (FSC). Hemodinâmicos Redução de pressão arterial de forma dose- dependente; Isso, Sevo e Desfluorano (semelhantes). Frequência cardíaca Isofluorano e Sevofluorano promovem aumento inicial compensatório com redução da PA; O Halotano não apresenta mecanismo compensatório. Ritmo cardíaco Halotano apresenta potencial arritmogênico – facilitava a ocorrência de arritmia nos animais, ppt quando se utilizava fármacos para aumentar a FC, com adrenalina (associação com agonistas adrenérgicos); Isofluorano e Sevofluorano são menos arritmogênicos. Sistema respiratório Depressão respiratória dose-dependente; Depressão da sensibilidade de quimioceptores de PaCO2 – estímulo para inspirar ocorre devido ao aumento de CO2; Irritação das vias aéreas (Desfluorano) – éter causava. Renal Sevofluorano – reage/degradação na cal sodada/baritada: Composto A – lesão renal e morte em ratos Hoje sabe-se que a produção desse composto é baixa e a [ ] no circuito é lenta, por isso, para procedimentos longos deve-se realizar a limpeza do circuito (raramente associado com lesão); Concentrações encontradas dentro dos limites utilizados na anestesia são seguras; Maiorrisco da anestesia prolongada e com baixo fluxo diluente. Hepático Lesão hepatocelular – baixo fluxo sanguíneo; Halotano – hepatotoxicidade em indivíduos susceptíveis Preocupação maior com a exposição laboral (baixas concentrações por longo período de tempo) Motivo pelo qual foi proibido. Importante: O que define a escolha é a situação do paciente e o preço – exemplo: paciente com insuficiência cardíaca: escolher o de ação mais rápida. Paciente com insuficiência hepática: escolher o com menor taxa de metabolização; Isofluorano altera o volume e a distribuição dos analgésicos intravenosos associados (Fentanil, Remifentanil, etc) devido a vasodilatação provocada – os medicamentos são retirados do compartimento central, fazendo com que seja necessário aumentar a dose dos analgésicos. O Remifentanil sofre menos com esses efeitos devido a maior capacidade de adaptação/equilíbrio e menor taxa de efeitos indesejados, como hipoventilação. ÓXIDO NITROSO Introduzido há mais de 150 anos: Monóxido de nitrogênio, protoxido de nitrogênio; Gás inorgânico (baixa metabolização – entra e sai da forma que entrou), não explosivo e comburente (propaga a chama); Possui baixo coeficiente de solubilidade, pouca depressão cardiorrespiratória (fármaco seguro, em baixas doses leva a aumento dessa função, o que pode ser benéfico para pacientes com bradicardia) e toxicidade baixa; Totalmente eliminado no ar expirado (0,004% de biotransformação). Por que não é pouco utilizado? Baixa potência anestésica para veterinária (sempre precisa estar relacionado a outro fármaco), alto custo e capacidade de se acumular em espaços gasosos fisiológicos (seios paranasais, bulha timpânica) causando distensão gasosa. o Efeitos sistêmicos Estimulação do sistema nervoso simpático – aumento da função cardíaca e da PA; Aumento discreto da pressão arterial; Amento da FC; Promove elevação da pressão intracraniana – não deve ser utilizado em animais com trauma; Quando utilizado frequentemente (exposição laboral) promove anemia e depressão da medula óssea. Importante: sempre utilizado em associação com O2 para prevenir a hipóxia (65% de ON para 25% de O2) Recomenda-se a utilização de O2 antes da indução e na recuperação para facilitá-la. Na medicina veterinária esse termo não é tão estudado (não se sabe por exemplo sobre os melhores fármacos), por isso, utiliza-se os parâmetros/diretrizes da medicina humana. A reanimação tem que ser suficiente para suprir o cérebro, coração e pulmão. INTRODUÇÃO Parada cardiorrespiratória súbita – débito cardíaco insuficiente para manter a vida; Na medicina humana foi feito um estudo (2000) que vinculou 70% das complicações anestésicos com erro humano – importância da monitoração anestésica; Estudo com 1.281 cães BEM monitorados: hipoventilação (63%), hipotermia (53%) e hipotensão (38%). Importante: a força necessária para reduzir o tórax a 30%, por isso, o procedimento não é feito em grandes animais, devido a dificuldade, Causa primária (vinculada com o coração) Causas secundárias (vinculadas a outros órgãos, fora o coração) Arritmias secundárias a uma falha na contratilidade do coração. Complicações respiratórias (animais com obstruções das vias aéreas, ou hipoventilando devido a anestesia, medicamento ou choque prévio) Assistolia ventricular Hipóxia do miocárdio e/ou cérebro (falha na oxigenação) Fibrilação ventricular Hipotensão severa Taquicardia ventricular Intoxicação (falha na oxigenação) Traumas IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO Prevê e evita possíveis complicações; Vai além dos parâmetros do monitor; Prestar atenção no procedimento cirúrgico – coloração do sangue (vinculado a prévia de uma parada cardiorrespiratória – quando mais escuro mais perto), quantidade de fluido perdido (e velocidade de perda), coloração das mucosas. Exemplo: Animal eviscerado que comeu as vísceras Avaliar como um todo: parâmetros do animal, é uma cirurgia em que o animal vai perder muito sangue? O estímulo nociceptivo vai ser muito grande? A complicação é grande? Avaliação Sinais clínicos observados Frequência e ritmo respiratório Dispneia (respiração abdominal), respiração ofegantes (ruído de gorgolejo), taquipneia, bradipneia, alteração dos padrões respiratórios, elevação dos valores de CO2 (capnografia e gasometria) sugestiva de acidose respiratória e apneia. Frequência e ritmo cardíaco Taquicardia, bradicardia (Atropina), ritmo irregular (arritmias – sem o monitor pulso e esteto), fibrilação ventricular, dissociação eletromecânica (atividade elétrica sem pulso – AESP) e assistolia. Sons cardíacos Não são audíveis quando a PA é <40 a 50 mmHg Hemorragia Ausência de hemorragia, alteração na coloração do sangue de vermelho para vermelho escuro (observado normalmente durante o procedimento cirúrgico) Perfusão periférica Alteração na coloração das membranas mucosas (pálidas, brancas ou cianóticas) – redução de Hb para 5g/dL confere coloração azulada as mucosas, animais anêmicos (<5g/dL) não apresentam membranas cianóticas Pupilas Dilatação pupilar Estado mental Alteração da consciência, coma ECG Alargamento progressivo da onda T no ECG (que pode ser indício de hipóxia miocárdica) e arritmias cardíacas REANIMAÇÃO CÉREBRO-CÁRDIOPULMONAR PROPRIETÁRIO E ÉTICA Tutores de animais em estado crítico, ou que o procedimento cirúrgico vai ser complicado, devem ser avisados e perguntados – animal geralmente é um ASA 4 ou 5; Cada hospital tem um padrão: por ciclos (ideal é que seja de 2 minutos), por dimensão etc.; Autorização/documento do procedimento que pode ser realizado; Classificação do animal de acordo com a vontade do proprietário: 0 (não deve ser reanimado), 1 (faz um ciclo) ou 2 (veterinário pode tentar vários ciclos até achar que não dá mais). REANIMAÇÃO CÉREBRO- CÁRDIOPULMONAR (RCCP) O objetivo é fornecer fluxo sanguíneo adequado (de forma mecânica) para o coração e o cérebro até a restauração espontânea da circulação; Seu sucesso está diretamente dependente da equipe e técnicas de suporte vital básico e avançado. Dividida em duas técnicas (que devem ser feitas juntas): Suporte Vital Básico (SVB) Suporte Vital Avançado (SVA) É o fundamento básico da reanimação Utilização de equipamentos adicionais (capnógrafo, oxímetro, Doppler, fármacos etc.) Reconhecimento da PCP Nessa etapa se muda o planejamento de atitudes necessárias para prevenir a falência dos órgãos Início do ABC (A – AIRWAY, B – BREATHING, C – COMPRESSION) Equipe e tarefas Local e medicações já familiarizados pela equipe; Está comprovado o aumento da sobrevida do paciente quando a equipe é treinada e experiente; De 3 a 5 pessoas envolvidas: 1ª pessoa: quem identifica a parada cardiopulmonar e inicia a compressão torácica (anestesiologista, veterinário, estagiário); 2ª pessoa: é a próxima pessoa a identificar a situação e agir rapidamente para assegurar as vias aéreas (entubar), responsável pela ventilação; 3ª pessoa: responsável pelo acesso vascular e administração dos fármacos, assim como a contagem dos ciclos de reanimação; 4ª pessoa: assegura o suporte avançado, acopla o eletrocardiograma, o capnógrafo, o doppler etc. Responsável também por carregar o desfibrilador; 5ª pessoa: costuma ser o líder, dita as regras e os próximos passos. Divide com os outros as tarefas (alterna as pessoas de posto se necessário, por exemplo, realizar a compressão torácica cansa). Importante: a 4ª e a 5ª entram na terapia de reanimação avançada. O fundamental é o suporte básico, o avançado pode não ser necessário (animal pode morrer antes). SUPORTE VITAL BÁSICO (SVB) Início da reanimação, reconhecimento da situação; Início do modeloABC/CBA. Importante: na medicina humana utiliza-se CBA, pois é mais difícil entubar um humano. o A – AIRWAY (vias aéreas) Asseguras as vias aéreas: sonda orotraqueal, máscara facial (aumento da pressão intragástrica – pode promover regurgitação/refluxo do alimento presente o estômago, favorecendo falsa via) e traqueostomia; Conectar a um AMBU (balão rígido utilizado para reanimação) ou ao circuito anestésico (SEM anestesia); Disponibilizar O2 imediatamente. o B – BREATHING (ventilação) Se inicia a ventilação propriamente dita; Se preconiza 10-20 movimentos por minuto (varia de acordo com tamanho, idade etc. do animal), intercalado com as compressões; Expansão torácica normal, evitando o aumento da pressão intratorácica, pois reduz o retorno venoso; Ponto de acupuntura VG26 (incisura nasal): 100% dos animais anestesiados responderam ao acuponto em 10s, voltando com a frequência respiratória normal. o C – COMPRESSION (compressão) Compressão torácica tem o objetivo de maximizar o fluxo sanguíneo para o miocárdio e cérebro; 100 a 200 compressões por minuto – varia de acordo com o animal: para gatos deve-se fazer 200, pois sua frequência cardíaca normal é maior; Importância da altura da mesa na compressão eficaz, sendo 90º de inclinação o ideal entre os braços do executor e o tórax do animal; Diretriz ILCOR 2015: 4º e 5º espaço intercostal, comprimir o tórax de um terço (30%) a metade (50%) da largura do tórax para maximizar o fluxo sanguíneo para os órgãos vitais. Importante: normalmente se faz as três juntas, pois o animal já está entubado e no acesso devido a anestesia e apenas se inicia a compressão. Duas teorias Teoria da bomba cardíaca – a compressão torácica gera compressão direta dos ventrículos (débito cardíaco); Teoria da bomba torácica – a compressão torácica eleva a pressão intratorácica fazendo com que o sangue flua dos vasos com paredes mais finais para os de parede mais espessas. Importante: A compressão eficiente deve produzir pulso – medida da eficácia da massagem; Em animais pequenos consegue-se pegar o tórax inteiro com uma mão para fazer a compressão lateral A força realizada não é a mesma feita em animais maiores, por isso, fazer com uma mão só ajuda a dosar; Realizada em decúbito lateral (compressão um pouco mais acima do cotovelo) ou dorsal (para animais maiores, permite maior força de compressão, pois é feita com as duas mãos). SUPORTE VITAL AVANÇADO (SVA) Reavaliar plano e executor caso a reanimação não seja eficaz em 1-2 minutos; Massagem cardíaca interna (SVA) – compressão direta com as mãos, necessidade de toracotomia: Força suficiente para esvaziar os ventrículos e possibilitar sem enchimento entre as compressões; Técnica polêmica – invasiva, maior chance de infecção e hemorragia (devido a lesões de vasos ou do miocárdio) Não é muito utilizada; Riscos x Benefícios São métodos clínicos ou cirúrgicos em sinergismo com o ABC; Pode ser divisor de águas na conduta de reanimação; Normalmente é realizado pela 4ª e 5ª pessoa da equipe; Envolve medicamento, eletrocardiograma, doppler, capnografia, compressão abdominal, massagem cardíaca interna etc. D-drugs Estimular a atividade elétrica, promover o fluxo sanguíneo e garantir oxigenação ao miocárdio. Principal via: intravenosa; Vias alternativas: intratraqueal, intraóssea (muito boa para pequenos animais) e intratorácica (já foi eliminada das diretrizes, pois não mostrou tanta eficácia quando relacionada as outras). Adrenalina: efeito “cardioestimulador” e vasopressor; Vasopressina: em desuso, novas diretrizes ILCOR; Atropina: parassimpatolíticos, indicada em bradicardia com assistolia (não é medicamento de reanimação). Importante: animal em bradicardia e com boa circulação: atropina. Adrenalina só deve ser feito quando o animal está com sinais de parada (PA, FC e FR baixas). Doppler vascular Auxilia na detecção de pulso; Avalia a efetividade da compressão torácica; Córnea (indica circulação cerebral), artéria, lingual, carótida e artéria braquial; Som de cascata a cada compressão torácica (indica que o sangue está circulando) Som muito baixo = Compressão ineficaz Trocar executor, posição do animal. Eletrocardiograma Principal parâmetros para planejamento do RCCP; Ser acoplado o mais rápido possível; Diferença terapêutica quanto ao tipo de arritmia: fibrilação ventricular e assistolia; Na medicina humana as diretrizes já preconizam a utilização. Fibrilação Assistolia Ritmo rápido, irregular, caótico e bizarro Ausência de atividade elétrica do coração Em humanos, a sobrevida diminui 10% a cada minuto que se passa sem desfibrilar Doses repetidas de adrenalina (não adianta desfibrilar) Desfibrilador elétrico (quantidade de jaules direto sobre o coração) e químico. Importante: opção do soco pré- cordial (problemas: pode perfurar uma costela e furar o coração) Pode reverter para uma fibrilação Capnografia Medicina humana todos os pacientes devem ser acoplados ao sensor; Monitora e avalia a manobra de RCCP e determina o fim – dá prognóstico da reanimação 0 (não se deve continuar), 10 (continuar a manobra) e 20 (grandes chances do animal voltar) Valores de CO2 igual a zero indica ineficiência da manobra e “zero” chances de sobrevida; Em pacientes que estiverem intubados, um ETCO2 que não ultrapassa 10 mmHg na capnografia após 20 minutos de RCP está associado a uma probabilidade muito baixa de ressuscitação. ACOMPANHAMENTO Parte principal da reanimação: Período após a reanimação em que a circulação se torna espontânea e são necessárias medidas para estabilizar e promover uma boa perfusão, circulação e volta da oxigenação, assim como tratar possíveis causas da PCP; Animal deve ser monitorados por no mínimo 24h, com ECG, capnografia e oximetria de pulso; Suporte volêmico (não pode ser muito para não promover edema pulmonar) e nutricional; Fornecimento de O2 suficiente até que as vias aéreas tenham se normalizado – animal ventila e oxigena sozinho; A administração de medicamentos para as condições, como neuroprotetores (se houve hipóxia cerebral), vasopressores (se a PA estava baixa), analgésicos e anti-inflamatórios (se uma costela foi quebrada durante a compressão). QUANDO É NECESSÁRIO UTILIZAR SUPORTE VENTILATÓRIO? Efeitos da anestesia geral sobre a função respiratória – apneia e hipoventilação são os efeitos mais comuns durante a anestesia geral; Efeitos relacionados ao fármaco e à profundidade anestésica: Redução do volume corrente e da FR; Redução da SpO2 (saturação de oxihemoglobina/oxigênio sanguíneo); Aumento da concentração/ETCO2; Aumento da PACO2 – como consequência do acúmulo; Diminuição da PAO2. Parada respiratória – Importante (PROVA): função do balão respiratório (ventilação manual) Hipercapnia; Hipoxemia; Anestesia (estágios profundos) – depressão respiratória de força dose-dependente para a maioria dos fármacos. INTRODUÇÃO A respiração controlada ou assistida pode ser entendida como a manutenção da ventilação e da oxigenação dos pacientes de maneira artificial até que estes estejam capacitados a reassumi-las. Respiração controlada: função ausente (assume de forma completa) x Respiração assistida: apenas o suporte (assume de forma parcial para melhorar a função) FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO ESPONTÂNEA Inspiração Músculos intercostais; Diafragma; Pressão interpleural negativa – quando entra ar na caixa torácica (pneumotórax por furo externo ou interno (ruptura alveolar) a pressão se torna neutra e o pulmão não expande/enche, mesmo com a movimentação do diafragma e músculos intercostais. QUANDO É NECESSÁRIO UTILIZAR A RESPIRAÇÃO CONTROLADA? Perda dapressão negativa intratorácica – paciente tem hipoventilação; Hérnia diafragmática – intestino dentro do tórax: compressão pulmonar e cardíaca Pacientes com insuficiência respiratória e déficit circulatório; Ruptura de diafragma – mesmo tempo a contração dos músculos intercostais o pulmão não expande. RESPIRAÇÃO CONTROLADA Promove ventilação por pressão positiva, que expande o pulmão (alvéolos) e a caixa torácica (pulmão empurra). Pressão alveolar Pressão intrapleural Ventilação espontânea Ventilação controlada Ventilação espontânea Ventilação controlada Inspiração -1 +16 -10 +3 Expiração 0 0 -5 -5 Relação entre ventilação e circulação Mecanismo de bomba torácica: quando realiza-se pressão negativa no tórax, além do enchimento pulmonar, também promove enchimento cardíaco a partir do favorecimento do retorno venoso Ao mesmo tempo que o ar é pressionado para dentro dos pulmões, sangue e linfa também são direcionado para dentro do tórax No momento da respiração controlada esse mecanismo é abolido e o retorno do sangue para dentro do tórax é reduzido Impede o funcionamento adequado do mecanismo de bomba torácica É necessário ajustar a intensidade e o tempo de pressão positiva para evitar. Importante: Ventilação controlada com pressão positiva alta: hipóxia (não favorece troca) e hipotensão devido a redução do débito cardíaco (efeito mais comumente percebido) Efeito deletério na circulação e nas trocas gasosas. Também pode ocorrer barotrauma devido a pressão excessiva (pode levar a edema como consequência). Regulagem do ventilador Se possuir capnógrafo, olhar a ETCO2 Manutenção da capnometria em 35-45 mmHg Para valores abaixo de 35 promover hipoventilação, para valores acima de 45 promover hiperventilação. o Frequência respiratória Cão e gato: 10 a 20 movimento/minuto; Equinos potros: 8 a 12 movimentos/minuto/Cavalos e bovinos adultos: 6 a 8 movimentos/minutos; o Pressão intrapulmonar Realizada quando se empurra o ar. Se for alta indica hipóxia e hipotensão devido a má-circulação torácica: Cão e gato: 10 a 20 cm de H2O; Equinos: 30 a 60 cm de H2O – 20 cm é o ideal (não precisa ter excesso de pressão). Importante: quanto menor a FC e menor a pressão intratorácica necessária maior a sobrevida do paciente. o Volume corrente Volume instituído por ciclo respiratório: Cão e gato: 10 a 20 mL/kg; Equinos potros: 20 mL/kg/Cavalos adultos: 15 mL/kg. o Relação inspiração/expiração: 1:2 até 1:4. SUPORTE VENTILATÓRIO DURANTE A ANESTESIA Tempo de pressão positiva: tempo de inspiração Tempo de pausa: pressão de pausa = expiração Na ventilação controlada precisa-se favorecer o tempo de pausa, que favorece melhor circulação torácica e o enchimento cardíaco; 1:2 até 1:4 prolonga o tempo de pausa em relação a de pressão positiva, favorecendo parâmetros hemodinâmicos e respiratórios, como por exemplo eliminação adequada de CO2. Conceitos Complacência pulmonar: medida de distensibilidade pulmonar. É a mudança de volume assumida por um pulmão para cada unidade de pressão a ele aplicada. Maior complacência pulmonar = menor pressão necessária. Para filhotes deve-se utilizar menor pressão devido a menor complacência pulmonar. Volume utilizado: 5-10x o volume do balão. Importante: equinos possuem menor complacência, por isso, maior pressão deve ser instituída para fornecer o mesmo volume ventilatório; Elastância pulmonar: tendência dos pulmões a se colabarem após a insuflação. Preocupação: retorno dos pulmões a posição de repouso Nos animais mais jovens ocorre de forma mais rápida e nos animais mais idosos de forma mais lenta devido à perda de fibras elásticas Não deve-se fazer sobreposição de pressão, isto é, realizar novo enchimento antes do pulmão esvaziar por completo. Efeitos nocivos da respiração controlada Efeitos relacionados ao aumento da pressão intratorácica; Abolição do mecanismo de bomba torácica; Tamponamento cardíaco (compressão) – diminuição do enchimento cardíaco; Interferência com o fluxo sanguíneo pulmonar – o aumento de pressão positiva dificulta a chegada de sangue nos tecidos; Barotrauma pulmonar – ruptura de alvéolo e edema pulmonar (dificulta a hematose e pode causar hipoxemia). o Como minimizar esses efeitos? Tempo inspiratório menor do que o expiratório; Redução da pressão intrapulmonar; Baixa resistência expiratória – resistência a saída do ar devido a problemas no circuito pode levar a maior tempo de pressão positiva A saída do ar de forma rápida é necessária, BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES Utilizados nos pacientes que são submetidos a respiração controlada e que possuem movimento espontâneo Pacientes onde precisa-se controlar; Promovem relaxamento muscular por ação periférica e apneia como consequência. Uso dos bloqueadores Objetivos principais: Relaxamento da musculatura esquelética; Facilitar a intubação orotraqueal; Permitir o controle da respiração; Prevenção da movimentação do paciente – cirurgias onde não pode haver movimentação muscular, como as cranianas; Cirurgias oftálmicas – para centralização do globo ocular (menos utilizado). História dos bloqueadores neuromusculares Originam-se do curae, veneno extraído da planta Chondodendron tomentosun; Utilizada por índios da américa do sul em flechas para caças; Durante muito tempo o uso foi associado a morte do animal devido a ausência de suporte ventilatório. Classificação Classificados conforme a atividade intrínseca com o receptor: Atuam na fenda sináptica impedindo a ligação da acetil-CoA com seu receptor; Despolarizantes: succinilcolina – pequenas despolarizações a semelhança da acetil-CoA (fasciculações musculares) e relaxamento num segundo momento; Não despolarizantes: pancurônio, vecurônio e rocurônio; atracúrio, mivacúrio, doxacúrio e cisatracúrio – se ligam no sítio de ligação da acetil-CoA e não promovem contração (impede a despolarização), mas paralisia flácida logo após o uso. Como se estabelece bloqueio neuromuscular? Bloqueio neuromuscular é dose-dependente; 75% dos receptores nicotínicos ocupados Redução do tônus muscular; .... Sequência do bloqueio Face (facilita abertura de boca para intubação) e cauda Membros (cirurgias ortopédicas) Pescoço Abdômen Tórax (músculos intercostais) – movimento respiratório se mantém até aqui Diafragma (a última função a ser reduzida é a respiratória) Após esse bloqueio pode-se retornar a respiração controlada, mesmo no animal acordado. Término do bloqueio: paciente consegue respirar, mas não consegue se manter de pé Necessário acompanhar o paciente. Monitoração do paciente após o bloqueio neuromuscular Bloqueadores devem ser associados a anestésico geral (não promove depressão do SNC) e analgésico; Avaliação da ventilação Volume corrente reduzido ou apneia; Coloração de mucosas, capnometria e oximetria. Analgesia – ausência de rotação de globo ocular, reflexo palpebral, corneal, laringotraqueal e tônus muscular. O que sobra? Avaliação hemodinâmica (PROVA); Inconsciência: CAM e Índice bispectral (avaliação da atividade eletroencefalomiográfica). MONITORAR ATÉ A RECUPERAÇÃO COMPLETA DO PACIENTE! PONTOS IMPORTANTES: (PROVA) Como é feito o cálculo do balão em relação ao peso do animal? Porte do animal – Importante: adaptar o circuito ao tamanho do animal; Válvulas direcionais Circuito valvular (2 traqueias) e avalvular; Válvula de alívio de pressão – alívio de pressão do circuito. Quando fechada permite ventilar o paciente mecanicamente (balão infla); Tem poluição ambiental; Balão reserva – permite a mobilidade de ar no circuito, com menor resistência (em comparação com vidro); (PROVA) Critérios pra escolher o circuito.
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