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26/10/2017 1 PERÍCIA AMBIENTAL O que é perícia ambiental? • A Perícia Ambiental surge normalmente em decorrência de uma demanda processual e tem como objeto de estudo o meio ambiente nos seus aspectos abióticos (clima, vento, ..), bióticos (espécies) e socioeconômicos, correlacionando a natureza com as atividades humanas • É um meio de prova utilizado em processos judiciais para determinar a extensão do “dano” ambiental e estimar a indenização. Stolz, 2016 • O Perito Ambiental deve ser registrado nos Conselhos Regionais (art. 145 a 147 da sessão II da Constituição Federal), sendo sua ação disciplinada pela Lei de Perícia Judicial - Lei 8.455/92 do Processo Civil • Tem por finalidade verificar fatos relativos à matéria em questão, certificando-os, apreciando-os ou interpretando-os • Seu parecer técnico, será representado, conforme determinação do Juiz, em inquirição, em audiência ou por escrito ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS ENVOLVIDOS • Órgãos Executores, Fiscalizadores, Normativos e Deliberativos (IBAMA, IEF, IGAM, FEAM, Polícia Ambiental, etc.) não podem atuar como Peritos nos crimes afetos à sua Fiscalização – Criar políticas e diretrizes governamentais e fiscalizar os atos de autuação por infração com descrição precisa do fato delituoso – Não devem fazer o levantamento e o exame do local, nem a emissão do Laudo Pericial, como acontece comumente nos casos de crimes ambientais 26/10/2017 2 Objetivos da perícia ambiental 8 LEGISLAÇÃO SOBRE PERÍCIA AMBIENTAL Lei de Crimes Ambientais Objeto de estudo da Perícia Ambiental segundo a lei 9.605/98 - O Crime Ambiental pode ocorrer das seguintes formas: Natureza dos crimes e do meio ocorrido fauna flora administração ambiental ordenamento urbano e territorial poluição gerada por aspectos socioeconômicos outros Stolz, 2016 10 Lei 12641:2012 CÓDIGO FLORESTAL Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa 11 Lei 12641:2012 AMAZÔNIA LEGAL: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão 12 Lei 12641:2012 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas 26/10/2017 3 13Juscelino Antonio Tomas, 2014 14 Lei 12641:2012 RESERVA LEGAL: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa ...” 15 Lei 12641:2012 ÁREA RURAL CONSOLIDADA: ÁREA DE IMÓVEL RURAL COM OCUPAÇÃO ANTRÓPICA PREEXISTENTE A 22 DE JULHO DE 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvopastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio 16 Lei 12641:2012 PEQUENA PROPRIEDADE OU POSSE RURAL FAMILIAR: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária 17 Lei 12641:2012 USO ALTERNATIVO DO SOLO: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana 18 Lei 12641:2012 MANEJO SUSTENTÁVEL: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando- se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços 26/10/2017 4 19 ETAPAS DA PERÍCIA AMBIENTAL 20 ETAPA 1 execução 1.1) Localização da área Plotar a área a ser periciada cartograficamente e em escala(s) compatível(s), para esta etapa, mais fácil de compreensão é utilizarmos preferencialmente as coordenadas em Universal Transversa de Mercator - UTM, onde para efeito de contagem numérica no eixo das ordenadas (y), teremos a Latitude e, a linha do equador como referência, e no eixo das abscissas (x), a Longitude e, os meridianos como referência. 21 23 ETAPA 1 execução 1.2) Situação legal da área a ser Periciada: É área pública ou privada? Aqual unidade(s) da federação pertence? Descrever sucintamente a que se destina e qual o seu uso atual 1.3) Clima da área a ser Periciada: Realizar o levantamento climatológico regional 24 Classificação Climática de Köppen-Gieger - modelo que adota a abordagem empírica - cinco principais grupos climáticos são reconhecidos com base nas características das temperaturas - cada grande tipo climático é determinado por um código, constituído por letras maiúsculas e minúsculas, cuja combinação resulta nos tipos e subtipos considerados. 26/10/2017 5 25 PRIMEIRA LETRA sempre maiúscula, representa as características do clima de determinada região. (Letra A) Clima Tropical Chuvoso Climas megatérmicos , aonde a temperatura média do mês mais frio é superior a 18ºC. (Letra B) Clima Seco Climas secos, chuvas anuais abaixo de 500mm). (Letra C) Clima Temperado Chuvoso Climas mesotérmicos, temperatura média do mês mais frio, inferior a 18ºC e superior a -3ºC. Ao menos um mês com média superior a 10ºC. (Letra D) Clima Boreal Climas microtérmicos. Temperatura média do mês mais frio igual ou inferior a -3ºC. Possui ao menos um mês com média superior ou igual a 10ºC). (Letra E) Clima Polar Climas polares. Temperatura média de todos os meses do ano inferior a 10ºC. Classificação Climática de Köppen-Gieger 26 Classificação Climática de Köppen-Gieger SEGUNDA LETRA: será uma minúscula. Estabelece o tipo de clima dentro do grupo, e o regime pluviométrico, isto é a quantidade e distribuição da precipitação. Início com A, C ou D - segundas letras serão algumas das minúsculas abaixo: - f: sempre úmido (mês menos chuvoso com precipitação superior a 60mm) - m: monçônico, predominantemente úmido - s: chuvas de inverno (mês menos chuvoso com precipitação inferior a 60mm) - w: chuvas de verão (mês menos chuvoso com precipitação inferior a 60mm) Início com B - a próxima letra (neste caso maiúscula) poderá ser - S: clima semiárido (chuvas anuais 250~500mm) - W: clima árido ou desértico (chuvas anuais menores que 250mm) Início com E - a letra seguinte será um das maiúsculas abaixo: - T: clima de tundra(pelo menos algum mês com temperaturas médias entre 0ºC e 10ºC) - F: clima de calota de gelo(todos os meses com temperaturas médias inferiores a 0ºC) 27 Classificação Climática de Köppen-Gieger TERCEIRA LETRA: será sempre minúscula, representa a temperatura característica de uma região. As duas minúsculas abaixo serão usadas para completar somente siglas iniciadas por C ou D: a: verões quentes (mês mais quente com média igual ou superior a 22ºC) b: verões brandos (mês mais quente com média inferior a 22ºC) c: frio o ano todo (no máximo três meses com médias acima de 10ºC) E por fim, as minúsculas abaixo só serão usadas no caso que sigla iniciar pela letra B: h: deserto ou semideserto (temperatura anual média igual ou superior aos 18ºC) k: deserto ou semideserto (temperatura anual média inferior aos 18ºC) 28 Classificação Climática de Köppen-Gieger Exemplo: Porto Alegre, RS - Brasil -> C (Clima Temperado Chuvoso), f sempre úmido (mês menos chuvoso com precipitaçãosuperior a 60mm), a verões quentes (mês mais quente com média igual ou superior a 22ºC). SIGLA: Cfa Manaus, AM - Brasil -> A (Clima Tropical Chuvoso) f (sempre úmido (mês menos chuvoso com precipitação superior a 60mm) SIGLA: Af 29 1.4) Recursos hídricos encontrados na área a ser Periciada: Descrever sucintamente os recursos hídricos superficiais e subterrâneos, mapear os corpos d’água 1.5) Geomorfologia e Geologia da área a ser Periciada: Descrever o relevo e relacionar os recursos minerais existentes, tanto na área, quanto em sua região de abrangência (entorno) ETAPA 1 execução 30 Geomorfologia: ciência que analisa e descreve o relevo e sua origem, evolução e forma de distribuição espacial 26/10/2017 6 31 1.6) Descrever os solos encontrados: Mapear os solos, segundo classificação brasileira dos solos desenvolvida pela EMBRAPA, 2006, com considerações sobre a pedologia e a edafologia ETAPA 1 execução 32 ETAPA 1 execução 1.7) Vegetação: Descrever e mapear as principais formas de vegetação, conforme classificação do IBGE, 2005. Listar as plantas, principalmente as de interesse econômico. Constatar a ocorrência de espécies raras ou endêmicas 33 ETAPA 1 execução 1.8) Fauna: Levantar principalmente os vertebrados, dando ênfase às espécies endêmicas, raras, migratórias e sinergéticas 1.9) Ecossistemas: Identificar e descrever os principais ecossistemas da área, nos seus componentes abióticos e bióticos 1.10) Áreas de interesse histórico e/ou cultural: Listar e descrever locais de interesse histórico, culturais e jazidas fossilificas que estejam num raio de 30 km da área em estudo e seus possíveis impactos na mencionada área 34 ETAPA 1 execução 1.11) Área de Preservação e legalmente protegidas: Constatar se o local descrito está inserido em área protegida por lei (Parques Nacional ou Estadual, Estação Ecológica, Reserva Biológica, etc.), bem como as áreas de reserva legal e preservação permanente que por ventura estejam no interior do perímetro da área de estudo, tendo como base conhecimento aplicado dos ditames legais que regem este assunto 35 ETAPA 1 execução 1.12) Infraestruturas presentes: Descrever as infraestruturas existentes no local (núcleo habitacional, telefonia, estrada, cooperativas, etc.) 1.13) Atividades previstas, ocorridas e/ou existentes: Relatar as tecnologias a serem utilizadas nas fases de implementação e operação do empreendimento, atentando se foram seguidas as etapas legais para isto, lembrando-se de listar insumos e equipamentos que por ventura estejam instalados na área 36 ETAPA 2 - discussão 2.1) Uso da terra: Constatar o uso atual da terra, mensurar tecnicamente o percentual utilizado por cada uma das atividades desenvolvidas na área, tais como: agropecuária, agricultura, mineração, pousio, agroindústria, ou indústria de bens de consumo, indústrias de maneira geral 2.2) Uso da água: Observar o uso atual da água, bem como obras de engenharia (canal, dique, barragem, drenagem, etc.), atentando-se para ocorrência de fontes poluidoras. 26/10/2017 7 37 ETAPA 2 - discussão 2.3) Impactos ecológicos: Listar e analisar os impactos ecológicos, levando em consideração a saúde pública e a estabilidade dos ecossistemas naturais, principalmente se estão em áreas protegidas por lei 38 ETAPA 2 - discussão 2.4) Impactos socioeconômicos: Avaliar os impactos socioeconômicos da área, levando em consideração os aspectos médicos e sanitários 2.5) Perspectivas da evolução ambiental da área: Inferir sobre qual seria a evolução da área com ou sem o empreendimento 39 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PERÍCIA AMBIENTAL 40 1.MÉTODOS AMOSTRAIS E PROSPECTIVOS 2.MÉTODOS ANALÍTICOS 3.MÉTODOS BIOLÓGICOS 4.MÉTODOS MATEMÁTICOS 5.MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA 6.MÉTODOS DE QUALIFICAÇÃO DE AGRAVOS AMBIENTAIS 42 MÉTODOS AMOSTRAIS E PROSPECTIVOS Consiste na obtenção de material para a posterior análise: solo, água, animais, espécies vegetais, entre outros Devem ser tomados cuidados com: - posição onde os materiais são coletados - quantidade de amostra - conservação do material até o momento da análise 26/10/2017 8 43 MÉTODOS AMOSTRAIS E PROSPECTIVOS A amostra deve ser: Representativa para o âmbito de análise Permitir a identificação de circunstâncias temporais, como por exemplo, circunstancias geológicas Possibilitar informações sobre o tipo, expansão e posição das substâncias nocivas que causaram o dano ambiental Possibilitar uma estimativa da quantidade do local contaminado Ex.: água do rio contaminado com derramamento de combustível fóssil, demarcando os pontos que foram encontradas marcas da presença do combustível fóssil misturado à água Ex.: espécies vegetais presentes no maciço florestal vegetal da área de APP Ex.: coleta de animais mortos .... 44 MÉTODOS ANALÍTICOS Processos químicos e físicos utilizados para identificar e qualificar substâncias que causam danos ao meio ambiente Estratégias em testes analíticos: 1. no caso de haver informações disponíveis e características suspeitas é possível uma análise objetiva de determinadas substâncias 2. no caso de não haver informações disponíveis para a constatação e identificação de substâncias: necessidade de análise sistemática - parâmetro soma - parâmetro de grupo - parâmetro orientativo 45 MÉTODOS ANALÍTICOS PARÂMETRO SOMA: Registro de substâncias orgânicas com um componente estrutural comum (por exemplo, carbono) PARÂMETRO DE GRUPO: Registro de substâncias semelhantes quanto ao seu efeito, sem levar em consideração a diferenciação em substâncias individuais PARÂMETRO ORIENTATIVO Registro de classes individuais de substâncias ou misturas isômeras, ou de uma substância individual como substância representativa para a respectiva classe 46 MÉTODOS BIOLÓGICOS São realizados com o objetivo de identificar o tipo da substância nociva através de processos biológicos - para determinar os procedimentos principais da descontaminação e/ou remediação Efeito de uma substância tóxica em um ecossistema: - concentração - tempo em que ela é mantida em contato 47 MÉTODOS MATEMÁTICOS Emprego de equações matemáticas representando os processos físicos ou químicos constituem a forma mais abstrata de um análogo 1) R2; 2) Equação da Reta; 3) Correlação; 4) Variâncias e Covariância; 5) Desvio Padrão e, CV. 6) Intervalo de Confiança; 7) Média, Moda e Mediana; 8) Outros.... 48 MÉTODOS MATEMÁTICOS Saldanha, 2014 26/10/2017 9 49 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA 50 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA Os impactos não podem ser considerados somente no que diz respeito à implantação e operação de empreendimentos Levar em conta os impactos indiretos decorrentes do uso dos bens e serviços produzidos Ex.: geração de energia hidrelétrica - considerar, em oposição aos danos ambientais decorrentes da construção e da operação de usinas, os benefícios obtidos pela substituição de outras fontes energéticas, notadamente carvão, lenha e petróleo 51 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA Métodos de avaliação econômica VALOR TRABALHO: Valor tem origem exclusivamente no trabalho humano, a consequência teórica prática disso é que apenas o Ambiente Construído possui valor e toda ação antrópica sobre o Ambiente Natural representa, portanto, aumento de valor, essa implicação é claramente inaceitável. NEOCLÁSSICA: Valor é determinado no mercado pela interação entre oferta e procura. (para economia ambiental enfrentamos problemas devido a complexidade dos objetos e impossibilidade de obter modelos confiáveis. Qual o valor do Cristo Redentor ou, do Pão de Açúcar para a cidade do Rio de Janeiro?) 52 MÉTODOS DE QUALIFICAÇÃO DE AGRAVOS AMBIENTAIS Atributos pesquisados que exercem influência na formação de preços Exemplo: 1. Local do impacto ambiental, rio de que abasteceuma cidade; 2. Solo que absorve água da chuva e desloca para o lençol freático; 3. Vegetação que serve de ecoturismo; 4. Som alto perto de hospitais e asilos; 5. Construções em solo impróprio para isto, resultando em queda das edificações e trincas em paredes, em casos raros; 6. Outros. 53 SUBSÍDIOS PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 54 1) Princípio do poluidor-pagador: TAXAR os poluidores PROPORCIONALMENTE ao custo gerado pela poluição gerada por eles Poluidor paga pela poluição De acordo com o princípio do poluidor pagador, pode ser necessária determinada medida à recuperação do meio ambiente 26/10/2017 10 55 2) Modelo da disposição-a-pagar: Chamado de método de contingência, onde ESTIMA-SE O PREÇO por meio dos CONCEITOS DE SUBSTITUIÇÃO E COMPLEMENTARIEDADE INERENTES AO SER HUMANO pelo benefício gerado Exemplo: Qual o valor que as pessoas estão dispostas a pagar pelo uso da água? A atual política de recursos hídricos prevê a cobrança da água para todos os tipos de consumo, e o desafio, do ponto de vista da teoria econômica, está em precificar adequadamente esse recurso. 56 3) Modelo da disposição-a-receber: Também chamado de método de contingência, ONDE ESTIMA-SE O PREÇO POR MEIO DOS CONCEITOS DE SUBSTITUIÇÃO, contudo neste a população receberia um determinada quantia para deixar de ter o bem ambiental 57 4) Modelo da valoração mercantil: Este método procura VALOR ECONÔMICO do bem ambiental por meio da ANÁLISE DE MERCADO de cada um de seu constituintes 58 5) Modelo de preço hedônico: Método indireto de valoração. Analisa o FLUXO FUTURO DE BENEFÍCIO ATRIBUÍDO A UM BEM VALORADO QUANDO ESTE POSSUI REFLEXOS DE BELEZAS NATURAIS, comparando-os com outros que não a possui. 59 6) Modelo de avaliação direta: Difícil experimentação, analisa se uma DETERMINADA POPULAÇÃO PAGARIA UMA DETERMINADA TAXA DE COBRANÇA PARA VISITAR UM SÍTIO NATURAL. 60 7) Títulos de poluição ambiental: O órgão regulador ambiental estabelece um limite para determinados poluentes numa região. Emite títulos que correspondem, no seu conjunto, a toda a poluição que seria admissível na região, derivada de estudos de avaliação da capacidade de suporte para aqueles poluentes. Estas "ações" de poluição são negociadas em BOLSA DE VALORES. 26/10/2017 11 61 PERÍCIA AMBIENTAL (SECURITÁRIA) 62 Análise do Risco Ambientais - ARA: - Identificação das Fontes Acidentais; - Toxicidade dos Produtos; - Persistência dos Produtos; - Modelagem do Transporte; - Definição da Área de Estudo; - Vulnerabilidade e Recuperação Ambiental; - Critérios de Aceitação dos Riscos 63 Objetivo: DETERMINAR O VALOR DE INDENIZAÇÃO DE UM BEM MATERIAL, levando em consideração a conciliação de valores em risco e da importância segurada Seguro Ambiental: A COBERTURA POR QUALQUER RESPONSABILIDADE RELACIONADA COM DANOS AO MEIO AMBIENTE é, normalmente, excluída do escopo padrão da cobertura de uma apólice de Responsabilidade Civil Geral, podendo ser coberta de forma acessória em, praticamente, todos os países do mundo 64 Abrangência e cobertura do seguro ambiental: 1) Vazamento/poluição durante o transporte rodoviário de mercadorias. SEGURO: Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – RCFV 2) Derrame de petróleo c/ou derivados por navios. SEGURO: Cascos (embarcações), com as coberturas acessórias de Responsabilidade Civil e Poluição 65 Abrangência e cobertura do seguro ambiental: 3) Produção de petróleo. SEGURO: Riscos do Petróleo 4) Produção de energia nuclear SEGURO: Riscos Nucleares 5) Comerciais/industriais (pela existência, uso e conservação de plantas) 66 MODELO DE LAUDO DE PERÍCIA AMBIENTAL 26/10/2017 12 71 EXEMPLOS DE PERÍCIA AMBIENTAL Exemplo 1 26/10/2017 13 Exemplo 2 Estudo de caso: água contaminada A investigação iniciou-se com vistorias “in loco” e em toda a vizinhança, e pôde-se constatar as seguintes situações , obtidas a partir de informações coletadas dos moradores e frequentadores do setor em pauta: • “Dona Maricota” identifica o gosto da água como sendo de gasolina; • O prefeito , o ex-prefeito e a denunciante residem na mesma quadra; • O ex-prefeito é o proprietário do posto de combustível; • O atual presidente da câmara é irmão do ex-prefeito, com quem não mantém relações amigáveis; • O dono da oficina é irmão do dono do posto. • As atividades realizadas nesta investigação tem por base: • Plano de amostragem; • Sondagem e amostras de solos; • Análises físico-químicas da água, do solo e dos resíduos provenientes do posto e das oficinas. • Na coleta de dados obteve-se o seguinte resultado: – Baixa turbidez; – Baixa potabilidade; – Pequenas taxas de sulfetos; – PCB (bifenilpoliclorado) = 0,15 microgramas/litro. • Valores orientadores para solo e água subterrânea no Estado de São Paulo: – Residencial – PCB’s - 0,03 microgramas/litro 26/10/2017 14 • Diante deste resultado foram verificados as possíveis causas para a presença do PCB no poço. – Com relação ao posto de gasolina foi verificado que, após 6 meses esperando a licença a ser emitida pelo órgão responsável, o posto começou a funcionar com toda a estrutura de adequada para a separação de óleo, conforme Conama 373, indo os resíduos para o sistema fossa-sumidouro, juntamente com o esgoto. As oficinas utilizam o mesmo sistema, integrado ao posto; – Foi verificado junto a vizinhança se outras pessoas estavam sentindo o mesmo gosto que da Dona Maricota, sendo constatado que após a denúncia outras pessoas começaram a sentir; – Diante dessa contaminação foram verificados quais os produtos que poderiam ocasionar esse parâmetro na água do poço, sendo encontrados em óleo de transformadores e tintas. • Diante deste fato foi verificado junto à concessionária de energia qual o procedimento para a manutenção destes transformadores • Em conversa com o superintendente da concessionária para verificar mais detalhes, o mesmo solicitou ao supervisor que prestasse as informações necessárias • Em conversa com o supervisor foi verificado que houve a troca de 6 transformadores na cidade, há 2 anos atrás, e que a pedido do prefeito, foi deixado 1 (um) transformador na casa dele, que é vizinho de muro da Dona Maricota, sendo o restante encaminhado para o adequado armazenamento • O transformador ficou encostado no muro da casa do prefeito, sendo deteriorado com o passar do tempo e permitindo que o óleo vazasse para o solo; • Com base nisto, foi realizada outra sondagem para verificar a abrangência do óleo no solo nas proximidades da casa da Dona Maricota, que constatou a contaminação do solo na região analisada por PCB, caracterizando a concentração encontrada na água do poço. LEGISLAÇÃO PERTINENTE Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: - Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo: - Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos LEGISLAÇÃO PERTINENTE Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 12.305, de 2010) I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordocom as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) Assistente da Concessionária da Energia Elétrica: • Quesito 1: Sr. Perito, qual a fundamentação legal quanto a responsabilidade da concessionária de energia elétrica com relação ao destino dado aos equipamentos, no caso dos transformadores por ela substituídos? • Quesito2: Sr. Perito, considerando que parte do óleo que vazou para o solo fica retido no próprio solo e apenas um quinhão atinge o corpo hídrico, a água subterrânea, inclusive a que abastece o poço da denunciante, pergunta-se: o quinhão de óleo que supostamente contaminou a água, nas concentrações encontradas nos exames laboratoriais é suficiente para produzir malefício a saúde humana? • Quesito 3: Senhor Perito, o servidor possuía algum grau de parentesco com o prefeito? • Quesito 4: Senhor Perito, o servidor acatou a ordem ou pedido de alguém para guardar os transformadores naquele local? • Quesito 5: Em que condições foram obtidos fatos que comprovem que o transformador encontrado na residência do Sr. Prefeito é de propriedade desta concessionária. É possível localizar este transformador? http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art53 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art53 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm#art53 26/10/2017 15 Assistente do Autor (Ministério Público) • Quesito 1: Senhor Perito, em que época, antes do evento, a empresa (concessionária) realizou a substituição dos transformadores, e qual o sistema adotado para a fiscalização e armazenamento? A empresa segue os critérios estabelecidos pelas NBR’s quanto ao manuseio, acondicionamento, rotulagem, transporte e destinação final? • Quesito 2: Senhor Perito, a empresa (concessionária) possui Sistema de Gestão Ambiental? Em caso positivo, apresentar os laudos das análises de Teor de PCB presente no óleo mineral isolante, que comprovem a ausência de contaminação por Ascarel? • Quesito 3: Senhor Perito, tendo em vista os resultados obtidos na Análise físico-química das águas amostradas no poço da denunciante e dos confrontantes da área afetada, pode-se afirmar que a contaminação verificada pelos índices compromete a saúde humana? Em caso positivo, seria necessária a interrupção imediata da utilização da água? • Quesito 4: Senhor Perito, diante do que foi observado, poderia informar quais as medidas mitigadoras e providências que deverão ser adotadas para a recuperação da qualidade da água nos poços afetados? Qual o tempo necessário para a efetiva recuperação? • Quesito 5: Poderia o Sr. Perito informar qual o tempo de vida útil deste tipo de material ( transformador)? Assistente do Prefeito • Quesito 1: Senhor Perito, o produto denominado PCB (Bifenilpoliclorida) encontrado na água amostrada do poço da denunciante é uma substância amplamente conhecida como altamente prejudicial à saúde humana? • Quesito 2: A concessionária acusou o recebimento de apenas cinco transformadores. Tendo sido retirados seis, conforme controle interno, o que levou à falta de importância dada ao transformador faltante? • Quesito 3: Senhor Perito, a concessionária notificou ou alertou formalmente ao prefeito sobre os riscos que o produto era altamente tóxico, tendo em vista o não recebimento do mesmo em seu controle interno? • Quesito 4: Quanto tempo o prefeito pretendia guardar o transformador em seu terreno?
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