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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - UNIVESP CLAUDIO BESSA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Licenciatura em Pedagogia Polo Carapicuíba 2019 1 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - UNIVESP CLAUDIO BESSA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Licenciatura em Pedagogia Relatório desenvolvido como requisito para aprovação da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório na Educação Infantil no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Polo Carapicuíba 2019 2 3 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1- Área do pátio e acesso a área externa 09 FIGURA 2- Disposição das salas de aula 10 FIGURA 3- Cozinha e refeitório 10 FIGURA 4- Rotina de anotação de data, atividades realizadas 19 FIGURA 5- Atividade proposta de pintura e matemática 20 FIGURA 6- Atividade com colagem 21 FIGURA 7- Atividade com colagem e letra do alfabeto 23 FIGURA 8- Exposição “Convivendo com as diferenças” 25 FIGURA 9- Atividades diversas em grupo 32 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit 4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Ficha de Apresentação Nome: Claudio Bessa RA: 180.3728 Licenciatura: PEDAGOGIA Polo: Carapicuiba - 2019 Professor Mentor: Adriana Zazirskas Supervisor de estágio (na escola): Nubia Maria Sobreira Albuquerque Período do estágio: 16/10/2019 a 06/12/2019 Local do Estágio: Emeb Dimas Jordão Endereço: Rua Jade, 109 – Vila Ercília – Jandira – SP – CEP 06606-190 Telefone: (11) 4619-2763 Cidade: Jandira Estado: SP E-mail: emebdimasjordão@jandira.sp.gov.br 5 SUMÁRIO FOLHA DE ASSINATURAS ................................................................................... 02 LISTA DE FIGURAS E/OU TABELAS.................................................................... 03 FICHA DE APRESENTAÇÃO ................................................................................ 04 1. INTRODUÇÃO................................................................................................. ... 06 2. OBSERVAÇÃO................................................................................................... 07 3. APRESENTAÇÃO DA ESCOLA......................................................................... 08 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...................................................................... 10 4.1. Analisando o PPP........................................................................................ 12 4.2. Consulta aos planos de aula.........................................................................15 4.3. Observação das aulas.................................................................................. 16 4.3.1. Primeiro dia de observação....................................................................... 16 4.3.2. Segundo dia de observação....................................................................... 19 4.3.3. Terceiro dia de observação........................................................................ 21 4.3.4. Quarto dia de observação.......................................................................... 23 4.3.5. Quinto dia de observação.......................................................................... 24 4.3.6. Sexto dia de observação............................................................................ 25 4.3.7. Sétimo dia de observação.......................................................................... 26 4.3.8. Oitavo dia de observação........................................................................... 27 4.3.9. Nono dia de observação............................................................................ 28 4.3.10. Décimo dia de observação...................................................................... 30 4.3.11. Décimo primeiro dia de observação........................................................ 31 5. Conclusão .......................................................................................................... 33 6. Referências bibliográficas................................................................................... 36 6 1. INTRODUÇÃO O estágio supervisionado, é um excelente instrumento no auxilio e complementação na formação do profissional, seja em qualquer área do conhecimento, pois é a partir dele que o estudante irá se preparar, tomar conhecimento de como se desenvolve sua atividade na a qual escolheu sua profissão. É a oportunidade de conhecer na prática os desafios que o esperam assim que formado, dando-lhe sustentação e proporcionando uma aprendizagem constante e continuada, contribuindo em muito com sua formação. Na área da educação, é a mudança da posição de educando, para educador, pois é neste momento que o estágio irá lhe proporcionar uma experiência ativa na arte de ensinar, na transmissão do conhecimento a alguém que está exatamente em busca disso. O estágio supervisionado é o momento oportuno para se colocar em prática todas as vertentes teóricas que se embasam os cursos de formação técnica, teorias essas que se transformam em prática constante e aperfeiçoamento. É uma forma de se derrubar barreiras comuns no aprendizado, é o período em que o formando pode analisar contextos, aperfeiçoar ou modificar hipóteses, práticas, desenvolver rotinas de trabalho, que o acompanharão por toda a trajetória do seu desenvolvimento profissional. O período de estágio é de extrema importância para o desenvolvimento das habilidades do formando, pois é a partir das observações e interações com a prática pedagógica que o formando irá se sentir cada vez mais apto ao oficio que escolheu. É neste momento que o formando tem a oportunidade de analisar diversas práticas de ensino e relacionamento com o educando, na área da educação ou clientes e ou colegas de trabalho, nas atividades diferentes da área da educação. Sendo o estágio um período de observação, é um momento de reflexão, de comparação ou aprendizado das práticas, da análise da didática empregada, proporcionando ao formando a aquisição de conhecimentos e ao mesmo tempo uma análise das práticas pedagógicas de acordo com as orientações técnicas e teóricas acerca da educação, bem como a didática que se está sendo empregada. Importante ressaltar que não cabe ao estagiando opinar sobre as práticas pedagógicas do professor mentor, pois cabe a esse a observação das práticas pedagógicas que estão sendo empregadas, devendo tão somente refletir sobre tais práticas de acordo com o aprendizado na área teórica do aprendizado, devendo 7 absorver para si o que entendercomo bom, proveitoso e necessário, num todo ou em parte, modificando ou ampliando o que realmente for necessário em suas práticas pedagógicas, visando claro o aprendizado do aluno. Para isso é fundamental que no período de estágio, o professor mentor, assim como a equipe gestora possa proporcionar ao estagiário na medida do possível, oferecer as condições para o desenvolvimento da identidade pedagógica do estagiando, pois é sabedor que o mesmo está buscando conhecer, aprender e desenvolver experiências que ampliem o seu repertório como educador e não para avaliar a prática pedagógica do professor mentor. 2. OBSERVAÇÃO Neste relatório tentarei expor minhas reflexões sobre as observações e aulas de Regência realizadas no Pré I da Escola Municipal de Educação Básica – Dimas Jordão. Esta etapa que antecede o estágio é de máxima importância para contato inicial com o grupo no qual será efetivado o estágio, propiciando meios que subsidiem a execução do projeto. Vi também o período de observação como meio de refletir sobre as práticas existentes no sistema educacional brasileiro. As reflexões feitas por mim neste relatório foram construídas com bases nos conhecimentos desenvolvidos através dos nossos estudos no curso de Pedagogia, pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo, no Polo de Carapicuiba. Ao iniciar o 4º semestre foi proposto pela disciplina de Estagio Supervisionado a realização do estágio no Ensino Infantil. Diante deste propósito, realizei as observações na Escola Municipal de Educação Básica Dimas Jordão, situada à Rua Jade, 109 – Vila Ercília – Jandira – SP, no período de 16 de outubro de 2019 à 06 de dezembro de 2019 na Turma do Pré I da professora Adriana. A turma era composta por 22 alunos com faixa etária de 4 a 5 anos, bastante heterogênea, quanto à disposição das carteiras, a professora, não sei por qual motivo, também não procurei questionar, mas a mesma separava de um lado os meninos e do outro as meninas, dispostos um ao lado do outro, de modo que o meio ficava livre para circulação. 8 Antes de adentrar ao relatório propriamente dito, importante explanar que o mesmo foi bastante proveitoso, mesmo já possuindo uma licenciatura na qual atuo a 22 anos em sala de aula as observações em muito contribuiu para o meu conhecimento pedagógico. O presente relatório se divide nas seguintes partes: primeiramente apresento a escola e seus aspectos, logo após, mostro os principais tópicos observados quanto as observações e regência das práticas pedagógicas. APRESENTAÇÃO DA ESCOLA Meu estágio supervisionado em Educação Infantil se deu na Emeb Dimas Jordão, localizada na R. Jade, 109 – Vila Ercília – Jandira – SP foi possível observar que trata-se de uma escola de Ensino Infantil, com alunos da faixa etária de 04 à 05 anos, em relação a clientela escolar a Emeb Dimas Jordão possui alunos de origem Boliviana, a maioria dos mesmos pertencem a classe social média baixa e alguns participam do programa bolsa família, com um espaço bastante limitado para a aprendizagem, visto que trata-se de uma escola com apenas três salas de aula em funcionamento no período da manhã e tarde com espaço bastante reduzido, uma secretaria, agregada a diretoria, uma sala dos professores e uma cozinha um pouco destacada com espaço do refeitório agregado e razoável para alimentação, três banheiros, sendo um para funcionários, um masculino e um feminino, bebedouro. Na frente da escola existe um pequeno espaço coberto para Recreação, porém com poucas opções de atividades fora da sala de aula em razão do pouco espaço disponível e a inexistência de uma quadra poliesportiva. O bom de tudo é que o município está construindo uma escola nova, ao lado desta, mais moderna, com espaço adequado para aprendizagem, recreação, alimentação, etc., segundo a diretora o projeto prevê uma estrutura de um piso térreo, mais três andares, com previsão de instalação de dez salas de aula e toda a infraestrutura necessária para as atividades escolares e melhor adequação de todos. A escola situa-se numa comunidade variando entre classe média e classe média baixa, onde a maioria de seus alunos frequentadores residem próximos da escola, em razão da política de geolocalização escolar, os quais, na maioria, se utilizam do transporte público gratuito fornecido pela prefeitura para locomoção e trajeto de ida e volta da escola. Pela faixa etária supracitada e a estrutura bastante precária é possível verificar que a escola fornece apenas o ensino pré-escolar I e II. A escola oferece alimentação satisfatória, 9 com duas refeições diárias, cuja qualidade e preparo são piamente avaliados por nutricionistas da prefeitura com acompanhamento assíduo. O horário de funcionamento da escola é das 7h às 18h, divididos em duas turmas, manhã e tarde. A série onde atuei como estagiário era a Turma do Pré I, no qual as crianças possuíam como faixa etária entre quatro e cinco anos de idade, série Pré I-C do período tarde, com a professora Adriana. As salas da creche são de espaço bastante reduzido, os aparelhos de multimídia para atividades audiovisuais são móveis, por não possuir uma sala de vídeo ou algo similar a isso, no pequeno pátio há atividades como: cantinho da leitura, encenações, roda de conversa, contação de história, brincar livre, brincadeira de “faz de conta” e etc. Figura 01: Área do pátio e acesso a área externa Fonte: Claudio Bessa Out/2019 10 Figura 02: Disposição das salas de aula Fonte: Claudio Bessa Out/2019 Figura 03: Cozinha e refeitório Fonte: Claudio Bessa Out/2019 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Nas divagações dos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (MEC, SEB, 2006, p.16), temos que: 11 Apoiar a organização em pequenos grupos, estimulando as trocas entre os parceiros; incentivar a brincadeira; dar-lhes tempo para desenvolver temas de trabalho a partir de propostas prévias; oferecer diferentes tipos de materiais em função dos objetivos que se tem em mente; organizar o tempo e o espaço de modo flexível são algumas formas de intervenção que contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. As iniciativas dos adultos favorecem a intenção comunicativa das crianças pequenas e o interesse de umas pelas outras, o que faz com que aprendam a perceber-se e a levar em conta os pontos de vista dos outros, permitindo a circulação das ideias, a complementação ou a resistência às iniciativas dos parceiros. A oposição entre parceiros, por exemplo, incita a própria argumentação, a objetivação do pensamento e o recuo reflexivo das crianças. (MACHADO, 1998). Antes de iniciar minhas observações de aulas propriamente ditas, ao iniciar o estágio supervisionado, no primeiro dia que compareci na Unidade Escolar, procurei inicialmente identificar os espaços físicos e na sequência procurei conhecer um pouco mais sobre a rotina da escola, relacionamento interpessoal entre equipe gestora, funcionários, professores e merendeiras, minhas entrevistas se deram de forma bem discreta, mais como um bate papo do que um questionário pronto, dirigido, pois entendendo que dessa forma, uma simples conversa são mais sinceros e espontâneos as respostas aos questionamentos, sem claro deixar esclarecido que se trata de uma pesquisa de estágio. Nessas minhas conversas pude perceber que a grande insatisfação de todos os envolvidos nesse processo da educação, está principalmente na remuneração que recebem por isso, entendem que trabalham muito e são pouco remunerados, outro fator que pude observar também é a questão da relação professor-aluno, pois a grande maioria chegou até a me questionar porque estava eu fazendo pedagogia, pois isso era coisa de “louco”, dando a entender que o ensino hoje está totalmente desprestigiado. Ao questionaro porquê de me considerarem louco, muitos diziam, falta de respeito não só do aluno, mas da comunidade, muito trabalho associado a baixa remuneração, falta de reconhecimento profissional, profissão desgastante, etc. Enfim, se eu não já estivesse envolvido na 12 área da educação a 22 anos, acho que teria desistido do primeiro dia de estágio, mas quando eu dizia que já era educador a todo esse tempo, a conversa mudava um pouco, mas sempre com o questionamento, e porque fazer pedagogia? Minha resposta era a mais simples do que se imaginava, porque apesar desse tempo em sala de aula, gosto do que faço e gosto de adquirir conhecimentos, me surgiu essa oportunidade de fazer pedagogia, “tenho que abraçar com vontade e dedicação, se em algum momento resolver deixar a sala de aula, algo que não penso tão cedo, terei mais bagagem e conhecimento para novos desafios. ” 4.1 – Analisando o PPP Conforme já estudado anteriormente, o Projeto Político Pedagógico nasceu após a Constituição de 1988, com a finalidade de conceber autonomia às escolas na elaboração da própria identidade, com a participação do corpo docente, discente, gestão escolar e comunidade. Esse projeto é o referencial de quaisquer instituições de ensino, seja ela pública ou particular, é como se fosse o eixo norteador para o bom funcionamento do ensino. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB é o marco para a implementação do Projeto Político Pedagógico, pois e ela quem intensifica a elaboração e autonomia da construção de projetos diferenciados de acordo com as necessidades de cada instituição. O artigo 12 da LDB diz: "Os estabelecimentos de ensino respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica". De acordo com Lima, 2017 em seu artigo publicado: “O gestor deve agir de maneira democrática na elaboração desse projeto, integrar a sociedade no ambiente escolar respeitando sempre seu marco referencial, aceitando opiniões do corpo docente e funcionários, com isso pode-se restaurar o senso crítico e participativo de todos. O gestor não é único nessa elaboração, talvez essa seja uma das grandes falhas 13 existentes nos dias atuais. Planejar e construir um PPP, é ter compromisso com uma educação de qualidade e participativa, é a união entre escola e comunidade, comunidade e escola, pois ambos são indissociáveis. É trilhar um caminho com foco na aprendizagem, participar de opiniões e responder os questionamentos. Um dos aspectos importantes em relação ao Projeto Político Pedagógico é que pode ser alterado, se não estiver atendendo as necessidades do seu público alvo, que são as realidades educacionais e sociais. ” Como podemos ver, o PPP, não é um documento a ser elaborado apenas pelo gestor da unidade escolar, pois não é esse o propósito e não há lei autorizativa para isso, sua construção deve se dar de forma democrática em todos os segmentos, após uma reflexão acerca de quem será beneficiado com sua elaboração. Não deve ser também estanque, a ponto de não permitir alterações quando se fizer necessário, adequando-o à realidade fática da instituição de ensino. É muito importante a participação de todos os colaboradores na elaboração do PPP. Ainda segundo Lima, 2017, “O Projeto Político Pedagógico não deve ser elaborado apenas para cumprir uma determinação legal, muito menos ficar engavetado ou ausente do cotidiano escolar. A proposta pedagógica é muito mais que isso, é o ápice da educação, é a ponte que liga escola e sociedade, propondo meios para desconstruir paradigmas e concepções pré-formadas, tentando restaurar princípios e construindo novos conhecimentos. ” Ainda, "O projeto é um documento que propõe uma direção política e pedagógica para o trabalho escolar, formula metas, prevê as ações, institui procedimentos e instrumentos de ação." LIBÂNEO (2005, p.345). Tratar de um Projeto Político Pedagógico, nada mais é do que falar em democratização e participação de toda a comunidade escolar, inseridos ou não no interior da Instituição de Ensino. O projeto é uma união perfeita entre escola e sociedade, mas que precisa estar sempre presente nas reuniões, nas discussões entre os pares, senão corre o risco de ser apenas um calhamaço de papel arquivado numa pasta suspensa, descansando na eternidade. Feito essas considerações, vamos dissertar um pouco sobre o PPP proposto pela Emeb na qual desenvolvi meu estágio: Segundo a proposta da Emeb Dimas 14 Jordão, o PPP busca um projeto educacional sério e coerente com a realidade em que se insere. Para sua elaboração, para tanto, pensando em sua elaboração, a Instituição elaborou um questionário para os pais, professores e funcionários para nortear sua construção, bem como diversas reuniões em HTPC- Horário de Trabalho Pedagógico e Coletivo. De acordo com dados estatísticos o PPP revelou ainda que78% dos professores possuem graduação em nível superior, 11% concluintes de pós- graduação e 11% terminando a pós-graduação, a maioria dos pais o equivalente a 54% possuem apenas o ensino médio, 18% ensino superior e apenas 14% nível superior e quanto ao segmento de funcionários, 30% ensino médio, 20% ensino fundamental, 20% ensino superior 20% pós-graduação, concluintes ou cursando. Um dado curioso, e era de se esperar uma resposta neste sentido, e os números mostram bem isso, é que quando questionados aos três segmentos sobre qual a importância do PPP para a escola, por unanimidade com 100% de respostas positivas, funcionários e professores entendem como de grande importância, porém no segmento pais, apenas 84% consideram importante a elaboração do PPP, penso que essas respostas se deem pelo fato talvez de não terem conhecimento do que realmente é o PPP e para que serve, o que vejo como necessário uma discussão ampla para todos os envolvidos com a educação. Possui como meta 100% da participação dos pais e comunidade, para tanto em seu projeto propõe ações no sentido de realizar exposições de atividades com os alunos nas reuniões bimestrais, promoção de palestras, trabalho voluntariado com os pais, estabelecer parcerias público privada, envolvimento constante dos pais nos projetos da escola, por meio da equipe gestora, escolar pais e professores, bem como comunidade local, promover o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças no conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se ampliando seu repertório linguístico, tendo como ações, promover atividades lúdicas, expressar-se por meio da diversidade de linguagens oral e escrita, consolidar projetos. Tem como missão e valores: desenvolver o desempenho dos educandos em suas potencialidades cognitivas, intelectuais, motoras, físicas e sócio emocional através de atividades lúdicas, envolvendo o brincar nas suas relações interpessoais e intrapessoais. Tem como visão, ser uma escola de excelência e referência por conta da qualidade oferecida por todos os profissionais da unidade escolar e juntamente com a participação da 15 comunidade na construção de valores que permeiam a sociedade pluralista respeitando cada indivíduo na sua singularidade. 4.2 – Consulta aos planos de aula Antes mesmo de iniciar minhas observações em sala de aula, me atentei para consulta e compreensão dos planos de aula apresentados pelos professores antes do início do ano letivo e após o replanejamento realizado no retorno do recesso escolar de meio de ano, até mesmo para que eu pudesse ter uma prévia do que estaria sendo proposto pelos professores em sala de aula, de acordo com a análise desses planos de ensino, ficaria mais esclarecido a proposta de trabalho da professora na qual a direção escolheu para o meu estágio, tornando-se um importante roteiro para o acompanhamento e compreensão das aulas. Ao longo desses 22 anos de magistério, vejoesses planos de ensino, como um elemento essencial para o planejamento diário das atividades que serão desenvolvidas pelo professor em sala de aula durante todo o ano. É uma atribuição do profissional de educação, que irá traçar os objetivos de aprendizagem e como eles serão alcançados. É a partir desses planos que podemos direcionar os estudos a serem aplicados, as atividades a serem desenvolvidas, as habilidades e competências a serem trabalhadas e adquiridas pelos alunos, a forma de avaliação, de modo a nortear o processo de aprendizagem ao longo do ano letivo. É um instrumento bastante valioso para o professor, que desde o planejamento traça suas estratégias, podendo também ser modificado de acordo com as observações do dia a dia de uma sala de aula, dos imprevistos que podem ocorrer, bem como um instrumento norteador até mesmo para uma eventual substituição do docente no caso de uma licença médica por exemplo. Um bom plano de ensino deve incorporar clareza e objetividade, ser atualizado periodicamente, estar em sintonia com uso dos recursos disponíveis na escola, propostas de avaliação, metas a serem cumpridas e ser elaborado com de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes. Os planos por mim analisados em boa parte deles possuíam uma estrutura bastante similar aos planos que já conheço ao longo desse meu percurso escolar, desde sua estrutura, com exceção do conteúdo e a forma de aplicação desses conteúdos que para mim fora uma novidade em razão do segmento se tratar de alunos 16 da Educação Infantil, porém os objetivos muito próximos do que já me sinto familiarizado. 4.3 – Observação das aulas Depois de conhecer a instituição na qual me recebeu para o desenvolvimento do meu estágio, entrevista com os profissionais que lá se encontravam, analisar o PPP e planos de aula, chegou enfim o grande dia para minha experiência em poder observar o dia a dia de uma sala de aula com alunos que estavam iniciando seus estudos, algo novo, diferente até mesmo das atividades desenvolvidas nos Projetos Integradores até então realizados, diferente das aulas por mim desenvolvidas esses anos todos, pois a “clientela” muito embora caracterizadas como alunos também, não é a mesma dinâmica com a qual já estou acostumado a trabalhar, é algo novo, um novo que nem eu fazia ideia de como seria essa minha presença em sala de aula, fiquei me questionando qual seria a reação dos alunos, da própria professora, que estava sendo observada, onde por um momento me coloquei em seu lugar quando sou observado por estagiários na disciplina na qual leciono, bem como pelos coordenadores e diretores que assistem às minhas aulas muitas vezes com prévio aviso ou de surpresa, mas enfim lá estava o estagiário aprendendo mais um pouco desse oficio de ensinar. 4.3.1 – Primeiro dia de observação No primeiro dia as 12hs50min fiz questão de chegar antes do horário da entrada para observar como essa era feita, muito embora não tenha registrado esse momento por meio de foto, vi que os mesmos aguardam no pátio e quando toca o sinal, os mesmos ficam enfileirados um atrás do outro, tanto meninos como meninas e acompanham a professora até a sala de aula, sentam-se como já dito anteriormente do lado direito, lado a lado e de frente os meninos e do outro lado as meninas na mesma disposição. Na sequência a professora entrega os cadernos para as atividades, anota o calendário do mês na lousa, e indica aos alunos qual é o dia do mês e da semana. Realiza a chamada para conferir os ausentes e presentes e na sequência propõe a primeira atividade do dia. 17 Nesse meu primeiro dia de estágio, fui apresentado aos alunos, onde a professora explicou aos demais alunos o que eu estaria fazendo ali e por alguns dias minha presença seria vista com frequência. Me apresentei, fui alias muito bem recebido pelas crianças, onde algumas vieram ao meu encontro, me abraçando, outros um tanto ressabiados, uns já me perguntando pelo nome novamente, enfim foi um momento de acolhimento bastante diferente, onde me surpreendeu muito além do que já estava acostumado ao longo do início dos anos letivos. A primeira atividade proposta, a professora foi um desenho da cabeça de uma pessoa e os cabelos deveriam ser pintados com o uso de guache, podendo os mesmos se utilizarem das cores que achavam conveniente, bem como o tamanho do cabelo e sua forma. Pude perceber nessa aula que alguns alunos não tinham adquirido ainda a habilidade de desenhar uma cabeça humana, com os olhos, bocas, nariz e etc., pude observar ainda que não existia um padrão de tamanho, pois enquanto alguns faziam enormes cabeças, outros as reduziam ao mínimo necessário para pintar e desenvolver a atividade, como sabemos que os alunos não homogêneos em se tratando de habilidades, alguns terminaram em um curto espaço de tempo, enquanto que outros nem iniciaram, ou até mesmo desistiram, pois não se sentiam estimulados a desenvolver a atividade. A professora, passava nas carteiras e ia orientando os alunos no desenvolvimento do desenho, mas sem sugerir em nenhum momento quais cores a serem empregadas, deixando-os livres para decisão neste aspecto. Pude observar ainda que algumas meninas eram mais solidarias as outras no sentido de ajudar a pintar, desenhar, o que não se verificou muito no grupo de meninos. Finalizada a atividade após decorridos aproximadamente 50 minutos a professora recolheu os cadernos, vistou os mesmos e os guardou sob sua mesa. Na sequência aguardam o sinal para a merenda, as 14hs15min saíram para a merenda com um intervalo de 20 minutos para refeição e recreação livre no pequeno pátio da escola. As 14hs40min todos já se encontravam dentro da sala de aula, aguardando o reinício da aula, assim como eu, sentado no fundo da sala, ansioso para seu recomeço. Na sequência a professora entregou uma folha de sulfite para cada um dos alunos, lápis de cor, cola, tesoura e algumas revistas antigas e sugeriu que cada um deles agora de forma mais elaborada desenhasse um corpo humano de um homem e uma mulher, na sequência deveriam pintar o corpo todo. 18 Pude perceber que alguns alunos não conseguiram desenvolver a atividade como proposto, enquanto que outros já demonstravam uma certa habilidade com a arte de desenhar. Assim, ao finalizarem a primeira parte da atividade que era desenhar e pintar, a professora por meio de um exemplo na lousa, pediu que os mesmos fizessem um recorte de um vestido para as mulheres e camiseta e shorts para os homens e colasse no desenho desenvolvido por eles, saíram alguns projetos interessantes, o que mais me chamou a atenção é o que podemos ver na foto abaixo, onde a criança não se preocupou apenas com os bonecos, mas a paisagem que os cercam, destacando o sol, as nuvens, vegetação etc. Muito embora com muita vontade de poder auxiliar as crianças no desenvolvimento da atividade, me contive, limitando-me apenas a observação e registro das impressões que tive. Confesso que pela idade das crianças não esperava o desenvolvimento das atividades com uma certa facilidade por parte de alguns alunos, pude ver que muitos já tinham uma habilidade bastante desenvolvida para a idade que possuem. Por volta das 15hs30min a professora deu por encerrado a atividade proposta, vistou as atividades de todos, reservou num canto para secar a cola, recolheu os materiais emprestados para atividade e aguardou em silencio o sinal do intervalo para o café que ocorreu as 15hs45min. Faltando poucos minutos para as 16hs os alunos já se encontravam em sala de aula, momento em que a professora distribuiu umas peças de lego para que os mesmos pudessem brincar de montar de acordo com a imaginação de cada um, orientando que cada aluno deveria procurar as suas peças no monte disponível e que não poderiam pegar peças que estivessem na posse de outro aluno,pois qualquer peça que precisassem estariam disponível nas caixas a disposição, poderiam montar de forma individual ou em grupo, a depender de cada um deles. A professora aproveitou o momento que estavam brincando com o Lego para recolher os trabalhos feitos de colagem e inserir nos portfólios de cada um deles, aproveitando para registrar as devidas anotações nas atividades. Às 17hs a professora solicitou que guardassem os Legos em suas devidas caixas, separando as peças maiores das menores, encerrou sua aula e informou aos alunos que a professora de movimentos viria até a sala busca-los para a aula de movimentos, assim sendo também me retirei, pois, essa observação fora da sala de aula se daria em uma outra oportunidade, dando por encerrado meu primeiro dia de estágio nesse momento. 19 Figura 04: Rotina de anotação de data, atividades realizadas Fonte: Claudio Bessa Out/2019 4.3.2 – Segundo dia de observação Neste segundo dia de observação, já cheguei na escola quando os alunos já haviam entrado para a sala de aula e se encontravam aguardando a professora como de costume anotar o calendário na lousa, entregar o caderno para as atividades, fazer a chamada e anotar na lousa a quantidade de presentes. Neste dia de observação, a professora como sempre, se mostrava bastante entusiasmada com as atividades a serem trabalhadas com os alunos. Primeiramente desenhou uma sequência de quatro desenhos referente ao crescimento de uma plantinha em diferentes tempos, ao ir desenhando a professora foi explicando a importância de cuidar das plantas, das árvores, como forma de conscientizar os alunos da importância da preservação do meio ambiente. Ao finalizar os desenhos, sugeriu que os alunos colocassem por meio de numeral a sequência correta do estágio de crescimento da planta, que no caso era uma árvore. Todos podiam opinar ao mesmo tempo, onde se percebia por quase uma unanimidade que os alunos conheciam sequência correta dos estágios de formação através dos números. Após essa primeira fase, cada um recebeu o desenho já pronto e a professora orientou que pintassem de acordo com as cores padrão que viam na 20 natureza, por exemplo a cor do sol, da árvore, das nuvens, do céu, terra e etc. pude observar que muitos alunos ainda se encontram no estágio pré-silábico de escrita, muito embora alguns já dominavam ao menos a escrita do nome. Finalizada essa primeira atividade, os alunos foram para o intervalo do almoço e recreio. Ao retornarem a professora recolheu as atividades e as guardou no portfólio de cada um deles. Na sequência ficou uma folha de sulfite na lousa com um quadrado dividido em quatro também, perguntou aos alunos qual figura geométrica era aquela, onde praticamente todos responderam se tratar de um quadrado. Após a resposta a professora disse que como estávamos próximos do fim do ano, eles deveriam ir pensando nos presentes que iriam ganhar e dar de presente, assim a mesma com o uso de uma fita, cortou em duas partes, colou na folha de sulfite, dando a ideia de se tratar de uma caixa de presente e solicitou que os alunos também após distribuir as folhas fizessem o mesmo. Figura 5 Atividade proposta de pintura e matemática Fonte: Claudio Bessa nov/2019 Vi que a maioria procurou desenvolver a atividade, mas uns dois ou três alunos encontraram dificuldade para manipular a cola, a fita, a tesoura, outros desistiram até mesmo de desenhar o quadrado no papel entregue, se recusando a fazer a atividade. Ao final a professora pediu que pintassem e deixasse de lado até secar a cola para 21 ser entregue. Após o encerramento, foram para o pátio e ficaram brincando com os brinquedos distribuídos dentro de duas caixas grandes em um tatame instalado para essa finalidade, emendaram esse momento com o intervalo em seguida. Após o fim do intervalo, já em sala de aula, a professora sugeriu a turma que iria contar uma pequena história, mas para isso seria necessário o silencio e atenção de todos eles, pois senão pararia no meio da história e ficariam sem saber o final. Todos ouviram em silêncio a estorinha da Rapunzel. Finalizado a e estorinha, puderam fazer uma rápida pausa para tomarem água e ir ao banheiro, um por vez. Decorridos quatro horas nesse dia, me despedi dos professores e alunos e fui embora. Figura 06 - Atividade com colagem Fonte: Claudio Bessa nov/2019 4.3.3 – Terceiro dia de observação Neste terceiro dia de observação, cheguei na escola e os alunos já haviam entrado para a sala de aula e se encontravam aguardando a professora como de costume anotar o calendário na lousa, entregar o caderno para as atividades, fazer a chamada e anotar na lousa a quantidade de presentes. Neste dia de observação, a professora como sempre, se mostrava bastante entusiasmada com as atividades a 22 serem trabalhadas com os alunos. Primeiramente a professora lembrou aos alunos que no dia 15 de novembro não haveria aula por ser o dia da proclamação da república e explicou aos alunos o que significava esse dia para nós brasileiros, onde ouviram atentamente, mas pelo que vi na carinha deles, não estavam entendendo muito bem o que estava acontecendo. Na sequência a professora distribuiu algumas revistas para os alunos, juntamente com cola e tesoura e explicou a atividade que deveria ser desenvolvida, ou seja, teriam que recortar pequenas tiras e formar uma letra de seu conhecimento, de preferência a letra que se inicia o nome deles e em seguida desenhar um objeto com a inicial dessa letra e pintar. Vi que todos se empolgaram em realizar a atividade e aqueles que não tinham conhecimento da letra a professora orientou o aluno de como deveria ser. Após essa atividade foram para o intervalo para refeição e retornaram em seguida, enquanto isso a professora, recolheu as atividades, vistou e socializou com os demais alunos cada um dos trabalhos que foram apresentados, na sequência guardou os trabalhos no portfólio de cada um dos alunos. Depois disso foram para o pátio e brincaram de corrida da tartaruga, em disputa de dois em dois até se chegar ao vencedor, percebi neste momento que os demais se dispersavam bastante não dando muita importância à brincadeira, mas alguns até que se interessavam um pouco. Até que todos brincassem levaram mais ou menos uma hora e meia nessa atividade. Ao terminarem a professora propôs uma brincadeira de roda em grupo com cantigas que todos conheciam e tinham aprendido no decorrer do ano letivo. Retornaram para a sala de aula e a professora entregou uma atividade de pintura e colagem que tinha como objetivo formar a palavra do desenho onde para isso bastava se basear nas letras dos recortes, que nesse caso o final seria o “Gato”, e depois de formado a palavra teriam que pintar de acordo com a imaginação de cada um, usando o lápis de cor. Finalizaram a atividade por volta das 17hs15, momento em que me retirei da sala de aula. 23 Figura 07 - Atividade com colagem e letra do alfabeto Fonte: Claudio Bessa Nov/2019 4.3.4 – Quarto dia de observação Neste quarto dia de observação, cheguei na escola antes da entrada, e como sempre os alunos entraram para a sala em fila única, acompanhada da professora e posteriormente encontravam-se aguardando a professora como de costume anotar o calendário na lousa, entregar o caderno para as atividades, fazer a chamada e anotar na lousa a quantidade de presentes. Neste dia de observação, a professora antes de iniciar as atividades lembrou os alunos do dia 20 de novembro que não haveria aula na escola e explicou que se tratava de uma data especial em razão do dia da consciência negra, enfatizando o quanto a cultura negra se faz presente na nossa história desde o período de escravidão no Brasil. Neste dia, houveram várias atividades relacionadas a cultura negra, trabalharamcom desenhos livres e pintura livre, assistiram a um pequeno desenho alusivo à cultura negra, percebi que muitos alunos após os dez minutos de apresentação se dispersaram bastante, mas isso já quase no encerramento do vídeo. Após esse momento, foram para o refeitório tomar a merenda da tarde, enquanto isso a professora tratou de recolher os desenhos feitos e guardar no portfólio de cada um deles. Fizeram uma roda dentro da sala e a professora contou uma pequena história da vinda dos negros para o Brasil, ao encerrar a história contada, conduziram os 24 alunos ao pátio e deixou que brincassem livremente com os brinquedos dispostos nas duas caixas que existiam, orientando sempre que permanecessem no tatame, não podendo se dispersarem e respeitar as regras de brincar cada um com seu brinquedo. Vi que dois deles como sempre não gostavam de brincar em grupo, sempre se destacando dos demais, como das outras vezes que foram observados. Ao final do horário disponível para a brincadeira, retornaram para a sala de aula, tiveram um tempo para o banheiro e água e depois foi dado uma atividade de desenho pronto para pintar alusivo ao dia da consciência negra, desenho esse que deveria ser levado para casa e mostrado aos seus pais e trazidos depois para serem guardados no portfólio do aluno. Nesse dia é que fui perceber que a professora sempre fazia alguma anotação na agenda deles referente ao comportamento, uso de material etc. direcionado aos pais. Ao final do dia, os alunos foram acompanhados por outra professora que era a responsável pelas aulas de movimentos onde eram feitas no pátio com apenas os alunos da sala, muito embora, sempre de forma coletiva as participações. Fizeram exercícios físicos, trote, caminhada em círculo, brincaram de marcha soldado, etc. Por volta das 17hs40 encerraram as atividades e voltaram para a sala de aula. O tempo todo fiquei apenas observando as participações e as relações interpessoais entre eles. 4.3.5 – Quinto dia de observação Neste dia os alunos tiveram aula, mas não me fiz presente em sala de aula, pois era um dia de HTPC e aproveitando o momento, preferi participar da reunião que foi dirigida pela coordenadora, onde a mesma passou os principais recados, o calendário para o encerramento do ano letivo, cobrou dos professores e monitores como estavam os trabalhos referente ao projeto “Convivendo com as diferenças” onde cada um expôs as atividades desenvolvidas, os painéis que seriam apresentados, as apresentações, o cronograma de apresentação da exposição e o tempo de duração de cada uma das atividades com as respectivas salas. Depois foi proposto um levantamento de todas as atividades que haviam sido realizadas no decorrer do ano letivo, os planos de aula que estavam em sintonia com o proposto, os ajustes necessários. Falaram ainda sobre alguns alunos com comportamento inadequado, onde foi sugerido a presença dos pais ou responsáveis para tomarem conhecimento 25 de eventual necessidade de encaminhamento para profissionais da saúde para acompanhamento e diagnósticos, tais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeuta, etc. por fim, receberam orientações referente ao encerramento do ano letivo com os alunos. 4.3.6 – Sexto dia de observação Neste dia cheguei na escola por volta das 08hs00, mas diferente dos outros dias não entrei para a sala de aula, até porque minha sala de estagio era no período da tarde, me dediquei em ajudar as professoras e a coordenadora a montar os painéis para a exposição referente ao tema proposto no projeto “Convivendo com as diferenças” painéis esses criados a partir dos trabalhos desenvolvidos por cada uma das salas de aula existente na escola, sob a coordenação de cada professor responsável, ao final da montagem, os alunos das salas seriam convidados e sob a orientação de seu professor a conhecer a exposição, muito embora aberta a toda comunidade ao redor da escola, vi que apenas uns quatro a cinco pais comparecerem para prestigiar os trabalhos dos alunos, mas de qualquer forma a exposição foi bastante interessante, bem diversificada e dinâmica, os alunos interagiram bastante e vi que gostaram e muito dos trabalhos apresentados. Figura 8 - Exposição “Convivendo com as diferenças” Fonte: Claudio Bessa Nov/2019 26 Na parte da tarde, retornei para a escola, participei dos primeiros minutos da aula, onde foi proposto uma atividade de colagem e pintura e posteriormente os alunos foram convidados a conhecer a exposição com a professora e em grupo, a acompanharam e a professora procurou explicar o que cada um dos painéis significavam e por quem tinha sido feito, inclusive um painel montado por eles mesmos. Ao final da exposição, após todos terem visto, ajudei na desmontagem dos painéis e guarda dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Foi algo bastante proveitoso, porque pude ter uma ideia e poder comparar o desenvolvimento de um projeto por crianças da educação infantil e alunos já alfabetizados e do ensino médio. Na sequência voltei para a sala de aula, onde foi proposto uma atividade de matemática que tinha como objetivo desenhar os números de um a dez e pintá-los e para finalizar a aula a professora entregou diversos quebra cabeça com diferentes desenhos e formatos de peças para que montassem em duplas, sempre trocando entre eles os diferentes desenhos. Percebi que as meninas são bastante solidárias no sentido de ajuda mútua e até mesmo entre outros grupos. 4.3.7 – Sétimo dia de observação Já bastante familiarizado com a turma na qual estava acompanhando as aulas em observação neste dia, a professora propôs uma aula baseada em um filme, onde assistiram ao filme, com algumas pausas para a merenda, o intervalo, “A Família do Futuro”. Para tanto, a professora fez uso de um aparelho dvd e uma televisão móvel, pois a escola não possui uma sala adequada de vídeo, vi que alguns deles se dispersaram bastante, mas a maioria se comportaram adequadamente. No meu ponto de vista o propósito da atividade foi cumprido parcialmente por alguns alunos, pois não foram todo os alunos que refletiram sobre a importância da família e somente alguns deles falaram sobre as famílias que conhecem e como elas são compostas. Alguns falaram sobre família com duas mães, uma família sem o pai ou sem a mãe, ou uma família sem os pais somente com os avôs, uma por incrível que pareça disse que não tem pais e mora num abrigo, mas que estava à procura de uma mãe e que ainda iria encontrar! Os alunos participaram bastante da atividade, notei que são muito espertos e curiosos, me perguntaram como era minha família, com quem eu morava, se eu era casado, solteiro, se tinha filhos. Após essa atividade, os alunos 27 foram para o pátio para atividades de movimentos com a outra professora, brincaram de amarelinha até o encerramento do dia letivo. 4.3.8 – Oitavo dia de observação e Regência Esse não era um dia comum como os demais dias de observação, nem mesmo igual ao dia em que ajudei a montar os painéis da exposição sobre: Convivendo com as diferenças. Esse era a minha primeira regência que iria realizar com os alunos da professora Adriana, confesso que havia me preparado bastante para esse dia, pesquisei atividade, montei um esquema de aula, enfim tudo preparado para a minha primeira aula na educação infantil, parecia tão simples, afinal, 22 anos de sala de aula, trabalhando com todos os tipos de alunos que se pode imaginar nesses anos todos. Mas não era, lembrei do meu primeiro dia de aula para uma turma de ensino médio. Aula de Física e eu ainda cursando Direito! Meu Deus, tudo veio à tona, como seria a reação dos alunos, a diferença é que esses pequeninos já me conheciam a um tempo, afinal a pelo ao menos um mês via-os com certa frequência. Porém a diferença é que agora ao invés de observador, eu seria observado,não apenas pelos pequeninos, mas também pela professora deles, confesso que procurei ao máximo manter a calma, a tranquilidade, mas um erro na condução ali da aula poderia ser bastante prejudicial para os pequenos. Mas antes de começar, a professora disse que precisava desenvolver uma atividade com eles referente ao Natal, onde sugeriu que abrissem o caderno de desenho e desenhassem uma árvore de Natal, um boneco de neve e um Papai Noel, de forma livre e deveriam pintar de acordo com as cores que costumam ver na televisão, estavam todos animados com a proposta, inclusive alguns deles até perguntaram se na semana que vem já seria o natal e a professora informou que ainda não, que naquele dia faltava exatamente um mês para o Natal, com isso, ganhei mais uns momentos para me preparar para a atividade que havia planejado para aquele dia. Por incrível que pareça achei que aquela atividade passou muito rápido, nem percebi o intervalo para a merenda. Ao retornarem a professora com um ar de felicidade disse: “Professor são todos seus, fique à vontade para lhes ensinar o que planejou, para minha sorte, ela deu uma saidinha para tomar um rápido café e disse que ao retornar sentaria no mesmo lugar meu de costume, no fundo da sala. Como 28 nas aulas em que havia acompanhado até o momento, percebi que as crianças gostavam muito de desenhar, recortar, pintar, etc. Assim preparei uma aula baseado no desenho, dessa forma, preparei diversos desenhos que deveriam ser formados a partir da ligação de pontos, em uma sequência lógica numérica, dessa forma conseguiria introduzir a ideia de sequência matemática, unindo a arte de desenhar e ao final de cada desenho possuía um número de casas de acordo com o desenho formado para que eles anotassem o que haviam desenhado, ou descoberto a partir da ligação dos pontos. A atividade por incrível que pareça correu muito bem, foram poucas as vezes que precisei intervir a pedido dos mesmos, quando se perdiam em qual direção seguir com os traços. Após ligarem os pontos, sugeri que pintassem com as cores que achavam mais interessante, mas que procurasse representar as cores reais dos objetos ou aves, ou animais. Nem me dei conta quando a professora voltou para a sala de aula, pois a esta altura da aula, já estava bastante à vontade com os alunos e interagindo bastante com os mesmos. Como sempre faziam os trabalhos sentados lado a lado, mantive essa formação por também entender que a interação estaria garantida a todos eles. Por fim, ao analisar os resultados, observei que a maioria deles sabiam o que se tratava seu desenho, mas não sabiam escrever no espaço destinado a isso, por ainda não conhecerem muitas letras ou sílabas, assim os auxiliei neste sentido, para finalizar, cada um socializou seu trabalho realizado com os demais alunos e até mesmo com a professora. Foi bastante diferente de tudo que vivi em sala de aula esse tempo todo a experiência vivida com os pequenininhos, mas empolgação foi tanta, que me esqueci de registrar esse momento ímpar de minha formação. 4.3.9 – Nono dia de observação e Regência Gostei tanto da primeira regência com os alunos que na aula anterior ao me despedir da turma e já prevendo o fim do ano letivo, pedi a professora que me permitisse voltar no dia 27, ou seja dois dias depois para dar sequência a minha regência, pois temia que no início do mês de dezembro muitos já não comparecessem mais, o que foi prontamente atendido pela professora, se mostrando bastante solicita e compreensiva com minha preocupação, mas ao mesmo tempo me tranquilizando 29 que os alunos da Educação Infantil, em sua maioria com certeza compareciam até o ultimo dia de aula, mas que eu poderia sim realizar a segunda regência até no dia seguinte se quisesse. Enfim dois dias depois estava eu lá, aguardando a minha oportunidade de trabalhar com os alunos novamente e mais uma vez a professora estava desenvolvendo uma atividade lúdica relacionada ao pintar e recortar, só que agora com atenção ao uso de algumas letras do alfabeto, para aquecimento, até auxiliei a professora no desenvolvimento da atividade, finalizada a atividade como de costume, a professora, as guardou em um lugar separado para secagem, depois socializou com os demais e guardou no portfólio de cada um. Foram para o intervalo para merenda e recreio e ao retornarem, a professora já informou que dali por diante eu é quem seria o professor deles. Diferente do primeiro dia, já estava mais à vontade com os alunos e primeiramente tratei de explicar o que iriamos aprender naquele dia e os materiais que seriam utilizados, primeiramente apresentei aos alunos, comentando o modo de desenvolvimento da atividade, estabelecendo um contrato pedagógico para uma relação boa e amigável entre eles e entre o professor. Em seguida conversei com os alunos sobre as atividades que serão executadas durante a aula, falando da importância da participação de todos com o diálogo sobre “A importância da família na minha vida”. Durante a atividade, os alunos foram falando palavras que dão sentido ao significado de família. Enquanto iam falando, eu ia escrevendo no quadro as ideias deles. Na sequência entreguei uma ficha para cada um deles no formato de uma casa e um balão para ser enchido, como era de conhecimento que a maioria não sabe ainda escrever, a professora e eu, mais uma monitora ia tomando nota nas fichas o que eles pensavam sobre a família, quantos irmãos tinham, como era sua vivencia com a família, etc. ao terminarem de anotar, os balões eram enchidos com a ficha dentro, ao terminar o preenchimento e os balões cheios, foram reunidos em círculo e os balões foram jogados para cima e cada um de forma aleatória pegava um balão, não necessariamente o seu. Depois que todos estavam de posse de um balão, os mesmos eram estourados um a um, (o que provocou aquela euforia neles), e em voz alta, eu ou a professora e a monitora faziam a leitura e procurava identificar qual era o aluno que havia escrito para os demais coleguinhas da sala. A atividade foi finalizada com a explicação para cada um deles da importância da família de cada um e 30 demonstrando que cada um tem sua própria família e não são e jamais serão iguais uma a outra. A atividade foi encerrada e na sequencia houve a aula de movimento com a professora responsável no pátio da escola. Avalio que a aula foi bastante produtiva, a agitação deles a meu ver, foi normal, pois além de ser um professor diferente as atividades eram bem diferentes do que estavam acostumados e as dinâmicas também desenvolvidas também. 4.3.10 – Décimo dia de observação Neste dia, a professora Adriana, titular das aulas por motivo de saúde não pode comparecer à aula, situação em que os alunos para não ficarem sem nenhuma atividade, as professoras monitoras sugeriram que os mesmos assistissem a um vídeo e aproveitando que estávamos próximos da semana do Natal, foi passado o filme “O Nascimento de Jesus, para tanto, afastaram as carteiras e ao centro colocaram os tatames e juntaram as duas salas de aula da tarde, o que deu um total de mais ou menos 35 alunos das duas salas. A algazarra estava a princípio bem controlada, pois a euforia para assistirem ao filme era bastante comum a todos eles. Passado a dificuldade de conseguirem ligar o vídeo, pois os cabos eram bastante precários, situação que fez com que os alunos até então quietos, começaram a ficar impacientes e se dispersarem fora do tatame. Enfim conseguiram iniciar o vídeo, os alunos começaram a prestar atenção no vídeo, uns sentados, outros deitados na medida do possível, mas praticamente todos de certa forma atentos ao filme. Na minha humilde inocência e nunca vivido experiência antes igual a esse dia, pois acostumado a passar vídeo para alunos, acreditava que a atenção para a história seria do começo ao fim,mas ledo engano, decorridos aproximadamente 15 minutos de filme, os alunos começaram a manifestar uma certa inquietação, com conversas paralelas, brincadeiras entre os pares, pedidos para ir tomar água, banheiro, etc. ou seja tudo menos atenção no enredo do filme, se tivessem que elaborar um relatório, talvez e não mais que isso, dos 35 alunos, no máximo uns dois estariam aptos a isso nada mais. Tirei uma conclusão que não era apenas meus alunos do ensino médio que se dispersam quando tem que assistir a um vídeo, pude compreender que antes de se propor um vídeo tem que se ter uma conversa prévia e sua proposta final, com a 31 intenção de conseguir atrair ao máximo a atenção, para essa faixa etária, em conversa com as monitoras as mesmas me disseram que isso é normal, que eles nessa idade não conseguem se atentar por muito tempo, que um vídeo tem que ser muito bom, de preferência desenho com um tempo máximo de 15 a 20 minutos, pois além disso eles por si só já começam a ficar inquietos e impacientes. Ao final do vídeo, os alunos foram para o intervalo, tomar merenda e recreação. Retornaram para a sala de aula e as monitoras distribuíram duas caixas de brinquedo para que socializassem entre eles, podendo brincar em grupo ou individualmente, dependendo da vontade de cada um. Posteriormente foram convidados a ir para o pátio para a aula de movimentos com a professora responsável pelo grupo. Nesse dia foi proposto uma atividade de brincadeira de roda com cantigas que já eram de seus conhecimentos. Encerraram as aulas por volta das 17hs45 e ficaram na sala de aula aguardando o sinal para ir embora. 4.3.11 – Décimo primeiro dia de observação. Este era para mim o último dia de presença na escola, pois estava praticamente encerrando meu estágio, foram quase dois meses de acompanhamento das aulas, interação com os alunos, com a direção, funcionários, coordenadora, enfim, foi um período de grande aprendizado com um ganho tremendo no que se refere ao desenvolvimento de um trabalho com os alunos da educação infantil, estava feliz por ter chego até ali, e poder acompanhar ainda a expectativa de encerramento do ano letivo que também estava em seus derradeiros dias. Neste dia como de costume com os dias anteriores a professora fez a chamada, anotou o calendário na lousa, passou uma atividade de desenho livre, logo em seguida veio o horário da merenda e intervalo, na sequência após retornar para a sala de aula, os alunos puderam brincar com os seus próprios brinquedos trazidos de casa e os que não haviam trazido podiam pegar algum deles dentro das caixas do pátio. Por curiosidade perguntei a professora se eles chegavam a trocar os brinquedos entre si, tendo em vista que no meu pensamento já estivessem enjoados de brincar com seus próprios brinquedos. A professora Adriana, me respondeu que era meio incomum trocarem os brinquedos, pois era mais fácil brincar em duplas ou grupo mesmo, disse ainda que quando sugere esse tipo de atividade, é justamente pensando na socialização entre 32 eles e que já avisa aos pais que quando enviarem os brinquedos tem que ser os mais simples possível, senão isso pode gerar um problemão se forem aqueles brinquedos caros, cheios de luzes, etc. pois quando alguém levava algo assim ela nem deixava tirar da mochila pois o alvoroço certamente estaria formado. Pelas atitudes deles neste dia em sala de aula, compreendi que realmente o risco era enorme, pois alguns se interessavam mais pelo brinquedo do amigo do que do seu próprio brinquedo. Logo após esse momento de descontração e diversão com os brinquedos, a professora pediu que todos guardassem seus brinquedos e os brinquedos da caixa, requerendo ainda que dois deles levassem a caixa com os demais brinquedos e colocassem no mesmo lugar que haviam encontrado. Na sequência foi até a lousa e começou a escrever a inicial dos nomes dos alunos, apenas a primeira letra e perguntava qual nome seria aquele que estava sendo escrito, percebi que estavam bastante familiarizados com o nome de cada um deles, muitas vezes com a primeira ou segunda letra já conseguiam adivinhar qual era o nome proposto. Ao finalizar essa atividade, trouxe uma série de quebra-cabeças para os mesmos brincarem em dupla e na medida que montavam iam trocando com os demais grupos que já tivessem concluído a montagem do outro. As atividades em sala de aula se encerraram com a montagem do quebra-cabeça. Já no final da aula, agradeci a todos pela paciência que tiveram comigo, assim como a professora que acompanhei todo o estágio, coordenação, direção, enfim todos que puderam de uma forma ou de outra me proporcionar grandes momentos de aprendizagem. Figura 9 - Atividades diversas em grupo Fonte: Claudio Bessa Nov/2019 33 5 – CONCLUSÃO Nesses quase dois meses de estágio na Educação Infantil com crianças pequenas pude observar como é importante para elas as atividades em grupo, principalmente no pátio ou até mesmo na sala de aula. No momento das refeições, ninguém era obrigado a comer o que não queria, nem mesmo comer toda a comida do prato caso não quisessem. Elas tinham liberdade plena para se alimentar como quisessem, recebendo pequenos auxílios aqui e ali no que tange a se alimentar utilizando os talheres para os que ainda não possuíam coordenação motora suficiente para dominar tal prática. Segundo orientações do Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI, 1998, P. 23): Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. De acordo com a citação supracitada, o que pude perceber nessas quase nove semanas de estágio na Educação Infantil é como as crianças valorizam e se sentem gratas ao notar o cuidado sobre si mesmas, muitas vezes também sentem a necessidade de maior atenção. Pude observar que as professoras procediam como verdadeiras parceiras das crianças nas atitudes de cuidar, que segundo o RCNEI também fazem parte do educar. Estavam sempre atentas à organização segura do 34 ambiente, à condição das crianças segundo o clima (se estavam bem agasalhadas no frio, ou agasalhadas demais no calor), se choravam o porquê choravam (não seria porventura uma febre?). As crianças tinham liberdade plena para ir ao banheiro sempre que solicitavam, e eram tratadas com muito carinho por todas elas. Este estágio obrigatório supervisionado não foi o primeiro na minha vida, pois já estou vivenciando minha terceira graduação, sendo uma na área jurídica e outra na área da educação, mas confesso que para mim foi algo inédito e plenamente somador, agregando experiências até então jamais vivenciadas mesmo trabalhando a tanto tempo em sala de aula. Porém uma coisa é você estudar a teoria de diversos educadores, pensadores, psicólogos etc. como as crianças se manifestam em seus primeiros anos de vida em seu contato com o mundo e como se dá essa relação com ele, entre seus pares e terceiros; outra coisa é você estar frente a frente com essa realidade através do estágio em uma sala de aula de educação infantil. Pude perceber que para que haja um desenvolvimento pleno das crianças pequenas a escola tem que oferecer as condições básicas e suficientes para isso, disponibilizando todos os suprimentos e materiais pedagógicosque venham ao encontro das necessidades e demandas da criança que cresce e aos poucos por meio de sua formação, descobrindo o seu eu. Em se tratando de sala de aula percebi que o “educar e cuidar” estão intrinsecamente ligados, onde a defasagem de um certamente ocasionará a ineficácia do outro. Como educadores, devemos estar sempre atentos a como as crianças se relacionam entre si, como se apropriam dos conhecimentos, como fazem a leitura das diversas linguagens que lhes são propostas, suas assimilações, seus interesses, aprimoramentos, seus anseios e buscas, formas de manifestação, relacionamento interpessoal e leitura do mundo é fator primordial para a disponibilização de um ambiente que vá cada vez mais ao encontro de todas as suas demandas e aspirações em seu processo evolutivo. O momento do estágio se configura como um momento de trabalho inteiramente reflexivo. Vários alunos me marcaram com jeito simples, humilde, carente e até mesmo curioso. Paulo Freire nos relata que "um educador que alimenta sua ação com a necessidade de formar um determinado tipo de homem e de sociedade fará de sua profissão umas práxis política e consciente". Dessa forma terminei o meu estágio com a certeza de que adquiri muito conhecimento, agregando muito mais as minhas práticas docentes do dia a dia. A pedagogia é a ciência da educação, o ato 35 educativo como prática social deve ter a intenção de transformação e conhecimento, conhecimento que determina uma didática, entendo a didática como um ciclo entre ensino, aprendizagem e sujeitos do processo, onde a didática só será finalizada com o aprendizado do sujeito. A realização deste estágio me possibilitou ampliar minha visão em relação aos múltiplos fatores que podem influenciar no comportamento de uma criança. Permitiu maior aproximação com o cotidiano vivenciado pelas famílias e compreender algumas de suas dificuldades e limitações que cada um do grupo familiar enfrenta. Este estágio me permitiu novos conhecimentos, contribuindo em muito para o enriquecimento pessoal como profissional da educação. A cada dia um momento diferente, acontecimentos que envolviam os alunos e que chamavam a atenção para as aulas, como vídeos, as leituras compartilhadas, as brincadeiras na quadra, bem como as confecções de painéis, dentre outras ações. Em meu estágio foi tudo muito válido e positivo. Meu propósito, é de aprender e de exercer uma prática educativa cheia de desejo de mudança e de transformação sendo significativa para eles. Acredito que é nos anos iniciais que a sala de aula pode tornar-se um ponto de partida, onde as crianças sejam envolvidas na construção de uma sociedade mais justa e digna para todos. Durante as atividades lúdicas desenvolvidas em sala de aula todos os procuravam participar ativamente, seja desenvolvendo em grupo ou individualmente. Defino o conceito de estágio, como um grande campo de oportunidade para o desenvolvimento do conhecimento, que envolve estudos, análise, problematização, prática e reflexão para fins de proposição de soluções sobre o ensinar e o aprender. Seja trabalhando com as crianças pequenas, com as maiores, entendo que o papel de qualquer educador é antes de tudo amar a sua profissão compreendendo que a Educação é a alma do mundo, pois sabedores que somos, é a partir dela que tudo se forma e é dela que saem as estruturas nas quais todas as bases sadias da sociedade estão firmadas, priorizando sempre a formação de indivíduos para a vida, para o mundo, os quais se apropriam de conhecimentos que lhes permitam a autossubsistência e satisfação pessoal, características humanitárias, autonomia, relações interpessoais e boa convivência, proporcionando a geração de novos conhecimentos e criação em prol de uma sociedade em constante transformação, inovadora, jamais se esquecendo de que essa formação proveitosa e plena se inicia lá na educação infantil, com nossas pequenas crianças. 36 6 - REFERÊNCIAS: BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Nº 9394/96. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vol. 1. Brasil: MEC/SEF 1998, P. 23. LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J.F de; TOSCHI. Educação escolar: política, estrutura e organização. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2005. https://www.webartigos.com/artigos/projeto-politico-pedagogigo-e-a-ldb-9394- 96/62030. Acesso em 20 de janeiro de 2020. Portaria CAPES nº 65 de 11/11/2002, Art.18. Disponível em: b<https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=184302 > Acesso em: 18 dez. 2019 Parâmetros nacionais de qualidade para a Educação Infantil/Ministério da Educação. Secretaria de Educação. – Brasília – DF: MEC, SEB, 2006, p.16. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf> Acesso em: 17 Dez. 2019. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996. VYGOTSKI. La psique, la consciência, el inconsciente. Obras Escogidas. Madri: Visor, 1991, tomo I, p. 95-110. https://www.webartigos.com/artigos/projeto-politico-pedagogigo-e-a-ldb-9394-96/62030 https://www.webartigos.com/artigos/projeto-politico-pedagogigo-e-a-ldb-9394-96/62030
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