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RESENHA CRITICA A GAROTA DINAMARQUESA E TRASÁMERICA

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CRISTIANE A. SENA SANTOS 
 
 RESENHA CRITICA DOS FILMES 
 A GAROTA DINAMARQUESA E TRASÁMERICA 
 
Os filmes A garota Dinamarquesa e Transamérica, trás como tema central a transexualidade O filme A garota Dinamarquesa se passa em Copenhage em 1926 e conta a historia de Einar Wegener, um pintor dinamarquês, casado, de relativo sucesso, que assumi sua identidade feminina. Einar começa a mudar sua aparência, através de uma brincadeira da esposa Gerda Wegener de se vestir de mulher, e passa a se chamar de Lili Elbe. O que desperta nele o gênero no qual ele de fato sempre se identificou mais que sempre reprimiu .Com o apoio, ainda que conturbado, da esposa, Einar vai passa por uma das primeiras cirurgias de mudança de sexo da história para tentar se transformar por completo em Lili. 
O filme Transamerica também trás como tema central a transexualidade, que se passa em 2005, conta a historia de Bree Ozbournei uma mulher trans, que as véspera de realizar a sua cirurgia de redesignação sexual, após varias sessões com psicóloga e exames psiquiátricos, Bree ver sua vida sua vida transforma-se com a descoberta de um filho adolescente de 17 anos, proveniente de uma aventura com uma amiga de faculdade quando ainda se apresentava no gênero masculino . O filho encontrava-se preso em um reformatório por porte de drogas e prostituição e precisava de sua ajuda. Restando apenas uma semana para a cirurgia de readequação sexual , sua psicóloga proíbe que ela se submeta à cirurgia sem resolver esse assunto, Bree a contragosto viaja para Nova Iorque para encontra-se com seu filho Toby.
 Embora os dois filmes se passem em épocas diferentes, as questões vividas pelos personagens centrais, são bem semelhantes , mesmo em formações culturais diferentes, os dois sofriam das mesma angustia, a de se verem em um corpo que não lhes pertenciam, com a certeza que houve um erro e que aquele corpo não condizia com o gênero que ele tinha a certeza que tinham. No que diz respeito a questões culturais da época, ainda que os dois personagens vivessem em épocas e padrões diferentes, a forma como eles eram vistos e sentidos eram semelhantes. Lili e Bree eram visto como uma aberração, uma blasfêmia, uma agressão à leis divinas, que seu modo de sentir e existir eram considerado sem-vergonhismo, chegando a sere agredido físico e verbalmente.. Para a ciência Lili era um distúrbio psiquiátrico de identidade, um transtorno. No caso de Bree não era mais considerado como distúrbio, ou transtorno, mais sim uma disforia de gênero, mas levando em conta que o significado da palavra disforia, é: mudança repentina e transitória do estado de ânimo, tais como sentimentos de tristeza, pena, angústia; um mal estar psíquico acompanhado por sentimentos depressivos, tristeza, melancolia e pessimismo. Quando atrelamos tudo isso ao gênero, nada mais é que um “transtorno”, sendo assim, ela precisava de uma grande avaliação psicológica para conseguir convencer que estava em sofrimento com seu gênero. Mas na tentativa de se tornarem um ser humano completo e pleno, eles se submetem a todos os processos e riscos para realização de uma cirurgia de transgenitalização, conhecida como cirurgia de troca de sexo. Par Lili esse procedimento era algo inovador, cheio de riscos na época, mais que não a impediu de se arriscar dentro da certeza do que ela era e do quanto seu órgão genital o incomodava. Par Bree era uma realização de um sonho a muito planejado e sacrificado, em economias e enfrentamento de magoas e dores das pessoas que ela amava.
 O que me leva a voltar um olhar mas aprofundado para os coadjuvantes dessas historias e não me refiro apenas aos personagens dos filmes, mais os personagens da vida real também. Me refiro aos familiares, amigos, maridos, esposas, mães, pais... as pessoas que amam um ser que não existem, ou que passam a não existir em um determinado momento para elas. São pessoas que passam a ter seus sentimentos a deriva, vagando, tendo muita dificuldade de achar ou aceitar o novo porto. Normalmente essas pessoas são vistas com um olhar critico, taxados de insensíveis, intransigentes, preconceituosos, e tendo seu amor sendo colocado a prova. Mas o que percebo são pessoas que estão tão sofridas ou até mais sofridas que uma pessoas trans, pois a pessoa trans tem suas certezas e por mais que tenham que enfrentar dificuldades(que não são poucas), mais a certeza de que aquele corpo não lhes pertencem, que aquela vida não lhes pertencem ,lhes dão forças em um determinado momento para enfrentar as mais duras batalhas em busca não apenas de uma aceitação, mais de uma transformação necessária. Mas e as pessoas que amaram suas certezas? Uma fala me chamou muita atenção nos dois filmes, quando a esposa da Lili diz que sente falta do marido dela e quando a mãe de Bree diz que sente falta do filho dela, essas pessoas tem grandes dificuldades de reconhecer e de amarem aquele que elas não conhecem, amar a certeza de um trans é passar a amar um estranho, é um recomeço doloroso e que poucos de fato olham com um olhar mais aprofundado. 
 Tenho percebido uma gama de sofrimento muito grande sendo deixada de lado ou ainda pior, sendo cobrada e exigida sem o devido cuidado e sensibilidade de entender a dimensão daquele sofrimento. Me tocou muito o sofrimento daquela esposa, que embora estivesse ali do lado ajudando e apoiando, ela estava totalmente desamparada, desacolhida vendo marido que ela amava morrer em vida. Aquela mãe assim como muitas, estava presa em uma dor de luto, de ver falecer um filho que ela amava e ter que passar a amar uma filha que ela não conhecia. Acredito que como futuros profissionais em psicologia nosso olhar se torne mais ampliado e acolhedores, que ajude a esses coadjuvantes e se manterem dentro das historias de seus amados, que os auxiliem na difícil tarefa de aprender a amar com os olhos fechados, ou seja, amar incondicionalmente.

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