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UNIP – Universidade Paulista Polo – Oriximiná Curso: MATEMÁTICA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E TECNOLOGIA Fagner Luiz Torres de Souza RA: 1831457 Fagner Luiz Torres de Souza EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E TECNOLOGIA MATEMÁTICA Trabalho Monográfico – Curso de Graduação - Licenciatura em Matemática, apresentado à comissão julgadora da UNIP – Oriximiná, sob a orientação do professor Reginaldo B. Ferreira Oriximiná-Pá FAGNER LUIZ TORRES DE SOUZA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E TECNOLOGIA Relatório final, apresentado à comissão julgadora da UNIP – Oriximiná, como parte das exigências para a obtenção do título de Licenciado em Matemática Oriximiná, 27 de Outubro de 2020. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. (Nome do orientador) Afiliações ________________________________________ Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações ________________________________________ Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho de monografia a todos os professores do curso, a Universidade Paulista – UNIP, ao orientador do trabalho, Polo Unip-Oriximiná, aos familiares, amigos e a todos que de certa forma contribuíram para a realização deste projeto. SUMÁRIO 1 - RESUMO............................................................................................................6 2 - INTRODUÇÃO....................................................................................................8 3 - DESENVOLVIMENTO......................................................................................11 3.1 - Desafios da educação em tempos de pandemia: a importância do uso e adequação de tecnologias digitais como forma de conectar professores e alunos. ......................................11 3.2 – O ensino não presencial.......................................................................................25 3.3 - Alunos sem acesso ou com acesso limitado a internet.................................................26 3.4 – Capacitação dos Professores Diante dos desafios impostos pela pandemia. ..................28 3.5 - A importância da família no processo de ensino aprendizagem no período de pandemia....29 3.6 - Rumos da educação pós pandemia.........................................................................30 3.7 – Considerações...................................................................................................34 4 – METODOLOGIA ..............................................................................................36 5 - CONCLUSÃO...................................................................................................37 6 - REFERÊNCIAS.................................................................................................40 6 1. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar os pontos negativos e positivos que atualmente estamos enfrentando na vida social e escolar, na qual dia após dia temos que saber lhe dar e tentar de alguma forma resolver ou pelo menos amenizar a situação. Após sermos atingindo de surpresa por um vírus chamado Covid-19, mais conhecido como “Corona Vírus”, vírus este que causou a paralização de vários setores, inclusive as escolas, que neste período foram fechadas no mundo todo, afetando assim, o desenvolvimento da educação. Porém por outro lado, diante dessa nova realidade na qual estamos vivendo, nasce a necessidade de refletir e analisar sobre o futuro do aluno, do professor, da escola e sociedade. Certamente precisamos inovar e impulsionar os métodos de ensino-aprendizagem em matemática e para isso contamos com a ajuda de ferramenta tecnológicas educacionais que por sua vez traz consigo grandes benefícios para o aprendizado, tanto para o aluno quanto para o professor. Porém, com a ajuda das tecnologias deve haver uma grande transformação em relação aos métodos de ensino; é fundamental que haja nesse momento parceria entre escola, professor, aluno, entre outros, para que ambos possam ter qualidade nos processos a serem executados, contribuindo para as necessidades reais e assegurar que as tecnologias educacionais sejam realmente inclusivas e não exclusivas. Diante dessa situação ao qual enfrentamos devemos sim, buscar novos conhecimentos e inovar o método de ensino-aprendizagem com intuito de melhorar a qualidade de ensino- aprendizagem nas escolas e possivelmente transformar a vida dos alunos, capacitando-os a serem grandes profissionais em sua carreira podendo assim contribuir com a sociedade em geral. Palavras-chave: matemática. Ensino da matemática. Ensino-aprendizagem. Novas tecnologias. Pandemia. 7 ABSTRACT This work aims to present the negative and positive points that we are currently facing in social and school life, in which day after day we have to know how to give it and try to somehow resolve or at least alleviate the situation. After being hit by surprise by a virus called Covid-19, better known as “Corona Virus”, a virus that caused the paralysis of several sectors, including schools, which in this period were closed worldwide, thus affecting the development of education. However, on the other hand, in the face of this new reality in which we are living, the need arises to reflect and analyze the future of the student, the teacher, the school and society. We certainly need to innovate and boost the teaching-learning methods in mathematics and for that we count on the help of educational technological tools that in turn bring great benefits for learning, both for the student and the teacher. However, with the help of technologies, there must be a major transformation in relation to teaching methods; it is essential that there is a partnership between school, teacher, student, among others, so that both can have quality in the processes to be executed, contributing to real needs and ensuring that educational technologies are really inclusive and not exclusive. Given this situation that we face, we must seek new knowledge and innovate the teaching-learning method in order to improve the quality of teaching-learning in schools and possibly transform the lives of students, enabling them to be great professionals in their career thus being able to contribute to society in general. Keywords: Mathematics. Teaching of mathematics. Teaching-learning. New technologies. Pandemic. 8 2. INTRODUÇÃO A pandemia do novo corona vírus, o Covid-19, fechou as portas das escolas de ensino regular e profissionalizante em todo o Brasil. Trata-se de uma das medidas de contenção da doença e diminuição do contágio. De acordo com o relatório do Banco Mundial, mais de 1,5 bilhões de alunos ficaram sem estudos presenciais em 160 países. Diante do quadro mundial imposto pela Pandemia/covid 19, foi preciso rapidamente reinventar e ressignificar a prática pedagógica tanto do ensino aprendizagem da matemática, quanto das demais disciplinas, desenvolvida nas escolas buscando formas para garantir a continuidade da aprendizagem dos alunos. A readequação do planejamento, com a urgência requerida, foi uma estratégia para assegurar o direito universal à educação, conforme prevê a legislação vigente, por meio de um conjunto de ações que chamamos de atividades não presenciais. Desde o início do processo, deixamos claro que não estávamos falando de EAD porquê a Educação a distância como conhecemos, pressupõe que ambos os atores tenham acesso à tecnologia para alcance dos resultados e as informações apresentadas anteriormente, apontam que essa não era a realidade da totalidade de todos estudantes. Com essecenário, muitos gestores escolares tiveram que buscar saídas emergenciais para continuar as atividades. Principalmente, com o auxílio de suportes remotos de ensino e a introdução de novas metodologias, apoiadas em tecnologias digitais. Inovar também é aprender! E quando falamos em inovar, podemos pensar em como iremos a partir desse momento melhorar o que já fazíamos antes. Certamente, precisamos impulsionar e melhorar o sistema de ensino-aprendizagem na Matemática, em especial nas escolas de rede pública. A matemática é um dos grandes desafios na vida dos alunos e em toda região do Brasil e devemos melhorar e superar esse desafio inovando e ampliando seus leques de conhecimento, entre a educação matemática e tecnologia. Devemos dar credibilidade na inovação dos estudos para os alunos no Brasil todo. Precisamos 9 estar atento e acreditar que a inovação pode ampliar o conhecimento, contribuindo para a vida do aluno, complementando seu processo de ensino. De modo geral, segundo LINDA PHIPPS “há um considerável entusiasmo pelo papel que a informação e a tecnologia da informação podem desempenhar no combate à exclusão social e na promoção da inclusão social” (1999). Sabemos que há uma grande expectativa sobre as contribuições sociais que podem ser construídas com o uso dessas novas tecnologias. Elas fortalecem a ideias de que é possível, além de melhorar a qualidade da educação, resolver as demandas sociais, especialmente no que se refere à capacidade de incluir os apartados. Grandes são os benefícios da tecnologia hoje em dia sabendo utilizá-la de forma correta, principalmente no ensino-aprendizagem do aluno. Cada vez mais a tecnologia está presente no cotidiano das pessoas, e também fazendo parte do ambiente escolar o que gera novas responsabilidades diante desse processo de modernização. A situação atual, exige novas reformulações de professores em suas práticas, redefinição de estratégia e inclusão de novas ferramentas de ensino-aprendizagem, fazendo da tecnologia seu grande aliado. Porém, dessa forma a tecnologia e ferramentas educacionais precisam estar a favor da realidade das escolas, contribuindo para as necessidades reais e assegurar que as tecnologias educacionais sejam realmente inclusivas e não exclusivas, por exemplo: para que tudo seja um sucesso a escola precisa contar com excelentes soluções on-line, nesse caso deve-se com o apoio geral de todos entre comunidades, escolas, entre outros, para que isso torne-se uma ação positiva. Portanto, para que possamos seguir em frente e poder nortear situações como essas que estamos passando hoje em dia com a paralização das aulas, devemos sim, repensar, reorganizar, reformular as práticas de ensino nas escolas, e fazer da tecnologia, que é uma grande ferramenta utilizada como meios de comunicação através de celular, tabletes, computador entre outros, nossa aliada para uma nova história e recomeço de métodos inovadores que possam melhorar e da mais credibilidades aos alunos no seus estudos podendo assim ajudá-los a como manusear suas ferramentas educacionais tecnológicas. 10 Durante a discussão do presente trabalho, apresentamos algumas considerações acerca da reflexão da educação durante a pandemia, inclusive com assertivas práticas e questionamentos para o pensar docente para o pós-pandemia. Em meio a um turbilhão de problemas, com tantas dificuldades e afastamento para se evitar a disseminação do vírus, pensar na educação também se torna necessário, tendo em vista a busca de se manter o foco na aprendizagem do aluno e nos instrumentos de ensino construídos pelo professor. Propomos algumas páginas de reflexão sobre esse tema, bastante atual. 11 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 - DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: A IMPORTÂNCIA DO USO E ADEQUAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO FORMA DE CONECTAR PROFESSORES E ALUNOS. Com a grande expansão da tecnologia digital, passamos a experimentar uma relação sem precedentes entre quantidade, velocidade e métodos de criação e disseminação de informações, alcançando mudanças sociais e culturais, promovendo o surgimento de novas formas de pensar, sentir, agir e viver. A existência dessas tecnologias no cotidiano das pessoas sempre foi um fator de mudança e formação de novos hábitos. Estamos em um tempo em que a velocidade do uso de tecnologias está influenciando o nosso modo de vida atual. Nos comunicamos e consumimos mídias sociais, aplicativos tomam conta de empresas através de sistemas de gestão, as relações com seus clientes e fornecedores, isso em falar nas casas inteligentes e aplicativos de gestão do tempo. Por fim, fica fácil de entender que a educação também vive uma mudança, que determinará os novos processos de ensino e aprendizagem. A grande mudança se iniciou com o desenvolvimento da Internet nos anos 90. Mídia como jornais, rádio e televisão, como a conhecíamos, gradualmente se tornaram obsoletas. Porém, ao longo desse processo, foi introduzida uma nova tecnologia, que define o processo de integração de todos esses métodos, nem todos os métodos. SEGUNDO JENKINS 2008, passamos por um tempo de convergência cultural, digital e midiática. Vivemos hoje um grande aumento do fluxo de conteúdos em diversas plataformas digitais e por fim uma grande migração e diferenciação dos meios de comunicação. Este processo se refere a uma transformação cultural à medida que os professores, os consumidores dessa nossa forma de ensinar, são incentivados a procurar novas informações e assim, criar novas conexões com estes conteúdos de mídias. Santaela (2008, p. 113), Documentos em forma de textos, imagens, sons e vídeos reproduzidos com auxílio de softwares e hardwares dos computadores foram um dos motores da (r)evolução tecnológica 12 contemporânea, produzindo mudanças sociais e outros hábitos nos quais todos podem ser autores e emissores no compartilhamento de projetos e ideais no modelo todos-todos. Os sites passaram a compor o cotidiano dos internautas, que navegam pelo ciberespaço com movimentos livres, toques e clicks dos mouses, no intermédio harmônico entre os sistemas lineares e não lineares dos espaços de conversas textuais, sonoras e visuais na produção de culturas. A inovação e melhoria nos processos advém de dois pilares: uma boa ideia que após desenvolvida chega ao mercado e traz dividendos para as empresas ou pela necessidade; muitas das inovações que usamos em nossa rotina foram desenvolvidas a partir das necessidades do cenário e do contexto. Foi assim que, em função da pandemia que os envolvidos na educação, tiveram que, pela necessidade, se apropriar muito rapidamente, de todo um conjunto tecnológico de modo a darem conta da grande responsabilidade de levar o conteúdo pedagógico aos estudantes. Neste trabalho, buscamos apresentar como a Pandemia do COVID-19 causou a alteração das atividades escolares e quais os modelos e estratégias foram adotadas tanto para a prática docente, quanto a relação dos alunos com a escola Independentemente de qualquer situação a educação é fundamental para todos. E isso a escola ao longo dos tempos tenta manter o processo de ensino-aprendizagem para todos os alunos com intuito de transmitir conhecimentos, oportunizando vida melhores. Porém nem sempre é tão fácil manter esse processo de ensino e aprendizagem. Pois é a partir do conhecimento acumulado pela cultura, seus avanços e retrocessos, que os seres humanos são capazes de compreender o universo e atuar na sociedade. Segundo o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) a partir da Prova Brasil, o nível de aprendizado dos alunos está adequado à sua etapa escolar. Os números mostram que no 5º ano do Ensino Fundamental apenas 39% dos alunos têm o aprendizado adequado em matemática. Quando vamos para o 9ºano esse número cai para 14%. Os resultados também são preocupantes no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) que acontece em 70 países. Na 13 avaliação, nós ocupamos a 66ª colocação em matemática. O PISA é dividido em sete níveis de proficiência e 70,3% dos nossos estudantes estão abaixo do nível 2 em matemática - patamar mínimo para os alunos exercerem sua cidadania. Certamente, sabemos que há um grande desafio quando se trata da educação matemática, e que isso acontece em toda região. Porém precisamos buscar soluções. O ensino e a aprendizagem são processos diferentes, complexos e interdependentes que compõem as atividades educativas. Não há na literatura um consenso sobre o que são esses processos, contudo pode ser encontrado um vasto espectro de correntes teóricas que postulam princípios para essas atividades (SAVIANI, 2013). Com certeza a educação em si é fundamental para vida dos seres humanos, porém, atualmente estamos em um momento delicado em relação ao processo de ensino-aprendizagem em que todas as escolas e aulas foram paralisadas como devido à grande pandemia causada pelo covid-19 (Corna Vírus). Mas de que forma a educação foi afetada no decorrer dessa pandemia? Para responder essa pergunta, é necessário ir em busca de uma pesquisa para um melhor esclarecimento e que a partir da mesma podemos dizer que: Em todos os países, estudantes tiveram as aulas paralisadas devido à necessidade de distanciamento social. No começo do mês, a Unesco, órgão da ONU para a educação e cultura, realizou a primeira contagem global da situação educacional impactada pelo novo corona vírus. No relatório, foram registrados quase 300 milhões de alunos afetados em 22 países de três continentes pelo fechamento de escolas devido à expansão do vírus. De lá para cá, os números cresceram e mais instituições de ensino ao redor do mundo suspenderam as aulas. Segundo a Unesco a partir de um relatório recente, o fechamento de escolas devido às medidas de isolamento social tomadas para evitar a propagação do corona vírus atingiu 91% dos estudantes em todo o mundo. No Brasil, foram 52,8 milhões de alunos afetados, da educação infantil ao ensino superior. 14 Diante desta situação, há um grande impacto na educação comprometendo todo ano letivo dos alunos, e com a suspensão das aulas precisamos cada vez mais dar credibilidade as ferramentas tecnológicas educacionais para o ensino-aprendizagem, já que por motivos maiores não podemos está em aglomerações dentro da sala de aula. Portanto, acredita-se que um sistema educacional aberto à inovação, com foco na aprendizagem, precisa ser pensado e urgentemente colocado em prática dentro do ambiente educacional. Contudo, é necessário garantir que as tecnologias educacionais sejam realmente inclusivas. Pois nem sempre todo o aluno tem acesso à internet, e com isso é necessária uma atenção redobrada para questões como essa para que não haja exclusão dos alunos. Certamente, a pandemia de covid-19 trouxe à tona uma realidade que sempre foi ignorada no Brasil: a falta de acesso à internet. Diante da necessidade do isolamento social por conta do novo corona vírus, torna o momento decisivo para se aprofundar na discussão sobre o tema e conhecer quem está sendo deixado de lado. De acordo com o Centro Regional e Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC), em 2019, 74% da população tinha acesso à internet, o que correspondia a 134 milhões de pessoas e 71% dos lares do país. E a pesquisa ainda afirma que, a cada cinco pessoas, uma afirma que só consegue acessar a internet através da rede emprestada do vizinho. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cerca de seis milhões de estudantes, desde a pré-escola até a pós-graduação, não têm acesso à internet banda larga ou 3G/4G em casa e, consequentemente, não conseguem participar do ensino remoto. Desses, 5,8 milhões são alunos de instituições públicas de ensino. É o que diz o estudo "Acesso Domiciliar à Internet e Ensino Remoto Durante a Pandemia", feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os alunos do ensino fundamental são os mais afetados. Somando os anos iniciais https://www.brasildefato.com.br/minuto-a-minuto/coronavirus-no-brasil https://www.brasildefato.com.br/2020/08/09/sem-isolamento-brasil-pode-ultrapassar-sete-milhoes-de-casos-da-covid-em-um-mes http://cetic.br/ http://cetic.br/ 15 e finais do ensino fundamental isso dá um total de mais de 4,35 milhões de estudantes sem acesso, sendo 4,23 milhões de escolas públicas. No ensino médio, estima-se que, de 780 mil adolescentes que não dispõem de internet em casa, 740 mil são da rede pública. Já a pré-escola pode ter até 800 mil crianças sem conexão, sendo que 720 mil frequentam o ensino público. A pesquisa também aponta que dos 5,8 milhões de estudantes de escolas públicas que não têm conexão, apenas 2,6 milhões dispunham de sinal de rede móvel celular. O estudo afirma que, destes, aproximadamente 800 mil precisam somente de um chip de dados, porque já dispõem de computador, tablet, celular ou notebook. Portanto é necessário que se faça das ferramentas tecnológicas uma grande aliada entre professor, aluno, escola entre outros, para que realmente esse novo método de ensino utilizado por meio das tecnologias venham realmente suprir as necessidades dos alunos com intuito de inclusão e não exclusão perante as diversidades ocorridas. O EAD (ensino à distância) é a solução mais óbvia quando se pensa na questão de como o corona vírus afeta a educação. O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou em uma pesquisa divulgada em 2019 que 58% dos domicílios no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Os dados apontam ainda que, nas áreas rurais, 43% das escolas não têm acesso à internet. Além disso, a desigualdade no acesso à rede é ainda maior nas classes mais baixas. Assim, as desigualdades do acesso ao ensino à distância ficam bem expostas. Há alguns anos o EAD já era permitido para o ensino superior no Brasil, porém no caso do ensino fundamental, só é permitido em situações emergenciais, como a que vivemos com a pandemia de corona vírus. Diante dessa situação nasce a necessidade de inovar o método de ensino-aprendizagem nas escolas para buscar um melhor desempenho com qualidade na educação escolar, em especial na disciplina de Matemática. Porém, além de toda essa crise causada pela pandemia, há também uma grande dificuldade entre meios esses processos para ser https://cgi.br/noticia/releases/acesso-a-internet-por-banda-larga-volta-a-crescer-nos-domicilios-brasileiros/ https://cgi.br/noticia/releases/acesso-a-internet-por-banda-larga-volta-a-crescer-nos-domicilios-brasileiros/ 16 desenvolvidos. Além da questão do acesso dos alunos à internet, outro ponto que vem sendo discutido com relação à implementação do EAD como solução para as aulas em tempos de corona vírus é a necessidade de preparação dos professores para que lidar com esse novo método de aulas. Não basta o acesso, é preciso uma nova metodologia para aulas. A partir dessa problemática nasce uma pergunta, pode até parecer simples, mas que tem grande importância. Será que os professores estão preparados para lidar com esses novos tipos de metodologias disponíveis pelas ferramentas tecnológicas educacionais? Um dos grandes obstáculos encontrado pelo professor é a falta de capacitação encontrada para a utilização das tecnologias em sala de aula. Para que as novas tecnologias no ensino da Matemática possam ser satisfatórias é preciso equipar e manter nossos estabelecimentos de ensino com condições adequadas para o pleno atendimento da demanda escolar, oferecer qualificação profissional aos professorese, promover mudanças culturais, valorizando o educador. Precisamos entender e compreender que a educação está passando por um processo de evolução, onde a tecnologia está cada vez mais vinculada com a escola. Porém, existe também a grande dificuldade em fazer a interligação prática, entre professor, aluno e escola. De acordo com Marques (s.a): A escola, nesse contexto, tem em seu escopo também essa responsabilidade, já que a mudança de perfil do professor não ocorre com tanta desenvoltura quanto nos jovens, que praticamente nasceram "plugados" na rede. O que exige que os gestores da educação invistam em capacitação e treinamento do corpo docente para que o educador possa tirar proveito das ferramentas que a internet proporciona de maneira eficiente e produtiva. A própria visão do professor disseminada na sociedade, com salários baixos, falta de reconhecimento e de condições de trabalho diferenciado, e os longos períodos de greve por piso salarial, ao mesmo tempo em que fizeram avançar a luta dos professores da rede pública, serviram também para expor publicamente a condição de trabalho e as necessidades básicas da educação, não atendidas (SOARES, 2006, p. 106). 17 Segundo a pesquisadora em tecnologias da educação Martha Gabriel, na reportagem O desafio da classe digital, para o site do Estadão. Outra dificuldade é a falta de infraestrutura adequada nas instituições. A pesquisadora cita escolas de ensino fundamental e médio, mas as mesmas dificuldades podem ser encontradas nas universidades do país. Paralelo à mudança de comportamento, os professores precisam buscar capacitação para enfrentar um novo momento da educação. Em entrevista ao site Porvir, o professor universitário e especialista em marketing e comunicação, Dado Schneider, afirma que se antes era preciso ter curso de datilografia, hoje, o educador do século XXI precisa aprender a lidar com a tecnologia. Para ele, o principal responsável pelo aperfeiçoamento é o docente. “A escola pode dar força ao professor. Mas acho que depende dele querer de fato ser um professor atraente, do século XXI. O aluno do século XXI não é o aluno do século XX”, comenta. Mesmo que o coordenador do processo seja o educador, os gestores podem e devem dar subsídios para que estes estejam preparados para promover o conhecimento. Incentivar trocas de conhecimento entre os cursos na própria universidade, criar redes de conhecimento com professores de outras instituições. Isso pode ser o primeiro passo para uma educação mais alinhada com as necessidades do século XXI. Por incrível que pareça, essas questões voltadas para a educação no processo de ensino-aprendizagem, por meio das ferramentas tecnológicas ainda não estão amadurecidas no meio dos profissionais da educação, principalmente quando se trata das escolas públicas. Além de tudo, o ensino de matemática no Brasil e no mundo enfrenta uma profunda crise, exigindo dos professores a reformulação de suas práticas, a redefinição das estratégias e a inclusão de novas ferramentas de ensino. Porém, de acordo com o avanço e a expansão da tecnologia geram posturas diferenciadas e que os professores, escolas e o poder público precisam adaptar-se para que a mesma se torne uma grande ferramenta aliada para a qualidade de ensino. https://www.martha.com.br/ https://www.martha.com.br/ https://www.estadao.com.br/noticias/vidae,o-desafio-da-classe-digital,1075427,0.htm https://porvir.org/porpensar/professor-precisa-se-tornar-um-digiriatra/20130523 18 Sampaio & Leite (1999), afirmam que exatamente na tentativa de entender e interpretar o recente fenômeno, vários autores discutem, desde os anos 60, o caráter positivo ou nocivo das tecnologias e suas consequências. Segundo Schwartz, essas transformações tecnológicas produzem desdobramentos históricos e sugerem, para além do processo de comunicação, “(...) novas relações sociais e processos econômicos (ou seja, de criação e acumulação de valor)” (2001). Percebe-se que há uma grande expectativa sobre as contribuições sociais que podem ser construídas com o uso dessas novas tecnologias. E essas expectativas não se limitam apenas ao ambiente escolar. Elas fortalecem a ideia de que é possível, além melhorar a qualidade da educação, resolver as demandas sociais, especialmente no que se refere à capacidade de incluir os apartados. Como afirma Linda Phipps “há um considerável entusiasmo pelo papel que a informação e a tecnologia da informação podem desempenhar no combate à exclusão social e na promoção da inclusão social” (1999). Com isso a tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, nos meios de produção e exercendo forte influência nas concepções da sociedade atual, e que por sua vez a escola e o professor exerce um papel importante ao qual os mesmos tornam-se responsável diante desse processo de modernização. As instituições escolares precisam evoluir e acompanhar o desenvolvimento social do país, onde as novas tecnologias da informação estão cada vez mais presentes e transformando espetacularmente a comunicação, o trabalho, a decisão e modo de pensar das pessoas (PERRENOUD, 2000). O surgimento das Novas Tecnologias na Educação Matemática teve início no ano de 1970 por meio de programas implantados pelo Ministério da Educação e Cultura com o intuito de promover inovação e evolução no ensino. O Programa Nacional de Informática na educação (PROINFO) foi criado e lançado no país por volta de 1997, pela secretária de Educação à distância do Ministério da educação. Esse programa é responsável em implantar dentro das escolas o serviço 19 de informática, desencadeando a verdadeira inclusão das Novas Tecnologias na sala de aula (BRASIL, 2000). Porém essas adaptações quase nunca ocorrem de forma sistemática. E isto pode ser atribuído a vários fatores. Podemos citar como primeiro deles, a orientação das políticas públicas implementadas no sistema educacional. No caso do Brasil, todas as instâncias de poder – Federal, Estadual e Municipal – exercem influência sobre as ações educacionais através de iniciativas legais, programas e planejamentos criados pelo poder público de acordo com as peculiaridades que cada período tem marcado a evolução histórica da educação no Brasil. De ordem prática, é possível incluir como uma dessas iniciativas institucionais a distribuição de equipamentos tecnológicos às escolas, como TV’s, vídeos, antenas e, mais recentemente, em alguns casos, os computadores. Acrescenta-se ainda, a introdução nos livros didáticos, de calculadoras como ferramenta para resolução de problemas e operações. Tais ações, ainda que resumidas, evidenciam o esforço governamental na tentativa de enfrentar os desafios. Por seu lado, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), direcionados ao ensino da matemática, já incluem como um dos Objetivos do Ensino Fundamental a necessidade dos alunos serem capazes de “saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos”. Nesse sentido, apontam algumas possibilidades de uso das novas tecnologias em salas de aula. Isso reforça, ainda que teoricamente, o tema “novas tecnologias” como assunto presente na estrutura e nas diretrizes educacionais do ensino brasileiro. Sendo assim, para que isso possa somar com a educação, precisa- se do apoio geral das políticas públicas, afim de suprir as necessidades com recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos. A tecnologia ou objetos tecnológicos são de suma importância no ensino de Matemática e na educação geral. Diante de uma sociedade globalizada e dinâmica, além da disputa no mercado por espaço no mercado de trabalho tem exigido das pessoas uma melhor preparação, inclusive na área profissional da 20 educação. As tecnologias da informação e comunicação estão presentesem diversos setores, atingindo de forma direta e indireta aqueles que atuam nessas áreas. Atualmente as salas de aula possuem um modelo pedagógico estático e restrito, onde alunos e professores vivem numa realidade presa a livros didáticos e aulas puramente expositivas. E se tratando de tecnologia de informações esse modelo de aprendizagem está totalmente ultrapassado. A presença isolada e desarticulada dos computadores na escola não é, jamais, sinal de qualidade de ensino; mal comparando, a existência de alguns aparelhos ultramodernos de tomografia e ressonância magnética em determinado hospital ou rede de saúde não expressa, por si só, a qualidade geral do serviço prestado à população. É necessário estarmos muito alertas para o risco da transformação dos computadores no bezerro de ouro â ser adorado em Educação. (CORTELLA, 1995, p. 34). Sendo assim devemos reconhecer a importância das mudanças na educação, em especial, na matemática, dando credibilidade para a tecnologia, pois a mesma tem grande potencial em levar e divulgar informações, e ter a certeza de que o mundo virtual pode proporcionar melhor qualidade na educação. Diante de todos esses recursos que a tecnologia pode promover no ensino de matemática levando o aluno a obter um conhecimento rápido, fácil, interativo e acompanhado de um raciocínio – lógico, depende tanto do professor quanto do aluno, que devem estar por dentro e acompanhar essa evolução tecnológica. De acordo com Valente (1999, p.34-35), ensinar Matemática dentro das nossas escolas hoje, é promover o desenvolvimento disciplinado do raciocínio lógico dedutivo, ou seja, o ensino tradicional de Matemática está ultrapassado e fora de uso. O professor de matemática, e em geral todos os outros de diferentes disciplinas precisam assumir seu papel de mediador do saber, ou seja, ser o responsável em mostrar como se busca o conhecimento, motivando o aluno a desenvolver sua capacidade, construir seus próprios conceitos e ter autonomia 21 para decidir e resolver os seus problemas, participando ativamente da sociedade em que vive. A partir das mudanças ocorridas com a tecnologia digital, há também necessidades de introduzi-las nas atividades de sala de aula para que o ensino acompanhe as transformações e para que se adquiram os instrumentos aptos para a comunicação intersubjetiva (SAVIANI, 2007). De acordo com Moran, as mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas (MORAN, 2000, p.17-18). As inovações podem proporcionar ao aluno múltiplas possibilidades de representações de problemas, por exemplo, em estilo moderno, distanciando-se, da educação baseada na mera transmissão, isto é, ensino teórico e aulas expositivas de explicações e teorias, no adestramento (ensino prático com exercícios repetitivos) em técnicas e em habilidades. Alternativas equivocadas em vista dos avanços mais recentes do nosso entendimento dos processos cognitivos (D‟AMBRÓSIO, 2012). Para que a educação matemática alcance o objetivo de transformar o ensino em um saber lógico por meio do exercício do raciocínio, é necessário oferecer uma aprendizagem centrada nas evoluções tecnológicas e na interdisciplinaridade, formando seres capazes e preparados para viver e agir nesse mundo cada vez mais complexo, onde as coisas evoluem e modificam rapidamente. Sendo assim as tecnologias educacionais devem ser tratadas como novas linguagens a serem desenvolvidas pela escola porque estão presentes na vida dos alunos, e que se faz necessários desenvolver as habilidades de leitura, de compreensão, e de interpretação desse tipo de texto. 22 O papel das tecnologias digitais na sala de aula não é somente para tornar-se mais interessante, nem para facilitar o trabalho do professor, mas, sobretudo, porque são novas linguagens que o aluno precisa aprender a ler, a compreender e a interpretar (SOARES, 2008). Mediante relação entre educação e tecnologia, a educação não pode ser a que “deposita” conteúdos na cabeça “vazia” dos educandos, mas a que, pelo contrário, os desafia a pensar certo. Por isso, cabe ao educador ou à educadora a tarefa de, ensinando conteúdos aos educandos, ensinar-lhes a pensar criticamente (FREIRE, 1983). Nesse processo, o professor conhece novas formas de lidar, de avaliar o seu aluno, possibilitando que ele amplie novo saberes e impulsione a novos conceitos, podendo as mídias tornar uma ferramenta de interação para a informação (SANTOS, 2004, p.16). As tecnologias digitais, por exemplo, podem auxiliar na formação dos alunos, possibilitando o desenvolvimento de habilidades fundamentais na sociedade do conhecimento (VALENTE, 1999). Com o passar do tempo percebemos que a tecnologia vem evoluindo de uma forma significativamente e que os estudantes estão tendo acesso à internet, a tecnologia consideravelmente cedo, pois muitos têm acesso em sua residência, por meio de Smartphone. Porém, vale ressaltar que também muitos não têm acesso frequentemente a internet, e nem muito menos aparelhos compatíveis com a internet. Segundo dados da 8ª edição da pesquisa TIC Educação 2017, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). 97% dos estudantes brasileiros – de escolas públicas e privadas das regiões urbanas – acessam a Internet por meio de seus celulares. O número não muda por região. Para 18% dos alunos o smartphone é o dispositivo exclusivo de acesso à rede. Os números se distanciam quando separamos por região ou por escola. Na região Sul do País, 10% dos alunos usam apenas os celulares para acessar a Internet, enquanto que na região Norte são 32% dos estudantes. Na 23 região Sul do País, 10% dos alunos usam apenas os celulares para acessar a Internet, enquanto que na região Norte são 32% dos estudantes. E, entre as escolas particulares 2% usam os smartphones de forma exclusiva para acesso à rede, enquanto que 22% dos alunos das escolas públicas não têm outra opção. Segundo Fabio Senne, coordenador da pesquisa, o celular de fato se transformou no principal dispositivo de acesso à Internet, em especial para crianças e adolescentes em faixa etária escolar. Se bem utilizada podemos fazer da tecnologia uma grande aliada para o ensino-aprendizagem, fazendo dela uma ferramenta de trabalho que ajuda na preparação e no desenvolvimento das aulas, despertando o interesse do aluno, fazendo com que ele se motive participando ativamente da aula e dessa forma sanando mais facilmente suas dúvidas. As inovações podem proporcionar ao aluno múltiplas possibilidades de representações de problemas, por exemplo, em estilo moderno, distanciando-se, da educação baseada na mera transmissão, isto é, ensino teórico e aulas expositivas de explicações e teorias, no adestramento (ensino prático com exercícios repetitivos) em técnicas e em habilidades. De acordo com Andrade, em seu trabalho “O Advento das Tecnologias na Educação” (S.A), afirma que: A introdução de softwares educacionais, em especial softwares Matemáticos, que propõe uma aula atrativa dinâmica e eficiente, facilita a compreensão de alguns conteúdos Matemáticos. Há uma nova forma de refazer à aprendizagem matemática, que, com a chegada dos computadores à escola diminui-se a distância para o aprendizado desde as formações continuadas, até mesmo para os conteúdosaplicados na sala de aula na fase de formação da educação básica. Possivelmente, quando usamos os softwares matemáticos em sala de aula, para o aluno muitas vezes fica mais fácil entender o conteúdo. Como exemplo podemos citar o jogo de bilhar, que provavelmente pode se tornar uma aula de estatística, onde os alunos através da pontuação elaboraram tabelas e efetuam cálculos de probabilidades, além de devolver o raciocínio lógico enquanto criam estratégias para vencer os adversários. 24 Sendo assim podemos transformar uma aula simples, ou seja, onde a única ferramenta de trabalho é o livro didático e o quadro, em uma aula mais dinâmica, prazerosa e interessante, pelo simples fato de que a tecnologia é uma ferramenta que está no dia a dia do aluno. Como já citado antes, se a tecnologia for utilizada de forma correta, o aluno poderá compreender e entender o conteúdo com mais facilidade, será proveitoso tanto para o professor como para o aluno. Ao diversificar os espaços de construção do conhecimento, os processos e as metodologias de aprendizagem, permite à escola um novo diálogo com os indivíduos e com o mundo (MERCADO, 2001). Certamente muitos alunos possuem redes sociais, e que não conseguem ficar sem acessa-las. E que em período de aula se ficarem acessando redes sociais não conseguirão se concentrar e realizar as atividades propostas e, assim, não agregarão nada ao conhecimento. A tecnologia é uma ferramenta de trabalho que veio para agregar tanto positivamente como negativamente, pois sabemos que existem pessoas que as usam para roubar senhas, fazer uma brincadeirinha de mau gosto, para prejudicar outras pessoas. Porém é necessário conscientizar o aluno que em período de aula devem efetuar as atividades propostas pelo professor, evitando o uso de sites não indicados e redes sociais, para não desfocar o objetivo da aula. Podendo assim utilizar a tecnologia como ferramenta de ensino. Portanto, ao incluir a tecnologia nas aulas de Matemática, há contribuição para o desenvolvimento do aprendizado dos alunos. O computador também pode ser considerado um grande aliado do desenvolvimento cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que possibilita o desenvolvimento de um trabalho que se adapta a distintos ritmos de aprendizagem e favorece que o aluno aprenda com seus erros (GLADCHEF; ZUFFI; SILVA, 2001, p.2). Porém, se faz necessário que haja uma capacitação tanto para o professor quanto para o aluno e escola para que ambos possam usufruir dos aproveitamentos das ferramentas tecnológicas educacionais, visando promover o 25 melhor ensino de qualidade ao que se faz necessário em momentos delicados como o que estamos vivendo hoje em dia em decorrer da pandemia, motivo esta que causou paralização das escolas, afetando a todas as pessoas que se fazem presente na sociedade, principalmente a vida dos alunos. Pois muitos, de certa forma foram atingindo com peso maior em relação quando se trata de ensino a distância, uma vez que nem todos tem acesso e nem aparelhos compatíveis com a internet. E por esse motivo devemos ter um olhar mais críticos em relação a educação matemática e tecnologia, para que possamos alcançar o objetivo que melhorar e educação de ensino-aprendizagem por meio das ferramentas tecnológicas, com intuito de incluir de forma geral todos os alunos, e evitar a exclusão dos outros. E fazer da tecnologia nossa grande aliada na educação Matemática. 3.2 – O ensino não presencial Com o isolamento social, advindo da política de distanciamento as escolas e, por conseguinte alunos e professores se viram com a necessidade da utilização maciça de ferramentas digitais em substituição às aulas presenciais. Este evento, expôs severamente as insuficiências da educação no país. Podemos afirmar que algumas dessas insuficiências são a falta de formação específica para professores e o entendimento por parte da sociedade e o precário acesso da comunidade escolar a recursos tecnológicos, como computadores e internet de qualidade. Para se estruturar a estratégia e a plataforma que as Secretarias de Educação planejaram, foi necessário conhecer as características quanto ao acesso a internet por parte dos professores e alunos. É crucial o uso das novas tecnologias para conectar professores e alunos, de forma que esse novo método de educar, não se torne um meio de exclusão, levando em consideração que nem todos (seja professores ou alunos) dispõem de equipamentos e internet para essa nova forma de ensino (não presencial). É preciso o poder público tomar medidas e encontrar maneiras de satisfazer as necessidades básicas para que esse novo sistema de educação funcione de fato, e não deixe de contemplar nenhum dos atores dessa dinâmica. O ensino não presencial está ai, é presente e pode sim ser nosso “novo normal”, cabe 26 a todos, tanto poder público, comunidade escolar e sociedade de modo geral fazer valer seus direitos e assim garantir de fato uma educação de qualidade, garantida pela constituição. 3.3 - ALUNOS SEM ACESSO OU COM ACESSO LIMITADO A INTERNET Sabendo-se que para que os meios que foram encontrados para solucionar a falta de aulas presenciais depende principalmente de conexão com a internet. Entretanto, sabemos que uma parcela dos alunos não possui acesso ou possuem esse acesso à internet de forma limitada. Nesse cenário, o quantitativo consolidado de atendimento dos estudantes, durante o regime especial de atividades pedagógicas escolares não presenciais, no contexto gerado pela Pandemia COVID-19, foi focado no protagonismo do professor, zelando pelo relacionamento dele com os estudantes. Sendo assim, cada professor, dentro de suas possibilidades e com o suporte de suas escolas e, também, por meio de capacitações online, encontrou formas mais adequadas de envio das atividades para seus respectivos alunos. É correto afirmarmos que a falta da tecnologia para ter aulas durante o necessário distanciamento social ocasionado pela pandemia, ficou escancarada. Nas escolas públicas os jovens têm pouco acesso à internet. O problema já tinha sido apontado na pesquisa TIC Educação 2019, divulgada em junho desse ano de 2020 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Segundo o levantamento, quase 40% dos estudantes da rede pública de ensino não contam com um computador e internet em casa. Nas escolas rurais a situação é ainda mais complexa, já que apenas 40% delas contam com pelo menos um computador com acesso à internet. Segundo dados da pesquisa, 65% dos diretores de escolas rurais utilizam o próprio celular e o plano de dados particular para realizar atividades administrativas. 27 Figura 1. Escolas, acesso a computadores e á internet pela comunidade que reside e em seu entorno. Nesse contexto, percebemos que as necessidades provocadas pela pandemia evidenciaram ainda mais o problema da desigualdade na conectividade ao mesmo tempo em que mostraram uma variedade de possibilidades proporcionadas pela tecnologia. Essa possibilidade de poder interagir com os alunos, de interagir entre eles, de planejar atividades mais participativas, chama a atenção dos estudantes. Pode ser que agora, no período pós-pandemia, tenhamos uso mais intenso dessas tecnologias. Contudo, primeiro, precisamos superar esse problema das desigualdades de acesso e de uso. Essa distinção já existia, elas se tornaram mais evidentes agora na pandemia. No período pós-pandemia precisa-se pensar em como resolver essas desigualdades para que possa ter um acesso mais inclusivo e equitativo para alunos, professores e toda a comunidade escolar. Nesse contexto, deve-se ainda considerar o fato de que a condição familiar de acesso à internet é uma variável que pode, inclusive, alterar diversas vezes durante um determinado período. Ou seja, um mesmo estudante pode receber suasatividades de maneira virtual em uma disciplina e de maneira 28 impressa em outra, ou ainda, durante um período, acessar o material virtualmente, e no outro impresso. O que vale ressaltar aqui, é a necessidade de atenção a todos os alunos, tentando ao máximo atender a todos, inclusive os que não tem acesso a internet, ou ainda os que te, mas de forma limitada. Essas novas formas de ensinar, não devem de forma alguma ser um meio de exclusão social. 3.4 – CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES DIANTE DOS DESAFIOS IMPOSTOS PELA PANDEMIA. A pandemia causada pelo novo corona vírus impôs a necessidade de formação continuada para docentes e de contemplar pontos essenciais na construção de aprendizagem, principalmente nos aspectos de tendências tecnológicas e de metodologias ativas. É de suma importância a preparação dos quadros de educadores para lidar com estes novos tempos e com a nova maneira de imaginar a aprendizagem, e assim ter uma melhora significativa na maneira de ensinar a matemática e claro, servindo também para as demais disciplinas que fazem parte da grade curricular dos mais variados estudantes das mais diversas localidade. Nota-se que, neste período de quarentena, os profissionais se voltaram para o ensino online e, em poucas semanas, tiveram que se adequar a essa nova realidade e tiveram que se adaptar a rotina diária para conseguir oferecer conteúdo de qualidade aos alunos de forma remota. Diante dessa nova realidade, a capacitação dos professores torna- se necessária abordar as principais características das aulas síncronas (online, em tempo real) e assíncronas (aulas gravadas e disponibilizadas em plataformas) para intensificar o desenvolvimento de competências e habilidades. Atividades práticas e avaliação processual devem estar entre os temas abordados. Percebemos que essa capacitação é imprescindível em tempos de ensino remoto, uma vez que tudo é muito novo, uma nova realidade nos foi imposta, fazendo com que possamos buscar novos meios de adquirir recursos para oferecer um ensino de qualidade. 29 Diante de todo o exposto, acredita-se que um dos pilares de sustentação da prática pedagógica é o professor, por isso, investir em capacitação é uma premissa primordial, é parte fundamental para evolução da educação. Vimos que a pandemia nos trouxe novos desafios e adaptamos a capacitação para reforçar as competências necessárias para este novo cenário de distanciamento social e aulas remotas. É claro que ainda é um grande desafio criar um modelo de aulas remotas – utilizando recursos digitais, a partir da casa dos estudantes – e também para desenvolver competências e habilidades dos educadores e profissionais da educação, é um processo de transformação que diz respeito a novas e melhores maneiras de ensinar, em uma efetiva ressignificação e entrega de todo o corpo docente. 3.5 - A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NO PERÍODO DE PANDEMIA. No contexto da pandemia do novo corona vírus, vimos como as escolas tiveram que se reinventar, ao invés da lousa, a tela do computador por exemplo. Professores precisaram experimentar novas possibilidades de ensinar através da aula online. Os pais também precisaram adaptar-se ao "novo normal" que tudo indica, não vai ser temporário. Crianças e adolescentes usam e abusam da criatividade para aprender. Como medida de distanciamento social, com o fechamento das salas de aula, a orientação inicial era que os professores revissem conteúdos já estudados em sala de aula, já que todo mundo acreditava que as aulas iam voltar logo. Mas foi preciso mudar o plano de aula conforme a quarentena que foi se estendendo. A vivência do estudo online em tempos de crise era até então atípica e não era vista como o futuro da educação, mas sim como um novo aprendizado fora da sala de aula, haja vista que, até então, pensava-se que o nível e a quantidade de aprendizado não seriam os mesmos que o aluno teria fora da pandemia. 30 Passados os primeiros meses de adaptação, alunos e professores já trabalham com uma aprendizagem diferente, mais interessante e integrada. A pandemia ensinou, em pouco tempo, como as pessoas utilizam de criatividade, colaboração e adaptabilidade. A convivência com a família, o ambiente com o lar passou a ser utilizado de uma forma que o aluno relacione o que o professor está tentando ensinar com o momento em que ele vive dentro de casa. Mas claro que todo esse processo mesmo depois de meses do início do isolamento social ainda é difícil. Há relatos de pais, por exemplo, se sentiram perdidos num primeiro momento com o ensino dentro de casa. Percebe-se com o passar dos tempos que não é para o pai assumir o papel do professor e nem alfabetizar o filho, mas a escola ajudar o pai a criar oportunidade de desenvolvimento de competências e habilidades que ajudam e favorecem a alfabetização. Na incerteza dos rumos do processo de ensino aprendizagem no período pós pandemia, é notório e podemos presumir que o processo pedagógico não será o mesmo de antes, agora teremos um “novo normal” em que Escola e família nunca estiveram tão unidas em prol dos alunos. 3.6 - RUMOS DA EDUCAÇÃO PÓS PANDEMIA Ainda é cedo para traçar os rumos que a educação tomará em um momento pós-pandemia. Com relação às previsões ou conclusões sobre o futuro do Brasil, para vencermos os três maiores desafios, sejam na educação, saúde e economia, Casara (2020, p. 2), resume, afirmando que, O mundo pós-pandemia vai ser definido a partir da resolução de uma questão prévia: a manutenção ou não da racionalidade neoliberal. Insistir na naturalização do modo de pensar e atuar neoliberal, que considera a busca do lucro e de vantagens pessoais o único objetivo “racional”, e ao mesmo tempo em que trata as pessoas como objetos negociáveis, pode levar a dois horizontes catastróficos, apresentados como naturais e inevitáveis, como toda manifestação neoliberal. Nos países em que o pensamento autoritário se instaura sem maiores dificuldades, nos quais o conhecimento e a ciência são 31 demonizados enquanto a violência é sacralizada, as mortes causadas pela covid-19 são tratadas como positividades, da mesma maneira que a eugenia era tratada como uma positividade pelos nazistas no século passado. Com isso, nos países de baixa densidade democrática, haverá o aprofundamento de um paradigma repressivo de governo baseado no poder disciplinar, no obscurantismo e na naturalização de mortes evitáveis em nome dos interesses de poucos. É chegado o momento que almejamos um mundo pós-pandemia, mais fraterno, solidário e cooperativo. Na educação, o professor é um dos profissionais mais vulneráveis ao Covid-19, e, diante desse quadro, as aulas presenciais não devem reiniciar no presente ano de 2020. O médico Silva (2020, p. 1), em entrevista, enfatiza o problema, afirmando que, contra os mestres pesam basicamente dois fatores, aliás, três, no caso de alguns. O primeiro é que muitos adquirem ou agravam várias doenças no exercício da profissão, como problemas na garganta, doenças respiratórias, hipertensão, diabetes, dores nas costas, esgotamento físico e mental, depressão etc. Isto baixa a imunidade dos mesmos e os torna, naturalmente, muito mais frágeis nessa guerra contra a pandemia. Ao fator descrito temos mais dois fatores que pesam fortemente contra a saúde do professor, que no dizer de Silva (2020, p.1-2), são motivados, porque, A escolas são espaços naturais de aglomeração, e as salas de aula mais ainda. Já imaginou uma professora ou professor numa sala com 20, 30, 40 ou mais alunos? Um perigo! Se não estiverem todos muito bem protegidos, o risco de contaminação é enorme. Um terceiro fator também importantíssimo é que muitos professores têm mais de 50 anos e já estão debilitados por causa de outras doenças. Idade e doençaspreexistentes compõem um coquetel que pode ser mortal para eles, caso se contaminem com corona vírus. O retorno às aulas, conforme recomendam a maioria dos médicos comprometidos com a pesquisa, ciência e saúde no Brasil e da Organização 32 Mundial da Saúde (OMS), não é aconselhado por ainda ser arriscado demais, quando o assunto é retorno às aulas presenciais. A segurança, portanto, é a torcida pelo advento de uma vacina ou um medicamento eficiente no combate ao Covid- 19. Refletindo sobre a tecnologia, que ganhou centralidade na comunicação e se tornou ferramenta para a aprendizagem, temas centrais deste trabalho, acredita-se que a escola incorporará parte do que aprendeu nesse período, principalmente no que diz respeito em termos uma escola com ensino híbrido, ou seja, um modelo misto de educação do que tínhamos antes da pandemia. Isso não significa que todo mundo migrará para o EAD. Tudo o que estamos passando é um grande experimento de um EAD forçado em todos os níveis da educação. Com essa fase de experimentação, é possível termos uma ideia de como seria o mundo 100% on-line, mas também estamos descobrindo os percalços, a parte ruim da falta de convívio. Mas ficará muito evidente em um cenário pós-pandemia que é perfeitamente possível transmitir conhecimento de base de forma remota. Genuinamente, o futuro da educação será um híbrido do que era o mundo pré-pandemia com o período pandêmico. Teremos muito on-line, até por redução de custo, deslocamento e trânsito. Os alunos vão querer, os profissionais de ensino também. Porém, não podemos esquecer que a parte da experimentação é insubstituível. É notório que a crise atual pode ajudar na evolução dos modelos de aprendizado para que deixem de ser limitados no espaço e no tempo. No futuro, o aluno poderá aprender onde e quando quiser, pois, o acesso à conectividade e à educação serão direitos universais e o papel do professor será amplamente habilitado pelo uso de novas tecnologias. A educação terá um modelo híbrido com o melhor dos dois mundos: a experiência vivencial da escola e a riqueza de recursos on-line. A escola deverá ter um papel consolidado como um ambiente de aprendizado, socialização e comunicação em que o aluno vai encontrar colegas e professores que se importam com sua educação integral como parte da família estendida. Vale ressaltar que o aprendizado propiciado pelo ensino híbrido é mais personalizado, mais dinâmico. E, o mais importante, confere a pais e 33 professores a possibilidade de acompanhar o processo de aprendizado e engajamento do aluno. A partir dessas evidências, os educadores conseguem fazer intervenções mais rápidas. Interessante notar que o contexto das aulas online – que levou a sala de aula para dentro de casa, forçaram as famílias a acompanharem mais de perto o processo de educação das crianças e adolescentes –, gerou uma aproximação maior. Os pais, hoje, podem assistir aulas dos professores, sabem o nível de engajamento dos filhos. Essa também é uma grande mudança. Outro fator importante, é que a aprendizagem é um processo e como tal de nada adiantará querer retomar todo o conteúdo não trabalhado em muitas horas, para compensar os dias perdidos presencialmente. Ao retornarmos da pandemia do Covid-19, será essencial focarmos nas competências, habilidades e conceitos científicos essenciais. Não poderemos estar presos demais aos conteúdos programáticos. Na reorganização do calendário escolar e do currículo escolar a criatividade e a flexibilidade são vitais para todos se inserirem bem e se contextualizarem na retomada dos trabalhos, sem sobrecarregarmos demais os alunos com conteúdos, como tijolos, que não preparam para o trabalho e cidadania. A expectativa é de que, terminada a pandemia, os professores e alunos voltarão diferentes ao ambiente escolar, do que quando a deixaram. Devido ao isolamento, sacrifícios, regras, ritmos diferentes de trabalho, descanso, disciplina, ansiedade, cuidados com a higiene, distanciamento entre as pessoas, falta de perspectiva de aumento e valorização salarial e profissional, falta de ânimo, fará com que os profissionais da educação e alunos estejam diferentes, ao menos do ponto de vista psicológico e comportamental. A autora Cardoso (2020, p.2), afirma que “será um novo tempo de acolher os professores e alunos, daí a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e intersetorial, envolvendo educadores, médicos, psicólogos, assistentes sociais etc.” Além do mais, será necessário o diálogo da escola e professores com os pais. A presença dos pais na escola, mais do que nunca, participando e interagindo nas atividades e programações, será de suma importância. Muito importante será a busca de um trabalho entre a escola e os pais para trazer de volta o aluno evadido. Muito provavelmente haverá a emigração 34 de alunos das escolas particulares para a rede pública de ensino. Com a crise, a classe média perdeu renda, emprego e poder aquisitivo. A rede pública de ensino precisará se desdobrar; com menos recursos, precisará atender mais alunos e superar mais problemas. O aluno pobre está na rede pública de ensino; e é a ele que devemos dar mais como profissionais da educação, se quisermos animá-lo com o “sonho de viver bem”, conforme ensina Gadotti (2009, p. 14), e mencionado no correr do texto. A escola como espaço social para a aprendizagem estará valorizada depois da pandemia. O professor voltará mais valorizado pelas famílias, pela dimensão da complexidade que envolveu os pais em lidarem com os filhos nas tarefas escolares. É hora de valorizar os professores, pilar da educação. Precisamos urgentemente de uma revolução na educação do Brasil, para enfrentarmos melhor e com mais preparo outras pandemias e crises que vierem pela frente. 3.7 – CONSIDERAÇÕES Durante muito tempo a educação na escola, foi definida por uma metodologia pedagógica ancorada em processos baseados na replicação de informações de maneira uniforme, muitas vezes mecânica, sem considerar a individualidade de cada estudante. Essa forma de ensinar, chamado simplesmente de “tradicional” perdeu o seu sentido em um tempo em que a informação está ao alcance de um ou dois toques. Com o cenário imposto pela pandemia do Covid-19, é fato que causou a alteração das atividades escolares e impôs uma mudança profunda na forma que os estudantes e o professores enxergam a educação. Em função da urgência e da necessidade, em um curto período de tempo, toda a comunidade escolar passou por uma aceleração e uma imersão em um mundo de conhecimento e competência que, por vezes, não se havia dado a real importância e que, em ritmo normal de processo, levaria bem mais tempo para se concretizar. A tecnologia hoje é onipresente em diversos aspectos, desde a maneira como acessamos, buscamos e trocamos conhecimentos e informações, 35 bem como na forma que nos comunicamos e fazer bom uso dessa tecnologia em nosso favor e para facilitar a forma como nos relacionamos e ensinamos, nos proporciona ganhos significativos. Educação é uma ação de todos os atores envolvidos, família, escola, professores e alunos; se essa ação já é determinante em tempos de aulas presenciais, ganha ainda mais relevância nesse período de pandemia. Uma prática dessa magnitude exige acompanhamento e pequenos ajustes que se fazem necessários, de forma permanente. Diante deste novo cenário, mostra que, com o envolvimento e participação de todos é possível sim termos um ensino de qualidade, mesmo com todos os desafios enfrentados. 36 4 – METODOLOGIA A pesquisa realizada pode ser considerada de acordo com Gil (2010), como um estudo descritivo, onde apresentam-se particularidades de pessoas ou fenômenos. Objetiva-se, com isso, tratar das necessidades subjetivas de umadeterminada comunidade escolar. Quanto aos meios, pode-se considerar como pesquisa de campo, pois, foram feitos questionamentos a um grupo de pessoas pertencentes a uma comunidade escolar. Para isso, foi realizada uma investigação mediante um estudo de caso que envolveu cem pessoas diretamente afetadas pela nova forma de ensino (educação à distância devido às medidas de prevenção adotadas em todo o território nacional.). 37 5 - CONCLUSÃO Analisar a situação gerada pelo COVID-19 evidenciou questões já existentes no ensino presencial, agravou-se estas situações, e, ainda, antecipou outras, demonstrando a necessidade urgente de investimento massivo, em estrutura física e pessoal, para que possamos honrar o que determina nossa Constituição. Trouxe à tona, também, de forma bastante escancarada, a necessidade de formação docente para este “reinventar da escola”, uma vez posta, de forma que nos parece incontornável, a necessidade de finalmente invertermos a chave das práticas pedagógicas, promovendo um ensino ativo - cuja expressão, apesar de repisada, não encontra aplicabilidade efetiva na maior parte dos sistemas educativos - e tornando, a pedagogia, usuária ativa e indutora das tecnologias. Entendemos que assentir à estas mudanças não significa aderir à ideia da substituição das escolas por plataformas EAD. Mesmo porque, sem dúvida, outra lição deste momento de isolamento é a de que a mobilização de tecnologias para as aprendizagens escolares exige a presença ativa, constante e competente do professor. Ademais, mais do que nunca é inegável que a interação é ponto primordial das relações de ensino-aprendizagem e que a escola, muito mais do que um espaço onde depositam-se textos inertes aos estudantes, é espaço de atuação autônoma e coletiva, de vivências e interação, de relacionamento com o outro de forma física, presencial e humana, mas também uma instância onde as tecnologias podem e devem cumprir o importante papel de apoio dos processos de ensino e de aprendizagem. Isso porque o processo de aprendizagem é coletivo, conta com a curiosidade mútua, com a liberdade e interação que os estudantes precisam ter para aprender. A escola é muito mais do que aprender por si mesmo! Transcende a posição de espaço de aprendizagem: é uma comunidade onde os professores e alunos relacionam-se, interagem e aprendem mutuamente, por meio do contato pessoal, das experiências vivenciadas no coletivo, das confidências, do relacionamento. É fato que os estudantes que têm bom relacionamento na escola, na sala de aula, inevitavelmente, aprendem melhor. Os professores sabem disso, e agora, isto está sendo comprovado por esta crise pandêmica. 38 Além disso, diante do desafio de alcance e manutenção do engajamento dos estudantes durante o regime especial de atividades, bem como de promoção do uso correto das plataformas digitais, para o alcance da aprendizagem significativa, quebrou-se o mito de que os estudantes desta geração são nativos que dominam com destreza qualquer tipo de tecnologia. Evidenciou-se que não temos angariado êxito na tarefa de preparar nossos alunos para que sejam aprendizes e estabeleçam uma relação ativa e investigativa com o conhecimento, tampouco para que usem as tecnologias para esta finalidade. Logo, existe também uma reflexão provocada pela percepção da importância desta motivação para os processos de aprendizagem e de ensino. Este período de atividades escolares em casa evidenciou que a aprendizagem , além de envolver planejamento e mediação competente de um profissional com formação para tanto, o que, por si só, já é tarefa dificílima, envolve também a capacidade de motivar os estudantes para que se engajem aos processos de aprendizagem - e os pais, em sua maioria, ainda que recebam conteúdos devidamente selecionados e planejados, não conseguem promover esta motivação de modo que seus filhos sejam independentes e autodeterminados para aprenderem, o que dificulta a realização das atividades e a aprendizagem em casa. O contágio pelo COVID-19 foi promotor de uma crise mundial nos diversos campos, ocasionando mortes, desemprego e instabilidade social. Além disso, restou evidente que a proclamada educação como direito de todos, ainda está longe de ser um direito efetivado, existindo, nos diferentes países, de forma mais ou menos acentuada, um abismo entre o direito anunciado e o direito efetivamente desfrutado. Contudo, a pandemia provocou também reflexões profundas em todas as instâncias sociais e, logo, também, em relação ao modelo educacional vigente. Diante das dificuldades encontradas, tornou-se claro que assentir às mudanças do campo educacional no ensino da matemática e às tecnologias exige um grande movimento, que envolve investimento massivo, tanto em Políticas Sociais - uma vez que a igualdade e equidade de acesso aos bens sociais conversam com esta questão -, quanto em Políticas Educacionais e de formação e valorização docente. Apenas munidos por este cenário e tendo desenvolvido as 39 competências necessárias para o letramento em cultura digital, poder-se-á cessar com tranquilidade e segurança o combate às tecnologias, adotando os recursos digitais como auxiliares da aprendizagem. Acreditamos que o mundo não será o mesmo, e o termo “voltar à normalidade” não fará sentido, pelo menos não em relação ao modelo de “normalidade” que vivemos até fevereiro de 2020. É necessário que o caminho percorrido e as aprendizagens desenvolvidas pelas redes e profissionais da educação para enfrentamento deste período de pandemia sejam mantidos como heranças vivas, permitindo-nos melhor configurar a escola pós-pandemia. 40 6 - REFERÊNCIAS ABED. Associação Brasileira de Educação a Distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Associação Brasileira de Educação a Distância. 2011. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/revista_pdf_doc/2011/artigo_07.pdf> Acesso em: 15 jun. 2020. 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Entrevista à Revista Esquinas. Disponível em: https://revistaesquinas.casperlibero.edu.br/politica/odescuido-com-a-vida-no- brasil-e-um-projeto-politico-afirma-juiz-dotjrj-sobre-fanatismo- politico/?fbclid=IwAR0euycUEEJwTltTyJ2Goe1 ATnttfuwdF3G7syvMXVOUutBPLvAncB89dmE . Revista Esquinas. Revista Digital Laboratório da Faculdade Cásper Líbero. Entrevista feita por: Letícia Keller, 18 de junho de 2020. 41 FREIRE, PAULO. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 2006. ______________. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1983. FUNDAÇÃO LEMANN. Educação Matemática. Quais são os desafios e como estamos buscando soluções para as escolas públicas de todo Brasil. Disponível em:<https://fundacaolemann.org.br/noticias/educacao- matematica?gclid=EAIaIQobChMIxsKkrM_16wIVhBGRCh1hdwFREAAYASAAEgIv6vD_BwE> (20 out. 2020). GADOTTI, Moacir. Educar para a sustentabilidade: uma contribuição à década da educação para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2009. 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