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SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA SINAIS VITAIS Medidas que conferem vida. Evidenciam o funcionamento e as funções corporais relacionados com a manutenção da vida: o Pressão arterial; o Pulso; o Temperatura corpórea; o Respiração; o Oximetria. PRESSÃO ARTERIAL É a força exercida pelo sangue sobre a parede dos vasos. Variações continuas: o Posição da pessoa; o Atividades físicas; o Situações clínicas e psicológicas. É um parâmetro fisiológico indispensável na investigação diagnóstica. Fatores determinantes: o PA= DC x RP. o DC= débito cardíaco (força e quantidade de sangue bombeado): Interferência na PAS. Volume sistólico X Frequência cardíaca. Capacidade contrátil do miocárdio e com retorno venoso. o RP= resistência periférica (tamanho e flexibilidade das artérias): Interferência na PAD. Vasocontratilidade da rede arteriolar. Regulação do SNS. Influência humoral: angiotensina, catecolaminas, prostaglandinas. o Elasticidade da parede dos grandes vasos: Grande capacidade de distensibilidade. o Volemia. o Viscosidade sanguínea: Influência pequena: Anemias - diminuição da viscosidade (menos hemácias) = hipotensão. Policitemia – aumento da viscosidade = hipertensão. OBS.: Na história clínica do paciente já se pode imaginar a PA quando for para o exame físico. o Qualquer profissional da saúde pode fazer aferição e em todas as idades. o Equipamentos: esfigmomanômetro, estetoscópio. o Preparo do paciente: Explicar o procedimento, não conversar durante a medida; Repouso de 5 min. Posição: sentada, deitada ou em pé; Se sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; Braço na altura do coração (4 º EI), ligeiramente flexionado, palma da mão para cima. Evitar: bexiga cheia, exercícios físicos (60 min antes), cigarro (30 min antes), ingestão de alimentos, álcool, café. o Posição deitada: mmii. Decúbito ventral ou dorsal perna ao nível do coração. SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA Artérias poplítea e pediosa. o Posição em pé: Braço ao nível do coração. Abertura de 45 graus. Artéria cubital ou braquial. o Posição deitada Braço ao nível do coração, com abertura de 45 graus. OBS.: É necessário que o aparelho esteja calibrado e o manômetro perpendicular ao plano visual. o Procedimento: Obter circunferência aproximadamente no meio do braço; Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço; Colocar o manguito sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital; Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria cubital. o Método palpatório Palpar a artéria radial; Insuflar o manguito até o desaparecimento do pulso (estimativa da PA sistólica); Insuflar mais 30 a 40 mmhg; Posteriormente desinsuflar até o reaparecimento do pulso que corresponderá a PA sistólica. o Método auscultatório o Palpar a artéria braquial na fossa cubital e coloca a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva; o Inflar rapidamente de 10 em 10 mmhg até ultrapassar de 20-30 da PAS estimada pelo método palpatório; o Deflação lenta (2 a 4 mmhg por segundo). o Determinar a pressão: Sistólica: ausculta do 1 som- aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff). Diastólica: quando o som se torna menor ou desaparece. Desaparecimento do som (fase V de Korotkoff). o Erros comuns: Colocação do manguito sobre a roupa do paciente; Posição inadequada do manguito e do receptor; Inadequação do manguito e do receptor; Inadequação do manguito a circunferência do braço; Não calibração do esfigmomanômetro. o Classificação da pressão arterial (maiores de 18 anos): PULSO Onda de pressão dependente da PA. Percebida como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA Contração e expansão alternada de uma artéria. Verificação: o Paciente sentado ou deitado, confortável, com o braço apoiado; o Contar os batimentos em 1 min (arritmias podem ser detectadas quando realizada a contagem correta). Locais para verificação: o Artéria radial e carótidas; o Outras: braquial, femural, pediosa, tibial posterior, temporal, poplítea. Frequência: o Adulto: 60-100 bpm; o < 60 bpm = bradisfigmia ou “bradicardia”; o > 100 bpm = taquisfigmia ou “taquicardia”. Amplitude: o Aumentada; o Diminuída. Ritmo = sequência de pulsações: o Regular: intervalos iguais; o Irregular: intervalos desiguais, ora mais longos, ora mais curtos = arritmia. TEMPERATURA Centro regulador no hipotálamo. Termômetro- graduado em Celsius. Locais de aferição: o Axilar o Oral o Retal o Timpânica OBS.: Aferição correta dos termômetros infravermelho é na testa. Temperatura oral (36-37,4 ºC) o O termômetro sob a língua, no canto do lábio. o Contraindicação: crianças, idosos, pacientes graves, inconscientes, psiquiátricos, portadores de alterações orofaríngeas, após fumar e após ingestão de alimentos quentes ou gelados. o Necessita de termômetros individuais. Temperatura axilar (35,5-37 ºC- média 36- 36,5 ºC) o Mais utilizada no Brasil. o Necessária higiene da axila e do termômetro. o Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo. o Colocar o termômetro na axila mantendo-o com o braço bem encostado no tórax. o Manter por 3-5 min. Valores normais: o Axilar: 35,5 – 37ºC (média 36 – 36,5 ºC); o Oral: 36 – 37,4ºC; SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA o Retal: 36 – 37,5ºC. Alterações: o Elevação = hipertermia, febre: Febre: agente infeccioso que esteja elevando a temperatura. Hipertermia: exemplo da exposição prolongada ao sol; hipertermia maligna. o Diminuição = hipotermia. Temperatura corporal acima da faixa de normalidade: o Distúrbios no próprio cérebro ou por substâncias tóxicas (pirogênicas). o Infecções, lesões teciduais, processos inflamatórios e neoplasias. Síndrome febril: o Astenia o Inapetência o Cefaleia o Sudorese e calafrios o Náuseas, vômitos o Confusão mental e convulsões RESPIRAÇÃO É o processo pelo qual um organismo vivo troca O2 e CO2 com o seu meio ambiente. Verificação da frequência respiratória: o Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos. o Contagem pelo período de 1 min. Frequência o 16 a 20 incursões por minuto (irpm). Alterações: o Taquipnéia: respiração rápida, FR > 20 irpm. o Bradipnéia: respiração lenta, FR < 16 irpm. Outros aspectos: o Dispneia: desconforto respiratório. o Ortopneia: obriga o paciente a ficar sentado. o Apneia: ausência de respiração. OXIMETRIA DE PULSO Mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue do paciente (saturação de O2). Aferição: o No dedo ou lóbulo da orelha. o Taxa normal = 95 – 100 %. OBS.: A luz vermelha do oxímetro “encontra” as hemácias do paciente. Pacientes com anemia a oximetria não vai ser fidedigna, ou seja, o valor vai ser menor do que o paciente realmente apresenta. Atenção! A clínica é soberana. Exemplo: o Pulso: 80bpm = normoesfígmico; o PA: 110 x 80 mmhg = normotenso; o T: 36,5ºC = afebril; o FR: 16 irpm = eupneico; o SatO2: 96% = normal. SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA TÉCNICAS BÁSICAS DO EXAME FÍSICO Modo de abordagem do paciente para extrair informações do exame físico. Inspeção Palpação Percussão Ausculta Em alguns casos a ordem nãoserá essa. OBS.: Direção ântero-posterior e crânio caudal. INSPEÇÃO Tipos: o Inspeção geral o Inspeção direcionada- segmentos corporais o Panorâmica o Localizada Semiotécnica o Boa iluminação: Luz natural incidindo obliquamente. Luz branca e intensidade suficiente. Cavidades- focos luminosos. o Exposição adequada da região: Desnudar somente a região a ser examinada. o Técnica: Inspeção frontal Inspeção tangencial o Instrumentos- uso ocasional: Lupa Lanterna Anuscópio Otoscópio Espéculo vaginal Oftalmoscópio OBS.: Cada segmento terá uma particularidade que deve ser descrita no prontuário; no tórax e abdômen pode apresentar abaulamentos, retrações, deformidades, lesões de pele. PALPAÇÃO Confirma pontos observados na inspeção. Recolhe impressões por meio de: o Tato: mais superficial. o Pressão: mais profundas. Perceber modificações: o Textura o Temperatura o Umidade o Vibração o Pulsação o Verificação de edema o Sensibilidade o Espessura o Consistência o Volume o Dureza o Frêmito o Elasticidade o Flutuação o Crepitações Semiotécnica o Abordagem tranquila e gentil. o Explicar as etapas do exame para o paciente cooperar. o Aquecimento das mãos. o Posição do examinador e do paciente: Geralmente examinador de pé à direita. Paciente em decúbito dorsal. SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA o Variantes do procedimento: Palpação com a mão espalmada usando toda a palma de uma ou das duas mãos. Palpação com uma mão sobrepondo-se uma à outra. Palpação com mão espalmada em que se usam apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos. Puntipressão: sensibilidade dolorosa e analisar teleangectasias tipo aranhas vasculares. Palpação com a borda da mão. Palpação com polegar e o indicador em forma de pinça. Vitropressão: diferenciação de eritema e púrpura. Fricção com algodão: sensibilidade cutânea. Pesquisa de flutuação: pesquisa de conteúdo líquido. Ex: abcessos. Palpação bimanual combinada: cavidade oral, toque ginecológico. o Dicas: Temperatura da sala agradável. Privacidade na hora do exame. Prestar atenção na expressão facial do paciente. Cobrir o paciente com lençol ou avental. Informar cada passo que será realizado para tranquiliza-lo. Não examinar o paciente com as mãos suadas. SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA Cortas as unhas. Palpar as regiões dolorosas por último. Posicionar bem o paciente, atenção especial na palpação do abdome. PERCUSSÃO Golpear um ponto do corpo originando-se vibrações que tem características próprias quanto à intensidade, ao timbre e à tonalidade, dependendo da estrutura anatômica percutida. Observa-se: o Som o Resistência Semiotécnica: o Percussão direta: Golpeia diretamente com a ponta dos dedos a região alvo. Dedos fletidos (“martelo”). Movimentos de golpear são feitos pela articulação do punho. Golpe seco e rápido. Ex: percussão do tórax do lactente e das regiões sinusais. OBS.: percussão que pode ser feita na face, queixa de sinusite. o Percussão dígito-digital: Golpe com a borda ungueal do dedo médio ou do indicador da mão direita (plexor) a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou do indicador da outra mão (plexímetro). Mão que percute pode ficar com todos os dedos estendidos sem esforço ou com o polegar e o indicador semiestendidos e o mínimo e o anular são fletidos. Movimentação da mão apenas com o punho. Cotovelo permanece fixo, fletido em ângulo de 90º com o braço em semiabdução. Apenas o dedo plexímetro toca a região a ser examinada. Os outros dedos e a palma da mão ficam suspensos rentes a superfície. Golpe deve ser dado com a borda ungueal. Intensidade do golpe variável. SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA Dois golpes seguidos, secos e rápidos. Percussão comparativa em órgãos simétricos. o Punho-percussão: Mão fechada golpeia-se com a borda cubital ou ulnar. Avalia sensação dolorosa. Ex.: Pacientes com queixas renais, fazer a punho-percussão na região lombar ou golpear com a borda da mão. OBS.: Sinal de Giordano: paciente com dor lombar com irradiação para o abdômen, de forte intensidade, associado a vômito, quando faz a punho-percussão paciente relata dor extrema. o Percussão com a borda da mão: Dedos estendidos e unidos golpeia-se com a borda cubital ou ulnar. Avalia sensação dolorosa. o Percussão tipo paparote: Uma das mãos golpeia o abdômen enquanto a outra permanece espalmada na região contralateral. Procura captar ondas líquidas chocando-se contra a parede abdominal. Tipos de sons: SOM MACIÇO: REGIÕES DESPROVIDAS DE AR. EX.: FÍGADO, BAÇO. SOM SUBMACIÇO : VARIAÇÃO DO MACIÇO. QUANTIDADE DE AR RESTRITA EX.: TRANSIÇÃO ENTRE O FÍGADO E O PULMÃO. SOM TIMPÂNICO : QUALQUER ÁREA QUE CONTENHA AR, RECOBERTA POR UMA MEMBRANA FLEXÍVEL. EX.: INTESTINOS. SOM CLARO PULMONAR: DEPENDE DA EXISTÊNCIA DE AR DENTRO DOS ALVÉOLOS E DEMAIS ESTRUTURAS PULMONARES. EX.: TÓRAX NORMAL. AUSCULTA Técnica que consiste em ouvir os sons do corpo. Componentes: o Olivas auriculares o Armação metálica o Tubos de borracha SEMIOLOGIA MÉDICA THAYNÁ FIGUEIRÊDO- MEDICINA o Receptores: Campânula (menor) Diafragma (maior) Semiotécnica: o Ambiente da ausculta: Silencioso o Posição do examinador e do paciente. o Orientações ao paciente. o Escolha do receptor (para crianças utiliza mais a campânula e adultos o diafragma). o Aplicação correta do receptor. Ausculta respiratória: o Exame dos ruídos respiratórios normais e patológicos. Ausculta cardíaca: o Exame das bulhas cardíacas normais e suas alterações, sopros e outros ruídos. Ausculta de vasos. OBS.: ausculta das carótidas. Ausculta abdominal: o Exame do abdome para detectar sopros e ruídos hidroaéreos. Instrumentos médicos: o Balança o Haste milimetrada o Fita métrica o Abaixador de língua o Lanterna o Martelo de reflexos o Estetoscópio o Esfigmomanômetro o Termômetro clínico o Lupa o Agulha e algodão o Diapasão o Oftalmoscópio o Otoscópio o Rinoscópio o Luvas
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