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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (IA) E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES (ET) EM OVELHAS.
Flávia Correia 
Juleisy Santamaría 
Data:
05/12/2020
Objetivo 
Este trabalho tem como objetivo realizar os aspectos reprodutivos de ovinos e a aplicação da inseminação artificial na espécie, relatando suas técnicas, consequências e limitações.
Tornar as informações sobre IA e ET em ovelhas acessíveis.
INTRODUÇÃO
Esse trabalho fala sobre a inseminação artificial (IA) e a transferência de embriões (TE) que desempenham um papel importante no melhoramento genética de rebanhos ovinos .
Descreve principalmente os métodos que foram recentemente pesquisadas e adaptado para contornar a anatomia problemática do colo útero ovino, o que impede a aplicação generalizada de IA transcervical e TE nesta espécie. 
A IMPORTÂNCIA DA AI E ET NAS OVELHAS
 A deposição de sêmen intrauterino é uma necessidade para obter altas taxas de parto. 
As taxas de concepção após IA vaginal ou cervical média, embora não confiáveis, são aceitáveis, embora apenas com sêmen recém-coletado que foi submetido a manipulação mínima. 
As taxas de parto deste método variam de 20-40% com 400 x espermatozoides por dose inseminada e esta taxa tem mostrado aumentar com o aumento da profundidade da deposição de sêmen (isto é, entre o IA vaginal e intra-cervical. 
CONSEQUÊNCIA 
 Afetar negativamente o transporte de esperma e a viabilidade no trato reprodutivo feminino. 
Demonstraram que liberação de progestágeno e injeções de prostaglandina empregados na sincronização hormonal para IA de tempo fixo em ovelhas estão associados com aumento da morte de espermatozoides no colo anterior e porção inferior do útero. 
Vários métodos de manuseio do sêmen e preparação para transporte ou armazenamento também podem contribuir para a diminuição da fertilidade .
 CONTINUAÇÃO
TE em ovelhas, o sucesso da implantação e subsequente desenvolvimento dos embriões transferidos depende criticamente da colocação intrauterina.
um eufemismo que a ovinocultura se beneficiaria dos aumentos na eficiência reprodutiva e ganhos genéticos oferecidos por IA e MOET, uma vez que a demanda global por produtos ovinos está aumentando, com a demanda atualmente excedendo a oferta. 
O colo do útero tem um arranjo estrutural distinto e altamente complexo que impede a passagem transcervical fácil e a deposição intrauterina usando cateteres convencionais de IA.
É um órgão fibroso muito longo e estreito, composto principalmente de tecido conjuntivo com uma camada serosa externa e epitélio luminal interno.
 O lúmen interno adota uma qualidade tortuosa devido à presença de anéis característicos em forma de funil
ESTRUTURA ANATÔMICA DO COLO OVINO COMO FATOR PRINCIPAL QUE LIMITA O USO GERAL DE TCAI / ET EM OVINOS
O óstio de cada anel cervical é ∼ 2,7 mm de diâmetro e não está concentricamente alinhado com os anéis adjacentes. 
Há uma grande variabilidade nas características morfológicas cervicais entre raças e ovelhas individuais, incluindo o comprimento (5-10 cm), número de anéis (3-7), diâmetro do óstio do anel (1-3 mm) e a distância entre anéis (3-5 cm). 
Também foi sugerido que o número de dobras presentes aumenta com a idade e paridade.
Um molde de silicone do lúmen cervical interno de uma ovelha adulta representando os anéis cervicais em forma de funil. 
CLASSIFICAÇÃO DA APARÊNCIA DA ENTRADA NO OS CERVICAL EXTERNO DA OVELHA
A - Bico de pato: duas dobras opostas de tecido cervical com uma fenda horizontal central como orifício externo.
B - Fenda: sem protrusões na vagina anterior com uma fenda como a abertura dando entrada para o canal cervical.
C - Rosa: um conjunto de dobras cervicais que se projetam na vagina anterior obscurecendo o orifício externo. 
D - Papila: uma papila que sobressai na vagina anterior com o orifício externo em seu ápice. 
E - Aba: uma dobra do tecido cervical que se projeta na vagina anterior e sobrepõe completamente ou parcialmente o orifício externo criando o aspectos de uma aba.
O ESTADO ENDÓCRINO DAS OVELHAS APRESENTADO PARA IA
As ovelhas são sazonalmente poliéstricas com um ciclo estral de aproximadamente 17 dias.
No momento da IA, as ovelhas estão na fase de estro, que é caracterizada por surtos de FSH e LH da glândula pituitária anterior.
Essa fase dura 30-36 horas e a ovulação espontânea, na qual uma liberação fásica de LH é desencadeada por concentrações crescentes de estrogênio independente de um estímulo de acasalamento, ocorre 24 a 30 horas após o início da receptividade sexual.
Durante esse período, o colo uterino fica ligeiramente relaxado e edemaciado.
IA INTRAUTERINA EM OVELHAS 
É geralmente realizada através da laparotomia médio-ventral, com ou sem o auxílio de um laparoscópio.
A IA laparoscópica envolve fazer duas incisões sob anestesia local; 
Uma incisão é para a inserção de um endoscópio enquanto uma pipeta inseminaste.
Introduzida no lúmen uterino através da outra.
Embora seja considerada um procedimento cirúrgico bastante simples, a IA intrauterina laparoscópica é invasiva e causa estresse indevido ao animal. É demorado, caro, trabalhoso e requer equipamento especializado e pessoal qualificado para realizar o procedimento. 
O ESTADO ENDÓCRINO DAS OVELHAS APRESENTADO PARA TE
As ovelhas receptoras estão em diestro, durante o qual o corpo lúteo (CL) torna-se totalmente funcional.
Progesterona lútea exerce uma influência dominante na motilidade e na função secretora dos ovidutos, útero e vagina, e também governa a preparação do útero para implantação. 
O colo uterino neste momento é firme e não edematoso.
Descobriram que a profundidade média de penetração foi em média 4,6 mm maior em ovelhas não lúteas em comparação com ovelhas em fase lútea.
O uso repetido desse método continua sendo uma preocupação para o bem-estar animal. Como resultado, o uso de IA não é difundido na indústria ovina e é limitado a pequenos rebanhos de raças herdadas geralmente raras e caras.
Da mesma forma, a estrutura tortuosa do colo do ovino impede uma rota transcervical para a deposição de embriões colhidos em ovelhas receptores durante os procedimentos de TE. Para realizar TE em ovelhas, procedimentos cirúrgicos semelhantes aos empregados para IA são necessários para depositar embriões diretamente em o útero. 
AS ABORDAGENS TRANSCERVICAIS PARA AI E ET
A capacidade de obter os benefícios da IA e do MOET em ambientes comerciais deve-se predominantemente à eficiência e facilidade com que esses procedimentos podem ser realizados. 
A intervenção cirúrgica não é necessária para realizar IA intra-uterina em grandes animais, mas uma pipeta inseminadora é passada através do colo do útero.
Abordagem retovaginal para inseminação transcervical é comum. A via transcervical utilizada para isso são os fatores-chave devido à aplicabilidade comercial desses procedimentos e à obtenção de taxas ótimas de concepção.
O TE também pode ser realizado por via transcervical e, as técnicas transcervicais são alternativas potenciais para métodos cirúrgicos de recuperação de embriões / oócito.
PERSONALIZAÇÃO DE CATETERES PARA TCAI / ET EM OVELHAS
Vários cateteres / pipetas AI / ET modificados foram desenvolvidos com o propósito específico de atravessar o colo do útero de forma não invasiva. 
A arma de IA do gado é muito grande e não apropriada para uso em ovelhas. Descobriram que uma seringa inseminadora Capristol de plástico reta com uma bainha de seringa de câmara fina não podia ser avançada além do orifício cervical em ovelhas.
Instrumentos personalizado 
Instrumentos usados para passagem transcervical em ovelhas. ( A.E). 
Seringa inseminadora Capristol ( A).
Bainha reta de câmara fina ( B)
Bainha flexível ( C). 
Uma sonda maleável com uma ponta reta ( D) e ponta dobrada ( E). 
( F) - Um cateter IA com ponta dobrada desenvolvido, e usando uma agulha espinhal de aço inoxidável de calibre 18 com uma ponta romba conectada a um cano de arma de IA bovino encurtado para 28 cm. 
( G) - Uma ponta do cateter Milovanov, com formato helicoidal característico, acoplada a umtubo plástico de 25 cm. 
Um êmbolo para retro carregar o barril IA (H).
Retro carregar o barril IA( I).
Cateter semiflexível IA / ET (J) em comparação com uma agulha IA laparoscópica padrão ( K).
Canudo de sêmen de 0,5 cc. ( L).
 O último quadro representa uma visão ampliada do cateter semiflexível IA / ET de calibre 17 com ponta
bulbosa ( M).
EM TERMOS DE EFICIÊNCIA
Relatórios sobre o tempo total gasto para completar o procedimento são de 0,5 min a 4,8 min. 
As taxas de parição resultantes do sistema Guelph variaram de 60% a 80%.
Com sêmen fresco e de 40% a 70% de ovelhas penetradas com sucesso e inseminadas com sêmen congelado-descongelado. 
As taxas de parição foram significativamente maiores para ovelhas criadas durante as estações reprodutivas tradicionais de outono do que durante outras épocas do ano
Tal como acontece com abordagens semelhantes, o sucesso do método é altamente dependente da proficiência do operador / inseminador.
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO COLO OVINO EM VÁRIOS ESTADOS REPRODUTIVOS
O colo uterino passa por enormes mudanças estruturais a fim de cumprir uma ampla gama de funções. 
Em seu estado contraído, o colo do útero atua como uma barreira protetora para infeções ascendentes, mas permitir a passagem de espermatozoides.
 A manutenção da gravidez requer que o colo do útero retenha uma estrutura bastante rígida, crescimento e útero em expansão.
O início do parto é acompanhado por um amolecimento gradual seguido por uma dilatação cervical muito rápida durante o trabalho de parto ativo.
 No pós-parto, o colo do útero deve retornar ao seu estado rígido. 
O SISTEMA GUELPH PARA TCAI
Esta técnica envolve o posicionamento da ovelha em decúbito dorsal usando um berço aparador de cascos, um dispositivo coloquialmente conhecido como "nadadeira de ovelha". Um vaginoscópio de plexiglass lubrificado (espéculo tubular) é inserido na vagina e uma lanterna é usada para observar o orifício cervical. Fórceps são então usados para prender e retrair o tecido ao redor do orifício cervical, após o que o instrumento de inseminação é cuidadosamente manobrado através das dobras espirais do colo do útero para eventualmente depositar o sêmen no corpo do útero, geralmente próximo à bifurcação uterina 
CARACTERÍSTICAS DE UM DILADOR CERVICAL IDEAL
Para fins de IA e TE, um agente farmacológico ideal para induzir o amadurecimento cervical em ovelhas não prenhes deve ter custo e tempo eficazes, ser planejado para fácil parto e causar desconforto mínimo às ovelhas receptoras.
Tentativas anteriores de dilatação cervical em ovelhas
Várias tentativas têm sido feitas para dilatar suficientemente o colo do útero de ovelhas não grávidas. Os seguintes agentes farmacológicos foram testados para este propósito.
Relaxando
Descobriram que a relaxina injetada 12 horas antes da inseminação em ovelhas não teve efeito de amolecimento no colo do útero e não influenciou a profundidade da deposição de sêmen.
Carozolol
A administração de carozolol na dose de 0,5 mg / ovelha, aproximadamente 30 minutos antes da inseminação, não facilitou a penetração cervical nas ovelhas durante a época de reprodução.
Citocinas pró-inflamatórias
Ser usado para induzir dilatação cervical para fins de IA em ovelhas cíclicas, concluiu-se que não foi eficaz como único agente para dilatação cervical suficiente.
Estradiol
Causou um aumento de 3 vezes na extensibilidade cervical que é comparável à extensibilidade manifestada.
Oxitocina
Tem havido resultados inconsistentes com o uso de oxitocina para dilatar o colo do útero para IA. 
Prostaglandinas
As prostaglandinas (PGs) são conhecidas por desempenhar um papel na regulação da função cervical. 
ANÁLOGO SINTÉTICO DA PROSTAGLANDINA E 1 (PGE 1)
Misoprostol: como relaxante cervical para ovelhas. 
Estudos anteriores indicaram que as doses de 200 μg e 400 μg de misoprostol foram ineficazes na indução do relaxamento cervical 24-72 horas após a administração. 
A dose mais alta pareceu conferir melhores resultados com penetração intrauterina efetiva alcançada 54 horas após o tratamento de ovelhas cíclicas
DIREÇÕES FUTURAS DE ESTUDOS
SOBRE INDUÇÃO HORMONAL
O desenvolvimento de uma técnica não cirúrgica de IA / ET que possa ser realizada de forma eficiente em ovelhas
O uso de agentes hormonais pode não apenas facilitar o TCAI e o TCET.
Facilitar programas de reprodução assistida em zoológicos ou programas semelhantes projetados para a conservação de espécies raras ou ameaçadas de extinção.
Futuros experimentos envolvendo ovelhas como modelo animal para o desenvolvimento de várias técnicas. 
Sistêmica de vários hormônios que estimulam o amadurecimento cervical em ovelhas periparturientes.
CONCLUSIONES 
Combinar os métodos de seleção genética e as tecnologias de reprodução assistida é a abordagem mais eficaz para aumentar a produtividade.
Ovinocultura tem progredido bastante lentamente em termos de aplicação de ARTs.
Tecnologias reprodutivas em ovelhas a serem desenvolvidas sejam diferentes daquelas em grandes espécies de mamíferos, são mais difíceis de executar e menos econômicas.
Nos últimos anos, as tentativas de melhorar a IA transcervical e a TE em ovelhas se concentraram principalmente no uso de diferentes modalidades de cateteres de inseminação e dilatadores cervicais farmacológicos para facilitar a deposição intrauterina de sêmen ou embriões.
BIBLIOGRAFÍA 
Ivanka BR Candappa e Pawel M. Bartlewski.University of Guelph, Ontario Veterinary College, Department of Biomedical Sciences, 50 Stone Road, Guelph, ON N1G 2W1, Canadá.