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ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO_PORTUGUÊS_VOLUME 04 (PROFESSOR)

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©Shutt
erstock
/Rawpi
xel.com
©©Shutt
erstock
/Rawpi
xel.com
Livro do professor
Língua 
Portuguesa
9o. ano
Volume 4
Livro
didático
Falando é que a gente 
aprende 2
10
11
12
A pesquisa como fonte de 
conhecimento 34
Diário de guerra ou...
impressões de uma 
simples menina? 56
2
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ut
te
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to
ck
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s M
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Sa
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or
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1. Você tem medo de falar em público? Por quê?
2. O que você sente quando precisa apresentar um trabalho à turma?
3. Se você enfrenta tranquilamente essas situações, que dicas daria para seus colegas não terem medo de 
falar em público? 
10
Falando é que a 
gente aprende 
1 Sugestão de atividade.
3
Discurso
• Ler diferentes discursos, analisando suas condições de produção e sua organização. 
• Identificar e aplicar algumas técnicas de oratória para se expressar com clareza e conquistar a 
empatia dos ouvintes.
• Identificar diferentes figuras de linguagem, compreendendo seus efeitos no texto.
• Conhecer algumas relações de concordância verbal.
• Produzir um discurso de formatura.
Objetivos
Painel de leitura
2 Orientação didática.
Esse parece o enredo de um conto de fadas? Pois saiba que aconteceu de verdade na Inglaterra, em 1936. 
O país havia acabado de passar pela Primeira Guerra Mundial e a situação política da Europa era tal que, apenas 
três anos mais tarde, seria iniciada a Segunda Guerra. O rei havia assumido o trono há 11 meses, sucedendo a 
seu pai – George V. Entretanto, surpreendeu a todos os britânicos com a renúncia. 
Converse com seus colegas e com seu professor a respeito dessa situação:
• Vocês conseguem imaginar os motivos do rei?
• Se estivessem no lugar do jovem Eduardo VIII, o que diriam ao povo? Quais seriam suas preocupações horas 
antes desse discurso?
Leia, a seguir, o que proferiu o rei em 11 de dezembro de 1936:
Eduardo VIII
Monarca britânico
Eduardo VIII, posteriormente Sua Alteza Real, o Duque de Windsor (1894-1972), era o filho mais 
velho de George V (1865-1936). Ele sucedeu ao pai em 1936, mas abdicou menos de onze meses de-
pois, impelido pela desaprovação geral e pelas dificuldades constitucionais em torno de sua proposta 
de casamento à sra. Wallis Simpson, divorciada.
“Eu deixo meu fardo”
11 de dezembro de 1936, Windsor, Inglaterra
Eduardo foi um Príncipe de Gales muito popular nos anos 1920 e 1930. Seus modos eram encanta-
dores e informais: impaciente para com as tradições e as cerimônias, esperava modernizar a monarquia 
britânica. Em 1914, ele disse à avó, a rainha Alexandra, que só se casaria com alguém que amasse e, nos 
anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, sentiu-se atraído por muitas mulheres, mas nenhuma 
era considerada adequada para se casar com o herdeiro do trono. Em 1930, ele conheceu a americana 
Wallis Simpson, divorciada – que já havia se casado novamente –, e se tornou cada vez mais ligado a 
ela. Os jornais americanos divulgaram o relacionamento, mas os britânicos, não.
É inverno, o ar está denso e parado, mas, nas ruas, uma notícia corre como fogo na pólvora: o jovem 
rei, amado e admirado por seu povo, vai renunciar. 
Por toda parte, nas rodas de conversa, as pessoas se perguntam se a notícia será mesmo verdadeira, 
algumas se mostram preocupadas, outras debatem os motivos que o monarca teria para tudo aquilo.
No palácio, o rei caminha de um lado a outro, preparando-se para o que dirá a seus súditos dentro de 
apenas algumas horas.
9o. ano – Volume 44
Quando Eduardo sucedeu ao trono em 20 de janeiro de 1936, foi obrigado a se comportar mais 
formalmente. No entanto, acreditando que o povo britânico estava começando a aceitar a ideia de um 
novo casamento após o divórcio, ele planejava se casar com a sra. Simpson após o segundo divórcio 
dela em outubro de 1936. O primeiro-ministro, Stanley Baldwin, e líderes da igreja acreditavam firme-
mente que uma mulher divorciada era inelegível para ser a esposa e rainha consorte do monarca, por 
causa de seu papel como chefe da Igreja da Inglaterra. Eduardo, então, enfrentou seu famoso dilema 
romântico: ele podia continuar rei sem se casar com a sra. Simpson ou abdicar e se casar com ela. Esco-
lheu a última opção e comunicou sua decisão a uma nação perplexa, que, em grande parte, não estava 
ciente da situação. 
Winston Churchill apoiou Eduardo na época, mas posteriormente declarou que sua abdicação fora 
uma mudança para melhor, já que o irmão mais novo de Eduardo, George VI, era um monarca ideal, e 
sua esposa, a rainha Elizabeth, uma consorte ideal.
1. “Finalmente sou capaz de dizer algumas palavras minhas. Eu nunca quis omitir nada, mas até 
agora não foi constitucionalmente possível eu falar.
2. Há algumas horas, eu cumpri meu último dever como rei e imperador, e, agora que fui sucedido 
por meu irmão, o Duque de York, minhas primeiras palavras devem ser declarar minha lealdade a ele. 
Isso eu faço de todo o coração.
3. Todos vocês sabem as razões que me impeliram a renunciar ao trono. Mas eu quero que com-
preendam que, ao tomar minha decisão, eu não me esqueço do país ou do império que, como Príncipe 
de Gales, e finalmente como rei, eu, por 25 anos, tentei servir.
4. Mas vocês devem acreditar em mim quando lhes digo que considerei impossível carregar o pesa-
do fardo da responsabilidade e cumprir meus deveres como rei, como desejaria fazer, sem a ajuda e o 
apoio da mulher que amo.
5. E quero que saibam que a decisão que tomei foi minha e somente minha. Isso foi algo que tive 
de julgar totalmente por mim mesmo. A outra pessoa mais diretamente interessada tentou até o fim 
me persuadir a tomar um caminho diferente. Eu tomei a decisão mais séria da minha vida pensando 
unicamente no que seria, no fim das contas, melhor para todos.
6. Esta decisão se tornou menos difícil para mim graças à certeza de que meu irmão, com seu longo 
preparo nos assuntos públicos deste país e com suas excelentes qualidades, será capaz de tomar meu 
lugar imediatamente, sem interrupção ou prejuízo à vida e ao progresso do Império. E ele tem uma 
bênção inigualável, desfrutada por tantos de vocês e não concedida a mim: um lar feliz com sua esposa 
e filhos.
7. Durante esses dias difíceis, eu fui confortado por Sua Majestade, a minha mãe, e por minha famí-
lia. Os ministros da coroa, e em particular o sr. Baldwin, o primeiro-ministro, sempre me trataram com 
total consideração. Nunca houve diferença constitucional alguma entre eles e mim e entre o Parlamento 
e mim. Criado na tradição constitucional por meu pai, eu nunca deveria ter permitido que alguma de 
tais questões fosse levantada.
8. Desde que eu era Príncipe de Gales, e mais tarde quando ocupei o trono, fui tratado com a maior 
amabilidade por todas as classes de pessoas, onde quer que eu tenha morado ou viajado pelo Império. 
Por isso, eu sou muito grato.
9. Agora me retiro completamente dos assuntos públicos, e deixo meu fardo.
10. Pode tardar algum tempo até eu regressar à minha terra natal, mas sempre acompanharei o 
destino do povo britânico e do Império britânico com profundo interesse, e, se em algum momento 
no futuro eu for considerado útil para Sua Majestade em uma função particular, eu não decepcionarei. 
11. E agora todos temos um novo rei. Eu desejo a ele, e a vocês, seu povo, felicidade e prosperidade 
de todo o meu coração. Que Deus abençoe a todos. 
12. Deus Salve o Rei.” 
EDUARDO VIII. 7. Eduardo VIII. In: BURNET, Andrew (Org.). 50 discursos que marcaram o mundo moderno. 3. ed. Porto Alegre: L&PM, 2017. p. 44-46.
 Língua Portuguesa 5
 1. O primeiro aspecto que estudaremos é o vocabulário do texto. Releia os trechos a seguir e reescreva-os 
substituindo os termos em destaque por sinônimos ou por expressões equivalentes. Se necessário, faça 
adaptações no texto que escrever.
Ele sucedeu ao pai em 1936, mas abdicou menos de onze meses depois, impelido pela desa-
provação geral e pelas dificuldades constitucionais em torno de sua proposta de casamento à sra. 
Wallis Simpson, divorciada.
Ele substituiu o pai em 1936, mas renuncioumenos de onze meses depois, motivado pela desaprovação geral e pelas dificuldades
constitucionais em torno de sua proposta de casamento à sra. Wallis Simpson, divorciada.
O primeiro-ministro, Stanley Baldwin, e líderes da igreja acreditavam firmemente que uma 
mulher divorciada era inelegível para ser a esposa e rainha consorte do monarca, por causa de 
seu papel como chefe da Igreja da Inglaterra.
O primeiro-ministro, Stanley Baldwin, e líderes da igreja acreditavam fortemente que uma mulher divorciada não podia ser eleita 
para ser a esposa e rainha companheira do rei, por causa de seu papel como chefe da Igreja da Inglaterra. 
Reforce com os alunos que “consorte”, tem também o significado de esposa, mas esse sinônimo deixaria o trecho repetitivo. 
Mas vocês devem acreditar em mim quando lhes digo que considerei impossível carregar o 
pesado fardo da responsabilidade e cumprir meus deveres como rei, como desejaria fazer, sem a 
ajuda e o apoio da mulher que amo.
Sugestão: Mas vocês devem acreditar em mim quando lhes digo que cheguei à conclusão de que eu não conseguiria assumir a 
responsabilidade e cumprir meus deveres como rei, como desejaria fazer, sem a ajuda e o apoio da mulher que amo.
 2. Agora, pesquise e registre o significado das seguintes palavras:
OMITIR
Deixar de fazer, dizer ou escrever; não mencionar.
DILEMA
Situação difícil, na qual é preciso entre duas alternativas contraditórias ou antagônicas.
PERSUADIR
Convencer, levar alguém a crer ou a aceitar.
INIGUALÁVEL
Que não tem igual, incomparável.
9o. ano – Volume 46
 3. Reconsidere este trecho do discurso:
Todos vocês sabem as razões que me impeliram a renunciar ao trono. Mas eu quero que com-
preendam que, ao tomar minha decisão, eu não me esqueço do país ou do império que, como 
Príncipe de Gales, e finalmente como rei, eu, por 25 anos, tentei servir.
a) Quais as razões da renúncia de Eduardo VIII?
O rei queria se casar com uma americana divorciada duas vezes, o que era constitucionalmente proibido.
b) Os jornais britânicos não noticiavam o envolvimento do rei com Wallis Simpson. Como se explica a 
frase: “Todos vocês sabem as razões que me impeliram a renunciar ao trono”?
É provável que a notícia tivesse se espalhado recentemente por meio de boatos e do próprio anúncio de que o rei faria seu dis-
curso de renúncia.
c) Por que o rei evita relatar oficialmente os motivos de sua renúncia?
Ele faz poucas menções à Wallis Simpson, buscando discrição. Poderia ser desfavorável dar ênfase ao tema que muitos britâni-
cos ainda desaprovavam – o relacionamento com uma mulher divorciada. E poderia haver a intenção de proteger a imagem
de Simpson.
d) “[...] eu não me esqueço do país ou do império que, como Príncipe de Gales, e finalmente como rei, 
eu por 25 anos, tentei servir.” Quais impressões a escolha do verbo grifado sugere ao público?
O verbo tentar assume a possibilidade de imperfeição, mas, ao mesmo tempo, traz a ideia de dedicação e de esforço por parte
do rei.
 4. Ao iniciar seu discurso, Eduardo VIII precisava reverter uma situação delicada, pois sua decisão poderia 
ser interpretada como um ato de egoísmo e irresponsabilidade. Pensando nisso, relacione as colunas.
( 1 ) O rei justifica-se por ter mantido um relacionamento proibido em segredo.
( 2 ) O rei aparenta responsabilidade e isenta outras pessoas de culpa.
( 3 ) O rei tranquiliza a nação quanto ao futuro da Inglaterra.
( 4 ) O rei demonstra lealdade e humildade.
( 2 ) “E quero que saibam que a decisão que tomei foi minha e somente minha. Isso foi algo que tive de 
julgar totalmente por mim mesmo. A outra pessoa mais diretamente interessada tentou até o fim 
me persuadir a tomar um caminho diferente.”
( 4 ) “Deus salve o Rei.”
( 1 ) “Finalmente sou capaz de dizer alguma palavras minhas. Eu nunca quis omitir nada, mas até agora 
não foi constitucionalmente possível eu falar.
( 3 ) “Essa decisão se tornou menos difícil para mim graças à certeza de que meu irmão, com seu longo 
preparo nos assuntos públicos deste país e com suas excelentes qualidades, será capaz de tomar 
meu lugar imediatamente sem interrupção ou prejuízo à vida e ao progresso do Império. E ele tem 
uma benção inigualável, desfrutada por tantos de vocês e não concedida a mim: um lar feliz com 
sua esposa e filhos.”
 Língua Portuguesa 7
 5. Como vimos, ao longo do texto, o rei lança mão de diferentes estratégias para justificar-se perante o povo 
e, se possível, conquistar a empatia dele em relação ao ato que anuncia. Em grupos, releiam o discurso e 
transcrevam passagens em que, na opinião de vocês, essas estratégias se evidenciam.
As respostas são apenas sugestões. O importante é que os alunos reflitam sobre o texto e registrem as passagens que, para eles, 
correspondem aos itens aqui apresentados. Não é necessário que essas passagens estejam em ordem de aparecimento no texto.
 6. Na sua opinião e de seus colegas, o rei fez um discurso bem-
-sucedido? Apresentem as suas conclusões para a turma. Falar de 
suas impressões e ouvir como os seus colegas “enxergaram” o dis-
curso de Eduardo VIII só os fará compreender melhor o gênero em 
discussão.
“Todos vocês sabem as razões que me impeliram a renunciar ao trono. Mas eu quero que compreendam que, ao tomar minha
decisão, eu não me esqueço do país ou do império que, como Príncipe de Gales, e finalmente como rei, eu, por 25 anos, tentei
servir.” 
RESPEITO E AFETIVIDADE COM O PÚBLICO
“A outra pessoa mais diretamente interessada tentou até o fim me persuadir a tomar um caminho diferente. Eu tomei a decisão
mais séria da minha vida pensando unicamente no que seria, no fim das contas, melhor para todos.”
LINGUAGEM CLARA E OBJETIVA
“Durante esses dias difíceis, eu fui confortado por Sua Majestade, a minha mãe, e por minha família. Os ministros da coroa, e em
particular o sr. Baldwin, o primeiro-ministro, sempre me trataram com total consideração. Nunca houve diferença constitucional
alguma entre eles e mim e entre o Parlamento e mim.”
CITAÇÃO DE ACONTECIMENTOS QUE ENRIQUECERAM O DISCURSO
“Mas vocês devem acreditar em mim quando lhes digo que considerei impossível carre-
gar o pesado fardo da responsabilidade e cumprir meus deveres como rei, como deseja-
ria fazer, sem a ajuda e o apoio da mulher que amo.”
BONS ARGUMENTOS
Após renunciar, Eduardo VIII 
foi sucedido por seu irmão 
George VI. O novo rei era gago 
e precisou enfrentar seus pró-
prios medos e limitações para 
anunciar ao povo, por exem-
plo, que a Inglaterra entraria na 
Segunda Guerra Mundial con-
tra a Alemanha e seus aliados. 
Saberemos mais sobre o tema 
ainda nesta unidade. 
9o. ano – Volume 48
Refletir sobre o discurso de Eduardo VIII nos permite aprender lições importantes para nossas próprias de-
clarações públicas.
Neste capítulo, estudaremos o gênero discurso. Estudá-lo com detalhes o ajudará a compreender melhor 
esse gênero, além de orientá-lo quando precisar escrever um discurso, seja para sua formatura, seja para outros 
eventos em que você tenha que discursar. De início, podemos dizer que, quando escrevemos um discurso, 
temos a pretensão de que ele seja apreciado por muitas pessoas, ou seja, não escrevemos para nós, mas para 
os outros. 
Outro ponto importante é que esse gênero pode ser visto como uma conversa com nossos interlocutores. 
Mas não é uma conversa comum. Trata-se de um texto em que refletimos sobre aspectos relacionados ao nosso 
dia a dia e das pessoas a quem nos dirigimos. O discurso é, portanto, um gênero que nos aproxima de nossos 
interlocutores ou de nossa plateia. Tal aproximação acontece quando:
• somos respeitosos e afetivos com as pessoas que nos ouvem;
• tornamos práticos os raciocínios que apresentamos no texto;
• utilizamos uma linguagem clara e objetiva;
• citamos acontecimentos que enriquecem a nossa discussão;
• escolhemos bons argumentos para defender nossas ideias;
Enfim, poderíamos enumerar muitos itens que tornam o nosso texto um 
bom discurso. O importante é compreenderque, nenhum desses itens será 
eficaz se o discurso for lido de forma inadequada. É fundamental, então, que 
você se dedique à elaboração de seu discurso, desde a fase da escrita até o 
momento em que for lê-lo. 
A seguir, registramos partes importantes de um discurso.
Quando for fazer um discurso, lembre-se, primeiramente, de cumprimentar 
o público. Você deve usar um vocativo (uma expressão para chamar os seus 
interlocutores). 
No caso do discurso de 
formatura, respeite a for-
malidade da situação de 
fala. Alguns exemplos são 
“Boa noite” e “Senhoras e 
senhores”, entre outros. Se 
houver uma mesa de auto-
ridades a ser cumprimen-
tada, respeite a hierarquia.
A introdução de um discurso é também chamada de exórdio. Por meio dela, visa-se con-
quistar a empatia do público e capturar sua atenção; por isso, é tão importante planejar as 
primeiras palavras. Há muitas técnicas para isso, mas o orador precisa transmitir sinceridade, 
naturalidade e entusiasmo.
A proposição é um complemento da introdução, ou seja, uma ou duas frases nas quais o 
orador deixa claro o assunto que desenvolverá. Pode conter as justificativas para tratar do tema 
em questão e, também, incluir um aviso a respeito das partes que comporão a apresentação. 
Informar a organização do discurso ajuda a plateia a ficar mais paciente e a seguir a linha de 
raciocínio do apresentador. 
7. No caso do texto lido, não há um vocativo. Proponha, nas linhas a seguir, um vocativo que ache adequa-
do para o discurso de Eduardo VIII.
Sugestão: Querido povo inglês, Cidadãos da Inglaterra, etc.
Liste, no quadro, os vocativos sugeridos pelos alunos e discuta o nível de formalidade de cada um.
 Língua Portuguesa 9
 8. Faça o que se pede. 
a) Transcreva a introdução do discurso de Eduardo VIII.
“Finalmente sou capaz de dizer algumas palavras minhas. Eu nunca quis omitir nada, mas até agora não foi constitucionalmente
possível eu falar.”
Pode variar entre os alunos o que consideram introdução ou até outras partes do discurso. 
b) Transcreva a passagem que pode ser considerada a proposição do discurso lido.
“Há algumas horas, eu cumpri meu último dever como rei e imperador, e, agora que fui sucedido por meu irmão, o Duque de 
York, minhas primeiras palavras devem ser declarar minha lealdade a ele. Isso eu faço de todo o coração.”
Apresentando o assunto central, o orador cumpre as promessas que fez na introdu-
ção do discurso. Se o objetivo é persuadir o público, o ideal a se fazer é:
• expor argumentos lógicos; relatar exemplos e experiências; sempre ter em 
mente a aproximação do público. 
O momento da conclusão é a hora de “vencer” definitivamente o público. Para tanto, 
é preciso evitar frases que não contribuem para o discurso, como: Era isso que eu tinha 
para dizer, etc. 
 9. Sobre essas duas partes do discurso, resolva os itens propostos.
a) No caso do discurso lido, o assunto central é desenvolvido na maioria dos parágrafos. Para você, em 
quais parágrafos há o desenvolvimento do assunto central?
Sugestão: Do 3º. ao 10º. parágrafo.
b) Transcreva os parágrafos podem ser considerados a conclusão do discurso de Eduardo VIII? 
Sugestão: Parágrafos 11 e 12. “E agora todos temos um novo rei. Eu desejo a ele, e a vocês, seu povo, felicidade e prosperidade 
de todo o meu coração. Que Deus abençoe a todos. Deus Salve o Rei.”
Considere, também, outras possibilidades que os alunos registrarem. Peça a eles que argumentem sobre suas percepções des-
sas partes.
 
9o. ano – Volume 410
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10. Nos Estados Unidos, é tradição personalidades importantes serem convidadas para proferir discursos de 
aconselhamento e encorajamento aos formandos. As falas dos paraninfos são grandes eventos e, por 
isso, são filmadas e, posteriormente, reproduzidas em livros e outras diversas publicações.
Oriente os alunos a justificar suas escolhas 
com base na capacidade de o paraninfo 
aconselhar e inspirar os formandos.
• Realize uma pesquisa sobre as personalidades apresentadas acima. Depois, registre qual delas você 
escolheria como paraninfo de sua turma, justificando sua resposta.
11. Agora, faça uma pesquisa sobre uma personalidade brasileira que você gostaria que fosse o paraninfo de sua 
turma. No espaço a seguir, justifique sua escolha e ilustre o trabalho com a imagem dessa personalidade.
Os paraninfos podem fazer di-
ferentes tipos de discurso, como:
• expositivo – explica um con-
ceito ou um processo. É co-
mum em palestras ou em aulas;
• persuasivo – busca convencer 
o público e e mobilizá-lo para 
determinadas ações. Costuma 
ser feito por líderes religiosos ou 
políticos;
• cerimonial – ocorre em ce-
lebrações, com a finalidade de 
elogiar ou prestar reconheci-
mento a alguém/algo.
 
 
Steve Jobs
Michelle Obama
Dwayne Johnson
3 Personalidades.
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Ge
tty
 Im
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es
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ire
Im
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e/
Jo
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 P
ar
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12. Sendo os protagonistas do evento, os formandos têm o direito de ocupar a tribuna e podem fazê-lo 
como oradores de turma. Leia o discurso apresentado, em 2003, por uma aluna que estava concluindo o 
Ensino Médio no Colégio Estadual Emílio de Menezes, em Curitiba.
 Língua Portuguesa 11
Boa noite a todos os presentes. Boa noite, diretor Alcides. Boa noite, professores, pais e amigos. 
Boa noite, Terceirão. Uh, é 3º. A! Uh, é 3º. A!
Brincadeiras à parte, este é um momento especial. O momento da nossa formatura. Parecia que 
esse dia nunca chegaria, e olhem agora: chegou até rápido demais. Alguns dos nossos professores 
estão surpresos até agora com isso, mas milagres acontecem, até mesmo com Matemática, Química, 
e, no meu caso, com a temida Educação Física. 
Falando sério, que responsabilidade é estar aqui na frente para falar por tantas vozes que com-
põem esse incrível Terceirão. Às vezes, foi difícil conciliar todas as diferenças; às vezes, foi com-
plicado ouvir a voz de cada um com todo mundo querendo falar junto e um mais alto do que o 
outro; e teve vezes em que silenciamos a nossa própria voz e tentamos imitar a dos nossos colegas. 
Claro que não deu certo, não é? Porque todos esses anos no colégio nos ensinaram, antes de tudo, 
o quanto é importante sermos nós mesmos e respeitar o próximo do jeitinho que é.
Nesse ponto, eu preciso agradecer especialmente aos nossos professores. Pacientemente, eles 
cultivaram em nós o interesse por Literatura, e Biologia, e Geografia, e Artes, mas cultivaram tam-
bém o desejo por descobrirmos quem somos, e os propósitos que temos, e os sonhos que nos 
movem, e o nosso lugar no mundo. Em meio a todo o turbilhão que é a adolescência, nos fizeram 
compreender que o ponto de partida para tudo é respeitar as diferenças, é amar nossos amigos mes-
mo não concordando sempre, é olhar o mundo com gentileza, é jamais abrir mão de nossos valores. 
E olha, o Português da profª. Deborah nunca foi tão interessante como quando escrevemos todos 
juntos as linhas das nossas histórias. A Matemática da tia Dirce nunca foi tão incrível como quando 
multiplicamos todos os momentos que dividimos uns com os outros. A matéria da profe Terezinha 
nunca foi tão mágica como quando olhamos para o lado e enxergamos a história de nossos colegas.
E, diretor, obrigada por ter criado no Emílio esse ambiente tão propício para que a semente 
plantada em nós florescesse e adquirisse a dimensão que tem hoje. 
Pais queridos, obrigada por terem nos guiado até aqui, nos ensinando tudo, desde os primeiros 
passos, até que finalmente fomos capazes de estender os braços para abraçar o mundo. Amamos vocês.
E agora, finalmente voltando à nossa noite de formatura, eu quero olhar bem para cada um de 
vocês, meus queridos colegas, e dizer que vou sentir falta de cada instante vivido em sala de aula e 
fora dela. Já estou com saudades dos bilhetinhos que a gente contrabandeava por entre as carteiras, 
das peças de teatro amador que produzíamos e obrigávamos as outras turmas a assistir, dos pânicos 
pré-provas, de assinar a camisetade todo mundo no último dia de aula e até dos seminários em que 
eu falava demais (bem, isso não mudou muito, não é?).
Agora será tudo diferente, tudo inédito. Estamos saindo do conforto de nossas carteiras para 
descobrir um “Admirável mundo novo” lá fora. São novos desafios: o vestibular, a faculdade, o in-
tercâmbio. Não vamos mais nos ver todos os dias. Talvez o caminho de alguns de nós sequer volte 
a se cruzar, mas eu sei que sempre estaremos juntos de alguma forma, porque o mais importante 
que aprendemos nesses dias foi o valor da amizade, e isso nos acompanhará para sempre.
Eu não sei como será daqui para a frente, os rumos que tomaremos. Mas eu quero que, indepen-
dentemente do que nos tornemos, de sermos médicos, engenheiros, advogados, professores, artistas, 
aviadores, ou tudo junto e misturado, nunca esqueçamos de quem somos, da voz que temos e da 
nossa força. Que a gente seja sempre capaz de se colocar no lugar do próximo, que a gente sempre se 
mantenha consciente, que a gente sempre lute para tornar esse nosso mundo um lugar muito melhor.
Sei que o 3º. A sempre fará parte de nosso coração e de nossas memórias e, se posso fazer um 
pedido final, é que nunca se arrependam do que vivemos. Foi incrível, galera!
Para finalizar e emocionar a profª. Branca, deixo a vocês estes versos da Helena Kolody:
“Pintou estrelas no muro 
e teve o céu 
ao alcance das mãos.”
Cubram o muro de estrelas, Terceirão. O céu é nosso!
Nos formamos!
Obrigada.
LIMA, Viviane de C. Discurso de formatura: terceiros anos do Emílio de Menezes. Texto não publicado, Curitiba, 2003. 
9o. ano – Volume 412
• O discurso do paraninfo busca inspirar e aconselhar os formandos, mas o discurso do orador de 
turma tem objetivos distintos. Transcreva um trecho do texto que demonstre cada uma destas in-
tenções:
a) Agradecer
“E, diretor, obrigada por ter criado no Emílio esse ambiente tão propício para que a semente plantada em nós flores-
cesse [...]”
b) Rememorar
“Já estou com saudades dos bilhetinhos que a gente contrabandeava por entre as carteiras [...]”
 
c) Apresentar expectativas de futuro
“Estamos saindo do conforto de nossas carteiras para descobrir um "Admirável mundo novo" lá fora. São novos desafios:
o vestibular, a faculdade, o intercâmbio.”
13. Explique a relação do orador e a do paraninfo com os formandos.
O paraninfo, por sua experiência, é convidado pelos alunos para lhes oferecer aconselhamentos. O orador é um dos formandos
que fala em nome da turma para agradecer àqueles que contribuíram para essa conquista e para expressar os sentimentos comuns.
14. Os trechos reproduzidos a seguir constituem estruturas tradicionais do discurso. Identifique-as.
a) “Falando sério, que responsabilidade é estar aqui na frente para falar por tantas vozes que compõem 
esse incrível Terceirão.”
( ) Vocativo.
( ) Introdução ou exórdio.
( X ) Proposição.
b) “Boa noite a todos os presentes. Boa noite, diretor Alcides. Boa noite, professores, pais e amigos. Boa 
noite, Terceirão. Uh, é 3º. A! Uh, é 3º. A!”
( X ) Vocativo.
( ) Introdução ou exórdio.
( ) Proposição.
 Língua Portuguesa 13
16. Conforme os especialistas em oratória, é inevitável que o público esteja 
inquieto e apressado. O tempo é um fator importante, e o orador, por 
mais carismático que seja, deve se desdobrar para vencer a impaciên-
cia dos ouvintes. De que modo a formanda faz isso em seu discurso?
A formanda usa o humor, como na passagem “Já estou com saudades dos bilheti-
nhos [...] e até dos seminários em que eu falava demais (bem, isso não mudou muito,
não é?)”. Isso conquista a empatia do público e alguns minutos extras de paciência.
Viviane também utiliza expressões indicadoras de progressão do discurso, como
“E agora, finalmente” e “Para finalizar”.
17. A estratégia de inserir citações ao longo do discurso é bastante co-
mum. Releia o haikai da paranaense Helena Kolody.
“Pintou estrelas no muro 
e teve o céu 
ao alcance das mãos.”
a) Esses versos devem ser interpretados em sentido conotativo 
ou denotativo? Por quê?
Em sentido conotativo, pois expressam “ações figuradas”. 
b) Nesse contexto, qual é o significado da expressão pintar estrelas?
Uma cerimônia de formatura prevê a 
realização de vários discursos, o que, 
por vezes, torna o momento bastan-
te tedioso para os ouvintes. Embora 
existam discursos famosos pela longa 
extensão, eles seriam considerados 
inadequados ao século XXI.
• Um discurso com duração de cin-
co a sete minutos é o ideal.
• É importante usar expressões que 
sinalizem a progressão do discurso 
para o público e que prometam 
brevidade: em segundo lugar, para 
encerrar, finalmente, estou quase 
terminando, entre outras.
• Se o discurso for expositivo, con-
vém anunciar, na introdução, as 
partes em que a apresentação será 
subdividida. 
O sentido denotativo das palavras 
é o usual, literal. O sentido cono-
tativo, por sua vez, é o figurado. 
Retomaremos esses conceitos na 
próxima seção.
15. Você já sabe da importância de se conquistar a plateia desde a introdução do discurso. Nesse sentido, 
quais estratégias foram utilizadas pela oradora de turma?
( ) Promessa de brevidade.
( X ) Elogio à plateia.
( X ) Demonstração de bom humor.
( ) Apresentação das credenciais do próprio orador.
( X ) Explicitação dos objetivos e motivos do discurso e da cerimônia.
Uma interpretação possível é tecer planos, sonhar, dar os primeiros passos em direção a um desejo.
c) O que é ter “o céu ao alcance das mãos”?
Conquistar o que se quer, ser bem-sucedido.
d) Esse poema parece adequado ao discurso de orador? Por quê?
Sim, porque o discurso de formatura fala em realizações, expectativas e projetos para o futuro.
e) Transcreva outra citação literária feita pela formanda ao longo do discurso.
“Estamos saindo do conforto de nossas carteiras para descobrir um 'Admirável mundo novo' lá fora.” – referência ao livro 
clássico Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.
9o. ano – Volume 414
18. A entonação e o entusiasmo do orador são fundamentais para 
emocionar a plateia, fazendo-a vibrar. Usar, intencionalmente, de 
repetição na organização das palavras ou das sentenças é uma 
maneira de se chegar a isso. Releia o trecho abaixo.
A repetição intencional de pala-
vras ou expressões constitui um 
subgrupo de figuras de linguagem 
denominado figuras de sintaxe. 
É um recurso usado para intensifi-
car a expressividade dos discursos. 
Abordaremos o tema de modo 
mais aprofundado na próxima 
seção.
Que a gente seja sempre capaz de se colocar no lugar do 
próximo, que a gente sempre se mantenha consciente, que 
a gente sempre lute para tornar esse nosso mundo um lu-
gar muito melhor.
a) Circule as expressões repetidas intencionalmente nesse trecho. 
b) Nesse trecho, a autora utiliza uma linguagem formal ou informal? Explique sua resposta.
A autora utiliza uma linguagem informal. A expressão: a gente é um exemplo bem claro.
c) Qual das duas versões do fragmento apresenta ritmo mais intenso: a original ou a reescrita por você?
Esperamos que os alunos identifiquem maior expressão rítmica no trecho original.
d) Usando a técnica da repetição, expresse três desejos a se realizarem até o final do mês. Depois, peça a 
um colega que leia sua frase em voz alta, verificando se houve intensificação rítmica.
Pessoal.
e) Transcreva do texto outro trecho em que se utiliza a mesma estratégia de intensificação do ritmo.
Sugestão: “Às vezes, foi difícil conciliar todas as diferenças; às vezes, foi complicado ouvir a voz de cada um com todo mundo
querendo falar junto e um mais alto do que o outro; e teve vezes em que silenciamos a nossa própria voz e tentamos imitar a
dos nossos colegas.”
Figuras de linguagem
O gramático Mauro Ferreira escreveu o seguinte:
Práticas de reflexão sobre a língua
As figuras de linguagem mais significativas nascem da intenção ou da necessidade que temos 
de dizer as coisas de maneira nova, diferente e criativa. O que pretendemos, quando as utiliza-
mos, é principalmente surpreenderou impressionar nosso interlocutor e, assim, torná-lo atento 
e sensível ao que falamos ou escrevemos.
FERREIRA, Mauro. Gramática: aprender e praticar. São Paulo: FTD, 2007. p. 622. 
 Língua Portuguesa 15
 1. As figuras de linguagem seriam um recurso interessante a um orador? Discuta essa questão com seus 
colegas e seu professor.
A revista Exame elaborou um ranking com dez discursos inspiradores de paraninfos, entre eles o de Bono 
Vox. Leia-o.
Figuras de linguagem.4
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Com uma introdução digna de uma estrela do rock que sabe como levar uma multidão inteira à 
loucura, Bono Vox, do U2, ensinou à turma de 2004 da Universidade da Pensilvânia que o mundo 
é mais maleável do que nós pensamos. “Você não deve explicações para ninguém [...]. Eu pensava 
que o futuro era algo sólido ou fixo, algo que você herda, um velho prédio para onde você se muda 
como as gerações anteriores”, afirmou. Mas, segundo ele, esta ideia não é verdadeira. [...]
ABRANTES, Talita. 10 discursos de formatura famosos que valem para toda a vida. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/10-discursos-
de-formatura-famosos-que-valem-para-a-vida-toda/>. Acesso em: 25 abr. 2019.
 2. Para explicar aos formandos como costumava ver o futuro, Bono Vox faz uma comparação. Transcreva-a.
“Eu pensava que o futuro era [...] um velho prédio para onde você se muda como as gerações anteriores.”
 3. A comparação de Bono deve ser entendida em sentido conotativo ou denotativo? Por quê?
Conotativo, pois o futuro não pode ser, literalmente, um prédio velho.
 4. O recurso linguístico utilizado pelo cantor nesse trecho chama-se metáfora. Para interpretar seu sentido, 
é preciso fazer a seguinte operação mental:
A metáfora exprime uma relação 
comparativa entre dois elementos, 
a qual deve ser interpretada em 
sentido conotativo.
Ex.: Ela era o ar que eu respirava.
Para interpretar uma metáfora, 
deve-se fazer o exercício lógico-
-criativo de identificar as caracte-
rísticas do elemento comparativo 
secundário que devem ser aplica-
das sobre o elemento primário no 
contexto dado.
Elemento Elemento
primário secundário
“Ela” “ar”
 vital
 poluído
 rarefeito
Na metáfora, diferentemente da 
comparação, não aparecem termos 
comparativos.
Metáfora: Ela era o ar que eu res-
pirava.
Comparação: Ela era como o ar 
que eu respirava.
“o futuro era [...] um velho prédio para onde 
você se muda como as gerações anteriores”
1º. elemento comparativo 2º. elemento comparativo
FUTURO
Características do 2º. elemento comparativo 
aplicadas ao 1º.:
Se o futuro é o prédio velho para onde as gera-
ções anteriores se mudaram, então o futuro já 
estava pronto e ultrapassado. 
• Velho.
• Pronto (as gerações 
anteriores já se 
mudaram para ele).
=
9o. ano – Volume 416
 5. Assinale as ideias que Bono sugere aos formandos por meio da metáfora do velho prédio.
( ) O futuro não existe; por isso, eles precisam focar no tempo presente.
( X ) As gerações anteriores conformavam-se em adotar o estilo de vida esperado para quem envelhe-
cesse.
( X ) Os jovens não precisam seguir os passos dos mais velhos; eles podem ser criativos e buscar novas 
formas de viver.
( ) O futuro está condenado, pois as gerações anteriores não souberam cuidar do planeta.
( ) É preciso valorizar os mais velhos e não deixá-los de lado, como se, aposentados, não pudessem 
contribuir para a sociedade.
 6. Dois dos filmes de maior bilheteria no cinema, Titanic (1997) e Avatar (2010), são do diretor James Cameron. 
Em 2012, quando o acidente com o navio Titanic completou cem anos, o filme foi relançado em 3D. A im-
prensa questionou o diretor se a obra cinematográfica ainda teria algo a dizer para as novas gerações. Leia sua 
resposta:
Para mim, a metáfora do Titanic ainda está lá: fomos avisados, o iceberg está diante de nós e 
não conseguimos desviar o navio da colisão. Vemos governos paralisados, que não fazem nada de 
concreto para evitar uma catástrofe. Não há liderança forte o suficiente em assuntos críticos na área 
ambiental por causa da influência de interesses especiais, fazer mais dinheiro, reerguer a economia, 
e então ignoramos os estragos que fazemos ao meio ambiente, a poluição. Vamos deixar esse triste 
legado para nossos filhos.
ALMEIDA, Carlos H. de. Para James Cameron, ‘Titanic’ é metáfora da tragédia ambiental do mundo. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/
entretenimento/para-james-cameron-titanic-e-metafora-da-tragedia-ambiental-do-mundo/>. Acesso em: 25 abr. 2019.
• Nesse caso, a metáfora de James Cameron pode ser considerada 
uma alegoria, recurso comum aos discursos persuasivos. Nas re-
lações estabelecidas pelo diretor,
a) o Titanic é o mesmo que o planeta a bordo do qual estamos. 
b) o iceberg é o mesmo que o esgotamento dos recursos naturais, o desequilíbrio 
ambiental e suas consequências. 
 7. Leia alguns versos do poema O autorretrato, de Mario Quintana. 
A alegoria, muitas vezes, é chama-
da de metáfora. Linguisticamente, 
a diferença entre elas é a extensão. 
A metáfora é uma comparação 
ocasional, pontual, utilizada para 
descrever uma característica, por 
exemplo. Já a alegoria evolui para 
uma narrativa, com lógica com-
parativa e sentido conotativo, fei-
ta com a intenção de ilustrar um 
conceito. Uma alegoria famosa é 
o Mito da caverna, do filósofo gre-
go Platão, pensada para explicar o 
modo como as pessoas se relacio-
nam com o conhecimento. 
No retrato que me faço
– Traço a traço –
Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto árvore.
[...]
QUINTANA, Mario. Quintana de bolso: Rua dos Cataventos & 
outros poemas. Porto Alegre: L&PM, 2006. p. 47.
 Língua Portuguesa 17
• No espaço a seguir, escreva a sua interpretação do trecho lido. Poema.5
 9. A imagem a seguir poderia ser uma metáfora para qual ideia ou situação? Explique sua resposta.
No retrato que me faço
– Traço a traço – 
 8. Agora, pense em duas metáforas para representar características contraditórias suas. Depois, leia-as para 
um colega e verifique se ele consegue interpretá-las do modo como você planejou.
Língua Portuguesa 17
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Às vezes me pinto Pessoal. 
Às vezes me pinto Pessoal. 
Sugestão: A pipa pode representar um adolescente, pois ele goza de re-
lativa liberdade, uma vez que continua preso, por um fio, ao controle
da família.
 
9o. ano – Volume 418
Um palestrante entrou num auditório para proferir uma palestra e, surpreso, se deparou com 
um auditório vazio. Só havia um homem sentado na primeira fila. Desconcertado, o palestrante 
perguntou ao homem se devia ou não dar a palestra só para ele. O homem respondeu:
– Sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse num galinheiro e en-
contrasse apenas uma galinha para alimentar, eu alimentaria essa única galinha.
O palestrante entendeu a mensagem e deu a palestra inteira, conforme havia preparado. Quan-
do terminou, perguntou ao homem:
– Então, gostou da palestra?
O homem respondeu:
– Como eu lhe disse, sou um homem simples, não entendo dessas coisas. Mas se eu entrasse 
num galinheiro e só tivesse uma única galinha, eu não daria o saco de milho inteiro para ela.
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10. Interprete a imagem a seguir, presente na capa da revista Superinteressante. 
Disponível em: <https://super.abril.com.br/superarquivo/392/>. Acesso em: 8 maio 2019.
Esperamos que os alunos percebam a relação da imagem com o texto que a acompanha. A imagem concretiza a expressão “As 
armadilhas do supermercado”.
11. O texto a seguir é uma alegoria. Leia-o. 
AUTOR desconhecido. Trabalhar com estratégia. Disponível em: <http://www.direcaoengenharia.com.br/upload/1338992497.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2019.
 Língua Portuguesa 19
a) Assinale a alternativa correta.
( ) A palestra, destinada a agricultores, tinha por tema como criar galinhas e aumentara produtividade 
pecuária.
( ) O palestrante agradou ao homem na plateia, que aprendeu muito com as palavras dele e sentiu-se 
valorizado.
( X ) O palestrante falou demais.
( ) O texto reforça que os palestrantes precisam se planejar bem para falar em público e seguir à risca 
o roteiro.
b) Na metáfora criada pelo ouvinte, o que a galinha e o milho representam?
A galinha, na atitude passiva de esperar por alimento, representa os ouvintes; o milho, o alimento, corresponde às palavras
ou às informações apresentadas pelo palestrante.
12. No curso de seu aprendizado da língua, é provável que você tenha se tornado hábil em identificar e elimi-
nar repetições nos textos. Nesse sentido, reescreva o texto a seguir sugerindo alterações para aperfeiçoá-lo.
Demóstenes foi um dos maiores oradores da Grécia Antiga. Conta-se que Demóstenes escrevia 
discursos perfeitos, com grande poder de convencimento e persuasão. Porém, quando Demóstenes 
falava em público, Demóstenes não tinha a mesma habilidade: Demóstenes era gago, falava baixo 
e apresentava o tique de levantar um dos ombros constantemente enquanto falava. Demóstenes 
escrevia bem, mas Demóstenes era uma piada diante dos ouvintes. Inconformado, Demóstenes 
passou a frequentar a praia; na praia, discursava para o mar, tendo de superar o ruído do mar. Para 
resolver o problema de dicção, Demóstenes colocava pedrinhas na boca e treinava a pronúncia. 
Demóstenes corrigiu os movimentos involuntários do ombro pendurando uma espada no teto; a 
espada obrigava Demóstenes a paralisar o movimento para não se ferir enquanto falava. Finalmente, 
Demóstenes raspou metade da barba e do cabelo, mantendo uma aparência considerada ridícula 
para se obrigar a permanecer em casa, concentrado em seus estudos. Foi assim que Demóstenes 
desenvolveu a habilidade pela qual é famoso até hoje.
Demóstenes foi um dos maiores oradores da Grécia Antiga. Conta-se que escrevia discursos perfeitos, com grande poder de 
convencimento e persuasão. Porém, quando falava em público, não tinha a mesma habilidade: ele era gago, falava baixo e 
apresentava o tique de levantar um dos ombros constantemente enquanto falava. Escrevia bem, mas era uma piada diante dos 
ouvintes. Inconformado, passou a frequentar a praia, onde discursava para o mar, tendo de superar o ruído das ondas. Para resolver 
o problema de dicção, colocava pedrinhas na boca e treinava a pronúncia. O orador corrigiu os movimentos involuntários do ombro 
pendurando uma espada no teto, a qual o obrigava a paralisar o movimento para não se ferir enquanto falava. Finalmente, raspou 
metade da barba e do cabelo, mantendo uma aparência considerada ridícula para se obrigar a permanecer em casa, concentrado em 
seus estudos. Foi assim que Demóstenes desenvolveu a habilidade pela qual é famoso até hoje.
 
Repetições.6
9o. ano – Volume 420
13. As repetições, entretanto, também podem intensificar a expres-
sividade de alguns textos, como os discursos. Nos trechos a seguir, 
identifique as figuras de linguagem que se valem desse recurso ou de 
sequenciações. 
a) “A vida é difícil, é complicada, está além do controle de qual-
quer um [...]” (J.K. Rowling)
( ) Anáfora.
( X ) Gradação.
( ) Polissíndeto.
( ) Assíndeto.
b) “Fui libertada, porque meu maior medo tinha se tornado reali-
dade e eu ainda estava viva, ainda tinha uma filha que adorava, 
ainda tinha uma velha máquina de escrever e uma grande ideia.” 
(J.K. Rowling)
( X ) Anáfora.
( ) Gradação.
( ) Polissíndeto.
( ) Assíndeto.
c) “E olha, o Português da profª. Deborah nunca foi tão interessan-
te como quando escrevemos todos juntos as linhas das nossas 
histórias. A Matemática da tia Dirce nunca foi tão incrível como 
quando multiplicamos todos os momentos que dividimos uns 
com os outros. A matéria da profe Terezinha nunca foi tão mági-
ca como quando olhamos para o lado e enxergamos a história 
de nossos colegas." (Viviane Lima)
( X ) Anáfora.
( ) Gradação.
( ) Polissíndeto.
( ) Assíndeto.
d) “São novos desafios: o vestibular, a faculdade, o intercâmbio.” 
(Viviane Lima)
( ) Anáfora.
( X ) Gradação.
( ) Polissíndeto.
( X ) Assíndeto.
14. Reescreva o trecho a seguir inserindo o recurso de polissíndeto.
Mas eu quero que, independentemente do que nos tornemos, 
de sermos médicos, engenheiros, advogados, professores, ar-
tistas, aviadores, ou tudo junto e misturado, nunca esqueça-
mos de quem somos, da voz que temos e da nossa força.
Mas eu quero que, independentemente do que nos tornemos, de sermos médicos, e engenheiros, e advogados, e professores, e
artistas, e aviadores, ou tudo junto e misturado, nunca esqueçamos de quem somos, da voz que temos e da nossa força.
O modo de organizar as palavras 
no período, isto é, a organização 
sintática, pode intensificar a musi-
calidade, o ritmo e a expressividade 
do que se diz. Isso pode ser feito 
por meio de diferentes figuras de 
linguagem que se valem da repeti-
ção de palavras ou estruturas. Veja:
• Anáfora – consiste em iniciar 
uma sequência de orações, fra-
ses ou versos repetindo sempre a 
mesma palavra ou expressão.
Ex.: Eu sabia a matéria, eu sabia 
que estava preparado, eu sabia 
que tudo daria certo.
• Gradação – consiste em cons-
truir uma série na qual o sentido 
das expressões vai se intensifican-
do até um clímax ou se reduzindo 
até um anticlímax.
Ex.: Era sempre a mesma a coisa: 
Belinha olhava, pedia, ameaça-
va, gritava e batia.
Ex.: Às vezes, sentia-se fraca, pe-
quena, minúscula, invisível 
diante do mundo.
• Polissíndeto – trata-se de repe-
tir a mesma conjunção (e/nem) 
entre as orações de um período 
composto ou entre os termos de 
uma oração.
Ex.: Não sabia o que esperar, nem 
se deveria esperar, nem se ele res-
ponderia, nem se viria, nem se 
queria que viesse.
 Língua Portuguesa 21
15. Leia a letra desta música-desabafo da banda Titãs e resolva as questões propostas. 
Tô cansado
Tô cansado do meu cabelo
Tô cansado da minha cara
Tô cansado de coisa vulgar
Tô cansado de coisa rara
Tô cansado
Tô cansado
Tô cansado de me dar mal
Tô cansado de ser igual
Tô cansado de moralismo
Tô cansado de bacanal
Tô cansado
Tô cansado
Tô cansado de trabalhar
Tô cansado de me ferrar
Tô cansado de me cansar
Tô cansado de descansar
Tô cansado
Tô cansado
TITÃS. Tô cansado. In: ______. Cabeça-dinossauro. Rio de Janeiro: WEA Discos, 1986. Disco sonoro (38:41).
a) Qual é a figura de linguagem predominante no texto? Em que ela consiste? 
A figura de linguagem predominante é a anáfora, que, nesse caso, consiste na repetição de uma mesma expressão no início
dos versos.
b) De que modo a figura de linguagem identificada na canção contribui para a expressividade da men-
sagem?
A repetição da expressão “Tô cansado” no início de todos os versos reforça a rotina, o excesso de ações que leva o eu lírico ao
limite, ao cansaço declarado.
c) Escreva, em prosa, seu próprio desabafo: o que o cansa, o que o frustra, o que o entristece, etc. Lem-
bre-se de utilizar as novas figuras de linguagem que aprendeu.
d) Peça a um colega que leia seu desabafo e que identifique, por meio de uma legenda, as figuras de lingua-
gem presentes no texto. Porém, se preferir não compartilhar suas ideias, crie você mesmo uma legenda.
 
 
 
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9o. ano – Volume 422
Concordância verbal
16. Muita gente já sonhou em ser um membro da realeza. Mas e se tal privilégio viesse acompanhado da 
obrigação de discursar em público para milhares de súditos? Em 2011, contando uma história parecida 
com essa, o filme O discurso do rei, de Tom Hooper, foi indicado ao Oscar em 12 categorias e venceu nas 
quatros principais: melhor filme, melhor diretor, melhor ator e melhor roteiro original. Veja o que o crítico 
de arte Felipe Cruz escreveu sobre a obra: O discurso do rei.7
A fantástica história de um monarca britânico que lutou contra a gagueira, con-
tra Hitler, contra a timidez e contra o câncer faz de “O Discurso do Rei” um filme 
especial. [...] Quando o filme termina,o público sai da sala com uma pergunta na 
cabeça: como essa fantástica história nunca tinha sido mostrada no cinema?
CRUZ, Felipe. ‘O discurso do rei’ mostra incrível história de rei gago. Disponível em: <https://www.estadao.com.br/
blogs/jt-variedades/o-discurso-do-rei-mostra-incrivel-historia-de-rei-gago/>. Acesso em: 15 abr. 2019.
O entusiasmo do crítico com o filme é muito expressivo. De que forma o texto deixa claro esse entusias-
mo? Elabore um parágrafo para responder a essa pergunta.
Esperamos que o aluno perceba a presença do adjetivo fantástico, bem como faça referência à pergunta que o autor do texto registra
no final. Esses elementos tornam bem claro o entusiasmo do autor com o filme.
17. Conheça um pouco dessa curiosa história do rei gago lendo a resenha publicada na revista IstoÉ.
A história de um rei gago
Com 12 indicações ao Oscar, o filme “O Discurso do Rei” retrata com fidelidade as dificul-
dades de George VI com a gagueira, mas peca no registro de fatos históricos
Em uma das ótimas passagens do filme “O Discurso do Rei”, que estreia na sexta-feira 11 emba-
lado por uma dúzia de indicações ao Oscar, o monarca inglês George VI está na sala de projeções 
do Palácio de Buckingham com a sua mulher, a rainha Elizabeth (que mais tarde ficaria conhecida 
como rainha-mãe), e as filhas Elizabeth (hoje a rainha Elizabeth II) e Margaret. Ao aparecer na tela a 
imagem do ditador alemão Adolf Hitler numa fala inflamada ao povo germânico, uma das meninas 
perguntou ao pai: “O que ele está dizendo?” George VI respondeu: “Não sei. Mas é algo muito bem 
dito.” A ironia, tipicamente britânica, esconde um duplo sentido. O primeiro, mais cínico, diz res-
peito à postura da Inglaterra em relação ao avanço nazista, ao se mostrar indecisa até a invasão da 
Polônia. O outro sentido, que traduz o lado humano dos poderosos, é uma espécie de mea-culpa. 
George VI (Colin Firth) era um rei gago e, por isso, demonstra a sua admiração pela desenvoltura 
com que Hitler pronuncia os “erres” que marcam o seu idioma. Não que o monarca se embananasse 
com esses fonemas, pois sua maior dificuldade se dava com as palavras iniciadas pela letra “k”, e a 
mais famosa delas justamente “king” (rei).
O príncipe Albert (esse era seu primeiro nome) chegou ao trono porque seu irmão mais velho, 
Edward VIII, decidiu se casar com a avançada socialite americana Wallis Simpson, divorciada duas 
vezes e dona de espírito livre suficiente para sobreviver aos escândalos que marcariam daí para 
a frente a linhagem real. Nada, contudo, era mais constrangedor do que se ouvir as mensagens 
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 Língua Portuguesa 23
oficiais do soberano recém-empossado – sua oratória truncada era sempre recebida com um si-
lêncio incômodo. Na Inglaterra da época, a gagueira de um nobre era vista como uma falha de 
caráter. Além dessa pecha, passou a ser também “defeito técnico” no grande show da nova política 
espetacularizada. A era do rádio mudou a face do discurso público e dispensou a cerimônia ao ar 
livre para se fazer ouvir por cada cidadão, àquela altura acuado em casa pelo medo da guerra. Pior 
para George VI, que, de consultório em consultório, só conseguiu sucesso na melhor emissão das 
palavras ao procurar os serviços de um ator fracassado, mas profundo conhecedor do aparelho 
respiratório e da fala, Lionel Logue (Geofrey Rush). Detalhe: ele era australiano, ou seja, cidadão de 
uma ex-colônia, o que tornou a relação terapeuta-paciente ainda mais problemática, especialmente 
porque Logue insistia em chamar o rei pelo seu apelido de família – Bertie.
Trata-se, como se vê, de uma relação muito bem temperada pela gravidade histórica e pela leve-
za dos detalhes anedóticos para ser vista como totalmente verdadeira. Mas, feitas algumas ressalvas 
às inevitáveis liberdades ficcionais, é mesmo verídica. [...]
Entre as passagens consideradas imprecisas está o assentimento do primeiro-ministro Winston 
Churchill à abdicação ao trono de Edward VIII – na verdade, ele preferia o governo anterior. Outra 
passagem inverídica é a direta participação de Logue no famoso discurso de George VI anunciando a 
entrada da Inglaterra na guerra, em 1939. Foi provado que o rei já conseguia declamar longas sentenças 
nessa época. Uma coisa, porém, é verdade: o monarca tropeçou de propósito em algumas palavras para 
deixar o pronunciamento, ponto alto do filme, mais autêntico. “Se falasse com perfeição, o povo pode-
ria não acreditar que era eu”, afirmou. George VI pode não ter feito um grande governo. Mas, com cer-
teza, demonstrou que na era midiática que se anunciava o político passou a ser, antes de tudo, um ator.
CLAUDIO, Ivan. A história de um rei gago. Disponível em: <https://istoe.com.br/122762_A+HISTORIA+DE+UM+REI+GAGO/>. Acesso em: 28 abr. 2019.
18. Verifique se você realmente compreendeu o texto registrando as informações solicitadas.
a) Nome do rei: George VI/Albert/Bertie. 
b) País que governou: Inglaterra. 
c) Período histórico em que viveu: Durante a Segunda Guerra Mundial. 
d) Como assumiu o trono: Seu irmão mais velho, Edward VIII, renunciou porque queria se casar com uma mulher divorciada. 
19. Considerando que se trata de uma resenha, qual a sua avaliação sobre o texto que acabou de ler?
Esperamos que os alunos percebam a ênfase unicamente no roteiro. Como resenha, o texto oferece pouca informação e análise dos
demais aspectos que compõem o filme.
20. Releia este trecho:
Ao aparecer na tela a imagem do ditador alemão Adolf Hitler numa fala inflamada ao 
povo germânico, uma das meninas perguntou ao pai: "O que ele está dizendo?”
Nesse contexto, a palavra “inflamada” tem sentido de
( X ) entusiasmada.
( ) raivosa.
( ) prejudicada por ruídos.
( ) triste.
( ) duvidosa.
( ) conteúdo ofensivo.
9o. ano – Volume 424
21. De acordo com o texto, qual o impacto do advento do rádio para 
a prática dos discursos?
A era do rádio ampliou o alcance do discurso, uma vez que mais pessoas podiam
acompanhá-lo, e não apenas as que estivessem nas solenidades oficiais.
22. Considere a seguinte oração:
A era do rádio mudou a face do discurso público.
a) Qual é a função sintática dos termos destacados?
Sujeito e verbo transitivo direto, respectivamente.
b) Reescreva a oração iniciando por:
A era do rádio e a programação daquela emissora mudaram 
a face do discurso público.
c) Explique a transformação sofrida pelo verbo nessa reescrita.
O verbo precisa se flexionar em pessoa e número para concordar com os 
núcleos do sujeito composto (era e programação).
23. Substitua o sujeito das orações pelas expressões entre parênteses, 
mantendo a concordância verbal. 
a) “Logue insistia em chamar o rei pelo seu apelido de família”. 
(Logue e eu)
Logue e eu insistíamos em chamar o rei pelo seu apelido de família.
b) “George VI está na sala de projeções do Palácio de Buckingham”. 
(George VI, a mulher e as filhas)
George VI, a mulher e as filhas estão na sala de projeções do Palácio de Buckingham.
24. As orações a seguir apresentam sujeitos com expressões parti-
tivas, expressões numéricas aproximativas ou com porcenta-
gem. Sublinhe os verbos que podem completá-las, mantendo a 
concordância verbal adequada.
a) A maioria das pessoas poderia/poderiam não acreditar que era eu.
b) Mais de uma pessoa percebeu/perceberam que não era eu.
c) Grande parte dos súditos não acreditava/acreditavam que fosse 
o rei.
d) 15% criticou/criticaram o discurso.
e) Apenas 10% dos súditos apoiava/apoiavam o rei.
A concordância verbal determina o 
modo como o verbo deve se ajustar ao 
sujeito da oração. Segundo a norma-
-padrão da língua portuguesa, ele deve 
concordar em número e pessoa com o 
núcleo do sujeito ao qual se refere. 
Ex.: Os ingleses lutaram contra a 
Alemanha.
Ex.: O povo inglês lutou contra a 
Alemanha.
Atenção para os casos em que o 
verbo está longe do sujeito. 
Ex.: A união entreInglaterra, França, 
Rússia e EUA, conhecidos como 
Aliados, permitiu vencer a guerra.
Expressões partitivas como a maior 
parte de e um grande número de, 
quando acompanhadas de palavras 
no plural, geram dúvidas. Entretanto, 
nessa situação, o verbo pode se flexio-
nar no singular ou no plural.
Ex.: A maior parte dos ingleses não 
aprova/não aprovam o rei.
No caso de expressões numéricas 
aproximativas (menos de, perto de, 
cerca de + numeral), o verbo concor-
da com o numeral.
Ex.: Mais de mil crianças esperaram 
para ver o rei.
Ex.: Mais de uma criança sonhou em 
ser rei.
Observe, agora, a concordância quan-
do o sujeito inclui porcentagem. 
• Apenas a porcentagem: o verbo con-
corda com o numeral.
Ex.: Descobriu-se que 1% queria a vol-
ta da monarquia.
Ex.: Sabia-se que 25% não se importa-
vam com o problema do rei.
• Porcentagem seguida de outra pa-
lavra: o verbo concorda com essa 
palavra.
Ex.: Descobriu-se que 1% dos brasilei-
ros queriam a volta da monarquia.
Ex.: Infelizmente, 75% da população se 
incomodava com o problema do rei.
 Língua Portuguesa 25
Verbos haver, fazer e existir
O verbo deve concordar com o nú-
cleo do sujeito, mas e no caso das 
orações sem sujeito?
O verbo haver, no sentido de exis-
tir e acontecer, é impessoal (sem 
sujeito), permanecendo, assim, na 
3ª. pessoa do singular.
Daqui a dois dias, haverá muitos 
festejos pelo aniversário do rei. 
(sentido de acontecer)
Já houve duas guerras aqui. (sen-
tido de existir)
Tanto o verbo haver quanto o 
verbo fazer, no sentido de tempo, 
também são impessoais e perma-
necem na 3ª. pessoa do singular.
Este homem viveu há dois mil anos.
Faz dois mil anos que ele 
desapareceu.
A impessoalidade do verbo haver 
não ocorre com o verbo existir, o 
qual deve concordar com o sujeito.
Ainda existem vestígios dessa 
civilização.
Ainda existe gente que acredita 
nisso.
• Agora, justifique o modo como essa concordância foi feita.
O verbo censurar foi flexionado no plural porque, embora o sujeito se refira 
a um único país, o nome é plural e determinado por artigo.
26. As frases a seguir expressam tempo. Assinale aquela que mantém 
a concordância verbal correta e corrija as demais.
( ) Agora é 13 horas. Então, ainda faltam quatro horas para o 
discurso do rei.
Agora são 13h.
( X ) São dez horas. Vamos nos atrasar para o almoço.
( ) Resta cinco minutos para o final da cerimônia.
Restam cinco minutos.
( ) Já é duas horas. O chá da rainha começa em trinta minutos.
Já são duas horas.
27. Complete as orações com um dos verbos entre parênteses, de 
modo que a concordância verbal seja mantida. 
a) Houve muitas polêmicas com os escânda-
los da família real. (Houve/Houveram)
b) É verdade que houve um rei e uma rainha 
que desistiram da coroa por amor. (houve/houveram)
c) Faz 80 anos que a Polônia foi invadida pela 
Alemanha. (Faz/Fazem)
d) A Segunda Guerra Mundial terminou faz 74 
anos. (faz/fazem)
e) Ainda existem pessoas que se recordam do 
Rei George. (existe/existem)
28. Reescreva as frases substituindo o verbo haver por existir e 
vice-versa.
a) Havia muitas pessoas naquela festa.
Existiam muitas pessoas naquela festa. 
b) Deveria haver mais pessoas solidárias no mundo.
Deveriam existir mais pessoas solidárias no mundo. 
c) Existiam muitos candidatos interessados naquela vaga.
Havia muitos candidatos interessados naquela vaga.
25. Complete a oração com o verbo censurar, atentando-se à concor-
dância verbal.
Os Estados Unidos censuraram o filme, 
eliminando os palavrões que o personagem de Colin Firth diz em 
cena. Esse fato revoltou o elenco. 
No caso de nomes próprios no plu-
ral, o verbo concorda com o artigo 
que os precede. Sem a presença 
do artigo, o verbo fica no singular. 
Brotas localiza-se no interior de São 
Paulo. 
Os Estados Unidos se posicionaram 
a favor da decisão do país aliado.
Na indicação de horas, o verbo ser 
concorda com o núcleo da expres-
são numérica.
As aulas terminaram quando já era 
meio-dia.
As aulas terminaram quando já 
eram 13h30.
As aulas terminaram quando já era 
uma hora.
9o. ano – Volume 426
Discurso de formatura
Leia o texto a seguir, extraído do livro Extraordinário, de R. J. Palacio.
Prática de escrita
Uma coisa simples
Cerca de uma hora depois, estávamos todos sentados no imenso auditório esperando que o Sr. 
Buzanfa fizesse seu discurso. O lugar era ainda maior do que eu imaginava que seria – maior até 
que na escola da Via. Olhei em volta e devia haver um milhão de pessoas na plateia. Certo, talvez 
não um milhão, mas com certeza, muitas.
– Obrigado, Reitor Jansen, por suas gentis palavras de apresentação – disse o Sr. Buzanfa, 
pondo-se de pé atrás do púlpito no palco e pegando o microfone. – Sejam bem-vindos, meus 
alunos do quinto e do sexto anos... Sejam bem-vindos à cerimônia de formatura do ensino fun-
damental da Beecher Prep!!!
Todos aplaudiram.
– Todos os anos – continuou o Sr. Buzanfa, lendo suas anotações com os óculos de leitura na 
ponta do nariz –, tenho a incumbência de escrever dois discursos: um para a cerimônia de forma-
tura do quinto e do sexto anos, que acontece hoje, e outro para a do sétimo e do oitavo, amanhã. 
E todos os anos digo a mim mesmo que deveria poupar trabalho e escrever um único discurso 
que servisse para as duas ocasiões. Não deveria ser tão difícil, não é? E, mesmo assim, apesar das 
minhas intenções, sempre acabo com dois discursos diferentes, e este ano descobri por quê. Não 
é, como vocês podem estar imaginando, simplesmente porque amanhã vou falar para uma plateia 
mais velha, com mais experiência nesta escola, enquanto a maior parte do que vocês viverão aqui 
ainda está por vir. Não, acho que tem mais a ver com essa idade específica que têm agora, este 
momento especial da vida de vocês, que ainda me emociona, mesmo vinte anos depois de eu ter 
sido um aluno com essa idade. Porque vocês estão no limite, crianças, na fronteira entre a infância 
e tudo o que vem depois. Estão em transição.
O Sr. Buzanfa tirou os óculos e usou-os para apontar para todos nós na plateia.
– Estamos todos reunidos aqui hoje – continuou –, seus parentes, amigos e professores, para 
celebrar não só suas conquistas deste último ano, mas suas infinitas possibilidades. Quando re-
fletirem sobre este ano, quero que vejam onde estão agora e onde estiveram antes. Todos ficaram 
mais altos, um pouco mais fortes, um pouco mais inteligentes... espero.
Algumas pessoas da plateia riram.
– Mas a melhor maneira de medir quanto vocês cresceram não é por centímetros, nem por 
quantas voltas conseguem dar na pista, nem por sua média de notas, embora essas coisas, sem 
dúvida, sejam importantes. A melhor medida é o que vocês fizeram com seu tempo, como esco-
lheram passar os dias e quem cativaram. Para mim, essa é a melhor medida do sucesso. Há uma 
frase maravilhosa em um livro de J. M. Barrie... e não, não é Peter Pan, e não vou pedir que batam 
palmas se acreditam em fadas...
Todos riram mais uma vez.
– Mas em outro livro de J. M. Barrie, chamado O pequeno pássaro branco, ele escreve... – O 
Sr. Buzanfa começou a folhear um pequeno livro até encontrar a página que estava procurando, 
e então voltou a pôr os óculos. – “Vamos criar uma nova regra de vida... sempre tentar ser um 
pouco mais gentil do que o necessário?”
Então ele olhou para a plateia.
 Língua Portuguesa 27
PALACIO, R. J. Extraordinário. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. p. 301-302.
 1. As falas do Sr. Buzanfa têm mais características do discurso de paraninfo ou do de orador de turma? Jus-
tifique sua resposta.
O discurso do Sr. Buzanfa tem mais características do discurso de paraninfo, pois ele aconselha os alunos a serem mais gentis.
 2. Qual é o assunto central do discurso?
A opção pela gentileza.
 3. Explique uma estratégia do Sr. Buzanfa para cativar o público.
O Sr. Buzanfa recorre ao humor, quando, por exemplo, põe em dúvida o fato de todos os formandos terem setornado mais inteligentes.
 4. Releia este trecho:
• Assim como a plateia, você identificou um traço de humor na fala do diretor? Se necessário, realize 
uma pesquisa na internet e descubra do que se trata. Registre suas conclusões nas linhas a seguir.
Apenas dois anos após sua publicação, a obra Peter Pan foi dramatizada no teatro. Em uma das cenas, o protagonista explica 
à plateia que uma fada morre a cada vez que uma criança deixa de acreditar na existência dela. Sininho está agonizando no 
palco, e, então, Peter Pan pede ao público que os crentes em fadas batam palmas. É a essa cena clássica que o diretor se refere 
em seu discurso.
 5. Assinale o trecho do discurso em que foi utilizado o recurso do polissíndeto.
( ) “A melhor medida é o que vocês fizeram com seu tempo, como escolheram passar os dias e quem 
cativaram.”
( ) “Todos ficaram mais altos, um pouco mais fortes, um pouco mais inteligentes... espero.” 
( X ) “– Mas a melhor maneira de medir quanto vocês cresceram não é por centímetros, nem por quan-
tas voltas conseguem dar na pista, nem por sua média de notas, embora essas coisas, sem dúvida, 
sejam importantes.”
 6. Escreva dois parágrafos para prosseguir e concluir o discurso do Sr. Buzanfa. Para isso, escolha uma das 
estratégias abaixo.
• Recapitular, resumidamente, o que foi dito.
• Apelar para os sentimentos da plateia.
• Convidar as pessoas a agir de acordo com o que está sendo defendido.
• Fazer uma citação relacionada ao que foi defendido ao longo do discurso.
– “Mais gentil que o necessário” – repetiu. – Que frase maravilhosa, não é? Mais gentil que 
o necessário. Porque não basta ser gentil. Devemos ser mais gentis do que precisamos. Adoro 
essa frase, essa ideia, porque ela me lembra que carregamos conosco, como seres humanos, não 
apenas a capacidade de ser gentil, mas a opção pela gentileza. O que isso significa? Como isso é 
medido? Não podemos usar uma régua. É como eu estava dizendo antes: a questão não é medir 
quanto vocês cresceram este ano. Não dá para quantificar com precisão, não é? Como sabemos 
que fomos gentis? O que é ser gentil, a propósito?
8 Extraordinário.
J. M. Barrie.9
Há uma frase maravilhosa em um livro de J. M. Barrie... e não, não é Peter Pan, e não vou 
pedir que batam palmas se acreditam em fadas...
Vale mencionar que o discurso do personagem foi interrompido 
no ponto em que começava a definir o que é ser gentil e gentil 
além do necessário; por isso, é importante garantir sua continui-
dade.
9o. ano – Volume 428
Em uma formatura, o orador de turma precisa ser capaz de representar os sentimentos de todos frente ao 
público. Já a escrita do discurso pode ser aperfeiçoada colaborativamente. Nesse sentido, cada aluno deverá es-
crever um discurso para a cerimônia. Depois, em votação organizada pelo professor, apenas um texto será esco-
lhido. Todos poderão participar de sua edição, e o orador não precisa ser, obrigatoriamente, o autor do discurso.
 2. Produza o seu discurso observando os seguintes itens.
a) Vocativo: cumprimentos.
b) Introdução e proposição: explicitação dos objetivos.
c) Desenvolvimento:
• agradecimentos (aos pais e aos professores);
• rememoração (recordação dos principais aprendizados e de algumas experiências vividas ou difi-
culdades superadas pelos formandos – atenção para não ridicularizar ninguém);
• expectativas para o futuro.
d) Conclusão (apelo aos formandos ou citação relacionada ao tema).
 3. Insira recursos linguísticos capazes de conferir maior expressividade e intensidade a suas palavras: anáfora, 
gradação, polissíndeto, assíndeto, metáfora, etc.
 4. Revise o texto atentando-se, sobretudo, à concordância verbal.
 5. Releia criticamente sua produção, considerando que o público é formado por familiares, professores e amigos.
Preparação
Sim Em parte Não
1. O discurso apresenta todas as estruturas próprias do gênero?
2. Existe interdependência entre todas as partes do discurso, até mesmo entre a citação e o 
tema desenvolvido?
3. Foram incluídas figuras de linguagem capazes de tornar o texto mais expressivo?
4. O vocabulário está adequado ao público?
5. A norma-padrão da língua portuguesa foi seguida, inclusive no que diz respeito à 
concordância verbal?
Avaliação
Com o discurso pronto, é hora de se preparar para apresentá-lo. Mesmo que o orador de turma não seja 
você, é perfeitamente possível aprender com o momento. Quer saber como?
Prática de oralidade
Discurso.10
 6. Agora, faça uma avaliação de seu trabalho. 
Projeto de escrita
 1. Organize um planejamento de seu texto definindo o que vai escrever em cada parte do discurso.
Produção
 Língua Portuguesa 29
( x ) Lê as anotações, parando ocasionalmente para olhar o público.
( ) Ignora as anotações e fala de improviso.
( ) Decora o discurso e leva as anotações apenas para sentir-se seguro.
 2. A leitura de um discurso precisa ser expressiva, para que os ouvintes não fiquem entediados. Discuta com 
os colegas e o professor algumas das estratégias que o Sr. Buzanfa utiliza para garantir que a plateia “viaje” 
sempre com ele. 
 3. Realizem uma leitura compartilhada do trecho do livro Extraordinário a que tiveram acesso. Cada aluno 
deverá ler ao menos um parágrafo. Durante a primeira tentativa, façam estas marcações:
• barras verticais em pontos nos quais a pausa é necessária;
• grifo duplo nas palavras que precisam ser destacadas.
 4. Finalmente, ensaie em casa o discurso de orador que você elaborou na seção Prática de escrita. Para 
impressionar a turma, siga algumas dicas:
• Digite o discurso e imprima-o em fonte não muito pequena e, se possível, em papel mais grosso. Caso 
fique nervoso, esse tipo de papel ajuda a disfarçar a tremedeira.
• Numere as páginas de forma bem visível. Se forem muitas, melhor não grampeá-las. 
• Usando canetas coloridas, faça marcações de pausa e de ênfase.
• Verifique se conhece a pronúncia correta de todas as palavras presentes em seu texto.
• Ensaie diversas vezes em frente ao espelho. Leia o discurso também para sua família ou para um gru-
po menor de colegas, pedindo a eles que façam críticas a sua apresentação, se necessário.
 6. Concluída a atividade, avalie a apresentação de seus colegas.
Sim Em parte Não
1. O orador interagiu com o público, considerando suas reações?
2. O orador posicionou-se de modo adequado, sem deixar as folhas cobrirem seu 
rosto?
3. O texto foi lido com expressividade, clareza, volume e entonação adequados?
Avaliação
Preparação
 1. Retorne ao fragmento do livro Extraordinário e observe como o Sr. Buzanfa utiliza suas anotações. Discu-
ta com os colegas e o professor suas impressões.
Produção
 5. Agora é o momento de você ler seu discurso. Durante a leitura, observe os seguintes aspectos:
• Olhe, de vez em quando, para o público, mas sem encarar sempre as mesmas pessoas. Sinta-se con-
versando com todos.
• Posicione o texto na tribuna. Caso tenha de segurar as folhas, tome cuidado para não cobrir seu 
rosto com elas.
• Fique atento à plateia e adapte seu tom de voz às reações que deseja provocar.
• Mantenha a calma durante a leitura.
• Procure ser moderado nos gestos. Evite exageros.
• Não fale muito baixo nem demasiadamente alto.
• Olhe para o público com simpatia. 
11 Orientação didática.
9o. ano – Volume 430
 1. Preencha os boxes conforme os conteúdos aprendidos neste capítulo.
Organize as ideias 
 2. Preencha as lacunas com as informações adequadas. 
a) O verbo deve concordar em número e pessoa com o núcleo do sujeito ao qual se 
refere. 
b) Em expressões partitivas (a maior parte de, um grande número de, parte de) + palavra no plural, o 
verbo pode se flexionar no singular ou no plural .
c) No caso de expressões numéricas aproximativas (menos de, perto de, cerca de) + numeral, o verbo 
deve concordar com o numeral .
d) Quando o verbo haver é usado no sentido de existir ou acontecer, deve ficar na 3ª. pessoa do 
singular .
e) No caso de nomes próprios no plural, o verboconcorda com o artigo que os pre-
cede.
f) Na indicação de horas, o verbo ser concorda com o núcleo da expressão numérica.
 3. Em qual alternativa é possível mais de uma concordância?
a) 80% dos candidatos foram aprovados no exame. 
b) Os jovens aplaudiram o cantor.
c) Haverá grandes investimentos no setor da indústria.
X d) A maioria dos presentes concordou com a decisão do diretor.
e) Existem muitos artistas talentosos no Brasil.
f) Houve transtornos durante a viagem. 
Tema central: DISCURSOS
Estruturas do gênero Recursos de expressividade
Vocativo Introdução/proposição Metáfora Gradação Anáfora
Desenvolvimento Conclusão Polissíndeto
Hora de estudo
31
 1. Considere o texto a seguir.
 2. Na década de 1960, surgiram, nos Estados Unidos, 
diversos movimentos pelo fim da segregação racial. 
Era uma época muito dura, na qual os negros e os 
brancos eram proibidos de frequentar a mesma es-
cola, de sentar-se lado a lado nos restaurantes ou até 
mesmo de compartilhar um bebedouro. Esse con-
texto também produziu líderes inspiradores, como 
Martin Luther King. Leia um trecho de um de seus 
discursos mais famosos.
Disponível em: <https://obemviver.blog.br/2018/12/13/livros-sao/>. 
Acesso em: 6 maio 2019.
Digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades 
de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho. [...] Tenho um so-
nho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos de 
ex-escravos e os filhos de ex-donos de escravos poderão sentar-se 
juntos à mesa da irmandade. Tenho um sonho de que um dia até o 
estado do Mississippi, um estado desértico que sufoca no calor da 
injustiça e da opressão, será transformado em um oásis de liberda-
de e de justiça.
Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde não serão 
julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter. Tenho um sonho hoje. Tenho um 
sonho de que um dia, no estado do Alabama, com os seus racistas cruéis e com o seu gover-
nador que tem os lábios pingando palavras de rejeição e anulação, um dia lá meninos negros 
e meninas negras poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e 
irmãos. 
Tenho um sonho hoje. Tenho um sonho de que um dia cada vale será elevado, cada colina 
e montanha será nivelada. Os lugares acidentados serão aplainados, os lugares tortos serão endireitados. 
E a glória do Senhor será revelada e todos os seres a enxergarão juntos. Essa é nossa esperança. Essa é 
a fé com a qual retorno ao Sul. Com esta fé poderemos talhar da montanha do desespero uma pedra de 
esperança. Com esta fé poderemos transformar os acordes dissonantes de nossa nação numa bela sinfo-
nia de fraternidade. Com esta fé podemos trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ir à cadeia juntos, 
defender a liberdade juntos, conscientes de que seremos livres um dia.
'EU TENHO um sonho': Lembre o lendário discurso de Martin Luther King. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/eu-tenho-um-sonho-lembre-
lendario-discurso-de-martin-luther-king-22543575>. Acesso em: 6 maio 2019.
a) As definições de livros devem ser entendidas 
em sentido
( ) denotativo.
( X ) conotativo.
b) Utilizando o recurso da gradação, escreva sobre 
os benefícios da leitura.
Sugestão: Livros divertem, distraem, ensinam, aconselham
e salvam.
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 3. Considere este trecho do discurso de Martin Luther King:
Tenho um sonho hoje. Tenho um sonho de que um dia cada vale será elevado, cada colina e 
montanha será nivelada.
• Apresente um significado possível para os seguintes elementos metafóricos empregados pelo orador:
a) “vale”: Dificuldades enfrentadas pelo povo que era segregado. 
b) “colina e montanha”: Privilégios concedidos a alguns à custa da exploração de outros. 
 4. Leia a tirinha do Menino Maluquinho e faça o que se pede.
a) Reescreva as falas do personagem nos três primeiros quadrinhos da seguinte forma:
• escreva em caixa-alta as palavras que precisam ser ditas com mais expressividade;
• indique as pausas com barras verticais.
I. Crianças vão brincar no quintal!/Mais de MIL jabuticabas abatidas! 
II. Pânico no colégio!/Professora dá prova SURPRESA e DEZ levam bomba! 
III. Sobem o PICOLÉ e o CHICLETE!/Estas e outras notícias você vai ver no... 
b) Peça a um colega que leia em voz alta as falas do Menino Maluquinho conforme as marcações que você 
fez. Confira o resultado.
A respeito dos recursos linguísticos que garantem expressividade a esse discurso histórico, assinale V para as 
afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( F ) “Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela 
cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter”. Nesse período, muitas palavras foram utilizadas no sentido 
conotativo.
( F ) A recorrência da expressão “Tenho um sonho” representa o uso de polissíndeto, repetição de uma mes-
ma conjunção.
( V ) “Com esta fé podemos trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ir à cadeia juntos, defender a liberdade 
juntos, conscientes de que seremos livres um dia”. Nesse fragmento, observa-se a figura de linguagem cha-
mada gradação, uma vez que as ações estão sequenciadas em direção a um clímax.
( V ) Na parte final do trecho reproduzido, a recorrência da expressão “Com esta fé” evidencia o uso de anáfora.
33
 5. Reescreva as frases substituindo os verbos em destaque pelos indicados entre parênteses.
a) Havia muitas árvores neste local. (existir)
Existiam muitas árvores neste local. 
b) Acontecerão reuniões importantes na semana que vem. (haver)
Haverá reuniões importantes na semana que vem. 
c) Não houve problemas durante a viagem. (acontecer)
Não aconteceram problemas durante a viagem. 
d) Se não tivéssemos nos atrasado, existiriam mais lugares vagos na plateia. (haver)
Se não tivéssemos nos atrasado, haveria mais lugares vagos na plateia.
e) Aconteceram chuvas isoladas ontem. (haver)
Houve chuvas isoladas ontem.
 6. Leia o texto a seguir.
Disponível em: <http://tirinhasdorex.com/tags/antissocial/>. Publicado em 12 de janeiro de 2018. 
Acesso em: 6 maio 2019.
a) Reescreva o terceiro e o sétimo balões substituindo o verbo ter pelo verbos haver e existir, respectivamente.
Há pessoas que conseguem ficar horas nisso./E existem pessoas que simplesmente...
b) Explique as normas de concordância verbal que você aplicou ao reescrever essas falas.
O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal – caso de oração sem sujeito – e, portanto, permanece invariável. Isso não ocorre
com o verbo existir, que é flexionado no plural para concordar com o núcleo do sujeito (“pessoas”).
 7. Assinale as alternativas com problemas de concordância verbal.
( ) Boa parte dos alunos já foi aprovada.
( X ) Mais de 20 alunos deverá fazer prova de 2ª. 
chamada.
( ) Os Emirados Árabes receberam muitos turistas.
( X ) Fazem dez anos que estudo neste colégio.
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1. Você costuma frequentar 
eventos científicos de sua 
escola? Por quê?
2. Em que sentido esses 
eventos são importantes 
para sua formação? 
3. Você já apresentou o 
resultado de alguma 
pesquisa que realizou?
11
A pesquisa como fonte 
de conhecimento 
©Shutterstock/Flydragon
©Shutterstock/ESB Professional
1 Questões iniciais.
35
Gêneros de pesquisa
 1. Desde 1995, a Transparência Internacional calcula o Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Especialistas e 
executivos são entrevistados e atribuem nota de zero a cem aos países que consideram mais ou menos cor-
ruptos. Quanto mais próximo de cem, maior o nível de integridade percebido. Observe, no gráfico a seguir, 
a situação do Brasil em 2017. 
• Ler textos relacionados à divulgação do conhecimento, analisando suas condições de produção 
e sua organização. 
• Analisar

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