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Perguntas – Placentação e Gemelidade 1-Descreva a composição da placenta. 2-O que é decídua e como é formada? 3-Descreva as regiões deciduais e identifique qual delas está relacionada com a formação da placenta. 4-Como ocorre a formação das vilosidades coriônicas? Por que elas são importantes? Onde elas se localizam? 5-Quais barreiras os nutrientes/gases/excretas precisam passar até chegar ao embrião, ou partir dele e chegar na circulação materna? 6-Inicialmente, até a 8ª semana de desenvolvimento, as vilosidades coriônicas recobrem todo o saco coriônico, após isso, o que acontece? 7-Defina capa citotrofoblástica, placa coriônica e espaço interviloso. 8-Por que podemos classificar a placenta de humanos como hemocorial? 9-Como é formada a membrana amniocoriônica, e o que acontece com ela a partir do crescimento fetal? 10-O que são cotilédones e como são formados? 11-Fale sobre a circulação placentária. 12-Qual a importância da parte materna da placenta? 13-O que é e como é formada a membrana placentária? 14-O que é a membrana placentária vasculossincicial? E por que possui maior eficiência? 15-Quais são as funções da placenta? Cite exemplos para cada uma das funções. 16-Fale sobre as seguintes anormalidades da placenta: placenta percreta, acreta e prévia, nó verdadeiro, mola hidatiforme. 17-Como pode ocorrer a formação de gêmeos dizigóticos? Eles podem compartilhar anexos embrionários? 18-Como pode ocorrer a formação de gêmeos monozigóticos? Eles sempre compartilham anexos embrionários? 19- O que é a Síndrome da Transfusão dos Gêmeos? RESPOSTAS: 1-A placenta é um órgão constituído por dois componentes: -Porção fetal: córion viloso/frondoso -Porção materna: endométrio (decídua basal) 2-Em resposta ao elevado nível de progesterona materno (mantido pelo corpo lúteo, que é estimulado pelo hormônio β-hCG liberado pelo sinciciotrofoblasto) e a invasão do blastocisto ocorre a reação decidual, que consiste: -Formação de um sítio imunologicamente privilegiado, ou seja, diminuição da resposta imune materna para impedir que o embrião (invasor) seja atacado. -Aumento da vascularização do endométrio uterino. -Células do estroma endometrial acumulam glicoproteínas e lipídeos no seu citoplasma se transformando em células deciduais. Com essa reação decidual, então, o estroma se espessa e torna-se mais vascularizado, e o endométrio passa a se chamar DECÍDUA. A decídua é o endométrio gravídico (camada funcional) que é descartada após o nascimento do bebê. 3-A decídua é dividida em 3 regiões de acordo com o local de implantação: -Decídua Basal: subjacente (abaixo) do concepto (embrião + membranas); é o componente materno da placenta. -Decídua Capsular: camada fina do endométrio que recobre o concepto; zona oposta a decídua basal. -Decídua Parietal: toda parte restante da decídua; região que não acontece implantação. 4-Córion = Mesoderma extraembrionário + Citotrofoblasto + Sinciciotrofoblasto Vilosidade Coriônica Primária: -Proliferação de células do citotrofoblasto em direção ao sinciciotrofoblasto, formando projeções. -Lacuna trofoblástica + sincicio + cito Decídua Capsular Decídua Basal Vilosidade Coriônica Secundária: -Mesoderma extraembrionário penetra as vilosidades primárias, formando um eixo central de mesoderma -Lacuna trofoblástica + sincício + cito + mesoderma embrionário Vilosidade Coriônica Terciária: -Algumas células do mesoderma se diferenciam em células e capilares sanguíneos. Posteriormente esses capilares fundem-se, formando as redes arteriocapilares que se conectam ao coração do embrião através do pedículo, permitindo que ocorra trocas de nutrientes/gases/metabolitos entre feto e mãe. -Partem da placa coriônica -Lacuna + sincício + cito + meso + vasos e células sanguíneas 5-Nutrientes/O2 partem do espaço interviloso (reabastecido pelas artérias espiral) por difusão atravessando sinciciotrofoblasto → citotrofoblasto → mesoderma extraembrionário → parede do vaso → circulação fetal Os excretas e CO2 fazem o caminho reverso. 6-Com o crescimento do saco coriônico, as vilosidades associadas à decídua capsular são comprimidas, reduzindo seu suprimento sanguíneo, e degeneram-se, formando o CÓRION LISO. Já as vilosidades associadas à decídua basal aumentam em número, ramificam-se e crescem, formando o CÓRION FRONDOSO OU VILOSO, que faz parte da placenta. 7-Placa Coriônica: região de mesoderma de onde partem as vilosidades coriônicas terciárias. Capa citotrofoblástica: células do citotrofoblasto das vilosidades proliferam e se estendem através do sincício, formando essa capa, que envolve o saco coriônico e o prende ao endométrio. Através dela passam artérias e veias endometriais que se abrem no espaço interviloso. Espaço Interviloso: esses espaços contêm sangue materno, o qual entra no espaço a partir das artérias espiraladas da decídua basal que passa livremente pela capa citotrofoblástica. Esses espaços são drenados pelas veias endometriais que também penetram pela capa citotrofoblastica. Apesar dos espaços intervilosos serem divididos em compartimentos pelos septos da placenta, estão em livre comunicação justamente porque os septos não atingem a placa coriônica 8-Separação do sangue materno, presente nos espaços intervilosos, do sangue fetal, presente nas vilosidades pelo derivado coriônico (sincício). O que entra em contato com o sangue materno são as vilosidades e a superfície externa da placa coriônica. 9-A partir da 8ª semana de desenvolvimento a cavidade amniótica cresce tanto que se funde com o córion liso, formando a MEMBRANA AMNIOCORIÔNICO (membrana amniótica + córion liso). É essa membrana que se rompe quando o bebê vai nascer (bolsa estou!). Com o crescimento fetal a decídua capsular é pressionada contra a decídua parietal → posteriormente a decídua capsular se desintegrar → membrana amniocoriônica fica em contato direto com a decídua parietal → luz uterina obliterada. 10-A decídua basal forma numerosos septos deciduais, que se projetam para os espaços intervilosos, mas não alcançam a placa coriônica. Como resultado dessa formação septal, a placenta se divide em vários compartimentos, os COTILÉDONES. 11-Os cotilédones recebem o sangue materno, rico em nutrientes e O2, pelas artérias espiraladas que penetram a placa decidual e entram nos espaços intervilosos, banhando as vilosidades terminais, que é por onde os componentes vão se difundir até atingir a circulação do embrião. Na placa coriônica há redes de capilares que se organizam e se fundem para formar a veia umbilical (sangue rico em O2) e 2 artérias umbilicais (sangue pobre em O2) presentes no cordão umbilical. Há formação de muitas microvilosidades no sincicio para aumentar a área de superfície da placenta. 12-A parte materna da placenta é a decídua basal e é nela que se encontra o espaço interviloso com sangue materno que é constantemente renovado pelas artérias espiraladas materna. Com isso, a parte materna é responsável pela nutrição e fornecimento de O2 para o feto. Além disso, é responsável por recolher e eliminar os excretas do feto. 13-A membrana placentária é composta por tecidos extrafetais, que separam o sangue materno e fetal. Durante as 20 primeiras semanas de desenvolvimento a membrana placentária é composta por 4 componentes: -Sincicio, cito, mesoderma extraemb., endotélio capilar fetal. Após as 20 semanas, ocorre o adelgaçamento do cito, e em alguns locais, as células deste tecido desaparecem. Então, a membrana placentária passa a ser composta por: sincicio, meso, endotélio capilar fetal. 14-A membrana placentária vasculossincicial tem que a parede do capilar fetal entra em contato direto com o sinciciotrofoblasto. Aumentando a eficiência das trocas entre mãe e feto,porém, facilitando também a entrada de substâncias nocivas. A membrana placentária não é uma barreira verdadeira, já que muitas substâncias passam por ela livremente. 15-As funções básicas da placenta (metabolismo, transporte e secreção endócrina) são essenciais para a manutenção da gravidez e para a promoção do desenvolvimento fetal. Metabolismo fetal: -Síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos, que servem como fontes de nutrientes e energias para o embrião ou feto Transferência Placentária: -Gases → O2, CO2, CO -Substancias nutritivas → H2O, glicose, aa. -Há substancias que são intransferíveis: bactérias, heparina, IgS, IgM. Secreção endócrina: -O sinciciotrofoblasto sintetiza hormônios proteicos e esteroides -hCG; somatomamotrofina coriônica humana; tireotrofina, corticotrofina, -Progesterona e estrógenos. 16-Placenta Acreta: adesão anormal das vilosidades coriônicas no miométrio da parede uterina. -Placenta Percreta: quando vilosidades coriônicas penetram em todo o miométrio a caminho do perimétrio. Após o nascimento, a placenta não se separa da parede uterina e as tentativas para removê-la podem causar hemorragia grave. -Placenta prévia (placenta baixa): quando o blastocisto se implanta próximo ou sobre o orifício interno do útero. Em tais casos o feto é removido por cesariana, porque a placenta bloqueia o canal cervical. -Nó verdadeiro: provoca hipóxia -Mola hidatiforme: defeito no sinciciotrofoblasto. 17-Dois zigotos são formados e fecundados, cada um com seu espermatozoide, tendo o desenvolvimento de duas células. -Âmnio separados, córion individual, duas placentas. Porém, se a implantação ocorrer muito próxima: -Âmnio separados, córion fusionados, placentas fusionadas. 18- Os gêmeos monozigóticos, como surgem a partir de um mesmo zigoto, são do mesmo sexo, geneticamente idênticos e similares na aparência física. Os gêmeos podem surgir em 3 estágios de desenvolvimento: blastômero, embrioblasto e disco bilaminar. a) Blastocisto (65%): divisão da massa celular interna. 2 embriões, cada um em seu próprio saco amniótico, se desenvolvem de um saco coriônico e compartilham uma única placenta (placenta gêmeo-monocoriônica diamniótica) b) Blastômero (35%): Gêmeos monozigóticos com 2 âmnios, 2 córios e 2 placentas que podem ou não ser fusionadas. É impossível determinar, a partir das membranas, se os gêmeos são monozigóticos ou dizigóticos. c) Embrioblasto: âmnio separado, córion comum, placenta comum. d) Disco Bilaminar: âmnio, córion e placenta comuns. -Perigoso para o desenvolvimento -Gêmeos separados: baixa chance de sobrevivência → problema nos cordões umbilicais -Gêmeos siameses ou gêmeo parasitário (fluxo sanguíneo comprometido para um dos fetos) → gêmeos conjugados, devido a não separação completa do disco. 19- Essa síndrome ocorre em 10% a 15% dos gêmeos MZ monocoriônicos-diamnióticos. O sangue arterial é desviado de um gêmeo para a circulação venosa do outro gêmeo por meio de anastomoses arteriovenosas na placenta. O gêmeo doador é pequeno, pálido e anêmico, quando o gêmeo receptor é grande e policitêmico (ou seja, apresenta aumento anormal no número de glóbulos vermelhos). Ainda mais, a placenta do gêmeo anêmico é pálida, enquanto a do gêmeo policitêmico é vermelho-escura. Monozigóticos, gêmeos monocoriônicos-diamnióticos. Observe a grande discrepância de tamanho resultante de uma anastomose arteriovenosa descompensada dos vasos placentários. O sangue foi desviado do gêmeo menor para o maior, produzindo a síndrome de transfusão fetal.
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