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AULA 5 - ENEM_REDAÇÃO (PROGRESSÃO TEXTUAL E CONCLUSÃO) - ESTRATEGIA

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Prévia do material em texto

Aula 05 – 
Progressão Textual 
e Conclusão 
 
Enem 
 
 
 
 
Fernando Andrade 
 
 
 
 
 
Fernando Andrade 
Aula 05: Enem 
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60 
Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 
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Sumário 
Apresentação ......................................................................................................................... 3 
1. Progressão textual ............................................................................................... 4 
1.1 Complementaridade e Remissividade .............................................................................. 6 
1.2 Direcionalidade .............................................................................................................. 10 
1.3 Enem: Competência 3 .................................................................................................... 10 
1.3 Um exercício dirigido ..................................................................................................... 14 
1.3.1 Desafios 16 
2. A função da Conclusão ....................................................................................... 19 
2.2 Tipos de conclusão ......................................................................................................... 21 
3. A conclusão no ENEM ......................................................................................... 23 
3.1 A proposta em si ............................................................................................................ 24 
3.1.1 Ação 26 
3.1.2 O agente 27 
3.1.3. O efeito 32 
3.1.4. Meio 34 
3.1.5 Detalhamento ............................................................................................................. 36 
3.1.6 Exercício 37 
3.2 A relação entre a proposta e o desenvolvimento do texto ............................................ 38 
4. Estilística da conclusão ...................................................................................... 41 
4.1 Ênfase na conclusão ....................................................................................................... 41 
4.2 Conectivos de conclusão ............................................................................................... 43 
4.3 Introdução da proposta de intervenção ........................................................................ 44 
5. Apêndice ............................................................................................................ 44 
5.1 Divisão Estado versus sociedade civil............................................................................. 45 
5.2 O que são política públicas ............................................................................................ 45 
5.3 Etapas da política pública ............................................................................................. 45 
6. Propostas de redação (Prof. Wagner Santos) ..................................................... 46 
Proposta 1 ............................................................................................................................ 46 
Proposta 2 ............................................................................................................................ 48 
6. 1. Possibilidades de encaminhamento das propostas ..................................................... 52 
Comentário/ Proposta 1 ...................................................................................................... 52 
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Fernando Andrade 
Aula 05: Enem 
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Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 
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APRESENTAÇÃO 
Comentário/Proposta 2 ....................................................................................................... 55 
7. Considerações finais ........................................................................................... 58 
8. Referências ........................................................................................................ 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá! 
 
Esta é uma das aulas de finalização da teoria de construção de texto. Consideraremos aqui o 
estudo sobre a progressão textual e a conclusão. Esses dois aspectos são interdependentes. Em 
formatos de redação em que se pede proposta de intervenção, a relação entre o desenvolvimento 
textual e as ações apresentadas deve ser coerente, decorrente de um desenvolvimento progressivo. 
 
Os critérios da quinta competência mostram que o corretor deve ficar bastante atento ao 
caráter progressivo do texto, à coerência e, logicamente, à boa articulação das propostas de 
intervenção. 
 
Bora, lá... O que temos para hoje? 
 
 
AULA 05 – Conclusão e 
Progressão temática 
-Análise do que é progressão em um texto; 
- Técnicas de progressão 
- Exercício; 
- Prática e estudo de desenvolvimento da conclusão; 
-Proposta de Intervenção 
 
 
 
Nossas aulas de redação serão sempre compostas de 3 partes: 
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Fernando Andrade 
Aula 05: Enem 
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Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 
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Iluminismo 
 
Eu não estou entendendo nada... 
 
 
 
 
A palavra “texto” vem do 
mesmo radical de tecido. Em 
um texto, linhas de 
pensamento devem ir se 
cruzando até formar um 
discurso orgânico e coeso. Para 
isso, você vai ligando pontos. 
Parece uma brincadeira 
infantil, você encarava uma 
folha em branco com pontos e 
deveria ligá-los, ao fazer isso, 
de forma mágica, um desenho 
ia surgindo. 
Ao fazer um texto, você vai ligando palavra e temas, e, se você for coerente, um texto 
significativo vai surgindo para o leitor. Então, que tal começar como os seguintes pontos temáticos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É difícil entender mesmo, corujinha razoável. Palavras colocadas dessa forma não permitem 
imaginar qualquer coerência. Vamos supor que eu desenvolvesse os dois primeiros tópicos da 
seguinte forma: 
Moby Dick 
1. PROGRESSÃO TEXTUAL 
Santo Agostinho 
Sete pecados pecados capitais 
Divina Comédia 
Fi
gu
ra
 1
 
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Aula 05: Enem 
 
 
Estudo de caso, ou melhor, estudo de texto 
 
 
 
 
 
 
Ora, esses dois fragmentos não configuram texto, são parágrafos justapostos. Seria possível 
criar um discurso coerente a partir dessas palavras? 
Observe o texto abaixo. 
 
 
 
 
 
O mal da vida 
 
 
Qual o mal da vida? Alguns diriam que seria a miséria, a dor, o sofrimento. Os mais 
pessimistas repetiriam a frase sem qualquer progressão, o mal da vida é a vida. Mas e se 
mudássemos a pergunta para o que é o mal na vida? Há nessa estratégia uma pequena mudança 
sintática, mas uma grande mudança de significado ou de dúvida. Coisa que só um santo (ou um 
demônio?) poderia encarar. 
E encarou. O nome do homem era Santo Agostinho. Ele viveu no século IV depois de Cristo 
e sentiu-se, durante algum tempo, atormentado pelo mal. Deus seria a fonte do mal? Ao tornar-se 
cristão, ele chegou a uma resposta a esse problema que o flagelava: o mal seria ausência do bem. 
Como entender essa afirmação? A gula e a luxúria manifestariam ausência do autodomínio 
assim como a avareza e inveja, da generosidade; a ira seria pura ausência de amor, e a preguiça 
representaria o vazio da diligência; enquanto o orgulho expressaria falta de modéstia. Esses sete 
pecados capitais seriam marcas do mal, mas ainda bastante abstratas a não ser quando percebidas 
na vida ou representadas na arte. 
Na Divina Comédia, longo poema épico escrito por Dante Alighieri, o eu lírico desce aos 
infernos para presenciar o castigo devido a cada um dos sete pecados capitais. Lá ele vê Lúcifer, um 
gigante que mastiga três traidores (Brutus, Cassio e Judas), suas asas se agitam, produzindo um 
vento que esfria o ambiente e produz gelo. O mal é movimento. 
 
Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 5 
www.estrategiavestibulares.com.br 60Os sete pecados capitais começam a ser decodificados no final do 
século IV. A Igreja selecionou as condutas mais condenáveis a 
partir de 3 critérios: os pecados da concupiscência; os pecados 
perdoáveis e os pecados mortais. 
Santo Agostinho foi um grande teólogo e filósofo que viveu no 
século IV antes de Cristo. Na filosofia, discutiu o livre-arbítrio, o 
tempo e o mal. Adaptou as ideias de Platão à filosofia nascente. 
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Fernando Andrade 
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Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 
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1.1 COMPLEMENTARIDADE E REMISSIVIDADE 
 
 
 
 
Qual é o tema desse texto? “O mal”. Não se trata 
exatamente de um texto argumentativo, pois o tema 
não exige um julgamento valorativo. O autor tem uma 
tese sobre o que é mal e passa a argumentar a favor de 
sua opinião, expondo circunstâncias em que ela parece 
se confirmar. 
Apesar desse tema central, cada parágrafo 
desenvolve um núcleo temático que pode ser resumido 
por cada uma das expressões apresentadas no primeiro 
quadro. Mas veja que, no texto sobre o mal, as 
informações escolhidas sobre Santo Agostinho e sobre os sete pecados capitais fazem todo sentido. 
O texto expositivo apresenta uma das características mais importantes para ser considerado um 
bom texto: progressão temática. 
Para conseguir esse efeito, um texto deve ter 3 características básicas: complementaridade, 
remissividade e direcionalidade. 
 
 
Essa regra estipula que uma informação nova deve, de alguma forma, ser complementar ao 
que estava sendo dito. Claro que, para ser complementar, é preciso direção textual e remissividade. 
Mas, nesse tópico, vamos prestar atenção a como complementar uma informação. 
Movimento que não deixa ir a lugar nenhum, movimento que retém o fluxo da vida, congela 
e paralisa. Desde o Iluminismo, considera-se como mal a opressão, a servidão, a humilhação etc, ou 
seja, tudo aquilo que faz diminuir a humanidade em cada um de nós, aquilo que reduz o desejo de 
viver, aquilo que repete um mesmo movimento como obsessão redutora da multiplicidade da vida. 
Em Moby Dick, a multiplicidade da natureza é simbolizada pela Baleia, que representa a 
natureza em toda sua incomensurabilidade. Na busca por capturar o animal, o capitão Ahab 
manifesta algo de demoníaco, pois transgride todas as regras do mar, promovendo o movimento 
mórbido. 
Fluxo para morte deve ser entendido em todos os sentidos: os pensamentos obsessivos que 
represam a grandiosidade da vida, os julgamentos preconceituosos que humilham e oprimem, a 
frieza das relações humanas que paralisa o movimento, as sete formas de tornar a vida uma grande 
ausência. Contrariando os pessimistas e sua falta de progressão, pode-se dizer que, para espantar o 
mal da vida, deve-se trocar uma expressão repetitiva (o mal da vida é a vida) por um jogo sinonímico 
que encanta: a vida é muito curta para ser pequena. 
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gu
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P
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Em Moby Dick, a multiplicidade da natureza é simbolizada pela Baleia, que 
representa a natureza em toda sua incomensurabilidade. Na busca por capturar 
o animal, o capitão Ahab manifesta algo de demoníaco, pois transgride todas as 
regras do mar, promovendo o movimento mórbido. 
 
Mas e se eu tiver uma ideia boa, mas 
aparentemente não for complementar? 
Qual o mal da vida? Alguns diriam que seria a miséria, a dor e o sofrimento. Os 
mais pessimistas repetiriam a frase sem qualquer progressão, o mal da vida é a 
vida. Mas e se mudássemos a pergunta para o que é o mal na vida? Há nessa 
estratégia uma pequena mudança sintática, mas uma grande mudança de 
significado ou de dúvida. Coisa que só um santo (ou um demônio?) poderia 
encarar. 
E encarou. O nome do homem era Santo Agostinho. Ele viveu no século IV depois 
de Cristo e sentiu-se, durante algum tempo, atormentado pelo mal. Deus seria a 
fonte do mal? Ao tornar-se cristão, ele chegou a uma resposta a esse problema 
que o flagelava: o mal seria ausência do bem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos retomar o penúltimo parágrafo do texto sobre o mal: 
O que poderia complementar essa informação? Note que o autor terminou com a expressão 
“movimento mórbido”. O que poderia ampliar essa ideia? 
O conjunto “movimento mórbido” inclui muitas subtemas: envelhecimento, crise econômica, 
depressão, doença, terrorismo etc. Vamos supor que você pensasse na opressão política que levasse 
uma nação à penúria, como aconteceu em algumas ditaduras. Seria importante perguntar: em que 
medida isso complementa o texto? Apresenta um outro aspecto? Ou vai repetir uma informação? 
No caso desse tópico, você deve observar que o autor do texto já mencionou opressão no 
quinto parágrafo. Se você falasse novamente desse tópico, o leitor ficaria com a impressão de algo 
repetitivo. Sacou a brincadeira de completar a ideia? 
 
 
Aí, corujinha criativa, você deverá arranjar um jeito de torcer o texto para que sua ideia caiba, 
apresente-se como coerente. Leia novamente os dois parágrafos iniciais do texto sobre o mal: 
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A parte sem o todo não é parte, 
Mas se a parte o faz todo, sendo parte, 
Não se diga, que é parte, sendo todo. 
 
Em todo o sacramento está Deus todo, 
E todo assiste inteiro em qualquer parte, 
E feito em partes todo em toda a parte, 
Em qualquer parte sempre fica o todo. 
 
O braço de Jesus não seja parte, 
Pois que feito Jesus em partes todo, 
Assiste cada parte em sua parte. 
 
Não se sabendo parte deste todo, 
Um braço, que lhe acharam, sendo parte, 
Nos disse as partes todas deste todo. 
Repare bem, o primeiro parágrafo discute inicialmente o que seria o mal na vida. De forma 
imediata, falar de Santo Agostinho faria com que o próximo parágrafo ficasse sem conexão com a 
ideia anterior, não haveria complementaridade. Por conta disso, o final do primeiro parágrafo foi 
essencial. A afirmação “Coisa que só um santo (ou um demônio) poderia encarar” permite que a 
próxima informação seja percebida como complementar. 
Sempre que você tiver um argumento que represente uma quebra da estrutura linear de 
pensamento, é preciso que você se valha de conectivos ou expressões conectivas para que aponte 
para o seu leitor a mudança de direção para que ele entenda que, mesmo falando quase o contrário 
do que você afirmou, há ainda complementariedade. Pode deixar que vou considerar isso mais a 
fundo no pfd sobre coesão e coerência. 
Mas há ainda um erro feio quando consideramos a progressão textual. 
Já que estamos falando de “mal” e “Santo Agostinho”, nada melhor do que lembrar dos 
escritores do Barroco. Você já deve ter ouvido falar em cultismo. A palavra se referia ao estilo de 
escrita em que o autor/poeta desenvolvia uma ideia a partir da repetição de uma mesma ideia. A 
inovação ficava por conta das figuras de linguagem. Ele falava, falava, falava, mas não dizia nada. 
Vou considerar um poema desse tipo de Gregório de Matos, “Achando-se um braço perdido 
do Menino Deus de N. S. das Maravilhas, que desacataram infiéis na Sé da Bahia”. Gregório faz a 
poesia sacra sobre uma circunstância aparentemente banal. O poeta usa o pretexto do braço 
perdido de uma imagem para discutir o todo e as partes do ponto de vista teológico, ou seja, ele 
discute o corpo místico de Cristo, já que na hóstia estaria uma parte do corpo de Jesus. Veja como 
ele desenvolve esse tema. 
Fica-se em dúvida sobre se Gregório queria tematizar em profundidade uma questão tão 
delicada quanto a da unidade divina ou se ele viu nesse tema uma oportunidade para mostrar sua 
capacidade engenhosa de aproximar opostos. O leitor fica com a sensação de que perdeu algo 
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durante o raciocínio tão bem montado. A repetição do mesmo expediente (antítese e troca de lugar 
dos termos) provoca uma certa admiração, tensionada pelo argumento bem montado e a 
experiência que mostra ser a parte insuficiente diante do todo. 
Ao final da leitura, percebe-se que houve um jogo excessivo de imagens para defender uma 
tese curta, ele defendeu o que repetiu o tempo todo, na parte está contido o todo. 
Pois é, corujinha, isso pode ser interessante na poesia da Gregório de Matos, mas não será 
um expediente apreciado na sua dissertação. Na real, a “enrolação” que você já deve ter cometido 
no Ensino Médio, significa, para o corretor, um grande defeito de desenvolvimento textual. 
 
 Remissividade 
A remissividade é o outro lado da mesma moeda. É preciso que haja uma “cola” entre as 
informações novas. Observando mais atentamente, a referência ao santo ou demônio no parágrafo 
mencionado criou artificialmente um elemento ao qual o segundo parágrafo se remete para que as 
informações possam ficar conectadas. 
Se você observar bem, o mesmo procedimento foi adotado em toda transição temática. 
 
 
Final do parágrafo Começo do parágrafo seguinte 
2º parágrafo “o mal seria ausência do 
bem...” 
“A gula e a luxúria manifestam 
ausência do autodomínio...” 
3º parágrafo “...a não ser quando 
percebidas na vida ou 
representadas na arte.” 
“Na Divina Comédia, longo 
poema épico” 
4º parágrafo “O mal é movimento.” Movimento que não deixa ir a 
lugar nenhum 
5º parágrafo “...como obsessão redutora da 
multiplicidade da vida.” 
“Em Moby Dick, a 
multiplicidade da natureza é 
simbolizada pela Baleia...” 
6º parágrafo “...promovendo o movimento 
mórbido.” 
“Fluxo para morte deve ser 
entendido...” 
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1.3 ENEM: COMPETÊNCIA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa brincadeira de ir colocando parágrafo complementar lembra uma espécie de móbile 
infinito, pois sempre é possível se lembrar de outro fato ou outro raciocínio e desenvolvê-lo. Um 
texto deve ser delimitado. Deve ser uma peça completa e isso é definido pela tese, que dará a 
direcionalidade para os argumentos nos quais você pensou no momento em que estava fazendo o 
seu esboço. 
Vamos misturar um pouco. É como se sua tese fosse uma equação matemática que define 
quais são os números ou os argumentos que entram no conjunto texto que você vai configurando. 
Veja que a tese de que o mal é ausência ou movimento mórbido determina os argumentos que 
foram escolhidos e a maneira como eles foram acoplados ao texto. 
Os parágrafo aleatórios sobre Santo Agostinho e os sete pecados capitais se diferenciam dos 
parágrafos desses mesmos núcleos temáticos dentro do texto organizado. Por quê? Ora, no texto, 
os subtemas se submetem ao tema maior do mal. E isso fica explícito até pela remissão ao tema 
central em cada parágrafo. Dos sete parágrafos do texto, cinco repetem o substantivo “mal”. 
 
 
Como Enem cobra essa progressão temática? De alguma forma, esse traço do texto decorre 
do bom uso de conectivos (Competência 4), mas em grande medida tem a ver como você vai 
relacionar os dados que tem para argumentar, basicamente o que se é avaliado na competência 3. 
Qual são mesmo as habilidade cobradas na competência 3? 
1.2 DIRECIONALIDADE 
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Fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sacou que o que fiz no texto sobre Santo Agostinho e o mal foi exatamente isso? Selecionei 
tópicos improváveis (ideias novas); arranjei um jeito de relacioná-los (complementaridade), 
organizando a informação e interpretando os dados (remissividade). Tudo foi feito a partir da 
perspectiva de tese que deu direcionamento ao texto. 
No que diz respeito à competência três, o ponto de partida para avaliação é o quadro abaixo. 
Interpretar 
Organizar 
Relacionar 
Selecionar 
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Aula 05: Enem 
 
 
 
 
 
Recentemente, Inep publicou um material que deixa claro como os critérios de correção são 
aplicados. Nele, a Banca específica um pouco o que o corretor deve avaliar para seguir a pontuação. 
A tabela específica ficaria assim: 
 
 
 
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Informação nova: Hugo 
Cabret 
Ideia nova 
 
Tá muito abstrato... 
Lazer retoma cinema 
Para entender essa tabela, duas palavra meio místicas precisam ser esclarecidas: “projeto de 
texto” e “direção”. Não muito difícil de entender. Aquilo que eu fiz no começo do pdf, elencando 
tópicos que depois seriam amarrados e interrelacionados é o que se chama de projeto de texto. Esse 
projeto só pode gerar de fato um texto se houver um direcionamento. Por isso, o candidato que não 
tivesse qualquer projeto, escreveria um texto sem direção, isso obviamente levaria o autor a 
tangenciar o tema, fato mais do que justificável para o zero nessa competência. 
Supondo que o candidato tenha uma direcionalidade mínima, o problema passa a ser como 
entrelaçar as informações novas (fato, opinião, raciocínios), ou seja, como promover uma boa 
progressão textual. Se, em cada parágrafo, há um tema diferente que até se relaciona com a tese, 
é preciso que um se conecte ao outro, caso contrário, o projeto parece falho para o leitor. 
Claramente, a capacidade de articular uma informação à outra e interpretá-la faz a diferença. 
Observe, no nível 3, que a falha começa a recair no desenvolvimento de informações e fatos. A 
compreensão do que vem a ser progressão textual ajuda a entender o que significa 
“desenvolvimento” da ideia. Para apresentar o tópico no próximo parágrafo, o autor deve começar 
com uma expressão conectiva que liga um parágrafo ao outro (remissividade), depois deve explicar 
a nova ideia e mostrar em que ela contribui para a defesa da tesa (complementaridade e 
direcionalidade) para finalmente fechar o parágrafo. Esse processo todo é o que denominamos 
desenvolvimento. 
 
 
Para você entender melhor, bora ver como é isso numa redação nota mil. 
 
 
 
 
 
"No filme "A invenção de Hugo Cabret", o protagonista de 12 anos 
enfrenta grandes dificuldades ao tentar frequentar o cinema de sua 
cidade, pois esse era considerado um passatempo exclusivo das classes 
mais abastadas. Assim como retratado no longa, não há, ainda, a plena 
democratização do acesso ao cinema no Brasil, tendo em vista que a 
maior parte dos locais exibidores de filmes encontra-se nas áreas urbanas 
do país e o acesso a esse meio de entretenimento demanda condições 
econômicas pouco compatíveis com a realidade de muitos indivíduos 
brasileiros. 
 
 
Constata-se, a princípio, que, segundo o Artigo 6º da Constituição 
Federal, todo cidadão tem direito ao lazer. Contudo, nota-se que não há 
o pleno exercício da Lei ao observar que apenas 20% dos brasileiros 
frequentam os cinemas de suas cidades, como afirmado pelo Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada. Esse infeliz cenário está fortemente 
 
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Conectivo: permite 
complementar a ideia 
 
 
 
 
Faz o paralelo com o 
filme e depois 
apresenta a tese que 
dá direcionamento 
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Nova informação: 
estatística 
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Nova informação 
atrelado ao fato de que as empresas exibidoras,em sua maioria, estão 
concentradas nos centros urbanos do país, pois existe, ainda no século 
21, o pensamento de que os cidadãos de pequenas e médias cidades não 
possuem interesse pela chamada "sétima arte", perpetuando, assim, 
uma realidade de exclusão social e elitização da cultura. 
Ressalta-se, ademais, que o acesso ao cinema é dificultado pela 
questão econômica, dado que, para frequentar tais locais, é necessária 
uma quantia monetária, a qual pode ser significativa para a população de 
baixa renda. Dessa forma, sem possuir condições econômicas favoráveis, 
muitos indivíduos não enxergam o cinema como um meio de 
entretenimento compatível com suas realidades, programática já 
denunciada pelo cineasta Alejandro G. Iniarrítu, o qual, em seu discurso 
após vencer o Oscar de Melhor Diretor em 2017, criticou a visão lucrativa 
e pouco inclusiva das empresas de cinema. 
Tendo em vista que foi discutido, é necessário, portanto, que os 
governos estaduais promovam uma maior inclusão dos cidadãos no 
acesso aos cinemas, por meio de investimentos financeiros os quais 
visem à criação de locais exibidores as pequenas e médias cidades. 
Ademais, as empresas exibidoras, por meio de incentivos 
governamentais, deverão diminuir a demanda monetária necessária para 
assistir os filmes, para que, dessa maneira, indivíduos de quaisquer 
classes sociais possam ter acesso aos cinemas de sociedades e, assim, 
cenas como a retratada em "A invenção de Hugo Cabret" não aconteçam, 
também, na realidade." 
 
 
 
Conectivo: remete à 
ideia anterior e prepara 
para novo argumento 
 
 
 
 
 
Conectivo: remete à 
ideia anterior e 
prepara a conclusão. 
 
 
 
 
Para compreender um pouco melhor a questão da progressão textual, vou propor exercitar 
a capacidade expressiva de juntar ideias em torno de um tema explicito com as devidas remissões e 
complementaridades. 
 
“Pais e filhos” foi uma música lançada pelo grupo de rock Legião Urbana. Nela, o autor, 
valendo-se de uma estrutura poética fragmentada, apresentava cenas variadas da relação entre pais 
e filhos. O texto, como se tratava de uma poesia, não manifestava o mesmo cuidado com a 
progressão textual típica de um texto dissertativo. A partir disso, considere o seguinte trecho da 
música. 
 
 
Dorme agora 
É só o vento lá fora 
1.3 UM EXERCÍCIO DIRIGIDO 
Nova informação: 
causa 
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Novamente, um trecho cria 
possibilidade de remissividade e 
complementaridade: a separação 
criou situações em que a proteção 
aos filhos passa a ser dividida. 
Comentário 
Resolução ilustrativa 
Quero colo, vou fugir de casa 
Posso dormir aqui com vocês? 
Estou com medo tive um pesadelo 
Só vou voltar depois das três 
Meu filho vai ter nome de santo 
Quero o nome mais bonito 
(...) 
Eu moro com a minha mãe 
Mas meu pai vem me visitar 
Dê unidade e progressão a esses fragmentos argumentativos. Considere a seguinte tese: na 
contemporaneidade, a variedade de arranjos familiares supõe novos desafios para a relação entre 
pais e filhos. 
 
Observe que a tese explicita uma ideia que anima o poema do grupo Legião Urbana. Ao tentar 
explicar qual a finalidade de justapor fragmentos de situações de pais e filhos, o texto ficou mais 
desenvolvido. Mas esse é começo do texto. A partir daí, a brincadeira consiste em acoplar esses 
exemplos adaptando-os à finalidade da tese. A tese representa a direcionalidade. Os fatos descritos 
na canção são os fatos responsáveis por fazer o texto variar e progredir, contudo, eles devem se 
integrar ao texto de forma harmônica. Como fazer isso? Criando frases e expressões que façam a 
passagem de uma ideia a outra. 
 
 
Na atualidade outros arranjos de estrutura familiar 
trouxeram novos desafios. As cenas familiares não 
deixaram de existir, como a do filho pequeno que pede 
para dormir junto com os pais ou que pede colo. Mas essa 
cena, agora, não ocorre somente dentro da família 
tradicional. A separação criou situações em que a 
proteção ao filho passa a ser dividida. Expressões como 
“eu moro com minha mãe, mas meu pai vem me visitar” 
se tornaram comuns. 
 
O trecho “as cenas familiares 
não deixaram de existir” 
prepara a possibilidade de citar 
a cena da criança que pede para 
.dormir com os pais. 
Tese 
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Tenho que reconhecer que essa costura de ideias diferentes não é muito fácil, mas é um 
ótimo exercício para quem quer aprimorar sua capacidade de juntar ideias de forma progressiva. 
Sendo assim, elaborei alguns exercícios para você. 
Observe que, em alguns casos, a própria coletânea de propostas dissertativas, se fosse 
costurada, daria um texto muito bom. Vamos treinar fazer um texto com a ideia dos outros. Você 
encontrará duas propostas de redação: uma do Ita e outra da FUVEST. Há uma coletânea nelas. Você 
deverá produzir um pequeno texto seguindo as instruções dadas. Você juntará ideias diferentes a 
partir da direcionalidade, remissividade e complementaridade. 
 
 
 
QQ.1 Considere a seguinte proposta: 
(ITA/2003/ Modificada) 
A importância da ética nas relações humanas no Brasil 
 
 
1. "O que se deve fazer quando um concorrente está se afogando? Pegar uma 
mangueira e jogar água em sua boca". (Ray Kroc, fundador do McDonald's, em 
Tudo, n. 11, 15/04/2001, p. 23) 
 
 
2. "Temos de dar os parabéns ao Rivaldo. A jogada dele foi a mais inteligente da 
partida contra os turcos. São lances como esses que te colocam na Copa do Mundo. 
Tem de ser malandro. Só quem joga futebol sabe disso." (Roberto Carlos, jogador 
da seleção brasileira de futebol, comentando a atitude de Rivaldo, que fingiu ter 
sido atingido no rosto pela bola chutada por um adversário. "Folha de S. Paulo", 
06/06/2002) 
 
 
3. Ética. s.f. Estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana 
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a 
determinada sociedade, seja de modo absoluto. (Dicionário Aurélio Eletrônico. 
Versão 2.0 [199_] Rio de Janeiro: Lexikon Informática, Nova Fronteira, CD-ROM). 
Faça um parágrafo com progressão textual no qual você defenda a seguinte tese: a 
ética baseada na solidariedade é importante para o desenvolvimento social. Você 
deve acoplar a essa sua tese alguma coisa da definição de ética e um dos eventos 
considerados na coletânea como prova negativa. 
1.3.1 DESAFIOS 
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Q.2 Considere a seguinte proposta: 
 
 
FUVEST 2006 
 
Os três textos abaixo apresentam diferentes visões de trabalho. O primeiro procura 
conceituar essa atividade e prever seu futuro. O segundo trata de suas condições no 
mundo contemporâneo e o último, ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo, 
refere-se ao trabalho de artista. Relacione esses três textos e com base nas ideias 
neles contidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO EM 
PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outros pontos que 
você tenha considerado pertinentes. 
 
TEXTO 1 
O trabalho não é uma essência atemporal do homem. Ele é uma invenção histórica e, 
como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer. 
(Adaptado de A.Simões) 
 
 
TEXTO 2 
Há algumas décadas, pensava-se que o progresso técnico e o aumento da capacidade 
de produção permitiriam que o trabalho ficasse razoavelmente fora de moda e a 
humanidade tivesse mais tempo para si mesma. Na verdade, o que se passa hoje é 
que uma parte da humanidade está se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra 
parte está morrendo por falta de emprego. 
(M.A. Marques)TEXTO 3 
O trabalho de arte é um processo. Resulta de uma vida. Em 1501, Michelangelo 
retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalho artístico em um grande bloco 
de mármore abandonado. Quatro anos mais tarde fica pronta a escultura "David". 
(Adaptado de site da Internet). 
Faça um parágrafo com progressão textual no qual você se valha da estrutura contra- 
argumentativa. Considere o texto 2 como tese para seu texto (o trabalho não vai 
desaparecer) e o texto 1 como a opinião contrária. Junte os dois em um parágrafo de 
forma coerente. Você pode desenvolver as ideias presentes neles e modificar o que 
for necessário. 
 
 
 
Considere a seguinte proposta: 
 
 
Q.3 
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FUVEST 2006 
 
Os três textos abaixo apresentam diferentes visões de trabalho. O primeiro procura 
conceituar essa atividade e prever seu futuro. O segundo trata de suas condições no 
mundo contemporâneo e o último, ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo, 
refere-se ao trabalho de artista. Relacione esses três textos e com base nas ideias 
neles contidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO EM 
PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outros pontos que 
você tenha considerado pertinentes. 
 
TEXTO 1 
O trabalho não é uma essência atemporal do homem. Ele é uma invenção histórica e, 
como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer. 
(Adaptado de A.Simões) 
 
 
TEXTO 2 
Há algumas décadas, pensava-se que o progresso técnico e o aumento da capacidade 
de produção permitiriam que o trabalho ficasse razoavelmente fora de moda e a 
humanidade tivesse mais tempo para si mesma. Na verdade, o que se passa hoje é 
que uma parte da humanidade está se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra 
parte está morrendo por falta de emprego. 
(M.A. Marques) 
 
 
TEXTO 3 
O trabalho de arte é um processo. Resulta de uma vida. Em 1501, Michelangelo 
retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalho artístico em um grande bloco 
de mármore abandonado. Quatro anos mais tarde fica pronta a escultura "David". 
(Adaptado de site da Internet). 
Faça um parágrafo com progressão textual, no qual você se valha da estrutura 
silogística (aula 05). Considere o texto 2 como tese para seu texto e o texto 3 como 
prova do que você defende. Junte os dois em um parágrafo de forma coerente. Você 
pode desenvolver as ideias presentes neles e modificar o que for necessário. 
 
 
 
 
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Por conta do desenvolvimento tecnológico, alguns especialistas apontaram, com 
uma certa razão, que, num futuro utópico, o trabalho poderia desaparecer. 
Contudo, essa ideia não se confirma na realidade. Em pleno século XX, observa- 
se que boa parte dos desempregados querem e precisam trabalhar, mas não 
encontram uma colocação digna; enquanto aqueles que estão empregados 
trabalham muito mais do que desejavam. 
Q.2 
O trabalho está tão associado ao homem que não se pode falar em fim da 
atividade sem o risco de se falar no fim da própria humanidade. Trabalho é 
processo e não se restringe apenas a atividades relacionadas à sobrevivência. Foi 
através do trabalho que Michelangelo transformou um grande bloco de mármore 
para produzir o magnífico David. 
Q.3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2. A FUNÇÃO DA CONCLUSÃO 
A progressão do texto é o modo como um texto se articula de tal maneira que as informações 
se conversem, ou seja, que elas estejam ligadas. Um texto não pode se construir apenas de frases 
soltas, dispostas de maneira aleatória. 
Para que um texto progrida, ele precisa trazer um tanto de novidade e um tanto de 
repetição. Isso quer dizer que o texto deve trazer informações novas e remeter-se a algo dito 
anteriormente. 
O desenvolvimento é o momento da novidade: você deve trazer argumentos diferentes 
daquilo que está na introdução para comprovar sua ideia. A conclusão é o momento da repetição: 
você deve retomar o que foi dito antes, para reforçar sua ideia. 
Para se ter uma ideia da relação entre progressão e conclusão, observe o exercício abaixo. 
Os parágrafos do texto original foram embaralhados, mesmo assim, você consegue colocá-los na 
ordem, pois você reconhece qual deve ser a progressão textual. 
A ética refere-se aos julgamentos em relação ao bem ou mal no que diz respeito 
ao comportamento. O comportamento do Rivaldo, que fingiu ter sido atingindo 
quando não foi, propaga uma malandragem que é incompatível com a vida em 
sociedade. Por isso eticamente a ação dele deve criticada. É impossível viver em 
conjunto quando cada um procura seu próprio interesse valendo-se de 
expedientes como esse. 
Q.1 
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Os parágrafos abaixo fazem parte de um texto dissertativo, contudo, estão fora de ordem. 
Seguindo a lógica da construção textual, assinale a alternativa que apresenta qual deve ser a 
ordem natural do texto. 
1. É decerto imprescindível que um Estado democrático ofereça meios de defesa contra abusos. O 
cidadão tem o direito de reparação em casos de injúria, calúnia ou difamação, e também o de ver 
punidos os responsáveis por tais crimes. Mas não é o policiamento prévio de ideias e de informações 
que vai garantir essa justiça, com o agravante de restringir ou castrar uma série ampla de direitos, 
fundamentais para o exercício da cidadania – entre eles, o de saber. Lamentavelmente, não parece 
ser essa a convicção de alguns legisladores. 
2. Tais projetos e estudos têm procurado conceder ao Estado a autoridade para decidir o que o 
cidadão pode ver, ler ou ouvir, em legislações que dizem respeito a temas tão diversos como a 
programação na TV, eleições, Código Penal, vítimas e testemunhas de crimes e lei de imprensa. Essa 
vocação autoritária não se manifesta apenas por intermédio da pena de advogados e parlamentares, 
mas é também uma tentação da própria sociedade. Muitas vezes é uma parte significativa da 
população que parece consentir em entregar superpoderes ao Estado. 
3. A liberdade de informar e o direito de ter livre acesso a ideias vêm sendo frequentemente 
colocados em xeque pelo legislador brasileiro. Projetos de lei apresentados ou esboçados nos 
últimos meses sugerem uma difusão do conceito de que cercear a livre expressão é um meio 
adequado de resolver problemas da já tão precária esfera pública no país. 
4. Mas é majoritariamente pelos meios de comunicação que a sociedade toma conhecimento de 
seus problemas e do debate acerca das soluções – com todos os seus erros, distorções e mesmo 
manipulações. Mas admitir que haja tutela, que o Estado seja o senhor da razão no que diz respeito 
a tais falhas ou que tenha a capacidade de evitá-las é se eximir de responsabilidades que a 
democracia exige: ser consciente das questões da vida pública – o que a censura prejudica – e saber 
lidar com conflitos por meio do diálogo. 
a) 3, 4, 2, 1 
b) 3, 1, 2, 4 
c) 3, 2, 4, 1 
d) 1, 2, 3, 4 
e) 1, 4,2, 3 
Comentário. 
Parágrafo 3. Nitidamente se configura como parágrafo introdutório. Não há conectivos que 
retomam outras ideias e faz-se uma afirmação que merece ser provada, ou seja, ele apresenta uma 
tese. 
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Enfatizar a tese 
2.2 TIPOS DE CONCLUSÃO 
 
 
Acho que agora deve ter ficado bem claro que, se você produziu um texto segundo os 
critérios de progressão textual, não terá dificuldade em terminar seu texto. A conclusãobrotará 
quase espontânea das provas e argumentos apresentados. Há quem diga que é um simples resumo, 
pode até ser, mas uma boa conclusão é mais do que isso. Consiste em pôr os termos de forma clara 
e reafirmar até com mais força a tese que deve ter guiado todo o seu texto. 
Lembre-se de que uma conclusão tem, pelo menos, três finalidades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que foi dito acima é a base teórica para a discussão sobre estratégias gerais do que é uma 
conclusão. Como você sabe, o ENEM tem a sua peculiaridade, a exigência da apresentação da proposta 
de intervenção. Antes de passarmos para o que o esse exame cobra, vamos considerar os 3 tipos de 
conclusão de forma geral. 
 
 
 
 Conclusão por síntese 
Parágrafo 2. A expressão “tais projetos” tem caráter remissivo e aponta para um desenvolvimento 
complementar. O parágrafo inicial (de número 3) expunha os projetos de lei que poderiam cercear 
a liberdade. Seria lógico esperar um parágrafo subsequente que desenvolvesse melhor essa ideia. 
Parágrafo 4. O conectivo “mas” que inicia esse parágrafo deixa claro que uma ideia foi desenvolvida 
à exaustão e que agora segue-se uma contra-argumentação. 
Parágrafo 1. O termo “é imprescindível”, enfático, deixa claro que o autor está chegando a alguma 
conclusão. Esse parágrafo reproduz de forma resumida o desenvolvimento textual. No segundo 
período, o autor apresenta o direito do cidadão; no seguinte, contra-argumenta valendo-se do 
conectivo “mas”; e termina com uma afirmação enfática “lamentavelmente, não parece ser essa a 
convicção de alguns legisladores”. O caráter de resumo e o estilo enfático desse parágrafo o 
denunciam como conclusivo. 
Gabarito: C 
Deixar claro que o texto acabou (ritmo do texto) 
Relembrar o percurso argumentativo 
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Reafirmação da tese 
Conclusão por dedução 
Conclusão por intervenção 
“Síntese” significa juntar. Nesse tipo de conclusão, você deve retomar algo de cada parágrafo 
anterior e juntar todas as informações, dando um jeito de reafirmar a tese. No final das contas, esse 
parágrafo fica parecendo uma espécie de resumo com uma diferença muito importante. O leitor deve 
perceber que esse resumo está enfatizando a tese, um resumo que deve fazer a tese brilhar. 
A técnica consiste em grifar palavras-chave de cada parágrafo, palavras que têm caráter 
mnemônico, ou seja, uma palavra forte que faça seu leitor perceber que você está retomando o que 
disse anteriormente. Depois, grife a tese e junte tudo no parágrafo de conclusão. Você pode fazer 
essa recolha de cima pra baixo (do último parágrafo para o primeiro) ou vice-versa. 
 
 
Dedução deve lembrá-lo do silogismo, algo que nós estudamos na aula anterior. Você deve se 
lembrar que tal tipo de raciocínio é composto por uma premissa maior, uma premissa menor e uma 
conclusão. Normalmente, é possível concretizar uma ideia ampla apresentada no parágrafo anterior 
como forma de fechar o pensamento, contanto que essa técnica possa de alguma forma reafirmar a 
tese, algo que você pode fazer no último período. 
Para se ter uma ideia, considere os dois parágrafos abaixo, sendo que o último se configura 
como uma conclusão por dedução. 
Hoje, essa tendência pode ser vista nos jovens, dinamizada pela 
tecnologia e pelo capitalismo. Podemos acompanhá-la nas milhões de fotos 
do Facebook tratadas a Photoshop para tornar a pessoa perfeita. Essa 
 geração L’Oréal, fruto de uma sociedade capitalista que incentiva o consumo 
em larga escala, vai perdendo a identidade na busca por ser uma grande 
estrela ou astro de Hollywood. 
 
 
Consequentemente, o rosto perfeito que circula nas redes sociais, também 
intensifica, no imaginário do indivíduo, sua ânsia de perfeição estética que 
não é só cruel como também frustrante. A perda de si está posta de forma 
mais terrível do que aquela experimentada por Narciso. O espelho do mito 
grego pelo menos encantava, o espelho de hoje só produz 
descontentamento. 
 
 
Na maioria das vezes, para esse tipo de finalização, podem ser utilizadas conjunções conclusivas 
(logo, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso). Evite o “portanto”. Tal 
conectivo é mais apropriado para unir duas sentenças e não duas ideias mais amplas. 
 
Essa é o tipo de conclusão exigida no Enem, há nota por proposta de intervenção. Nos outros 
vestibulares, essa conclusão não é exigida, mas pode ser utilizada como forma de encerrar o texto sem 
problemas. (No material do Enem, a técnica de apresentação de propostas será discutida 
extensivamente; neste pdf, isso não é necessário). 
Premissa 
menor 
Premissa 
maior 
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Veja que a mudança é promovida pelas redes 
sociais e trata-se de uma decorrência natural e 
não uma ação consciente com a finalidade de 
alterar uma dada cricunstância. 
Essa conclusão retoma a tese de forma indireta. Só é possível pensar em intervenção se a tese 
ou a argumentação manifesta algum tipo de problema. Portanto, ao apresentar alguma intervenção, o 
leitor é obrigado a pensar na tese. 
 
 
 3. A CONCLUSÃO NO ENEM 
 
Chegamos à famosa competência 5. Como até o mundo mineral sabe, o Enem é famoso por 
pedir que o candidato elabore proposta de intervenção e isso vale 200 pontos, não é pouco. Então, 
comecemos pelo quadro que já foi até apresentado no primeiro pdf, mas que agora deve ser lido 
com mais atenção. 
 
 
No que diz respeito ao quesito zero, não resta dúvida nenhuma: se você não apresentar 
proposta de intervenção, não tem porquê tirar qualquer nota. A banca menciona o tangenciamento 
da proposta de intervenção como motivo para o tão temido zero. A título de exemplo, considere a 
conclusão abaixo sobre o tema do “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de 
dados na internet”. A banca julgou a intervenção como não tendo atingido o mínimo necessário. 
Não é para menos...Veja se é possível encontrar a proposta de intervenção. 
Tendo isso em vista, os conhecimentos que as redes sociais nos fornecem pode 
facilmente mudar nossa maneira de pensar e interagir com algumas coisas, e até 
mesmo nossas escolhas. 
Conectivo de 
finalização 
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3.1 A PROPOSTA EM SI 
Além desse tipo de erro, há outro. No quadro de pontuação, não se menciona o outro quesito 
que zera essa competência: o desrespeito aos direitos humanos. A banca deixa claro que o 
desrespeito aos direitos humanos configura proposta não adequada ao tema. Esse ítem foi bem 
explorado no pdf 00; qualquer dúvida, faça uma revisão. 
Vamos para o enrosco: o que é proposta vaga, precária ou insuficiente? O que é uma boa 
proposta de intervenção? 
 
 
Primeiramente, vamos considerar dois critérios: a proposta em si e a relação entre a 
proposta e o desenvolvimento do texto (proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada. 
São esses dois componentes que serão avaliados. 
 
Vamos começar pelos traços da proposta 
valorizados pela banca. O que interessa nesse 
ponto é que você saiba diferenciar uma boa 
proposta de intervenção de uma proposta vaga, 
precária ou insufiente. 
No material fornecido pelo Inep com 
comentários sobre como deve ser feita a 
correção, a a banca destacava... 
“estabelecemos, na Grade Específica para avaliação dos textos, que 
a proposta de intervenção deve apresentar 5 elementos básicos: a 
ação, o agente, o modo/meio de execução dessa ação, seu efeito e 
um detalhamento. Nesse sentido, mesmo que o participante 
apresente muitas propostas de intervenção em seu texto, nosso 
objetivo é avaliar, dentre elas, a mais completaa partir desses 
elementos.” 
Cada elemento, vale elemento vale um ponto na escala de nota. Veja por você mesmo. 
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Não se trata de 
proposta, mas de 
constatação 
 
 
 
Claro que, nesse caso, torna-se importante considerar como desenvolver cada um dos 
elementos válidos. Mas antes, um alerta. Obseve que, no nível dois, a banca chama a atenção para 
um outro expediente que pode diminuir a sua nota: o uso de estururas condicionais. Uma frase 
condicional não é necessáriamente uma intervenção porque ela supõe que uma dada ação só pode 
ocorrer em determinadas condições. 
Veja a diferença: 
Se as plataformas forem obrigadas a desenvovler mecanismos mais 
transparentes de como os algoritmos são determinados e deixarem, na 
realidade, os usuários escolherem, estaremos caminhando para uma 
situação de maior autonomia dos usuários. 
 
 
Os movimentos sociais devem obrigar as plataformas a desenvolver 
mecanismos mais transparentes de como os algoríticos são definicos, só 
assim estaremos caminhando para uma situação de maior autonomia. 
Esse texto, mais 
assertivo, 
configura-se como 
proposta de 
intervenção 
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Quando se fala em proposta de intervenção, o que vem à mente é: o que deve ser feito. Esse 
é um bom jeito de começar. É a ação que determina quem deve fazer e como será feito. Lógico que 
a ação deve ser uma consequência natural das ideias desenvolvidas nos parágrafos anteriores, mas 
isso consideraremos no próximo tópico. 
O importante, nesse momento, é saber o que a banca considerará com uma ação digna de 
ser bem avaliada pelos corretores. A pergunta que deve ser feita é: o que deve ser feito? E a 
resposta obviamente será dada por um verbo de ação. Ela poderá ser precária ou insuficiente se for 
associada a um meio que não produz a finalidade esperada. Há claramente um jogo entre ação, 
meio e finalidade. 
Bora tentar perceber nos trechos abaixo aqueles que elaboram apropriadamente uma ação 
de intervenção. 
 
 
 
Assinale a alternativa que apresenta uma ação válida. 
a) “Dessa forma, é necessário que o governo crie leis rigorosas que regulamentem o uso de dados 
privados, fazendo assim a proteção do direito de livre arbítrio do cidadão.” 
b) “Já que ainda não há uma fiscalização e controle deste uso de dados, que seja eficiente, sem 
agredir os direitos humanos, é importante haver senso crítico, para ser capaz de julgar e escolher, 
diante de tudo o que oferecido nesse meio. 
c) “Infere-se, portanto, que estes obstáculos devem ser superados de imediato, para que o mundo 
virtual seja um acesso melhor (...).” 
d) Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática.” 
e) Portanto, é necessário que o poder público tome uma medida, uma vez que este mecanismo 
detentor do controle de dados de usuários pode representar um alto risco tanto à segurança de uma 
parcela da população, quanto do próprio Estado.” 
Comentário. 
Alternativa "A" está correta. O verbo “criar” da ideia de uma uma intervenção ativa por parte de 
algum agente identificado pelo governo, além de tal ação recair sobre as leis. 
Alternativa "B" está incorreta. No trecho “é importante haver sensco critico” rigorosamente não há 
ação intervencionista, há uma constatação de falta de algo; seria diferente se o o autor dissesse “é 
preciso que o usuário desenvolva senso crítico”, pois nesse caso o verbo “desenvolver” supõe uma 
atividade que leva à mudança. 
3.1.1 AÇÃO 
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Observações sobre a nulidade das ações. 
3.1.2 O AGENTE 
Alternativa "C" está incorreta. O verbo “superar” é geral demais; se não houver detalhamento com 
outros verbos de ação de como isso deve ser feito, não se configura ação de intervenção. 
Alternativa "D" está incorreta. Na afirmação de que “medidas são necessárias” o verbo é de ligação, 
denotando simplesmente um estado e não uma ação. 
Alternativa "E" está incorreta. O verbo nesse caso é “tomar” mas em si, ele nada signfiica. Seu 
complemento,”medida”, é muito vago, deixando em aberto a ação a ser adotada. No final desse 
parágrafo, o leitor se pergunta, mas o que deve ser feito mesmo? 
Gabarito: A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O agente é o responsável pela ação. O texto do Inep resume a questão da seguinte forma 
“Apesar de os atores sociais variarem em função do 
tema e do problema, eles se enquadram em 
determinados níveis de ação: individual, familiar, 
comunitário, social, político, governamental e mundial. 
A pergunta a ser respondida para identificar o agente 
da ação proposta é “Quem executa?” 
Vamos melhorar um pouco essa explicação, porque o problema passa a ser o 
desconhecimento de quem deve ser realmente o agente de uma determinada ação. Por exemplo, 
você sabe que “é preciso mudar alguns traços da cultura brasileira”, mas quem será o agente dessa 
mudança? 
O valor das ações dependem da proposta, ações como 
conscientização foram consideradas válidas em 2018, mas não 
em outras propostas 
Os verbos imprecisos podem até ser meio, mas a ação deve ser 
bem definida 
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Muitas vezes falta conhecimento das atribuições das autoridades públicas, ou mesmo, você 
não sabe quais agentes informais poderiam ser evocados para uma determinada ação fora do círculo 
governamental. Nesse caso, um bom conhecimento de sociologia e de políticas públicas ajuda 
muito. Uma tarefa importante para qualquer pessoa que deseja se dar bem no Enem e se informar 
do raio de ação de cada ministério e cada agente público em escala federal. ́ 
É muito comum alguém escrever, por exemplo, que alguma ação prática na área da Educação 
é atribuição do Ministério da Educação e Cultura. Ora, a execução do projeto educacional é 
atribuição do Município, na educação infantil; do Estado no que se refere ao Ensino Médio e do 
governo Federal no que diz respeito às universidades. A atribuição mais importante do MEC é 
propor políticas públicas na área de educação e gerenciar os meios para que os estados e municípios 
implentem o sistema educativo. 
De qualquer maneira, vou dar uma dica rápida de sobrevivência nessa área. 
É bom sempre lembrar que as ações podem ser divididas a partir de um critério bem didático: 
aquilo que é da ordem do Estado e suas instituições (governo) e aquilo que é da ordem dos 
indivíduos nos seus papeis sociais ( sociedade civil). Há problemas que só podem ser resolvidos pelos 
agentes do Estado; outros que estão na esfera de ação do cidadão e aqueles que para serem 
resolvidos necessitam da ação conjunta dessas duas esferas. 
Segue uma listinha de atores sociais e de instituições e suas atribuições. 
Atores sociais 
Trabalhadores 
A força deste grupo resulta da ação organizada, pois atua através de seus sindicatos, 
que geralmente são ligados a partidos, ONGs e, às vezes, até mesmo a igrejas. 
Dependendo da importância do setor no qual atuam, podem ter um maior poder de 
pressão. 
 
 
Empresários 
Este grupo exerce uma enorme capacidade de influenciar nas políticas públicas, visto 
que podem afetar a economia do país. Os empresários mobilizam seus lobbies para encaminhar 
suas demandas aos atores públicos. Podem se manifestar como atores isolados ou coletivos. No 
Brasil, a Fiesp e o grupo “S” (Senai, Sesc e Sesi) desempenham ora papel de influenciadores, ora 
papel de agentes culturais de ponta, como o Sesc, por exemplo. 
Grupos de interesse e grupos de pressão 
Os gruposde interesse são formados por pessoas que compartilham o mesmo desejo 
e trabalham para conquistar seus objetivos. Já os grupos de pressão são formados por 
pessoas que possuem o objetivo de influenciar determinada decisão de caráter público. Podem-se 
destacar dentro desse grupo: movimentos sociais como o MST, as ONGs, as associações de bairro. 
Atualmente, outros atores sociais começaram a mostrar sua força em relação às causas públicas: os 
“influencers” da internet como os youtubers ou blogueiros de renome. 
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Organizações de Pesquisa 
Podem ser formadas por universidades ou organizações especializadas em 
pesquisas relacionadas às políticas públicas. Pode-se destacar: as universidades, a 
Fiocruz, o Instituto Butantã, a Fundação Getúlio Vargas, o Ipea, o IBGE etc 
Mídia 
A mídia possui grande influência quando o assunto é a definição de empasses 
relacionados ao governo. São formadores de opinião que possuem credibilidade na 
sociedade e por isso são capazes de mobilizar um grande número de pessoas. Além 
disso, possuem certo domínio sobre as políticas públicas. Nesse caso, é preciso 
diferenciar mídias tradicionais, os antigos canais abertos de TV e de rádio e os novos meios de 
comunicação que têm a internet como plataforma. Nesse sentido, é preciso entender como 
funciona a relação entre canais tradicionais e internet. O que se observou até agora é que a internet 
não aboliu os meios antigos, mas mantém diálogo com eles. 
O traço fundamental das novas mídias é sua fragmentação e pulverização: youtubers, 
personalidades do Twitter, blogueiros tornam-se peças fundamentais na formação da opinião 
pública. Além disso, há plataforma que aglutinam os cidadãos na defesa de alguma causa social, 
organizando abaixo-assinados e protestos. Pode-se citar também o fato de que a rede social permite 
aglutinar pessoas em torno de determinadas causas e isso pode ser usado em alguma proposta de 
intervenção. 
Por último, vale a pena destacar que as grandes corporações das redes sociais têm sido 
obrigadas a estabelecer relações mais éticas com os usuários. O Facebook, por exemplo, tem 
ampliado sua política de controle sobre mensagens de ódio. Algumas propostas de intervenção 
podem surgir dessa possibilidade de obrigar as plataformas a determinadas ações, contanto que isso 
não fira o direito de expressão e o direito de liberdade empresarial. 
Organizações de base ou instituições de base 
Família, Igreja, professores, formadores de opinião etc. 
 
Figuras utilizadas neste tópico : 
Pixabay 
 
 Instituições e aribuições 
 
 
Poder Executivo: elabora políticas públicas de governo, coloca em prática as leis, propõe leis 
e adota medidas provisórias. 
O Congresso: elaborar as leis, propõe políticas públicas e fiscaliza o poder executivo. 
A Polícia Federal: apura infrações penais contra a ordem política e social; previne e reprime 
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins no território nacional; previne e reprime o 
contrabando; exerce as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras 
MInistérios 
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) 
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O MDIC é responsável pela formulação de políticas de apoio à microempresa, aplicação dos 
mecanismos de defesa comercial e participação em negociações internacionais relativas ao 
comércio exterior. 
Ministério da Educação (MEC) 
Responsável por organizar o sistema de ensino do país (como por exemplo, as diretrizes 
curriculares), além de definir as políticas e diretrizes educacionais. Desenvolver planos e manejar 
os recursos para educação para que cada Estado e Município garanta a educação para os cidadãos. 
As universidades Federais são submetidas diretamente ao MEC. 
Ministério da Saúde (MS) 
A pasta da saúde tem como função promover, proteger e recuperar a saúde da população, 
além de controlar, reduzir as doenças endêmicas e parasitárias (como a dengue, zika etc.) e melhorar 
a qualidade de vida do brasileiro. É o órgão responsável pelas campanhas de vacinação, pelas 
campanhas contra o vírus da HIV, entre outros. 
Dada a importância do SUS e a repercussão do seu papel no controle da pandemia, vale a 
pena entendê-lo um pouco melhor. Tal sistema foi montado depois da Constituição de 1988, e desde 
então, tem sido bastante elogiado no exterior. Trata-se de sistema coordenado pelo MS, que 
distribui as verbas e estabelece protocolos, mas executado por estados e municípios. Essa 
descentralização dá ao sistema de saúde brasileiro uma capilarização essencial para as políticas 
públicas de saúde. Isso significa que malversação do dinheiro público também é localizada, ou seja, 
a corrupção é regional, circunscrita aos sistemas de saúde municipais e estaduais, que deveriam ser 
fiscalizados pelas pessoas da própria cidade. Como decorrência disso, há municípios com um sistema 
de saúde bastante eficiente e outros nem tanto, onde falhou a vigilância civil da gestão do dinheiro. 
Vale a pena transcrever as características do SUS, como se encontra na página do governo. 
GestãodoSUS 
Os princípios e diretrizes do SUS, dispostos na Constituição Federal 
e na Lei nº 8.080 de 19 de setembro de1990, estabelecem que a gestão do 
Sistema Único de Saúde (SUS) seja fundamentada na distribuição de 
competências entre a União, os estados e os municípios. 
Dessa forma, cabe às três esferas de governo, de maneira conjunta, 
definir mecanismos de controle e avaliação dos serviços de saúde, 
monitorar o nível de saúde da população, gerenciar e aplicar os recursos 
orçamentários e financeiros, definir políticas de recursos humanos, 
realizar o planejamento de curto e médio prazo e promover a articulação 
de políticas de saúde, entre outras ações. 
Os gestores do SUS ficam assim responsáveis por executar a política 
de saúde de maneira a garantir a toda a população o pleno usufruto do 
direito à saúde 
(disponível em https://www.saude.gov.br/gestao-do-sus , acessado em 30.06.2020) 
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https://www.saude.gov.br/
https://www.saude.gov.br/gestao-do-sus
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Assinale a alternativa que apresenta um agente válido. 
 
 
a) “São necessárias medidas de prevenção para que doenças antes controladas não voltem a 
assustar os cidadãos”. 
b) “Talvez a solução seja a autoconsciência, você deve fazer o filtro do que é realmente bom pra 
você e seus filhos, e não ser filtrado.” 
c) “Liberte-se dessa manipulação de comportamento de usuarios que querem lhe controlar. 
d) “Desse modo, é preciso ter uma fiscalização rígida por órgãos competentes, a fim de diminuir essa 
manipulação comportamental, dando mais livre escolha do usuário.” 
d) “Algumas pessoas precisam tomar a dianteira em mostrar para a sociedade que os valores éticos 
devem ser respeitados.” 
Comentário. 
Alternativa "A" está incorreta. O autor dessa frase se vale de uma voz passiva sem agente. 
Alternativa "B" está incorreta. Segundo a própria banca, “você” não é um agente válido, pois se 
refere a uma pessoa em particular, e o texto deve mencionar um agente que deve ter impacto 
coletivo. 
Alternativa "C" está incorreta. O verbo de ação está no imperativo, ou seja, alguém deve ser 
libertado, mas não se sabe quem. 
Alternativa "D" está correta. O agente da ação é “orgãos competentes”. O termo está em ordem 
indireta como agente da oração passiva. Colocado na ordem direta ficar assim: “os órgãos 
competentes precisam fiscalizar rigidamente...” Embora, “órgãos competentes” pareça vago, a 
Banca do Inep deu esse exemplo como sendo possível de aceitação pelos corretores.Entende-se 
que o aluno de ensino médio talvez não tenha tanta competência para saber quais são de fato esses 
órgãos, mas ao fazer menção a eles, o aluno demonstra entender o sistema político-administrativo 
em que órgãos diferentes são responsáveis por áreas de ação. 
Alternativa "E" está incorreta. “Alguns” é um pronome indefinido, ou seja, não qualifica nenhum 
agente. Para que não reste dúvida, o material do Inep afirma textualmente : 
São agentes nulos: 
1. Alguém, ninguém, alguns, uns, uns e outros, você; 
2. 2. Verbo no modo imperativo − desde que não haja vocativo. 
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Aceita-se "nós" como agente da ação; exclui-se o "você" e os 
pronomes indefinidos (algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, 
nada, ninguém, alguns) 
O imperativo sem identificação do agente e passivas sem agente 
da passiva configuram ausência de agente. 
3.1.3. O EFEITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já temos o agente, a ação, falta descrever o efeito da ação, o que justificaria a proposta de 
intervenção. É pelo efeito que se percebe que a proposta será efetiva diante do problema colocado. 
A pergunta a ser respondida é: para quê? 
Normalmente, há estruturas sintáticas perfeitas para isso: 
- o uso do “para” que dá sentido de finalidade (“para que esse problema seja resolvido); 
- o uso do gerúndio de verbos que dão a ideia de consequência (“...fazendo com que os casos de 
viroses diminuam.”) 
- uso das expressões “como objetivo de”, “tem a finalidade de” e outras afins. 
Ao se fechar o ciclo agente, ação e efeito, o corretor consegue avaliar se a proposta de 
intervenção é precária ou insuficiente. 
 
 
 
 
As propostas de intervenção abaixo ser relacionam com o tema “manipulação do comportamento 
do usuário pelo controle de dados na internet”. Elas apresentam agente, ação e efeito. Assinale a 
alternativa que apresenta uma proposta de intervenção suficiente. 
Observações sobre a nulidade dos agentes. 
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Combinatória: agente + ação + efeito 
a) “Para um bom aproveitamento do que a internet tem a nos oferece, o usuário deve aprender a 
verificar as fontes de informação”. 
b) “É preciso punir as empresas de forma exemplar para que as pessoas aprendam a usar de forma 
consciente a internet”. 
c) “Para combatermos tais censuras, precisamos buscar outras fontes informativas, além da 
internet, como jornais e televisões”. 
d) “A família deve fiscalizar o que os filhos fazem na internet, evitando confrontos diretos e conflitos 
desnecessários”. 
e) “Programas de televisão, rádio e jornais precisam promover propagandas com o objetivo de 
mostrar de não se propagar informações falsas.” 
Comentário. 
Alternativa "A" está incorreta. A intenção deve apresentar propostas que minimizem a possibilidade 
de manipulação, “bom aproveitamento da que a internet tem a nos oferecer” não está adequado à 
proposta temática. 
Alternativa "B" está incorreta. Não há relação lógica entre punir as empresas e o aprendizado 
consciente do uso da internet. Além disso, não se trata de usar bem a internet, mas de saber lidar 
com o uso de algoritmos por parte de várias plataformas. 
Alternativa "C" está correta. O início da proposta configura um bom projeto de intervenção. “para 
combatermos tais censuras”. A palavra “censura” remete à manipulação de dados. 
Alternativa "D" está incorreta. O gerúndio observado na palavra “evitando” tem o sentido de 
concomitância e não de finalidade. 
Alternativa "E" está incorreta. O tema gira em torno de manipulação de dados e não de fake News. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
Tendo analisado os três primeiros elementos, é possível fazer uma combinatória entre eles. 
Observe que o agente se refere a uma instituição; a ação, a um verbo e o efeito, a outra ação 
consequente. 
 
 
 
 Sociedade Civil 
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3.1.4. MEIO 
 
Atores 
sociais 
 
Ações 
 
Finalidade 
 
Cidadão 
Família 
Escola 
Professores/ 
Formadores 
instruir, educar, informar, formar, estimular o 
diálogo, , proporcionar a vivência ética, 
desenvolver o senso de responsabilidade. 
participar de consultas públicas, elaborar 
projeto de lei, pressionar os políticos (enviar 
e-mail por exemplo), votar de forma 
consciente, participar de abaixo-assinado ou 
carta aberta... 
 
Conscientizar, mudar 
comportamentos, 
promover o respeito e 
tolerância; 
 
 
Pressionar poder público 
 
 
Sindicatos, 
Empresários, ONGS 
 
pressionar, fazer propostas, fiscalizar, cobrar 
dos deputados; manifestar. 
Educar, fazer campanhas, etc 
Aprovar propostas; 
 
 
Socializar, conscientizar, 
integrar, 
 
 
Governo 
 
Atores sociais Ações Finalidade 
 
Presidente, Governador, 
Prefeitos 
Deputados, Senadores 
Ministros 
Polícia Federal 
identificar, apresentar uma agenda 
positiva, propor, apresentar 
alternativas, decidir, implementar, 
avaliar, fiscalizar 
propor leis, criar organismos de 
controle, propor campanhas, 
coibir, apurar infrações, fiscalizar 
 
 
Amenizar o problema, 
solucionar, equacionar, 
agilizar, promover o bem- 
estar, zelar 
 
 
 
Para completar o quadro é importante que você diga por que meio o efeito será alcançado. 
A pergunta a ser respondida, nesse caso, é: Como se executa/Por meio do quê?” A banca do Inep 
deixa claro que não existe “modo/meio considerado elemento nulo”. Um bom indicativo dos meios 
são os próprios conectivos que sinalizam essa função tal como o advérbio “através”, a expressão 
“´por meio de”, o gerúndio e outras palavras e expressões similares. 
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Classifique os meios abaixo a partir da seguinte distinção (V) válidos e (I) inválidos. 
 
 
( ) “Portanto, para solucionar este impasse é importante que a mídia por meio de exposições no 
meio digital, garanta a ampla diversidade cultural e crie meios que impossibilite a difusão de dados 
pessoais, garantindo assim a minimização desta prática.” 
( )“Destarte, visando a uma sociedade brasileira em que os usuários desses serviços online estejam 
mais informados sobre a seleção de conteúdos e sobre a coleta de dados do que ele acessa, é 
necessário que o Ministério da Tecnologia promova campanhas de conscientização. Alguns meios 
pelos quais isso pode ser alcançado são as próprias redes sociais, panfletos e propagandas e cartilhas 
de escola.” 
( ) “Portanto, é necessário que os governos, aliados às multinacionais responsáveis pela fiscalização 
e gerenciamentos das redes sociais, demonstrem, através de projetos, propagandas e palestras, a 
influência indireta que os usuários sofrem. Isso teria como finalidade alertar as pessoas sobre os 
riscos do uso da internet. 
( ) Sendo assim, é mister que os usuários de internet sejam instruídos de forma eficiente, para que 
os usuários que também são cidadãos não sejam alvo de qualquer tipo de manipulação. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. 
a) I, V, V, I. 
b) V, V, V, I. 
c) V, I, V, I. 
d) I, I, I, V. 
e) V,V, I, I. 
Comentário. 
A afirmação 1 é válida. “Mídia” é agente, “exposições digitais” o meio (aliás, introduzido pela 
expressão “por meio de”) e a ação é garantir a diversidade cultural. 
A afirmação 2 é válida. “Panfletos e propagandas e cartilhas de escola” são os meios introduzidos 
no texto pela expressão “Alguns meios pelos quais isso pode ser alcançado”. 
A afirmação III é válida. “Projetos, propagandas e palestras” são os meios introduzidos pelo advérbio 
“através”. 
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3.1.5 DETALHAMENTO 
A afirmação IV é invalida. A expressão “de forma” deveria introduzir um meio concreto, mas depois 
dela o autor apenas acrescentou um advérbio “de forma eficiente”, que não explicita o meio, apenas 
determina a qualidade desse meio. 
Gabarito: B 
 
Aqui vale a pena citar o esclarecimento dado pelo Inep. 
Detalhamento é o elemento que acrescenta informações à ação, ao 
agente, ao modo/meio ou ao efeito. Ele tem papel fundamental para uma 
formulação mais concreta e mais elaborada da proposta de intervenção. Por 
esse motivo, damos ao detalhamento a mesma relevância dada aos demais 
elementos, pois todos cumprem o papel de completar a ação da proposta 
de intervenção. A pergunta a ser respondida para identificar o 
detalhamento é: “Que outra informação sobre esses elementos foi 
acrescentada pelo participante?”. 
Vale lembrar que não há detalhamento considerado elemento nulo. 
A banca deixa claro até com exemplos como o detalhamento se apresenta, na forma de 
exemplificação, explicação, justificativa, consequência ou contextualização. 
 
 
Assinale a alternativa que classifica coerentemente o detalhamento 
a) “Por isso é muito importante que todos os usuários da internet pesquisem em diversas fontes 
diferentes, como por exemplo: vários sites, livros, jornais e etc, antes de tomar uma decisão 
importante”. Detalhamento do agente por exemplificação. 
b) “Por fim, o indivíduo deve se atentar para não ser manipulado, afinal a internet tem o dever de 
informar e não de influenciar”. Detalhamento do meio por contextualização. 
c) “No entanto, é importante também uma conscientização nas escolas e uma intervenção do Estado 
através da criação de instituições que promovam palestras sobre o assunto. Dessa forma, espera-se 
que as pessoas tenham maior senso crítico, diminuindo assim as influências e manipulações pelo 
controle de dados”. Detalhamento do meio por desdobramento da ideia. 
d) “Portanto, medidas devem ser tomadas. O governo deve promover, mediante mídias 
influenciadoras, como Rede Globo, SBT e Record, campanhas a fim de conscientizar a população 
brasileira dessa manipulação”. Detalhamento do agente por enumeração. 
e) “Assim, é necessário que o Estado, na condição de garantidor dos direitos individuais, tome 
providências para mitigar esse problema”. Detalhamento do agente por especificação. 
 
 
Note que o 
detalhamento 
recai sobre 
um dos 4 
elementos 
anteriores. 
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3.1.6 EXERCÍCIO 
Comentário. 
Alternativa "A" está incorreta. Há exemplificação das “diversas fontes diferentes” que é meio da 
pesquisa e não agente. 
Alternativa "B" está incorreta. “Para não ser manipulado” é efeito, o que se segue é uma 
justificativa, “afinal a internet tem o dever de informar e não de influenciar”. 
Alternativa "C" está incorreta. A frase “espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico” é um 
efeito que se desdobra na frase seguinte “diminuindo assim as influências e manipulações pelo 
controle de dados”, que é uma consequência do efeito. 
Alternativa "D" está incorreta. A enumeração “Rede Globo, SBT e Record”, exemplificam o termo 
mídias influenciadoras que no caso é meio e não agente. 
Alternativa "E" está correta. O “Estado” é o agente, e o aposto entre vírgulas, “na condição de 
garantidor dos direitos individuais”, especifica o termo anterior. 
Gabarito: E 
 
 
Finalizando esse item sobre a construção da proposta de intervenção, vale a pena treinar o 
olhar para perceber em um parágrafo final, todos esses itens. Então, bora, perceber cada parte nos 
textos abaixo. Siga o modelo. 
 
 
Modelo Separe os elementos da proposta de intervenção abaixo. 
“A família deve fiscalizar o que os filhos fazem na internet, através do diálogo e dos 
mecanismos que as próprias plataformas oferecem, evitando possíveis problemas” 
O que deve ser feito? 
Quem executa? 
Como se executa?/Por meio do quê?” 
Para quê? 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? 
Resolução 
O que deve ser feito? “fiscalizar o que os filhos fazem na internet”(ação) 
Quem executa? “A família”. (agente) 
Como se executa?/Por meio do quê?” através do diálogo e dos mecanismos que as 
próprias plataformas oferecem” “. 
Para quê? “evitando possíveis problemas”. (efeito) 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? 
Não há. (detalhamento) 
 
 
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3.2 A RELAÇÃO ENTRE A PROPOSTA E O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO 
 
 
 
 
 
 
Separe os elementos da proposta de intervenção abaixo. 
“No entanto, é importante também uma conscientização nas escolas e uma 
intervenção do Estado através da criação de instituições que promovam palestras sobre 
o assunto. Dessa forma, espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico, 
diminuindo assim as influências e manipulações pelo controle de dados 
”O que deve ser feito? 
Quem executa? 
Como se executa?/Por meio do quê?” 
Para quê? 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? 
 
 
Comentário. 
Resolução 
O que deve ser feito? “uma conscientização nas escolas”; “uma intervenção”. (ação) 
Quem executa? “[d]o Estado”. (agente) 
Como se executa?/Por meio do quê?” “através da criação de instituições que promovam 
palestras sobre o assunto”. (modo/meio) 
Para quê? ““Dessa forma, espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico”. (efeito) 
Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? “diminuindo 
assim as influências e manipulações pelo controle de dados”. (detalhamento) 
 
 
 
 
Agora vamos considerar o gran finale, aquilo que vai fazer você ganhar moral com a banca. 
Não basta desenvolver bem a proposta de intervenção, ela deve estar amarrada ao que foi 
desenvolvido anteriormente, demonstrando sua capacidade de montar um bom projeto de texto. 
Nesse ponto competência III e V se encontram. 
Q.1 
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Observe esses dois últimos parágrafos de um texto do Banco de Redações do UOL, sobre o 
tema fake News. 
Esse é um cenário preocupante, visto vista a proximidade das 
eleições presidenciais e o impacto que esses perfis geram na escolha do 
candidato. Para se ter ideia da gravidade da situação, em 2016 Donald 
Trump foi teria sido eleito nos EUA com a ajuda da boca invisível, os boatos 
virtuais. Além disso, um dos movimentos que tiveram grande protagonismo 
no impeachment da presidenta Dilma Rousseff teve 87 perfis retirados do 
ar recentemente pelo próprio Facebook... 
Nós, cidadãos, devemos ficar bastante atentos às informações que 
nos é passada são passadas, principalmente via redes sociais, inclusive o 
Whatsapp. É necessário verificar sempre as fontes das notícias ou apurá-las 
em jornais reconhecidos para saber se não estamos caindo em alguma 
armadilha. Além disso, para contornar o problema, jornais e profissionais 
da comunicação estão cada vez mais criando plataformas de checagem de 
informações; a Agência Lupa da revista Piauí e a Truco da Agência Pública 
são dois bons exemplos desse novo serviço da área. 
Sacou, corujinha sagaz? Se o método de utilizar notícias falsas é grave, tonar-se necessário 
fazer algo, verificar sempre as fontes. 
Imagine, agora, que ao invés de propor a verificação das fontes, o autor escrevesse o 
seguinte: 
Nós, cidadãos, devemos ficar bastante atentos às informações que 
nos é passada são passadas, principalmente via redes sociais,

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