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Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão Enem Fernando Andrade Fernando Andrade Aula 05: Enem 2 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Sumário Apresentação ......................................................................................................................... 3 1. Progressão textual ............................................................................................... 4 1.1 Complementaridade e Remissividade .............................................................................. 6 1.2 Direcionalidade .............................................................................................................. 10 1.3 Enem: Competência 3 .................................................................................................... 10 1.3 Um exercício dirigido ..................................................................................................... 14 1.3.1 Desafios 16 2. A função da Conclusão ....................................................................................... 19 2.2 Tipos de conclusão ......................................................................................................... 21 3. A conclusão no ENEM ......................................................................................... 23 3.1 A proposta em si ............................................................................................................ 24 3.1.1 Ação 26 3.1.2 O agente 27 3.1.3. O efeito 32 3.1.4. Meio 34 3.1.5 Detalhamento ............................................................................................................. 36 3.1.6 Exercício 37 3.2 A relação entre a proposta e o desenvolvimento do texto ............................................ 38 4. Estilística da conclusão ...................................................................................... 41 4.1 Ênfase na conclusão ....................................................................................................... 41 4.2 Conectivos de conclusão ............................................................................................... 43 4.3 Introdução da proposta de intervenção ........................................................................ 44 5. Apêndice ............................................................................................................ 44 5.1 Divisão Estado versus sociedade civil............................................................................. 45 5.2 O que são política públicas ............................................................................................ 45 5.3 Etapas da política pública ............................................................................................. 45 6. Propostas de redação (Prof. Wagner Santos) ..................................................... 46 Proposta 1 ............................................................................................................................ 46 Proposta 2 ............................................................................................................................ 48 6. 1. Possibilidades de encaminhamento das propostas ..................................................... 52 Comentário/ Proposta 1 ...................................................................................................... 52 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 3 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br APRESENTAÇÃO Comentário/Proposta 2 ....................................................................................................... 55 7. Considerações finais ........................................................................................... 58 8. Referências ........................................................................................................ 59 Olá! Esta é uma das aulas de finalização da teoria de construção de texto. Consideraremos aqui o estudo sobre a progressão textual e a conclusão. Esses dois aspectos são interdependentes. Em formatos de redação em que se pede proposta de intervenção, a relação entre o desenvolvimento textual e as ações apresentadas deve ser coerente, decorrente de um desenvolvimento progressivo. Os critérios da quinta competência mostram que o corretor deve ficar bastante atento ao caráter progressivo do texto, à coerência e, logicamente, à boa articulação das propostas de intervenção. Bora, lá... O que temos para hoje? AULA 05 – Conclusão e Progressão temática -Análise do que é progressão em um texto; - Técnicas de progressão - Exercício; - Prática e estudo de desenvolvimento da conclusão; -Proposta de Intervenção Nossas aulas de redação serão sempre compostas de 3 partes: http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 4 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Iluminismo Eu não estou entendendo nada... A palavra “texto” vem do mesmo radical de tecido. Em um texto, linhas de pensamento devem ir se cruzando até formar um discurso orgânico e coeso. Para isso, você vai ligando pontos. Parece uma brincadeira infantil, você encarava uma folha em branco com pontos e deveria ligá-los, ao fazer isso, de forma mágica, um desenho ia surgindo. Ao fazer um texto, você vai ligando palavra e temas, e, se você for coerente, um texto significativo vai surgindo para o leitor. Então, que tal começar como os seguintes pontos temáticos: É difícil entender mesmo, corujinha razoável. Palavras colocadas dessa forma não permitem imaginar qualquer coerência. Vamos supor que eu desenvolvesse os dois primeiros tópicos da seguinte forma: Moby Dick 1. PROGRESSÃO TEXTUAL Santo Agostinho Sete pecados pecados capitais Divina Comédia Fi gu ra 1 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem Estudo de caso, ou melhor, estudo de texto Ora, esses dois fragmentos não configuram texto, são parágrafos justapostos. Seria possível criar um discurso coerente a partir dessas palavras? Observe o texto abaixo. O mal da vida Qual o mal da vida? Alguns diriam que seria a miséria, a dor, o sofrimento. Os mais pessimistas repetiriam a frase sem qualquer progressão, o mal da vida é a vida. Mas e se mudássemos a pergunta para o que é o mal na vida? Há nessa estratégia uma pequena mudança sintática, mas uma grande mudança de significado ou de dúvida. Coisa que só um santo (ou um demônio?) poderia encarar. E encarou. O nome do homem era Santo Agostinho. Ele viveu no século IV depois de Cristo e sentiu-se, durante algum tempo, atormentado pelo mal. Deus seria a fonte do mal? Ao tornar-se cristão, ele chegou a uma resposta a esse problema que o flagelava: o mal seria ausência do bem. Como entender essa afirmação? A gula e a luxúria manifestariam ausência do autodomínio assim como a avareza e inveja, da generosidade; a ira seria pura ausência de amor, e a preguiça representaria o vazio da diligência; enquanto o orgulho expressaria falta de modéstia. Esses sete pecados capitais seriam marcas do mal, mas ainda bastante abstratas a não ser quando percebidas na vida ou representadas na arte. Na Divina Comédia, longo poema épico escrito por Dante Alighieri, o eu lírico desce aos infernos para presenciar o castigo devido a cada um dos sete pecados capitais. Lá ele vê Lúcifer, um gigante que mastiga três traidores (Brutus, Cassio e Judas), suas asas se agitam, produzindo um vento que esfria o ambiente e produz gelo. O mal é movimento. Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 5 www.estrategiavestibulares.com.br 60Os sete pecados capitais começam a ser decodificados no final do século IV. A Igreja selecionou as condutas mais condenáveis a partir de 3 critérios: os pecados da concupiscência; os pecados perdoáveis e os pecados mortais. Santo Agostinho foi um grande teólogo e filósofo que viveu no século IV antes de Cristo. Na filosofia, discutiu o livre-arbítrio, o tempo e o mal. Adaptou as ideias de Platão à filosofia nascente. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 6 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br 1.1 COMPLEMENTARIDADE E REMISSIVIDADE Qual é o tema desse texto? “O mal”. Não se trata exatamente de um texto argumentativo, pois o tema não exige um julgamento valorativo. O autor tem uma tese sobre o que é mal e passa a argumentar a favor de sua opinião, expondo circunstâncias em que ela parece se confirmar. Apesar desse tema central, cada parágrafo desenvolve um núcleo temático que pode ser resumido por cada uma das expressões apresentadas no primeiro quadro. Mas veja que, no texto sobre o mal, as informações escolhidas sobre Santo Agostinho e sobre os sete pecados capitais fazem todo sentido. O texto expositivo apresenta uma das características mais importantes para ser considerado um bom texto: progressão temática. Para conseguir esse efeito, um texto deve ter 3 características básicas: complementaridade, remissividade e direcionalidade. Essa regra estipula que uma informação nova deve, de alguma forma, ser complementar ao que estava sendo dito. Claro que, para ser complementar, é preciso direção textual e remissividade. Mas, nesse tópico, vamos prestar atenção a como complementar uma informação. Movimento que não deixa ir a lugar nenhum, movimento que retém o fluxo da vida, congela e paralisa. Desde o Iluminismo, considera-se como mal a opressão, a servidão, a humilhação etc, ou seja, tudo aquilo que faz diminuir a humanidade em cada um de nós, aquilo que reduz o desejo de viver, aquilo que repete um mesmo movimento como obsessão redutora da multiplicidade da vida. Em Moby Dick, a multiplicidade da natureza é simbolizada pela Baleia, que representa a natureza em toda sua incomensurabilidade. Na busca por capturar o animal, o capitão Ahab manifesta algo de demoníaco, pois transgride todas as regras do mar, promovendo o movimento mórbido. Fluxo para morte deve ser entendido em todos os sentidos: os pensamentos obsessivos que represam a grandiosidade da vida, os julgamentos preconceituosos que humilham e oprimem, a frieza das relações humanas que paralisa o movimento, as sete formas de tornar a vida uma grande ausência. Contrariando os pessimistas e sua falta de progressão, pode-se dizer que, para espantar o mal da vida, deve-se trocar uma expressão repetitiva (o mal da vida é a vida) por um jogo sinonímico que encanta: a vida é muito curta para ser pequena. Fi gu ra 2 : P ix ab ay http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 7 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Em Moby Dick, a multiplicidade da natureza é simbolizada pela Baleia, que representa a natureza em toda sua incomensurabilidade. Na busca por capturar o animal, o capitão Ahab manifesta algo de demoníaco, pois transgride todas as regras do mar, promovendo o movimento mórbido. Mas e se eu tiver uma ideia boa, mas aparentemente não for complementar? Qual o mal da vida? Alguns diriam que seria a miséria, a dor e o sofrimento. Os mais pessimistas repetiriam a frase sem qualquer progressão, o mal da vida é a vida. Mas e se mudássemos a pergunta para o que é o mal na vida? Há nessa estratégia uma pequena mudança sintática, mas uma grande mudança de significado ou de dúvida. Coisa que só um santo (ou um demônio?) poderia encarar. E encarou. O nome do homem era Santo Agostinho. Ele viveu no século IV depois de Cristo e sentiu-se, durante algum tempo, atormentado pelo mal. Deus seria a fonte do mal? Ao tornar-se cristão, ele chegou a uma resposta a esse problema que o flagelava: o mal seria ausência do bem. Vamos retomar o penúltimo parágrafo do texto sobre o mal: O que poderia complementar essa informação? Note que o autor terminou com a expressão “movimento mórbido”. O que poderia ampliar essa ideia? O conjunto “movimento mórbido” inclui muitas subtemas: envelhecimento, crise econômica, depressão, doença, terrorismo etc. Vamos supor que você pensasse na opressão política que levasse uma nação à penúria, como aconteceu em algumas ditaduras. Seria importante perguntar: em que medida isso complementa o texto? Apresenta um outro aspecto? Ou vai repetir uma informação? No caso desse tópico, você deve observar que o autor do texto já mencionou opressão no quinto parágrafo. Se você falasse novamente desse tópico, o leitor ficaria com a impressão de algo repetitivo. Sacou a brincadeira de completar a ideia? Aí, corujinha criativa, você deverá arranjar um jeito de torcer o texto para que sua ideia caiba, apresente-se como coerente. Leia novamente os dois parágrafos iniciais do texto sobre o mal: Fi gu ra 3 : P ix ab ay http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 8 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br A parte sem o todo não é parte, Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo todo. Em todo o sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte, E feito em partes todo em toda a parte, Em qualquer parte sempre fica o todo. O braço de Jesus não seja parte, Pois que feito Jesus em partes todo, Assiste cada parte em sua parte. Não se sabendo parte deste todo, Um braço, que lhe acharam, sendo parte, Nos disse as partes todas deste todo. Repare bem, o primeiro parágrafo discute inicialmente o que seria o mal na vida. De forma imediata, falar de Santo Agostinho faria com que o próximo parágrafo ficasse sem conexão com a ideia anterior, não haveria complementaridade. Por conta disso, o final do primeiro parágrafo foi essencial. A afirmação “Coisa que só um santo (ou um demônio) poderia encarar” permite que a próxima informação seja percebida como complementar. Sempre que você tiver um argumento que represente uma quebra da estrutura linear de pensamento, é preciso que você se valha de conectivos ou expressões conectivas para que aponte para o seu leitor a mudança de direção para que ele entenda que, mesmo falando quase o contrário do que você afirmou, há ainda complementariedade. Pode deixar que vou considerar isso mais a fundo no pfd sobre coesão e coerência. Mas há ainda um erro feio quando consideramos a progressão textual. Já que estamos falando de “mal” e “Santo Agostinho”, nada melhor do que lembrar dos escritores do Barroco. Você já deve ter ouvido falar em cultismo. A palavra se referia ao estilo de escrita em que o autor/poeta desenvolvia uma ideia a partir da repetição de uma mesma ideia. A inovação ficava por conta das figuras de linguagem. Ele falava, falava, falava, mas não dizia nada. Vou considerar um poema desse tipo de Gregório de Matos, “Achando-se um braço perdido do Menino Deus de N. S. das Maravilhas, que desacataram infiéis na Sé da Bahia”. Gregório faz a poesia sacra sobre uma circunstância aparentemente banal. O poeta usa o pretexto do braço perdido de uma imagem para discutir o todo e as partes do ponto de vista teológico, ou seja, ele discute o corpo místico de Cristo, já que na hóstia estaria uma parte do corpo de Jesus. Veja como ele desenvolve esse tema. Fica-se em dúvida sobre se Gregório queria tematizar em profundidade uma questão tão delicada quanto a da unidade divina ou se ele viu nesse tema uma oportunidade para mostrar sua capacidade engenhosa de aproximar opostos. O leitor fica com a sensação de que perdeu algo http://www.estrategiavestibulares.com.br/Fernando Andrade Aula 05: Enem 9 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br durante o raciocínio tão bem montado. A repetição do mesmo expediente (antítese e troca de lugar dos termos) provoca uma certa admiração, tensionada pelo argumento bem montado e a experiência que mostra ser a parte insuficiente diante do todo. Ao final da leitura, percebe-se que houve um jogo excessivo de imagens para defender uma tese curta, ele defendeu o que repetiu o tempo todo, na parte está contido o todo. Pois é, corujinha, isso pode ser interessante na poesia da Gregório de Matos, mas não será um expediente apreciado na sua dissertação. Na real, a “enrolação” que você já deve ter cometido no Ensino Médio, significa, para o corretor, um grande defeito de desenvolvimento textual. Remissividade A remissividade é o outro lado da mesma moeda. É preciso que haja uma “cola” entre as informações novas. Observando mais atentamente, a referência ao santo ou demônio no parágrafo mencionado criou artificialmente um elemento ao qual o segundo parágrafo se remete para que as informações possam ficar conectadas. Se você observar bem, o mesmo procedimento foi adotado em toda transição temática. Final do parágrafo Começo do parágrafo seguinte 2º parágrafo “o mal seria ausência do bem...” “A gula e a luxúria manifestam ausência do autodomínio...” 3º parágrafo “...a não ser quando percebidas na vida ou representadas na arte.” “Na Divina Comédia, longo poema épico” 4º parágrafo “O mal é movimento.” Movimento que não deixa ir a lugar nenhum 5º parágrafo “...como obsessão redutora da multiplicidade da vida.” “Em Moby Dick, a multiplicidade da natureza é simbolizada pela Baleia...” 6º parágrafo “...promovendo o movimento mórbido.” “Fluxo para morte deve ser entendido...” http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 10 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br 1.3 ENEM: COMPETÊNCIA 3 Essa brincadeira de ir colocando parágrafo complementar lembra uma espécie de móbile infinito, pois sempre é possível se lembrar de outro fato ou outro raciocínio e desenvolvê-lo. Um texto deve ser delimitado. Deve ser uma peça completa e isso é definido pela tese, que dará a direcionalidade para os argumentos nos quais você pensou no momento em que estava fazendo o seu esboço. Vamos misturar um pouco. É como se sua tese fosse uma equação matemática que define quais são os números ou os argumentos que entram no conjunto texto que você vai configurando. Veja que a tese de que o mal é ausência ou movimento mórbido determina os argumentos que foram escolhidos e a maneira como eles foram acoplados ao texto. Os parágrafo aleatórios sobre Santo Agostinho e os sete pecados capitais se diferenciam dos parágrafos desses mesmos núcleos temáticos dentro do texto organizado. Por quê? Ora, no texto, os subtemas se submetem ao tema maior do mal. E isso fica explícito até pela remissão ao tema central em cada parágrafo. Dos sete parágrafos do texto, cinco repetem o substantivo “mal”. Como Enem cobra essa progressão temática? De alguma forma, esse traço do texto decorre do bom uso de conectivos (Competência 4), mas em grande medida tem a ver como você vai relacionar os dados que tem para argumentar, basicamente o que se é avaliado na competência 3. Qual são mesmo as habilidade cobradas na competência 3? 1.2 DIRECIONALIDADE Fi gu ra 4 : P ix ab ay http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 11 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Sacou que o que fiz no texto sobre Santo Agostinho e o mal foi exatamente isso? Selecionei tópicos improváveis (ideias novas); arranjei um jeito de relacioná-los (complementaridade), organizando a informação e interpretando os dados (remissividade). Tudo foi feito a partir da perspectiva de tese que deu direcionamento ao texto. No que diz respeito à competência três, o ponto de partida para avaliação é o quadro abaixo. Interpretar Organizar Relacionar Selecionar http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem Recentemente, Inep publicou um material que deixa claro como os critérios de correção são aplicados. Nele, a Banca específica um pouco o que o corretor deve avaliar para seguir a pontuação. A tabela específica ficaria assim: Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br 12 60 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem Informação nova: Hugo Cabret Ideia nova Tá muito abstrato... Lazer retoma cinema Para entender essa tabela, duas palavra meio místicas precisam ser esclarecidas: “projeto de texto” e “direção”. Não muito difícil de entender. Aquilo que eu fiz no começo do pdf, elencando tópicos que depois seriam amarrados e interrelacionados é o que se chama de projeto de texto. Esse projeto só pode gerar de fato um texto se houver um direcionamento. Por isso, o candidato que não tivesse qualquer projeto, escreveria um texto sem direção, isso obviamente levaria o autor a tangenciar o tema, fato mais do que justificável para o zero nessa competência. Supondo que o candidato tenha uma direcionalidade mínima, o problema passa a ser como entrelaçar as informações novas (fato, opinião, raciocínios), ou seja, como promover uma boa progressão textual. Se, em cada parágrafo, há um tema diferente que até se relaciona com a tese, é preciso que um se conecte ao outro, caso contrário, o projeto parece falho para o leitor. Claramente, a capacidade de articular uma informação à outra e interpretá-la faz a diferença. Observe, no nível 3, que a falha começa a recair no desenvolvimento de informações e fatos. A compreensão do que vem a ser progressão textual ajuda a entender o que significa “desenvolvimento” da ideia. Para apresentar o tópico no próximo parágrafo, o autor deve começar com uma expressão conectiva que liga um parágrafo ao outro (remissividade), depois deve explicar a nova ideia e mostrar em que ela contribui para a defesa da tesa (complementaridade e direcionalidade) para finalmente fechar o parágrafo. Esse processo todo é o que denominamos desenvolvimento. Para você entender melhor, bora ver como é isso numa redação nota mil. "No filme "A invenção de Hugo Cabret", o protagonista de 12 anos enfrenta grandes dificuldades ao tentar frequentar o cinema de sua cidade, pois esse era considerado um passatempo exclusivo das classes mais abastadas. Assim como retratado no longa, não há, ainda, a plena democratização do acesso ao cinema no Brasil, tendo em vista que a maior parte dos locais exibidores de filmes encontra-se nas áreas urbanas do país e o acesso a esse meio de entretenimento demanda condições econômicas pouco compatíveis com a realidade de muitos indivíduos brasileiros. Constata-se, a princípio, que, segundo o Artigo 6º da Constituição Federal, todo cidadão tem direito ao lazer. Contudo, nota-se que não há o pleno exercício da Lei ao observar que apenas 20% dos brasileiros frequentam os cinemas de suas cidades, como afirmado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Esse infeliz cenário está fortemente Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Conectivo: permite complementar a ideia Faz o paralelo com o filme e depois apresenta a tese que dá direcionamento 13 60 Nova informação: estatística http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 14 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Nova informação atrelado ao fato de que as empresas exibidoras,em sua maioria, estão concentradas nos centros urbanos do país, pois existe, ainda no século 21, o pensamento de que os cidadãos de pequenas e médias cidades não possuem interesse pela chamada "sétima arte", perpetuando, assim, uma realidade de exclusão social e elitização da cultura. Ressalta-se, ademais, que o acesso ao cinema é dificultado pela questão econômica, dado que, para frequentar tais locais, é necessária uma quantia monetária, a qual pode ser significativa para a população de baixa renda. Dessa forma, sem possuir condições econômicas favoráveis, muitos indivíduos não enxergam o cinema como um meio de entretenimento compatível com suas realidades, programática já denunciada pelo cineasta Alejandro G. Iniarrítu, o qual, em seu discurso após vencer o Oscar de Melhor Diretor em 2017, criticou a visão lucrativa e pouco inclusiva das empresas de cinema. Tendo em vista que foi discutido, é necessário, portanto, que os governos estaduais promovam uma maior inclusão dos cidadãos no acesso aos cinemas, por meio de investimentos financeiros os quais visem à criação de locais exibidores as pequenas e médias cidades. Ademais, as empresas exibidoras, por meio de incentivos governamentais, deverão diminuir a demanda monetária necessária para assistir os filmes, para que, dessa maneira, indivíduos de quaisquer classes sociais possam ter acesso aos cinemas de sociedades e, assim, cenas como a retratada em "A invenção de Hugo Cabret" não aconteçam, também, na realidade." Conectivo: remete à ideia anterior e prepara para novo argumento Conectivo: remete à ideia anterior e prepara a conclusão. Para compreender um pouco melhor a questão da progressão textual, vou propor exercitar a capacidade expressiva de juntar ideias em torno de um tema explicito com as devidas remissões e complementaridades. “Pais e filhos” foi uma música lançada pelo grupo de rock Legião Urbana. Nela, o autor, valendo-se de uma estrutura poética fragmentada, apresentava cenas variadas da relação entre pais e filhos. O texto, como se tratava de uma poesia, não manifestava o mesmo cuidado com a progressão textual típica de um texto dissertativo. A partir disso, considere o seguinte trecho da música. Dorme agora É só o vento lá fora 1.3 UM EXERCÍCIO DIRIGIDO Nova informação: causa http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 15 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Novamente, um trecho cria possibilidade de remissividade e complementaridade: a separação criou situações em que a proteção aos filhos passa a ser dividida. Comentário Resolução ilustrativa Quero colo, vou fugir de casa Posso dormir aqui com vocês? Estou com medo tive um pesadelo Só vou voltar depois das três Meu filho vai ter nome de santo Quero o nome mais bonito (...) Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar Dê unidade e progressão a esses fragmentos argumentativos. Considere a seguinte tese: na contemporaneidade, a variedade de arranjos familiares supõe novos desafios para a relação entre pais e filhos. Observe que a tese explicita uma ideia que anima o poema do grupo Legião Urbana. Ao tentar explicar qual a finalidade de justapor fragmentos de situações de pais e filhos, o texto ficou mais desenvolvido. Mas esse é começo do texto. A partir daí, a brincadeira consiste em acoplar esses exemplos adaptando-os à finalidade da tese. A tese representa a direcionalidade. Os fatos descritos na canção são os fatos responsáveis por fazer o texto variar e progredir, contudo, eles devem se integrar ao texto de forma harmônica. Como fazer isso? Criando frases e expressões que façam a passagem de uma ideia a outra. Na atualidade outros arranjos de estrutura familiar trouxeram novos desafios. As cenas familiares não deixaram de existir, como a do filho pequeno que pede para dormir junto com os pais ou que pede colo. Mas essa cena, agora, não ocorre somente dentro da família tradicional. A separação criou situações em que a proteção ao filho passa a ser dividida. Expressões como “eu moro com minha mãe, mas meu pai vem me visitar” se tornaram comuns. O trecho “as cenas familiares não deixaram de existir” prepara a possibilidade de citar a cena da criança que pede para .dormir com os pais. Tese http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 16 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Tenho que reconhecer que essa costura de ideias diferentes não é muito fácil, mas é um ótimo exercício para quem quer aprimorar sua capacidade de juntar ideias de forma progressiva. Sendo assim, elaborei alguns exercícios para você. Observe que, em alguns casos, a própria coletânea de propostas dissertativas, se fosse costurada, daria um texto muito bom. Vamos treinar fazer um texto com a ideia dos outros. Você encontrará duas propostas de redação: uma do Ita e outra da FUVEST. Há uma coletânea nelas. Você deverá produzir um pequeno texto seguindo as instruções dadas. Você juntará ideias diferentes a partir da direcionalidade, remissividade e complementaridade. QQ.1 Considere a seguinte proposta: (ITA/2003/ Modificada) A importância da ética nas relações humanas no Brasil 1. "O que se deve fazer quando um concorrente está se afogando? Pegar uma mangueira e jogar água em sua boca". (Ray Kroc, fundador do McDonald's, em Tudo, n. 11, 15/04/2001, p. 23) 2. "Temos de dar os parabéns ao Rivaldo. A jogada dele foi a mais inteligente da partida contra os turcos. São lances como esses que te colocam na Copa do Mundo. Tem de ser malandro. Só quem joga futebol sabe disso." (Roberto Carlos, jogador da seleção brasileira de futebol, comentando a atitude de Rivaldo, que fingiu ter sido atingido no rosto pela bola chutada por um adversário. "Folha de S. Paulo", 06/06/2002) 3. Ética. s.f. Estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. (Dicionário Aurélio Eletrônico. Versão 2.0 [199_] Rio de Janeiro: Lexikon Informática, Nova Fronteira, CD-ROM). Faça um parágrafo com progressão textual no qual você defenda a seguinte tese: a ética baseada na solidariedade é importante para o desenvolvimento social. Você deve acoplar a essa sua tese alguma coisa da definição de ética e um dos eventos considerados na coletânea como prova negativa. 1.3.1 DESAFIOS http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 17 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Q.2 Considere a seguinte proposta: FUVEST 2006 Os três textos abaixo apresentam diferentes visões de trabalho. O primeiro procura conceituar essa atividade e prever seu futuro. O segundo trata de suas condições no mundo contemporâneo e o último, ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo, refere-se ao trabalho de artista. Relacione esses três textos e com base nas ideias neles contidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outros pontos que você tenha considerado pertinentes. TEXTO 1 O trabalho não é uma essência atemporal do homem. Ele é uma invenção histórica e, como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer. (Adaptado de A.Simões) TEXTO 2 Há algumas décadas, pensava-se que o progresso técnico e o aumento da capacidade de produção permitiriam que o trabalho ficasse razoavelmente fora de moda e a humanidade tivesse mais tempo para si mesma. Na verdade, o que se passa hoje é que uma parte da humanidade está se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra parte está morrendo por falta de emprego. (M.A. Marques)TEXTO 3 O trabalho de arte é um processo. Resulta de uma vida. Em 1501, Michelangelo retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalho artístico em um grande bloco de mármore abandonado. Quatro anos mais tarde fica pronta a escultura "David". (Adaptado de site da Internet). Faça um parágrafo com progressão textual no qual você se valha da estrutura contra- argumentativa. Considere o texto 2 como tese para seu texto (o trabalho não vai desaparecer) e o texto 1 como a opinião contrária. Junte os dois em um parágrafo de forma coerente. Você pode desenvolver as ideias presentes neles e modificar o que for necessário. Considere a seguinte proposta: Q.3 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 18 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br FUVEST 2006 Os três textos abaixo apresentam diferentes visões de trabalho. O primeiro procura conceituar essa atividade e prever seu futuro. O segundo trata de suas condições no mundo contemporâneo e o último, ilustrado pela famosa escultura de Michelangelo, refere-se ao trabalho de artista. Relacione esses três textos e com base nas ideias neles contidas, além de outras que julgue relevantes, redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, argumentando sobre o que leu acima e também sobre os outros pontos que você tenha considerado pertinentes. TEXTO 1 O trabalho não é uma essência atemporal do homem. Ele é uma invenção histórica e, como tal, pode ser transformado e mesmo desaparecer. (Adaptado de A.Simões) TEXTO 2 Há algumas décadas, pensava-se que o progresso técnico e o aumento da capacidade de produção permitiriam que o trabalho ficasse razoavelmente fora de moda e a humanidade tivesse mais tempo para si mesma. Na verdade, o que se passa hoje é que uma parte da humanidade está se matando de tanto trabalhar, enquanto a outra parte está morrendo por falta de emprego. (M.A. Marques) TEXTO 3 O trabalho de arte é um processo. Resulta de uma vida. Em 1501, Michelangelo retorna de viagem a Florença e concentra seu trabalho artístico em um grande bloco de mármore abandonado. Quatro anos mais tarde fica pronta a escultura "David". (Adaptado de site da Internet). Faça um parágrafo com progressão textual, no qual você se valha da estrutura silogística (aula 05). Considere o texto 2 como tese para seu texto e o texto 3 como prova do que você defende. Junte os dois em um parágrafo de forma coerente. Você pode desenvolver as ideias presentes neles e modificar o que for necessário. Resolução ilustrativa http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 19 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Por conta do desenvolvimento tecnológico, alguns especialistas apontaram, com uma certa razão, que, num futuro utópico, o trabalho poderia desaparecer. Contudo, essa ideia não se confirma na realidade. Em pleno século XX, observa- se que boa parte dos desempregados querem e precisam trabalhar, mas não encontram uma colocação digna; enquanto aqueles que estão empregados trabalham muito mais do que desejavam. Q.2 O trabalho está tão associado ao homem que não se pode falar em fim da atividade sem o risco de se falar no fim da própria humanidade. Trabalho é processo e não se restringe apenas a atividades relacionadas à sobrevivência. Foi através do trabalho que Michelangelo transformou um grande bloco de mármore para produzir o magnífico David. Q.3 2. A FUNÇÃO DA CONCLUSÃO A progressão do texto é o modo como um texto se articula de tal maneira que as informações se conversem, ou seja, que elas estejam ligadas. Um texto não pode se construir apenas de frases soltas, dispostas de maneira aleatória. Para que um texto progrida, ele precisa trazer um tanto de novidade e um tanto de repetição. Isso quer dizer que o texto deve trazer informações novas e remeter-se a algo dito anteriormente. O desenvolvimento é o momento da novidade: você deve trazer argumentos diferentes daquilo que está na introdução para comprovar sua ideia. A conclusão é o momento da repetição: você deve retomar o que foi dito antes, para reforçar sua ideia. Para se ter uma ideia da relação entre progressão e conclusão, observe o exercício abaixo. Os parágrafos do texto original foram embaralhados, mesmo assim, você consegue colocá-los na ordem, pois você reconhece qual deve ser a progressão textual. A ética refere-se aos julgamentos em relação ao bem ou mal no que diz respeito ao comportamento. O comportamento do Rivaldo, que fingiu ter sido atingindo quando não foi, propaga uma malandragem que é incompatível com a vida em sociedade. Por isso eticamente a ação dele deve criticada. É impossível viver em conjunto quando cada um procura seu próprio interesse valendo-se de expedientes como esse. Q.1 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 20 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Os parágrafos abaixo fazem parte de um texto dissertativo, contudo, estão fora de ordem. Seguindo a lógica da construção textual, assinale a alternativa que apresenta qual deve ser a ordem natural do texto. 1. É decerto imprescindível que um Estado democrático ofereça meios de defesa contra abusos. O cidadão tem o direito de reparação em casos de injúria, calúnia ou difamação, e também o de ver punidos os responsáveis por tais crimes. Mas não é o policiamento prévio de ideias e de informações que vai garantir essa justiça, com o agravante de restringir ou castrar uma série ampla de direitos, fundamentais para o exercício da cidadania – entre eles, o de saber. Lamentavelmente, não parece ser essa a convicção de alguns legisladores. 2. Tais projetos e estudos têm procurado conceder ao Estado a autoridade para decidir o que o cidadão pode ver, ler ou ouvir, em legislações que dizem respeito a temas tão diversos como a programação na TV, eleições, Código Penal, vítimas e testemunhas de crimes e lei de imprensa. Essa vocação autoritária não se manifesta apenas por intermédio da pena de advogados e parlamentares, mas é também uma tentação da própria sociedade. Muitas vezes é uma parte significativa da população que parece consentir em entregar superpoderes ao Estado. 3. A liberdade de informar e o direito de ter livre acesso a ideias vêm sendo frequentemente colocados em xeque pelo legislador brasileiro. Projetos de lei apresentados ou esboçados nos últimos meses sugerem uma difusão do conceito de que cercear a livre expressão é um meio adequado de resolver problemas da já tão precária esfera pública no país. 4. Mas é majoritariamente pelos meios de comunicação que a sociedade toma conhecimento de seus problemas e do debate acerca das soluções – com todos os seus erros, distorções e mesmo manipulações. Mas admitir que haja tutela, que o Estado seja o senhor da razão no que diz respeito a tais falhas ou que tenha a capacidade de evitá-las é se eximir de responsabilidades que a democracia exige: ser consciente das questões da vida pública – o que a censura prejudica – e saber lidar com conflitos por meio do diálogo. a) 3, 4, 2, 1 b) 3, 1, 2, 4 c) 3, 2, 4, 1 d) 1, 2, 3, 4 e) 1, 4,2, 3 Comentário. Parágrafo 3. Nitidamente se configura como parágrafo introdutório. Não há conectivos que retomam outras ideias e faz-se uma afirmação que merece ser provada, ou seja, ele apresenta uma tese. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 21 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Enfatizar a tese 2.2 TIPOS DE CONCLUSÃO Acho que agora deve ter ficado bem claro que, se você produziu um texto segundo os critérios de progressão textual, não terá dificuldade em terminar seu texto. A conclusãobrotará quase espontânea das provas e argumentos apresentados. Há quem diga que é um simples resumo, pode até ser, mas uma boa conclusão é mais do que isso. Consiste em pôr os termos de forma clara e reafirmar até com mais força a tese que deve ter guiado todo o seu texto. Lembre-se de que uma conclusão tem, pelo menos, três finalidades: O que foi dito acima é a base teórica para a discussão sobre estratégias gerais do que é uma conclusão. Como você sabe, o ENEM tem a sua peculiaridade, a exigência da apresentação da proposta de intervenção. Antes de passarmos para o que o esse exame cobra, vamos considerar os 3 tipos de conclusão de forma geral. Conclusão por síntese Parágrafo 2. A expressão “tais projetos” tem caráter remissivo e aponta para um desenvolvimento complementar. O parágrafo inicial (de número 3) expunha os projetos de lei que poderiam cercear a liberdade. Seria lógico esperar um parágrafo subsequente que desenvolvesse melhor essa ideia. Parágrafo 4. O conectivo “mas” que inicia esse parágrafo deixa claro que uma ideia foi desenvolvida à exaustão e que agora segue-se uma contra-argumentação. Parágrafo 1. O termo “é imprescindível”, enfático, deixa claro que o autor está chegando a alguma conclusão. Esse parágrafo reproduz de forma resumida o desenvolvimento textual. No segundo período, o autor apresenta o direito do cidadão; no seguinte, contra-argumenta valendo-se do conectivo “mas”; e termina com uma afirmação enfática “lamentavelmente, não parece ser essa a convicção de alguns legisladores”. O caráter de resumo e o estilo enfático desse parágrafo o denunciam como conclusivo. Gabarito: C Deixar claro que o texto acabou (ritmo do texto) Relembrar o percurso argumentativo http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 22 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Reafirmação da tese Conclusão por dedução Conclusão por intervenção “Síntese” significa juntar. Nesse tipo de conclusão, você deve retomar algo de cada parágrafo anterior e juntar todas as informações, dando um jeito de reafirmar a tese. No final das contas, esse parágrafo fica parecendo uma espécie de resumo com uma diferença muito importante. O leitor deve perceber que esse resumo está enfatizando a tese, um resumo que deve fazer a tese brilhar. A técnica consiste em grifar palavras-chave de cada parágrafo, palavras que têm caráter mnemônico, ou seja, uma palavra forte que faça seu leitor perceber que você está retomando o que disse anteriormente. Depois, grife a tese e junte tudo no parágrafo de conclusão. Você pode fazer essa recolha de cima pra baixo (do último parágrafo para o primeiro) ou vice-versa. Dedução deve lembrá-lo do silogismo, algo que nós estudamos na aula anterior. Você deve se lembrar que tal tipo de raciocínio é composto por uma premissa maior, uma premissa menor e uma conclusão. Normalmente, é possível concretizar uma ideia ampla apresentada no parágrafo anterior como forma de fechar o pensamento, contanto que essa técnica possa de alguma forma reafirmar a tese, algo que você pode fazer no último período. Para se ter uma ideia, considere os dois parágrafos abaixo, sendo que o último se configura como uma conclusão por dedução. Hoje, essa tendência pode ser vista nos jovens, dinamizada pela tecnologia e pelo capitalismo. Podemos acompanhá-la nas milhões de fotos do Facebook tratadas a Photoshop para tornar a pessoa perfeita. Essa geração L’Oréal, fruto de uma sociedade capitalista que incentiva o consumo em larga escala, vai perdendo a identidade na busca por ser uma grande estrela ou astro de Hollywood. Consequentemente, o rosto perfeito que circula nas redes sociais, também intensifica, no imaginário do indivíduo, sua ânsia de perfeição estética que não é só cruel como também frustrante. A perda de si está posta de forma mais terrível do que aquela experimentada por Narciso. O espelho do mito grego pelo menos encantava, o espelho de hoje só produz descontentamento. Na maioria das vezes, para esse tipo de finalização, podem ser utilizadas conjunções conclusivas (logo, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso). Evite o “portanto”. Tal conectivo é mais apropriado para unir duas sentenças e não duas ideias mais amplas. Essa é o tipo de conclusão exigida no Enem, há nota por proposta de intervenção. Nos outros vestibulares, essa conclusão não é exigida, mas pode ser utilizada como forma de encerrar o texto sem problemas. (No material do Enem, a técnica de apresentação de propostas será discutida extensivamente; neste pdf, isso não é necessário). Premissa menor Premissa maior http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 23 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Veja que a mudança é promovida pelas redes sociais e trata-se de uma decorrência natural e não uma ação consciente com a finalidade de alterar uma dada cricunstância. Essa conclusão retoma a tese de forma indireta. Só é possível pensar em intervenção se a tese ou a argumentação manifesta algum tipo de problema. Portanto, ao apresentar alguma intervenção, o leitor é obrigado a pensar na tese. 3. A CONCLUSÃO NO ENEM Chegamos à famosa competência 5. Como até o mundo mineral sabe, o Enem é famoso por pedir que o candidato elabore proposta de intervenção e isso vale 200 pontos, não é pouco. Então, comecemos pelo quadro que já foi até apresentado no primeiro pdf, mas que agora deve ser lido com mais atenção. No que diz respeito ao quesito zero, não resta dúvida nenhuma: se você não apresentar proposta de intervenção, não tem porquê tirar qualquer nota. A banca menciona o tangenciamento da proposta de intervenção como motivo para o tão temido zero. A título de exemplo, considere a conclusão abaixo sobre o tema do “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. A banca julgou a intervenção como não tendo atingido o mínimo necessário. Não é para menos...Veja se é possível encontrar a proposta de intervenção. Tendo isso em vista, os conhecimentos que as redes sociais nos fornecem pode facilmente mudar nossa maneira de pensar e interagir com algumas coisas, e até mesmo nossas escolhas. Conectivo de finalização http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 24 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br 3.1 A PROPOSTA EM SI Além desse tipo de erro, há outro. No quadro de pontuação, não se menciona o outro quesito que zera essa competência: o desrespeito aos direitos humanos. A banca deixa claro que o desrespeito aos direitos humanos configura proposta não adequada ao tema. Esse ítem foi bem explorado no pdf 00; qualquer dúvida, faça uma revisão. Vamos para o enrosco: o que é proposta vaga, precária ou insuficiente? O que é uma boa proposta de intervenção? Primeiramente, vamos considerar dois critérios: a proposta em si e a relação entre a proposta e o desenvolvimento do texto (proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada. São esses dois componentes que serão avaliados. Vamos começar pelos traços da proposta valorizados pela banca. O que interessa nesse ponto é que você saiba diferenciar uma boa proposta de intervenção de uma proposta vaga, precária ou insufiente. No material fornecido pelo Inep com comentários sobre como deve ser feita a correção, a a banca destacava... “estabelecemos, na Grade Específica para avaliação dos textos, que a proposta de intervenção deve apresentar 5 elementos básicos: a ação, o agente, o modo/meio de execução dessa ação, seu efeito e um detalhamento. Nesse sentido, mesmo que o participante apresente muitas propostas de intervenção em seu texto, nosso objetivo é avaliar, dentre elas, a mais completaa partir desses elementos.” Cada elemento, vale elemento vale um ponto na escala de nota. Veja por você mesmo. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 25 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Não se trata de proposta, mas de constatação Claro que, nesse caso, torna-se importante considerar como desenvolver cada um dos elementos válidos. Mas antes, um alerta. Obseve que, no nível dois, a banca chama a atenção para um outro expediente que pode diminuir a sua nota: o uso de estururas condicionais. Uma frase condicional não é necessáriamente uma intervenção porque ela supõe que uma dada ação só pode ocorrer em determinadas condições. Veja a diferença: Se as plataformas forem obrigadas a desenvovler mecanismos mais transparentes de como os algoritmos são determinados e deixarem, na realidade, os usuários escolherem, estaremos caminhando para uma situação de maior autonomia dos usuários. Os movimentos sociais devem obrigar as plataformas a desenvolver mecanismos mais transparentes de como os algoríticos são definicos, só assim estaremos caminhando para uma situação de maior autonomia. Esse texto, mais assertivo, configura-se como proposta de intervenção http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 26 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Quando se fala em proposta de intervenção, o que vem à mente é: o que deve ser feito. Esse é um bom jeito de começar. É a ação que determina quem deve fazer e como será feito. Lógico que a ação deve ser uma consequência natural das ideias desenvolvidas nos parágrafos anteriores, mas isso consideraremos no próximo tópico. O importante, nesse momento, é saber o que a banca considerará com uma ação digna de ser bem avaliada pelos corretores. A pergunta que deve ser feita é: o que deve ser feito? E a resposta obviamente será dada por um verbo de ação. Ela poderá ser precária ou insuficiente se for associada a um meio que não produz a finalidade esperada. Há claramente um jogo entre ação, meio e finalidade. Bora tentar perceber nos trechos abaixo aqueles que elaboram apropriadamente uma ação de intervenção. Assinale a alternativa que apresenta uma ação válida. a) “Dessa forma, é necessário que o governo crie leis rigorosas que regulamentem o uso de dados privados, fazendo assim a proteção do direito de livre arbítrio do cidadão.” b) “Já que ainda não há uma fiscalização e controle deste uso de dados, que seja eficiente, sem agredir os direitos humanos, é importante haver senso crítico, para ser capaz de julgar e escolher, diante de tudo o que oferecido nesse meio. c) “Infere-se, portanto, que estes obstáculos devem ser superados de imediato, para que o mundo virtual seja um acesso melhor (...).” d) Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática.” e) Portanto, é necessário que o poder público tome uma medida, uma vez que este mecanismo detentor do controle de dados de usuários pode representar um alto risco tanto à segurança de uma parcela da população, quanto do próprio Estado.” Comentário. Alternativa "A" está correta. O verbo “criar” da ideia de uma uma intervenção ativa por parte de algum agente identificado pelo governo, além de tal ação recair sobre as leis. Alternativa "B" está incorreta. No trecho “é importante haver sensco critico” rigorosamente não há ação intervencionista, há uma constatação de falta de algo; seria diferente se o o autor dissesse “é preciso que o usuário desenvolva senso crítico”, pois nesse caso o verbo “desenvolver” supõe uma atividade que leva à mudança. 3.1.1 AÇÃO http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 27 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Observações sobre a nulidade das ações. 3.1.2 O AGENTE Alternativa "C" está incorreta. O verbo “superar” é geral demais; se não houver detalhamento com outros verbos de ação de como isso deve ser feito, não se configura ação de intervenção. Alternativa "D" está incorreta. Na afirmação de que “medidas são necessárias” o verbo é de ligação, denotando simplesmente um estado e não uma ação. Alternativa "E" está incorreta. O verbo nesse caso é “tomar” mas em si, ele nada signfiica. Seu complemento,”medida”, é muito vago, deixando em aberto a ação a ser adotada. No final desse parágrafo, o leitor se pergunta, mas o que deve ser feito mesmo? Gabarito: A O agente é o responsável pela ação. O texto do Inep resume a questão da seguinte forma “Apesar de os atores sociais variarem em função do tema e do problema, eles se enquadram em determinados níveis de ação: individual, familiar, comunitário, social, político, governamental e mundial. A pergunta a ser respondida para identificar o agente da ação proposta é “Quem executa?” Vamos melhorar um pouco essa explicação, porque o problema passa a ser o desconhecimento de quem deve ser realmente o agente de uma determinada ação. Por exemplo, você sabe que “é preciso mudar alguns traços da cultura brasileira”, mas quem será o agente dessa mudança? O valor das ações dependem da proposta, ações como conscientização foram consideradas válidas em 2018, mas não em outras propostas Os verbos imprecisos podem até ser meio, mas a ação deve ser bem definida http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 28 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Muitas vezes falta conhecimento das atribuições das autoridades públicas, ou mesmo, você não sabe quais agentes informais poderiam ser evocados para uma determinada ação fora do círculo governamental. Nesse caso, um bom conhecimento de sociologia e de políticas públicas ajuda muito. Uma tarefa importante para qualquer pessoa que deseja se dar bem no Enem e se informar do raio de ação de cada ministério e cada agente público em escala federal. ́ É muito comum alguém escrever, por exemplo, que alguma ação prática na área da Educação é atribuição do Ministério da Educação e Cultura. Ora, a execução do projeto educacional é atribuição do Município, na educação infantil; do Estado no que se refere ao Ensino Médio e do governo Federal no que diz respeito às universidades. A atribuição mais importante do MEC é propor políticas públicas na área de educação e gerenciar os meios para que os estados e municípios implentem o sistema educativo. De qualquer maneira, vou dar uma dica rápida de sobrevivência nessa área. É bom sempre lembrar que as ações podem ser divididas a partir de um critério bem didático: aquilo que é da ordem do Estado e suas instituições (governo) e aquilo que é da ordem dos indivíduos nos seus papeis sociais ( sociedade civil). Há problemas que só podem ser resolvidos pelos agentes do Estado; outros que estão na esfera de ação do cidadão e aqueles que para serem resolvidos necessitam da ação conjunta dessas duas esferas. Segue uma listinha de atores sociais e de instituições e suas atribuições. Atores sociais Trabalhadores A força deste grupo resulta da ação organizada, pois atua através de seus sindicatos, que geralmente são ligados a partidos, ONGs e, às vezes, até mesmo a igrejas. Dependendo da importância do setor no qual atuam, podem ter um maior poder de pressão. Empresários Este grupo exerce uma enorme capacidade de influenciar nas políticas públicas, visto que podem afetar a economia do país. Os empresários mobilizam seus lobbies para encaminhar suas demandas aos atores públicos. Podem se manifestar como atores isolados ou coletivos. No Brasil, a Fiesp e o grupo “S” (Senai, Sesc e Sesi) desempenham ora papel de influenciadores, ora papel de agentes culturais de ponta, como o Sesc, por exemplo. Grupos de interesse e grupos de pressão Os gruposde interesse são formados por pessoas que compartilham o mesmo desejo e trabalham para conquistar seus objetivos. Já os grupos de pressão são formados por pessoas que possuem o objetivo de influenciar determinada decisão de caráter público. Podem-se destacar dentro desse grupo: movimentos sociais como o MST, as ONGs, as associações de bairro. Atualmente, outros atores sociais começaram a mostrar sua força em relação às causas públicas: os “influencers” da internet como os youtubers ou blogueiros de renome. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 29 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Organizações de Pesquisa Podem ser formadas por universidades ou organizações especializadas em pesquisas relacionadas às políticas públicas. Pode-se destacar: as universidades, a Fiocruz, o Instituto Butantã, a Fundação Getúlio Vargas, o Ipea, o IBGE etc Mídia A mídia possui grande influência quando o assunto é a definição de empasses relacionados ao governo. São formadores de opinião que possuem credibilidade na sociedade e por isso são capazes de mobilizar um grande número de pessoas. Além disso, possuem certo domínio sobre as políticas públicas. Nesse caso, é preciso diferenciar mídias tradicionais, os antigos canais abertos de TV e de rádio e os novos meios de comunicação que têm a internet como plataforma. Nesse sentido, é preciso entender como funciona a relação entre canais tradicionais e internet. O que se observou até agora é que a internet não aboliu os meios antigos, mas mantém diálogo com eles. O traço fundamental das novas mídias é sua fragmentação e pulverização: youtubers, personalidades do Twitter, blogueiros tornam-se peças fundamentais na formação da opinião pública. Além disso, há plataforma que aglutinam os cidadãos na defesa de alguma causa social, organizando abaixo-assinados e protestos. Pode-se citar também o fato de que a rede social permite aglutinar pessoas em torno de determinadas causas e isso pode ser usado em alguma proposta de intervenção. Por último, vale a pena destacar que as grandes corporações das redes sociais têm sido obrigadas a estabelecer relações mais éticas com os usuários. O Facebook, por exemplo, tem ampliado sua política de controle sobre mensagens de ódio. Algumas propostas de intervenção podem surgir dessa possibilidade de obrigar as plataformas a determinadas ações, contanto que isso não fira o direito de expressão e o direito de liberdade empresarial. Organizações de base ou instituições de base Família, Igreja, professores, formadores de opinião etc. Figuras utilizadas neste tópico : Pixabay Instituições e aribuições Poder Executivo: elabora políticas públicas de governo, coloca em prática as leis, propõe leis e adota medidas provisórias. O Congresso: elaborar as leis, propõe políticas públicas e fiscaliza o poder executivo. A Polícia Federal: apura infrações penais contra a ordem política e social; previne e reprime o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins no território nacional; previne e reprime o contrabando; exerce as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras MInistérios Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 30 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br O MDIC é responsável pela formulação de políticas de apoio à microempresa, aplicação dos mecanismos de defesa comercial e participação em negociações internacionais relativas ao comércio exterior. Ministério da Educação (MEC) Responsável por organizar o sistema de ensino do país (como por exemplo, as diretrizes curriculares), além de definir as políticas e diretrizes educacionais. Desenvolver planos e manejar os recursos para educação para que cada Estado e Município garanta a educação para os cidadãos. As universidades Federais são submetidas diretamente ao MEC. Ministério da Saúde (MS) A pasta da saúde tem como função promover, proteger e recuperar a saúde da população, além de controlar, reduzir as doenças endêmicas e parasitárias (como a dengue, zika etc.) e melhorar a qualidade de vida do brasileiro. É o órgão responsável pelas campanhas de vacinação, pelas campanhas contra o vírus da HIV, entre outros. Dada a importância do SUS e a repercussão do seu papel no controle da pandemia, vale a pena entendê-lo um pouco melhor. Tal sistema foi montado depois da Constituição de 1988, e desde então, tem sido bastante elogiado no exterior. Trata-se de sistema coordenado pelo MS, que distribui as verbas e estabelece protocolos, mas executado por estados e municípios. Essa descentralização dá ao sistema de saúde brasileiro uma capilarização essencial para as políticas públicas de saúde. Isso significa que malversação do dinheiro público também é localizada, ou seja, a corrupção é regional, circunscrita aos sistemas de saúde municipais e estaduais, que deveriam ser fiscalizados pelas pessoas da própria cidade. Como decorrência disso, há municípios com um sistema de saúde bastante eficiente e outros nem tanto, onde falhou a vigilância civil da gestão do dinheiro. Vale a pena transcrever as características do SUS, como se encontra na página do governo. GestãodoSUS Os princípios e diretrizes do SUS, dispostos na Constituição Federal e na Lei nº 8.080 de 19 de setembro de1990, estabelecem que a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) seja fundamentada na distribuição de competências entre a União, os estados e os municípios. Dessa forma, cabe às três esferas de governo, de maneira conjunta, definir mecanismos de controle e avaliação dos serviços de saúde, monitorar o nível de saúde da população, gerenciar e aplicar os recursos orçamentários e financeiros, definir políticas de recursos humanos, realizar o planejamento de curto e médio prazo e promover a articulação de políticas de saúde, entre outras ações. Os gestores do SUS ficam assim responsáveis por executar a política de saúde de maneira a garantir a toda a população o pleno usufruto do direito à saúde (disponível em https://www.saude.gov.br/gestao-do-sus , acessado em 30.06.2020) http://www.estrategiavestibulares.com.br/ https://www.saude.gov.br/ https://www.saude.gov.br/gestao-do-sus 31 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fernando Andrade Aula 05: Enem Assinale a alternativa que apresenta um agente válido. a) “São necessárias medidas de prevenção para que doenças antes controladas não voltem a assustar os cidadãos”. b) “Talvez a solução seja a autoconsciência, você deve fazer o filtro do que é realmente bom pra você e seus filhos, e não ser filtrado.” c) “Liberte-se dessa manipulação de comportamento de usuarios que querem lhe controlar. d) “Desse modo, é preciso ter uma fiscalização rígida por órgãos competentes, a fim de diminuir essa manipulação comportamental, dando mais livre escolha do usuário.” d) “Algumas pessoas precisam tomar a dianteira em mostrar para a sociedade que os valores éticos devem ser respeitados.” Comentário. Alternativa "A" está incorreta. O autor dessa frase se vale de uma voz passiva sem agente. Alternativa "B" está incorreta. Segundo a própria banca, “você” não é um agente válido, pois se refere a uma pessoa em particular, e o texto deve mencionar um agente que deve ter impacto coletivo. Alternativa "C" está incorreta. O verbo de ação está no imperativo, ou seja, alguém deve ser libertado, mas não se sabe quem. Alternativa "D" está correta. O agente da ação é “orgãos competentes”. O termo está em ordem indireta como agente da oração passiva. Colocado na ordem direta ficar assim: “os órgãos competentes precisam fiscalizar rigidamente...” Embora, “órgãos competentes” pareça vago, a Banca do Inep deu esse exemplo como sendo possível de aceitação pelos corretores.Entende-se que o aluno de ensino médio talvez não tenha tanta competência para saber quais são de fato esses órgãos, mas ao fazer menção a eles, o aluno demonstra entender o sistema político-administrativo em que órgãos diferentes são responsáveis por áreas de ação. Alternativa "E" está incorreta. “Alguns” é um pronome indefinido, ou seja, não qualifica nenhum agente. Para que não reste dúvida, o material do Inep afirma textualmente : São agentes nulos: 1. Alguém, ninguém, alguns, uns, uns e outros, você; 2. 2. Verbo no modo imperativo − desde que não haja vocativo. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ 32 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fernando Andrade Aula 05: Enem Aceita-se "nós" como agente da ação; exclui-se o "você" e os pronomes indefinidos (algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, alguns) O imperativo sem identificação do agente e passivas sem agente da passiva configuram ausência de agente. 3.1.3. O EFEITO Já temos o agente, a ação, falta descrever o efeito da ação, o que justificaria a proposta de intervenção. É pelo efeito que se percebe que a proposta será efetiva diante do problema colocado. A pergunta a ser respondida é: para quê? Normalmente, há estruturas sintáticas perfeitas para isso: - o uso do “para” que dá sentido de finalidade (“para que esse problema seja resolvido); - o uso do gerúndio de verbos que dão a ideia de consequência (“...fazendo com que os casos de viroses diminuam.”) - uso das expressões “como objetivo de”, “tem a finalidade de” e outras afins. Ao se fechar o ciclo agente, ação e efeito, o corretor consegue avaliar se a proposta de intervenção é precária ou insuficiente. As propostas de intervenção abaixo ser relacionam com o tema “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. Elas apresentam agente, ação e efeito. Assinale a alternativa que apresenta uma proposta de intervenção suficiente. Observações sobre a nulidade dos agentes. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ 33 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fernando Andrade Aula 05: Enem Combinatória: agente + ação + efeito a) “Para um bom aproveitamento do que a internet tem a nos oferece, o usuário deve aprender a verificar as fontes de informação”. b) “É preciso punir as empresas de forma exemplar para que as pessoas aprendam a usar de forma consciente a internet”. c) “Para combatermos tais censuras, precisamos buscar outras fontes informativas, além da internet, como jornais e televisões”. d) “A família deve fiscalizar o que os filhos fazem na internet, evitando confrontos diretos e conflitos desnecessários”. e) “Programas de televisão, rádio e jornais precisam promover propagandas com o objetivo de mostrar de não se propagar informações falsas.” Comentário. Alternativa "A" está incorreta. A intenção deve apresentar propostas que minimizem a possibilidade de manipulação, “bom aproveitamento da que a internet tem a nos oferecer” não está adequado à proposta temática. Alternativa "B" está incorreta. Não há relação lógica entre punir as empresas e o aprendizado consciente do uso da internet. Além disso, não se trata de usar bem a internet, mas de saber lidar com o uso de algoritmos por parte de várias plataformas. Alternativa "C" está correta. O início da proposta configura um bom projeto de intervenção. “para combatermos tais censuras”. A palavra “censura” remete à manipulação de dados. Alternativa "D" está incorreta. O gerúndio observado na palavra “evitando” tem o sentido de concomitância e não de finalidade. Alternativa "E" está incorreta. O tema gira em torno de manipulação de dados e não de fake News. Gabarito: C Tendo analisado os três primeiros elementos, é possível fazer uma combinatória entre eles. Observe que o agente se refere a uma instituição; a ação, a um verbo e o efeito, a outra ação consequente. Sociedade Civil http://www.estrategiavestibulares.com.br/ 34 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fernando Andrade Aula 05: Enem 3.1.4. MEIO Atores sociais Ações Finalidade Cidadão Família Escola Professores/ Formadores instruir, educar, informar, formar, estimular o diálogo, , proporcionar a vivência ética, desenvolver o senso de responsabilidade. participar de consultas públicas, elaborar projeto de lei, pressionar os políticos (enviar e-mail por exemplo), votar de forma consciente, participar de abaixo-assinado ou carta aberta... Conscientizar, mudar comportamentos, promover o respeito e tolerância; Pressionar poder público Sindicatos, Empresários, ONGS pressionar, fazer propostas, fiscalizar, cobrar dos deputados; manifestar. Educar, fazer campanhas, etc Aprovar propostas; Socializar, conscientizar, integrar, Governo Atores sociais Ações Finalidade Presidente, Governador, Prefeitos Deputados, Senadores Ministros Polícia Federal identificar, apresentar uma agenda positiva, propor, apresentar alternativas, decidir, implementar, avaliar, fiscalizar propor leis, criar organismos de controle, propor campanhas, coibir, apurar infrações, fiscalizar Amenizar o problema, solucionar, equacionar, agilizar, promover o bem- estar, zelar Para completar o quadro é importante que você diga por que meio o efeito será alcançado. A pergunta a ser respondida, nesse caso, é: Como se executa/Por meio do quê?” A banca do Inep deixa claro que não existe “modo/meio considerado elemento nulo”. Um bom indicativo dos meios são os próprios conectivos que sinalizam essa função tal como o advérbio “através”, a expressão “´por meio de”, o gerúndio e outras palavras e expressões similares. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ 35 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fernando Andrade Aula 05: Enem Classifique os meios abaixo a partir da seguinte distinção (V) válidos e (I) inválidos. ( ) “Portanto, para solucionar este impasse é importante que a mídia por meio de exposições no meio digital, garanta a ampla diversidade cultural e crie meios que impossibilite a difusão de dados pessoais, garantindo assim a minimização desta prática.” ( )“Destarte, visando a uma sociedade brasileira em que os usuários desses serviços online estejam mais informados sobre a seleção de conteúdos e sobre a coleta de dados do que ele acessa, é necessário que o Ministério da Tecnologia promova campanhas de conscientização. Alguns meios pelos quais isso pode ser alcançado são as próprias redes sociais, panfletos e propagandas e cartilhas de escola.” ( ) “Portanto, é necessário que os governos, aliados às multinacionais responsáveis pela fiscalização e gerenciamentos das redes sociais, demonstrem, através de projetos, propagandas e palestras, a influência indireta que os usuários sofrem. Isso teria como finalidade alertar as pessoas sobre os riscos do uso da internet. ( ) Sendo assim, é mister que os usuários de internet sejam instruídos de forma eficiente, para que os usuários que também são cidadãos não sejam alvo de qualquer tipo de manipulação. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. a) I, V, V, I. b) V, V, V, I. c) V, I, V, I. d) I, I, I, V. e) V,V, I, I. Comentário. A afirmação 1 é válida. “Mídia” é agente, “exposições digitais” o meio (aliás, introduzido pela expressão “por meio de”) e a ação é garantir a diversidade cultural. A afirmação 2 é válida. “Panfletos e propagandas e cartilhas de escola” são os meios introduzidos no texto pela expressão “Alguns meios pelos quais isso pode ser alcançado”. A afirmação III é válida. “Projetos, propagandas e palestras” são os meios introduzidos pelo advérbio “através”. http://www.estrategiavestibulares.com.br/36 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Fernando Andrade Aula 05: Enem 3.1.5 DETALHAMENTO A afirmação IV é invalida. A expressão “de forma” deveria introduzir um meio concreto, mas depois dela o autor apenas acrescentou um advérbio “de forma eficiente”, que não explicita o meio, apenas determina a qualidade desse meio. Gabarito: B Aqui vale a pena citar o esclarecimento dado pelo Inep. Detalhamento é o elemento que acrescenta informações à ação, ao agente, ao modo/meio ou ao efeito. Ele tem papel fundamental para uma formulação mais concreta e mais elaborada da proposta de intervenção. Por esse motivo, damos ao detalhamento a mesma relevância dada aos demais elementos, pois todos cumprem o papel de completar a ação da proposta de intervenção. A pergunta a ser respondida para identificar o detalhamento é: “Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante?”. Vale lembrar que não há detalhamento considerado elemento nulo. A banca deixa claro até com exemplos como o detalhamento se apresenta, na forma de exemplificação, explicação, justificativa, consequência ou contextualização. Assinale a alternativa que classifica coerentemente o detalhamento a) “Por isso é muito importante que todos os usuários da internet pesquisem em diversas fontes diferentes, como por exemplo: vários sites, livros, jornais e etc, antes de tomar uma decisão importante”. Detalhamento do agente por exemplificação. b) “Por fim, o indivíduo deve se atentar para não ser manipulado, afinal a internet tem o dever de informar e não de influenciar”. Detalhamento do meio por contextualização. c) “No entanto, é importante também uma conscientização nas escolas e uma intervenção do Estado através da criação de instituições que promovam palestras sobre o assunto. Dessa forma, espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico, diminuindo assim as influências e manipulações pelo controle de dados”. Detalhamento do meio por desdobramento da ideia. d) “Portanto, medidas devem ser tomadas. O governo deve promover, mediante mídias influenciadoras, como Rede Globo, SBT e Record, campanhas a fim de conscientizar a população brasileira dessa manipulação”. Detalhamento do agente por enumeração. e) “Assim, é necessário que o Estado, na condição de garantidor dos direitos individuais, tome providências para mitigar esse problema”. Detalhamento do agente por especificação. Note que o detalhamento recai sobre um dos 4 elementos anteriores. http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 3.1.6 EXERCÍCIO Comentário. Alternativa "A" está incorreta. Há exemplificação das “diversas fontes diferentes” que é meio da pesquisa e não agente. Alternativa "B" está incorreta. “Para não ser manipulado” é efeito, o que se segue é uma justificativa, “afinal a internet tem o dever de informar e não de influenciar”. Alternativa "C" está incorreta. A frase “espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico” é um efeito que se desdobra na frase seguinte “diminuindo assim as influências e manipulações pelo controle de dados”, que é uma consequência do efeito. Alternativa "D" está incorreta. A enumeração “Rede Globo, SBT e Record”, exemplificam o termo mídias influenciadoras que no caso é meio e não agente. Alternativa "E" está correta. O “Estado” é o agente, e o aposto entre vírgulas, “na condição de garantidor dos direitos individuais”, especifica o termo anterior. Gabarito: E Finalizando esse item sobre a construção da proposta de intervenção, vale a pena treinar o olhar para perceber em um parágrafo final, todos esses itens. Então, bora, perceber cada parte nos textos abaixo. Siga o modelo. Modelo Separe os elementos da proposta de intervenção abaixo. “A família deve fiscalizar o que os filhos fazem na internet, através do diálogo e dos mecanismos que as próprias plataformas oferecem, evitando possíveis problemas” O que deve ser feito? Quem executa? Como se executa?/Por meio do quê?” Para quê? Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? Resolução O que deve ser feito? “fiscalizar o que os filhos fazem na internet”(ação) Quem executa? “A família”. (agente) Como se executa?/Por meio do quê?” através do diálogo e dos mecanismos que as próprias plataformas oferecem” “. Para quê? “evitando possíveis problemas”. (efeito) Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? Não há. (detalhamento) Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão 37 www.estrategiavestibulares.com.br 60 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 38 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br 3.2 A RELAÇÃO ENTRE A PROPOSTA E O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO Separe os elementos da proposta de intervenção abaixo. “No entanto, é importante também uma conscientização nas escolas e uma intervenção do Estado através da criação de instituições que promovam palestras sobre o assunto. Dessa forma, espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico, diminuindo assim as influências e manipulações pelo controle de dados ”O que deve ser feito? Quem executa? Como se executa?/Por meio do quê?” Para quê? Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? Comentário. Resolução O que deve ser feito? “uma conscientização nas escolas”; “uma intervenção”. (ação) Quem executa? “[d]o Estado”. (agente) Como se executa?/Por meio do quê?” “através da criação de instituições que promovam palestras sobre o assunto”. (modo/meio) Para quê? ““Dessa forma, espera-se que as pessoas tenham maior senso crítico”. (efeito) Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada pelo participante? “diminuindo assim as influências e manipulações pelo controle de dados”. (detalhamento) Agora vamos considerar o gran finale, aquilo que vai fazer você ganhar moral com a banca. Não basta desenvolver bem a proposta de intervenção, ela deve estar amarrada ao que foi desenvolvido anteriormente, demonstrando sua capacidade de montar um bom projeto de texto. Nesse ponto competência III e V se encontram. Q.1 http://www.estrategiavestibulares.com.br/ Fernando Andrade Aula 05: Enem 39 60 Aula 05 – Progressão Textual e Conclusão www.estrategiavestibulares.com.br Observe esses dois últimos parágrafos de um texto do Banco de Redações do UOL, sobre o tema fake News. Esse é um cenário preocupante, visto vista a proximidade das eleições presidenciais e o impacto que esses perfis geram na escolha do candidato. Para se ter ideia da gravidade da situação, em 2016 Donald Trump foi teria sido eleito nos EUA com a ajuda da boca invisível, os boatos virtuais. Além disso, um dos movimentos que tiveram grande protagonismo no impeachment da presidenta Dilma Rousseff teve 87 perfis retirados do ar recentemente pelo próprio Facebook... Nós, cidadãos, devemos ficar bastante atentos às informações que nos é passada são passadas, principalmente via redes sociais, inclusive o Whatsapp. É necessário verificar sempre as fontes das notícias ou apurá-las em jornais reconhecidos para saber se não estamos caindo em alguma armadilha. Além disso, para contornar o problema, jornais e profissionais da comunicação estão cada vez mais criando plataformas de checagem de informações; a Agência Lupa da revista Piauí e a Truco da Agência Pública são dois bons exemplos desse novo serviço da área. Sacou, corujinha sagaz? Se o método de utilizar notícias falsas é grave, tonar-se necessário fazer algo, verificar sempre as fontes. Imagine, agora, que ao invés de propor a verificação das fontes, o autor escrevesse o seguinte: Nós, cidadãos, devemos ficar bastante atentos às informações que nos é passada são passadas, principalmente via redes sociais,
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