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ED – CULTURA BRASILEIRAED – CULTURA BRASILEIRA
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Fundamentação Teórica
A formação do povo brasileiro
Neste livro didático, trataremos da gestação da cultura brasileira,
baseando-se na obra de Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro: a
formação e o sentido do Brasil, publicada pela primeira vez em
1995
A primeira questão a ser abordada neste ED é que toda cultura
dita “nacional” desconsidera a existência de um ou mais
povos, de algumas línguas, além de costumes e
comportamentos que traduzem a cultura e a noção de
pertencimento da população a um território.
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Assim, o estudo da cultura brasileira implica compreender a relação entre:
Essas são a base matricial da cultura brasileira (indígena, portuguesa e africana), além de outras que foram representativas dos
contingentes populacionais advindos com os fluxos migratórios do século XX.
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Para Ribeiro (2006), as variadas matrizes formadoras do
povo brasileiro podiam ter gerado uma sociedade
dilacerada, apegada a etnicidades, mas aconteceu
justamente o contrário. Apesar da múltipla
ancestralidade, os grupos sociais não se 
diferenciaram em “antagônicas minorias raciais, culturais
ou regionais, vinculadas a lealdades étnicas próprias” (p.
18). O autor afirma que a lealdade étnica ocorre apenas
em algumas “microetnias”, cuja existência não afeta o
destino nacional.
O educador, etnólogo e político Darcy Ribeiro ressalta que
a unidade étnica básica do povo brasileiro não se refere a
nenhuma uniformidade e, também, não deve nos cegar
em relação às disparidades, às contradições e aos
antagonismos existentes no cotidiano de nossa
população. Na visão do autor, a análise do processo de
miscigenação brasileiro esconde, na realidade, uma
profunda distância social entre os grupos que compõem
essa sociedade.
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Na maioria das sociedades ocidentais que temos estudado, o projeto político de fundar um povo nunca ocorreu de forma
harmônica ou equilibrada. Ou seja, pode-se afirmar que tal proposta ocorre, geralmente, com o uso da força e a imposição
de violência por parte dos grupos hegemônicos contra as classes menos favorecidas e grupos sociais historicamente
marginalizados.
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Ribeiro (2006) aponta que para entender a questão da diversidade sociocultural de nosso povo é necessário observar três forças:
a ecológica, a econômica e a imigração. Explore a galeria e conheça cada uma delas
• Força ecológica 
A força ecológica é importante para o autor porque fez surgir diferentes paisagens, “onde as condições de meio
ambiente obrigaram a adaptações regionais” (RIBEIRO, 2006, p. 18). 
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Para o autor, os diversos modos de ser brasileiro estão muito mais marcados pelo que esse povo tem em comum do que pelas
diferenças étnicas, regionais ou funcionais da nossa sociedade. Para Ribeiro (2006, p. 19):
Conquanto diferenciados em suas matrizes raciais e culturais e em suas funções ecológico-regionais, bem como
nos perfis de descendentes de velhos povoadores ou de imigrantes recentes, os brasileiros se sabem, se sentem e
se comportam como uma só gente, pertencente a uma mesma etnia. Vale dizer, uma entidade nacional distinta de
quantas haja, que fala uma mesma língua, só diferencia sotaques regionais, menos remarcados que os dialetos de
Portugal.
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Para compreender o que o debate acadêmico chama de cultura
brasileira, precisamos ter em mente a confluência das matrizes
que, na visão do autor, se dá sob a regência dos portugueses.
Esse processo de confluência ocorreu a partir da fusão de
matrizes étnico-raciais diversas, com tradições culturais
singulares, para dar lugar a um povo novo, “inclusive, pela
inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade, num
povo tão sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros”
(RIBEIRO, 2006, p. 17)
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Faz-se necessário salientar ainda que a visão de Ribeiro (2006)
representa a cultura brasileira como uma fotografia de um
determinado período histórico e antropológico do Brasil.
Como toda cultura, ela passa por transformações ao longo do
tempo. Isso pode ser observado na obra:
Tanto em relação às configurações de produção e de trabalho
descritas.
Quanto em relação às questões comportamentais e às
relações interpessoais encontradas em nosso povo, como se
infere quando Ribeiro trata da “alegria” do brasileiro, a ponto
de descrevê-la como um traço cultural.
Passamos agora a compreender cada uma dessas matrizes que
formam o povo brasileiro.
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A herança cultural indígena
Vamos começar pela matriz indígena. A etnóloga e indigenista Manuela Carneiro da Cunha é quem nos elucida sobre as
estimativas da população autóctone em 1492, ou seja, a população ameríndia que ocupava nosso território antes da invasão
portuguesa.
Cunha (2012) afirma que, apesar dos dados serem considerados controversos, foi Denevan (1976 apud CUNHA, 2012) que
avaliou em 6,8 milhões a população autóctone da Amazônia, Brasil central e costa nordeste do país neste período. Baseando-se
ainda nesse pesquisador, a autora pondera que:
A densidade demográfica chegava a 14,6
habitantes/km no Brasil.
A península ibérica, na mesma época, teria a densidade
demográfica de 17 habitantes/km (CUNHA, 2012, p.
16-17).
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Por má consciência e boas intenções, a autora nos demonstra que imperou até bem pouco tempo a noção de que os índios foram
vítimas de uma política. Entretanto, não há dúvidas de que os índios foram atores políticos importantes de sua própria história
também e que, nos interstícios da política indigenista, foi possível vislumbrar algo do que foi a política indígena:
Um modo de organização social e político impresso pelos próprios grupos indígenas, segundo suas perspectivas e interesses.
A percepção de uma política indígena e de uma consciência histórica em que os índios são sujeitos, e não apenas vítimas, só é
nova para nós. A política indigenista foi se consolidando ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII pela via da associação de interesses
ocultos dos colonizadores às necessidades explícitas dos indígenas, tendo por finalidade as mais diferentes trocas comerciais.
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Quais eram os indígenas brasileiros no início da colonização? O mapa a
seguir nos oferece um esquema bastante didático sobre a diversidade
étnico-cultural da população ameríndia em nosso país. Neste mapa,
ressalta-se os troncos ou as famílias linguísticas que deram origem à
diversidade sociocultural dos povos ameríndios no Brasil: família Tupi-
Guarani; família Macro-Jê ou Jê, as mais numerosas, e as famílias Aruak,
Carib, Pano, Tucano e Charrua, ao sul do país na fronteira entre o Rio
Grande do Sul e o Uruguai.
Clique na imagem a seguir para ampliá-la.
Não se pode, no entanto, afirmar a localização exata da
ocupação territorial original por parte desses indígenas,
uma vez que sabemos que muitos grupos podem
sazonalmente sair de uma área e ocupar outra.
Isso ocorre desde tempos imemoriais e tem como
finalidade a busca por melhores condições de
convivência com o meio ambiente, uma vez que os
próprios indígenas entendem que após anos de
exploração as terras, rios e florestas podem ter baixas
em suas reservas bioenergéticas.
Povos indígenas no século XVI e seus territórios atuais
Fonte: Ventura (2008, [s.p.]).
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Para saber mais sobre a herança cultural indígena no Brasil, explore a linha do tempo a seguir.
1808 1832 1850
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Os indígenas:
Deram nome a nossa topografia (formas de relevo – a exemplo da Serra da Bocaina).
Deixaram hábitos alimentares, como os produtos à base de mandioca, milho e amendoim.
Deixaram lendas e uma mitologia própria.
Muitas de nossas técnicas e práticas produtivas tradicionais estão fundamentadas em saberes indígenas, baseadas no cultivo e
no preparo da mandioca, do milho, da abóbora e das batatas, além das técnicas de caça e pesca. Há também o tipiti, espécie de
espremedor ou prensa de palha trançada, e o torrador de cerâmica, usado notratamento da farinha de mandioca.
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Na região Norte, por exemplo, muito dos hábitos alimentares
derivam da forte herança da cultura indígena. O peixe e a
mandioca são a base da alimentação, sendo utilizados para a
preparação de diferentes pratos, como o tacacá, uma sopa
feita a partir do tucupi (caldo amarelo) e da goma, ambos
extraídos da mandioca, sendo que se acrescenta à base o
jambu (erva amazônica) e o camarão seco. Servido quente em
cuias, essa iguaria amazônica é encontrada nos estados do
Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia.
Foi o saber indígena, também, que possibilitou a domesticação
da mandioca brava, isto é, a conversão de um tubérculo
venenoso em um alimento comestível, fazendo que tal raiz
pudesse ser consumida pelo homem (RIBEIRO, 2006). E hoje, a
farinha de mandioca está presente na mesa de brasileiros de
diferentes regiões do país.
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A herança cultural portuguesa
Neste momento, abordaremos a influência da matriz europeia na formação do povo brasileiro. Darcy Ribeiro descreve essa
civilização como urbana, classista, cujo centro de decisão estava em Lisboa (RIBEIRO, 2006).
Para o autor, outra instituição poderosa em Portugal era a
Igreja católica e aquilo que pode ser considerado o seu
braço repressivo: o Santo Ofício. Assim como em Portugal,
pairava sobre Espanha, Inglaterra e Holanda a legitimação
e a sacralização de um empreendimento mundial e
dispersor da fé cristã, que agia em nome de um vasto
clero, assentado em inúmeras igrejas e conventos.
Para Ribeiro, o poderio português advindo das
transformações do mercantilismo estava fundado
especialmente nas novas tecnologias incorporadas à nau
oceânica: o uso das velas de mar alto na navegação, o
leme fixo, a bússola, o astrolábio (instrumentos e técnicas
desenvolvidas pelos árabes) e, sobretudo, o conjunto de
canhões de guerra.
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“O motor dessa expansão era o processo civilizatório que deu nascimento a dois Estados nacionais: Portugal e Espanha, que
buscavam de constituir-se, superando o fracionamento feudal que sucedera à decadência dos romanos” (RIBEIRO, 2006, p.
35). A colonização implicou em novas configurações histórico-culturais de algumas áreas e, nestas, esse modelo político-
econômico subjugou populações bem maiores que as da Europa.
O empreendimento da colonização, porém, não foi apenas uma política de Estado, pois mesmo antes da invasão do Brasil, o
Vaticano, em 1454, por meio da bula escrita pelo papa Nicolau V, estabelecia as normas básicas da ação colonizadora.
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 Para Ribeiro (2006), foi a instituição familiar, principalmente a 
família caracterizada como extensa, comum aos povos indígenas, que deu início à
formação do povo brasileiro por meio do cunhadismo.
Para conter o cunhadismo que ameaçava a hegemonia da
Coroa portuguesa em território brasileiro, colocou-se em
execução o regime de donataria, dividindo o território que
estaria controlado por um governo geral via capitanias
hereditárias, em 1532.
“Quase todos os contemplados vieram tomar posse
com a função de povoá-las e fazê-las produzir,
elevando a economia colonial a um novo patamar”
(RIBEIRO, 2016, p. 76).
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O autor dirá que a expansão do domínio português em terras brasileiras foi trabalho dos “brasilíndios” ou mamelucos.
Os mamelucos eram gerados por pais brancos, a maioria deles lusitanos, e mulheres índias.
“Nossos mamelucos ou brasilíndios foram, na verdade, a seu pesar, heróis civilizadores, serviçais del-rei, impositores da
dominação que os oprimia” (RIBEIRO, 2006, p. 97).
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Com relação ao idioma, o tupi foi a língua materna de uso corrente até a reforma pombalina, em 1759. Com o processo de
colonização, o tupi se expandiu mais que o português. Conforme Ribeiro (2006, p. 109):
[...] a língua geral, o nheengatu, que surge no século XVI do esforço de falar o tupi com boca de português, se
difunde rapidamente como a fala principal tanto dos núcleos neobrasileiros como dos núcleos missionários.
No norte da Amazonas, por exemplo, o nheengatu foi
falado até o século XX. Clique na palavra em destaque
para saber mais.
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Ao longo dos séculos, as técnicas europeias foram sendo incorporadas em território brasileiro. Veja a seguir alguns instrumentos
provindos da tecnologia europeia:
• Machados, facas, facões, foices, enxadas, anzóis (todos de ferro). 
• Armas de fogo. 
• Aparelhos mecânicos (a prensa). 
• Monjolo e moenda. 
• Carro de boi. 
• Roda hidráulica. 
• Tear composto. 
• Descaroçador de algodão. 
• Tachos e panelas. 
• Animais domésticos: galinhas, porcos, bois, cavalos.
As casas foram, ao longo do processo colonizador, reduzindo de tamanho em comparação às chamadas “malocas indígenas”.
Além disso, as técnicas de edificações dos colonizadores eram diferentes das técnicas indígenas: eram empregados taipa e
adobe cru na construção das casas mais humildes; tijolos, pedras, cal e telhas nas casas senhoriais e construções públicas no
século XIX (RIBEIRO, 2006, p. 111).
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Estas modificações na construção introduziram gostos europeus que se traduziram nas mobílias: mesas, bancos, armários e
oratórios.
Somado a isso, houve a introdução de técnicas de preparo e de uso do sal, do sabão, da aguardente, das lâmpadas de azeite, dos
couros curtidos, de remédios, de sandálias e de chapéus, conforme afirma Ribeiro (2006).
As camadas da população que se tornavam mais abastadas logo foram se desligando das tarefas produtivas, afirma o autor. Essa
nova classe era formada pelos setores letrados, que foram incorporando os traços da cultura lusitana considerada “erudita”. Essa
camada social era composta por
Burocráticos Religiosos Financeiros
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Os portugueses trouxeram um novo estilo de vida e
costumes para o Brasil, influenciando na alimentação, no
mobiliário (os oratórios, por exemplo), na arte e na
arquitetura, mas também na forma como os brasileiros se
comportavam.
Não se pode também minimizar a influência do
catolicismo e sua crença (baseada na Santíssima Trindade
e na crença de santos) na forma como pensam e agem os
brasileiros.
A culinária dos colonizadores também foi trazida para o Brasil, pois os pratos típicos brasileiros foram adaptações do paladar dos
colonizadores às condições da colônia, além do fato de alguns pratos portugueses terem sido incorporados ao longo do tempo
aos hábitos brasileiros, como o pudim e os pratos com bacalhau. A cachaça brasileira é uma adaptação da bagaceira portuguesa
(aguardente derivada do bagaço da uva).
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A herança cultural africana
Apesar de os historiadores admitirem que os dados sobre o tráfico de africanos para o Brasil, entre os séculos XVI e XVII, são
pouco consistentes, há que se reconhecer a relação profunda entre a África central ocidental e o nosso país (KNIGHT, 2011;
VANSINA, 2011).
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Segundo Knight (2011), sendo escravos ou homens livres, os africanos e afro-americanos contribuíram para domesticar grande
parte de toda a extensão selvagem do continente americano, chegando a afirmar: “Qualquer que tenha sido o número de
africanos em tal ou qual país, a África imprimiu, na América, a sua marca profunda e indelével” (KNIGHT, 2011, 877, grifo nosso).
Desde o fim do século XVII, a Coroa portuguesa já não
tinha muito controle sobre o comércio de escravos, que
ficou na mão de quimbares e ovimbares (melhor
identificados como africanos descendentes de
portugueses), além do domínio propriamente dos
brasileiros (VANSINA, 2011).
Partindo deste estudo, pode-se compreender que os
escravistas brasileiros agiam por intermédio dos
agentes afro-portugueses em Luanda e Benguela.
O autor afirma que os brasileiros passaram a dominar totalmente o comércio de escravos em Angola de 1648 a 1730. Além do
trânsito de pessoas e ideias da África para o Novo Mundo, muitas plantas saíam da América para a África central ocidental
(VANSINA, 2011). Foram elas: milho, amendoim, mandioca, feijão e tabaco. Estabelecia-se, portanto,uma lucrativa rota
comercial e, sobretudo, criava-se entre o Brasil e esta parte da África uma dependência econômica e social sem igual.
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O mapa a seguir mostra a visão geral do tráfico de escravos partindo da África entre os anos 1500 a 1900. 
Clique para ver com mais detalhes
Fonte:  ELTIS, David, e RICHARDSON, David. Atlas of the Transatlantic Slave Trade. New Haven & Londres: Yale University Press, 2010: Disponível aqui Acesso em: 25 out. 2017.
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Com o declínio dos reinos africanos (entre eles os reinos
do Congo, Matamba e N´gola [Angola]), por conta da crise
colonial no século XVIII, houve o fortalecimento das redes
comerciais, o que possibilitou o tráfico de mais de 6
milhões de africanos para outros continentes – o que é
conhecido como diáspora africana. Somente neste século
um milhão e oitocentos mil vieram para o Brasil, 31,3%.
(VANSINA, 2011).
A mortalidade atingia de 10 a 15% dos que embarcavam
rumo ao Novo Mundo – a oscilação do percentual está
atrelada ao grau de amontoamento em que os africanos
eram transportados nos navios negreiros. Com base
nesses dados sobre o tráfico, o autor é enfático ao afirmar
que Angola dependia economicamente do Brasil e, por
volta de 1800, 88% dos rendimentos desta nação africana
provinham do tráfico de pessoas para o território
brasileiro (VANSINA, 2011).
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Segundo Knight (2011), na América, no início do século XIX, a população de afro-americanos chegava a 8,5 milhões entre
homens livres e escravos. Destes, podemos dizer que:
Somado a isso, houve a introdução de técnicas de preparo e de uso do sal, do sabão, da aguardente, das lâmpadas de azeite, dos
couros curtidos, de remédios, de sandálias e de chapéus, conforme afirma Ribeiro (2006).
2 milhões se encontravam nos EUA e nas Antilhas.
2,5 milhões se encontravam no Brasil.
1,3 milhões se encontravam na América espanhola
continental.
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Segundo o autor, os africanos influenciaram fortemente as regiões de latifúndio e toda a margem atlântica da América,
desenvolvendo os mais variados tipos de produção e desempenhando todos os papéis sociais possíveis:
Eles foram pioneiros e conquistadores, piratas e bucaneiros, gaúchos, llaneros, bandeirantes, proprietários de
escravos, negociantes, domésticos e escravos(...). Antes da abolição definitiva da escravatura no Brasil, em 1888, a
maioria dos africanos das Américas era escrava e eram eles quem cumpriam a maior parte dos trabalhos manuais e
dos serviços que exigiam um esforço físico, frequentemente estafante, sem os quais as colônias, possessões e
nações não teriam sido capazes de alcançar a prosperidade econômica. (KNIGHT, 2011, p. 877, grifo nosso)
Segundo Vitorino (2014), “Knight (2011) afirma que P. D.
Curtin é quem melhor oferece uma imagem global deste
fluxo de africanos, chegando à cifra de 10 milhões de
escravizados. Retificando este total, há a pesquisa de E. D.
Genovese, entre outros pesquisadores, que aumentou
esta estimativa para 20 a 30%, ou seja, cerca de 12 a 13
milhões”.
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Os africanos que chegaram ao Brasil tiveram suas especificidades culturais e identitárias obscurecidas. A princípio, eles eram
identificados pelos nomes dos portos de onde eram embarcados.
Com o aumento da intensidade do comércio, os colonizadores passaram a identificá-los por suas proximidades linguísticas. Os
portugueses tinham consciência da existência da diversidade cultural de grupos africanos, por isso ocorreu de alguns povos
africanos, de mesma família linguística, serem arbitrariamente categorizados pela ideia de nações (conceito em uso pelos
portugueses da época), que pressupunha certas fronteiras. Foram os casos dos:
Eles podem ser assim classificados dada a sua proximidade linguística, muito embora se identificassem como grupos étnico-
culturais distintos. Em menor quantidade, vieram para o Brasil os africanos do golfo do Benim, entre eles os nagôs, os fon, os ewê,
os jêje e os haussas ou malês.
Os africanos não foram passivamente incorporados no processo de produção colonial. Eles resistiram muito, com fugas, rebeliões
e formação de núcleos comunitários, como os quilombos.
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De acordo com Schwarcz e Reis (1996, p. 26), temos inúmeros exemplos da existência de quilombos pelo Brasil. 
Para conhecê-los, clique no mapa a seguir.
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O quilombo dos Palmares nos demonstra também que os africanos trouxeram noções de organização política e social. Ele foi o
principal lócus da resistência negra durante todo o século XVII, situado na zona da mata nordestina, na Serra da Barriga, no
Estado do Alagoas. Palmares chegou a ter em seu apogeu uma população de 20 mil habitantes e foi destruído em 1694, após
inúmeras expedições militares.
Muitas foram as práticas de resistência para lidar com a difícil condição do cativeiro, entre elas o suicídio. Muitos dos escravizados
viam na morte a única saída para a liberdade: envenenamento, afogamento, enforcamento. Porém, as revoltas foram
significativamente mais importantes para esse contexto de resistência e muitas tiveram apoio dos abolicionistas.
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Os africanos também atuaram em muitos ofícios em terras brasileiras. A sangria foi uma terapia muito usada até o início do
século XX (PIMENTA, 2003).
É de fundamental importância observar que, segundo os dados de Pimenta (2003), a maioria dos sangradores que se
oficializaram eram de origem africana (64%). Sendo:
52% escravos 
(a maior parte deles)
33% libertos
Por isso, a autora conclui que eram muitos os africanos que voltavam à África e depois retornavam ao Brasil cuidando de novos
escravos.
Independentemente do total de africanos que desembarcaram aqui, o Brasil foi o maior importador, chegando possivelmente a
50% do total dos africanos escravizados vindos para a América.
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A cultura afro-brasileira é manifesta em muitas áreas da
sociedade e da arte. Podemos citar exemplos de comidas
e bebidas, tais como: acarajé, angu, bobó, vatapá. A língua
também incorporou designações de produtos
alimentares, a saber: quiabo, maxixe, jiló e inhame
Os instrumentos musicais africanos, como os vários tipos
de tambores, foram incorporados também à música
popular, assim como ritmos e danças foram
ressignificados, como o jongo.
Algumas manifestações culturais também foram criadas
em território brasileiro sob as tradições africanas, como
foi o caso do samba, dos maracatus, dos afoxés, dos
maculelês e das congadas.
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Para além da culinária, a dança e as festividades populares
no Norte são muito expressivas, por exemplo, o tambor de
crioula, ou punga, que é uma dança de herança africana
que foi trazida e praticada pelos africanos escravizados no
Maranhão
O tambor de crioula se expressa através da dança pelo
ritmo do tambor e a religiosidade em devoção a São
Benedito.
Além disso, não se podemos esquecer que esses africanos
trouxeram outra visão de mundo, e com isso seus contos e
suas mitologiaógicas , (tanto a de tradição dos orixás
[cultuados pelos africanos nagôs, jêjes, fon], como a de
tradição dos inquices [cultuados pelos bantos]). Eles
enriqueceram nossas estórias com suas lendas, a mais
conhecida é a do Saci-pererê.
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No cenário mundial, a expansão do capitalismo industrial no século XIX forçaria o fim do tráfico e do sistema escravista nas
Américas, pois o trabalho forçado e não remunerado não era mais atraente para o desenvolvimento desse sistema econômico.
As pressões estrangeiras para o fim da escravidão no Brasil se fizeram mais fortes a partir de 1850, fazendo que o Estado nacional
fomentasse toda uma propaganda migratória para substituir o trabalho do negro escravizado nas lavouras do café pela mão de
obra europeia remunerada, a fim também de promover uma política de embranquecimento da nação.
Vamos entender agora como ocorreu esse processo e como ele impactou em novas configurações culturais no Brasil.
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Fatores históricos e novas configurações culturais
A produção da cultura e a diversidade cultural são fenômenos universais e humanos e manifestam a nossa capacidade de
elaborar e reelaborar símbolos culturais materiais e imateriais, a exemplo dos diferentes tipos de vestimentas, adornos,
organizações políticas, concepções sobre história e religiosidades aportadas pelos povos (GEERTZ, 2008).
Esta multiplicidade pode ser observada pela existência das diferentes concepções culturais entre os povos e mesmo na
coexistência de diferenças culturais no interior de uma mesma sociedade.
No nosso senso comum, costumamos imaginar que as sociedades possuem uma cultura homogênea, isso significa dizer que
tendemos a “achar” que dentro de uma sociedade todos os indivíduos se comportam de uma mesma maneira (TODOROV, 1993).
Isso fica mais latente quando imaginamos que nas
sociedades mais ricas todas as instituições funcionam
impecavelmente bem e todos os seus sujeitos seguem
os mesmos padrões e se comportam corretamente
frente à sociedade.
Quando pensamos assim, podemos correr o risco de nos
ver com olhos negativos e depreciar a nossa cultura,
inclusive a ponto de justificar (sob o senso comum) os
nossos “problemas sociais” como resultado da “mistura”
do nosso povo, dito de outra forma, da nossa diversidade
étnica e cultural
Ocorre que a diversidade cultural e étnica é um fenômeno importante e universal, e a convivência com as diferenças mais
enriquece, do ponto de vista político, econômico e social, uma nação, do que ase transforma em um fardo social.
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No caso do Brasil, a nossa diversidade cultural e
populacional é imensa, e concebemos essa
heterogeneidade como o resultado do caldeamento
cultural dos três povos fundadores: as sociedades
indígena, africana e portuguesa no processo histórico da
colonização e, evidentemente, não salvo das violências,
esse caldeamento produziu toda uma pluralidade, que
pode ser vista e vivida nos diferentes hábitos cotidianos,
sotaques, alimentação, vestimentas, músicas, cultos
religiosos, etc., espalhados pelo nosso país (RIBEIRO,
2006).
A cultura é uma manifestação viva, e por isso está em contínua transformação. Para justificar essa ideia basta lembrar que, além
da pluralidade de nossa sociedade, outros povos migrantes também vieram enriquecer nossa cultura, principalmente a partir de
1850, quando da proximidade do fim da escravidão no Brasil (LESSER, 2001).
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A propaganda de trabalho remunerado e abundante nas lavouras atraiu várias correntes migratórias:
Europeias 
Italianos, espanhóis e alemães.
Não europeias 
Sírios, libaneses e japoneses.
Independente da nacionalidade, todos os imigrantes que aportavam aqui vinham em busca de melhores condições de vida, já
que a maioria desses povos fugia da fome e da miséria que assolavam os seus países. 
No entanto, esses imigrantes não encontraram uma terra de cordialidade e de pronta aceitação, muitos enfrentaram o racismo, o
preconceito religioso e linguístico, a exemplo dos japoneses.
Imigrantes de diferentes países foram submetidos a um
sistema de trabalho análogo à escravidão nas lavouras
paulistas, como foi o caso dos imigrantes italianos. Em
face desses acontecimentos, em 1902 o governo
italiano proibiu a imigração subsidiada para o Brasil e,
como alternativa à importação de mão de obra, o
governo brasileiro selou acordos com o Japão.
Em 1908 chegaram os primeiros imigrantes japoneses
no porto de Santos, com destino às fazendas de café
paulista, enfrentando todo tipo de hostilidade da terra e
das gentes (LESSER, 2001).
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Costumamos imaginar que somos um povo pacífico, bastante democrático e receptivo às diferenças, e isso se deve à criação de
um mito sobre nós mesmos, em que nos vemos como imagem de uma democracia racial, por sermos advindos da “mistura” de
diferentes povos; logo, o preconceito de origem e o racismo de cor não fariam parte da nossa identidade nacional.
Entretanto, essa própria concepção de identidade nacional não é resultado de um processo “natural”, senão um projeto
moldado pelo Estado, a partir dos anos 1930, a fim de conferir um sentimento de unidade à sociedade.
Deste modo, podemos entender que tal projeto teria impactado diretamente as populações tradicionais (a exemplo dos
aldeamentos indígenas, comunidades negras e campesinas) e os imigrantes, principalmente no tocante aos traços culturais tidos
como destoantes da cultura ocidental moderna. Muitas vezes, os dados tradicionais das subculturas fundantes do povo brasileiro,
ou advindos com a imigração, desapareceram por meio da perseguição e imposição de abandono dessas práticas, tal como o uso
da língua materna, como foi o caso dos imigrantes japoneses e alemães durante o Estado Novo (LESSER, 2001).
No entanto, se voltarmos à história, veremos que as
diferenças mais somam do que subtraem em nossa
sociedade. A vinda de novos imigrantes trouxe consigo
um novo aporte que, incorporado à nossa sociedade,
adicionou novas cores, valores e ideias a nossa cultura.
Como exemplo, podemos citar as ideias revolucionárias
anarquistas aportadas pelos imigrantes italianos que,
em São Paulo, encabeçaram toda uma luta política em
torno dos direitos trabalhistas.
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A presença dos imigrantes japoneses e o trabalho agrícola no chamado “cinturão verde” diversificou a oferta de legumes e
verduras na mesa e no paladar dos brasileiros. Nas artes marciais, as tradicionais festas das associações étnico-culturais, a
culinária japonesa e a cultura J-pop (pop japonês) têm atraído cada vez mais brasileiros não descendentes de japoneses para
novos conhecimentos e descobertas (LESSER, 2001).
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Não podemos nos esquecer das incorporações e reformulações das culturas estrangeiras à moda brasileira, a
exemplo da pizza. Ela foi trazida pelos imigrantes italianos, mas a infinidade de sabores que hoje encontramos
no Brasil é uma reinvenção nossa, não podendo ser encontrada na Itália, por exemplo.
Podemos encontrar a oferta de sushi em restaurantes e churrascarias de diversas regiões do Brasil (bolinho de
arroz envolto em alga, característico da culinária japonesa) e também verificamos as variações deste prato, que
não existe nas receitas originárias do Japão (HATUGAI, 2011).
A partir desses pequenos exemplos podemos visualizar que a diversidade cultural não é um fenômeno isolado, mas universal e
humano, sendo encontrada em todos os povos e na coexistência de diferentes concepções de mundo dentro de uma mesma
sociedade.
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Os caleidoscópios regionais da cultura brasileira
• Região Norte
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• Região Nordeste
A região Nordeste apresenta, igualmente, uma enorme
profusão cultural, como exemplos podem ser citadas as
seguintes danças e festas: frevo, nações de maracatu,
forró, além de um conjunto de pratos típicos que
apresentam heranças culturais indígenas, africanas e
portuguesas.
A capoeira é uma arte marcial de raiz africana que foi transfigurada em dança pelos negros
escravizados no Nordeste, a fim de que pudesse ser praticada por eles, contornando assim as
interdições dos senhores de engenho. Mas essa arte-luta representa não só a cultura no Nordeste,
ela é uma das marcas da cultura brasileira no mundo todo, conquistando adeptos e praticantes em
diferentes continentes.
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• Região Centro-Oeste Quando pensamos na região do Centro-Oeste, uma das
primeiras ideias que surge é a exuberante beleza natural
do Pantanal, mas a cultura desta região conta com uma
mestiçagem e sincretismo imenso advindo das
populações indígenas brasileiras, paraguaias e bolivianas
e a presença de migrantes brasileiros, como os gaúchos,
mineiros e paulistas.
A culinária regional expressa uma forte fusão cultural que pode ser vista e saboreada no arroz com pequi, na sopa paraguaia (bolo
salgado de milho típico do Mato Grosso do Sul), no arroz carreteiro (receita típica do sul do país). Além disso, a cidade de Campo
Grande abriga um dos maiores festivais de Bom Odori (festivaljaponês de culto aos antepassados) no Brasil, devido à presença da
imigração japonesa no Mato Grosso do Sul (KUBOTA, 2008).
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• Região Sudeste
Na culinária, as variações são grandes, como a célebre moqueca capixaba do Espírito Santo, o feijão tropeiro (herança culinária
das cavalgadas para a ocupação do território desta região), o pão de queijo típico de Minas Gerais, o bolinho de bacalhau
(herança portuguesa), o picadinho, o cuscuz paulista e o virado à paulista, além da pizza (herança italiana) e a forte presença da
feijoada, nascida nas senzalas do nordeste brasileiro, sendo muito apreciada e consumida na região Sudeste até hoje.
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• Região Sul O sul do Brasil é marcado pela cultura indígena guarani
brasileira e paraguaia e, por ser o berço de diferentes
correntes imigrantes europeias, como portugueses,
italianos, alemães e espanhóis, e não europeia, como os
libaneses, que tem uma formação cultural singular.
Em Foz do Iguaçu, cidade fronteiriça no Estado do Paraná, a imigração libanesa tem suas marcas pela cidade, que podem ser
observadas no comércio e na culinária local. O shawarma (xuarma) é um prato típico árabe encontrado em diversos restaurantes
e lanchonetes da cidade.
A cultura gaúcha do Rio Grande do Sul é fortemente marcada pela presença de imigrantes italianos, portugueses e alemães. O
churrasco, prato típico da cultura gaúcha, é apreciado e consumido em todo o Brasil.
No entanto, um dos símbolos culturais mais representativos da cultura gaúcha é o chimarrão. Esta bebida de mate, consumida
quente, é herança das populações indígenas Guaranis, Kaingang e Quechua da América do Sul. Também encontramos sua versão
gelada, o tereré ou tererê, na cultura do Centro-Oeste brasileiro. Este mate gelado foi herdado pelos brasileiros pelo contato com
os indígenas paraguaios.
Desta forma, pincelando alguns traços regionais desse imenso caleidoscópio cultural, que é a sociedade brasileira, podemos
afirmar que a pluralidade – ou seja, a diversidade cultural – é uma das nossas maiores riquezas.
E como afirmou o antropólogo Darcy Ribeiro (2006), uma das heranças que o povo brasileiro pode legar à humanidade é
justamente essa capacidade de produção de riqueza humana e cultural, que pode ser representada na sabedoria e na beleza da
coexistência de tantos povos, tantos brasis, dentro de uma mesma sociedade.
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Concluindo
O ser humano é um animal cultural que simboliza,
classifica, dá sentidos e organiza o mundo à sua volta por
meio da produção de cultura. Tal saber é apreendido
porque as pessoas produzem e compartilham todo o tipo
de conhecimento por meio da transmissão entre
diferentes gerações (GEERTZ, 2008).
Neste sentido, podemos compreender que todos os
sujeitos são produtores e conhecedores de cultura em
uma sociedade, independentemente de se tratar da
cultura popular apreendida oralmente e corporalmente, a
exemplo dos mitos e das danças, ou da cultura formal
apreendida no meio escolar.
À medida que compreendemos que todas as pessoas possuem cultura, desmitificamos a preconcepção de que a “cultura” só tem
valor quando se trata da cultura dita “erudita”. Também poderemos desmistificar, dessa forma, a cultura popular sempre rotulada
pelo status de “folclore”. No tocante ao Brasil, a riqueza e variedade das culturas regionais são tão imensas como é o território.
A diferença nos apresenta o desafio de nos relacionarmos
com o novo; se levarmos a sério o respeito ao diálogo,
caminharemos para a ampliação dos nossos horizontes
sociais e o desenvolvimento de uma consciência mais
humanizada de si e dos outros. Isso não significa que
devemos abdicar de todos os nossos modos e costumes
em detrimento dos outros, mas significa sim a
possibilidade de trocas de ideias e a coexistência de
diferentes visões e modos de vida, que podem nos levar a
criações culturais novas e inesperadas.
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Referências
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GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008.
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HATUGAI, Érica R. A medida das coisas: japonesidades e parentesco entre associados da Nipo em Araraquara. 2011. 150f.
Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) -  Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.
KNIGHT, F. W. A Diáspora Africana. In: ADE AJAYI, J.F. (editor). África do Século XIX à Década de 1880. São Paulo: Cortez; Brasília:
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KUBOTA, Nádia F. L. Bon Odori e Sobá: as obasan na transmissão das tradições japonesas em Campo Grande - MS. 2008. 210f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2008.
LESSER, Jeffrey. A negociação da identidade nacional. Imigrantes, minorias e a luta pela etnicidade no Brasil. São Paulo: Editora
UNESP, 2001.
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PIMENTA, T. S. Terapeutas populares e instituições médicas na primeira metade do século XIX. In: CHALHOUB, S. et al. (org.)
Artes e ofícios de curar no Brasil. Campinas: Editora Unicamp, 2003.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 2006.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia Vidor de Sousa (org.). Negras imagens: ensaios sobre cultura e escravidão no Brasil. São
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TODOROV, Tzvetan. Nós e os outros. A reflexão francesa sobre a diversidade humana. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1993.
VANSINA, J. O Reino do Congo e seus vizinhos. In: OGOT, B.A. (editor). África do século XVI ao XVIII. São Paulo: Cortez; Brasília:
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VENTURA, N. C. Índio: recontando a nossa história. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Noovha América, 2008.
VITORINO, Diego da C. Um divórcio entre escola e comunidade? Bananal-SP, um “laboratório a céu aberto” no Vale Histórico
do Rio Paraíba do Sul. Tese (Doutorado) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2014.
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