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DIREITO EMPRESARIAL Prof. Cícero Pereira dos Santos Não será vista a resolução na íntegra, é uma síntese com ênfase nos aspectos práticos. Direcionado à realidade atual do campus 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos O que é o direito? Conjunto de princípios e normas que .... (Introdução ao Estudo do Direito) EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos Quando se perquiri a origem do comércio, em um passado bastante remoto, percebe-se que os homens, por não conseguirem suprir suas próprias necessidades, foram levados a se aproximarem uns dos outros, praticando a troca do que lhes excediam por artigos que necessitavam (não se tem um modelo econômico de comércio). Depois, surgiu a economia de mercado. Nela, não há mais a troca direta. O produtor vende seu produto para receber moeda e poder comprar aquilo de que necessita, criando um ciclo. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos Na Idade Média, floresce uma nova atividade profissional: a dos comerciantes. tais profissionais se organizaram através de corporações dos mercadores. Foi então que se falou pela primeira vez em um Direito Comercial, cuja preocupação era regulamentar o direito dos comerciantes. Esse período ficou conhecido como fase subjetiva do Direito Comercial. Na França, os estudiosos começaram a perceber que o direito não poderia se preocupar apenas com a figura do comerciante mas também com a atividade comercial. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos Surgiu a Teoria dos Atos de Comércio, na qual o estudo do Direito Comercial cingia-se apenas aos atos de comercializar, ou seja, comprar e vender. A preocupação da legislação não poderia ser apenas com o comerciante, mas com a sua atividade (Código de Napoleão de 1807). Esta mudança de pensamento deu início à era objetiva do Direito Comercial. Estendeu-se o direito dos comerciantes a todos quanto praticavam atos de comércio. Nela, classifica-se o sujeito do Direito Comercial de acordo com sua atividade e não com o fato de ele estar ou não ligado a uma corporação. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos Porém, não se consegui precisar contornos bem definidos do que seriam atos de comércio. Aliás, não faltaram tentativas. Citem-se as listas elaboradas pelos tribunais de comércio e pelo próprio Código de Napoleão. Surge então, no direito italiano, a teoria da empresa, que supriu as lacunas no direito comercial e ampliou significativamente o objeto de estudo desse ramo jurídico. Nela o estudo será focado em toda a atividade empresarial, toda a organização dos meios de produção, dos serviços e também do ato de comercializar. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos A primeira noção de empresa possuía um caráter econômico, ligado tão somente à complexidade da organização dos fatores de produção, mas a doutrina jurídica, principalmente através do autor italiano Alberto Asquini, criou contornos jurídicos a tal conceito e revolucionou o Direito Comercial. Alberto Asquini, no entendimento de que a empresa é um conceito poliédrico, criou quatro perfis em que ela pode se apresentar: a) o perfil subjetivo; b) o perfil funcional; c) o perfil objetivo; d) o perfil corporativo. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos A primeira legislação de fato que se filiou a essa nova Teoria foi o Código Civil italiano de 1942, considerado o grande marco da transformação desse ramo do direito que, aliás, passa a receber uma nova denominação: Direito Empresarial. No Brasil, uma atividade comercial propriamente dita somente será delineada com a chegada da família real portuguesa e a abertura dos portos às nações amigas, época em que a legislação utilizada era as ordenações portuguesas. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Prof. Cícero Pereira dos Santos Clamando por uma legislação própria, em 1850 foi promulgado o Código Comercial brasileiro que filiava claramente à teoria dos atos de comércio. A mudança definitiva para a teoria de empresa se concretizou com o Código Civil de 2002, que revogou quase todo o Código Comercial, seguindo o modelo italiano, com a unificação da estrutura legislativa do Direito Civil e do Direito Empresarial. CARACTERISTICAS Prof. Cícero Pereira dos Santos COSMOPOLITISMO FRAGMENTÁRIO INDIVIDUALISMO INFORMALISMO CARACTERISTICAS Prof. Cícero Pereira dos Santos Cosmopolitismo por ser um direito universal, sem fronteiras sendo, várias legislações derivadas de tratados internacionais que tratam de temas do Direito Empresarial, como no caso dos títulos de crédito (Lei Uniforme de Genebra) e da propriedade industrial (Convenção de Paris). individualismo é um dos pontos que mais diferencia o Direito Empresarial do Direito Civil. Isso porque a atividade empresária está baseada na obtenção de lucro (onerosidade) e este está ligado diretamente a interesses individuais. CARACTERISTICAS Prof. Cícero Pereira dos Santos Informalismo ou simplicidade dada a necessidade de celeridade no trato negocial das atividades empresárias, abre-se mão do formalismo das relações contratuais. Fragmentário pois várias são as legislações extravagantes que tratam do Direito Empresarial. Usa regras de outras legislações (código civil). EMPRESA Prof. Cícero Pereira dos Santos CONCEITO A atividade econômica, negocial, que ocorre de forma organizada voltada para a produção ou circulação de bens ou serviços. A doutrina moderna menciona a empresa como abstração, já que não se trata de uma entidade material e visível. Tal conclusão se dá pelo fato de o conceito ser o de atividade, não se confundindo com o de empresário (sujeito) e nem com o de estabelecimento (objeto). EMPRESA Prof. Cícero Pereira dos Santos REQUISITOS Organização – refere-se à estrutura empresarial, com a existência de um complexo de bens organizados, em que as tarefas para desempenhar a atividade fim sejam separadas em funções específicas, criando uma atuação capaz de produzir e fazer circular riquezas. Tal elemento se opõe ao trabalho individualizado, meramente pessoal, ainda que se tenha o objetivo de circular bens ou serviços. Atividade econômica - é a busca por lucratividade. EMPRESA Prof. Cícero Pereira dos Santos Requisitos Não pessoalidade - quando o elemento pessoal da atividade prevalece, também estará excluída a ideia de empresa. Diz-se isso de determinadas iniciativas onde o mais importante são as características do profissional que as realiza, o que acaba por descaracterizar a estrutura empresarial. Assim, não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. EMPRESA Prof. Cícero Pereira dos Santos Requisitos Elemento de Empresa - Existe apenas uma possibilidade das profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística serem consideradas como empresárias que é quando a atividade constituir elemento de empresa. Distingue-se tal elemento empresarial pela complexidade da organização da atividade intelectual, ou seja, a partir do porte do negócio. EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos CONCEITO Aquele que pratica atividade empresária profissionalmente. O sujeito de direitos e obrigações que exerce a atividade econômica organizada para a circulação de bens ou serviços, exceto a atividade intelectual. Profissional quer dizer que o empresário tem que exercer a atividade com habitualidade. Desse modo, nem todo sócio ou acionista de uma sociedade será empresário. Somente o será se possuir cargo de administração e efetivamente participar da organização da atividade. EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos CONCEITO Quando se tem sociedade, os empresários serão os administradores e a própria pessoa jurídica que é quem efetivamente organiza a atividade. A empresa, portanto, pode ser exercida em sociedade (através dassociedades empresárias) ou individualmente (através do empresário individual e da empresa individual de responsabilidade limitada). EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos O legislador brasileiro optou pelo conceito material de empresário, tendo em vista que o art. 966, do CC, não exige o registro para que alguém seja caracterizado como tal. Porém, o art. 967, do mesmo diploma, exige que o empresário se registre na Junta Comercial antes do início da atividade. Conclusão: uma vez que alguém organize atividade empresária será considerado empresário. Se não se registrar será um empresário irregular, mas não deixará de sê-lo. CONCEITO EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos INSCRIÇÃO A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa. III - o capital; IV - o objeto e a sede da empresa. EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos A inscrição do empresário será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos. À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes. INSCRIÇÃO EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. A constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. FILIAL EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos TRATAMENTO FAVORECIDO lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos Plena capacidade civil: não é possível requerer a inscrição por representante ou assistente. A atividade empresarial poderá, entretanto, ser continuada, através de representante ou assistente, quando ocorrer incapacidade superveniente. REQUISITOS EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos Essa incapacidade superveniente poderá ocorrer quando o próprio empresário passa por um processo de interdição e é declarado incapaz ou quando ele falece e seu(s) herdeiro(s) é(são) incapaz(es). Em qualquer dos casos, a continuação da atividade dependerá de autorização judicial e os bens que o incapaz possuía antes de interdição ou da sucessão não poderão ser penhorados para o pagamento de dívidas decorrentes da atividade. REQUISITOS EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos Ausência de impedimentos: Determinadas pessoas, por causa do cargo ou função que ocupam ou em virtude de algumas circunstâncias pessoais, não podem exercer atividade de empresário, mas se o fizer, responderão pelas obrigações contraídas. Ex: os falidos; os agentes públicos; Os devedores do INSS; os cônjuges entre si, etc. Os impedimentos podem ser temporários ou ter um caráter permanente. REQUISITOS EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos REQUISITOS A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos REQUISITOS O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade. EMPRESÁRIO Prof. Cícero Pereira dos Santos A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis. REQUISITOS
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