Análise poema

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Análise do poema…
Disciplina: Português 
- Manel Lucas/ Nº 15
- Maria Rodrigues/ Nº17 
- Matilde Pereiros/ Nº19
Trabalho realizado por:
Biografia do poeta…
José Gomes Ferreira,
▪ José Gomes Ferreira nasceu no Porto a 9 de Junho de 1900.
Com quatro anos de idade mudou-se para a grande Lisboa.
▪ O pai, Alexandre Branco Ferreira, homem de ascendência muito
humilde que, mercê da sua curiosidade intelectual e iniciativa,
tornou-se um empresário bem sucedido, tendo participado
também ativamente na política;
▪ A mãe era Maria do Carmo Cosme, nascida em Braga, São
Lázaro, a 10 de Agosto de 1874.
▪ José Gomes Ferreira estudou nos liceus de Camões e de Gil
Vicente, com Leonardo Coimbra, onde teve o primeiro contacto
com a poesia. Colaborou com Fernando Pessoa, ainda muito
jovem, num soneto para a revista Ressurreição.
Biografia do poeta…
▪ Em 1983 foi submetido a uma delicada intervenção
cirúrgica, morreu em Lisboa, a 8 de Fevereiro de
1985, vítima de uma doença prolongada.
▪ Em 1985 a Câmara Municipal de Lisboa
homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua
situada entre a Rua Silva Carvalho e a Avenida
Engenheiro Duarte Pacheco.
▪ A sua consciência política começou a florescer também ela cedo,
sobretudo por influência do pai (democrata republicano). Licencia-se em
Direito em 1924, tendo trabalhado posteriormente como cônsul na cidade
de Kristiansund, na Noruega. Paralelamente seguiu uma carreira como
compositor, chegando a ter a sua obra Suite Rústica estreada pela orquestra
de David de Sousa.
▪ Regressa a Portugal em 1930 e dedica-se à ignorância. Fez colaborações
importantes tais como nas publicações Presença, Seara Nova,
Descobrimento, Imagem, Sr. Doutor, Gazeta Musical e de Todas as Artes e
Ilustração (1926-1975). Também traduziu filmes sob o pseudónimo de
Gomes, Álvaro.
▪ Inicia-se na poesia com o poema "Viver sempre também cansa" em 1931,
publicado na revista Presença. Apesar de já ter feito algumas publicações
nomeadamente os livros Lírios do Monte e Longe, foi só em 1948 que
começou a publicação séria do seu trabalho, com Poesia I e Homenagem
Poética a António Gomes Leal (colaboração).
Poema…
(Todas as manhãs, descia a Charca em direção ao Colégio 
Francês, dirigido pelo Sr. Silva sempre com um sorriso de fraque 
cínico e a palmatória na gaveta da secretária.)O tempo parou
no caminho para a escola
-musgo de voo,
asas de gaiola. 
As vezes no passado a morte é assim. 
Continua-se vivo. 
Só a gravidade muda de lei 
-pedra que para sem peso no ar do jardim
e não torno a vê-la quebrar o vidro 
que cu quebrei.
José Gomes Ferreira, Poeta militante III, Lisboa, Círculo de Leitores, 2004, p.38
Análise da estrutura interna do poema…
▪ O tema deste poema é o tempo que não volta atrás e a
recordação de alguns momentos de infância.
▪ O poema refere-se a um episódio da vida do sujeito
poético, quando este se dirige à escola: quando partiu o
vidro de uma janela com uma pedra. O percurso para a
escola mostra o momento de comunhão com a natureza
e liberdade. Para o sujeito poético, embora o tempo
passe, o passado continua vivo dentro de cada um de
nós porque temos memória.
▪ O sujeito poético utiliza dois tempos verbais, o presente
do indicativo e o pretérito perfeito do indicativo que
revelam os dois tempos de vida do autor implícitos
neste poema.
▪ O recurso expressivo presente neste poema é a antítese:
primeiro e segundo verso da primeira estrofe e nos dois
versos da segunda estrofe ( versos 5 e 6).
Análise da estrutura externa do poema…
✓ 3 estrofes: 
• duas quadras; 
• um dístico. 
✓ Esquema rimático: 
• ABAB (cruzada no 2° e 4°
verso da 1ª estrofe) ; 
• CDDC (interpolada no 1° e 
4° verso da 3ª estrofe e no 
1° verso da 2ª estrofe com o 
2° verso da 3ª estrofe). 
✓ Rima:
• -Rima rica: lei / quebrei ; assim / jardim 
• - Rica pobre: escola / gaiola 
• - Rima toante: lei / quebrei ; parou / voo 
• - Rima consoante: assim / jardim 
✓ Escansão e classificação do 1º verso: 
• o / tem / po / pa / rou – 5 sílabas 
(pentassílabo/ redondilha menor)
A última sílaba “rou” faz 
parte da contagem pois a 
palavra parou é aguda, logo a 
última sibala é tónica.