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AULA 6_Enem_REDAÇÃO_06_(COESÃO E COERÊNCIA_Revisado)- ESTRATEGIA

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Prévia do material em texto

Prof. Fernando Andrade 
Aula 06 – ENEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 06 – Coesão e coerência 1 
www.estrategiavestibulares.com.br 
89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 06 – 
Coesão e coerência 
ENEM 
 
 
 
 
 
 
Fernando Andrade 
 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
Prof. Fernando Andrade 
Aula 06 – ENEM 
Aula 06 – Coesão e coerência 
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89 
 
 
 
Sumário 
Apresentação ........................................................................................................... 4 
1. Coerência ............................................................................................................. 5 
1.2 Coerência no Enem ......................................................................................................... 11 
2. Coerência: erros a serem evitados ...................................................................... 12 
2.1 Ambiguidade/ Figuras de linguagem ............................................................................ 13 
2.2 Uso indiscriminado de conceitos .................................................................................. 13 
2.3 Jogo entre generalização e particularização ................................................................. 15 
2.4 Causa e consequência .................................................................................................... 24 
2.5 Analogia ......................................................................................................................... 27 
2.6 Gap (Buracos) ................................................................................................................. 34 
3. Coesão ............................................................................................................... 39 
3.1 Tipos de coesão segundo a banca do Enem ................................................................... 39 
3.1.1 Coesão referencial ....................................................................................................... 40 
3.1.2 Coesão sequencial ...................................................................................................... 44 
3.1.2.1 Conectivos ................................................................................................................ 45 
3.2 Exercícios ....................................................................................................................... 50 
3.2.1 Gabarito ..................................................................................................................... 55 
3.2.2 Exercícios comentados ............................................................................................. 56 
3.3 Expressões coesivas ....................................................................................................... 61 
4. Avaliação da competência IV no Enem ............................................................... 67 
4.1 Evitar .............................................................................................................................. 68 
4.2 O que fazer? ................................................................................................................... 70 
5. Modelo a partir da Coesão ................................................................................. 71 
5.1 Esqueleto de redação ..................................................................................................... 72 
5.2 Esqueleto e plágio .......................................................................................................... 77 
6. Propostas de redação ......................................................................................... 77 
Proposta 1 ......................................................................................................................................................... 77 
Proposta 2 ......................................................................................................................................................... 79 
6.1. Possibilidades de encaminhamento das propostas ...................................................... 80 
Comentário/Proposta 1 .................................................................................................................................... 80 
Comentário/Proposta 2 .................................................................................................................................... 84 
7. Considerações finais ........................................................................................... 87 
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Aula 06 – ENEM 
Aula 06 – Coesão e coerência 
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8. Referências ........................................................................................................ 88 
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Aula 06 – ENEM 
Aula 06 – Coesão e coerência 
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Querido aluno, 
Saudações. Sexto pdf! Basicamente, terminamos a parte teórica sobre estrutura de texto. 
Consideramos, no último pdf, a conclusão. Consideramos tema, tese, projeto de texto, introdução, 
desenvolvimento e conclusão. Agora, supondo que chegamos ao final do texto, o que falta? A 
revisão. 
Sim, corujinha escritora, não há bom texto sem revisão. Na hora da escrita, naquele 
momento em que as palavras e ideias parecem tomar conta do ser (é, estou exagerando), sua 
capacidade crítica de escrita não pode ser elevada. Lembre-se: a forma atrapalha a ideia e a ideia 
atrapalha a forma. 
No momento do brainstorm e mesmo da primeira escrita do texto, se você ficar preocupada 
com regras gramaticais e coesão do texto, as ideias vão fugir de você. Ideias são como gatos ariscos, 
você tem poucas oportunidades para agarrá-los. O processo é meio atabalhoado no começo. As 
ideias vêm chegando, você as coloca no rascunho, não deixa escapar as relações entre elas, 
registrando tudo no rascunho, e, depois de chegar à tese, começa a escrever a primeira versão do 
texto. 
 
Ela não deve ser definitiva e você deve ter a liberdade de errar, inclusive de cometer erros 
ortográficos. Depois do texto pronto, aí é a hora do pente fino. Você deve ter olhos de lince para 
perceber erros que você geralmente comete, resolver problemas de ligação entre ideias e frases 
(coesão), afinar a coerência, relativizar argumentos que ficaram muito radicais e, até, alterar ou 
acrescentar algum argumento. 
No calor da produção textual, dificilmente, você perceberá esses “erros”. É preciso um certo 
distanciamento do texto para perceber os cochilos. Por conta disso, é bom você ter em mente uma 
estratégia para produzir o texto no dia do Vestibular. Seria interessante que seu texto estivesse 
pronto lá pela metade da prova. Supondo que sua prova tenha 5 horas, depois de 2h, você teria a 
primeira versão pronta. Nesse ponto, você poderia se “distrair” com as outras questões da prova, 
para depois retornar ao texto. Isso permitiria o distanciamento necessário para que você 
conseguisse perceber o que seria necessário melhorar. 
O que você deverá observar? Sobretudo o quesito coesão e coerência. Normalmente, as 
bancas consideram esse item como critério de pontuação. 
Bora entender melhor o que vem a ser isso no seu texto e como garantir que seu texto seja 
coerente e coeso. 
 
APRESENTAÇÃO 
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Aula 06 – Coesão e coerência 
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1. COERÊNCIA 
 
Ué, mas nós já não vimos isso? 
 
Boa escrita. 
 
 
 
 
Para começar a discutir coerência, melhor seria falar do contrário. O que você acha dasfrases 
abaixo? 
"A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que 
estão extintos possam se reproduzir e aumentar seu número respirando um ar mais limpo." 
"A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta." 
"A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu." 
“O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando." 
"A Amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, 
intenso e imperdoável." 
“Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna." 
Engraçadas? Pois é, elas são incoerentes em alguma medida. É isso que você deve evitar a 
todo custo na sua redação. Mas, afinal, o que é coerência? 
Para simplificar, é aquele texto lógico e com progressão temática (algo visto na aula passada). 
 
 
 
 
Com certeza, corujinha direta. Nos outros pdfs, vimos esses elementos como importantes na 
construção do texto. Agora, supondo que você produziu uma primeira versão, é importante que 
você se treine em verificar se o seu texto está coerente de fato, ou seja, se manifesta tanto 
progressão quanto linearidade lógica. 
Na dissertação as ideias devem ser complementares. Uma deve ser a continuidade da outra. 
Primeira e única regra da coerência... 
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Pare a 
contradição!!! 
 
 
 
Ou dito de outra forma, já que estou promovendo essa campanha: 
 
Mas o que é contradição? Uma primeira resposta é afirmar e negar. Se digo hoje é domingo 
e hoje não é domingo, isso é contraditório. Mas, em lógica redacional, esse não é somente aquilo 
que nega diretamente o que é afirmado, mas toda informação que não dá continuidade ou que foi 
incialmente apresentado como premissa. Se alguém pergunta “que dia é hoje” e um engraçadinho 
responde “não é domingo”, ele na verdade não respondeu, ou se diz “hoje é o dia que é hoje” 
Contradição, no caso da dissertação, significa que a continuidade que você dá ao raciocínio não 
segue as coordenadas que você desenhou anteriormente. 
Para entender melhor, observe o exercício de lógica muito comum em testes de Q.I. ou de 
concursos públicos. 
Fi
gu
ra
 : 
P
ix
ab
ay
 
Fi
gu
ra
 1
 : 
P
ix
ab
ay
 
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Resumindo: Háverá incoerência quando a ideia 
seguinte não der continuidade às coordenadas 
anteriores , quando uma informação não for 
complementar no sentido forte (falácia do tipo 
"non sequetur", do que foi exposto, não se 
segue a próxima ideia). 
 
 
 
 
 
 
 
Nessa brincadeira, você deve perceber qual a lógica que está pautando apresentação das 
pedras de dominó. Depois de quatro peças apresentadas você deve ter percebido qual é o padrão e 
deve apresentar um que siga o critério desenhado. Pode demorar um pouco, mas você vai perceber 
que o paradigma se relaciona com os números no interior de cada um dos dominós. O primeiro tem 
o número 2 na parte de cima e 3 na parte de baixo, houve, portanto, uma soma 2+1=3, os outros 
seguem essa equação, logo, a última peça deve ser a da alternativa “e”. 
 
 
 
Considerando essa definição, textos como os abaixo são incoerentes. 
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“O aumento da temperatura na terra está cada vez mais 
aumentando." 
Textual Factual 
Incoerência factual 
Você faz uma afirmação que é negada pelos fatos. 
 
 
 
 
 
 
No primeiro caso, a informação é vaga, não se diz nada, pois a mensagem serve para qualquer 
circunstância. No segundo, a informação se repete. 
Acho que ficou claro... O problema é como evitar a tal da incoerência. Bom, há dois tipos de 
incoerência: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O repertório que você apresenta deve ter como premissa a aceitação coletiva daquilo que 
você afirma. A realidade não pode desmenti-lo. Tome cuidado com informações erradas. Podem 
ocorrer por: 
- Lapso de memória. Um aluno que escreveu “como disse Hobbes, “penso, logo existo”, 
obviamente se atrapalhou, quem disse isso foi Descartes. Mesmo que o leitor compreenda, o erro 
tira a credibilidade do texto. Mas isso não se aplica somente a citações. Na história, fatos históricos 
paralelos podem levar o escritor à confusão. Por exemplo, pode-se confundir a Revolta da Armada 
com a revolta do Forte de Copacabana. Nesse caso, não há muito o que se fazer. Por isso, quando 
“A parte mais delicada de todo projeto é o que diz 
respeito aos relacionamentos e associações. O fator 
humano continuará sendo imprevisível, algumas vezes 
trazendo coisas boas, outras,nem tanto “ 
Incoerência 
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Incoerência textual 
Você, por descuido de escrita, provoca contradição no texto. 
Tese 
 
apresentar fatos históricos ou citações, argumentos que dependem da memória, reveja o que 
escreveu e certifique-se de que há pouca possibilidade de erro. 
-Comentários gerais que não são apropriados à realidade. A dissertação exige uma leitura 
literal do texto. Considere a seguinte afirmação: “ministros caindo, governadores e prefeitos 
suspeitos de superfaturamento, desvios de verbas e movimento popular de que mais se fala são a 
marcha da maconha e da homofobia”. Trata-se de uma generalização exagerada dos fatos. Esse tipo 
de frase é encarado como incoerência factual. Não é verdade que as pessoas só falem da “maconha” 
ou de “homofobia”. 
-Previsões ingênuas. Imagine que um candidato tenha defendido a tese de que uma das 
causas da violência se relaciona com a desestrutura familiar. Essa tese é defensável. Seguindo essa 
observação, o candidato poderia chegar à conclusão de que uma intervenção possível seria o Estado 
tirar a criança do ambiente familiar degradado. Ora, como fazer isso na realidade? Com quem a 
criança ficaria? Quem aceitaria essa criança? Por mais lógica que pareça, essa proposta é incoerente. 
 
 
A coerência tem uma premissa muito clara: um texto com progressão lógica é coerente. As 
informações não devem ser justapostas. Vamos supor que você queira defender seu time de futebol 
e faça a seguinte afirmação: 
 
 
 
Meu time é o melhor. Em 1984, ele foi 
campeão brasileiro, ano em que muita 
coisa aconteceu no Brasil, já que foi quando 
houve a campanha “Diretas Já”. Ele 
também é muito alegre, porque a alegria 
faz parte do futebol brasileiro. Além disso, é 
colorido, o uniforme tem várias cores todas 
combinadas, as pessoas gostam, até 
mesmo um estilista estrangeiro, que ficou 
encantado com o Brasil, disse algo a 
respeito do uniforme. Os jogadores atuais 
 
baixos. 
 
 
Uma conclusão é inevitável: se o aumento do número de torcedores depender do discurso 
acima, no próximo jogo, a torcida não vai lotar uma van. Observe duas informações específicas: o 
estão em uma má fase, mas já houve 
melhores. Todo time tem seus altos e 
Trecho que depõe 
contra a tese 
Conectivos que parecem 
apresentar informação, 
mas, novamente é 
irrelevante 
Trecho irrelevante 
para a tese 
Fi
gu
ra
 2
: P
ix
ab
ay
 
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Aula 06 – ENEM 
Aula 06 – Coesão e coerência 
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Meu time é bom 
 
time é alegre e é colorido. Ora, ser colorido ou ser alegre podem ser qualidades do time, mas não o 
tornam melhor. 
Se o texto fosse organizado de outra forma, o autor até poderia se valer desses atributos, 
mas teria que explicar o motivo de esses elementos fazerem do time algo melhor. Você precisaria 
pensar em temas e subtemas e tentar fazer uma ligação entre eles. Se isso for possível,o texto pode 
ficar coerente. 
Considere um outro esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com esse esquema o texto ficaria assim... 
Meu time é o melhor. Tem vários títulos, 
entre eles o de campeão brasileiro de 1984, 
quando todos diziam que a conquista do 
título seria impossível. Mas um time não 
deve ser avaliado somente pelos títulos, a 
alegria dos torcedores também deve ser 
considerada. Esse seria um sinal de que 
torcer por um determinado time é 
gratificante e, nesse quesito, a torcida do 
time é reconhecidamente a mais festeira. A 
alegria se estampa até nas cores do time, 
que foram elogiadas inclusive por um 
estilista famoso. Embora o time esteja 
numa fase ruim, um momento de fraqueza 
não deve depor contra um time que, ao 
longo dos anos, deu a seus torcedores tanta 
felicidade. 
 
 
 
Argumento 
principal 
 
 
Alegria, cores etc. 
Subtema introduzido pela 
expressão conectiva, “Mas 
um time não deve ser 
analisado só pelos títulos”. 
 
 
O “embora” 
introduz um 
trecho concessivo. 
Concessão: apesar da 
atuação sofrível atual 
Dá alegria à torcida Ganhou títulos 
Fi
gu
ra
 3
: P
ix
ab
ay
 
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Aula 06 – ENEM 
Aula 06 – Coesão e coerência 
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Olha a 
coerência 
aqui, 
gente!!! 
 
 
E não é que a palavra coerência nem aparece na grade de correção do Enem? Mas quem já 
estava comemorando essa ausência, pode “tirar o cavalo da chuva”, a coerência é cobrada, sim, mas 
com outro nome, ou melhor com outros nomes e espalhada pelos outros critérios. 
 
 
 
Comecemos pela competência 1. Ali, ela não está. Lembre-se, por esse critério você vai ser 
avaliado pelo domínio da modalidade da língua. Claro, que a falha no uso das palavras apropriadas 
ou expressões pode comprometer a coerência, como veremos a frente, mas nessa competência a 
correção é bem técnica e precisa e a coerência está associada à semântica do texto. 
Será que comparece na competência 2? Bem, até certo ponto. Tal critério tem como base a 
avaliação da compreensão do tema e do desenvolvimento temático do texto. A incoerência pode 
levar à fuga parcial do tema ou à argumentação inconsistente. Mas, novamente, o carro-chefe dessa 
competência não é coerência, mas a argumentação. 
Chegamos mais perto da tal coerência na competência 3, “selecionar e organizar 
argumentos”. Se a seleção não for cuidadosa, um fato pode ser contrário ou mesmo não 
complementar de outro. Ou a falha pode ocorrer por má estrutura do próprio texto basta imaginar 
o estrago que um “e” no lugar do “mas” pode provocar e, nesse ponto a coerência se encontra com 
a coesão. Eis que, finalmente, encontramos a danada em um quadro do final do caderno do INEP 
que comenta as competências. Observe. 
 
 
Onde está a coerência? 
1.2 COERÊNCIA NO ENEM 
Fi
gu
ra
 : 
P
ix
ab
ay
 
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Aula 06 – Coesão e coerência 
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O Inep resume essa diferença com este quadro. 
O conectivo ou 
outros 
elementos 
podem ser 
lidos. 
A modalidade é 
argumentativa, 
avalia-se 
ideias 
se as 
apresentadas 
seguem uma linha 
argumentativa 
clara. 
2. COERÊNCIA: ERROS A SEREM EVITADOS 
 
 
Mas é claro, que você deve ter observado que esse critério está embutido em outro mais 
amplo, a organização com progressão do texto. Chegamos bem perto. 
Na competência IV, encontramos a parceira da coerência de outros vestibulares, a coesão. Só 
para lembrar, avalia-se, nesse item, a capacidade de “demonstrar conhecimento dos mecanismos 
linguísticos necessários para a construção da argumentação”. A banca entende, e com razão, que 
essa parte técnica de bom uso de conectivos se liga diretamente ao desenvolvimento lógico do texto 
(coerência). Deixa claro que essa competência está ligada àquilo que se vê no texto de forma 
explícita, afinal, o conectivo está lá e é fácil verificar se ele estabelece a relação proposta no texto 
ou não. Já quanto à coerência, ela é avaliada sem provas materiais. O crime de incoerência é 
deduzido, dá-se pela comparação entre o que foi dito antes e depois ou pela comparação entre a 
afirmação e a realidade. Requer um corretor bastante atento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finalmente, encontramos o critério desaparecido. Ele ainda aparece na última competência 
também de forma discreta. A proposta de intervenção deve estar relacionada ao tema e articulada 
à discussão desenvolvida no texto, que é um outro nome para coerência. 
Bom, a que conclusão se pode chegar depois dessa discussão? Que você terá que prestar 
atenção a esse critério mesmo que ele não esteja especificado na grade. Então, bora, o que você 
deve evitar? 
 
 
Para conseguir coerência, você já sabe o que fazer, basta seguir o que foi sugerido nas duas 
últimas aulas. Ao considerar o raciocínio lógico e a progressão textual, consideramos, de forma geral, 
como produzir um texto coerente. Neste pdf, vamos considerar o que não se deve fazer. 
Normalmente, os atentados à coerência textual têm a ver com 4 fatores: ambiguidade textual, 
generalização/particularização, causa/consequência, analogia, uso indiscriminado de conceitos e 
gap. 
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Aula 06 – ENEM 
Aula 06 – Coesão e coerência 
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2.2 USO INDISCRIMINADO DE CONCEITOS 
 
 
Essa imagem exemplifica bem o estrago que uma frase ambígua 
pode causar no seu texto. Para quem está no contexto, o cartaz deve 
fazer sentido. Mas veja que ele depende demais de fatores 
extratextuais. Provavelmente, trata-se de uma fila para compradores de 
linguiça. Do jeito como foi redigido, dá a entender que as linguiças farão 
fila nesse caixa. 
Óbvio que um erro desse tipo não chega a comprometer todo o 
texto, mas provoca ruído na leitura. Talvez, você imagine que não fará 
isso, mas é preciso cuidado de revisão. Imagine uma frase como esta: a 
mulher, hoje, está bem integrada no mercado. A palavra “mercado”, de 
forma isolada, tem dois significados (1) “mercado de trabalho” e 
“mercado” como local de venda de produtos alimentícios. 
Mas não é só a ambiguidade que provoca estranhamento no texto dissertativo. É preciso 
muito cuidado com figuras de linguagem. Suponha a seguinte frase, “a fé é uma graça através da 
qual podemos ver o que não vemos”. Para alguém religioso, ela faz muito sentido. Mas, lida de forma 
literal, ela se torna um paradoxo, não é possível ver o que não vemos. O escritor não poderia se 
contentar com o jogo antitético de palavras. Ele teria que escrever “a fé é uma graça que permite 
aos fiéis a crerem em ideias que não podem ser observadas empiricamente, são invisíveis aos olhos”. 
Na revisão do seu texto, fique atento(a) para o uso das palavras e das figuras de linguagem. 
 
A palavra conceito vem do latim “concepto” 
que literalmente significa “pegar e manter firme 
algo com alguém”. Assumiu o sentido atual de 
“pegar mentalmente, entender”. Há quem afirme 
que se trata de uma outra origem, cujo significado 
seria “conter dentro de si”. 
Trata-se de uma imagem puramente 
mental que deve conter dentro de si uma série de 
circunstâncias e que permite perceber 
semelhanças em fenômenos diferentes. Por 
exemplo, alguém pode devolver um dinheiro 
perdido, outra pessoa pode se recusar a pagar propina para um policial e outra, contar a verdade 
mesmo diante de uma situação desfavorável. O que elas manifestam? HONESTIDADE. 
Tal termo é um conceito e, como tal, permite que eu veja algo que vai além da realidade 
concreta. Honestidade não se testemunha, o que se pode observar é uma ação denominada honesta 
dentre tantas outras. Trata-se, portanto, de um ente mental e dependente da linguagem. 
2.1 AMBIGUIDADE/ FIGURAS DE LINGUAGEM 
Fi
gu
ra
 4
: P
ix
ab
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Não diga indefinível. 
Num texto dissertativo, 
você deve tentar defini- 
lo, até porque há vários 
tipos de amor. 
 
Por que eu iria usar um conceito na minha redação ? 
 
 
 
O conceito permite julgamentos e criar realidades tipicamente humanas. “Honestidade”, por 
exemplo, pode levar o indivíduo a ser condenado. O conceito tem consequências. Considere uma 
polêmica recente sobre a liberação maconha para fins terapêuticos. Para ser liberada, ela deve ser 
caracterizada como um medicamento. Contudo, os cientistas relutam em classificar a droga dessa 
maneira, pois entendem que não há estudos suficientes para dizer que se trata de um fármaco 
comprovado, talvez seja simplesmente um placebo (substância sem ação efetiva sobre o organismo, 
mas que, devido ao efeito sugestivo, leva o paciente a uma melhora do quadro). 
Tanto “medicamento” quanto “placebo” são conceitos. Contudo, se a maconha for 
classificada como placebo, ela não poderá gozar de legislação especial e será proibida para qualquer 
tratamento; se for classificada como fármaco, ela pode ser liberada. 
Sacou, corujinha esperta? 
 
 
 
As Humanidades são dependentes dos conceitos e eles são valiosos para elaborar 
argumentos. Considere a sociologia, nossa melhor ferramenta para conhecer o mundo humano. 
Como entender o mundo sem os conceitos de “capitalismo”, “liberalismo”, “modernidade”, 
“tecnologia”, “sociedade de massas” etc.? 
Se ele é tão operacional, qual o problema? Todo conceito, por ter de abarcar situações muito 
díspares, apresenta um certo traço de indistinção que o torna dependente da interpretação. Pense 
na palavra “liberdade”: a que circunstâncias ela pode ser aplicada? A pessoa que cumpre suas 
obrigações é livre? O indivíduo inconsequente é livre? A pessoa que não reconhece limites para os 
seus desejos é livre ou é egoísta? 
Você já deve ter percebido qual é a treta. Usar mal um conceito torna seu argumento 
incoerente. Geralmente, isso ocorre por dois motivos. Tente percebê-los nos exemplos abaixo. 
 
 
O amor é um sentimento indefinível, capaz de nos trazer 
sensações incríveis que podem ir da alegria ao amor. 
Trata-se de uma forma de ser e de estar no mundo, 
animada não mais pelos parâmetros de sucesso ou 
eficácia. Além disso, tal sentimento nos faz mais 
solidários em relação ao outro. 
 
 
 
 
Frases de efeito, sem carga 
informativa, apenas emotiva. 
Trata-se de impressões sobre o 
conceito e não análise do conceito. 
 
Mas qual a importância dele ? 
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Aplicacação inadequada do conceito 
2.3 JOGO ENTRE GENERALIZAÇÃO E PARTICULARIZAÇÃO 
 
 
Vamos à segunda modalidade de erro ou inadequação. 
 
 
Pode-se dizer que a Globalização tem seu lado terrível. A 
velocidade, descartabilidade e efemeridade das notícias 
caracterizam nossa forma de viver. Modas e padrões 
surgem e são substituídos em questão de dias, horas e 
minutos e deixam o indivíduo sem referência. 
 
 
 
A importância da generalização já foi apontada em outro pdf. Em um bom texto, faz-se 
constantemente esse movimento entre generalização e particularização. Note que toda tese é uma 
espécie de generalização que deve ser provada. O problema é encaixar os fatos concretos na 
generalização sem incorrer em erro lógico. 
Essa questão não diz respeito somente à redação. As questões de interpretação de texto, 
tão frequentes em provas de humanas em geral, levam em consideração esse pressuposto. Por 
exemplo, considere o jogo entre metáfora e sentido abstrato de um ditado. 
 
 
Ditado Interpretação do ditado 
MAIS CONCRETO, MAIS PRECISO (conotativo 
ou metafórico) 
MAIS ABSTRATO, MAIS VAGO (denotativo ou 
não figurado) 
Água mole em pedra dura tanto bate até que 
fura. 
A perseverança acaba levando à consecução 
dos objetivos almejados. 
 
Agora, veja como isso caiu na prova da FUVEST de 2020. 
Indefinição de um termo que necessita de 
delimitação para ser discutido 
Globalização tem a ver 
com a 
desregulamentação do 
mercado global e não 
com efemeridade das 
notícias. 
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Q.(FUVEST/2020) 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa. 
Mas mais frágil fica a bota. 
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas. 
*sesta: repouso após o almoço. 
O ditado popular que se relaciona melhor com o poema é: 
(A) Para bom entendedor, meia palavra basta. 
(B) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. 
(C) Quem com ferro fere, com ferro será ferido. 
(D) Um dia é da caça, o outro é do caçador. 
(E) Uma andorinha só não faz verão. 
Comentário. 
Observe que nesse caso, a banca pediu para que você entendesse a lógica da relação entre 
um ditado e um poema, ambos metafóricos. O exercício é semelhante àquele de lógica apresentado 
no começo dessa nossa discussão. A diferença é que não se trata de pedras de dominó, mas de 
textos metafóricos. 
Alternativa "a" está incorreta. O poema gira em torno da ação do exército, o ditado faz 
referência ao processo de interpretação. 
Alternativa "b" está correta. O poder da bota é semelhante ao da dureza da pedra; a ação 
da planta que vai contaminando o poder militar é semelhante à ação da água que vai minando a 
dureza do rochedo. 
Alternativa "c" está incorreta. O ditado faz referência à reação violenta como resposta a 
outra do mesmo aspecto. Ora, a planta não reage com a mesma intensidade com que foi ferida. 
Alternativa "d" está incorreta. Esse ditado supõe que a resistência civil poderia agir da 
mesma maneira como o exército age; se as pessoas agirem com violência contra o exército, haveria 
uma rebelião e não resistência civil. 
Alternativa "e" está incorreta. Se essa ideia fosse aplicada ao poema, deveria significar que 
outras plantas deveriam se juntar a essa única que foi pisada, ideia que não está presente no texto. 
Gabarito: B 
E para você perceba que não se trata somente de português, que tal uma questão de 
história, também de 2020, FUVEST? 
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Q. (FUVEST/2020) 
De acordo com o historiador Martyn Lyons, “nos temores contemporâneos em relação ao acesso 
ilimitado a sites perigosos da Internet, e às dificuldades enfrentadas por governos de diversos 
países no policiamento da distribuição da informação, ouve‐se o eco do pânico causado pela 
invenção da imprensa”. 
Martyn Lyons, A história da leitura de Gutenberg a Bill Gates, RJ: Casa da Palavra, 1999. 
Escolha a alternativa que demonstre corretamente os elementos de continuidade e de 
descontinuidade entre a “revolução do impresso” e a “revolução eletrônica” apontados pelo autor. 
(A) As chamadas “revolução do impresso” e “revolução eletrônica” não somente favoreceram a 
multiplicação e democratização do acesso à informação como também auxiliaram a formação de 
um público mais vasto e mais crítico. 
(B) A implementação das novas tecnologias de comunicação eliminou a diferença entre os usuários 
e os excluídos do universo da cultura escrita, tal como se prometera no início de sua adoção. 
(C) A manutenção de índices elevados de circulação de fake News nas redes sociais demonstra que 
a “revolução da comunicação” depende de quem domina e de quem usa as tecnologias. 
(D) Diferentemente do Index Librorum Prohibitorum promulgado para a atuação da Inquisição no 
controle da expansão do Protestantismo durante o século XVI, os atuais marcos regulatórios da 
Internet limitam‐se ao controle da pornografia. 
(E) O advento da tipografia não foi necessariamente revolucionário,pois não mudou a natureza 
nem o assunto dos livros; já a tecnologia digital suprimiu todas as formas anteriores de 
comunicação, da oral à impressa. 
Comentário. 
No comando da questão, o avaliador indicava qual generalização deveria ser observada nos textos 
que se encontravam nas alternativas: “Escolha a alternativa que demonstre corretamente os 
elementos de continuidade e de descontinuidade”. 
Alternativa "a" está incorreta. Essa alternativa apresentada somente continuidade. Isso pode ser 
observado pelo uso dos conectivos “não só”, “como também”. 
Alternativa "b" está incorreta. Essa alternativa só se aplica à descontinuidade. 
Alternativa "c" está correta. “Depender de quem domina” é uma continuidade, pois a revolução 
impressa produziu assimetria entre usuários e detentores dos meios de produção de notícia; a 
novidade se dá pelo fato de que os usuários fazem parte da cadeia de distribuição de notícia que 
favorece a propagação de fake News, essa é a descontinuidade. 
Alternativa "d" está incorreta. É falsa, há incoerência factual, os marcos regulatórios da internet 
não se limitam à pornografia. 
Alternativa "e" está incorreta. É falsa, há incoerência factual, o advento da tipografia foi 
revolucionário. 
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Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: O pensador Karl Marx definiu a religião como o ópio do povo e isso é uma 
verdade histórica, 
a) A linha entre o fanatismo religioso e a religiosidade exercida de forma correta, 
sem preconceitos com demais religiões e pessoas, é tênue e nem sempre 
respeitada por aqueles que escolhem o caminho da religião. 
b Na Idade Média, os cristãos foram os responsáveis por uma certa unidade 
cultural na Europa depois da derrocada do Império Romano. 
c) A religião sempre representou uma grande fonte de renda, basta observar a 
riqueza do Vaticano. 
d) A crença de uma vida após a morte compensatória em relação aos problemas 
da vida desvia a atenção para as necessidades de mudança política. 
e) Os religiosos manifestam uma moralidade restrita e a impõem aos outros, fato 
que leva as pessoas a não entenderem seus próprios desejos. 
Q.1 
 
 
É importante que você desenvolva uma sintonia fina para perceber quando as relações entre 
duas ideias não estão perfeitamente encaixadas. Nesse caso, seria necessário desenvolver um 
olhar clínico para isso. O estudo das falácias ajuda, mas saber reconhecer uma falácia é mais 
importante do que decorar a tipologia desse tipo de raciocínio torto. 
Observe o fragmento de texto de uma redação escolar. 
 
 
Todos têm o direito à educação, mas poucos têm o acesso às 
escolas. Em diversas cidades do Brasil, as escolas encontram-se em 
situações precárias, alunos vão à escola e faltam professores. 
Governadores ainda reduzem as verbas da educação. 
Palavra importante: 
“acesso “ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: C 
Esse trecho não concretiza 
“acesso” à escola, talvez 
concretizasse se fosse dito, 
acesso à educação de 
qualidade. 
exagero 
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Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: A educação, no Brasil, tem sido relegada a segundo plano. 
a) Uma proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi aprovada restringindo os 
gastos com educação. 
b) Os professores não são tratados com respeito como ocorria antigamente. 
c) Segundo o PISA (Programa de Internacional de Avaliação de Estudantes), o 
Brasil se mantém estagnado no quesito interpretação de texto e perdeu posições 
na habilidade dos alunos com a matemática. 
d) Os governos não querem que as pessoas tenham conhecimento do que 
realmente está acontecendo. 
e) Um povo instruído é um povo capaz de escolher melhor seus governantes. 
Q.3 
Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: Em nome da segurança, os governos invadem cada vez mais a vida dos 
cidadãos. 
a) Na internet, qualquer um é capaz de roubar dados de um usuário, valendo-se 
de um conhecimento médio sobre programação. 
b) Há alguns anos, os dados de alguns dirigentes internacionais, inclusive da 
presidenta Dilma Roussef , foram roubados por agências do governo americano. 
c) A NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos) coletou registros de 
telefonemas e mensagens de texto que não estava autorizada a obter. 
Q.4 
 
 
 
 
 
 
Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: Os conflitos que deveriam ter desaparecido no mundo globalizado 
tornaram-se mais agudos devido ao jogo de interesses. 
a) A situação da Venezuela é dramática, pois os apoiadores de Nicolás Maduro 
têm apoio dos militares. 
b) No conflito da Síria, países como Rússia e Estados Unidos alteraram o desfecho 
da guerra civil. 
c) A guerra comercial entre China e Estados Unidos está levando o mundo à 
estagnação econômica. 
d) O papel das Nações Unidas tem sido contestado. 
e) A imigração é a face terrível dos conflitos modernos. A população móvel no 
planeta aumentou nos últimos anos. 
Q.2 
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Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: O pensador Karl Marx definiu a religião como o ópio do povo e isso é uma 
verdade histórica, 
a) A linha entre o fanatismo religioso e a religiosidade exercida de forma correta, 
sem preconceitos com demais religiões e pessoas, é tênue, e nem sempre 
respeitada por aqueles que escolhem o caminho da religião. 
b) Na Idade Média, os cristãos foram os responsáveis por uma certa unidade 
cultural na Europa depois da derrocada do Império Romano. 
c) A religião sempre representou uma grande fonte de renda, basta observar a 
riqueza do Vaticano. 
d) A crença de uma vida após a morte compensatória em relação aos problemas 
da vida desvia a atenção para as necessidades de mudança política. 
Q.1 
 
 
 
 
 
 
Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: O consumismo está ligado à troca de valores da sociedade contemporânea. 
a) Hoje, a pessoa que tem poder aquisitivo elevado tem status. 
b) É comum o furto de objetos de marca por parte de jovens excluídos do mundo 
do consumo. 
c) Até meados do século XX, o nível cultural do indivíduo pesava diante da 
consideração pública; atualmente, a ostentação em relação ao consumo basta 
para que a pessoa seja considerada importante. 
d) O importante é consumir, pois dessa forma a pessoa fará parte do sistema de 
produção de riqueza: para consumir, ela deve trabalhar e produzir. Produção e 
consumo são dois lados da mesma moeda. 
e) Atualmente somos o que usamos. A etiqueta vale mais do que qualquer coisa. 
Antigamente, um fio de bigode era a fiança do indivíduo. Triste situação a que 
chegamos. 
 
 
 
 Resolução comentada 
 
 
d) A Polícia Federal, no Brasil, pode acessar informações bancárias de suspeitos se 
obtiver autorização judicial. 
e) Os condomínios têm câmeras de vigilância instaladas. 
Q.5 
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e) Os religiosos manifestam uma moralidade restrita e a impõem aos outros, fato 
que leva as pessoas a não entenderem seus próprios desejos. 
Comentário. 
Alternativa "a" está incorreta. Esse percurso argumentativo não concretiza a ideia 
de Marx, apresenta o tema do fanatismo religioso, o que não encaixa na frase de 
Marx. 
Alternativa "b" está incorreta. Esse fragmento apresenta a religião pelo seu 
aspecto positivo e não expressa a crítica presente na frase de Marx. 
Alternativa "c" está incorreta. Ópiosignifica é uma droga que entorpece a 
capacidade de entender a realidade; Marx se referia à evasão quando menciona 
a religião como ópio do povo. Ele não estava condenando a riqueza da Igreja. 
Alternativa "d" está correta. Do ponto de vista de Marx, a esperança 
proporcionada pela religião é ilusória e entorpece as pessoas, enfraquecendo a 
luta pela mudança social. 
Alternativa "e" está incorreta. Há nessa alternativa algo de ilusório também, mas 
a frase de Marx deve ser entendida dentro do contexto de crítica à sociedade e 
não crítica à subjetividade. 
Gabarito: D 
 
 
 
Q.2 Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: Os conflitos que deveriam ter desaparecido no mundo globalizado 
tornaram-se mais agudos devido ao jogo de interesses. 
a) A situação da Venezuela é dramática, pois os apoiadores de Nicolás Maduro 
têm apoio dos militares. 
b) No conflito da Síria, países como Rússia e Estados Unidos alteraram o desfecho 
da guerra civil. 
c) A guerra comercial entre China e Estados Unidos está levando o mundo à 
estagnação econômica. 
d) O papel das Nações Unidas tem sido contestado. 
e) A imigração é a face terrível dos conflitos modernos. A população móvel no 
planeta aumentou nos últimos anos. 
Comentário. 
Alternativa "a" está incorreta. No trecho em que se descreve a situação da 
Venezuela, não há atores externos, que poderiam denunciar a Globalização. 
Alternativa "b" está correta. Rússia e EUA configuram agentes globais que têm 
interesses no Oriente Médio e que interferiram no conflito sírio. 
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Q.3 Considere a tese que está sendo defendida e assinale a alternativa que concretize 
adequadamente o que está sendo dito. 
Tese: A educação, no Brasil, tem sido relegada a segundo plano. 
a) Uma proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi aprovada restringindo os 
gastos com educação. 
b) Os professores não são tratados com respeito como ocorria antigamente. 
c) Segundo o PISA (Programa de Internacional de Avaliação de Estudantes), o 
Brasil se mantém estagnado no quesito interpretação de texto e perdeu posições 
na habilidade dos alunos com a matemática. 
d) Os governos não querem que as pessoas tenham conhecimento do que 
realmente está acontecendo. 
e) Um povo instruído é um povo capaz de escolher melhor seus governantes. 
Comentário. 
Alternativa "a" está correta. Essa é uma prova concreta de que a economia está 
em primeiro plano. 
Alternativa "b" está incorreta. Nessa afirmação, não se reconhece primeiro e 
segundo plano, reconhece-se apenas uma mudança de comportamento em 
relação aos professores. 
Alternativa "c" está incorreta. Essa pesquisa mostra que o país está em um nível 
inferior no que diz respeito à questão educacional, isso poderia ocorrer mesmo 
que a Educação fosse prioridade para os governos brasileiros. Não há relação 
imediata entre prioridade e qualidade. 
Alternativa "d" está incorreta. Aponta-se nessa alternativa uma suposta causa, o 
exercício pede que se assinale o trecho em que haja concretização da ideia. 
Alternativa "e" está incorreta. Essa afirmação tematiza a educação, mas sob a 
perspectiva do efeito político; a generalização constata uma situação que deve 
ser provada. 
Gabarito: A 
Alternativa "c" está incorreta. Nessa alternativa, comenta-se a questão 
econômica, o trecho generalizante faz referência a conflitos bélicos. 
Alternativa "d" está incorreta. Essa ideia pode ser um agravante em relação à 
situação mundial, mas não particulariza a generalização citada no enunciado. 
Alternativa "e" está incorreta. A imigração é consequência dos conflitos; exige-se 
a concretização de algum conflito. 
Gabarito: B 
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Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: O consumismo está ligado à troca de valores da sociedade contemporânea. 
a) Hoje, a pessoa que tem poder aquisitivo elevado tem status. 
b) É comum o furto de objetos de marca por parte de jovens excluídos do mundo 
do consumo. 
c) Até meados do século XX, o nível cultural do indivíduo pesava diante da 
consideração pública; atualmente, a ostentação em relação ao consumo basta 
para que a pessoa seja considerada importante. 
d) O importante é consumir, pois dessa forma a pessoa fará parte do sistema de 
produção de riqueza: para consumir, ela deve trabalhar e produzir. Produção e 
consumo são dois lados da mesma moeda. 
Q.5 
 
 
 
Q.4 Assinale a alternativa que concretiza apropriadamente a tese. 
Tese: Em nome da segurança, os governos invadem cada vez mais a vida dos 
cidadãos. 
a) Na internet, qualquer um é capaz de roubar dados de um usuário, valendo-se 
de um conhecimento médio sobre programação. 
b) Há alguns anos, os dados de alguns dirigentes internacionais, inclusive da 
presidenta Dilma Roussef, foram roubados por agências do governo americano. 
c) A NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos) coletou registros 
de telefonemas e mensagens de texto que não estava autorizada a obter. 
d) A Polícia Federal, no Brasil pode acessar informações bancárias de suspeitos se 
obtiver autorização judicial. 
e) Os condomínios têm câmeras de vigilância instaladas. 
Comentário. 
Alternativa "a" está incorreta. Nessa alternativa, o agente é “ qualquer um”, mas, 
na generalização, o agente são os governos. 
Alternativa "b" está incorreta. Essa alternativa faz referência a vitimização dos 
governantes e a generalização tem como foco o cidadão. 
Alternativa "c" está correta. A agência é autorizada a funcionar pelo governo 
americano e coletou dados dos cidadãos. 
Alternativa "d" está incorreta. O fato de haver coleta discriminada e autorizada 
pelo judiciário configura caso de exceção e não uma ação sistemática. 
Alternativa "e" está incorreta. O trecho que deveria ser concretizado tem como 
agente o governo e não os condomínios. 
 
 
 
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2.4 CAUSA E CONSEQUÊNCIA 
 
e) Atualmente somos o que usamos. A etiqueta vale mais do que qualquer coisa. 
Antigamente, um fio de bigode era a fiança do indivíduo. Triste situação a que 
chegamos. 
Comentário. 
Alternativa "a" está incorreta. Apesar do advérbio “hoje”, não está explícita nessa 
afirmação a “troca de valores”. 
Alternativa "b" está incorreta. Fala-se de algo comum nos dias de hoje; troca de 
valores exige comparação com o passado. 
Alternativa "c" está incorreta. A comparação temporal que demonstra mudança 
de parâmetros de julgamento configura apropriadamente “troca de valores” 
relacionada ao consumo. 
Alternativa "d" está incorreta. Nessa alternativa, explora-se o significado de 
consumismo, mas não da troca de valores. 
Alternativa "e" está incorreta. Há comparação temporal, mas a argumentação se 
baseia em um jogo retórico, emotivo, e não em um argumento baseado em fatos. 
Gabarito: C 
 
Há dois erros comuns no que diz respeito à causa e consequência. O primeiro se refere à 
interpretação errônea do que é a causa de um evento social. E nem sempre é possível perceber a 
causa de fenômenos complexos. Qual a causa do atraso brasileiro? Os liberais responderão que se 
deve à intervenção estatal; os progressistas dirão que ocorre devido à interferência empresarial no 
Estado. 
A primeira fonte de erro é atribuir uma causa sem verificar se realmente procede a 
informação, o outro erro comum é tomar uma causa secundária como principal. 
Quando se fala em causa, deve-se procurar a causa necessária ou a principal. Para 
exemplificar, considere uma circunstância bastante inusitada nesse mundo tecnológico, alguém 
produziu fogo girando uma haste demadeira na base também de madeira. 
O que produziu o fogo? 
- A vontade de quem girou a haste; 
- A ação de girar a haste; 
- O fato de a haste e a base estarem secas; 
- O oxigênio; 
- A temperatura normal, não abaixo de zero. 
São muitos os fatores. O necessário é aquele sem o qual não haveria o fogo e que se liga à 
ação ativa. O oxigênio, por exemplo, é necessário, mas ele pode estar presente e não haver fogo. A 
existência desse gás é uma circunstância necessária, mas não incondicional. O desejo de quem fez o 
fogo também não é condição necessária. O indivíduo que acende o fogo pode estar cumprindo a 
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Considere o parágrafo abaixo. 
O ensino à distância (EAD) tão festejado nos anos recentes deve ser avaliado com 
cuidado. Surgiu devido às demandas dos estudantes por mais tecnologia e 
apresenta uma série de vantagens em relação ao ensino tradicional: possibilidade 
de ter horários flexíveis, estudo acessível a quem mora em algum lugar distante, 
incentivo à pós-graduação. 
Considerando causa e consequência, explique a(s) incoerência(s) do texto. 
Q.1 
 
tarefa por ordem de alguém. De todas as ações, a ação de girar a haste é a causa necessária e 
primeira. 
Quando alguém considera e dá ênfase demais a uma causa não necessária, ocorre a falácia 
de acidente. 
Observe o trecho de uma redação sobre o tema da influência da religião na vida das pessoas. 
 
 
 
 
O pensamento religioso está enraizado na cultura brasileira 
desde o século XVII, quando as pessoas buscavam intensamente 
a religiosidade para obter a salvação e sucesso na vida; mesmo 
vivendo em completa desarmonia entre a vida religiosa e os 
prazeres da vida terrena, essa desarmonia ficava por conta do 
Cultismo e o Conceptismo. 
Conceptismo e cultismo são 
termos de estilo poético, não 
podem ser responsáveis pela 
desarmonia entre vida 
religiosa e os prazeres da vida 
 
 
 
 
Nesse caso a incoerência se deve à junção entre duais ideias como se uma fosse a causa de 
outra e não são. No último caso, há inclusive uma incoerência factual, já que escritor não usou com 
propriedade factual o “conceptismo” e “cultismo”. 
 
 
 
 
O pensamento 
religioso não tem 
como causa o século 
XVII 
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Considere o parágrafo abaixo. 
Com o avanço da tecnologia, as pessoas têm acesso muito rápido a diversos 
acontecimentos mundiais através de um clique. Problemas políticos aparecem em 
decorrência de uma informação distorcida ou mentirosa. O Brasil passa por um 
momento muito turbulento na política e muitas inverdades são divulgadas com a 
intenção de destruir a imagem de um político. 
Considerando causa e consequência, explique a(s) incoerência(s) do texto. 
 
 
Considere o parágrafo abaixo. 
A violência associada ao tráfico surge por conta dos consumidores, que mantêm 
esse comércio ilegal aquecido e tornam o tráfico de drogas uma atividade muito 
rentável. 
Prova disso é que, segundo a ONU, houve um aumento no consumo de drogas no 
Brasil nos últimos anos. A maior procura dos usuários pelas drogas ilegais se 
reflete também na luta das facções por territórios de vendas. 
Considerando causa e consequência, explique a(s) incoerência(s) do texto. 
 
 Resolução comentada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considere o parágrafo abaixo. 
Considere o parágrafo abaixo. 
O ensino à distância (EAD) tão festejado nos anos recentes deve ser avaliado com 
cuidado. Surgiu devido às demandas dos estudantes por mais tecnologia e 
apresenta uma série de vantagens em relação ao ensino tradicional: possibilidade 
de ter horários flexíveis, estudo acessível a quem mora em algum lugar distante, 
incentivo à pós-graduação. 
Considerando causa e consequência, explique a(s) incoerência(s) do texto. 
Comentário. 
A causa apresentada é factualmente incorreta. O EAD surgiu como modalidade 
de educação devido ao desenvolvimento tecnológico, mas não como demanda 
dos alunos por mais tecnologia. Há também uma consequência incoerente. 
Incentivo à pós-graduação não é uma vantagem dessa modalidade de ensino. 
Talvez a pessoa se sinta motivada, mas não se trata de uma consequência direta. 
Q.1 
Q.2 
Q.3 
Q.2 
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2.5 ANALOGIA 
 
 
 
 
Considere o parágrafo abaixo. 
A violência associada ao tráfico surge por conta dos consumidores, que mantêm 
esse comércio ilegal aquecido e tornam o tráfico de drogas uma atividade muito 
rentável. 
Prova disso é que, segundo a ONU, houve um aumento no consumo de drogas no 
Brasil nos últimos anos. A maior procura dos usuários pelas drogas ilegais se 
reflete também na luta dos facções por territórios de vendas. 
Considerando causa e consequência, explique a incoerência do texto. 
Comentário. 
A afirmação de que o tráfico surge por conta dos consumidores é duvidosa e não 
necessária. Afinal, pode haver consumidores, mas se não houver possibilidade de 
lucro, não haverá traficantes. Na Idade Média, quando lucro não tinha nenhum 
significado, não havia tráfico. 
Mas o problema maior pode ser observado no parágrafo seguinte. O aumento do 
consumo de drogas no Brasil não é prova de que a violência surge por conta dos 
consumidores. 
 
 
Analogia ou comparação já foi estudada como recurso argumentativo. Nesse momento, 
interessa treinar a percepção para que você não se perca numa comparação mal elaborada. Há, na 
verdade, dois tipos de analogia: a comparação entre duas realidades concretas, por exemplo, a 
situação educacional de dois países; e a imagética, em que o escritor compara uma dada situação 
com um objeto metafórico. 
Com o avanço da tecnologia, as pessoas têm acesso muito rápido a diversos 
acontecimentos mundiais através de um clique. Problemas políticos aparecem em 
decorrência de uma informação distorcida ou mentirosa. O Brasil passa por um 
momento muito turbulento na política e muitas inverdades são divulgadas com a 
intenção de destruir a imagem de um político. 
Considerando causa e consequência, explique a(s) incoerência(s) do texto. 
Comentário. 
Os problemas políticos aparecem em decorrência de vários fatores, a informação 
distorcida é um deles e não é a causa necessária. Além disso, da forma como está 
escrito o texto, tem-se a impressão de que as inverdades são divulgadas apenas 
para destruir a imagem de um político. Ora, essa deve ser uma consequência 
secundária, mesmo a destruição da imagem do político raramente se dá por 
questões puramente pessoais. 
Q.3 
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Nos dois casos, deve-se ter certeza de que se é possível estabelecer as semelhanças entre os 
elementos escolhidos sem que o leitor perceba isso como incoerente. Para se ter uma ideia, segue 
abaixo uma redação que foi publicada pela FUVEST sobre o tema da amizade, na qual o autor se valia 
de uma estrutura analógica, à primeira vista, estranha. 
Chocolate amigo 
 
A amizade é uma palavrinha bonita, e apenas isto. Inventada por Floristas e fazedores de cartões 
enfeitados de coração e poemas hipócritas. Usada em discursos românticos, sem significado algum, 
completamente banalizada. 
A maioria das pessoas fala de sentimentos como amor ou amizade com um orgulho 
desmedido e inexplicável facilidade. Falam porque tê-los é o que se espera do ser humano, e parece 
sensível e legal. Mas boa parte delas mal sabe o que tais palavras significam, e acaba soando frio, 
superficial e possessivo. De fato, muitas vezes parece que estamos falando deum simples chocolate. 
O chocolate, como bem sabemos, é um petisco engordativo que geralmente proporciona 
grande prazer. Talvez, prazer maior que um amigo; afinal, ele não nos decepciona – a não que o 
sabor esteja errado -, não mente, não faz competições primitivas, não é egoísta e só nos abandona 
quando decidimos devorá-lo. Porém, também é sabido que chocolates nunca desenvolvem ou 
demonstram a devoção e sentimento que reservamos para ele, seja qual for. 
Ele não sente, não pensa, não fala... não é seu companheiro, não apoia, não segura a mão... 
portanto, não pode de maneira alguma ser um amigo; entretanto, é assim que temos tratado nossos 
amigos: como chocolates. 
É bem fácil dizer “meu amigo” como quem diz “minha barra de chocolate preferida”, uma 
propriedade sem sentimentos que você pode declarar adoração e fidelidade sempre que tiver 
vontade porque ele não entende e nem vai morrer quando não lhe for mais conveniente continuar 
a “amizade”. 
Pois somos todas pessoas, seres humanos, egocêntricos, dissimulados e egoístas. Só 
enxergamos a própria vontade e acreditamos que cada um de nós é o único que pode ser magoado. 
Mantemos relações e gostamos das pessoas e coisas quando e enquanto for conveniente. Usamos 
e pisamos nossos “amigos” ... 
...e nos escondemos. Atrás de músicas, poemas, declarações, discursos sobre sentimento que 
sabemos não ter. 
Ao fazer uma comparação, incialmente, é preciso pensar nas similaridades e diferenças. Essa 
contabilidade de traços deve aparecer de alguma maneira no seu texto. Vejamos como seria a 
tabela do “amigo chocolate”? 
 
 
 
 
Chocolate Amigo 
Não decepciona Decepciona 
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Ponto de justificação da comparação, dada pelo motivo pelo 
qual você está comparando os termos 
 
Não mente Mente 
Não faz competições infantis Compete 
Não abandona Abandona 
 
Por outro lado 
 
não é seu companheiro É companheiro (?) 
não apoia Apoia (?) 
não segura a mão Segura (a mão?) 
 
Até este ponto, a comparação parece absurda. Quem imaginaria comparar chocolate com 
amigo? Mas eis que, em uma frase, o autor do texto resolve o que até agora estava parecendo 
incoerente. Ele afirma, “é assim que temos tratado nossos amigos: como chocolates... É bem fácil 
dizer ‘meu amigo’ como quem diz ‘minha barra de chocolate preferida’”. Essa frase dá coerência ao 
restante. 
A partir desse texto, é possível entender que a comparação deve atender a três requisitos 
básicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É fundamental perceber as similaridades e os pontos que permitirão ao leitor reconhecer que 
sua associação é devida. Pense numa comparação como a seguinte... 
 
Educação no Brasil Educação no Japão 
Professores ganham mal Professores ganham melhor 
Alunos sem interesse Aluno interessados 
 
Elementos similares suficientes para uma comparação 
 
Uso de conectivos comparativos (não há comparação se 
você falar de um elemento e depois de outro). 
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Currículo bastante extenso (não sei) 
Carga horária: 800 horas (não sei) 
Matérias do Ensino Médio: Português, 
Matemática, Química, Biologia, Física, 
História, Geografia, Filosofia e Sociologia. 
(não sei) 
Forma de 
Vestibular 
ingresso no ensino superior: (não sei) 
 
Que tipo de texto seria possível, levando em conta esses dados? O que você acha do texto 
abaixo? 
O ensino no Brasil é diferente do que ocorre no Japão, país que conseguiu relativo sucesso 
nessa área. Lá os alunos são mais interessados talvez porque os professores ganhem melhor. No 
Brasil, a carga horária é de 800 horas anuais para uma grade de matérias bastante extensa. Além 
disso, a forma de ingresso no ensino superior, aqui no Brasil, ocorre pelo Vestibular. Quando 
comparamos o sistema brasileiro com o japonês, conseguimos perceber o porquê do fracasso das 
políticas educacionais no Brasil. 
Seguindo os critérios estritos do que é coerência, esse parágrafo tem graves defeitos de 
progressão. Só há dois dados apresentados em relação ao Japão e eles não são suficientes para que 
o aluno pudesse chegar à conclusão que chegou no último período. 
 
 
Abaixo, você encontrará alguns desafios para se fazer uma analogia. Faça um rascunho de 
analogia construindo um quadro com pelo menos 4 elementos. Julgue se você teria condições de 
fazer a comparação. Se for possível, anote qual seria a frase motivadora da comparação que poderia 
dar unidade aos elementos levantados. 
Esquema 
 
Elemento 1 Elementos 2 
 
 
 
 
 
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Q.1 Tema: A vigilância e falta de liberdade nas sociedades contemporâneas. 
Analogia (imagética/metafórica): Compare um condomínio com uma prisão. 
Comentário. 
 
Não tenho dados suficientes para a comparação ou tenho dados suficientes para a comparação. 
Tópico frasal que daria unidade à comparação: 
 
 
 
Tema: A vigilância e falta de liberdade nas sociedades contemporâneas. 
Analogia (imagética/metafórica) : Compare um condomínio com uma prisão 
 
 
 
Tema: Ética e tecnologia/ciência 
Analogia (imagética/narrativa): use alguma história de ficção para ilustrar a tese e 
o mesmo tempo resgate os elementos que permitem o diálogo com a realidade. 
Um bom ponto de partida é Frankenstein ou a história do aprendiz de feiticeiro, 
mas outras histórias podem ser utilizadas. 
 
 
Tema: O movimento antivacinação: entre a liberdade do indivíduo e a saúde 
pública. 
Comparação histórica: Comparar a Revolta da Vacina (Brasil) com a revolta contra 
a vacinação dos dias atuais. 
 
 
Tema: O manejo do patrimônio histórico 
Comparação espacial: Comparar as políticas de proteção do patrimônio histórico 
no Brasil como o que ocorre em algum outro país. 
 
 
 
 
 
 Resolução comentada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condomínio Prisão 
Só entra quem for identificado O mesmo 
Q.4 
Q.3 
Q.2 
Q.1 
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Q.2 Tema: Ética e tecnologia/ciência 
Analogia (imagética/narrativa): use alguma história de ficção para ilustrar a tese e 
o mesmo tempo resgate os elementos que permitem o diálogo com a realidade. 
Um bom ponto de partida é Frankenstein ou a história do aprendiz de feiticeiro, 
mas outras histórias podem ser utilizadas. 
Comentário. 
 
Os guardas vigiam os indivíduos O mesmo 
Os proprietários podem sair quando 
quiserem 
Os detentos não podem sair 
As pessoas que circulam são suspeitas Detentos e pessoas que circulam são 
suspeitas 
 
Essa comparação é bastante problemática, pois os pontos de contato são poucos. 
Nesse caso, pode-se fazer um parágrafo de comparação parcial, destacando 
somente a aproximação possível. Segue um parágrafo analógico somente como 
ilustração do que foi dito. 
Comparar o condomínio a uma prisão seria um exagero. Obviamente, os 
proprietários gozam de uma liberdade que o detento não pode usufruir. Contudo, 
a sensação de estar sempre vigiado e a necessidade de se identificar 
constantemente é algo em comum a esses habitantes de lugares tão diferentes. 
Fica evidente que a liberdade não é palavra mais importante nesses lugares 
fechados e vigiados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os perigos da tecnologia Aprendiz de feiticeiro 
O homem desenvolve tecnologia Um jovem 
feiticeiro 
torna-se aprendiz de 
A intenção é que as máquinas façam o 
serviço pesado 
Um dia o mestre manda que ele lave a 
casa 
As máquinas ganham vida até com 
inteligência artificial 
Como ele tem acesso ao livro mágico, 
através da magia, ele dávida aos 
objetos para que façam o trabalho por 
ele 
As máquinas começam a determinar o 
ritmo de vida dos homens. 
Os objetos exageram e começam a 
destruir o local. 
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Tema: O movimento antivacinação: entre a liberdade do indivíduo e a saúde 
pública. 
Comparação histórica: Comparar a Revolta da Vacina (Brasil) com essa revolta 
contra a vacinação. 
Comentário. 
A única conclusão possível é de que o movimento antivacinação de hoje é 
diferente da Revolta da vacina. Só valeria a pena fazer a comparação se fosse 
possível encontrar um tópico frasal capaz de fazer um julgamento no qual a 
comparação pudesse fazer sentido. 
Tópico frasal que daria unidade à comparação: 
O movimento antivacinação atual parece fútil ou sem sentido quando comparado 
com a Revolta da vacina do começo do século XX. 
Q.3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Movimento antivacinação Revolta da vacina 
Irritação com a interferência 
autoritária do estado 
Mesmo 
Recusa passiva: as pessoas não vão se 
vacinar 
Recusa ativa: as pessoas agiram com 
violência para manifestar a 
discordância 
O governo incentiva a vacinação O governo obrigou 
Há desconfiança em relação à vacina 
por conta da crença de que se deve 
viver de forma mais natural; excesso 
de informação 
Falta de informação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tema: O manejo do patrimônio histórico 
É possível fazer um texto comparativo a partir desses dados. 
Tópicos frasal que daria unidade à comparação: 
O risco da tecnologia para a vida humana pode ser melhor entendido a partir da 
história do aprendiz de feiticeiro. 
Q.4 
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Comparação espacial: Comparar as políticas de proteção do patrimônio histórico 
no Brasil como o que ocorre em algum outro país. 
Comentário. 
É possível fazer a comparação. 
Tópico frasal que daria unidade à comparação: 
Quando comparamos o manejo do patrimônio cultural Brasil com o que ocorre na 
França, é possível perceber que se trata de uma questão de perspectiva. 
2.6 GAP (BURACOS) 
 
 
 
 
 
 
Brasil França 
Há política de tombamento de prédios 
históricos 
Mesmo 
São destinados poucos recursos Há recursos 
Pouco interesse das autoridades Há interesse 
Pouca exploração do valor turístico; 
turismo não chega a constituir valor 
econômico 
Consciência de que o patrimônio tem 
um valor turístico, valor econômico 
Desprezo cultural pelo que é antigo Apreço pela tradição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe o fragmento argumentativo abaixo. 
Segundo o grande líder do movimento dos direitos civis dos negros, Martin Luther King, “a 
injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”. A manipulação política nas 
redes sociais, mesmo após os avanços constitucionais, tem prejudicado a consolidação da 
democracia. 
No primeiro período, o tema principal era a justiça. Senhor dos incompreendidos, por que o 
autor passou de “justiça” para “democracia”? Esse é um mistério fácil de desvendar. Trata-se do 
“gap”. O autor pula etapas da argumentação deixando o leitor na mão, ou seja, ele é obrigado a 
desvendar por conta própria a relação entre dois segmentos de sentidos não diretamente 
complementares. 
Normalmente, isso ocorre quando o escritor não leva em consideração seu leitor. Não se 
coloca no lugar dele. Então vale a pena a campanha: 
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Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
Segundo o grande líder do movimento dos direitos civis dos negros, Martin Luther 
King, “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”. A 
manipulação política nas redes sociais, mesmo após os avanços constitucionais, 
tem prejudicado a consolidação da democracia. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Resolução 
Segundo o grande líder do movimento dos direitos civis dos negros, Martin Luther 
King, “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”. A 
manipulação política nas redes sociais beneficia determinados grupos capazes que 
atendem a interesses econômicos restritos. A representação democrática, nesse 
caso, não corresponde ao real interesse popular, o que configura injustiça. 
Os trechos em amarelo introduzem ideias que fazem a transição de uma ideia para 
outra. 
Q.1 
 
 
 
 
 
 
Não deixe entre as ideias. 
 
 
 
 
 
 
 
buracos 
Fi
gu
ra
 6
: P
ix
ab
ay
 
Fi
gu
ra
 5
: P
ix
ab
ay
 
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Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
O filósofo Gilles Deleuze é conhecido por caracterizar o marketing como “a raça 
impudente de nossos senhores.” Pessoas estão adquirindo roupas de grifes, cuja 
campanha publicitária usa o aquecimento global como mote. O consumismo 
torna-se também ideológico. 
. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Q.2 
Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
Podemos dizer que vivemos um “falso Iluminismo”, as pessoas questionam assim 
como no século XVIII. As pessoas acabam por se valer da subjetividade para 
aceitar fake News. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Q.3 
Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
A “Declaração dos direitos do homem e do cidadão”, elaborada durante a 
Revolução Francesa, representa um marco histórico em prol de humanidade, no 
que se refere à igualdade jurídica e social. O reconhecimento de direitos civis a 
grupos antes marginalizados marcou nova etapa na luta política. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Q.4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
O filósofo Gilles Deleuze é conhecido por caracterizar o marketing como “a raça 
impudente de nossos senhores.” Pessoas estão adquirindo roupas de grifes, cuja 
campanha publicitária usa o aquecimento global como mote. O consumismo 
torna-se também ideológico. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Comentário. 
O filósofo Gilles Deleuze é conhecido por caracterizar o marketing como “a raça 
impudente de nossos senhores.” No afã de vender a qualquer preço, campanhas 
publicitárias foram feitas tendo como mote o aquecimento global. As pessoas, 
influenciadas pela marca ou mesmo pela campanha, tornam-se consumidoras não 
apenas da roupa, mas também dessa forma de pensar que banaliza a questão 
ambiental. 
Q.2 
Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
Podemos dizer que vivemos um “falso Iluminismo”, as pessoas questionam assim 
como no século XVIII. As pessoas acabam por se valer da subjetividade para 
aceitar fake News. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap 
entre as duas ideias desconexas. 
Comentário. 
Q.3 
 
Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
Seis em cada dez brasileiros acreditam que “os direitos humanos apenas 
beneficiam pessoas que não os merecem”. A discussão pública sobre a violência 
contamina projetos institucionais. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativoque poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
 
 
 
 Resolução comentada 
 
 
 
 
 
 
 
 
Q.5 
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Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
A “Declaração dos direitos do homem e do cidadão”, elaborada durante a 
Revolução Francesa, representa um marco histórico em prol de humanidade, no 
que se refere à igualdade jurídica e social. O reconhecimento de direitos civis a 
grupos antes marginalizados marcaram nova etapa na luta política. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Comentário. 
A “Declaração dos direitos do homem e do cidadão”, elaborada durante a 
Revolução Francesa, representa um marco histórico em prol de humanidade, no 
que se refere a igualdade jurídica e social. A partir do século XX, essa declaração 
serviu como pauta para a luta por direitos. Em pleno século XXI, ficou clara qual é 
a nova etapa na luta política: a conquista de direitos civis a grupos antes 
marginalizados. 
Q.4 
Considere o texto abaixo que apresenta incoerência por gap. 
Seis em cada dez brasileiros acreditam que “os direitos humanos apenas 
beneficiam pessoas que não os merecem”. A discussão pública sobre a violência 
contamina projetos institucionais. 
Refaça o texto, fazendo o caminho argumentativo que poderia cobrir o gap entre 
as duas ideias desconexas. 
Comentário. 
Seis em cada dez brasileiros acreditam que “os direitos humanos apenas 
beneficiam pessoas que não os merecem”. Essa opinião acaba por influenciar os 
políticos que procuram atender seu eleitorado. Essa perspectiva contamina a 
proposição de projetos institucionais e torna pobre a reflexão sobre a questão. 
Q.5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos dizer que vivemos um “falso Iluminismo”, as pessoas questionam assim 
como no século XVIII. A diferença é que elas acabam tomando como verdade 
aquilo que lhes convém. Nesse sentido, elas se valem da subjetividade para 
aceitar fake News. Definitivamente, esse não era o espírito dos iluministas. 
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Atualmente, o idoso vem 
sendo sistematicamente 
desrespeitado pela família. 
Isso ocorre, entre outras 
coisas, porque o 
conhecimento do passado 
detido pelo idoso não tem 
mais valor na sociedade 
capitalista, em que o valor 
das coisas está associado à 
produção de riqueza. 
Atualmente, o idoso vem sendo 
sistematicamente desrespeitado 
pela família. 
 
 
No capitalismo, o critério de 
valor é dado pela capacidade do 
indivíduo gerar riqueza e não pelo 
conhecimento do passado que o 
idoso detém. 
3.1 TIPOS DE COESÃO SEGUNDO A BANCA DO ENEM 
 
 3. COESÃO 
O que é coesão mesmo? Pode significar união, coesão social significa uma certa solidariedade 
que dá à sociedade um caráter mais homogêneo. No caso do texto, significa não deixar frases 
sozinhas e abandonadas. 
Para entender o que significa isso, vamos para a brincadeira: encontre as diferenças. 
 
 
 
No texto da direita, as ideias estão isoladas e, desse forma, só com muito esforço, o leitor 
pode entender o que desrespeito com o idoso tem a ver com Capitalismo O texto do esquerda, 
aplicamos uma cola, em que palavras como o “isso” e o “porque” se encarregam de juntar uma coisa 
à outra. Quais são os recursos disponíveis para fazer essa ligação? 
 
Vamos recorrer, novamente, aos famosos cadernos publicados pelo Inep que expressam os 
critérios e parâmetros de correção. Há logo no início do módulo VI, uma discussão linguística sobre 
os recursos possíveis que podem ser usados para provocar o efeito de coesão. 
Grosso modo, há dois tipos de coesão: 
-Referencial: aquela que refere a elementos linguísticos capazes de fazer referência ao que 
vem antes ou depois; 
-Sequencial: aquela promovida por uso de sequências temáticas que se repetem ou por 
estruturas sintáticas que se repetem. 
 
 
Fi
gu
ra
 : 
P
ix
ab
ay
 
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3.1.1 COESÃO REFERENCIAL 
 
Tem razão, está tudo muito abstrato e bastante técnico, corujinha. 
Vamos partir do quadro oferecido pelo Inep e não se apavore, ele é mais simples do que 
parece. 
 
 
 
 
 
Você não precisa saber em detalhes e os nomes de todos os recursos listados no item 1 da 
tabela, basta saber para que eles servem. 
Considere o texto abaixo. 
A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende 
galinhas. O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para a 
galinha, passou a mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da 
galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a colocar a galinha na 
banca e disse para o vendedor: “Não presta!”. Aí o vendedor olhou para 
ela e disse: “Também, madame, num exame assim nem a senhora 
passava.” 
FERNANDES, Millôr. 
Você reparou que é muita galinha para um texto tão curto. A repetição é responsável pelas 
sucessivas retomadas ou seja, por fazer referência a um termo que já apareceu. Mas isso pode ser 
feito através de outros mecanismos linguísticos. Normalmente, usamos o nome genérico de termos 
anafóricos, seja termos que retomam algum termo anterior para que haja coesão. Vou traduzir 
 
Quantas 
vezes pode 
se ler 
“galinha”? 
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Eu não posso repetir a palavra? 
A repetição é até necessária. Os professores do Ensino Médio são obrigados a inibir isso e, 
muitas vezes, colocam regras pétreas...faz parte da formação. 
Eu uso o seguinte critério: considero aceitável o uso da mesma palavra uma vez para cada 
parágrafo, ou seja, no mínimo 5 vezes, se o texto tiver 5 parágrafos e, quando não há sinônimos, até 
o dobro disso, contanto que as palavras não estejam muito próximas. 
Abaixo de 4 vezes, você está cometendo algum erro. Impossível desenvolver um texto sobre 
cinema sem mencionar a palavra “cinema”. Mas claro que se você encontrar expressões que 
 
tudo o que está escrito para “1. Coesão referencial” no quadro abaixo. Deixei de lado alguns 
elementos por serem raros na redação (definitivação, elipse, numerais e nominalizações). 
 
 
➢ Anáfora é substituição de um termo que já apareceu por outro, é um mecanismo que se usa 
para repetir uma ideia sem que o leitor fique incomodado com isso. 
 
 
Recurso de substituição Exemplo 
Pró-formas: pronomes, advérbios 
ou verbos (os mais usados são os 
pronomoes) 
O vendedor ofereceu à mulher uma galinha. A 
cliente olhou para ela, passou a mão embaixo das asas 
dela, apalpou o peito dela... 
Sinonímia: expressões 
linguísticas de significados 
semelhantes. 
São Paulo inspirou muitas músicas. A terra da 
garoa já ganhou músicas de Tom Zé, Caetano Veloso e 
Rita Lee. 
Antonímia: expressões 
linguísticas de significados opostos. 
Economizar dinheiro é difícil entre os jovens. 
Pessoas com menos de vinte anos tendem a gastar 
muito. 
Hiperonímia: expressões 
linguísticas que representam conjunto 
ou termo geral. 
Artistas tendem a ver o mundo de maneira 
diferente. Os pintores enxergam de modo único as 
cores que os circundam. 
Hiponímia: substituir por 
expressão linguística que representa 
individual ou termo detalhado. 
As abelhas são muito importantes para o 
equilíbrio ambiental. O desaparecimento desses 
insetos está causando muitas mazelas na natureza. 
 
O importante, nesse caso, é saber usar. No seu texto, você vai necessariamente repetir a 
palavra-tema. Para que sua redação fique estilosa, substitua os termos. Aliás, aqui vai uma dica legal, 
antes de começar a escrever, rascunhe os sinônimos

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