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Elaboração de Política Ambiental

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ELABORAÇÃO DE POLÍTICA AMBIENTAL
Aspectos e impactos ambientais
Nesta unidade de estudo, vamos aprofundar nosso conhecimento na área de identificação dos aspectos e impactos ambientais dentro de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Para iniciar nosso trabalho, vamos rever alguns conceitos importantes na área ambiental.
O primeiro conceito refere-se ao termo meio ambiente, que está referenciado na NBR ISO 14.001:2015, mas antes vamos rever a sua definição estipulada na Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981.
I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Art 3º, Inciso I da PNMA).
Torna-se interessante também buscarmos, nesta legislação, o conceito de degradação ambiental, poluição ambiental e agente poluidor:  
A degradação da qualidade ambiental é compreendida como a alteração adversa das características do meio ambiente (artigo 3.º, inciso II da PNMA).
Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (artigo 3.º, inciso III da PNMA).
O agente poluidor é representado pela pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (artigo 3.º, inciso IV da PNMA).
Tendo em vista o aprofundamento de nossos estudos sobre o termo impacto ambiental, torna-se pertinente realizarmos uma revisão na Resolução 01/86 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Esta resolução determinou as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e a implementação da Avaliação de Impacto Ambiental.
Então, a partir da Resolução Conama n.º 01, de 23 de janeiro de 1986, o conceito de impacto ambiental ficou definido como:
Artigo 1.º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
Sendo assim, é possível notar que existe similaridade entre o conceito de poluição ambiental e de impacto ambiental, remetendo, em ambos os casos, a um cenário negativo. Contudo, cabe destacar que o impacto ambiental de um empreendimento ou projeto também pode contemplar ações positivas sobre o meio ambiente, como a reciclagem de resíduos, as ações de educação ambiental e a recuperação de uma área degradada.
Agora, vamos buscar na ABNT NBR ISO 14001:2015 a conceituação para meio ambiente, aspecto ambiental e impacto ambiental.
Esta norma definiu o termo meio ambiente é compreendido pela circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações.
Cabe destacar que a ISO 14001:2015 apresenta duas notas:
NOTA 1 – Circunvizinhança pode se estender de dentro de uma organização para os sistemas local, regional e global.
NOTA 2 – Circunvizinhanças podem ser descritas em termos de biodiversidade, ecossistemas, clima ou outras características.
A norma indicou que o termo aspecto ambiental é representado como o elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização, que interage ou pode interagir com o meio ambiente(ABNT, 2015).
Para o referido termo, a ISO 14001:2015 também apresentou duas notas, a saber:
NOTA 1 – Um aspecto ambiental pode causar impacto(s) ambiental(is). Um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um ou mais impactos ambientais significativos.
NOTA 2 – Aspectos ambientais significativos são determinados pela organização, aplicando um ou mais critérios.
Por fim, a norma ISO 14001:2015 conceituou o termo impacto ambiental como a modificação no meio ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou parcialmente resultante dos aspectos ambientais de uma organização.
Agora, veremos na prática como esses conceitos são aplicados durante a implantação de um SGA, segundo as diretrizes da ABNT NBR ISO 14001:2015. É importante conhecermos o significado de alguns dos termos que estão em uso no item 6.1.2 antes de nos aprofundarmos nele.
O escopo define a abrangência do seu projeto, o tamanho e a complexidade do seu sistema de gestão ambiental, determinando, por exemplo, quais processos fazem parte da certificação. No escopo, é preciso definir o que a corporação almeja para a certificação, lembrando de não limitar demais os produtos e os serviços envolvidos em seus processos. Se sua empresa presta serviços ou fabrica produtos, isso deve estar em seu escopo. O segredo é concentrar-se naquilo que realmente é o foco da implementação do sistema de gestão.
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu artigo 3.º, inciso IV, o ciclo de vida do produto é compreendido como uma série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final.
 
O item 6.1.2 da norma ISO 14001:2015 determina que os aspectos ambientais estão dentro do escopo definido no sistema de gestão ambiental. Assim, a organização deve determinar os aspectos ambientais de suas atividades, seus produtos e seus serviços, os quais ela possa controlar e influenciar, e seus impactos ambientais associados, considerando uma perspectiva de ciclo de vida.
Diante do item 6.1.2, percebemos que o seu foco está delimitado na identificação dos aspectos e impactos ambientais de uma organização. Dessa forma, os aspectos ambientais são entendidos como elementos das atividades, dos produtos ou dos serviços de uma organização que podem interagir com o meio ambiente, causando ou podendo causar impactos ambientais, positivos ou negativos.
Figura 1 – Três fontes de geração dos resíduos sólidos
Para o funcionamento de cada atividade, há uma interação com o meio ambiente. Em todas atividades, ocorre a geração de resíduos sólidos, que poderão ou não receber uma separação e uma destinação final corretas.
A partir das imagens, podemos concluir que os impactos ambientais compreendem as modificações do meio ambiente, positivas ou negativas, resultantes ou não dos aspectos ambientais da organização.
Agora, estudante, propomos um desafio: pense em você como futuro técnico em meio ambiente. Você deverá indicar uma ação para cada tipo de atividade visando à minimização da geração dos resíduos e, consequentemente, a diminuição do impacto destes no meio ambiente.
Você está preparado para esse desafio?
Resumindo: aspecto ambiental é a causa, e impacto ambiental é o efeito!
Vamos retornar à norma ISO 14001:2015. Ela determinou que, em relação aos aspectos ambientais, a organização deve levar em consideração:
a) mudanças, incluindo desenvolvimentos planejados ou novos, e atividades, produtos e serviços novos ou modificados;
b) condições anormais e situações de emergência razoavelmente previsíveis.
Portanto, a organização deve determinar, por meio do uso de critérios estabelecidos, aqueles aspectos que têm ou podem ter um impacto ambiental significativo.
A norma enfatiza que a organização deve comunicar seus aspectos ambientais significativos, entre os diversos níveis e funções da organização, como apropriado. Para isso, a organização deve manter informações documentadas de seus:
· aspectos e impactos ambientais associados;
· critérios utilizados para determinar seus aspectos ambientais significativos;
· aspectos ambientais significativos.
NOTA– Os aspectos ambientais significativos podem resultar em riscos e oportunidades associados tanto com os aspectos ambientais adversos (ameaças) como com os impactos ambientais benéficos (oportunidades).
Então, todo esse processo de levantamento dos aspectos e impactos ambientais significativos é realizado durante a fase de planejamento do SGA, conforme consta no item do Planejamento de ações (item 6.1.4 da ABNT NBR ISO 14001:2015).
Nesta fase de implementação da norma ISO 14001:2015, a equipe que está à frente deste processo tem um grande trabalho, pois todos os aspectos e impactos ambientais significativos da organização deverão ser identificados. Esta é a fase mais importante do sistema de gestão ambiental.
Uma das maneiras de realizar esta identificação pode ser a construção de uma matriz que relacione os aspectos e os impactos ambientais. Essa ferramenta auxilia também na classificação e na determinação de sua significância.
Cabe salientar que, durante a realização de estudos de impacto ambiental (EIA), também são realizadas matrizes para a avaliação do impacto ambiental dos empreendimentos. Neste caso, a metodologia utilizada é a Matriz de Leopold.
Para saber mais sobre essa matriz, acesse a página do Instituto Ambiental do Paraná por meio do endereço: <http://www.iap.pr.gov.br>.
De acordo com a ISO 14001:2015, as planilhas de levantamento dos aspectos e impactos ambientais também podem estar associadas ao controle operacional da organização. Sendo assim, poderão ser estipulados objetivos, metas e indicadores de desempenho visando à minimização do impacto ambiental das atividades da organização.
Figura 2 - Controle de desempenho operacional em uma organização
Para finalizar, cabe salientar que a organização, ao estabelecer um sistema de gestão ambiental, deve manter um procedimento para identificar seus aspectos e impactos ambientais, tendo em vista uma visão preventiva e proativa para evitar danos ao meio ambiente. Este é um processo sistemático de gestão de riscos ambientais.
Neste material, foram ilustrados exemplos básicos sobre aspecto e impacto ambiental, assim como uma breve descrição da planilha de aspectos e impactos ambientais, também chamada de matriz de aspectos e impactos ambientais, que define as probabilidades ou frequências e a consequência do impacto ocasionado. Sendo assim, este processo é variável, depende de cada organização, da sua atividade produtiva e do ambiente no qual ela está inserida.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
BRASIL. Resolução CONAMA 001, de 23 de janeiro de 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 30 mar. 2016.
BRASIL. Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: <http:// http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 30 Mar. 2016.
FIESP. ISO 14001:2015: saiba o que muda na nova versão da norma. São Paulo, 2014.
Comunicação aplicada à política organizacional e ambiental
A comunicação como processo organizacional, tanto interno quanto externo, é uma ferramenta de extrema importância para qualquer organização. Ela é determinante no que se refere ao sucesso, independentemente do porte e da área de atuação.
Trata-se uma ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser atribuídos às falhas de comunicação. Portanto, um sistema de comunicação eficaz é fundamental para as organizações que buscam o crescimento e o desenvolvimento da sua cultura organizacional.
A comunicação adequada é importante para uma boa gestão organizacional, pois integra os recursos humanos às tarefas a serem executadas, além de estimular a motivação das pessoas com intuito de compartilhar estratégias e agregar valor à organização.
Os líderes e os gerentes devem criar suas mensagens não apenas para satisfazer acionistas em especial, mas para refletir as circunstâncias em que uma decisão está sendo tomada.
Uma organização com um programa de gestão ambiental implantado ou em implementação precisa transmitir para todos os públicos, sendo eles internos ou externos, uma imagem de credibilidade, envolvimento e comprometimento. A organização deve conduzir esses públicos a aderirem ao sistema e a contribuírem com ele, compreendendo os benefícios tanto para a organização quanto para os seus consumidores e a sociedade.
Portanto, o principal benefício de uma eficiente comunicação interna e externa é o fortalecimento entre todas as partes interessadas e a construção de relacionamentos sólidos, compartilhando os objetivos da empresa e fortalecendo essas relações, visando à satisfação de todos.
Conceitos sobre comunicação organizacional
Entende-se por comunicação o esforço de uma empresa, órgão ou entidade para estabelecer canais que possibilitem o relacionamento ágil e transparente da direção com os diferentes públicos e entre os próprios elementos que os integram.
A comunicação não se restringe à chamada comunicação descendente (aquela que flui da direção para os empregados), mas inclui, obrigatoriamente, a comunicação horizontal (entre os segmentos do público interno) e a comunicação ascendente (que estabelece o feedback e instaura uma efetiva comunicação). Nas organizações em que se pratica apenas a comunicação descendente, talvez nem seja apropriado falar em comunicação, porque, como um processo, ela precisa realizar-se nos dois sentidos.
Palavra de origem latina (comunicare), comunicação significa “ação de partilhar, de dividir”. A comunicação pode ser definida como um processo que envolve a transmissão e a recepção de mensagens entre uma fonte emissora e um destinatário receptor. As informações são codificadas na fonte e decodificadas no destino com o uso de sistemas convencionais de signos ou símbolos sonoros, escritos, iconográficos, gestuais etc.
Resumidamente, pode-se dizer que comunicação significa tornar comum, trocar informações, partilhar ideias, sentimentos, experiências, crenças e valores por meio de gestos, atos, palavras, figuras, imagens, símbolos etc.
A comunicação como seção da normatização
A norma ABNT NBR ISO 14001:2015, na seção 7.4, determina que as organizações devem estabelecer, implementar e manter processo(s) necessários(s) para comunicações internas e externas pertinentes ao sistema de gestão ambiental (SGA).
Este item especifica que os processos de comunicação devem, obrigatoriamente, incluir:
· O que comunicar
· Quando comunicar
· Com quem se comunicar
· Como ocorrerá a comunicação
 É importante ressaltar que a comunicação adequada com partes interessadas permite implantar e assegurar o entendimento eficaz do sistema de gestão ambiental (SGA).
A organização deve assegurar a qualidade da informação, principalmente a sua consistência e confiabilidade. Esse é um aspecto-chave da comunicação.
É importante que a informação comunicada seja consistente e consonante com as práticas da organização. Isto é, que a comunicação seja transparente, apropriada ao público a comunicar, precisa, verdadeira, baseada em fatos e dados, além de compreensível pelas partes interessadas.
A ISO 14001:2015 apresenta um escopo mais abrangente para a comunicação nesta versão da norma em relação à anterior. Agora, a comunicação é considerada um processo muito relevante para o sistema de gestão ambiental.
Por isso, a comunicação é transversal a toda a norma, indo além da seção 7.4, que se dedica especificamente a este tema.
A organização deve responder às comunicações pertinentes referentes ao seu SGA. Deve, também, segundo a norma, reter informação documentada como evidência de suas comunicações.
Comunicação interna
A comunicação interna, entre os diversos níveis e funções da organização, tem como objetivo facilitar o entendimento e a cooperação de todos os colaboradores envolvidos no desempenho ambiental para assegurar a implementação eficazdo SGA.
A nova versão da norma reforça a comunicação interna, mas deixa clara a necessidade de envolver não só os colaboradores diretos da organização como também as pessoas que realizam trabalhos contratados e/ou terceirizados sob seu controle.
Comunicação externa
Quanto à comunicação externa, a organização deve levar em conta:
· Obrigações de conformidade obrigatória – Comunicações obrigatórias para os organismos oficiais, com informação de controle dos aspectos ambientais. Exemplos: registro anual de resíduos industriais e hospitalares; óleos usados; relatórios de monitoração dos efluentes gasosos; relatórios de monitoração dos efluentes líquidos conforme respectiva licença de descarga; ações planejadas para resposta às emergências; entre outros.
· Obrigações de conformidade voluntária - Critérios que a organização aceitou voluntariamente. Exemplos: comunicação de informação ambiental relevante para um cliente no âmbito do contrato estabelecido; publicação de relatórios ambientais específicos; relatório de sustentabilidade; comunicação do desempenho ambiental no newsletter da organização ou no website; entre outros.
O processo de comunicação deve assegurar que a organização responda a comunicações relevantes sobre o seu sistema de gestão ambiental. Deve ser dado enfoque às formas de tratar os pedidos de informação provenientes das partes interessadas externas. As respostas a essas demandas de comunicação devem ser asseguradas.
A organização deve decidir sobre a comunicação externa de seus aspectos ambientais significativos e deve documentar a sua decisão. Se a organização decidir pela comunicação, deve estabelecer e implementar método(s) para isso.
Informação documentada, controlada e atualizada
A ISO 14001:2015 exige que as informações criadas sejam documentadas de modo eficiente para assegurar um SGA apropriado, adequado e eficaz. Convém que o foco principal seja a implementação do sistema e o desempenho ambiental, e não um sistema complexo de informação documentada.
Além da documentação da informação específica requerida pela norma, sugere-se que a organização crie documentação adicional para fins de transparência, responsabilização, prestação de contas, continuidade, treinamentos e para facilitar a auditoria.
A organização deve manter as informações sobre seus processos ambientais e respectivos resultados sempre atualizada, controlada e protegida. Por isso, os documentos devem possuir identificação e descrição de referência e data, formato, análise crítica e aprovação quanto à sua suficiência e adequação. Quanto à proteção, a norma refere-se aos cuidados para que as informações não percam eventuais confidencialidades, integridade etc. Ainda, é requerido o controle de versionamentos, distribuição e recuperação e uso das informações.
Teoria da Comunicação
A base dos modelos de comunicação inclui um emissor, uma mensagem e um receptor. A comunicação só se completa quando o receptor indica que recebeu a mensagem e a compreendeu por inteiro. Portanto, o ato de comunicar é bidirecional: depende de laços de feedback (reciprocidade de retorno na informação).
Comunicar envolve estabelecer ligações duradouras, cujo espectro inclui: informar, provocar resposta, vincular ou persuadir. Uma vez que comunicar é tornar comum, o processo implica uma necessidade de generalizar a informação, diferentemente de informar, que equivale apenas a propagar a informação, sem compromisso efetivo com a compreensão e a assimilação adequada do que está sendo dito.
Diante disso, conclui-se que comunicar é o processo de codificar e decodificar mensagens. O principal objetivo dos processos de comunicação organizacional é criar sinergia para implantação e execução de projetos, sistemas de gestão e estratégias. Ou seja, o objetivo é o entendimento, a compreensão e o consenso sobre a mensagem que está sendo comunicada.
Componentes da comunicação
Figura 1 – Esquema de comunicação
Significa conteúdo, é aquilo que é dito, escrito ou transmitido por símbolos ou sinais. Seu objetivo é gerar reações e comportamentos. Ela pode ser transmitida por voz, texto, desenho, gestos, movimentos e expressões faciais ou por meio eletrônico.
É quem emite uma mensagem para o receptor, seja ele interno ou externo à organização. O emissor deve conhecer o significado pretendido dessa mensagem e deve codificá-la para transmissão adequada e para que atinja seu objetivo.
Aquele que adapta a mensagem a um formato adequado ao meio que será usado para sua transmissão (tradução do código para o meio).
É o suporte de difusão da informação, um meio intermediário de expressão capaz de transmitir mensagens e atingir o receptor, que as recebe e interpreta.
Operação inversa à de codificação; tradução do código do meio para o receptor.
É o destinatário da mensagem, quem recebe a informação e a interpreta. Se a percepção e a compreensão da mensagem que lhe foi transmitida acontecerem como o emissor pretendia, o processo de comunicação alcançou seu objetivo e teve sucesso.
É tudo aquilo que afeta e interfere na transmissão de uma mensagem. É importante, no planejamento da comunicação, prestar muita atenção aos diferentes ruídos que podem ocorrer. Eles são de muitas naturezas, tais como:
· Estruturais-Condições de acessibilidade à informação, formalidade, nível social ou educacional, incapacidade de interpretação dos receptores.
· Físicos-Distorções em sinais eletrônicos, grafia das palavras, falta de iluminação, acuidade visual.
· Culturais-Significados compartilhados, jargão, gíria, siglas e códigos não familiares a todos, estilos, preconceitos.
· Psicológicos-Agressividade, rudeza, empatia, antipatia, antagonismo de interesses, desconfiança, percepção de que há intenções ocultas, distanciamento ou falta de atenção e interesse do receptor.
Operação inversa à de codificação; tradução do código do meio para o receptor.
É o suporte de difusão da informação, um meio intermediário de expressão capaz de transmitir mensagens e atingir o receptor, que as recebe e interpreta.
Aquele que adapta a mensagem a um formato adequado ao meio que será usado para sua transmissão (tradução do código para o meio).
É a retroalimentação do processo de comunicação. É quando o emissor obtém a reação do receptor à sua mensagem. Serve para avaliar os resultados da emissão, para se certificar de que foi recebida, processada e compreendida pelo receptor.
Problemas de comunicação
Quando o processo de comunicação dentro da organização não está planejado, implantado e gerido adequadamente, considerando as necessidades das partes interessadas, diversos problemas começam a surgir, atrapalhando ou até mesmo inviabilizando os resultados pretendidos pelos SGAs.
Listamos alguns problemas abaixo:
· Desentendimento acerca de objetivos, metas e indicadores do SGA e do desempenho organizacional ambiental
· Demora na tomada de decisão frente a impactos negativos ou emergências
· Baixa qualidade das decisões motivada por informação imprecisa e/ou incompleta
· Gestão e decisões baseadas em “achismos” e não em informação compilada, compreensível e no tempo certo
· Baixo comprometimento e engajamento dos envolvidos e impactados pelas políticas ambientais
· Conflitos e tensões entre as partes interessadas, levando à desconfiança, ao descrédito e à má reputação
· Desconhecimento dos beneficiários e das partes interessadas que exercem influências positivas acerca da execução do SGA: “ninguém sabe, ninguém viu”
· Falta de foco nas conquistas obtidas no desempenho ambiental e organizacional por excesso de críticas ou falta de informação
A gestão da comunicação
A gestão da comunicação atende a processos que irão gerar, coletar, distribuir, armazenar, recuperar e fazer a disposição final de informação, de forma apropriada e em tempo para todas as partes interessadas.
Processos da gestão da comunicação:
· Planejar comunicação – Dirigida às partes interessadas: quemnecessita do quê, quando será fornecida a informação e como chegará ao público-alvo.
· Distribuir informação – Sistema periódico previstopelo Sistema de Informação Gerencial Ambiental.
· Relatar desempenho – Registro formal e sistemático, análise crítica, avaliação de desempenho e possibilidades de melhorias.
· Gerenciar as partes interessadas– Gerencia relacionamentos para satisfazer requisitos internos e externos das partes interessadas e resolver questões pertinentes.
O planejamento da comunicação
O planejamento da comunicação abarca os seguintes elementos:
a. Identificar os requisitos de comunicação para cada parte interessada e, especialmente, que possuam expressiva relevância na gestão ambiental da organização
b. Definir quais informações serão comunicadas: formato, conteúdo, nível de detalhamento
c. Definir quem são os responsáveis pela comunicação
d. Definir o público-alvo: pessoas ou grupos (partes interessadas) que receberão as informações
e. Definir os veículos: métodos ou tecnologias usadas para formatar a informação
f. Estabelecer a frequência da comunicação: periodicidade e período de tempo do envio ou coleta de informação
g. Definir as formas de atualização: métodos para atualizar tecnologias e plano de comunicação à medida que o sistema progride
h. Manter documentado um glossário dos principais termos utilizados em todo o SGA
Exemplo de plano de comunicação
Quadro 1 – Exemplo de plano de comunicação
Canais de comunicação
A comunicação se utiliza de vários canais ou veículos, cada um com suas vantagens e desvantagens, dependendo do objetivo que se quer alcançar e do público que se quer atingir.
Abaixo, temos alguns objetivos de comunicação e seus respectivos canais mais adequados.
	Objetivo da comunicação
	Canal ou veículo adequado
	 
Informar e propagandear
	Relatório, boletim, newsletter, mural, reunião de apresentação, reunião de lançamento (kick-off), apresentação itinerante (roadshow), intranet passiva, internet, blogue, CRM, MIS, painel de controle, relatórios de status, progresso e tendências, folhetos, manuais e documentação.
	Relacionar-se e compartilhar informações
	Reuniões periódicas de revisão, eventos internos e de comemoração, portal ou base de conhecimento, participação em fóruns, sala de estratégia (war room).
	Comandar, orientar e decidir
	Reuniões de comitês, reunião de avaliação de indicadores, sistemas de divulgação de decisões.
	Praticar, vivenciar e assimilar
	Oficinas, laboratórios, processos-piloto, experimentos, show-room, display,
coaching, on-the-job training (treinamento no local de trabalho), e-learning, eventos de reconhecimento.
	Influenciar partes interessadas por meio de comunicação indireta
	Eventos externos, eventos de comemoração, guia rápido, premiação, reconhecimento.
Quadro 2 – Tipos de comunicação e seus canais
Estratégias de comunicação
· É preciso mesclar veículos formais com informais na comunicação planejada e sob demanda.
· O excesso de comunicação é tão contraproducente quanto a falta de comunicação.
· Como o restante do plano do SGA, o plano de comunicação deve ser aprovado pelos interessados.
· Quanto maior a resistência a mudanças, descrença ou indiferença, mais comunicação é requerida.
Podemos concluir que um dos mais difíceis exercícios que qualquer pessoa já experimentou é a comunicação eficaz. Replicando essa dificuldade ao nível de uma organização, compreendemos como é importante estabelecer mecanismos que permitam uma comunicação clara, adequada e suficiente.
Definitivamente, a comunicação eficaz é um dos pilares mais importantes para o sucesso de qualquer SGA e de qualquer organização.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
CHAVES, Lúcio Edi. NETO, Fernando H. PECH, Gerson. CARNEIRO, Margareth Fabiola. Gerenciamento da Comunicação em Projetos. 1.ª ed. Rio de Janeiro: FVG.
MURAD, Eduardo. Comunicação Organizacional Verde. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Editório, 2013.
NEVES, Roberto de Castro. Comunicação Empresarial - Como as Coisas Realmente Acontecem. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Mauad, 2012.
A cultura organizacional e as demandas da gestão ambiental
Tendo em vista o contexto globalizado, que inclui o movimento ecológico, a mudança no perfil dos consumidores e as pressões dos movimentos sociais por melhor performance das organizações, a gestão ambiental se apresenta como uma variável fundamental a ser inserida no planejamento estratégico das organizações e no desenvolvimento da cultura organizacional.
A partir da década de 1970, as organizações começaram a experimentar intensas pressões para adoção de métodos de produção e práticas ambientalmente menos impactantes e mais sustentáveis. Mesmo objetivando principalmente o lucro, as organizações que possuem práticas predatórias ao meio ambiente começaram a receber sanções legais e a angariar a antipatia e, até mesmo, o boicote do mercado consumidor.
Uma das razões para que as organizações busquem melhorar a sua atuação e o seu desempenho ambiental está diretamente ligada a questões regulatórias internacionais. Os níveis de exigências em relação à proteção ambiental têm aumentado cada vez mais.
Outro aspecto que tem influenciado é o conhecimento em relação às práticas organizacionais. A ligação destas com os impactos e os consequentes danos ambientais tem se tornado cada vez mais acessível a toda sociedade. A reputação das organizações fica diretamente atrelada à sua capacidade de agir ambientalmente dentro da lei, sua capacidade de reduzir riscos ambientais, de reduzir a poluição e de melhorar seu desempenho ambiental cada vez mais.
Os movimentos ambientais no mundo tornaram amplamente visível e inegável a necessidade de mudança das práticas do mundo inteiro em relação à natureza.
Por meio da ISO (Organização Internacional de Normalização), novas ferramentas foram geradas e regulamentadas com o intuito de inserir a preocupação e os instrumentos para a gestão ambiental na cultura, nas estratégias e nos sistemas de gestão das organizações.
A ABNT NBR ISO 14001:25 é a norma específica que trata do arcabouço de requisitos para a gestão ambiental. Ela é considerada uma poderosa ferramenta de qualidade, excelência e gestão da imagem para uma organização, além de ser fator crítico de competitividade.
Todavia, a implementação de um sistema de gestão ambiental (SGA) não é garantia de que as organizações usufruirão dos benefícios desta nova realidade. Para que as organizações consigam obter os benefícios da gestão ambiental, elas devem atentar para o fato de que características de sua cultura organizacional influenciam a adoção deste modelo de gestão. Assim, as empresas devem identificar e estabelecer as características culturais adequadas à implementação dessas práticas para que obtenham os benefícios propostos pela gestão ambiental.
A preocupação com o meio ambiente em seu processo de construção histórica e sua importância
A conferência sobre biosfera de 1968 marcou o início de uma consciência ecológica mundial que se seguiu na primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente de Estocolmo, em 1972. A partir daí, vários países afirmaram que a solução para a poluição não era conter o desenvolvimento, mas, sim, orientar o desenvolvimento para preservar o meio ambiente e os recursos não renováveis.
A partir da participação brasileira na Conferência de Estocolmo, foi institucionalizada a autoridade federal orientada para a preservação ambiental no país, criando-se a Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), em 30 de outubro de 1973.
No Brasil, o agravamento da questão ambiental começou a ser percebido em áreas industrializadas, decorrente do fenômeno de concentração de atividades urbanas e industriais.
· 1980: Após a segunda metade da década de 1980, surgiu uma espécie de "ambientalismo de livre mercado", que trocou a ênfase das regulações dos insumos e das atividades para os resultados. Os novos instrumentos de política ambiental mudaram as possibilidades de utilização das ações ambientais como instrumentos de marketing e estratégia competitiva pelas empresas.· 1970: Desde a década de 1970 até meados da década de 1990, pode-se demarcar uma fronteira clara da atuação empresarial relativa ao meio ambiente. Da típica postura reativa, própria dos anos 1970, em que se considerava a relação entre proteção ambiental e desenvolvimento absolutamente antagônica, uma parte do setor empresarial assumiu uma postura proativa e inseriu-se na comunidade ambientalista em meados da década de 1980, ganhando destaque no início da década de 1990.
· 1980: Até o final dos anos 1980, com a tendência crescente demonstrada por certos segmentos do mercado de utilizar seu poder de compra para assegurar a melhoria ambiental (como a opção por produtos menos prejudiciais), os produtores passaram a incorporar cada vez mais rótulos ambientais em suas estratégias de comercialização (sobre a biodegradabilidade ou seu processo de produção, como conteúdo reciclado ou ausência de gases que afetam a camada de ozônio).
· 1990: Na década de 1990, muitas organizações começaram a integrar o meio ambiente em suas estratégias de negócios, desenvolvendo atividades de marketing benéficas à imagem empresarial.
Desde o começo da década de 1990, proteção ambiental e competitividade econômica têm se entrelaçado. O que anteriormente foi dirigido por pressões que estavam fora do mundo dos negócios é agora direcionado por interesses que existem dentro do ambiente econômico, político, social e mercadológico das empresas.
No ambiente organizacional, novas situações passaram a ser consideradas para o estabelecimento de estratégias ambientais. Investidores e acionistas passam a ficar interessados no desempenho não só econômico, mas também ambiental das organizações, em razão dos possíveis riscos financeiros que um desempenho ruim pode acarretar. Outras instituições também passam a dar maior importância ao tema aumentando, inclusive, os cursos universitários e profissionalizantes na área.
Com o objetivo de unificar os entendimentos, em julho de 2001, o CB-38, Comitê Brasileiro de Gestão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) emitiu um documento no qual estabelece que "comprometimento do atendimento à legislação implica que a empresa deve estar atendendo todos os requisitos legais aplicáveis". Assim, considerados o requisito normativo e a sua interpretação unificante, fica definido para as empresas um patamar mínimo de desempenho ambiental, com caráter de cumprimento compulsório e correspondente ao atendimento dos requisitos da totalidade da legislação aplicável e vigente.
Com o passar do tempo, a questão ambiental passou a ser tratada como uma agenda positiva. No campo das teorias de desenvolvimento, foram surgindo novos conceitos, como desenvolvimento sustentável e o ecodesenvolvimento, produção mais limpa e gerenciamento ambiental. No campo empresarial, acentuaram-se os vínculos positivos entre preservação ambiental, crescimento econômico e atividade empresarial.
Com isso, as práticas ambientais corporativas sustentáveis têm se tornado menos uma questão apenas ambiental e mais uma questão de estratégia competitiva, marketing, finanças, relações humanas, eficiência operacional e desenvolvimento de produtos.
A questão ambiental e a cultura das organizações
Não seria inusitado atribuir às organizações – e às pessoas que nelas trabalham – parte significativa dos impactos ambientais gerados diariamente.
Se as organizações podem ser consideradas expoentes da degradação ambiental que a humanidade testemunha, podem também ser analisadas como agentes da transformação ambiental que se espera, tornando-se organizações mais sustentáveis. Mas, para serem agentes de uma mudança mais ampla, as próprias organizações devem conduzir alterações internas em seus produtos e processos.
Tais mudanças internas envolvem alteração dos paradigmas organizacionais, dos valores e dos pressupostos do coletivo de indivíduos reunido em uma organização. Enfim, a mudança no posicionamento ambiental pressupõe uma cultura organizacional que suporte a gestão ambiental e suas inovações correlatas.
A cultura organizacional deve ser visualizada por meio de uma perspectiva multidisciplinar, uma vez que é produto de um processo social complexo, que se constitui com base na conjugação de diversas variáveis, de natureza tangível e intangível.
Os fatores tangíveis relacionam-se às tecnologias de gestão e de processo, às características do ambiente de trabalho, além dos artefatos materiais, dos produtos e dos serviços que se originam no âmbito empresarial.
Por outro lado, os elementos intangíveis são perceptíveis na simbologia, nas marcas, nos costumes, nas crenças e nas ideias preestabelecidas, nos valores, nas regras e nos tabus presentes no cotidiano empresarial.
Segundo Schein (1982), cultura organizacional diz respeito ao conjunto de pressupostos básicos que determinado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu em seu processo de aprendizagem a fim de lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Caso esses pressupostos sejam considerados válidos, eles são ensinados aos demais membros da organização como a maneira certa de se perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.
O conceito de Schein concebe a cultura à luz de uma perspectiva dinâmica, principalmente no que tange à maneira como ela é aprendida, transmitida e transformada.
A cultura organizacional verde pode ser definida como o conjunto de pressupostos, valores, símbolos e artefatos organizacionais que refletem o desejo ou a necessidade de a empresa operar de maneira ambientalmente correta.
A cultura organizacional e a gestão de recursos humanos estão intimamente ligadas, uma vez que as organizações que possuem sólidos mecanismos de gestão ambiental, amparados por uma cultura organizacional de valorização do meio ambiente, tendem a atrair trabalhadores mais motivados e competentes. Além disso, a cultura organizacional para o meio ambiente tende a ser mais pujante quando a empresa possui um grupo de colaboradores ambientalmente conscientes.
Barreiras comuns na implantação de um sistema de gestão ambiental
· Barreiras organizacionais: ênfase na sobrevivência, poder de decisão, alta rotatividade da equipe técnica, falta de envolvimento dos empregados.
· Barreiras sistêmicas: falta ou ausência de informação, sistema de gestão inadequado e falta de capacitação dos empregados.
· Barreiras comportamentais: falta de cultura organizacional propícia; resistência a mudanças; falta de lideranças; ausência de supervisão efetiva; insegurança no trabalho.
· Barreiras técnicas: falta de infraestrutura; treinamento limitado ou não disponível; acesso limitado às informações técnicas; defasagem tecnológica.
· Barreiras econômicas: disponibilidade e custo de financiamento; exclusão de custos ambientais da tomada de decisão e das análises de custo/benefício.
· Barreiras governamentais e outras: algumas políticas industriais não estimulam ações que considerem a questão ambiental como prioritária; ausência de política de preço real para os recursos naturais; falta de incentivos para minimizar os impactos ambientais; falta de suporte institucional; falta de espaço físico para implantação dos projetos.
O envolvimento da alta direção, a ampla divulgação e a ênfase nos processos de comunicação constituem peças fundamentais para definir o sucesso ou o fracasso dos projetos ambientais e moldar a cultura da organização para as questões ambientais.
Percebe-se que a motivação dos empregados para a gestão ambiental possui, na cultura organizacional, um fator promotor ou inibidor. Sendo assim, a cultura organizacional é identificada como fator preponderante da participação dos funcionários em projetos de melhoria da gestão ambiental na empresa.
Esse aspecto demanda um processo de comunicação clara dos valores e alinhamento dos sistemas de recompensa e punição vigentes na empresa. Além disso, os dirigentes empresariais devem emitir feedbacks do desempenho ambiental dos funcionários a fim de perpetuar valores corretos, reforçando-os por meio de educação e treinamento.
Neste contexto,o principal componente da moderna gestão de recursos humanos é a criação de uma cultura organizacional fundamentada em valores ambientais e o desenvolvimento de competências técnicas capazes de explorar oportunidades mercadológicas relacionadas à dimensão ambiental.
Um SGA representa a estratégia empresarial para a identificação, por meio de planos e programas de caráter preventivo, das possíveis melhorias a serem realizadas, com o intuito de conciliar definitivamente a lucratividade empresarial com a proteção ambiental, versando tanto nos produtos quanto nos processos industriais.
Como a adoção de um SGA representa uma mudança cultural, geralmente provoca conflitos. Se não houver firme e clara disposição da alta administração de apoiar as mudanças, as resistências à implantação podem se tornar insuperáveis.
As empresas comprometidas com a conquista da melhoria contínua de seu desempenho ambiental, proporcionada pelo SGA, buscam continuamente soluções para três questões fundamentais: onde se encontra, aonde quer chegar e como chegar lá.
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Relaciona-se à política ambiental, que é uma declaração da empresa em que expõe suas intenções e seus princípios em relação ao desempenho ambiental, que provê uma estrutura para ação e definição de objetivos e metas ambientais e, ainda, que deve se adequar ao seu porte, à natureza de suas atividades, às tendências ambientais do mercado e à sua região de entorno.
Refere-se ao planejamento e à implantação. Nele, os objetivos e as metas ambientais da empresa são estabelecidos, considerando-se as atividades, os produtos e os serviços que podem interagir com o meio ambiente e os respectivos impactos ambientais.
Relaciona-se à avaliação inicial, que compara o desempenho ambiental da empresa com padrões, normas, códigos e princípios externos estabelecidos nas legislações federal, estadual e municipal e outros requisitos.
Sabe-se que as organizações atuam em um contexto cada vez mais complexo, instável e competitivo, que são mais pressionadas pela sociedade e que buscam se adaptar ao novo perfil das partes interessadas, gradativamente, mais exigentes e menos satisfeitas.
Também fica claro que, para obter sucesso na implantação e no desenvolvimento de uma cultura ambiental nas organizações, existe a necessidade imperativa de trabalhar em uma perspectiva integradora entre os conceitos e elementos da cultura organizacional, inovações ambientais, normatização e interesses das partes.
Assim, após essa contextualização, cabe aos dirigentes de organizações iniciarem o processo de inserção da variável gestão ambiental em seu planejamento estratégico, mesmo que de forma incipiente, a curto ou médio prazo, sob o risco de comprometer a sobrevivência da organização onde atuam.
A disseminação da prática da gestão ambiental contribuirá para conscientização e maturidade da sociedade, gerando efeitos positivos na atuação das empresas. Também estimulará atitudes proativas em todos os envolvidos, desenvolvendo constantemente a cultura organizacional para a adaptação às mudanças propostas.
Pode-se, portanto, afirmar que a gestão ambiental se configura como exigência posta a toda organização de qualquer dimensão.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ANDRADE, R. O. B.; TACHIZAWA, T; CARVALHO, A. Barreiras de Gestão Ambiental: Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Makron Books, 2004.
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial.15.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
MACÊDO, K. B. Cultura Organizacional e Programas de Qualidade ISO 9000. Goiânia: Editora UCG, 2000.
ROCHA-PINTO, S. R. Dimensões Funcionais da Gestão de Pessoas. São Paulo: FGV, 2007.
SCHEIN. E. Psicologia Organizacional. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1982.
VALLE, C.E. Como se Preparar para as Normas ISO14000 Qualidade Ambiental -  O Desafio de Ser Competitivo Protegendo o Meio Ambiente. 3ª ed. São Paulo: Pioneira Administração e Negócios, 2000.
Diagnóstico situacional do entorno e das partes interessadas
Para começar nossos estudos sobre o diagnóstico situacional do entorno e das partes interessadas no sistema de gestão ambiental (SGA), é importante rever o ciclo do PDCA e a estrutura da norma ABNT NBR ISO 14.001:2015.
Conforme já foi visto, o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act)sustenta o sistema de gestão ambiental. Ele fornece um processo interativo utilizado pelas organizações para alcançar a melhoria contínua. Esse ciclo pode ser aplicado a um sistema de gestão ambiental e a cada um dos seus elementos individuais.
No contexto da organização, o PDCA é executado dentro do escopo do SGA. Como elementos-chaves dentro deste sistema, temos as questões internas e externas, as necessidades e as expectativas das partes interessadas.
Quem são as partes interessadas dentro de um SGA?
Para responder a esse questionamento, vamos recorrer ao item 3.1.6 da ISO 14.001:2015, onde ficou definido que parte interessada é representada pela pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada ou se perceber afetada por uma decisão ou atividade da organização.
Como exemplo, a norma citou clientes, comunidades, fornecedores, regulamentadores, organizações não governamentais, investidores e funcionários.
Este item trouxe a seguinte nota: “Perceber-se afetada” significa que a percepção foi levada ao conhecimento da organização.
Em muitos projetos e sistemas, você também poderá escutar ou ler a palavra stakeholder. Ela corresponde ao termo inglês para partes interessadas, que, neste caso, é qualquer pessoa ou organização que tenha interesse ou seja afetada pelo projeto. A palavra vem de stake, que significa interesse, participação, risco, e holder, aquele que possui.
Nota: a ISO 14.001:2015 utilizou o termo parte interessada; o termo stakeholderé um sinônimo e representa o mesmo conceito.
O item 4 é um dos primeiros itens auditados na ISO 14.001:2015 e corresponde ao contexto da organização. Em seu subitem 4.1, foram estipuladas as ações para entender a organização e seu contexto.
Desta forma, a norma estipulou que:
A organização deve determinar questões externas e internas que sejam pertinentes para o seu propósito e que afetem sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos do seu sistema de gestão ambiental. Essas questões devem incluir as condições ambientais que afetam ou são capazes de afetar a organização (ABNT, 2015).
Na sequência, a norma brasileira ISO 14.001:2015 determinou, no item 4.3, que a organização deverá determinar o escopo do seu sistema de gestão ambiental, devendo incluir os limites e a aplicabilidade, considerando os seguintes itens:
a) as questões externas e internas;
b) os requisitos legais e outros requisitos;
c) as suas unidades organizacionais, funções e limites físicos;
d) as suas atividades, os seus produtos e serviços;
e) a sua autoridade e capacidade de exercer controle e influência.
Agora, no que diz respeito às partes interessadas, a ABNT NBR ISO 14.001:2015 expressou, no item 4.2, que a organização deve determinar:
a) as partes interessadas que sejam pertinentes para o SGA;
b) as necessidades e as expectativas pertinentes (ou seja, requisitos) dessas partes interessadas;
c) quais dessas necessidades e expectativas se tornam seus requisitos legais e outros requisitos.
Conforme o item 4.3 da ISO 14.001, ficou determinado que o escopo do SGA deve ser mantido como informação documentada e estar disponível para as partes interessadas.
Ainda em relação à divulgação de informações para as partes interessadas, a ISO 14.001:2015 definiu que a política ambiental deve:
· ser mantida como informação documentada;
· ser comunicada na organização;
· estar disponível para as partes interessadas.
Como vimos, os empreendimentos com grande potencial poluidor, como as indústrias, são mais suscetíveis à ocorrência de acidentes ambientais, principalmente se não tiverem um rigoroso controledas atividades que emitem poluição. Desta forma, a ISO 14.001:2015 determinou, no item 8.2, a preparação e a resposta às emergências, devendo a organização:
· Prover informações pertinentes e treinamento relacionado à preparação e resposta a emergências, como apropriado, para as partes interessadas pertinentes, incluindo pessoas que realizam trabalhos sob o seu controle.
Realize a leitura do Anexo A da norma ISO 14.001:2015, especialmente o subitem A.4.2 – Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas.
Espera-se que a organização tenha uma compreensão geral (ou seja, de alto nível, não detalhada) das necessidades e expectativas das partes interessadas, internas e externas, que tenham sido classificadas pela organização como sendo pertinentes. A organização deve determinar quais dessas necessidades e expectativas ela tem que cumprir ou opta por cumprir, isto é, seus requisitos legais e outros requisitos. Caso uma parte interessada se perceba, por si própria, afetada por atividades relacionadas ao desempenho ambiental da organização, deve levar ao conhecimento desta. A organização, por sua vez, considera as necessidades e expectativas pertinentes levadas ao seu conhecimento ou que tenham sido divulgadas pela parte interessada.
Requisitos de partes interessadas não são necessariamente os requisitos da organização. Alguns requisitos de partes interessadas refletem necessidades e expectativas que são obrigatórias, por terem sido incorporadas em leis, regulamentos, autorizações e licenças, por decisão governamental ou judicial. A organização pode decidir voluntariamente aceitar ou adotar outros requisitos de partes interessadas (por exemplo, por eventual relação contratual, inscrevendo-se em uma iniciativa voluntária). Uma vez adotados pela organização, eles se tornam requisitos organizacionais (ou seja, requisitos legais e outros requisitos) e são levados em consideração no planejamento do sistema de gestão ambiental. Uma análise mais detalhada de seus requisitos legais e outros requisitos é apresentada no item 6.1.3 da norma ISO 14.001:2015.
Consulte o item 6.1.3 – Requisitos legais e outros requisitos, da norma NBR ISO 14.001:2015, para verificar uma análise mais detalhada.
Por fim, o requisito 4 da ISO 14.001:2015 determinou que, para alcançar os resultados pretendidos, incluindo o aumento de seu desempenho ambiental, a organização deve estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão ambiental, incluindo os processos necessários e suas interações, de acordo com os requisitos da norma.
Agora que você já compreende melhor os conceitos de organização, contexto da organização, escopo certificado pela ISO 14.001:2015, aspecto ambiental e impacto ambiental, vamos propor um desafio.
Faça uma pesquisa na internet e localize duas organizações certificadas pela ABNT NBR ISO 14.001 (pode ser pela versão de 2004) e responda aos questionamentos a seguir.
· Qual é o nome da organização?
· Qual é o contexto ambiental e social em que ela está inserida?
· Qual é o escopo que está certificado pela ABNT NBR ISO 14.001?
· Cite dois aspectos ambientais das atividades desenvolvidas pela organização.
· Cite dois impactos ambientais oriundos das atividades da organização.
Você está preparado para este desafio?
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
FIESP. ISO 14.001:2015: saiba o que muda na nova versão da norma. São Paulo, 2014.
Escopo, processo produtivo e gestão de empresas
Nesta etapa, vamos compreender melhor a área de abrangência de um sistema de gestão ambiental (SGA) dentro das organizações. Contudo, primeiramente, vamos conhecer os tipos de classificações que as empresas brasileiras possuem.
Nota: as classificações podem se dar em virtude do porte da organização, do seu ramo de atividade, do tipo de produto ou serviço que ela presta, entre outros.
Umas das classificações mais utilizadas é em relação à natureza jurídica da organização, por exemplo:
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LTDA
O termo LTDA, ou Sociedade Limitada, é usado para designar o tipo de empresa que exige uma escritura pública ou contrato social que define, entre outras coisas, quem são os sócios da empresa, quantos são e como as quotas de capital estão distribuídas entre eles. Por exemplo: uma empresa tem dois sócios, sendo que o primeiro detém 90% do capital da empresa, e o segundo, 10%. Na sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios está limitada à sua proporção no capital da empresa.
S.A.
A S.A., ou Sociedade Anônima, é um tipo de empresa onde o capital está distribuído em ações, e essas ações podem ser negociadas em bolsa de valores sem a necessidade de uma escritura pública. Em outras palavras, significa que uma pessoa, ao comprar ações de determinada empresa, torna-se sócia, mas isto não requer a sua inclusão no contrato social, como seria o caso na LTDA.
Nota: dentro desta classificação, temos as holdings, que surgiram no Brasil em 1976 com a Lei n.º 6.404, a Lei das Sociedades Anônimas. A terminologia utilizada vem do inglês to hold, que significa segurar, controlar, manter. É uma forma de sociedade criada com o objetivo de administrar um grupo de empresas (conglomerado). A holding administra e possui a maioria das ações ou cotas das empresas componentes de um determinado grupo.
ME
Microempresa. São consideradas micro e pequenas empresas a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário individual que estejam regularizados perante a Junta Comercial do estado e que se enquadrem na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
EPP
Empresa de Pequeno Porte. Ainda de acordo com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, para ser considera pequena empresa ou empresa de pequeno porte, ela deverá ter faturamento bruto anual superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
MEI
A mais nova modalidade de empresa no Brasil é o MEI, ou Microempreendedor Individual. É uma modalidade extremamente simplificada onde alguns tipos de profissionais podem abrir uma empresa pela internet pagando valores irrisórios para a formalização do seu negócio.
Agora que você conhece a classificação das empresas brasileiras, podemos afirmar que as organizações se localizam em determinado local em virtude de vários fatores, como:
a) Insumos (matérias-primas)
b) Atitudes e fatores da comunidade
c) Proximidade ao mercado consumidor
d) Facilidade de acesso e infraestrutura
e) Localização dos concorrentes
f) Incentivos fiscais
g) Colaboradores que já possuem qualificação profissional
h) Condições ambientais
Então, o nosso conteúdo sobre o escopo de uma organização será exemplificado por meio da instalação de um centro comercial em uma determinada região do país.
Desta forma, para fins ilustrativos, vamos escolher a localização do empreendimento em sua cidade. Você é quem deverá escolher o melhor bairro para a instalação de um centro comercial com uma área útil de 4 mil metros quadrados.
Será que este empreendimento pode ser classificado como um shopping center?
Vamos recorrer à classificação da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers). Ela considera como shopping center o empreendimento com uma área bruta locável superior a 5 mil metros quadrados, formado por diversas unidades comerciais e com uma administração única.
A seguir, conheça todas as classificações de shoppings da Abrasce.
	Classificação Abrasce por tipo de empreendimento
	Tipo
	Porte
	ABL
	Tradicional
	Mega
	Acima de 60.000 m²
	
	Regional
	De 30.000 a 59.999 m²
	
	Médio
	De 20.000 a 29.999 m²
	
	Pequeno
	Até 19.999 m²
	
	
	
	Especializado
Podem ser do tipo Outlet, Life Stile ou Temáticos
	Grande
	Acima de 20.000 m²
	
	Médio
	De 10.000 a 19.999 m²
	
	Pequeno
	Até 9.999 m²
Tabela 1 – Classificação dos tipos de empreendimento
Fonte: ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers.
Deacordo com a classificação da Abrasce, nosso empreendimento não é um shopping center.
Depois da classificação do empreendimento, precisamos que você, como profissional de meio ambiente, apresente o contexto em que o centro comercial será instalado. Para tanto, pesquise no site do IBGE Cidades as informações socioambientais de seu município. . Siga os passos:
1.º – Acesse a página <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php>
2.º – Escolha o seu estado
3.º – Escolha o seu município
Além disso, você também deverá descrever as informar ambientais do bairro em que será instalado o centro comercial, como:  
· O bairro é arborizado?
· Como é o saneamento ambiental no local? (Água potável, coleta e tratamento do esgoto, coleta de resíduos sólidos, drenagem urbana.)
· Nessa localização, o Plano Diretor do Município permite a instalação de empreendimentos comerciais?
· Como é a situação de violência no bairro?
· Há outras empresas do mesmo segmento?
· Há presença de indústrias próximo ao local?
· Há unidades de conservação ambiental?
· O licenciamento ambiental deste empreendimento é realizado pelo órgão local de meio ambiente (Secretaria Municipal de Meio Ambiente)?
Você, como profissional de meio ambiente e futuro gestor ambiental de uma empresa, deve saber que toda essa contextualização da localização do empreendimento está totalmente alinhada com os requisitos da norma ISO 14.001:2015. No item 4, subitem 4.1 – Entendendo a organização e seu contexto, referente ao contexto da organização, é expresso que:
A organização deve determinar questões externas e internas que sejam pertinentes para o seu propósito e que afetem sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos do seu sistema de gestão ambiental. Essas questões devem incluir as condições ambientais que afetam ou são capazes de afetar a organização.
A norma também definiu, no subitem 4.2 – Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas, que a organização deve determinar:
a) as partes interessadas que sejam pertinentes para o sistema de gestão ambiental;
b) as necessidades e expectativas pertinentes (ou seja, requisitos) dessas partes interessadas;
c) quais dessas necessidades e expectativas se tornam seus requisitos legais e outros requisitos.
Nota: neste item, cabe retomar o conceito de parte interessada estipulado de no item 3, subitem 3.1.6: pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada ou se perceber afetada por uma decisão ou atividade.
Exemplo: clientes, comunidades, fornecedores, regulamentadores, organizações não governamentais, investidores e funcionários.
É importante destacar que a parte interessada nem sempre estará localizada próximo ao local de instalação da empresa. Pode ser um consumidor em outro país, assim como um fornecedor de matéria-prima ou serviço também de outro estado ou país, que pode se perceber afetado pela organização.
Veja este exemplo:
Gunter Pauli, pesquisador que criou o conceito de Economia Azul, conta que ele estava com as melhores intenções atuando na redução do impacto da atividade humana com a criação de uma fábrica de detergentes biodegradáveis nos EUA, feitos com óleo de palma, extraídos das florestas de palma na Malásia.
Contudo, ao investigar o impacto ambiental da extração do óleo de palma, ele percebeu que a sua fábrica estava destruindo o habitat do orangotango, dada a procura da matéria-prima e a sua extração de forma a não considerar o impacto ambiental sob as partes interessadas.
Pesquise no site da revista Superinteressante a reportagem “Entenda como o óleo de palma está no seu dia a dia e prejudica florestas no mundo.” Disponível em: <http://super.abril.com.br>.
Agora que a sua organização já conhece o contexto no qual está inserida, vamos imaginar que o empreendedor já realizou todo o processo de licenciamento ambiental e obteve a licença prévia, a licença de instalação, a qual o autorizou a construir o empreendimento, e agora obteve a licença de operação que permitiu inaugurar o centro comercial.
Porém, este empreendimento foi todo planejado de forma sustentável e, antes do seu primeiro ano de funcionamento, o diretor desta unidade quer que ele seja certificado pela norma ISO 14.001:2015. Desta forma, um dos primeiros passos da empresa será atender ao subitem 4.3 da norma, onde deverá ser determinado o escopo do sistema de gestão ambiental. Para isso, a organização deve determinar os limites e a aplicabilidade do sistema de gestão ambiental, estabelecendo, assim, o seu escopo.
Vamos definir melhor o significado de escopo.
Conforme a Fundação Getulio Vargas, a definição de escopo está ligada ao gerenciamento de projetos. Assim:
A definição do escopo se segue ao entendimento dos objetivos do projeto, dos resultados esperados e à descrição sumária do trabalho a ser realizado.
Também podemos definir que o escopo compreende os processos, os serviços e os produtos de uma organização, bem como os locais, os departamentos, os setores e as divisões nos quais a organização aplica e desenvolve o seu SGA.
No nosso caso, foi definido que o escopo do SGA abrangerá todo o centro comercial. Podemos, também, estender ou reduzir o escopo de um empreendimento.
Obs.: no nosso caso, somente podemos estender o escopo se o Centro Comercial tiver outras filiais no estado ou no Brasil. A empresa poderá definir quais filiais serão certificadas com a ISO 14.001 e estruturar todo o sistema dentro de um único escopo.
Já no caso de uma grande indústria de automóveis que gostaria apenas de certificar o seu processo de fabricação de motores, por exemplo, não existe nenhuma restrição em definir isso no escopo de sua certificação. A organização deve expressar claramente qual é o escopo de abrangência da norma ISO 14.001 dentro de sua estrutura em seu manual de gestão ambiental, uma área da gestão de uma empresa.
Nota: o manual de gestão ambiental atende ao item A.7.5 da ISO 14.001:2015, que determina que toda a informação seja documentada, podendo ser em meio eletrônico.
O manual de gestão ambiental apresenta as características do sistema de gestão aplicado à organização em busca da sua sustentabilidade e define:
· visão e missão da empresa, sob o ponto de vista do SGA;
· objetivos, diretrizes e instrumentos pertinentes;
· responsabilidades dos agentes envolvidos para atender aos requisitos do SGA.
Por fim, a NBR ABNT ISO 14.001:2015 determina que esse escopo definirá que a organização deve considerar:
a) as questões externas e internas referidas em 4.1;
b) os requisitos legais e outros requisitos referidos em 4.2;
c) suas unidades organizacionais, funções e limites físicos;
d) suas atividades, produtos e serviços;
e) sua autoridade e capacidade de exercer controle e influência.
Uma vez definido o escopo, todas as atividades, os produtos e os serviços da organização dentro desse escopo precisam ser incluídos no sistema de gestão ambiental.
O escopo deve ser mantido como informação documentada e estar disponível para as partes interessadas.
Considerações: após a explanação sobre o escopo de uma organização para a certificação da ISO 14.001, percebemos que ele geralmente é delimitado pelo processo produtivo da empresa (seja na área da prestação de serviços ou em uma indústria). Conforme já vimos, a gestão ambiental é como uma área da gestão de uma empresa.
Nota: cabe destacar que, segundo a ABNT NBR ISO 14001:2015, o processo é como o conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam entradas em saídas.
Pesquise na internet dois manuais de SGA de organizações diferentes. Localize em cada um qual foi o escopo definido para a aplicação da norma ISO 14.001.
Referências bibliográficas
ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers. Disponível em: <http://www.portaldoshopping.com.br/>. Acesso em: 30 mar. 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2015: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
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FIESP. ISO 14001:2015:saiba o que muda na nova versão da norma. São Paulo, 2014.
PORTAL BRASIL. Diferenças entre tipos de empresas. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2011/11/diferencas-entre-tipos-de-empresas>. Acesso em: 30 mar. 2016.
RUMO SUSTENTÁVEL. Os segredos da economia azul. Entrevista com Gunter Pauli. Disponível: <http://www.rumosustentavel.com.br/os-segredos-da-economia-azul-entrevista-com-gunter-pauli/>. Acesso em: 30 mar. 2016.
Estrutura de políticas ambientais
A norma ISO 14001:2015 define os requisitos indispensáveis para um sistema de gestão ambiental (SGA). Um dos requisitos desta norma é que a organização defina uma política de gestão ambiental, comunique-a para seus colaboradores e disponibilize-a para as partes interessadas.
Primeiramente, precisamos alinhar alguns conceitos necessários para uma melhor compreensão das políticas ambientais.
Política ambiental
O conceito de política ambiental abarca a declaração de intenções e o compromisso assumido em relação a um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas por empresas e governos com o propósito de preservar o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável do planeta.
Princípios e valores ambientais
As políticas ambientais devem ser norteadas por princípios e valores ambientais que levem em consideração a sustentabilidade. Todos os parâmetros que orientarão a gestão ambiental em uma organização estão diretamente relacionados à política ambiental definida por ela.
Intenções e os compromissos
As intenções e os compromissos são sempre estabelecidos pelos níveis hierárquicos mais elevados, resultando em medidas que são responsáveis por mediar as condutas gerenciais e, por sua vez, fixar princípios de desempenho que servem de orientação para a organização como um todo.
Iso 14001
De acordo com a norma ISO 14001, a política ambiental serve para que possamos estabelecer um senso geral de orientação, fixando os princípios organizacionais da ação.
Importância da política ambiental
Atualmente, quase todos os governos e grandes empresas possuem políticas ambientais. Além de mostrar para os cidadãos e consumidores quais são os princípios ambientais seguidos, as políticas ambientais servem para minimizar os impactos ambientais gerados pelo crescimento econômico e urbano.
Estas políticas adotadas são, portanto, importantes instrumentos para a garantia de um futuro com desenvolvimento e preservação ambiental. São também fundamentais para o combate ao aquecimento global do planeta (verificado nas últimas décadas), para a redução significativa da poluição ambiental (ar, rios, solo e oceanos) e para a melhoria na qualidade de vida das pessoas (principalmente dos grandes centros urbanos).
A elaboração de uma política ambiental, após a análise do contexto interno e externo da organização, deve ser o primeiro passo na implantação de um SGA baseado na norma ISO 14001.
A política ambiental declarada será o direcionador de todo o processo seguinte, juntamente com a definição de requisitos a serem atendidos e o mapeamento dos impactos ambientais gerados. Após, serão definidas as metas, os controles ambientais, a definição de autoridade, as competências dos colaboradores e a elaboração de documentos.
A política ambiental deve ser amplamente comunicada às partes internas e externas da organização para que todos possam compreender e se comprometer em atendê-la.
Compromisso da política ambiental
A norma ISO 14001 recomenda que uma política ambiental deva ser estabelecida, implementada e mantida pela alta direção em consonância com o escopo definido para o SGA.
A versão ISO 14001:2015 especifica três compromissos básicos que devem estar contemplados na política ambiental da organização: a proteção ao meio ambiente, o atendimento a requisitos legais e outros requisitos e o fortalecimento do seu desempenho ambiental.
Esses três compromissos são abordados em requisitos específicos ao longo de toda a norma com a finalidade de que o SGA seja implementado e mantido de forma coerente e robusta.
A definição da política ambiental terá como base o entendimento do contexto da organização, com o envolvimento da alta direção neste processo.
Com relação à sua estruturação, pode-se dizer que as políticas ambientais, ao longo da história, foram sendo desenvolvidas de forma empírica. Não raro, elas eram baseadas nas políticas de outras organizações, traduzindo-se, muitas vezes, em textos constituídos por frases de efeito, sem que houvesse uma relação intrínseca com as práticas.
Uma abordagem participativa na construção da política ambiental pode constituir-se em uma excelente alternativa para evitar a definição de um documento sem objetividade e totalmente desvinculado dos interesses das partes (todos os afetados pela organização e suas políticas interna e externamente).
Para ampliar o entendimento sobre a estrutura básica que uma política ambiental em consonância com o item 5.2 da ISO 14001:2015, devemos levar em consideração alguns elementos obrigatórios.
Elementos obrigatórios na estrutura de uma política ambiental
a) Apropriação
A política ambiental deverá ser adequada ao propósito e ao contexto da organização, abarcando as necessidades do negócio, suas estratégias, o ambiente em que opera, o contexto competitivo do setor no qual atua, a disponibilidade de recursos etc. Além disso, deverá incluir a natureza, a escala e os impactos ambientais de suas atividades, seus produtos e seus serviços.
b) Objetivos ambientais
Os objetivos ambientais são os propósitos, determinados pela organização, com relação aos aspectos e impactos ambientais significativos e ao atendimento dos requisitos legais e de outros requisitos à luz da política ambiental estabelecida. É preciso ter em vista as opções tecnológicas e os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis.
Os objetivos e as metas estabelecidos visam especialmente à redução do impacto ambiental.
Conceitualmente, consideramos objetivo ambiental como um alvo ambiental global (o que se quer atingir), fundamentado na política ambiental que a empresa estabelece para que ela própria alcance.
Exemplos de objetivos ambientais:
· Reduzir os resíduos sólidos
· Reduzir/eliminar lançamentos de poluentes no sistema hídrico
· Projetar produtos com o mínimo impacto ambiental
· Promover a conscientização ambiental de empregados, comunidade etc.
c) Metas ambientais
São os resultados esperados e, sempre que possível, determinados ou estimados de modo quantitativo, quanto ao atendimento dos objetivos definidos no âmbito do SGA da organização. As metas devem ter a capacidade de indicar claramente se os objetivos foram ou não alcançados. Ao final, o atendimento às metas estabelecidas levará às conclusões sobre melhoria do desempenho ambiental da organização, demonstrando se o SGA está funcionando.
Consideramos meta ambiental (quanto se quer atingir) como um requisito detalhado de desempenho ambiental passível de ser quantificado e praticado, aplicável à organização ou à parte dela, decorrente dos objetivos ambientais.
A meta deve ser proposta e quantificada por meio de um indicador (medição da meta). Quando atingido o indicador, a meta será considerada alcançada e, assim, estará cumprido determinado objetivo.
Exemplos de indicadores:
· Quantidade de resíduos por tonelada de produtos
· Porcentagem de rejeitos reciclados
· Porcentagem de uso de material reciclado na embalagem
· Concentração de poluentes em efluentes, emissões gasosas etc.
· Investimento em proteção ambiental (R$)
· Quantidade ou eficiência no uso de energia
· Quantidade ou eficiência no uso de matéria-prima
· Investimentos em proteção ambiental (R$)
d) Proteção ao meio ambiente
Uma das mudanças-chave trazidas pela norma ISO 14001:2015 é que a política ambiental da organização deverá conter um compromisso com a “proteção do meio ambiente”, incluindo a prevenção da poluição e outras questões relevantes relacionadas ao contexto da organização.
Esta nova premissa surge porque as organizações estão sendo cada vez mais afetadas pelo ambiente em que operam. Por exemplo,são afetadas no que tange à disponibilidade de recursos, à qualidade do ar e da água e aos impactos associados à mudança climática, etc.
Desta forma, o compromisso da organização com a proteção do meio ambiente está relacionado com a sua própria competitividade e com a sustentabilidade do negócio ao longo do tempo. Como a organização se comprometerá com a proteção do meio ambiente dependerá de suas atividades, seus bens e serviços, sua localização e o contexto em que está inserida.
Ou seja, a definição da política ambiental conterá em sua base o conhecimento e o entendimento do contexto no qual está inserida a organização. Será a alta direção a responsável pela condução e pelo apoio a este processo.
Exemplos de compromissos relacionados à proteção do meio ambiente:
· Prevenção da poluição – Contempla a eliminação ou redução, passando por design e uso eficiente de recursos e materiais, reutilização, reciclagem, recuperação.
· Proteção da biodiversidade, dos habitats e dos ecossistemas – Acontece por meio da conservação direta no local, das compensações ou, indiretamente, através do processo de compra (como a compra de materiais de fontes sustentáveis, por exemplo).
· Mitigação das mudanças climáticas – Evitar ou reduzir as emissões de gases de efeito estufa da organização.
e) Atendimento aos requisitos
Após a identificação dos aspectos e impactos ambientais e definida sua importância relativa, a organização deve levantar os requisitos legais aplicáveis às suas atividades, além de outros requisitos, tais como normas, códigos e princípios setoriais.
No caso de não haver requisitos legais e/ou outros regulamentos aplicáveis, a organização deve estabelecer critérios de desempenho ambiental. Requisitos são critérios obrigatórios a serem adotados pela organização para gerenciar determinados aspectos e impactos ambientais, de um modo geral, significativos.
Os critérios legais são denominados requisitos legais na norma ISO 14001:2015, sendo fundamentados na legislação ambiental aplicável à organização, o que depende de sua localização e respectivas condições ambientais, de seu porte e da natureza de seus processos, produtos e serviços.
Segundo a ISO 14001:2015, a legislação aplicável deve estar sempre atualizada para que a organização não ocorra o risco de deixar de cumprir algum requisito legal aplicável, seja por falta de conhecimento, seja por desorganização de seus registros.
É aconselhável que haja um setor responsável por identificar as alterações nos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis ao desempenho ambiental da organização. Este mesmo setor deve criar um banco de dados com as informações, permitindo o acesso rápido aos requisitos.
Devem ser indicados, ainda, a que aspectos ambientais da organização os requisitos legais estão associados. Caso a organização não tenha estrutura para manter um departamento jurídico, uma organização especializada em direito ambiental pode ser contratada para realizar as atualizações dos requisitos legais ligados às atividades da organização.
Resumidamente, o termo “requisitos legais e outros requisitos” contempla as obrigações legais e outros requisitos mandatórios que a empresa é obrigada a cumprir (leis, decretos, licenças, tratados, convenções, protocolos etc.). Também contempla os compromissos voluntários que a organização escolhe adotar (acordos com clientes, governo, comunidade e organizações não governamentais, princípios voluntários e códigos de conduta, obrigações derivadas de arranjos contratuais, requisitos organizacionais etc.).
Os requisitos ambientais legais aplicáveis à sua operação podem incluir:
· Requisitos legais nacionais e internacionais
· Requisitos legais federais, estaduais e municipais
Se a organização subscreve outros requisitos, ou seja, aceita obedecer a outros critérios técnicos além dos critérios legais, esses deverão ser identificados e atendidos no âmbito do SGA. Como, por exemplo:
· Acordos com autoridades públicas
· Acordos com clientes
· Diretrizes de natureza não regulamentar
· Normas e princípios voluntários ou códigos de prática
· Rotulagem ambiental voluntária ou compromissos de administração do produto
· Requisitos de associações de classe
· Acordos com grupos comunitários ou organizações não governamentais
· Compromissos públicos da organização ou de sua matriz
· Requisitos corporativos relacionados à organização
f) Melhoria contínua
É um processo recorrente de se avançar com o sistema da gestão ambiental com o propósito de atingir o aprimoramento do desempenho ambiental geral, coerente com a política ambiental da organização.
A ISO 14001:2015 traz maior ênfase no fortalecimento do desempenho ambiental e define que este é um dos resultados esperados com a implementação do SGA. Ou seja, a organização deverá demonstrar, por meio de critérios e indicadores apropriados, que obteve melhorias em seu desempenho ambiental.
A melhoria contínua do SGA é um meio para alcançar o fortalecimento do desempenho ambiental.
Como recomendação geral, as organizações devem determinar que informações elas precisam para avaliar o desempenho ambiental e a eficácia. Trabalhar regressivamente a partir da “necessidade de informações” para determinar o que medir e monitorar quando, quem e como. Existem, agora, exigências detalhadas na subcláusula 9.1.2 da norma, sobre a avaliação de conformidade, especialmente a exigência de manter “conhecimento e entendimento de seu status de cumprimento com as obrigações de conformidade”.
Também devem ser conduzidas auditorias internas em intervalos planejados com análises de gestão acontecendo para analisar o sistema de gestão da organização e garantir sustentabilidade, adequação e eficácia continuadas.
Este processo culmina na revisão do sistema pela alta direção, procedendo à análise dos resultados do monitoramento de dados e indicadores sobre o desempenho da organização.
É efetuada a avaliação global da eficácia do SGA para atingir os objetivos traçados, revendo os aspectos não adequados. Esta fase constitui a oportunidade para a organização avançar, traçando novos e mais ambiciosos objetivos e metas de desempenho ambiental.
Exemplos de critérios de desempenho da organização:
· Gestão de contratos
· Treinamento e responsabilidade dos empregados
· Aquisição de novas áreas ou instalações
· Encerramento de atividades
· Conservação de recursos
· Gestão de resíduos
· Produtos perigosos
· Gerenciamento da água (águas servidas, pluviais, subterrâneas)
g) Documentação
A política ambiental também deve ser mantida documentada e atualizada.
A documentação da política ambiental, além de ser um item mandatário da ISO 14001, também é essencial ao processo de sua implementação por representar uma série de vantagens, tais como:
· Permitir a todos os integrantes da organização saber das intenções da alta chefia, evitando a ocorrência de distorções comuns em comunicados verbais por meio dos diferentes níveis hierárquicos
· Possibilitar que as partes interessadas, principalmente externas, conheçam a política
· Estimular o processo de reflexão sobre a política ambiental antes de formulá-la, o que leva a um maior comprometimento, bem como metas mais realistas e passíveis de serem cumpridas
· Evitar o surgimento de políticas informais, confeccionadas pelos níveis hierárquicos mais baixos, que podem ser contraditórias com relação às intenções da alta administração
· Permitir às auditorias ter um ponto de partida em relação aos itens a serem verificados
h) Comunicação
Deve ser comunicada a todos os que trabalhem na organização ou que atuem em seu nome e estar disponível para o público interessado.
Isso inclui os prestadores de serviço que trabalhem nas instalações da organização, com os quais a comunicação da política pode se dar de formas alternativas, tais como regras, diretrizes e procedimentos. Pode, neste caso, incluir somente as partes da política pertinentes aos prestadores de serviços.
Convém que seja suficientemente clara para o entendimento das partes interessadas.
Também é necessário que seja revista periodicamente

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