Prévia do material em texto
Universidade Federal do Rio de Janeiro O EMPREGO DE ESTACA RAIZ COMO ALTERNATIVA DE FUNDAÇÃO PARA A LINHA DE TRANSMISSÃO 800 kV XINGU-ESTREITO – LOTE I LUIS FELIPE DE ARAGÂO TORQUATO Janeiro de 2017 ii O EMPREGO DE ESTACA RAIZ COMO ALTERNATIVA DE FUNDAÇÃO PARA A LINHA DE TRANSMISSÃO 800 kV XINGU-ESTREITO – LOTE I Luis Felipe de Aragão Torquato Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Fernando Artur Brasil Danziger Rio de Janeiro Janeiro de 2017 iii O EMPREGO DE ESTACA RAIZ COMO ALTERNATIVA DE FUNDAÇÃO PARA A LINHA DE TRANSMISSÃO 800 kV XINGU-ESTREITO – LOTE I Luis Felipe de Aragão Torquato PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. Aprovada por: Prof. Fernando Artur Brasil Danziger, D.Sc. (Orientador) Prof.ª Flávia Moll de Souza Judice, D. Sc Prof. Ricardo Valeriano Alves, D. Sc. Prof. Claudio Pereira Pinto, M. Sc. (CEFET – RJ) RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL JANEIRO DE 2017 iv Torquato, Luis Felipe de Aragão O emprego da estaca raiz como alternativa de fundação para a linha de transmissão 800 kV CC Xingu-Estreito Lote I / Luis Felipe de Aragão Torquato. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017. IX, 104 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Fernando Artur Brasil Danziger Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2017. Referências Bibliográficas: p. 101-103. 1. Linha de transmissão 2. Fundação 3. Estaca raiz 4. Custo de fundação. I. Danziger, Fernando Artur Brasil. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. O Emprego de estaca raiz como alternativa de fundação para a linha de transmissão 800 kV CC Xingu-Estreito LOTE I v Agradecimentos Aos meus pais, por todo amor incondicional, e aos sacrifícios para me proporcionar uma vida confortável e a possibilidade de buscar os meus sonhos. À minha irmã, por todos os conselhos e ser meu porto seguro em momentos adversos. Aos professores da UFRJ, pelo seu empenho e dedicação no trabalho, buscando sempre promover o melhor dos alunos da Escola Politécnica da UFRJ. Aos grandes amigos que o curso me proporcionou, por terem feito parte do dia-a-dia desta conquista, dentro e fora da faculdade. Em especial a Andrea Zebulun Ades, por ter sido uma pessoa maravilhosa, que me deu força para manter o foco durante momentos adversos. Aos demais amigos, que sempre me proporcionaram inúmeros momentos valiosos. Aos companheiros de profissão, que me ajudaram na caminhada da minha formação profissional. Aos colegas da Tecnosolo, agradeço a oportunidade, de compartilhar as experiências práticas da Engenharia Geotécnica no início da minha carreira profissional. Agradeço em especial ao professor José Luiz Couto e Júlio Lima. vi Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Engenheiro Civil. O EMPREGO DE ESTACA RAIZ COMO ALTERNATIVA DE FUNDAÇÃO PARA A LINHA DE TRANSMISSÃO 800 kV XINGU-ESTREITO – LOTE I Luis Felipe de Aragão Torquato Janeiro 2017 Orientador: Fernando Artur Brasil Danziger Curso: Engenharia Civil RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar o emprego de estaca raiz como alternativa de fundação para a LT 800 kV CC Xingu-Estreito-Lote I, inicialmente projetada em fundação direta. Devido às características geológicas, topográficas, climáticas e da infraestrutura viária da região, a execução das fundações das torres em estaca raiz mostrou-se um processo executivo atrativo, proporcionando redução de quantitativo de material e do prazo de execução da obra, em comparação a solução original. Palavras-chave: Linhas de transmissão, Belo Monte, Fundações, custo de fundações, Estacas raiz vii Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer. Luis Felipe de Aragão Torquato January 2017 Advisor: Fernando Artur Brasil Danziger Course: Civil Engineering ABSTRACT The present work aims to propose the use of micro-pile as a foundation alternative for the 800 kV CC Xingu-Estreito-Lote I, initially designed in a shallow foundation. Due to the geological, topographical, climatic and road infrastructure characteristics of the region, the execution of the foundations of the micro-pile showed an attractive executive process, providing reduction of material quantity and the execution time of the work, in comparison to the original solution . Keywords: Transmission lines, Belo Monte, Foundation, foundation cost, Micro-Pile. viii Sumário 1 Introdução .............................................................................................................. 1 1.1 Justificativa ..................................................................................................... 2 2 Linhas de Transmissão de energia e Parâmetros básico de projeto ...................... 3 2.1 Finalidade de uma linha de transmissão ......................................................... 3 2.2 Quanto ao tipo de transmissão ....................................................................... 3 2.3 Composição de uma Linha de Transmissão ................................................... 4 2.3.1 Estruturas ................................................................................................ 4 2.3.2 Fundações ............................................................................................... 7 2.4 Parâmetros de projeto – Carregamentos ........................................................ 7 2.5 Parâmetros de projeto - Levantamento de campo .......................................... 8 2.5.1 Escolha e implementação do traçado ...................................................... 8 2.5.2 Levantamento topográfico ....................................................................... 8 2.5.3 Dados meteorológicos ............................................................................. 9 2.5.4 Dados geotécnicos .................................................................................. 9 3 Obra LT Xingu-Estreito – LOTE I ........................................................................ 10 3.1 Localização................................................................................................... 10 3.2 Vegetação .................................................................................................... 12 3.3 Clima ............................................................................................................ 12 ix 3.4 Rede rodoviária e vias de acesso ................................................................. 13 3.5 Logística ....................................................................................................... 15 3.5.1 Gargalos na logística ............................................................................. 15 3.6 Modelos de torres ......................................................................................... 17 3.7 Silhueta torre autoportante ........................................................................... 17 3.8 Silhueta torre estaiada .................................................................................. 20 3.9 Campanha de Sondagem .............................................................................21 3.10 Parâmetros de Projeto .................................................................................. 25 3.11 Solicitações nas fundações .......................................................................... 25 3.12 Tabela de tipificação ..................................................................................... 26 4 Projeto de Fundação Original – Fundação direta ................................................. 27 4.1 Apresentação das fundações utilizadas ........................................................ 27 4.2 Levantamento de materiais – Fundação direta ............................................. 30 4.3 Escavação da cava de fundação .................................................................. 31 4.4 Reaterro compactado- Etapa crítica na execução de fundação direta .......... 33 5 Emprego de estaca raiz ....................................................................................... 38 5.1 Definição e histórico ..................................................................................... 38 5.2 Cálculo do estaqueamento ........................................................................... 39 5.2.1 Método de Schiel ................................................................................... 39 5.2.2 Resultado do estaqueamento ................................................................ 45 x 5.3 Dimensionamento estrutural das estacas ..................................................... 52 5.4 Bloco de coroamento .................................................................................... 54 5.4.1 Cálculo pela teoria da flexão – (CEB – Boletim 73 – 1970) .................... 56 5.4.2 Dimensionamento torre EL81 e EM81 ................................................... 60 5.4.3 Torre SM81 ........................................................................................... 62 5.4.4 Torre SA81 e SP8 ................................................................................. 63 5.4.5 Torre AM8 ............................................................................................. 65 5.5 Capacidade de carga axial ........................................................................... 67 5.5.1 Capacidade de carga à compressão - Método Aoki-Velloso modificado por Monteiro 69 5.5.2 Capacidade de carga à tração ............................................................... 71 5.5.3 Avaliação do carregamento transversal máximo .................................... 72 5.5.4 Efeito carregamento assimétrico sobre solo mole e atrito negativo ........ 76 5.6 Comprimento médio das estacas .................................................................. 77 5.7 Perfuração do estais – Tirantes injetados ..................................................... 77 5.7.1 Definição e histórico .............................................................................. 77 5.7.2 Dimensionamento da ancoragem .......................................................... 80 6 Verificação de desempenho ................................................................................ 83 6.1 Descrição dos ensaios e quantidade ............................................................ 83 6.2 Prova de carga estática à tração, principais conceitos e recomendações. .... 84 xi 6.3 Ensaio de arrancamento dos estais .............................................................. 87 7 Quantitativos e comparações............................................................................... 88 7.1 Argamassa e concreto .................................................................................. 88 7.2 Comparação do tempo necessário de execução .......................................... 90 7.2.1 Projeto original ....................................................................................... 90 7.2.2 Projeto Estaca raiz................................................................................. 93 7.3 Estimativa de custo ....................................................................................... 95 8 Conclusões e sugestões para pesquisas futuras ................................................. 99 9 Referência Bibliográfica ..................................................................................... 101 xii LISTA DE FIGURAS Figura 1-1: LT 800 kV Xingu-Estreito (BMTE,2016) ...................................................... 1 Figura 2-1: Componentes de uma LT. (Furnas, 2012) .................................................. 4 Figura 2-2: Modelo de torre autoportante. (Furnas, 2012) ............................................. 5 Figura 2-3: Modelo padrão de torre estaiada. (Furnas, 2012) ....................................... 6 Figura 3-1: Localização do LOTE I (Sepco 1, 2016) ................................................... 11 Figura 3-2: Curva de Precipitação Mensal-2015. (INMET, 2015) ................................ 13 Figura 3-3: Veículo atolado na Rodovia Transamazônica ........................................... 14 Figura 3-4: Stub ancorado no bloco ............................................................................ 18 Figura 3-5: Representação do Stub (Planta) ............................................................... 19 Figura 3-6: Representação da locação do Stub (Corte) .............................................. 19 Figura 3-7: Locação dos Estais ................................................................................... 20 Figura 3-8:Sondagem representativa do lote I – 60% das sondagens recebidas. (Sepco 1, 2016) ...................................................................................................................... 22 Figura 3-9:Sondagem representativa do lote I – 20% das sondagens recebidas. (Sepco 1 , 2016) ..................................................................................................................... 23 Figura 3-10:Sondagem representativa do lote I – 20% das sondagens recebidas. (Sepco 1 , 2016) ..................................................................................................................... 23 Figura 4-1: Solução em fundação direta para os estais (Corte). ................................. 27 Figura 4-2: Solução em fundação direta para os estais (Planta). ................................ 28 Figura 4-3: Vista isométrica da viga pré-moldada. ...................................................... 28 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244519 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244519 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244520 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244520 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244521 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244521 xiii Figura 4-4: Conjunto sapata - placa de concreto para o mastro da torre estaiada. ..... 29 Figura 4-5: Sapata torre autoportante. ........................................................................ 29 Figura 4-6: Seção do volume escavado ...................................................................... 32 Figura 4-7: Superfície de ruptura em solos com reaterro bem compactado. (Fonte: Garcia,2005) ............................................................................................................... 34 Figura 4-8: Superfície de ruptura em soloscom reaterro mal compactado. (Fonte: Garcia,2005) ............................................................................................................... 34 Figura 4-9: Curva de compactação ............................................................................. 35 Figura 4-10: Compactador mini pé de carneiro. (Fonte: www.soluguel.com.br) .......... 36 Figura 4-11: Compactador tipo sapo. (Fonte: www.soluguel.com.br) .......................... 36 Figura 5-1: Equipamento de perfuração - Estaca raiz ................................................. 39 Figura 5-2: Representação dos eixos e ângulos. (Santa Maria,2007) ......................... 41 Figura 5-3: Definição do vetor pi. (Santa Maria, 2007) ................................................ 42 Figura 5-4: Exemplos de estaqueamentos degenerados. (Alonso,2012) .................... 44 Figura 5-5: Referencial das ações .............................................................................. 45 Figura 5-6: Locação do estaqueamento - Torres EL81 e EM81 .................................. 46 Figura 5-7: Locação do estaqueamento - Torre SM81 ................................................ 48 Figura 5-8: Locação do estaqueamento - Torre SA81 e SP8 ...................................... 49 Figura 5-9: Locação do estaqueamento - Torre AM8 .................................................. 51 Figura 5-10: Condição para a utilização do método CEB-70. (Fonte: Oliveira ,2009) .. 56 xiv Figura 5-11: Seção de dimensionamento S1. (Oliveira,2009) ..................................... 57 Figura 5-12: Seção de dimensionamento S2. (Oliveira,2009) ..................................... 58 Figura 5-13: Seção de dimensionamento para cisalhamento local. (Oliveira,2009) .... 59 Figura 5-14: Forma torre EL81 e EM81 ...................................................................... 60 Figura 5-15: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre EL81 e EM81 ................. 61 Figura 5-16: Detalhamento bloco - Torre EL81 e EM81 .............................................. 61 Figura 5-17: Forma Torre SM81 ................................................................................. 62 Figura 5-18: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre SM81 .............................. 62 Figura 5-19: Detalhamento bloco- Torre SM81 ........................................................... 63 Figura 5-20: Forma Torre- SA81 e SP8 ...................................................................... 63 Figura 5-21: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre SA81 e SP8 .................... 64 Figura 5-22: Detalhamento bloco - Torre SA81 e SP8 ................................................ 65 Figura 5-23: Forma - Torre AM8 ................................................................................. 65 Figura 5-24: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre AM8................................ 66 Figura 5-25: Detalhamento bloco - Torre AM8 ............................................................ 67 Figura 5-26: Mecanismo de ruptura de uma estaca. (Danziger,2014) ......................... 73 Figura 5-27: Estaca curta em argila. (Danziger,2014) ................................................. 74 Figura 5-28: Estaca longa em argila. (Danziger,2014) ................................................ 75 Figura 5-29: Estaca curta em areia. (Danziger,2014) .................................................. 75 Figura 5-30: Estaca longa em areia. (Danziger,2014) ................................................. 76 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244547 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244548 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244550 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244551 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244552 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244553 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244555 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244556 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244557 xv Figura 6-1: Montagem prova de carga à tração .......................................................... 85 Figura 7-1: Etapas de serviço – Projeto Original ......................................................... 90 Figura 7-2: Etapas de execução - Estaca raiz ............................................................. 93 xvi LISTA DE TABELAS Tabela 3-1: Informações básicas das torres.(Sepco 1,2016) ...................................... 17 Tabela 3-2: Tabela de locação dos stubs - Torre SA81.(Sepco 1,2016) ..................... 18 Tabela 3-3: Locação dos Estais. (Sepco 1, 2016) ....................................................... 20 Tabela 3-4: Resumo Campanha de Sondagem. (Sepco 1) ......................................... 21 Tabela 3-5: Parâmetro dos Solos I a IVS. (Sepco 1, 2016) ......................................... 25 Tabela 3-6: Parâmetro em Rocha. (Sepco 1, 2016) .................................................... 25 Tabela 4-1: Dimensões mínimas e máximas das fundações direta. (Sepco 1, 2016) .. 30 Tabela 4-2: Volume de concreto (m³) - Torre x Tipo de Solo ....................................... 30 Tabela 4-3: Quantidade de aço (kg)– Torre x Solo ..................................................... 31 Tabela 4-4: Volume de escavação em m³ ................................................................... 33 Tabela 4-5: Volume de reaterro compactado em m³ ................................................... 37 Tabela 4-6: Quantidade de sacos de cimento (50kg) para reaterro solo-cimento ........ 37 Tabela 4-7: Resumo dos insumos............................................................................... 37 Tabela 5-1: Carregamentos no topo do bloco – Torre EL81 ....................................... 46 Tabela 5-2: Resultado do estaqueamento - Torre EL81 .............................................. 46 Tabela 5-3: Carregamentos no topo do bloco - Torre EM81 ....................................... 47 Tabela 5-4: Resultados do estaqueamento - Torre EM81 ........................................... 47 Tabela 5-5: Carregamentos no topo do bloco - Torre SM81 ....................................... 47 Tabela 5-6: Resultado estaqueamento - Torre SM81 .................................................. 48 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244567 xvii Tabela 5-7: Carregamento no topo do bloco - Torre SA81 .......................................... 49 Tabela 5-8: Resultado do estaqueamento - Torre SA81 ............................................. 49 Tabela 5-9: Carregamento no topo do bloco- Torre SP8 ............................................. 50 Tabela 5-10: Resultado do estaqueamento - Torre SP8 ............................................. 50 Tabela 5-11: Carregamento no topo do bloco - AM8................................................... 50 Tabela 5-12: Resultado do estaqueamento - Torre AM8 ............................................. 51 Tabela5-13: Armadura das estacas ........................................................................... 53 Tabela 5-14: Parâmetros método Aoki-Velloso modificado por Monteiro. (Velloso e Lopes, 2010) ............................................................................................................... 70 Tabela 5-15: Comprimento mínimo de embutimento................................................... 71 Tabela 5-17: Comprimento estacas por torre .............................................................. 77 Tabela 5-18: Coeficiente de ancoragem kf (NBR 5629:2006) ..................................... 81 Tabela 5-19: Comprimento mínimo de ancoragem dos tirantes (em metros) .............. 82 Tabela 6-1: Quantidade de provas de carga: Tabela 6 da NBR 6122:2010 ............... 84 Tabela 7-1: Quantidade de concreto – Bloco de coroamento ...................................... 88 Tabela 7-2: Quantidade de insumos - Estaca raiz e estais ......................................... 88 Tabela 7-3: Quantidade de aço – Bloco de coroamento e estacas ............................. 89 Tabela 7-4: Perfuração - Estacas................................................................................ 89 Tabela 7-5: Perfuração - Estais .................................................................................. 89 Tabela 7-6: Volume de escavação e reaterro ............................................................. 89 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244592 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244592 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244594 xviii Tabela 7-7: Tabela TCPO-13 edição - Escavação ...................................................... 91 Tabela 7-8: Tabela TCPO-13 edição - Reaterro .......................................................... 91 Tabela 7-9: Tabela TCPO-13 edição - Forma ............................................................. 92 Tabela 7-10: Tabela TCPO-13 edição - Armadura ...................................................... 92 Tabela 7-11: Tabela TCPO-13 edição - Concreto ....................................................... 92 Tabela 7-12: Estimativa de tempo para execução de uma sapata - Projeto Original ... 93 Tabela 7-13: Estimativa de tempo para execução de uma perna - Projeto estaca raiz 94 Tabela 7-14: Itens tabela SINAPI - 2016 - PA ............................................................. 97 Tabela 7-15: Estimativa de custo - Projeto Original......... Erro! Indicador não definido. Tabela 7-16: Custo Projeto Estaca raiz ........................... Erro! Indicador não definido. Tabela 7-17: Resumo custo ........................................................................................ 98 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244606 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244610 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244612 file:///C:/Users/luis%20felipe/Desktop/Engenharia/UFRJ/Projeto%20Final/Projeto%20Final%20Luis%20Felipe%20Torquato%20Rev_12.docx%23_Toc474244613 1 1 Introdução Com o crescimento do PIB Brasileiro nos últimos anos, foi necessária a criação de ofertas mais econômica de energia para suprir a demanda de crescimento correspondente. Com isso, foi concebido o complexo de usinas de Belo Monte, com aproximadamente 11.200 MW de energia ofertada, ficando apenas atrás das usinas de Itaipu e da Chinesa Três Gargantas. (BMTE, 2016) Para escoar essa oferta de energia do norte do país para o sudeste (maior mercado consumidor), encontra-se em fase de construção a Linha de Transmissão (LT) 800 kV CC Xingu-Estreito. O início da linha é situado no estado do Pará, nas proximidades do rio Xingu, e o final na usina hidrelétrica Luís Carlos Barreto, mais conhecida como Usina de Estreito, próximo ao munícipio de Pedregulho, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo.( BMTE, 2016). A linha de transmissão intercepta 65 municípios de quatro estados Brasileiros: Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais, ao longo de aproximadamente 2000km de extensão. A Figura 1-1 representa graficamente a extensão da linha. Figura 1-1: LT 800 kV Xingu-Estreito (BMTE,2016) 2 O presente trabalho consiste no estudo de alternativa de fundação em estaca raiz como substituição às fundações diretas projetadas para o primeiro lote da linha. Este lote possui 259 km de extensão, contemplando 516 torres, localizado no sudoeste do estado do Pará. O trecho apresentado neste trabalho tem como uma caraterística marcante a região onde se encontra. Situado numa região do bioma Amazônico, onde o clima é famoso pelas fortes chuvas que caem durante o período de novembro até meados de abril. Vale também ressaltar como característica da região a escassez de mão-de-obra qualificada, as péssimas condições viárias que atrapalham a logística da obra, e também a dificuldade de se encontrar fornecedores para os mais diversos serviços e produtos. 1.1 Justificativa O projeto original da LT contemplava fundações em sapatas, no caso das torres autoportantes, e viga prés-moldadas, no caso dos estais das torres estaiadas. Estas soluções demandam um controle de compactação muito eficiente do reaterro, uma vez que a capacidade de carga à tração é altamente influenciada pela resistência deste material. Há portanto, necessidade de fiscalização adequada. Esse aspecto executivo é agravado pela questão climática da região, aonde a compactação seria muito dificultada em estação chuvosa. A solução em estaca raiz representa, portanto, a viabilização da execução da obra, uma vez que pode ser executada mesmo em estação chuvosa. Além dessa vantagem significativa, ainda representou uma solução mais rápida e econômica. 3 2 Linhas de Transmissão de energia e Parâmetros básico de projeto 2.1 Finalidade de uma linha de transmissão Segundo o manual de construções de linhas de transmissão (LT), noções de projeto e construção (Furnas, 2012) “uma linha de transmissão tem por finalidade transportar, em forma de energia elétrica, a energia proveniente de fontes diversas, tais como: hidráulica, nuclear, térmica, etc., até o ponto em que é convertida na forma desejada, seja luz, calor, energia mecânica ou química” “Num sistema de transmissão, uma LT pode ter as seguintes funções: Transmitir a energia da fonte de geração até o centro de carga; Interligar vários sistemas de transmissão, permitindo o intercâmbio de energia, e em caso de emergência, manter em condições de suprimento a parte afetada; Permitir a otimização da geração das diversas usinas de um sistema interligado” 2.2 Quanto ao tipo de transmissão Quanto ao tipo de transmissão, pode ser em corrente contínua (CC) ou corrente alternada (CA). A LT de CC tem como vantagem, sobre as de CA, reduzidas perdas na transmissão e menores custos para uma mesma potência transmitida. Essas linhas de CC somente são utilizadas para transportar grandes blocos de potência à grandes distâncias ou para interligar sistemas de frequências diferentes, face aos elevados custos dos equipamentos terminais, (Furnas,2012). 4 2.3 Composição de uma Linha de Transmissão Basicamente, uma LT é constituída por cabos condutores por meio dos quais é transportada a energia. Os condutores são nus (sem isolamento) e são suspensos do solo através de estruturas. Os condutores são isolados das estruturas pormeio de cadeias de isoladores. A Figura 2-1 ilustra os principais componentes de uma linha de transmissão.(Furnas, 2012). Figura 2-1: Componentes de uma LT. (Furnas, 2012) 2.3.1 Estruturas As estruturas, quanto à transferência dos esforços para o solo, podem ser autoportantes ou estaiadas. Nas estruturas autoportantes, os pés da torre são responsáveis pela transferência dos esforços para a fundação. A Figura 2-2 representa um modelo de torre autoportante. (Furnas, 2012). 5 Nas estruturas estaiadas, os esfoços de compressão são transmitidos para a fundação através do mastro central. Os esforços de tração são transmitidos através dos estais. A Figura 2-3 representa o modelo de torre estaiada. Figura 2-2: Modelo de torre autoportante. (Furnas, 2012) 6 Figura 2-3: Modelo padrão de torre estaiada. (Furnas, 2012) Torres autoportantes são usadas em locais onde há limitação de espaço para a faixa de domínio da LT ( Danziger et al, 2016). As torres estaiadas têm a vantagem de serem mais leves e, por consequência, mais econômicas. Precisam de grande áreas para a sua instalação devido à distância em que os estais ficam afastados do eixo da torre. São indicadas em locais onde não há interferência ao redor da praça de montagem, e em locais de pequena inclinação do terreno (Furnas, 2012 ; Danziger et al, 2016). 7 2.3.2 Fundações Uma característica que difere as fundações de LTs das obras tradicionais (como, por exemplo, edificações) são as elevadas cargas de tração. No caso ora estudado, por ser uma linha de 800 kV, as torres possuem dimensões elevadas e maior quantidade de cabos, resultando esforços nas fundações mais elevados que em estruturas de menor porte. Além disso, uma linha de transmissão envolve um número muito elevado de fundações, não concentradas em um mesmo local. No caso ora estudado, as torres são afastadas aproximadamente de 500 metros. 2.4 Parâmetros de projeto – Carregamentos As cargas de projeto de uma LT podem ser classificadas em 3 grupos (Furnas, 2012): Cargas transversais São resultantes da pressão do vento nas estruturas, condutores e para-raios, cadeias de isoladores e pela componente transversal da tensão mecânica nas estruturas localizadas em deflexão (Furnas, 2012). Cargas verticais São devidas ao peso dos condutores e para-raios, isoladores e ferragens, bem como as cargas resultantes de certas atividades de construção e manutenção e de peso próprio da estrutura (Furnas, 2012). Cargas longitudinais Resultam de diversas condições que pode ocorrer em uma LT, por exemplo: ruptura do condutor ou para-raios, carga de lançamento do condutor ou para-raios, vento a 45° ou paralelos a LT, falha na estrutura adjacente. Assim sendo, a determinação da carga longitudinal dependerá de falha admitida e da experiência adquirida nos projetos e construções de estruturas. 8 Essas cargas supracitadas deverão ser combinadas, procurando simular todas as condições de construção e operação da LT. Estas diversas combinações são as chamadas hipóteses de carregamento (Furnas, 2012). 2.5 Parâmetros de projeto - Levantamento de campo Para subsidiar o projeto de linha de transmissão, devem ser executados alguns levantamentos na região da obra. A seguir, são identificados os mais relevantes. 2.5.1 Escolha e implementação do traçado O Traçado de uma LT é escolhido através de estudos de traçados que levam em consideração os aspectos técnicos, econômicos e ambientais. Para definição do traçado definitivo são utilizadas cartas topográficas, imagens de satélites e investigações “in loco”. Outros aspectos fundamentais que devem ser considerados são o tipo de solo, desapropriações, travessias e aproximação de áreas densamente populosas. (Furnas, 2012). 2.5.2 Levantamento topográfico A partir do desenho da planta do traçado, o levantamento planialtimétrico do eixo da LT é feito. São elaborados os desenhos de planta e perfil onde serão plotadas as estruturas. Essa fase é de extrema importância para toda a etapa de projeto da fundação e montagem de torre, principalmente da autoportante. A definição de comprimentos de pernas das torres e da altura do pilar acima do nível do terreno, é função deste levantamento. 9 2.5.3 Dados meteorológicos Deve ser realizada a coleta dos dados meteorológicos da região, tais como: precipitação, temperaturas máximas e mínimas ocorridas, temperaturas médias, velocidade máxima de ventos, nível de poluição salina ou industrial e etc. (Furnas, 2012) Os dados mencionados são necessários para: definição do nível de isolamento, dos carregamentos nas estruturas devido à pressão de vento e limite térmico dos condutores (Furnas, 2012). Outro aspecto de vital importância é conhecer o nível de precipitação. Chuvas de grande intensidade podem alterar o planejamento da obra em determinado período do ano (período de chuvas). Diversas vezes as LTs percorrem locais inóspitos que, no período de chuva áreas extensas ficam completamente alagadas, impedindo o acesso à LT. Fora o acesso, as chuvas também podem atrapalhar, ou até mesmo inviabilizar, determinados métodos construtivos. 2.5.4 Dados geotécnicos São necessárias campanhas de sondagens, ensaios de campo e de laboratório de modo a definir as características e tipos de fundação que mais se adequam às necessidades da LT. 10 3 Obra LT Xingu-Estreito – LOTE I 3.1 Localização Com 259 km de extensão e localizada no estado do Pará, a linha tem seu início próximo ao rio Xingu e término no povoado de Novo Gelado. O lote I pode ser subdividido em três sub- trechos (inicial, intermediário e final), e cada um desses possui um canteiro central que serve de base logística para toda a operação de construção. Cada sub- trecho possui características que diferem dos outros: Inicial Localizado próximo ao município de Anapu; Tem como característica da região possuir muitas fazendas de criação de gado e ficar próxima a BR 230 (Rodovia Transamazônica), principal via da região. Com isso, grande parte da linha cruza em regiões já desmatadas e com vias de acesso satisfatórias. Intermediário Localizado próximo ao município de Pacajá, atravessa áreas de floresta nativa. Região com grandes áreas alagadas e vias de acessos em péssimo estado. Final Tem como centro a cidade de Novo Gelado, aproximadamente 200 km de Marabá (PA). A região é um misto entre áreas de floresta e pasto. A LT é isolada da BR 230 pela reserva indígena de Parakanã. Além dos inconvenientes rotineiros das vias de acesso, a região tem constantes bloqueios das vias pelas manifestações indígenas. A Figura 3-1 representa a LT 800 kV cc no lote I (em vermelho). A linha amarela representa a BR 230 – Transamazônica. Também é possível observar os três municípios supracitados. 11 Figura 3-1: Localização do LOTE I (Sepco 1, 2016) 12 3.2 Vegetação Região de bioma amazônica, que em grande parte da extensão da linha, ainda se encontra em estado virgem. A necessidade de supressão vegetal nas faixas de serviço se restringe a 8 metros de largura em áreas de matas, capoeiras, pastos com árvores, culturas perenes e cíclicas, pomares, coqueirais e cacauais. Em áreas de proteção permanente (APP), a largura de supressão é limitada a 7 metros de largura. São consideradas áreas de proteção permanente regiões próximas de córregos, rios, brejos, açudes e outros. 3.3 Clima Região de clima equatorial, que tem como características de ser quente e úmida, com chuvas constantes, exceção na estação de secas. Possui duas estações bem definidas: verão, de junho a novembro (temperaturas próximas de 35° C); e inverno, de dezembro a maio. O inverno é a estação das grandes chuvas. O fator clima pode ser preponderante numa obra, principalmente naquelas em que se trabalha o tempo todo sem abrigode coberturas. Além de atrasos gerados pela paralização momentânea dos serviços (chuvas de alta intensidade), podem ocorrer a suspensão devido ao alagamento dos locais da obra. Na Figura 3-2 pode-se observar que, de janeiro a abril, é o período de intensas chuvas, média de 300 mm/mês. Para se ter um efeito de comparação no mesmo ano o pico de chuva do mês de março na cidade do Rio de Janeiro foi um pouco maior que 150 mm. 13 Figura 3-2: Curva de Precipitação Mensal-2015. (INMET, 2015) 3.4 Rede rodoviária e vias de acesso O lote tem como principal via rodoviária a BR 230 – Transamazônica, que liga as principais cidades da região. Qualquer tipo de suprimentos, seja material ou equipamentos, dependem da rodovia para chegar na obra. No percurso que concerne o lote, de Marabá até Anapu, a rodovia é predominantemente em terreno natural. Devido ao grande fluxo de transporte pesado (madeireiras, grãos e carga viva), falta de iniciativa dos governos locais para conservação da via e chuvas intensas, a rodovia se torna intransitável durante vários dias do ano. Diversas vezes a via fica completamente bloqueada pelos inúmeros veículos atolados, como mostra a Figura 3-3. 14 Figura 3-3: Veículo atolado na Rodovia Transamazônica Para a construção da LT, é necessário que exista uma forma de acessar aos locais das estruturas. Acessos são necessários para transportar os materiais, equipes e diversos equipamentos pesados necessários para a construção. Vias de acesso devem ser construídas somente em locais que não exista nenhuma forma de acesso. A maneira de maior eficácia das vias de acesso é obtida quando se consegue percorrer o mínimo possível na faixa de servidão e o maior tempo possível por uma via rodoviária estruturada. 15 3.5 Logística Diferentes das obras tradicionais em que há um canteiro de obra fixo com dimensões bem definidas, as obras de LT não possuem essa característica. A cada fundação executada parte-se para uma nova, afastando-se cada vez mais do ponto de origem. Como visto anteriormente, há três canteiros para abastecer o trecho de 259 km, média de 86,3 km por canteiro. Muitas vezes ignorada pelos projetistas, que têm maior preocupação com o aspecto técnico, a logística talvez seja a etapa da obra mais vital para se viabilizar financeiramente o empreendimento e atender os prazos. Mas o que é logística? Segundo Costa Antunes (2013), ”logística é a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”. 3.5.1 Gargalos na logística São diversos os gargalos para atendimento à logística, entre eles: Fornecedores de materiais Por estar situada numa região inóspita, onde as maiorias das cidades são pequenas, e a principal atividade econômica da região é a agrária, pecuária e extrativismo, há número limitados de fornecedores de materiais básicos, como cimento, areia, brita e aço. As péssimas condições das estradas de acesso geram uma enorme repulsa dos fornecedores para entregarem os materiais nos canteiros base. A maioria dos fornecedores entregam material, no máximo, na cidade de Marabá (situada a 180 km ao sul da cidade de Novo Repartimento), assim, todo o ônus de transporte por conta do executor. 16 Fornecedores de Equipamentos Pelo mesmo motivo, há escassez de equipamentos, como retroescavadeira, escavadeira, trator, caminhões (caçamba, Munck e etc), compressores, geradores e outros. Em casos que o equipamento seja comprado ou alugado em outras regiões do país, há a dificuldade em eventuais manutenções, já que na região não há centros especializados para executar o serviço. Mão-de-obra A mão-de-obra disponível é basicamente da população local, que historicamente trabalha com as atividades econômicas locais e não tem interesse no ramo da construção. Sendo assim, há a necessidade de importar grande parte da mão-de-obra. Para serviços que exigem maior qualificação (topografia, enfermeiros, técnicos diversos, engenheiros diversos e outros), é necessário recorrer regiões mais afastadas para a contratação. Qualquer funcionário que venha de uma outra região onera a folha de pagamento pelo adicional de transferência, passagens e a necessidade de fornecer alojamento. Acomodações Há um grande déficit de hotéis, pousadas ou qualquer outro tipo de local para acomodação. Casas para alugar também são escassas e a maioria disponível necessita de algum tipo de reforma para atender as exigências do Ministério do Trabalho. Mantimentos Pela distância dos canteiros bases da frente de serviço, há um problema em como transportar refeições em bom estado de conservação para a alimentação dos operários. 17 3.6 Modelos de torres Para contemplar os 259 km da LT foram necessárias 517 torres, com afastamento médio de 500 m para cada torre. Como mencionado anteriormente, há dois tipos de torres: as autoportantes e as estaiadas; Os tipos de torres se subdividem em modelos diferentes; nas autoportantes, há cinco modelos e nas estaiadas, três. Cada modelo varia de acordo com as necessidades do local, como por exemplo, afastamento de uma torre para outra, altura útil da torre etc. A Tabela 3-1 resume a quantidade de cada modelo de torre e a faixa de altura. Tabela 3-1: Informações básicas das torres.(Sepco 1,2016) 3.7 Silhueta torre autoportante Basicamente a torre autoportante é composta das seguintes partes: stub, pé, parte inferior comum, parte superior comum e extensão, como mostrado na Figura 2-2. Para o projeto de fundação, o stub é a parte mais relevante, por isso receberá uma abordagem mais detalhada. As demais partes possuem menor relevância para o projeto de fundação, por isso não serão mencionadas. O Stub é o elemento de ligação que transfere os esforços da torre para a fundação. Composto por uma cantoneira de aço ASTM A572 , possui uma parte concretada dentro da fundação e uma outra que aguarda para ser conectada ao pé da torre, conforme Figura 3-4. É o elemento mais sensível ao erro durante a execução da fundação e sua 18 Tabela 3-2: Tabela de locação dos stubs - Torre SA81.(Sepco 1,2016) locação errada pode comprometer toda a montagem da torre. A precisão de sua locação é milimétrica e, para cada tipo de torre seu comprimento varia. A locação é apresentada na Tabela 3-2. Figura 3-4: Stub ancorado no bloco As cotas A e B são relacionadas na tabela 3-2 são identificadas nas Figuras 3-5 e 3-6. 19 Figura 3-5: Representação do Stub (Planta) Figura 3-6: Representação da locação do Stub (Corte) 20 3.8 Silhueta torre estaiada Composta por um mastro central e estais, como visto na Figura 2-3. A distância dos estais para o eixo da torre é determinado a partir da altura final da torre, conforme Tabela 3-3. Tabela 3-3: Locação dos Estais. (Sepco 1, 2016) As cotas A e B indicadas na Tabela 3-3 são identificadas na Figura 3-7. Figura 3-7: Locação dos Estais 21 3.9 Campanha de Sondagem Foi solicitado pela empresa que construiu o lote, sondagem a percussão (SPT) em todas as torres autoportantes e uma a cada três torres estaiadas. No total foram requisitadas 419 sondagens (81,04 % das torres), porém, só foram recebidas 373 (72,14%). Não foram executadas sondagens em locais com áreas alagadas, tendo como consequência, o número de sondagens solicitadas é maior que das recebidas. Quanto maior for ao número de sondagens, mais informações são disponibilizadas aos projetistas. Quanto maior for a qualidade da execução, mais precisas se tornam essas informações. Quando não há sondagemsuficiente ou as mesmas não condizem com a realidade do terreno, ocorre a paralisação da frente de serviço para a adequação do projeto, gerando prejuízo à obra. A Tabela 3-4 resume a campanha de sondagem. Tabela 3-4: Resumo Campanha de Sondagem. (Sepco 1) Do total de sondagens, foram identificados 56 casos que o terreno é impenetrável ao ensaio à percussão. Não foram executadas sondagens rotativas para a caracterização desse impenetrável. Camadas de argila siltosa, pouco arenosa e variações silte-argilo- arenoso com compacidade mediana, foram predominantes nas demais sondagens. Não há casos de camadas de solo mole com espessura considerável. Há três perfis que representam as sondagens recebidas. O primeiro perfil possui 12 a 15 metros de espessura de solo até o impenetrável, representando 60% das sondagens recebidas. O segundo perfil apresenta 4 a 6 metros de espessura de solo até o impenetrável, representando 20% das sondagens recebidas. O último perfil é quando a rocha está no 22 topo do terreno, representando 20% das sondagens recebidas. As Figuras 3-8 à 3-10, respectivamente, representam os perfis mencionados. Figura 3-8:Sondagem representativa do lote I – 60% das sondagens recebidas. (Sepco 1, 2016) 23 Figura 3-9:Sondagem representativa do lote I – 20% das sondagens recebidas. (Sepco 1 , 2016) 24 Figura 3-10: Sondagem representativa do lote I – 20% das sondagens recebidas. (Sepco 1 , 2016) 25 3.10 Parâmetros de Projeto A empresa responsável pelo projeto original, criou uma classificação de acordo com a granulometria do solo, compacidade e presença de nível d’água. As Tabelas 3-5 e 3-6 apresentam os parâmetros geotécnicos que foram adotados. Tabela 3-5: Parâmetro dos Solos I a IVS. (Sepco 1, 2016) Tabela 3-6: Parâmetro em Rocha. (Sepco 1, 2016) Na Tabela 3-6 rocha IR é rocha sã e rocha IIR é rocha alterada. 3.11 Solicitações nas fundações Foi fornecido na memória de cálculo das torres, as solicitações no eixo ortogonal (longitudinal, transversal e vertical) nas fundações. Nas torres estaiadas, as cargas de compressão atuam no mastro central, e as cargas de tração atuam na direção normal dos estais. As Tabelas 3-8 e 3-9 apresentam as cargas por modelo de torre. 26 Tabela 3-8: Esforços Torres Estaiadas. (Sepco 1, 2016) Tabela 3-9: Esforços Torres Autoportantes. (Sepco 1, 2016) 3.12 Tabela de tipificação A tabela 3-10 apresenta a distribuição dos modelos de torres nos diferentes tipos de solo, classificados através das sondagens à percussão. Tabela 3-10: Quantidade de torres por tipo de solo. (Fonte: Sepco 1 ,2016) O emprego de estaca raiz foi realizado somente nas torres tipificadas em solo, totalizando 323 torres. 27 4 Projeto de Fundação Original – Fundação direta 4.1 Apresentação das fundações utilizadas Como mencionado na introdução do trabalho, a solução do projeto original foi em fundação direta. A torre estaiada é constituída por duas partes: Conjunto sapata e placa de concreto para o mastro central; conjunto haste metálica e viga pré-moldada para os estais. As torres autoportantes são constituídas de sapatas com fuste inclinado. As Figuras 4-1 a 4-4 representam as fundações superficiais. Figura 4-1: Solução em fundação direta para os estais (Corte). 28 Figura 4-2: Solução em fundação direta para os estais (Planta). Figura 4-3: Vista isométrica da viga pré-moldada. 29 Figura 4-4: Conjunto sapata - placa de concreto para o mastro da torre estaiada. Figura 4-5: Sapata torre autoportante. 30 As dimensões Db, Dp, B, D, h’, H, c1, c2, c3 e c4 , F e L estão relacionadas ao modelo de torre, e ao tipo de solo, conforme a classificação do item 3.10. A Tabela 4-1 apresenta os valores mínimos e máximos dessas dimensões. Tabela 4-1: Dimensões mínimas e máximas das fundações direta. (Sepco 1, 2016) 4.2 Levantamento de materiais – Fundação direta Os principais materiais de construção para a fundação direta são o concreto e o aço. O volume de concreto foi deduzido através das dimensões das fundações, como indicado na Tabela 4-1. A quantidade de aço foi retirada do quadro resumo dos projetos originais. As Tabelas 4-2 e 4-3 apresentam os quantitativos por tipo de torre e solo. Tabela 4-2: Volume de concreto (m³) - Torre x Tipo de Solo 31 Total de concreto: 8.942,31 m³ Tabela 4-3: Quantidade de aço (kg)– Torre x Solo Total de aço: 462.018.88 kg Obs: Valores considerados somente para as torres tipificadas. 4.3 Escavação da cava de fundação Os itens de escavação e reaterro são os que geram maior divergência entre a empresa de fiscalização e o executor da obra. Normalmente os executores querem fazer a escavação vertical, por ser mais rápida. Já a fiscalização, normalmente, exige que a escavação esteja dentro das normas de segurança exigidas pelo Ministério do Trabalho. No caso da LT Xingu-Estreito-Lote I, é fornecido o volume de escavação e reaterro no projeto executivo. Esse volume é deduzido como a área de projeção da sapata vezes a profundidade de assentamento da mesma, ou seja, considera a escavação vertical, que é possível em determinados tipos de solo e em certas condições. Porém segundo o item 18.6.9 da NR-18 (Norma regulamentadora 18 – condições e meio ambiente de trabalho da indústria da construção – Ministério do Trabalho) escavações com altura superior a 1,75 metros devem possuir a sua estabilidade garantida. Normalmente, essa estabilidade é caracterizada simplesmente pela escavação com talude inclinado na razão 1:2, independente das características geotécnicas do solo. A fiscalização do Ministério do Trabalho costuma ser implacável nos canteiros de obras, e qualquer ação que não esteja de acordo com a NR -18 implica em multas e/ou embargos da obra até 32 a sua adequação. Por isso, não é possível realizar escavação verticais como proposto no projeto executivo. No documento de especificação técnica do consórcio, existe a recomendação sobre as escavações das fundações. Os itens são: Para escavações com mais de 1,25 m de profundidade deverão: - Ter a estabilidade garantida através de escoramento e/ou serem rampadas a 45°. - Dispor de escadas colocadas no posto de trabalho a fim de permitir, em caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores. O volume de escavação foi considerado com taludes 1:2, para garantir a estabilidade da NR-18. Se for considerado taludes em 45°, o volume final de escavação teria proporções exageradas, e de difícil execução na realidade. Além disso, na base da escavação é necessária uma distância aproximada de 70 centímetros para o escoramento da forma da sapata e locomoção dos operários. Muitas vezes, essa distância é negligenciada no projeto, e acaba não sendo contabilizada nos custos. A Figura 4-6 representa a seção típica de escavação. Figura 4-6: Seção do volume escavado A Tabela 4-4 indica o volume de escavação por modelo de torre e tipo de solo 33 Tabela 4-4: Volume de escavação em m³ Obs: Valores considerados somente para as torres tipificadas. 4.4 Reaterro compactado- Etapa crítica na execução de fundação direta A etapa de reaterro compactado é de extrema importância para a capacidade de carga à tração. Se a boa técnica necessária nessa etapa for negligenciada pelo executor, as torres ficarão sobre sério risco de não suportarem aos esforços solicitados. Garcia (2005) mostrou dois processos de ruptura distintos: para caso de reaterro adequadamente compactado e outro para reaterro mal compactado. No primeiro caso, as propriedades de compressibilidade e resistência são melhores que as correspondentes ao solo natural. Garcia (2005) admite que a superfície de ruptura se dá no solo natural, e a contribuição do solo reaterrado diz respeitoapenas à sua parcela de peso. A Figura 4-7 indica o formato da superfície de ruptura. 34 Figura 4-7: Superfície de ruptura em solos com reaterro bem compactado. (Garcia,2005) No caso de reaterro mal compactado, as propriedades de compressibilidade e resistência são inferiores que as correspondentes ao solo natural. Garcia (2005) admite que a superfície de ruptura se dá no interior do reaterro, com sua geratriz fechando em direção à superfície. A Figura 4-8 indica o formato da superfície de ruptura. Figura 4-8: Superfície de ruptura em solos com reaterro mal compactado. (Garcia,2005) O manual de especificação técnica do consórcio estabelece uma série de normas para que o reaterro compactado seja aceito. Ele estabelece que o reaterro deve ser feito 35 preferencialmente com solo de escavação e em camadas de até 20 cm. Determina que deve ser feito acompanhamento tecnológico para o controle de umidade, e que o grau de compactação mínimo estabelecido no projeto deve ser respeitado. Os itens que mais geram preocupação na obra são o controle de umidade e grau de compactação mínimo. Como anteriormente mencionado, durante os meses do inverno, chove forte praticamente todos os dias na região, e com isso o solo fica completamente encharcado. Conforme a NBR 7182:2016 – Ensaio de Compactação – todas as camadas deverão ser convenientemente compactadas na umidade ótima com variação menos 3% a mais 1%, até obter-se a massa específica seca mínima de 95% do ensaio de compactação. Então, se o material à ser utilizado para o reaterro for o próprio material escavado, provavelmente ele estará com umidade acima da umidade ótima, estando no ramo úmido da curva de compactação (Figura 4-9), que é contra a segurança. Uma maneira de se evitar isso seria utilizar material de empréstimo. Porém, qualquer retirada de material que não seja da faixa de servidão necessitaria de outorga por parte dos órgãos ambientais, o que demandaria tempo, além do processo ser mais oneroso. Figura 4-9: Curva de compactação 36 Para a compactação das sapatas, foi utilizado o mini pé de carneiro (Figura 4-10), pelo fato de ser um equipamento com grande mobilidade, e indicado em solos coesivos. Para os estais, foi utilizado o compactador mecânico tipo sapo (Figura 4-11). Figura 4-10: Compactador mini pé de carneiro. (Fonte: www.soluguel.com.br) Figura 4-11: Compactador tipo sapo. (Fonte: www.soluguel.com.br) 37 O volume de reaterro compactado é a diferença entre o volume de escavação e o volume de concreto. A Tabela 4-5 fornece o volume por modelo de torre e tipo de solo. Tabela 4-5: Volume de reaterro compactado em m³ As Tabelas 4-6 e 4-7 apresentam, respectivamente, o quantitativo de sacos de cimento para o solo-cimento e o resumo dos insumos. Tabela 4-6: Quantidade de sacos de cimento (50kg) para reaterro solo-cimento Tabela 4-7: Resumo dos insumos 38 5 Emprego de estaca raiz 5.1 Definição e histórico De acordo com a NBR 6122:2010, estaca-raiz é uma estaca moldada “in loco”, em que a perfuração é revestida integralmente, em solo, por meio de segmentos de tubos metálicos (revestimentos) recuperáveis, que vão sendo rosqueados à medida que a perfuração é executada. A estaca raiz é armada integralmente e preenchida com argamassa de cimento e areia. O adensamento da argamassa é garantido com o auxílio de pressão, em geral dada por ar comprimido. Segundo Alonso (1998), em casos que as características do terreno permitam, o revestimento pode ser parcial, mas com comprimento que permita aplicar, com garantia de não ser arrancado, golpes de ar comprimido após o preenchimento do furo com argamassa. Neste caso, a perfuração abaixo da cota dos furos é feita com auxílio de circulação de água ou ar comprimido. A perfuração é executada com equipamentos roto-percussivos que se locomovem através de esteiras, facilitando o deslocamento em quase todos os tipos de terreno. São leves, na ordem de 5 a 6 toneladas, o que permitem serem transportados sem grande dificuldade. As lanças são articuladas, o que possibilita a cravação em diversas inclinações. Em casos de terrenos rochosos, a ferramenta de perfuração é substituída por coroas diamantadas ou por ferramentas de percussão, denominadas martelo do fundo. A Figura 5-1 apresenta um equipamento de perfuração de estaca raiz. 39 Figura 5-1: Equipamento de perfuração - Estaca raiz Segundo Lizzi (1992), o desenvolvimento e utilização deste tipo de estacas iniciou nos anos 50 na Itália, com o nome de “ Pali-radice”. Originalmente, foi desenvolvida para reforço de fundações e melhoramento do solo. Na década de 70, foi apresentada internacionalmente no “ X Convegno di Geotecnia” realizada em Bari, na Itália. 5.2 Cálculo do estaqueamento 5.2.1 Método de Schiel O método de Schiel foi desenvolvido pelo professor Frederico Schiel da Escola de Engenharia de São Carlos, e apresentado no ano de 1957 sob o título “ Estática dos estaqueamentos”. A grande vantagem desse método é a simplificação da estaca com comportamento de estrutura bi rotulada e sem influência do solo. Com isso, é possível determinar os carregamentos das estacas de forma manual, sem a necessidade de utilização de softwares. Sem essas premissas, o cálculo de estaqueamento se torna um problema com elevado grau de complexidade, devido aos diversos graus de liberdade 40 da estaca, além do bloco de coroamento e da influência do solo. As principais hipóteses do método são: O bloco de coroamento é suficientemente rígido para que se possa desprezar sua deformação diante das deformações das estacas; As estacas são consideradas elementos estruturais bi rotulado; O esforço axial na estaca é proporcional à projeção do deslocamento do topo da estaca sobre seu eixo; Não se considera a interação entre as estacas e o solo; Estas hipóteses conduzem a valores extremos (máximos e mínimos) de reação nas estacas mais pronunciados sendo, portanto, a favor da segurança, principalmente por se desconsiderar a interação entre estacas e solo. Cada estaca é representada pelas coordenadas xi, yi, zi de sua cota de arrasamento em relação a um sistema global de referência qualquer constituído por eixos cartesianos, em que o eixo x é vertical e orientado para baixo. O ângulo de cravação da estaca (ângulo com o eixo x) é denominado (ɑ) e é sempre considerado positivo. O ângulo de projeção do eixo da estaca com o plano y-z é sempre medido a partir do eixo y e é denominado (ϒ), sendo positivo quando no sentido horário. A Figura 5-2 representa os eixos e os ângulos mencionados. 41 Figura 5-2: Representação dos eixos e ângulos. (Santa Maria,2007) Os dados do problema, como as coordenadas das estacas, ângulo de cravação (ɑ) e ângulo de projeção (ϒ), são normalmente informados nas plantas baixas. Em caso de estacas verticais, tem-se (ɑ) e (ϒ) igual a zero. A relação entre o deslocamento do topo da estaca e a carga da mesma é dada pelo fator de proporcionalidade, denominado, coeficiente de rigidez axial: 𝑺𝒊 = 𝑬𝒊.𝑨𝒊 𝒍𝒊 (5-1) Então a carga numa estaca que sofra um encurtamento ∆𝑙𝑖 é: 𝑵𝒊 = 𝑺𝒊 . ∆𝒍𝒊 (5-2) No caso do estaqueamento proposto, todas as estacas possuem a mesma seção e comprimento, então 𝑺𝒊 é constante. Com base nos dados acima, o método pode ser definido nas seguintes etapas; 42 Adota-se um sistema global de referência constituído por eixos cartesianos, em que o eixo x é vertical e dirigido para baixo, como representado na Figura 5-3. Reduz-se o carregamento externo à origem desse sistema de referência, obtendo-se o vetorde carregamento [R] dado por: [𝑅] = [ 𝐻𝑥 𝐻𝑦 𝐻𝑧 𝑀𝑥 𝑀𝑦 𝑀𝑧] Define-se os valores 𝑃𝑥, , 𝑃𝑦 , 𝑃𝑧 , 𝑃𝑎 , 𝑃𝑏 , 𝑃𝑐 , sendo 𝑃𝑥, , 𝑃𝑦 , 𝑃𝑧 as componentes do vetor unitário 𝑃𝑖 de cada estaca e 𝑃𝑎 , 𝑃𝑏 , 𝑃𝑐 os momentos de 𝑃𝑖 em relação aos eixos x,y e z. Figura 5-3: Definição do vetor pi. (Santa Maria, 2007) As componentes 𝑃𝑎 , 𝑃𝑏 , 𝑃𝑐 são determinadas através do produto vetorial 𝑃𝑖 × (𝑥, 𝑦, 𝑧) . Os resultados dessa operação são: 𝑃𝑥 = cos𝛼 (5-3.a) 43 𝑃𝑦 = sin𝛼 × cos 𝛾 (5-3.b) 𝑃𝑧 = sin𝛼 × sin𝛾 (5-3.c) 𝑃𝑎 = 𝑦𝑃𝑧 − 𝑧 𝑃𝑦 (5-3.d) 𝑃𝑏 = 𝑧𝑃𝑥 − 𝑥 𝑃𝑧 (5-3.e) 𝑃𝑐 = 𝑥𝑃𝑦 − 𝑦 𝑃𝑥 (5-3.f) Tendo como finalmente a matriz [P] : [𝑃] = [ 𝑝𝑥1 𝑝𝑥2 𝑝𝑥3 … 𝑝𝑥𝑛 𝑝𝑦1 𝑝𝑦2 𝑝𝑦3 … 𝑝𝑦𝑛 𝑝𝑧1 𝑝𝑎1 𝑝𝑏1 𝑝𝑐1 𝑝𝑧2 𝑝𝑎2 𝑝𝑏2 𝑝𝑐2 𝑝𝑧3 … 𝑝𝑧𝑛 𝑝𝑎3 … 𝑝𝑎𝑛 𝑝𝑏3 … 𝑝𝑏𝑛 𝑝𝑐3 … 𝑝𝑐𝑛 ] Calcula-se a matriz de rigidez [S] do estaqueamento em que cada elemento é dado por: 𝑆𝑔ℎ = 𝑆ℎ𝑔 = ∑ 𝑠𝑖. 𝑝𝑔𝑖. 𝑝ℎ𝑖 𝑛 1 (5-4) onde g e h são (x,y,z,a,b e c). Obtém-se a seguinte matriz de rigidez : [𝑆] = [ 𝑆𝑥𝑥 𝑆𝑥𝑦 𝑆𝑥𝑧 𝑆𝑥𝑎 𝑆𝑥𝑏 𝑆𝑥𝑐 𝑆𝑦𝑥 𝑆𝑦𝑦 𝑆𝑦𝑧 𝑆𝑦𝑎 𝑆𝑦𝑏 𝑆𝑦𝑐 𝑆𝑧𝑥 𝑆𝑎𝑥 𝑆𝑏𝑥 𝑆𝑐𝑥 𝑆𝑧𝑦 𝑆𝑎𝑦 𝑆𝑏𝑦 𝑆𝑐𝑦 𝑆𝑧𝑧 𝑆𝑎𝑧 𝑆𝑏𝑧 𝑆𝑐𝑧 𝑆𝑧𝑎 𝑆𝑎𝑎 𝑆𝑏𝑎 𝑆𝑐𝑎 𝑆𝑧𝑏 𝑆𝑎𝑏 𝑆𝑏𝑏 𝑆𝑐𝑏 𝑆𝑧𝑐 𝑆𝑎𝑐 𝑆𝑏𝑐 𝑆𝑐𝑐 ] Calcula-se a matriz deslocamento do bloco dada por: [𝑣] = [𝑆]−1 . [𝑅] (5-5) Calcula-se a carga N, em cada estaca pela expressão: 44 𝑁𝑖 = 𝑠𝑖 . [𝑉]. [ 𝑝𝑥𝑖 𝑝𝑦𝑖 𝑝𝑧𝑖 𝑝𝑎𝑖 𝑝𝑏𝑖 𝑝𝑐𝑖] (5-5a) A solução do sistema de equações só é possível quando se pode inverter a matriz rigidez [S], fato que impõe certas condições ao carregamento e ao estaqueamento face à hipótese da estaca ser bi rotulada. Certos estaqueamentos podem não resistir a um tipo de carregamento, como por exemplo, um estaqueamento constituído por estacas verticais sob forças horizontais (contenção lateral do solo é desprezado), Figura 5-4 (a), ou um cavalete de duas estacas sob ação de momento, Figura 5-4 (b). Estes tipos de estaqueamentos se denominam estaqueamentos degenerados. Nesses casos os esforços serão absorvidos por flexão da estaca. Figura 5-4: Exemplos de estaqueamentos degenerados. (Alonso,2012) 45 5.2.2 Resultado do estaqueamento Atualmente dispõe-se de diversos softwares que determinam os esforços axiais nas estacas baseados no método de Schiel. Isso possibilita ao engenheiro desenvolver diversas hipóteses de estaqueamento e obter resultados muito mais rápido ao invés de fazer o cálculo manualmente. Para esse trabalho foi utilizado o software ESCENGUFRJCAESP, programa elaborado pelo Prof. Ronaldo Garcia de Figueiredo, e incluído na publicação “Cálculo Elástico de Estaqueamentos”, Escola de Engenharia de São Carlos, USP, 1971. O programa foi adaptado e aprimorado por Fernando Artur Brasil Danziger e Claudio Pereira Pinto. A Figura 5-5 apresenta o referencial das ações no bloco de coroamento, o eixo de referência se encontra no centro do bloco. As ações foram classificadas em dois tipos: n°1 – Ações por ação de compressão, e n° 2 – Ações por ação de tração. Essa referência foi utilizada para todas as torres. As informações do estaqueamento são apresentadas nas Tabelas 5-1 a 5-12. A locação do estaqueamento pode ser vista nas Figuras 5-6 a 5-9. Figura 5-5: Referencial das ações 46 Tabela 5-1: Carregamentos no topo do bloco – Torre EL81 Tabela 5-2: Resultado do estaqueamento - Torre EL81 Figura 5-6: Locação do estaqueamento - Torres EL81 e EM81 47 Tabela 5-3: Carregamentos no topo do bloco - Torre EM81 Tabela 5-4: Resultados do estaqueamento - Torre EM81 Tabela 5-5: Carregamentos no topo do bloco - Torre SM81 48 Tabela 5-6: Resultado estaqueamento - Torre SM81 Figura 5-7: Locação do estaqueamento - Torre SM81 49 Tabela 5-7: Carregamento no topo do bloco - Torre SA81 Tabela 5-8: Resultado do estaqueamento - Torre SA81 Figura 5-8: Locação do estaqueamento - Torre SA81 e SP8 50 Tabela 5-9: Carregamento no topo do bloco- Torre SP8 Tabela 5-10: Resultado do estaqueamento - Torre SP8 Tabela 5-11: Carregamento no topo do bloco - AM8 51 Tabela 5-12: Resultado do estaqueamento - Torre AM8 Figura 5-9: Locação do estaqueamento - Torre AM8 52 5.3 Dimensionamento estrutural das estacas A carga máxima que uma estaca pode suportar é o menor valor entre a resistência geotécnica e resistência estrutural. A resistência estrutural é devida aos materiais que compõem a estaca, nesse caso argamassa e aço, de modo que garantam coeficiente de segurança global à ruptura mínimo de 2. Segundo a NBR 6122:2010 estacas moldadas “in loco” podem ser separadas em dois grupos: Estacas que utilizam aço com resistência característica de até 500MPa e porcentagem de aço inferior a 6%. Neste caso o dimensionamento é feito como pilar de concreto armado. Alonso (1993) propôs a seguinte expressão para esse caso: 𝐴𝑠 = 2𝑁−0,6𝐷2.𝑓𝑐𝑘 0,9𝑓𝑦𝑘−0,765𝑓𝑐𝑘 (5-6) onde o fck é limitado a 20MPa; fyk em MPa; D em metros; N em kN; Estacas que utilizam aço com resistência característica superior a 500MPa ou percentagem de aço superior a 6%, toda a carga deve ser resistida pela armadura. Neste caso obtém-se a seguinte expressão: 𝐴𝑠 = 2𝑁 0,9𝑓𝑦𝑘 (5-7) 53 A NBR 6122:2010 admite como tensão admissível máxima 15,5 MPa, que é bastante alta resultando em carga admissível maior que a carga estrutural com armadura mínima, que é 0,5% da área da seção transversal da estaca. Assim, no caso de estacas raiz, é necessário definir cargas estruturais para cada caso da armadura. No caso de estacas tracionadas, a NBR 6122:2010 dispensa a verificação da fissuração, desde que se reduza em 2mm do diâmetro da armadura longitudinal, como espessura de sacrifício. O processo de cálculo despreza a contribuição da resistência a tração da argamassa, sendo toda essa carga resistida pelo aço. Obtém-se então a expressão: 𝐴𝑠 = 2𝑇 0,9𝑓𝑦𝑘 (5-8) Foi estabelecido o diâmetro de 250 mm para as estacas raiz. A Tabela 5-13 apresenta o número de barras por estaca para cada modelo de torre. Tabela 5-13: Armadura das estacas Observações: - Os valores negativos da armadura significam que deve ser utilizado o valor da armadura mínima. - Os estribos foram considerados conforme recomendado por Alonso (1993) para estaca de diâmetro 25 cm – φ6,3 mm c 20 cm, com formato helicoidal com 155 mm de diâmetro. 545.4 Bloco de coroamento Segundo a NBR 6118:2014, blocos são estruturas de volumes usadas para transmitir às estacas as cargas de fundação, e podem ser considerados rígidos ou flexíveis. O comportamento estrutural do bloco pode ser: Bloco rígido - Trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente concentradas nas linhas sobre as estacas - Cargas transmitidas do pilar para as estacas essencialmente por bielas de compressão, de forma e dimensões complexas - Trabalho ao cisalhamento também em duas direções, apresentando somente ruptura por compressão das bielas comprimidas Bloco flexível - Para esse caso deve ser realizada uma análise mais completa, desde a distribuição dos esforços nas estacas, dos tirantes de tração, até a necessidade de verificação da punção. - Formam-se duas ou mais bielas de compressão para levar a carga do pilar para a estaca. Seu dimensionamento utiliza da teoria geral de flexão de placas e vigas, com os critérios da norma para determinação dos esforços solicitantes nas seções transversais e dimensionamento. A NBR 6118:2014 não prescreve um modelo de cálculo específico, indicando alguns modelos como: modelos tridimensionais, lineares ou não, e modelos biela-tirantes. Porém ela determina que: 55 - Ao menos 85% das armaduras principais devem ser posicionadas nas linhas definidas pelos eixos das estacas com faixas de largura igual a 1,2 vezes o diâmetro das mesmas; - As barras das armaduras principais devem se estender de face a face do bloco com extremos em ganchos; - A ancoragem das faixas das armaduras principais deve ser medida a partir da face interna das estacas; - Para controlar a fissuração deve-se prever malha adicional no fundo do bloco para 20% das solicitações totais, independente da armadura principal; - É obrigatório a colocação de armadura lateral e superior; - No caso de estacas tracionadas, a armadura da estaca deve ser ancorada no topo do bloco ou, alternativamente, pode-se empregar estribos para a transferência da tração até o topo do bloco; -As armaduras laterais devem ser na ordem de 0,5 % da área de concreto correspondente. O espaçamento não deve ser superior a 20 cm; - Armaduras na face superior do bloco devem ser paralelas as principais na ordem de 1/6 destas. Existem diversos métodos para o dimensionamento da armadura do bloco. Para os blocos de coroamento do lote I, foi utilizado o método CEB-70 – Boletim 73 -1970. 56 5.4.1 Cálculo pela teoria da flexão – (CEB – Boletim 73 – 1970) Utilizado somente para blocos rígidos, que atendam a condição: 2 3 𝑙𝑐 ≤ ℎ ≤ 2𝑙𝑐 (5-9) onde: lc é a distância da face do pilar até a estaca mais afastada; h é a altura do bloco. A Figura 5-10 apresenta a condição para a utilização do método CEB-70. Figura 5-10: Condição para a utilização do método CEB-70. (Fonte: Oliveira ,2009) As etapas de cálculo são: Armadura principal -Calcula-se o momento em S1. -Dimensiona-se a seção retangular à flexão simples. 57 Armadura superior - Para blocos que estão sujeitos à ações de tração, a armadura superior deixa de ser apenas construtiva. Deve ser calculada considerando a solicitação de tração. No caso dos blocos de coroamento do lote I, a armadura das estacas foi ancorada até o topo do bloco, e a armadura do pilar foi ancorada até a base do bloco. Por um detalhe de controle executivo, a armadura inferior foi repetida no topo, evitando-se o erro na namontagem. Em razão da ação de tração ser menor que a de compressão, a armadura adotada (ação de compressão) é maior que a necessária (ação de tração), sendo a armadura final a favor da segurança. A Figura 5-11 representa as componentes de cálculo e a localização da seção S1. Figura 5-11: Seção de dimensionamento S1. (Oliveira,2009) Pelo menos 80% da armadura deve estar numa região 3φ da estaca. Resistência ao cisalhamento - O cortante Vd é igual ao somatório das reações das estacas de um lado da seção S2. S2 dista da face do pilar d/2, figura 5-12, exceto nos seguintes casos: blocos alongados 58 ( d ≥ 1,5b) onde b é o comprimento da direção ortogonal do bloco; Blocos com estacas próximas ao pilar ( uma ou mais estacas se encontram a uma distância menor que d/2). Nesses dois casos a seção S2 se encontra na face do pilar. Figura 5-12: Seção de dimensionamento S2. (Oliveira,2009) Assim, tem-se: 𝑉𝑠𝑑 ≤ 25 𝛾𝑏 . ( 1 − 𝑙𝑐 5𝑑 ) . 𝑏2. 𝑑2 . √𝑓𝑐𝑘 (5-10) b2 = lagura do pilar + d; d2 = altura útil do bloco na seção S2; Com fck em MPa. Resistência local ao cisalhamento - A resistência à força cortante deve ser verificada em qualquer seção do bloco onde as condições geométricas da seção e a intensidade ou a localização das reações podem provocar circunstâncias desfavoráveis em relação a seção de verificação, por exemplo como estacas de cantos, Oliveira (2009). Neste caso, a força cortante que solicita a seção é igual a reação da estaca de canto. Tem-se : 59 𝑁𝑒. 𝛾𝑁 ≤ 12 𝛾𝑏 . 𝑏2. 𝑑2. √𝑓𝑐𝑘 (5-11) Com fck em MPa. Na Eq. (5-11), b2 é igual a altura útil d1 acrescida da largura da estaca e a altura útil d2 é a altura efetiva da seção S2 (dimensões em metros). A Figura 5-13 mostra o dimensionamento para cisalhamento local. Figura 5-13: Seção de dimensionamento para cisalhamento local. (Oliveira,2009) As Figuras mostram a etapa de cálculo da armadura de flexão dos blocos. O termo “ok”, ao lado das linhas, significa que a condição foi atendida. 60 5.4.2 Dimensionamento torre EL81 e EM81 Figura 5-14: Forma torre EL81 e EM81 61 Figura 5-16: Detalhamento bloco - Torre EL81 e EM81 Figura 5-15: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre EL81 e EM81 Observação: - Como as cargas das torres EL81 e EM81 são praticamente as mesmas foi dimensionado o bloco de uma só vez para agilizar o processo. 62 Figura 5-18: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre SM81 5.4.3 Torre SM81 Figura 5-17: Forma Torre SM81 63 Figura 5-19: Detalhamento bloco- Torre SM81 Figura 5-20: Forma Torre- SA81 e SP8 5.4.4 Torre SA81 e SP8 O dimensionamento do bloco será o mesmo para as duas torres, utilizando os esforços da torre SP8. 64 Figura 5-21: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre SA81 e SP8 65 Figura 5-23: Forma - Torre AM8 Figura 5-22: Detalhamento bloco - Torre SA81 e SP8 5.4.5 Torre AM8 66 Figura 5-24: Etapa de cálculo bloco de coroamento - Torre AM8 67 Figura 5-25: Detalhamento bloco - Torre AM8 5.5 Capacidade de carga axial Toda fundação deve atender dois requisitos básicos: resistência à ruptura e recalques compatíveis com as estruturas. Esse item tem como objetivo a determinação da carga admissível de projeto, e por consequência o comprimento das estacas. A NBR 6122:2010 prescreve que a carga admissível de projeto deve ser determinada a partir da carga de ruptura. A carga de ruptura deve ser determinada a partir da utilização e interpretação de um ou mais procedimentos, valendo destacar principalmente: 68 Provas de carga - A carga de ruptura pode ser determinada por prova de carga executadas de acordo com a NBR 12131:2006 – Estacas – Prova de carga estática – Método de ensaio. - A carga admissível é dada por: 𝑃 ≤ { 𝑃′ 1,5