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A hiperidrose é um transtorno caracterizado pela sudorese excessiva que ultrapassa a necessidade fisiológica para termorregulação corporal. Ela produz desconforto, tanto físico como social. Pode surgir desde a infância, porém manifesta-se com maior intensidade na adolescência. As áreas mais comumente afetadas são: ➢ Axilas; ➢ Palmas das mãos; ➢ Plantas dos pés. Podendo se apresentar de modo bilateral ou simétrico. Sua etiologia pode ser primária (idiopática) – alguns estudos recentes vêm tentando demonstrar uma provável ligação genética, – ou secundária a outras doenças, como infecções, neoplasias, lesões da medula espinhal, ansiedade, transtornos neurológicos ou metabólitos e estresse. A classificação entre hiperidrose primária ou hiperidrose secundária é muito importante para definir o tratamento mais adequado. Embora ainda não esteja bem definida se a incidência é realmente maior nas mulheres, na prática clínica observamos uma procura maior por atendimento médico pelas mulheres, dando uma falsa impressão de que a hiperidrose predomina nesse gênero. Os dados disponíveis na literatura médica referentes à prevalência da hiperidrose na população mundial são escassos, e os valores variam de 0,072% a 9%. Sendo mais comum em adolescente e adultos jovens, existindo associação familiar entre 12,5% e 56,5% dos casos. ➢ Palmoplantar: sudorese excessiva e gotículas de suor que produzem um aspecto úmido e sensação pegajosa ao tato. ➢ Axilar: camisas manchadas nas áreas axilares. hiperidrose O teste do iodo-amido ou o da ninidrina são úteis para definir as áreas de sudorese. O diagnóstico de hiperidrose é clínico, no entanto, alguns exames complementares são importantes para excluir causas secundárias. ➢ Exames laboratoriais: Hormônios tiroidianos: hipertiroidismo e tireotoxicose. Glicemia: Diabetes melito. Dosagem de ácido vanil-mandélico e catecolaminas na urina de 24 horas: feocromocitoma. Dosagem do ácido 5 hidroxiindolacético (urina): Tumor carcinóide. ➢ Exames de imagens: Radiografia de tórax: suspeita de doenças pleuropulmonares e/ou cardíacas. Eletrocardiograma: suspeita de arritmias cardíacas. Tomografia de tórax e ecocardiograma em casos selecionados. O objetivo do tratamento é diminuir substancialmente a produção de suor para melhorar o desconforto físico e social e não a eliminação completa da sudorese. Há múltiplos tratamentos para a hiperidrose. A toxina A botulínica é um tratamento muito efetivo, que proporciona redução temporária da sudorese. As medicações tópicas são apenas modestamente eficazes. A terapia cirúrgica é mais efetiva do que a tópica. A hiperidrose compensatória secundária à simpatectomia limita seu uso atualmente, exceto como uma modalidade terapêutica de último recurso. ➢ Hexaidrato cloreto de alumínio. A aplicação de hexaidrato cloreto de alumínio de 10 a 30% com ou sem oclusão por 6 a 8 h à noite, durante 3 a 4 dias, pode ser benéfica. No entanto, é complicada pela irritação local. A pele tratada deve ser lavada na manhã seguinte. Nas axilas, ele é aplicado à noite na pele não- depilada e retirado por lavagem na manhã seguinte. A frequência das aplicações diminui com a melhora. ➢ A iontoforese com água da torneira pode ser efetiva. O procedimento requer aplicação contínua por 15 a 20 min, 2 a 3 vezes/semana. Bolhas e queimadura têm sido relatadas como efeitos colaterais. As contraindicações incluem gravidez, marca- passos cardíacos e implantes de metal. Os anticolinérgicos orais, inclusive bornaprina, brometo de glicopirrônio, propantelina e brometo de metantelina, são de eficácia limitada. Eles produzem efeitos colaterais anticolinérgicos relacionados com a dose. A toxina botulínica tipo A fornece tratamento efetivo temporário para esta condição. Trata-se de uma toxina bacteriana que diminui a sudorese pelo bloqueio irreversível da liberação de acetilcolina pelas vesículas pré-sinápticas colinérgicas. Um teste de iodo-amigo antes do tratamento pode ajudar a delinear as áreas a serem injetadas. Coloca-se iodo na área afetada, seguido pela aplicação de amido de milho, o que produz uma coloração de azul-escuro a negra proeminente. O iodo-amido deve ser lavado antes das injeções de Botox.