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Crimes Contra a Administração Pública

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Professor: Dr. Ivan Francisco Pereira Agostinho
Capítulo 11 - Aula 5
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PREPARATÓRIO PARA OAB
DISCIPLINA: DIREITO PENAL 
Coordenação: Dr. Ivan Francisco Pereira Agostinho
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"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Direito Penal
Prof. Ivan Francisco Pereira Agostinho
Capítulo 11 Dos Crimes Contra a Administração Pública
Aula 5 Art. 352 a 359 C?
Art. 352, Evasão Mediante Violência Contra a Pessoa
Objetividade Jurídica: correta administração da justiça.
Crime próprio no que pertine ao sujeito ativo, pois somente o preso ou o indivíduo submetido a medida 
de segurança detentiva podem cometer essa infração penal.
A vítima é o próprio estado e, em segundo plano, a pessoa física lesada pela atuação do agente 
criminoso.
São duas as condutas, a de evadir-se ou tentar evadir-se.
A violência mencionada no tipo deve ser real e dirigida à pessoa.
O crime atinge sua consumação no momento em que o agente pratica a violência contra a pessoa. Não 
há tentativa posto que ela é equiparada ao crime consumado.
“Arrebatamento de Preso”
Artigo 353, CP
Objetividade Jurídica: normal administração da justiça.
Crime comum quanto ao sujeito ativo. A vítima é o Estado. Será vítima, também, mas secundariamente, 
o preso arrebatado.
O núcleo do tipo é o arrebatar, que significa retirar com violência o preso ou a pessoa submetida a 
medida de segurança.
É indispensável que a finalidade do arrebatamento seja a de maltratar o preso. 
Trata-se de crime formal, a consumação se verifica com o arrebatamento do preso. A tentativa é 
perfeitamente possível.
Art. 354, CP, o Motim de Presos
Objetividade Jurídica: administração da justiça.
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Crime próprio e plurisubjetivo somente os presos podem cometê-lo, não sendo possível o motim de um 
só preso.
A vítima é o Estado e, secundariamente, alguma pessoa que venha a sofrer as conseqüências diretas da 
violência desencadeada com o motim.
Amotinar-se significar rebelar-se, revoltar-se contra a administração do estabelecimento.
O crime é doloso e se consuma no momento em que a ordem ou a disciplina são perturbadas.
Patrocínio Infiel Previsto no Art. 355, CP
Objetividade Jurídica: administração da justiça.
Crime próprio quanto ao sujeito ativo, somente pode ser praticado pelo advogado ou procurador 
judicial.
Vítima principal continua sendo o estado. Secundariamente é a pessoa, física ou jurídica, diretamente 
prejudicada.
A conduta incriminada é a de trair.
É indispensável, também que o direito legítimo, esteja sendo objeto de pretensão deduzida em juízo.
O crime, por óbvio, é doloso. Consuma-se com a ocorrência do efetivo prejuízo, material, portanto, e 
que admite tentativa.
O parágrafo único do artigo em estudo traz nova figura típica. O advogado ou procurador judicial que 
defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
São duas condutas.
Na primeira o advogado ou procurador judicial defende, na mesma causa e ao mesmo tempo os 
interesses das partes contrárias.
Na segunda conduta, que é a tergiversação, o advogado ou procurador defende, na mesma causa, mas 
sucessivamente, as partes contrárias.
Esse crime, a exemplo do caput, é também, doloso e irá se consumar com a prática do primeiro ato 
processual que indique o patrocínio simultâneo ou a tergiversação.
Art. 356, Sonegação de Papel ou Objeto de Valor Probatório
A Objetividade Jurídica: a administração da justiça.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Crime próprio quanto ao sujeito ativo.
Vítima principal é o Estado e, secundariamente aquele que sofre o prejuízo pela conduta do causídico.
As condutas são duas, inutilizar e deixar de restituir, que significa a não devolução dos autos.
A inutilização pode ser total ou parcial, de qualquer dos objetos materiais descritos no tipo, os autos, 
documento ou objeto que tenha valor probatório e que tenha recebido na qualidade de advogado ou 
procurador.
É indispensável que o agente criminoso, no caso o advogado ou procurador, tenha recebido qualquer 
desses objetos nessa qualidade, ou seja, de advogado. Assim, se os recebeu por outro motivo não 
haverá a infração penal em questão.
O crime é doloso, tanto na forma comissiva quanto na omissiva. Consuma-se com a efetiva inutilização 
total ou parcial, de qualquer dos objetos materiais, ou no momento em que se caracterizada a não 
devolução.
É possível a tentativa apenas na forma comissiva, por óbvio não o é na forma omissiva.
O art. 357, Exploração de Prestígio.
Objetividade Jurídica: administração da justiça.
Crime comum quanto ao sujeito ativo, sendo o Estado o sujeito passivo.
As condutas incriminadas são as de solicitar ou receber dinheiro ou outra utilidade, que pode ser de 
qualquer natureza, material ou moral, a pretexto de influir aquelas pessoas enumeradas no dispositivo 
legal (juiz jurado promotor de justiça ou procurador de justiça, funcionário da justiça, perito, tradutor 
intérprete ou testemunha).
Vejam que essa expressão “a pretexto de influir” demonstra efetiva fraude, vale dizer não haverá a 
influência propriamente.
 
No parágrafo único há previsão do aumento da pena em um terço se o agente criminoso alega ou 
simplesmente insinua que o dinheiro ou a utilidade sejam destinados também a uma das pessoas 
enumeradas no caput.
 
Esse crime é doloso. Consuma-se ou quando solicitado o valor para a primeira conduta, ou, quanto à 
segunda ação, no momento em que recebe o valor.
Para a conduta de solicitar é possível a tentativa se o meio empregado para a solicitação for fracionável, 
por escrito, por exemplo.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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Art. 359, CP, Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda ou Suspensão de Direito.
Trata-se de crime que preserva a administração da justiça afrontada pelo descumprimento de uma 
decisão judicial. É uma desobediência específica
Apesar de parte da doutrina classificar esse crime como sendo comum, já que qualquer pessoa pode 
cometê-lo, parece-me mais adequado dizê-lo próprio na medida em que se exige o indivíduo esteja 
impedido ou suspenso, por decisão judicial, no seu direito de exercer função atividade direito autoridade 
ou munus.
Sujeito passivo é o Estado.
A conduta é bastante simples, basta que o indivíduo, impedido ou suspenso, passe a exercer as funções 
para as quais está proibido.
É crime doloso, que envolve, necessariamente, o conhecimento de que está impedido ou suspenso da 
prática das condutas lidas no caput.
Consuma-se a infração penal com o início do exercício em afronta à decisão judicial, por se tratar de 
crime habitual não se admite a forma tentada, apesar de haver pensamento em sentido contrário, ou 
seja, de que não se trata de crime habitual e, portanto, é possível a tentativa.
Capitulo IV -
Dos Crimes Contra as Finanças Públicas
Ao final do código, através da lei 10.028/2000, a lei dos crimes de responsabilidade fiscal, fezinserir 
novo capítulo, que disciplina os crimes contra as finanças públicas.
A nova legislação criou figuras típicas próprias, que estão nos artigos 359-A até o 359-H.
As condutas são, conforme os dispositivos, as de contratação de operação de crédito, inscrição de 
despesas não empenhadas em restos a pagar, assunção de obrigação no último ano de mandato ou 
legislatura, ordenação de despesa não autorizada, prestação de garantia graciosa, não cancelamento 
de restos a pagar, aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura e 
oferta ou colocação de títulos no mercado.
Observa-se que o legislador quis cercar todas as possibilidades de malversação do dinheiro público por 
quem detém poder para administrá-lo.
A lei pretendeu, em cada conduta, execer rígido controle sobre os gastos públicos, incluída ai a tomada 
de empréstimos, estabelecida, portanto, a objetividade jurídica como a probidade administrativa que 
estaria ameaçada pela diminuição da possibilidade de controle das contas pelo legislativo.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Os crimes são todos próprios, respeitadas as peculiaridades de cada conduta, sempre se exige a 
especial capacidade por parte do agente criminoso que, no caso, é o administrador da coisa pública, de 
ou estar na posse de um mandato ou ser o servidor público com atribuição para o exercício da conduta 
incriminada.
No art. 359-A pune-se o agente público que ordena, autoriza ou realiza operação de crédito sem prévia 
autorização legislativa.
Observa-se que nesse crime não se vê menção alguma a eventual prejuízo. Apenas pune-se a conduta 
do agente público que assim age sem autorização do legislativo, o que reduz a possibilidade de 
fiscalização.
Já no 359-B a conduta incriminada é a de ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de 
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei. 
Restos a pagar explica-se pelo art. 42 da lei de responsabilidade fiscal "é vedado ao titular do poder ou 
órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres de seu mandato, contrair obrigação de 
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas 
no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este feito.
Não quer o legislador que o administrador da coisa pública, no apagar das luzes de seu mandato, deixe 
dividas para o próximo gestor.
O Art. 359-C é muito semelhante, também procura compelir a nefasta prática de alguns administradores 
improbos, de ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres e que não 
pode ser honrada por ele.
No Art. 359-D a conduta é a de ordenar despesa não autorizada em lei. O administrador, assim como 
todo e qualquer servidor público, tem suas atribuições perfeitamente descritas em lei, de forma que as 
despesas a serem ordenadas pelo administrador devem constar de texto legal.
Buscando proteger o equilíbrio orçamentário e das contas públicas incriminou-se a conduta daquele 
que, com poderes para tanto, presta garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída 
contragarantia em valor igual ou superior ao da garantia prestada pela pessoa jurídica.
No Art. 359-G tipificou-se a conduta do agente público que, dolosamente, ordena, autoriza ou executa 
ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do 
mandato ou da legislatura.
Tenta-se impedir prática odiosa e corriqueira de administradores que, para se reelegerem inchavam a 
folha de pagamento, contratando grande número de servidores, muitas vezes sem nenhuma 
necessidade, resultando em grade prejuízo ao erário público.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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Por fim o art. 359-H que pune com reclusão de 1 a 4 anos a conduta daquele administrador que, 
dolosamente, ordena, autoriza ou promove a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de 
títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em 
sistema centralizado de liquidação e de custódia.
Busca-se evitar o endividamento futuro irresponsável, já que a colocação no mercado de títulos da 
dívida pública é uma forma de levantamento de recursos que gera obrigação a ser honrada no futuro, 
desta forma todo controle sobre tais operações se mostra necessário.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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