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Anestésicos locais A anestesia local é o bloqueio temporário e localizado da condução nervosa, podendo acarretar perda da sensibilidade e da motricidade, dependendo da dose e do local de sua administração. Cocaína Estimulante central que pode levar à dependência e crise de abstinência. Foi feita síntese de substâncias que causassem a anestesia, mas sem causar a dependência, como a procaína e lidocaína, o protótipo da classe e uma das drogas mais utilizadas. Usualmente esses anestésicos são usados na forma de cloridrato. Isso porque esses anestésicos são bases e, na forma de cloridrato, o meio fica acidificado com pH de 3,5, causando a ionização da base. Quando essa substância cai na corrente sanguínea, com pH de 7,4, a substância perde a ionização e consegue ser absorvido. Nos tecidos, mais ácidos, o anestésico sofre novamente a ionização e produz o efeito. Característica química São bases fracas e contém três regiões importantes. A região lipofílica contém o anel aromático e a cadeia intermediária pode ser um éster ou uma amida, classificando os anestésicos em amino-ésteres ou amino-amidas, respectivamente. Os amino-ésteres, classe mais antiga, são metabolizados pela pseudo- colinesterase (butirilcolinesterase) e tem maior probabilidade de apresentar reações alérgicas devido à formação do antígeno PABA durante a metabolização. Outra região importante é a hidrofílica. A região hidrofílica permite a difusão do anestésico nos tecidos e a lipofílica permite a difusão pela bainha nervosa. ❖ Amino-ésteres ➢ Procaína ➢ Tetracaína ❖ Amino-amida ➢ Lidocaína ➢ Bupivacaína ➢ Ropivacaína ➢ Prilocaína Características físico-químicas O grau de ionização do anestésico possibilita a penetração e o efeito. Quanto maior o grau, menor a penetração e menor o efeito. Quanto maior o pKa, melhor a absorção da molécula devido à sua maior ionização no sangue. Anestésico pKa Benzocaína 3,5 Lidocaína 7,9 Bupivacaína 8,1 Tetracaína 8,6 Procaína 8,9 Absorção ❖ O anestésico poderá sofrer absorção sistêmica a partir do local onde foi aplicado ➢ Fatores que influenciam ▪ Vascularização local e dose administrada. Quanto mais vascularizado, maior a absorção. ▪ Presença ou não de fármacos vasoconstritores (epinefrina), que facilitam a absorção. ➢ Fármacos vasoconstritores, como a epinefrina, reduzem os riscos de difusão sistêmica ▪ Na presença de vasoconstritores há maior concentração do fármaco no local onde se encontram os feixes nervosos. ➢ Se o anestésico local atingir níveis elevados no coração, há risco de bradicardia e até assistolia. A lidocaína é um antiarrítmico. Mecanismos de ação ❖ Agem sobre todos os nervos, dependendo do tamanho (diâmetro), frequência de disparos e mielinização, sendo estas mais sensíveis. ❖ Bloqueia a condutância do canal, impedindo a deflagração do potencial de ação. Em fibra com grande frequência de estímulos, mais canais abertos e inativados. Os anestésicos têm preferência por canais na conformação aberta e inativada, não na forma fechada. ❖ As fibras menores, aferentes da dor, são bloqueadas inicialmente, seguidas pelas fibras maiores, as de tato e função motora. As fibras mielinizadas são mais sensíveis, uma vez que o impulso saltatório perde sinal ao longo dos saltos, então é mais fácil do anestésico agir. ❖ A hipopotassemia acarreta a diminuição de potássio, diminui o limiar, uma vez que o potássio tende a sair da célula. Assim mais difícil o estímulo da célula e mais canais de sódio estão no estado fechado, o que dificulta a ação do anestésico. ❖ Pode interromper a condutância do sódio, independente da ligação na estrutura proteica do canal. A entrada do anestésico na parte lipídica da membrana a expande e obstrução dos canais, impedindo a condutância do sódio. ❖ Em regiões de baixo fluxo sanguíneo não deve ser feita administração de vasoconstritor, pode causar hipóxia. Tem risco de efeitos colaterais em pacientes cardiopatas.
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