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Doença do enxerto versus hospedeiro

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As manifestações tegumentares presentes na doença do enxerto versus hospedeiro (DEVH), uma emergência oncológica
Introdução: A DEVH é uma síndrome sistêmica que ocorre em pacientes após transplante de medula óssea (TMO) através de uma fisiopatologia complexa que envolve o reconhecimento de antígenos e ação de linfócitos T, e atacam células e tecidos do organismo receptor. Sendo assim, é a maior complicação primária do TMO alogênico. Pode ser aguda, caracterizando-se pela morte celular epitelial na pele, no trato gastrointestinal e fígado, e crônica, que é caracterizada pela fibrose e atrofia de 1 ou mais órgãos alvo. Sua mortalidade é superior a 30%. Ambas podem ser fatais. O diagnóstico é feito desde o acompanhamento com hematologista e oncologista, na forma aguda, até biópsia de 1 das lesões para avaliação histológica, na forma crônica. As manifestações cutâneas acometem ambas as formas e necessitam de tratamento precoce devido a sua morbidade e piora da qualidade de vida do paciente. 
Objetivos: Este estudo tem por objetivo relatar sobre uma emergência em pacientes oncológicos, assim como apresentar suas manifestações primárias, reunindo informações necessárias para que tal condição tenha seu diagnóstico feito precocemente.
Metodologia: Pesquisa de natureza bibliográfica, onde foi utilizado o banco de dados Scientific Electronic Library Online e selecionado trabalhos a partir da busca com os Descritores em Ciências da Saúde: DEVH, oncologia e emergência. Como critério de seleção adotou-se os trabalhos que satisfaziam o tema e que estavam disponíveis na íntegra, onde totalizou 4 trabalhos de relevância.
Resultados: As manifestações cutâneas na forma aguda são, em geral, o 1º sinal, ocorrendo entre o 7º e 21º dia. Pode ser graduada de acordo com a gravidade em 4 estágios e seu prognóstico está relacionado com tal graduação e são caracterizadas por eritema nas palmas e plantas, precedido por sensação de queimação ou prurido, que pode se estender a exantema em tórax, pescoço e região malar. Pode haver ainda um quadro cutâneo que se assemelha à necrólise epidérmica tóxica. Na forma crônica, as manifestações ocorrem após 3 meses, tendo ou não a forma aguda previamente, e as mais comuns são liquenóide, esclerodermóide e vitiligóide. Além disso, é frequente a ceratose folicular extensa, a alteração de fâneros com distrofia ungueal e alopecia permanente do couro cabeludo. A profilaxia é feita com imunossupressores como corticoide, ciclosporina e metrotexate de forma combinada. Em casos leves é utilizado anti-histamínicos orais e corticoides tópicos. Para tratamento, é indicado o uso de ciclosporina e corticoides, associados ou não. Para pacientes resistentes, são utilizados esquemas com tacrolimus, micofenolato, azatioprina, talidomida e fotoquimioterapia para controlar a doença.
Conclusão: Embora a DEVH não tenha alta mortalidade, é imprescindível o diagnóstico precoce, pois, seus índices de morbidade e piora na qualidade de vida dos pacientes são elevados, o que pode gerar outros problemas ao paciente, como carcinomas cutâneos, se não acompanhado periodicamente. 
Palavras-chave: emergência, oncologia, dermatologia, doença do enxerto versus hospedeiro, DEVH.
Referências: 
SILVA, Márcia de Matos; BOUZAS, Luis Fernando S.; FILGUEIRA, Absalom L.. Manifestações tegumentares da doença enxerto contra hospedeiro em pacientes transplantados de medula óssea. An. Bras. Dermatol.,  Rio de Janeiro ,  v. 80, n. 1, p. 69-80,  Feb.  2005. Available from http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962005000100010.
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Sullivan KM, Agura E, Anasetti C, et al. Doença crônica do enxerto contra o hospedeiro e outras complicações tardias do transplante de medula óssea. Seminários em Hematologia. Julho de 1991; 28 (3): 250-259.

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