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edudata FMRP-USP TESTE DE PROGRESSO INTERINSTITUCIONAL NOVEMBRO/2020 INSTRUÇÕES • Verifique se este caderno de prova contém um total de 120 questões, numeradas de 1 a 120. • Caso contrário solicite ao fiscal da sala um outro caderno completo. • Para cada questão existe apenas UMA resposta correta. • Você deve ler cuidadosamente cada uma das questões e escolher uma resposta. • Essa resposta deve ser marcada na FOLHA DE RESPOSTAS que você recebeu. VOCÊ DEVE: • Procurar, na FOLHA DE RESPOSTAS, o número da questão a que você está respondendo. • Verificar no caderno de prova qual a letra (A, B, C, D) da resposta que você escolheu. • Marcar essa letra na FOLHA DE RESPOSTAS fazendo um traço bem forte no quadrinho que aparece abaixo dessa letra. ATENÇÃO • Marque as respostas com caneta esferográfica de tinta azul ou preta. • Marque apenas uma letra para cada questão, mais de uma letra assinalada implicará anulação dessa questão. • Responda a todas as questões. • Não será permitida qualquer espécie de consulta, nem o uso de aparelhos eletrônicos. • Você terá 4h (quatro horas) para responder a todas as questões e preencher a Folha de Respostas. "Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem autorização prévia". COMENTÁRIOS E REFERÊNCIAS 2 Teste de Progresso – novembro/2020 1. B Comentários: A Fenilcetonúria é um dos erros inatos do metabolismo. O defeito é na enzima hepática Fenilalanina Hidroxilase, levando ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina no sangue e ao aumento da Fenilalanina e da excreção urinária de Ácido Fenilpirúvico, levando ao aparecimento de tais sintomas. Referência Bibliográfica: • Mark, BERG, J., TYMOCZKO, L., STRYER, Lubert. Bioquímica, 7ª edição. Guanabara Koogan, 02/2014. 2. A Comentários: O paciente tem uma acidose descompensada. O pH baixo indica acidose (pH normal = 7,35-7,45). A PCO2 elevada indica excesso de ácidos pela via respiratória (PCO2 normal= 35-45 mmHg) e o HCO3- diminuído indica excesso de ácidos pela via metabólica (HCO3- normal= 22-26 mEq/L). Portanto, tem-se uma acidose mista (acidose respiratória e metabólica). Sob condições normais, o CO2 é removido por ventilação pulmonar. No entanto, uma alteração nas trocas gasosas, como ocorre na fase avançada da DPOC, resulta na retenção de CO2. O dióxido de carbono é então hidratado com a formação de ácido carbônico que posteriormente se dissocia com a liberação de íons hidrogênio (H+) nos fluidos corporais, de acordo com a seguinte equação: CO2 + H2O ⇒ H2CO3 ⇒ HCO3 + H+ Assim, como consequência da alteração das trocas gasosas em pacientes com DPOC, ocorre hipercapnia, que por sua vez resulta no aumento da concentração de H+ e no desenvolvimento de acidose respiratória. No entanto, no presente caso, não temos uma acidose respiratória pura, uma vez que ela cursa com HCO3- baixo. Revendo a história do paciente, verificamos que a acidose metabólica está de acordo com a descompensação da diabetes e da insuficiência renal originadas pela pneumonia. Trata-se, portanto, de uma acidose mista. Referências Bibliográficas: • Bruno CM, Valenti M, 2012. Acid-base disorders in patients with chronic obstructive pulmonary disease: a pathophysiological review. J Biomed Biotechnol, 2012:915150. • Levitzky MG. Fisiologia Pulmonar. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2016. 3. D Comentários: A proteína p53, codificada pelo gene TP53, tem papel relevante no controle do ciclo celular, através de parada do ciclo para atuação de sistemas de reparo e indução de apoptose, no caso. Referências Bibliográficas: • Nussbaum RL, McInnes RR, Willard. Thompson & Thompson. Genética Médica (8ª edição). Elsevier, Rio de Janeiro, 2016. • Jorde, Carey, Bamshad. Genética Médica (5a edição). Elsevier, Rio de Janeiro, 2017. 4. B Comentários: A Hibridização in situ por Fluorescência (FISH) utiliza sondas (sequências de DNA especificamente marcadas com fluorescência) complementares às regiões alvo nos cromossomos investigados. Esta técnica é indicada na HD de LMC para detecção da fusão gênica BCR/ABL, a partir da translocação t(9;22)(q34;q11.2), que resulta no cromossomo Philadelphia, principalmente quando não há células em metáfase para a análise do cariótipo ou nos casos em que o cariótipo é normal, mas o quadro clínico do paciente sugere a presença do rearranjo. Trata- se de uma técnica mais rápida que o cariótipo, pois não depende de cultura celular para sua realização. É um exame qualitativo e quantitativo, pois além da identificação da alteração genética, possibilita estabelecer a frequência de células alteradas e normais, um parâmetro fundamental. A detecção da presença do cromossomo Philadelphia tem implicações no diagnóstico, terapêutica e prognóstico de diversas neoplasias hematológicas, especialmente em LMC. Células da medula óssea são muito mais informativas, embora no sangue periférico também possam ser encontradas células neoplásicas; mas a possibilidade de sucesso é ainda menor e o prazo para o resultado é muito maior, especialmente com o cariótipo com bandamento GTG. Depois de estabelecido o diagnóstico rapidamente por FISH (pode ser obtido em horas), que irá permitir o início da terapêutica específica, o exame em bandamento GTG deve ser repetido periodicamente, pois é o único exame que permite que todos os cromossomos sejam avaliados. A t(8;21)(q22;q22), com rearranjo AML/ETO, é característica de Leucemia Mieloide Aguda (LMA), particularmente do subtipo M2. Portanto não seria o resultado esperado para o diagnóstico em questão. Depois de alcançada a remissão Citogenética, o teste de PCR (em tempo real) é a escolha para monitoramento do tratamento, não para o diagnóstico inicial. Além disso, o rearranjo PML/RARA é característico de uma outra leucemia, a leucemia promielocítica aguda (LPA). Referências Bibliográficas: • JORDE, L. B. e t al. Genética médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. • NUSSBAUM, R. L.; MCINNES, R. R.; WILLARD, H. F. Thompson & Thompson Genética Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 5. C Comentários: O processo de fertilização ocorre, usualmente, na ampola da tuba uterina. Neste local, os espermatozoides mais aptos que alcançarem a tuba uterina iniciarão a passagem pelos envoltórios do ovócito secundário, por meio da ação das enzimas proteolíticas presentes no acrossomo. No caso desse homem, seu espermograma revela um quadro de oligoastenospermia, que pode ser causa de infertilidade futura por comprometer o processo de fertilização devido à diminuição no volume de sêmen liberado na ejaculação e pela redução na concentração e motilidade espermáticas. Referências Bibliográficas: • Schoenwolf, G.C. Larsen - Embriologia Humana - 5ª Ed. 2016. Ed. Guanabara. • Moore, K. L., Persaud, T.V.N., Torchia, M.G. Embriologia Clínica. 10.ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2016. Teste de Progresso – novembro/2020 3 6. D Comentários: Algumas vezes, numa gestação, o embrião morre e as vilosidades coriônicas não completam o seu desenvolvimento. Ou seja, elas não se tornam vascularizadas a ponto de formar vilosidades terciárias. Essas vilosidades em degeneração podem formar inchaços císticos, denominados mola hidatiforme. As molas apresentam graus variados de proliferação trofoblástica e produzem quantidade excessivas de gonadotropina coriônica humana. Em 3 a 5% desses casos, as molas evoluem para lesões trofoblásticas malignas denominadas coriocarcinomas. Referências Bibliográficas: • MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N.; TORCHIA, M.G. Embriologia Clínica, 10ª ed., Elsevier, Rio de Janeiro, 2016. Capítulo 04. • MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N.; TORCHIA, M.G. Embriologia Básica, 9ª ed., Elsevier, Rio de Janeiro, 2016. Capítulo 5. 7. B Comentários:A fotomicrografia é de estômago e destaca a camada mucosa formada por um epitélio glandular que constitui as glândulas gástricas com tipos celulares especiais secretores, e sustentados por uma lâmina própria. Os números 1, 2 e 3 apontam os tipos celulares facilmente visualizados na coloração por hematoxilina e eosina, que são: células mucosas, células parietais e células principais. Referência Bibliográfica: • Uchoa, JUNQUEIRA, Luiz C., CARNEIRO, José. Histologia Básica - Texto & Atlas, 13ª edição. Guanabara Koogan, 06/2017. VitalBook file. 8. A Comentários: Os benzodiazepínicos (por exemplo: diazepam, midazolam) se ligam em um sítio alostérico do receptor GABA do subtipo A. A ligação desse neurotransmissor com esse sítio aumenta a afinidade da molécula de GABA com seu receptor. Em consequência, o receptor apresenta maior frequência de abertura. O receptor GABA do subtipo A é um canal de cloreto, assim o aumento da sua frequência de abertura, favorece o influxo de íons cloretos, para o interior dos neurônios. Dessa forma, os benzodiazepínicos promovem a hiperpolarização neuronal, reduzindo a excitabilidade do sistema nervoso central. Devido a essa ação farmacológica, os benzodiazepínicos são eficazes para interromper uma crise convulsiva. Referência Bibliográfica: • Brunton, L.L; Chabner BA; Knollmann BC. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª edição. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 2012,2112 p. 9. C Comentários: O quadro clínico e laboratorial é compatível com insuficiência adrenal de causa central. Na insuficiência adrenal primária ocorre hiponatremia, hiperpotassemia e aumento da renina plasmática pela deficiência na produção também da aldosterona pela zona glomerulosa. Aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e secreção de potássio no túbulo distal e ducto coletor, e sua síntese pela glândula adrenal é regulada pela angiotensina II e concentração sérica de potássio. Referência Bibliográfica: • Fisiologia. Aires MM. 5ª edição. Capítulos 53 e 69. 10. D Comentários: O quadro apresentado do paciente é compatível com insuficiência cardíaca. Histologicamente, esse quadro apresenta uma alteração do miocárdio demonstrada na fotomicrografia 1, com aumento da presença de fibras colágenas (tecido conjuntivo) entre as fibras musculares cardíacas, o que acarreta prejuízo do batimento cardíaco e consequente bombeamento do sangue/oxigenação para o corpo. A fotomicrografia 2 mostra a histologia do miocárdio normal, evidenciando várias fibras musculares cardíacas com núcleos de posição central e entremeadas por capilares sanguíneos. Ambas fotomicrografias estão coradas pela hematoxilina e eosina. Referência Bibliográfica: • Uchoa, JUNQUEIRA, Luiz C., CARNEIRO, José. Histologia Básica - Texto & Atlas, 13ª edição. Guanabara Koogan, 06/2017. VitalBook file. 11. A Comentários: A encefalopatia hepática (EH) é uma complicação neurológica grave da cirrose hepática, caracterizada clinicamente por alterações de personalidade, anormalidades do sono e coordenação motora prejudicada, além de disfunção cognitiva que progride para estupor e coma. Os procedimentos utilizados para o diagnóstico e classificação da EH incluem avaliação neurológica, eletroencefalografia, testes psicométricos e uso do teste crítico de frequência de oscilação. Neuropatologicamente, a EH na cirrose é principalmente um distúrbio da neuroglia caracterizado pela astrocitose tipo II e ativação da microglia. Vários mecanismos foram propostos para explicar a patogênese da EH na cirrose, incluindo as ações neurotóxicas de amônia, metabolismo energético cerebral prejudicado, mecanismos pró-inflamatórios centrais e alterações da neurotransmissão excitatória e inibitória. A hiperamonemia e a inflamação têm papéis sinérgicos na indução de alterações neurológicas no HE. O tratamento da HE na cirrose continua a depender de estratégias de redução dos níveis séricos de amônia. O transplante de fígado leva à recuperação da função do sistema nervoso central na maioria dos casos. Referências Bibliográficas: • Hepatic encephalopathy in alcoholic cirrhosis. Handb Clin Neurol. 2014; 125:589-602. • Hepatic encephalopathy due to liver cirrhosis. BMJ. 2015; 351. • Hepatic encephalopathy: effects of liver failure on brain function. Nature Reviews Neuroscience, 2013; 14: 851-858. 4 Teste de Progresso – novembro/2020 12. C Comentários: Neste corte de pele, bacilos aparecem claramente em vermelho (bacilos álcool-ácido resistentes ou BAAR). O restante do tecido fica corado em azul pálido por azul de metileno. Na forma multibacilar, bacilos de Hansen são vistos isoladamente ou em aglomerados chamados globias no citoplasma dos macrófagos. A formação de globias é típica da hanseníase virchowiana, não sendo observada nas demais manifestações da hanseníase ou outras micobacterioses. Referências Bibliográficas: • Foto histopatologia – Hanseníase em pele. http://anatpat.unicamp.br/ • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. • Guia prático sobre a hanseníase / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 68 p. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanse niase.pdf • Joel Carlos Lastória, Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu. Revista Diagn. Tratamento. 2012;17(4):173-9. 13. A Comentários: A redução do número de linfócitos TCD8 foi decorrente do processamento e apresentação de antígenos ocorrer predominantemente pela via do MHC-II. Antígenos exógenos, normalmente antígenos fagocitados, são degradados dentro dos fagolisossomas. Concomitante, a síntese dos MHC (I e II) ocorre no retículo endoplasmático. Porém, o MHC-II está associado a uma cadeia invariante, impedindo com que antígenos do citosol se liguem na fenda da molécula do MHC-II e são liberados em vesículas. Ao fusionar com o fagolissoma, as enzimas proteolíticas degradam a cadeia invariante permitindo o ancoramento do peptídeo na fenda do MHC-II. O complexo MHC- II-peptídeo é exocitado e fusiona na membrana da célula para ser reconhecido por linfócitos TCD4. Já antígenos do citosol (endógenos) são processados em proteassomas e adentram no retículo. Nesse momento, ligam-se diretamente as moléculas de MHC-I, já que as moléculas de MHC-II estão ocupadas pelas cadeias invariantes. O complexo peptídeo-MHC-I é exocitado e expresso na membrana para ser reconhecido por linfócitos TCD8. Alguns vírus apresentam mecanismos que evadem o sistema imune, principalmente inibindo a expressão do MHC-I e promovem morte em células infectadas. As células mortas são fagocitadas e, então, apresentam antígenos virais pela via de MHC-II. Sendo, portanto, uma resposta predominante de linfócitos TCD4. Referência Bibliográfica: • Abul K Abbas, Imunologia Celular e Molecular, 8a edição, Editora Elsevier. 14. D Comentários: Ao ser picado por abelha, um indivíduo pode se tornar sensibilizado. Isso significa que passa a produzir anticorpos da classe IgE, principalmente devido à ativação de linfócitos B e células TCD4+ de padrão Th2. Os anticorpos IgE ligam-se a receptores expressos na superfície de mastócitos. Em contatos subsequentes, ocorre ativação de mastócitos por meio da ligação do alérgeno à IgE na superfície dos mastócitos. Os mastócitos liberam o conteúdo pré-formado de seus grânulos, como histamina, numa reação rápida (poucas horas), causando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, que caracterizam as placas eritematosas, edema de glote e dificuldade para respirar. Referência Bibliográfica: • Abbas, A.K., Lichtman, A. H., Pillai S. Imunologia Básica. Funções e distúrbios do sistema imunológico,5ª. Edição, Editora Elsevier (2017). 15. B Comentários: As partículas do SARS-CoV-2 são envelopadas e possuem espículas (spikes) capazes de se ligarem aos receptores ECA-2 nas células hospedeiras, além de possuírem genomas de RNA de fita simples bastante complexos e longos quando em comparação com outros vírus de genoma RNA não pertencentes à ordem dos Nidovirales. Referências Bibliográficas: • Hoffmann, M. et al. SARS-CoV-2 Cell Entry Depends on ACE2 and TMPRSS2 and Is Blocked by a Clinically Proven Protease Inhibitor. Cell 271–280 (2020). doi:10.1016/j.cell.2020.02.052 • WHO – World Health Organization - https://www.who.int/ 16. C Comentários: Como o teste de Gram não mostrou bactérias, Neisseria não pode ser o diagnóstico, pois é uma bactéria Gram positiva. A coloração de Gram não pode ser utilizada para a identificação de Chlamydia ou Candida, porém a coloração de Shorr deixa evidente tratar-se da forma trofozoíta de Trichomonas vaginalis. Referência Bibliográfica: • Bases da Parasitologia Médica – Luís Rey, 3a edição, 2011; Parasitologia Humana, - David Pereira Neves, 13a edição, 2016. 17. A Comentários: O fenoterol é um agonista beta adrenérgico que atua em receptores beta 2 presentes nos brônquios, causando broncodilatação, aliviando assim os sintomas da asma. Entretanto, um efeito colateral é a taquicardia decorrente de sua ação em receptores beta 1 cardíacos. Referência Bibliográfica: • As bases farmacológicas da terapêutica – Goodman & Gilman; Editora Mc Graw Hill – 13ª Edição - Ano 2018. Teste de Progresso – novembro/2020 5 18. D Comentários: Trata-se de uma imunodeficiência adquirida (secundária) causada pela infecção com o vírus HIV. O vírus infecta diversas células do sistema imunológico, incluindo linfócitos TCD4, destruindo-os. A eliminação de células TCD4 causa uma profunda imunossupressão, que é acompanhada de infecções oportunistas, como fúngicas (aqui representada pela C. Albicans) e co- infecções com M. tuberculosis. Referência Bibliográfica: • Abul K Abbas, Imunologia Celular e Molecular, 8a edição, Editora Elsevier. 19. C Comentários: Os déficits funcionais indicam a Síndrome da Artéria Cerebelar Inferior Posterior (síndrome de Wallenberg) à esquerda, na qual tipicamente estão envolvidas as seguintes estruturas: 1. Lesão do pedúnculo Cerebelar inferior do lado esquerdo: explica a Incoordenação de movimentos da metade do corpo situada do lado lesado (esquerdo). 2. Lesão do trato espinal do trigêmeo e seu núcleo do lado esquerdo: explica a hipoestesia dolorosa da face a esquerda. 3. Lesão do trato espinotalâmico lateral do lado esquerdo: explica a hipoestesia dolorosa do tronco e membros do lado direito. 4. Lesão das vias hipotálamo-espinais: explica a ptose palpebral e miose do lado esquerdo (síndrome de Horner). Referências Bibliográficas: • HAINES, D.E. Neurociência Fundamental. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 672 p. • MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia funcional. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2013. 360 p. 20. B Comentários: A depuração de substâncias circulantes pelos rins explica o fato de frequentemente ser lesado por agentes tóxicos. Estes exercem ação tóxica por si mesmos ou por seus metabólitos. Embora a nefrotoxicidade possa atuar sobre os vários componentes renais, as agressões tubulares são as mais importantes e explicáveis pela reabsorção ativa exercida pelos túbulos, particularmente os proximais. Existem muitos agentes tóxicos e entre eles o contraste radiológico. As alterações morfológicas variam de acordo com o agente tóxico e, na maioria das vezes são inespecíficas. Elas ocorrem sobretudo nos túbulos proximais, e em geral não destroem a membrana basal, o que permite a regeneração completa dos túbulos se a causa for eliminada. Referências Bibliográficas: • BRASILEIRO FILHO, G.. Bogliolo patologia. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Páginas 588 a 589. • ROBBINS e COTRAN patologia: bases patológicas da doença. Edição de Kumar, V., Abbas, A.K. & Aster, J.C. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Páginas 698 a 708. • Robbins patologia básica. Edição de Kumar, V., Abbas, A.K. & Aster, J.C. 10ª edição, Rio de Janeiro: Elsevier, 2018, páginas 498 a 501. 21. C Comentários: História de dor precordial característica com ECG mostrando alteração no segmento ST e na onda T podem estar presentes tanto em angina instável (AI) como IAM sem supra desnivelamento de ST. A elevação nos marcadores de necrose miocárdica (CKMB e troponina) podem caracterizar o IAM, assim como o ECG sequencial. Em pacientes com suspeita de angina instável, além das medidas como analgesia, oxigênio, betabloqueadores e aspirina, deve ser dosada a troponina cardíaca (hs-cTn) realizada na apresentação e 3h mais tarde. Entre os marcadores cardíacos, o nível da CKMB não é alto, mas a troponina cardíaca se eleva, especialmente quando medida por meio de testes de alta sensibilidade para troponina (hs-cTn). A repetição do ECG pode demonstrar a onda Q não vista anteriormente. Enquanto não se chega a esta definição, a melhor denominação do quadro é Síndrome Coronariana Aguda. Referências Bibliográficas: • Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem supra desnível do Segmento ST ArqBrasCardiol 2014; 102(3Supl.1):1-61. • Zipes DP,LibbyP,Bonow RO, Mann DL,Tomaselli GF. Braunwald's Heart Disease E-Book:A Textbook of Cardiovascular Medicine,11ª ed. Elsevier; 2018. 22. A Comentários: A encefalopatia hipertensiva se manifesta com elevação da pressão arterial, alteração do nível de consciência e edema de papila. A Tomografia Computadorizada de crânio pode demonstrar edema cerebral simétrico, envolvendo a substância branca, principalmente nas regiões parietocciptais. Referência Bibliográfica: • Santos, E.C.L; Mastrocola, F., Figuinha, F.C.R. Cardiologia Cardiopers – 760 Pág. Editora Atheneu – 2018. 23. C Comentários: O quadro é de anemia megaloblástica (Ht e Hb baixos com VCM e CHCM elevados, número de reticulócitos normal ou baixo), que pode ocorrer por falta de vitamina B12 ou ácido fólico. Clinicamente, a presença de formigamento de pés e mãos é mais comum na deficiência de vitamina B12. Na anemia megaloblástica pode também ocorrer neutropenia, com presença de neutrófilos hipersegmentados (pleocariócitos) e moderada plaquetopenia, conforme observado no hemograma do caso clínico apresentado. As alterações se estendem a outros locais com grande proliferação celular, como a língua, o que justifica a língua careca observada ao exame físico. O tipo mais comum de carência de vitamina B12 é representado pela anemia perniciosa, doença de natureza imunológica, em que ocorre atrofia e inflamação crônica da mucosa gástrica (gastrite atrófica), levando à ausência concomitante de fator intrínseco e da secreção de ácido clorídrico, com consequente má absorção da vitamina B12. Referências Bibliográficas: • Zago MA, Falcão RP, Paquini R. Hematologia. Fundamentos e Prática. 2a edição. São Paulo: Editora Atheneu; 2013. • Figueiredo Maria Stela, Kerbauy José, Lourenço Dayse Maria. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da Unifesp. Hematologia. 1ª ed. Barueri: Editora Manole, 2010. 6 Teste de Progresso – novembro/2020 24. B Comentários: A Púrpura Trombocitopênica Imune é uma doença resultante do surgimento de auto-anticorpos direcionados contra glicoproteínas de membrana plaquetárias, resultando em destruição das mesmas, e cursando com plaquetopenia exclusiva. Sua apresentação clínica típica é a ocorrência de sangramentos em pacientes previamente saudáveis. Frequentemente, há história de processo infeccioso viral nas semanas anteriores ao início do quadro. Os sangramentos incluem petéquias, equimoses, sangramento mucoso (gengival, nasal, dotrato urinário e digestivo) e dependem das contagens de plaquetas, sendo mais comuns e clinicamente significativos quando estão abaixo de 20.000/mm3. Referências Bibliográficas: • Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Portaria SAS/MS nº 1.316, de 22 de novembro de 2013. Púrpura Trombocitopênica Idiopática. • Guideline on immune thrombocytopenia in adults: Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Project guidelines: Associação Médica Brasileira - 2018. • Margareth Castro Ozelo, Marina Pereira Colella, Erich Vinícius de Paula, Ana Clara Kneese Virgilio do Nascimento, Paula Ribeiro Villaça, Wanderley Marques Bernardo 2531-1379/© 2018 Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Published by Elsevier Editora Ltda). • American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia Cindy Neunert, Deirdra R. Terrell, Donald M. Arnold, George Buchanan, Douglas B. Cines, Nichola Cooper, Adam Cuker, Jenny M. Despotovic, James N. George, Rachael F. Grace, Thomas Kühne, David J. Kuter, Wendy Lim, Keith R. McCrae, Barbara Pruitt, Hayley Shimanek, Sara K. Vesely Blood Advances (2019) 3 (23): 3829–3866. 25. D Comentários: O tratamento irregular da hipertensão arterial e do diabetes levam à doença renal crônica, bem caracterizado pela presença de sintomas de uremia como náuseas, anemia, cansaço e edema de membros inferiores, causados pela retenção de sódio e eventual congestão. A insuficiência cardíaca não se apresenta geralmente com anemia. A lesão renal aguda está mais associada ao uso de captopril associado a estados hipovolêmicos. A síndrome mielodisplásica, além de não ter a diabetes e a hipertensão como fator de risco, embora apresente anemia, é sempre um diagnóstico de exclusão. Referências Bibliográficas: • Princípios Básicos de Nefrologia; Silvia Titan; 1º Edição Ed Artmed 2013. 26. A Comentários: O diagnóstico correto é erisipela, infecção da derme causada predominantemente por estreptococos do grupo A e caracterizada por apresentar lesão com eritema vivo, intenso e doloroso, com bordas bem delimitadas. Quando o quadro é muito intenso, surgem bolhas e, até mesmo necrose com ulceração, acompanhado por febre, mal-estar físico e calafrios. O tratamento é feito preferencialmente com penicilina procaína ou cristalina. A maioria dos casos não necessita internação, que está reservada para os pacientes com comorbidades. Neste caso, por ser o paciente diabético, há indicação de internação e antibiótico EV. Referências Bibliográficas: • Azulay, Ruben David. Dermatologia. 5ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan,2011. • Belda Jr, Walter. Tratado de Dermatologia.3ed. Atheneu,2018. 27. D Comentários: Em pacientes com AIDS, a principal manifestação neurológica focal é a toxoplasmose cerebral. Ocorre por reativação de foco latente, quando as contagens de T CD4+ estão abaixo de 200 células/mm3. A TC de crânio está indicada em todos os casos e, quando não são visualizadas lesões, deve-se realizar ressonância magnética. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, hipodensas, com ou sem reforço ao contraste, sendo mais comum apresentar reforço, que pode ser anelar ou nodular. Tem como diagnósticos diferenciais, linfoma primário do cérebro, leucoencefalopatia multifocal progressiva, doença de Chagas, neurocriptococose, entre outros. A neurocriptococose, em geral, não se manifesta com lesão tomográfica e, quando está presente, não apresenta as características acima descritas. Referências Bibliográficas: • Gomes BC, Nunes J, Pinto J, Gouveia P, Pais RP. Neuroimagem na infecção vírus da imunodeficiência humana. Acta Med Port. 2012;25:7-12. • Vidal JE, Hernandez AV, de Oliveira AC, Dauar RF, Barbosa SP Jr, Focaccia R. Cerebral toxoplasmosis in HIV-positive patients in Brazil: clinical features and predictors of treatment response in the HAART era. AIDS Patient Care STDS 2005. 28. B Comentários: Paciente em idade reprodutiva e exantema não pruriginoso com comprometimento palmo-plantar associado a febre e micropoliadenopatia. O quadro clínico é muito sugestivo de sífilis secundária. A lesão primária pode persistir por semanas, a exemplo deste paciente, com lesão oral. O tratamento de escolha é a penicilina benzatina. Referência Bibliográfica: • Talhari S, Sardinha JCG, Cortez CCT. Sífilis, pp 1543-1550. In: Foccacia R & Veronesi R. Tratado de Infectologia. 5. Ed. Editora Atheneu, 2015. 29. A Comentários: Paciente apresenta sinais clínicos claros de hipercortisolismo: hipertensão, hiperglicemia, osteoporose, amenorreia, hipocalemia, fácies de lua-cheia, obesidade central, perda de gordura periférica em membros, estrias violáceas, e no caso sintomas psicóticos, provavelmente pelo excesso de cortisol. A confirmação através de 2 exames (teste de Nuggent) do excesso de glicocorticoides é o primeiro passo. A seguir devemos avaliar se estamos diante da síndrome de Cushing ACTH dependente (ACTH normal ou elevado), onde a patologia se encontra na hipófise (Doença de Cushing) ou em tumores produtores de ACTH (síndrome do ACTH ectópico), ou síndrome de Cushing ACTH-independente (ACTH reduzido), na qual a patologia se encontra nas glândulas adrenais. Referências Bibliográficas: • Newell-Price J, Trainer P, Besser M, Grossman A. The diagnosis and differential diagnosis of Cushing´s syndrome and pseudo-Cushing´s states. Endocr Rev 1998;19: 647-72. • Nieman LK, Biller BM, Findling JW, Newell-Price J, Savage MO, Stewart PM, Montori VM. The diagnosis of Cushing's syndrome: an Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab 2008 May; 93(5):1526-40. • Shinojima H, Kakizaki H, Usuki T, Harabayashi T, Ameda K, Koyanagi T Clinical and endocrinological features of adrenocorticotropic hormone-independent bilateral macronodular adrenocortical hyperplasia. J Urol 2001;166: 1639-42. Teste de Progresso – novembro/2020 7 30. D Comentários: O transtorno afetivo bipolar frequentemente se inicia com um quadro de depressão (depressão bipolar), que por vezes pode ser difícil de ser diferenciada da depressão unipolar. Constituem-se em critérios clínicos sugestivos da fase depressiva do transtorno afetivo bipolar: história familiar de transtorno bipolar, presença de sintomas atípicos (ex: hipersonia e hiperfagia), episódio depressivo em paciente jovem (abaixo de 25 anos), irritabilidade, presença de sintomas de lentificação psicomotora e melhora rápida com antidepressivos. O uso de antidepressivos pode precipitar o aparecimento de sintomas maníacos/hipomaníacos, como foi o caso da paciente em questão. Nessas situações, deve- se suspender o antidepressivo imediatamente e instituir a terapêutica para o transtorno afetivo bipolar, que são os estabilizadores do humor, tais como o carbonato de lítio ou valproato de sódio. Referências Bibliográficas: • BORGES DR. (Org.). Atualização Terapêutica. 25 ed. (2014/2015). São Paulo: Artes Médicas, 2014, v. 1, p. 192- 202. • MIGUEL EC, GENTIL V, GATTAZ WF. Clínica Psiquiátrica. 1ª. Ed. São Paulo: Manole, 2011. 31. B Comentários: A imagem radiológica mostra uma seriografia de esôfago, estômago e duodeno, focando na junção esofagogástrica. O diâmetro do esôfago tem menos que 4cm - está normal (chance menor de megaesôfago com disfagia lentamente progressiva), o relevo mucoso é liso e a cardia aparece claramente acima do pinçamento diafragmático caracterizando hérnia hiatal, geralmente causa de Doença do Refluxo gastroesofagiano que evolui frequentemente com azia, pirose e desconforto retroesternal. A dor epigástrica tipo fome, anorexia, emagrecimento e anemia sugerem mais lesão gástrica, péptica ou neoplásica, não presentes neste exame. Referência Bibliográfica: • Andreollo, NA; Lopes, LR; Coelho-Neto, JS. Doença do refluxo gastroesofágico: qual a eficácia dos exames no diagnóstico? ABCD, arq.bras. cir. dig. vol.23 no.1 São Paulo Jan/Mar 2010. https://doi.org/10.1590/S0102-67202010000100003 32. D Comentários: A hepatite viral, por seu processo fisiopatológico, é classificada como metabólica, devido ao processo inflamatório que ocorre no parênquima hepático e no hepatócito, gerando disfunção das organelas e lesão da membrana citoplasmática. Referência Bibliográfica: • Gastroenterologia Essencial, 4ª edição; cap. 52, pag. 528. 33. B Comentários: Dentre outros exames que devem ser solicitados na investigação de lúpus eritematoso sistêmico (LES), é importante colher o Anticorpo anti-Sm, C3 e C4 e a urina I para avaliar o comprometimento renal. O fator reumatoide pode estar presente no LES, mas não são importantes para estabelecer diagnóstico. O o anticorpo anti P ribossomal, apesar de ter alta especificidade para o diagnóstico de LES, é pouco utilizado por não estar amplamente disponível e ter baixa sensibilidade, além de conferir um padrão citoplasmático e não nuclear, como cita o enunciado. O anticorpo U3 RNP, também denominado antifibrilarina, é altamente específico de esclerose sistêmica e produz o padrão nucleolar de FAN. O anticorpo anti-LKM1 está presente na hepatite autoimune tipo 2. A biópsia renal poderá ser indicada num segundo momento, se houver indício de acometimento renal por LES ou acometimento renal sem causa definida. O anticorpo anti-DNA de hélice simples não deve ser utilizado devido a sua baixa especificidade (o que deveria ser indicado é o anticorpo anti-DNA dupla hélice). Anticorpo antimitocôndria está presente na colangite biliar primária. Referência Bibliográfica: • Carvalho MAP, Lanna CCD, Bértolo MB. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 5o. Rio de Janeiro: GEN; 2019. 752 p. 34. C Comentários: O comprometimento cognitivo (esquecimento) e sonolência do paciente, observados há 2 dias, poderiam decorrer de encefalopatia por descompensação hiperglicêmica não cetótica do diabetes mellitus. Em paciente idoso, com provável comprometimento vascular encefálico decorrente da hipertensão arterial associada ao diabetes, tal descompensação cursa comumente com crises epilépticas circunstanciais de origem focal ou multifocal, que podem ter tido progressão para crise generalizada com liberação de esfíncteres e perda completa da consciência. Os dados não permitem estabelecimento de diagnóstico de Epilepsia, mas de crises epilépticas circunstanciais. A alteração cognitiva progressiva do paciente e ausência de outros dados (como do levantar noturno para micção) não permitem estabelecer diagnóstico de síncope da micção como primeira hipótese diagnóstica. Da mesma forma, os dados sugerem crise no contexto de encefalopatia em progressão nos últimos 2 dias, sendo Ataque Isquêmico Transitório uma impressão menos provável neste cenário. Referência Bibliográfica: • Harrisson’s Manual of Medicine, 19th Edition, 2016, Edited by Mc Graw Hill Edu, Kasper, Fauci, Hauser, Jameson, Loscalzo. Chapter 16 – Confusion, Stupor and Coma; pp:76-82 and Chapter 181 – Seizures and Epilepsy; pp: 956-968. 35. A Comentários: Quando se observa VEF1/CVF < 70 se faz o diagnóstico de DPOC. Para classificar este DPOC deve ser feita a avaliação da limitação ao fluxo aéreo pelo VEF1, nesse caso 59%, portanto GOLD 2 (50 - 79); depois foi fornecido que o paciente tinha um mMRC de 1 e que teve uma internação no ano anterior, o que o classifica como C. Portanto é um paciente GOLD 2C, e o tratamento recomendado nesse estádio da doença é o uso de anticolinérgico de longa duração (LAMA). Referência Bibliográfica: • GOLD 2020 8 Teste de Progresso – novembro/2020 36. B Comentários: O caso em questão retrata um episódio depressivo grave com sintomas psicóticos. São fatores de risco para o suicídio: sexo masculino, ser viúvo/solteiro/divorciado, faixa etária até os 19 anos ou acima de 45 anos, presença de transtorno psiquiátrico (principalmente depressão), histórico de abuso/dependência de substâncias, sintomas de desesperança, histórico próprio de tentativas de suicídio e histórico familiar de tentativas ou de suicídio. Os sintomas de tristeza, anedonia e insônia terminal se constituem em sintomas do quadro depressivo, não estando associados diretamente ao risco de suicídio. Referência Bibliográfica: • BORGES DR. (Org.). Atualização Terapêutica. 25ed. (2014/2015). São Paulo: Artes Médicas, 2014, v. 1, p. 192- 202.MIGUEL EC, GENTIL V, GATTAZ WF. Clínica Psiquiátrica. 1ª. Ed. São Paulo: Manole, 2011. 37. C Comentários: A presença de peptídeo C baixo é típica de utilização de insulina exógena, já que a aplicação de insulina leva a uma supressão da liberação pancreática de insulina. Tanto o insulinoma quanto a hipoglicemia causada por sulfonilureias são caracterizadas por níveis elevados de insulina, peptídeo C e pró-insulina. Na hipoglicemia mediada por IGF-II, típica de pacientes com grandes tumores retroperitoneais, o paciente apresentará tipicamente níveis suprimidos de insulina e peptídeo C. Referências Bibliográficas: • Guyton & Hall. 2017. Tratado de Fisiologia Médica. 13° edição, editora Guanabara-Koogan. • Melmed et al. 2015. Williams textbook of Endocrinology. 13° edição, editora Elsevier. • Vilar. 2016. Endocrinologia Clínica. 6° edição, editora Guanabara-Koogan. 38. D Comentários: Alargamento mediastinal (principalmente paratraqueal direito) e aumento do volume hilar bilateral, de aspecto lobulado, caracteriza o sinal radiográfico do 1,2,3, sendo característico da doença linfonodal pela sarcoidose. O quadro clínico descrito também desfavorece outras doenças que cursam com linfonodomegalias, como tuberculose e linfoma. Referência Bibliográfica: • Wada DT, Rodrigues JAH, Santos MK. Sinais radiológicos no tórax. Medicina (Ribeirão Preto Online) [Internet]. 15out.2019 [citado 23mar.2020]; 52(supl1.): 45-6. Available from: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/154870 39. A Comentários: A demência pode ter várias etiologias. No caso desse paciente, que é frágil e apresentava quedas (possibilidade de traumatismo craniano) até há 3 meses, uma das etiologias suspeitas é de um hematoma subdural crônico (três meses sem quedas). O enunciado já relata que foi feito o diagnóstico de demência. Apresentava também sinais neurológicos focais (déficit motor em dimidio direito). O hematoma subdural crônico pode se apresentar em pessoas com atrofia cortical importante (idosos e alcoólatras), pois como existe a atrofia cortical é possível que não ocorra sintomas até que o volume cresça tanto que possa empurrar o hemisfério cerebral para o lado contralateral. A figura B representa um acidente vascular cerebral isquêmico, que daria sintomas imediatos. A imagem C representa hidrocefalia de pressão normal, cuja apresentação normalmente contempla demência, ataxia de marcha e incontinência urinária. A imagem D revela uma atrofia cortical de grande proporção, inclusive com hidrocefalia ex-vacum, que pode ser compatível com a idade. Referência Bibliográfica: • Lôbo RR, Mendonça MF, Moriguti JC. Esquecimento e outras queixas de memória. In Desafios do Diagnóstico Diferencial em Geriatria. Moriguti JC, Lima NKC, Ferriolli E. Editora Atheneu, São Paulo. 2012. Teste de Progresso – novembro/2020 9 40. C Comentários: O paciente preenche os critérios mais utilizados para diagnóstico de fragilidade: a) Fenótipo de Fragilidade de Fried (Fried et al., 2001): Esta definição, amplamente utilizada em protocolos de pesquisa e que foi validada no Cardiovascular Health Study (CHS), considera os seguintes itens: 1) Perda de peso não intencional (≥ 4,5kg ou ≥ 5% do peso corporal no ano anterior). 2) Exaustão, avaliada por auto-relato de fadiga, indicadopor duas questões da Center for Epidemiological Studies – Depression (CES-D). 3) Fraqueza (força de preensão diminuída mensurada pela força de preensão palmar obtida em quilograma-força (kgf) com dinamômetro na mão dominante e ajustada ao sexo e ao índice de massa corporal - IMC). 4) Lentidão, medida pelo tempo de marcha indicada em segundos (s) após percorrer a distância de 4,6 metros (m), ajustada segundo sexo e altura. 5) Baixo nível de atividade física, medido pelo dispêndio semanal (Kcals na última semana: homem < 383 Kcal e mulher < 270 kcal), segundo questionário de Minnesota Leisure Time Activities Questionnaire. A classificação é determinada pelo número de critérios encontrados: - três ou mais: frágil - um ou dois: pré-frágil - nenhum: não frágil Este paciente preenche os critérios 1, 2 e 4. b) Frail – Brasil: 1) Fadigue - Você se sente cansado? 2) Resistance - Não consegue subir um lance de escadas? 3) Aerobic - Não consegue andar uma quadra? 4) Ilness - Você tem mais de 5 doenças? Cinco doenças podem ser: HAS, diabetes mellitus, câncer (exceto carcinoma espino/basocelular em pele), ICC, DAC ou IAM, DPOC, asma, artrite, AVE, IRC. 5) Low Weight - Você perdeu mais que 5% do seu peso nos últimos 6 meses? Interpretação - pontos - 0 - robusto - 1 ou 2 - pré-frágil - 3 ou mais - frágil Este paciente preenche os critérios 1, 3 e 5. c) Study of Osteoporotic Fractures (SOF) index: Critérios: 1. Inabilidade de levantar-se da cadeira sem ajuda dos braços (5x). 2. Perda de peso de 5% não intencional nos últimos 2 anos. 3. Você se sente cheio de energia? Interpretação: - 0 critério - robusto - 1 critério - pré-frágil - 2 ou 3 critérios - frágil Este paciente preenche os critérios 2 e 3. Referências Bibliográficas: • Fried, L.P., Tangen, C.M., Walston, J., Newman, A.B., Hirsch, C., Gottdiener, J., Seeman, T., Tracy, R., Kop, W.J., Burke, G., et al. (2001). Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J. Gerontol. A. Biol. Sci. Med. Sci. 56, M146-156. • Aprahamian et al. J Am Med Dir Assoc 2017; 18(7):592–6. • Ensrud et al. Arch Intern Med 2008; 168(4):382–9. 41. B Comentários: O quadro descrito corresponde ao “blues” pós-parto, de evolução benigna. O pediatra deve garantir que o RN esteja bem, reforçar orientações a respeito da amamentação sob livre demanda e manter acompanhamento cuidadoso, assegurando que a mulher receba apoio familiar e social, fundamentais neste período de transição e mudanças. Referência Bibliográfica: • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao recém-nascido: Método Canguru: manual técnico – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 340 p.: il 42. D Comentários: Aumento do testículo fala a favor de ativação hipofisária, dependente de gonadotrofinas, tratando-se de puberdade precoce central / verdadeira As demais alternativas têm diagnósticos diferenciais de puberdade precoce periférica, em que existe a produção de esteroides sexuais pela via adrenal e/ou testicular e/ou exógena, sem ativação hipofisária e, clinicamente, uma desproporção do tamanho testicular (testículo de tamanho normal < 4mL) para o grau de virilização do genital. A consistência normal do testículo afasta tumor testicular. Referência Bibliográfica: • Spinola-Castro AM, Siviero-Miachon AA. Distúrbios Puberais. In: Dennis Alexander Rabelo Burns, Dioclécio Campos Junior, Luciana Rodrigues Silva, Wellington Gonçalves. (Org.). Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria. 4ed. São Paulo: Manole, 2017, v. 1, p. 639-48. 43. A Comentários: O caso apresentado representa uma situação típica de sepse neonatal precoce, cuja manifestação clínica pode se iniciar ainda na sala de parto com quadro de desconforto respiratório, com aparecimento das alterações sistêmicas nas primeiras horas de vida. Neste caso é possível identificar fatores de risco pré-natais importantes para infecção neonatal, além da clínica e da confirmação por hemocultura. O resultado do líquor sugere meningite neonatal bacteriana, cujo diagnóstico ocorre em 25- 30% dos casos de sepse. Os agentes etiológicos da meningite neonatal precoce são os mesmos da sepse precoce e são aqueles que geralmente fazem parte da flora genital materna: Escherichia coli, Streptococcus beta-hemolítico do grupo B e, menos frequentemente, a Listeria monocitogenes. Referências Bibliográficas: • Perinatologia - Fundamentos e Prática. 3ª ed. Conceição AM Segre, Umberto Gazi Lippi. (Org.) São Paulo, Sarvier, 2015. • Atenção à Saúde do Recém-Nascido. Guia para os profissionais de Saúde. 2ª Ed. Brasil. Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível online. 10 Teste de Progresso – novembro/2020 44. B Comentários: A questão utiliza como referência a recomendação da OMS e MS, que é de introdução de 1mg/kg/dia somente após os 6 meses de idade para crianças nascidas a termo, em aleitamento materno exclusivo. Recém-nascidos a termo, de peso adequado para a idade gestacional, em aleitamento materno exclusivo, devem receber suplementação com ferro elementar na dose de 1 mg/kg/dia a partir do terceiro mês de vida, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, estendendo-se até o 24º mês. Referências Bibliográficas: • Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos de Nutrologia e Hematologia-Hemoterapia. Diretrizes. Consenso sobre anemia ferropriva: mais que uma doença, uma urgência médica! No. 2, Junho/2018. • World Health Organization. Nutritional Anaemias: Tools for Effective Prevention and Control. Genebra. 2017. 45. C Comentários: Lactente de 9 meses, IMC = 21, entre Z-escore +2 e Z-escore +3 da curva de IMC/idade, classificação de sobrepeso. A classificação apresentada na opção peso elevado para a idade não existe, já que peso elevado para idade se refere à curva de peso/idade. Referências Bibliográficas: • OMS. Curvas de crescimento. Disponíveis em http://www.who.int/childgrowth/standards/en. Acessado em 04/05/2020. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional- SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/orientac oes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf. Acessado em 04/05/2020. • Departamento científico de Nutrologia. Sociedade Brasileira de Pediatria. Avaliação Nutricional da criança e do adolescente: Manual de Orientação. Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/MANUAL-AVAL-NUTR2009.pdf - Acessado em 04/05/2020. 46. A Comentários: A alternativa correta é Parvovírus, pelas características do exantema, principalmente o fato de ser intenso em região das bochechas, caracterizando o aspecto de “face esbofeteada”. Estas características não ocorrem nos exantemas do vírus da rubéola, herpes tipo 6 e Paramyxovírus. O diagnóstico é feito, na maioria dos casos, clinicamente. Rubéola: exantema maculopapular que se inicia na face, tonalidade rósea, sem aspecto intenso e endurecido, sem predomínio nas bochechas, generaliza-se em 24 a 48h, não muda de cor nem descama, e desaparece entre o 1º e 5º dia da evolução. Herpes tipo 6: Coincidindo com a descida ou desaparecimento da febre surge uma erupção na pele, do tronco para o pescoço e para os membros superiores, e, em menor intensidade em face e membros inferiores. O Paramyxovírus é o agente etiológico do sarampo. Referências Bibliográficas: • Recomendações_Atualização de Condutas em Pediatria.Departamentos Científicos SPSP Gestão 2016-2019. Aspectos úteis no diagnóstico diferencial dos exantemas. Março 2017. • Doenças exantemáticas febris. DIVE – Secretaria de Vigilância Epidemiológica- Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina - 2018 • FARHAT, Calil K. et al. Infectologia pediátrica. 2ª edição. Editora Atheneu. 1999. 47. D Comentários: Quadro clínico de Bronquiolite Viral aguda em lactente jovem, apresentando sinais de insuficiência respiratória, devendo ser considerado o uso de cateter nasal de alto fluxo como terapêutica, almejando tratamento da hipóxia. A indicação de cateter nasal de alto fluxo visa inclusive evitar a necessidade de ventilação mecânica. Referência Bibliográfica: • Slain KN, Shein SL, Rotta AT. The use of high-flow nasal cannula in the pediatric emergency department. J Pediatr (Rio J). 2017;93:36-45. 48. B Comentários: De acordo com a última revisão do GINA 2020 o controle da asma nas crianças entre 6-11 anos de idade pode ser caracterizado de acordo com parâmetros clínicos apresentados nas últimas 4 semanas do atendimento (sintomas diurnos mais que duas vezes na semana, despertar noturno, limitação de atividade física, uso de medicação de resgate mais que duas vezes na semana), em 3 diferentes níveis: asma controlada (nenhum parâmetro), asma parcialmente controlada (1-2 parâmetros presentes) e asma não controlada (3-4 parâmetros presentes). No presente caso, a paciente referiu despertar noturno, limitação de atividade física e faz uso de salbutamol de resgate três vezes na semana, portanto sua asma não está controlada. Portanto existe a necessidade de step up no seu tratamento, passando do step 2 (baixa dose de corticoide inalatório) para o step 3, cuja opção preferida é a associação de beta-2 de longa duração. O uso do Formoterol traz muito benefício para o paciente que tem limitação de atividade física. A espirometria mostra um distúrbio ventilatório obstrutivo de grau leve, com resposta significativa ao uso de broncodilatador. Referência Bibliográfica: • GINA (2020). Disponível em: https://ginasthma.org/gina- reports/ Teste de Progresso – novembro/2020 11 49. C Comentários: A leucemia linfoide aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais frequente (70%) entre as crianças menores de 15 anos de idade. As manifestações clínicas mais comuns são: febre, palidez e sangramentos de pele (equimoses, petéquias) que decorrem da falência na hematopoiese normal, devido à infiltração medular de blastos leucêmicos. Outras manifestações clínicas são hepatoesplenomegalia e linfadenopatia. As dores osteoarticulares como sintoma inicial ocorrem em 25% dos casos e atingem, principalmente, os ossos longos e grandes articulações, comprometidas de forma assimétricas. Geralmente na leucemia a dor articular é intensa e desproporcional aos achados do exame físico das articulações. Na leucemia a articulação pode estar normal ao exame físico ou apresentar processo inflamatório, geralmente de pequena intensidade. Nesse caso descrito, o tempo de história é curto (1 semana) sendo que na artrite idiopática juvenil (AIJ) um dos critérios diagnósticos é o quadro clínico de pelo menos 6 semanas. As alterações hematológicas da leucemia são consequentes à infiltração medular. Pacientes com artralgia ou artrite com alterações no hemograma devem ser investigados pela possibilidade de leucose. Nesse caso o paciente apresentava anemia sendo que níveis de Hb inferiores a 10 g/dL estão presentes em 80% dos casos de leucemia, a leucometria acentuada com linfocitose ocorre em aproximadamente 50%. As plaquetas inferiores a 150.000 células/mm3 ocorrem em cerca de 75% dos casos. Nas outras hipóteses diagnósticas as plaquetas geralmente são normais ou aumentadas. O diagnóstico definitivo é feito através do mielograma apresentando mais de 25% de células blásticas. Referência Bibliográfica: • Pizzo, Philip A & Poplack, David G & ProQuest (Firm) (2015). Principles and Practice of Pediatric Oncology (7th ed). Wolters Kluwer, Philadelphia 50. C Comentários: Legg-Calvé-Perthes: corrobora com a resposta, a idade: escolar, dor, dificuldade em deambular, hipotrofia do membro, diminuição de força. Doença de Osgood-Schlatter: a queixa seria na face anterior da tíbia. Sinovite Transitória de quadril: o quadro seria auto-limitado, não duraria 3 meses. O quadro arrastado e pela radiografia com destruição da cabeça femoral fala contra processo reativo (sinovite transitória) ou escorregamento da cabeça de fêmur (epifisiólise). A necrose avascular ou doença de Legg-Perthes-Calvé tem esse achado típico de ausência da cabeça femoral por destruição. Referências Bibliográficas: • Assis MR. Dor no quadril e no joelho. In: Vasconcelos JTS, Marques Neto JF, Shinjo SK, Radominski SC editors. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 1ª ed. Barueri-SP: Manole; 2019. p. 525-34. • RE, Petty Laxer RM, Lindsley CB, Wedderburn L. Textbook of Pediatric Rheumatology, 7.edição, Editora Philadelphia: Elsevier Health Sciences, 2015. 51. B Comentários: Apresentação clínica de diarreia disabsortiva condizente com quadro de Doença Celíaca. História de diarreia após a introdução alimentar, portanto, após a inserção do glúten na dieta evolução com emagrecimento e palidez e no EF apresenta abdome distendido e hipotrofia dos glúteos - aspecto característico de doença celíaca. A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), normalmente, se manifesta mais precocemente e a manifestação gastrointestinal comum é a colite alérgica, com diarreia, sangue e muco. A diarreia da APLV não é disabsortiva, e geralmente não ocorre perda de peso. Doença de Crohn - apesar de poder ocorrer em qualquer idade, a idade de início do quadro, 9 meses, não é o mais frequente (geralmente é mais tardio, por volta de 6 anos), a sintomatologia é compatível, mas a suspeita aumentaria com diarreia sanguinolenta. E também não ocorre hipotrofia de glúteos. Síndrome do intestino irritável (SII) - a idade de início é compatível (6m - 5 anos), e a diarreia faz parte do quadro que caracteristicamente apresenta alternância do hábito intestinal. Mas a SII não evolui com perda de peso e desnutrição. Referências Bibliográficas: • Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole, 2017. • Gastroenterologia Pediátrica - Manual de condutas - Vera Lucia Sdepanian. • Gastroenterologia e Nutrição em Pediatria - Luciana Rodrigues Silva. 52. D Comentários: Lactente de 6 meses, com antecedente de episódio prévio de infecção do trato urinário e quadro atual de febre sem sinais localizatórios. Considerando que paciente sem controle esfincteriano, o método de eleição para a coleta seria o cateterismo uretral. A urina 1 evidenciou leucocitúria, nitrito positivo e esterase leucocitária positivos, sugestivos de infecção do trato urinário. Como paciente em bom estado geral e com boa aceitação alimentar, sem vômitos, pode ser iniciada antibioticoterapia oral, com retorno para avaliação e verificação de urocultura. Não está indicada a internação. Critério de internação: idade < 2 meses, urosepsia clínica (por exemplo, aparência tóxica, hipotensão, falta de enchimento capilar), paciente imunocomprometido, vômitos ou incapacidade de tolerar medicação oral, falta de acompanhamento ambulatorial adequado (por exemplo, sem telefone, morando longe do hospital), falha em responder à terapia ambulatorial. Assim, podemos iniciar antibiótico domiciliar. Referências Bibliográficas: • Urinary tract infection: clinical practice guideline for the diagnosis and management of the initial UTI in febrile infants and children 2 to 24 months. Pediatrics 2011; 128:595. • Schnadower D, Kuppermann N, Macias CG, et al. Outpatient management of young febrile infants with urinary tract infections. Pediatr Emerg Care 2014; 30:591.12 Teste de Progresso – novembro/2020 53. A Comentários: O sopro inocente é um achado frequente, que ocorre em mais de 50% das crianças, e são mais facilmente audíveis nos estados circulatórios hipercinéticos, como a febre. As características do sopro cardíaco descrito no caso (sistólico, tipo ejeção, vibratório, de baixa intensidade, sem irradiação, com bulhas normais) associadas ao quadro de uma criança assintomática, são compatíveis com o diagnóstico de sopro inocente. O sopro associado a CIA é um sopro mais audível em área pulmonar e sempre acompanhado do desdobramento fixo da 2ª bulha e na CIV geralmente é do tipo regurgitação. Referências Bibliográficas: • Kliegman, R., St Geme III, J., Blum N., Shah S., Tasker, R., Wilson, K. and Behrman, R. Nelson Textbook Of Pediatrics. 21 ed. Philadelphie, PA: Elsevier 2020. • Tratado de Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria, 4 ed. Ed. Manole, 2017. 54. C Comentários: Os pacientes com feocromocitoma, em sua maioria, apresentam sinais e sintomas de síndrome hiperadrenérgica, ou seja, hipertensão arterial associada a outros sintomas dependentes da produção tumoral de catecolaminas, como palpitação, cefaleia e sudorese. As reações do tipo flushing são raras, mas podem ser decorrentes do aumento de fluxo sanguíneo em pele devido à liberação de substâncias vasodilatadoras (tipo histamina) pelo tumor ou à vasodilatação reativa que se segue à vasoconstrição prévia, causada pelo aumento das metanefrinas livres plasmáticas. A hipertensão intracraniana com 3 meses de evolução cursaria com alterações progressivas do nível de consciência e não tem curso paroxístico. A síndrome de Cushing é excluída pela ausência de ganho ponderal e de fácies cushingoide. As crianças com aldosteronismo primário podem ter hipertensão acentuada, cefaleia, tontura e perturbações visuais, mas a ausência de fraqueza e de poliúria falam contra este diagnóstico. Referências Bibliográficas: • VILAR, Lucio et al (Ed.). Endocrinologia Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. • Arq Bras Endocrinol Metab vol.48 no.5 São Paulo Oct. 2004 https://doi.org/10.1590/S0004-27302004000500022 55. D Comentários: A cefaleia tensional é caracterizada por ser difusa (holocraniana), de caráter em pressão ou aperto (não pulsátil), não interferindo com as atividades normais da criança e melhorar com analgésico comuns e/ou anti-inflamatórios não hormonais. Além disso, a cefaleia tensional costuma não ser acompanhada de aura ou náuseas e nem piorar com exercícios físicos. Estudos populacionais indicam que a queixa de cefaleia aumenta com a idade: aos 7 anos, a prevalência varia entre 37 e 51% e, aos 15 anos, entre 57 e 82%. Até a puberdade, a queixa de cefaleia ocorre mais entre os meninos, tornando-se nitidamente mais prevalente entre as meninas após os 12 anos de idade. A migrânea sem aura tem característica pulsátil, em crianças costuma ser holocraniana, mas está associada a náuseas, vômitos, fono e/ou fotofobia, a duração deverá ser de mais de 2h. A cefaleia tipo salvas é rara em crianças e tem sintomas autonômicos em face. Referências Bibliográficas: • Gherpelli JLD. Cefaleia na criança. Recomendações. Atualização de Condutas em Pediatria. Sociedade de Pediatria de São Paulo. 2004-2006;18:6-14 • Classificação internacional das Cefaleias 3ª edição. Tradução da sociedade Brasileira de Cefaleia com autorização da sociedade internacional de Cefaleia. Kowacs F et al. (Coordenador). Omnifarma São Paulo 2019. Pág 39. • KLIEGMAN, R., ST GEME III, J., BLUM N., SHAH S., TASKER, R., WILSON, K.and BEHRMAN, R. Nelson Textbook Of Pediatrics. 21 ed. Philadelphie, PA: Elsevier, 2019. • ARRUDA, Marco Antônio; DE SOUZA CARVALHO, Deusvenir. Cefaléia na infância e na adolescência. Fascículos Janssen-Cilag. São Paulo, 2005. Disponível em:https://www.medlink.com.br/sites/default/files/artigos/dor/c efaleia-infancia-e-adolescencia.pdf. Acesso em: 11/06/2020. 56. B Comentários: A descrição é compatível com uma criança com ametropia. As ametropias decorrem de erros de refração que impedem que os raios luminosos sejam corretamente focados na retina. Dentre as manifestações clínicas encontradas destacam-se fotofobia, ardor, hiperemia e lacrimejamento ocular, além de fadiga visual decorrente do esforço para a acomodação. Pode haver desinteresse pela leitura e prejuízo no rendimento escolar. Também na intenção de melhorar a acomodação visual, pode ser necessário a aproximação de objetos dos olhos. O tratamento recomendado, no contexto da atenção básica à saúde, é a utilização de lentes corretivas. A criança tem clínica para uso de lentes corretoras e emetropia seria condição normal sem vícios de refração. A conjuntivite alérgica caracteriza-se por prurido, apesar de cursar com lacrimejamento ocular. Uveíte por toxoplasmose seria unilateral e geralmente com diminuição da acuidade visual. Referências Bibliográficas: • Oftamologia ⁄coordenadores Rosa Maria Graziano, Mariza Polati, Ana Beatriz S Ugano Crestana. – Barueri, SP. Manole, 201. – (Coleção Pediatria do Instituto da Criança do Hospital da FMUSP; v 24⁄ editores Benita G. Soares Schvarstsman, Paulo Taufi Maluf Jr.). • Molinari, Luiz Carlos. Curso Oftalmologia na Atenção Básica à Saúde / Luiz Carlos Molinari, Joel Edmur Boteon -- Belo Horizonte : Nescon/UFMG, 2016. • Óptica, refração e visão subnormal / editores Paulo Schor, Ricardo Uras e Silvia Veitzman – 2.ed. – Rio de Janeiro: Cultura Médica : Guanabara Koogan, 2011, p.214-6. Teste de Progresso – novembro/2020 13 57. C Comentários: Trata-se de lactente com síndrome do Choque Séptico. Apresenta critérios para diagnóstico de sepse (provável foco infeccioso, taquicardia, taquipneia, febre, pulsos finos) e que será confirmado após reposição volêmica adequada, independentemente da causa a principal conduta é o acesso venoso para hidratação. Referências Bibliográficas: • Surviving sepsis campaign international guidelines for the management of septic shock and sepsis-associated organ dysfunction in children. Intensive Care Med (2020):46(suppl 1): S10-S67. • Reis, M & Zambon, MP; Manual de Urgência e Emergências Pediátricas. 58. A Comentários: Em crianças com DM 1, a descompensacão mais frequente é a cetoacidose diabética, no caso comprovada pelos exames laboratoriais. Para o tratamento sempre se preconiza hidratação e insulinoterapia, pois a acidose é secundária O diagnóstico de cetoacidose diabética se dá pela tríade de hiperglicemia (glicose acima de 200 mg/dL), acidose metabólica (pH abaixo de 7,3 ou bicarbonato menor que 15 mEq/L) e cetose (cetonas acima de 3 mmol/L ou cetonúria). Após avaliação inicial e determinação do estado de hidratação do paciente inicia-se a fase de ressuscitação volêmica na primeira hora que deve ser realizada com 10 a 20 mL/kg/h na primeira hora, a não ser que haja sinais de choque. Na 2ª hora inicia-se insulinização com insulina regular ou ultra-rápida. Uma vez que a glicemia atinja níveis em torno de 250 mg/dL, a hidratação passa a ser SF: SG 1:1. A correção de bicarbonato só deve ser realizada se a acidose metabólica for grave e não responda à hidratação (pH < 6,9 ou HCO3 < 5 mEq/L na 1ª hora) ou se choque. A reposição de K na hidratação após a 2ª hora deve ser realizada mesmo se K inicialmente normal, já que à medida que a acidose metabólica é corrigida, existe queda no K. O manitol e a hiperventilação são utilizados no tratamento do edema cerebral, que é uma complicação rara, porém com elevada mortalidade. Estado hiperosmolar pode ser distinguido da cetoacidose diabética e tem glicemia acima de 600 mg/dL; acidose discreta, pH venoso acima de 7,25 e arterial 7,3 e o bicarbonato sérico acima de 15 cetose discreta, osmolaridade sérica acima de 320 mmol/L. Referências Bibliográficas: •Reis, M & Zambon, MP; Manual de Urgência e Emergências Pediátricas. • Wolfsdorf JI, Allgrove J, Craig ME, Edge J, Glaser N, Jain V, Lee WW, Mungai LN, Rosenbloom AL, Sperling MA, Hanas R; International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes. ISPAD Clinical Practice Consensus Guidelines 2014. -Diabetic ketoacidosis and hyperglycemic hyperosmolar state. Pediatr Diabetes. 2014;15 Suppl 20:154-79. 59. D Comentários: Entre as serpentes venenosas existentes no Brasil, as que provocam alteração da coagulação são a Crotalus, a Bothrops, e a Lachesis. Os constituintes tóxicos do veneno são denominados neurotoxinas (NTXs). As NTXs competem com a acetilcolina (Ach) pelos receptores colinérgicos da junção neuromuscular, atuando de modo semelhante ao curare. Nos envenenamentos onde predomina essa ação (M. frontalis), o uso de substâncias anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina) pode prolongar a vida média do neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida melhora da sintomatologia. Os sintomas podem surgir precocemente, em menos de uma hora após a picada. Recomenda-se a observação clínica do acidentado por 24 horas, pois há relatos de aparecimento tardio dos sintomas e sinais. Referência Bibliográfica: • Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos – Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde 1998. 60. C Comentários: A síndrome do bebê sacudido caracteriza-se por lesões do sistema nervoso central e hemorragias oculares. A suspeita diagnóstica deve ser considerada para lactentes com exame neurológico alterado, especialmente abaixo dos seis meses, podendo haver também outras lesões produzidas por abuso. A hemorragia retiniana ocorre em 78% das crianças com trauma por abuso e em 5% dos traumas cranianos acidentais; nos casos acidentais, as hemorragias são unilaterais e em pequeno número. Referência Bibliográfica: • Sociedade de Pediatria de São Paulo. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência. Coordenação: Renata Dejtiar Waksman, Mário Roberto Hirschheimer, Luci Pfeiffer. –2.ed. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 2018. 61. B Comentários: Em paciente com mais de 2 fatores de risco e tromboembolismo prévio sempre deve ser feita uma boa profilaxia. Para evitar grandes sangramentos usa-se heparina não fracionada ou heparina de baixo peso molecular com redução das complicações. Referências Bibliográficas: • Consenso e Atualização na Profilaxia e no Tratamento do tromboembolismo Venoso. Da SBACV 2019. • Antithrombitic therapy for VTE disease – Chest guideline and expert panel report. Kearon, C et al Chest 2016. 14 Teste de Progresso – novembro/2020 62. A Comentários: A sutura de tecidos superficiais contaminados deve ser realizada com fios monofilamentares e não absorvíveis. O catgut® é um fio preparado a partir da parede intestinal de mamíferos (como carneiro) e é absorvível. O vicryl® é um fio sintético (ácido poliglicólico) multifilamentar e absorvível. O fio de algodão não é absorvível, mas é multifilamentar. O fio de nylon® atende aos critérios de ser monofilamentar e inabsorvível. Referência Bibliográfica: • Townsend, Beauchamp, Evers, Mattos. Sabiston Tratado de Cirurgia. 19ª edição. Guanabara Koogan: 2014. 63. D Comentários: Este paciente apresenta um quadro de apendicite complicada com perfuração e peritonite difusa. A conduta para estes pacientes é a ressuscitação hemodinâmica, coleta de hemoculturas, iniciar antibioticoterapia de largo espectro e realizar a cirurgia com apendicectomia e drenagem dos abscessos. A conduta de drenagem guiado por TC de abdome e apendicectomia de intervalo não se aplica a este caso porque ele tem coleções fora da área do apêndice o que denota peritonite difusa. O tratamento conservador da apendicite também não se aplica neste caso, sendo reservado para pacientes com apendicite não complicadas em pacientes sem choque séptico e estáveis. O contato com paciente COVID-19 (+) não contraindica a cirurgia, devendo-se, porém, realizar os RT-PCR. Na cirurgia, devem-se tomar todas as medidas de precaução de contato e de via área. Referências Bibliográficas: • Gök A.F.K., et cols. Uls Trauma Acil Cerr Derg. May 2020, vol 26, No 3. • Saveiro S.D., et cols. Diagnosis and treatment of acute appendicitis: 2020 update of the WSES Jerusalem Guidelines. World J. of Emerg. Surg. (2020) https://doi.org/10.1186/s13017-020-00306-3 64. C Comentários: Bebês prematuros do sexo masculino tem uma maior incidência de apresentar hérnia inguinal indireta devido a uma persistência do conduto peritônio-vaginal que não se fechou. Além disso o bebê em questão está em condição neonatal crítica. Desta forma, recomenda-se fazer a redução manual da hérnia toda vez que encarcerar e corrigir cirurgicamente quando as condições clínicas se estabilizarem. Referência Bibliográfica: • Tazima MFGS, et al. Afecções cirúrgicas da região inguino- escrotal e fimose in Condutas em Pediatria, 2020. Cap. 25 – p.201-208. 65. B Comentários: Considerando a história clínica e os antecedentes sugestivos, o diagnóstico mais provável é de acalasia (megaesôfago chagásico). O tratamento mais adequado é cirúrgico – cirurgia de Heller (esofagocardiomiotomia com fundoplicatura). Referências Bibliográficas: • Modern management of esophageal achalasia: From pathophysiology to treatment. Francisco Schlottmann et al. Curr Problems in Surgery 55; 2018 (10 – 37). • Townsend, Beauchamp, Evers, Mattos. Sabiston Tratado de Cirurgia. 19ª edição. Guanabara Koogan: 2014. 66. C Comentários: A ultrassonografia é o melhor exame para estabelecer o diagnóstico de litíase da vesícula biliar devido tanto a boa sensibilidade, como a boa especificidade, alcançando a precisão para cálculos da vesícula de 95% a 99%. Trata-se de um exame econômico, rápido, prático, amplamente disponível, que não utiliza radiação ionizante e que avalia outras estruturas abdominais. Referência Bibliográfica: • COELHO, J.C. Aparelho Digestivo: Clínica e Cirúrgica.São Paulo: Atheneu, 2012.2240p. 67 A Comentários: A principal causa de sangramento digestivo baixo maciço é a doença diverticular dos cólons entre 30-50% dos casos, sendo a angiodisplasia a segunda causa 10-30%. A realização do lavado gástrico com presença de bile descarta a presença de sangramento ativo gástrico e duodenal. A colonoscopia de emergência é instrumento que até pode ser utilizado, porém sem realização de preparo via oral, devido à instabilidade recorrente do paciente. O tratamento em casos de sangramento persistente tem como opções a realização de colectomia total de emergência e/ou arteriografia para embolização, sendo esta disponível apenas em centros de referência. Referências Bibliográficas: • Townsend, Beauchamp, Evers, Mattos. Sabiston Tratado de Cirurgia. 19ª edição. Guanabara Koogan: 2014. • WGO Practice Guidelines Doença Diverticulares. 68. D Comentários: O quadro clínico clássico de estenose hipertrofia de piloro é de vômitos progressivos não biliosos, podendo ser em jato, com pico de incidência entre a 3ª e 5ª semanas de vida, em crianças a termo. Nesses casos, há possibilidade de desidratação e distúrbio hidroeletrolítico (alcalose metabólica, hipoclorêmica, hipocalêmica) devido à perda de suco gástrico pelos vômitos frequentes. Os cuidados iniciais são sonda em drenagem, hidratação e investigação de possíveis distúrbios hidroeletrolíticos e sua correção. Não é uma emergência cirúrgica. O exame padrão ouro para diagnóstico é o ulltrassom de abdome. Referências Bibliográficas: • Holcomb,G.Ascraft Cirurgia Pediátrica. 6ª edição. Elsevier. • Maksoud, J.G. Cirurgia Pediátrica / voII. 2ª Edição. RJ: Revinter2003.• NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 19a Edição. Elsevier. 2013. Teste de Progresso – novembro/2020 15 69. B Comentários: O quadro clínico de uma oclusão arterial aguda é caracterizado por parestesias, dor, palidez, ausências de pulso, diminuição de temperatura e paralisia. Radiculopatia lombar causa dor neurogênica sem alterações vasculares. Claudicação intermitente é causada por insuficiência arterial crônica e progressiva. A trombose venosa profunda se apresenta com edema e cianose e os pulsos arteriais estão presentes. Referência Bibliográfica: • Doenças Vasculares Periféricas 2 vol – Maffei. Edição: 5ª, 2015. Autores: Maffei, Francisco H. de A. - Lastória, Sidnei - Yoshida, Winston B. - Rollo, Hamilton A. - Giannini, Mariangela - Moura, Regina Editora: Guanabara. 70 C Comentários: O quadro clínico da paciente é sugestivo de litíase de vias urinárias, cuja confirmação requer tomografia computadorizada. Como a paciente apresenta febre, deve-se considerar cálculo infectado – o hemograma auxiliaria a identificar leucocitose compatível. Referências Bibliográficas: • Campbell's Urology. 9th Edition. New York: Saunders Company, 2007. • Zerati Filho M, Nardozza Jr A, Reis RB. Urologia fundamental. São Paulo: Planmark, 2010. 71. A Comentários: Ressonância magnética multiparamétrica evidencia áreas sugestivas de captação do radiofármaco, facilitando direcionamento para biópsias localizadas. Biópsia prostática é considerada padrão-ouro para diagnóstico de câncer de próstata. Referências Bibliográficas: • Campbell's Urology. 9th Edition. New York: Saunders Company, 2007. • Zerati Filho M, Nardozza Jr A, Reis RB. Urologia fundamental. São Paulo: Planmark, 2010. 72. D Comentários: A distopia testicular pode se manifestar de várias maneiras, como testículo palpável em região inguinal, testículos retráteis e testículo não palpável, podendo ter abordagens diferentes de acordo com a idade da criança e os achados de exame físico. A literatura mais recente mostra a indicação cirúrgica ideal a partir de 6 meses de vida. A terapia hormonal para casos de criptorquidia é controversa, com discrepância nos resultados apresentados, e com poucas indicações, não sendo usada rotineiramente. Alguns dos hormônios, que apresentam resultados variáveis na literatura, são: Gonadotrofina Coriônica humana (hCG), hormônio liberador de hormônio luteinizante (LHRH), análogo sintético LHRH - spray nasal. Referências Bibliográficas: • Carnevale, J; Miranda E.G; Silveira A.E; Tiburcio, M.A. Tratado de Urologia Pediátrica. Editora Sparta. • Holcomb, G. Ascraft Cirurgia Pediátrica. 6ª edição. Elsevier 2017. • Maksoud, J.G. Cirurgia Pediátrica / voII. 2ª Edição. RJ: Revinter2003. 73. A Comentários: Dor e limitação da abdução do membro superior (eventualmente com fraqueza) são característicos da síndrome do manguito rotador, em cuja fisiopatologia está a lesão do tendão do supraespinnhal. São diagnósticos diferenciais da síndrome do manguito rotador: capsulite adesiva, tendinite calcárea, artrose glenoumeral. Referência Bibliográfica: • Ortopedia e Traumatologia, Princípios e Prática. 5ª ed. Herbet, S et al. 74. B Comentários: A piora do quadro clínico do paciente após melhora inicial se deve à complicação da meningite com hidrocefalia e consequente hipertensão intracraniana. Nesse caso, é urgente uma medida de compensação da pressão intracraniana, com derivação ventricular – que deve ser externa, pois o líquor não está estéril (o que contraindica derivação ventrículo-peritoneal). Nova coleta de líquor está proscrita pelo risco de herniação uncal e tonsilar e morte. Ampliar o espectro antimicrobiano não mudará a evolução da hidrocefalia. Referências Bibliográficas: • Carlotti Jr CG, Colli BO, Dias LAA. Hipertensão intracraniana. Medicina (Ribeirão Preto). 1998; 31:552-562. • Nitrini R, Bacheschi LA. A Neurologia que todo médico deve saber. 2ª ed. Atheneu: São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte: 2003. 75. D Comentários: A superfície corpórea queimada, segundo a regra dos 9, é 9% (metade do tronco anterior) + 18% (todo membro inferior esquerdo) = 27%. Segundo a fórmula de Parkland, a reposição hídrica nas primeiras 24 horas após o trauma é: 4mL x peso x % da superfície corpórea queimada = 4 x 70 x 27 = 7.560mL. Referências Bibliográficas: • Tratado de Queimaduras no Paciente Agudo. Editora Atheneu. 2008. Capítulo 11, pg 102. • Fundamentos de Cirurgia Plástica. Editora Thieme. 2015. Capítulo 9, pg 62. 16 Teste de Progresso – novembro/2020 76. A Comentários: Diante de um nódulo tireoideano, a conduta inicial é solicitar TSH e T4L para avaliar a função tireoideana e ultrassom de tireoide para avaliar as características ultrassonográficas do nódulo e do parênquima tireoideano. Se TSH e T4L sugerirem hipertireoidismo com ultrassom de tireoide confirmando nódulo único, estaria indicada a realização de cintilografia de tireoide para confirmar ou excluir doença de Plummer (presença de nódulo quente com hipocaptação no restante do parênquima tireoideano à cintilografia). Caso o TSH e T4L sugiram que o paciente se apresenta eutireoideano ou com hipotireoidismo e o ultrassom de tireoide apresente nódulo com características sugestivas de malignidade, deve-se solicitar uma punção aspirativa com agulha fina (PAAF). A tomografia de pescoço com contraste não é um exame usualmente solicitado de rotina para avaliação de nódulo tireoideano. Por fim, a indicação de tireoidectomia passa inicialmente por uma avaliação clínica, laboratorial, de imagem e citológica e não deve ser tomada como primeira conduta. Referências Bibliográficas: • Cummings - Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço. 6a edição, ano 2017. • Tratado de Tireoide e Paratireoides - 2ª edição, ano 2018. 77. C Comentários: Para as cefaleias pós-raquianestesia de leve a moderada intensidade, a conduta inicial é repouso, hidratação, analgésicos, cafeína. Cefaleias intensas e incapacitantes necessitam de tratamento invasivo, por via epidural, podendo ser utilizado solução fisiológica, tampão sanguíneo, dextran e cola de fibrina. Referência Bibliográfica: • Cangiani LM, Cangiani LH, Lutti MN, Esteves LO. Anestesia Subaracnoidea. In: Tratado de Anestesiologia SAESP, 8ª ed, São Paulo: Atheneu, vol 1, 2017, Cap 114, p. 1687-1724. 78. A Comentários: Nesse caso, no raio-X há evidência de hemotórax grande à direita, que precisa ser drenado enquanto se faz a reposição de hemoderivados e se decide pela urgência de tratamento cirúrgico ou possibilidade de realizar tomografia – dependendo da resposta hemodinâmica à reposição dos hemoderivados. Referência Bibliográfica: • ATLS. Manual de Alunos. 9ª edição, 2012. 79. D Comentários: Deiscência profunda (pele e subcutâneo) após cirurgia de retirada de safena. Já se percebe completa granulação do subcutâneo, sem exsudação importante e sem sinais inflamatórios ao redor da ferida. Nestes casos o tratamento é manter limpeza adequada e curativos oclusivos, preferencialmente os de longa duração entre as trocas, como as placas de hidrocoloide e permitir a completa cicatrização por segunda intenção. A boa granulação do leito mostra que o ferimento não é recente, não há exsudação, coleções purulentas ou restos necróticos e, por se tratar de fase tardia de cicatrização por segunda intenção, não há necessidade de retornar ao centro cirúrgico e ressutura, como seria feito se a deiscência fosse precoce e limpa. Referência Bibliográfica: • Sabiston - Cap 13 - Surgical Complications, p. 282-288. 80. B Comentários: Este paciente apresenta quadro clínico e radiológico típico de obstrução intestinal não complicada. A cicatriz mediana é indicativa de cirurgia
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