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Autogestão como arma na luta contra a pobreza: A Cáritas Cáritas Brasileira Instituição da Igreja Católica que faz parte da rede Cáritas Internacional. Objetivo: dar sustentação à ação social da Igreja. Está organicamente ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O secretariado nacional em Brasília coordena uma rede de Cáritas Diocesanas e Regionais. Desenvolve suas atividades com fundos gerados no Brasil pela Campanha de Solidariedade (permanente) e com fundos doados pelas Cáritas e outras instituições confessionais do Primeiro Mundo voltadas para a cooperação internacional. As Três Ênfases Ênfase assistencial: “dar o peixe” A partir de 1956 a Cáritas encarregou-se de articular as obras sociais de inspiração católica para promover a distribuição de donativos e alimentos. Ênfase promocional: “ensinar a pescar” A partir de 1966 foram implantadas ações comunitárias do tipo das comunidades eclesiais de base, das associações de desenvolvimento comunitário e do cooperativismo. Davam sustentação prática à reflexão sobre o desenvolvimento. As Três Ênfases Ênfase à solidariedade libertadora: Atual fase da Cáritas. Atuam tanto nas situações de emergência, quanto no apoio às iniciativas comunitárias ou associativistas e no apoio às mobilizações populares. Levam apoio através de projetos que respondem às reais necessidades da comunidade. Formam uma linha de apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (PACs), que são uma expressão do compromisso social com o povo e demonstração visível de que os trabalhadores organizados e apoiados têm uma saída para suas condições de miséria. Por meio da Cáritas consegue-se observar uma evolução da Igreja Católica: De uma ação meramente assistencial para uma postura de crítica ao capitalismo, com a proposição de que a solidariedade liberta. Sugerem uma tese ousada: a de que os trabalhadores, desde que se organizem e recebam apoio, podem por si só superar a miséria. Implicações: o apoio não tem que ser do Estado, que era o pressuposto geral de todas as correntes de esquerda até então. A Cáritas e os PACs A Cáritas passou a apoiar milhares de PACs (Projetos Alterativos Comunitários) por todo Brasil, desde 1984, contando com a ajuda de outras Cáritas. A proposta dos PACs nasce na busca de soluções criativas e autônomas para os problemas dos excluídos: não por meio do assistencialismo, nem do clientelismo, nem das soluções vindas de cima para baixo. Os PACs Os PACs foram classificados em quatro categorias: 1. Comunitários: 1. Produtivos. 2. De prestação de serviços. 2. Apoio a movimentos populares. 3. Ação sindical. 4. Projetos de assistência e promoção social. Tendem a ser cada vez mais projetos produtivos, desejados como meios de melhorar a renda de forma associativa. Os PACs Da grande variedade de experiências representadas pelos PACs, a que já em meados dos anos 1990 revelou maior potencial libertador foi a dos projetos comunitários produtivos, tanto no campo como na cidade. No campo, boa quantidade dos PACs foram desenvolvidos em assentamentos do MST. Nas cidades, cooperativas e grupos de produção associada surgiram a partir da ação da Cáritas, servindo para reinserir na produção pessoas socialmente excluídas e empobrecidas. Os PACs Somente no Rio Grande do Sul, estima-se que em 1999 a Cáritas tenha promovido cerca de 750 projetos comunitários, atingindo diretamente cerca de 17 mil pessoas. Os projetos alternativos, em sua maioria, são recentes na história da Cáritas e denotam uma aproximação maior entre as pastorais sociais, as organizações não governamentais e os movimentos populares. Referências Coleção Reinventar a Emancipação Social: Para Novos Manifestos; Volume 2: Produzir para Viver; Autor: Boaventura de Sousa Santos; Páginas 116-119.
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