Aula 10 - Auditoria - UNIP (27 04 16)

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Auditoria
Professor: Camilla Cruz
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Programa
Objetivo e campo de aplicação
Auditoria na área empresária e no setor público
Auditoria interna e auditoria externa independente
A origem da auditoria externa
O perfil profissional do auditor
Procedimentos de auditoria
Documentação da auditoria (NBC TA 230)
Evidência de Auditoria (NBC TA 500 e 501)
Conceito
Programa (cont.)
Planejamento e execução dos trabalhos	
Os papeis de trabalho
Os tipos de auditoria nas empresas públicas e privadas
Fraude
Riscos de Auditoria
Os testes de Auditoria: Substantivos, de Observância e Revisão analítica
Responsabilidades do Auditor (Sarbanes–Oxley e IFRS)
Relatórios de auditoria: redação, modalidades e destinatários
Aspectos conceituais
Programa (cont.)
Ciclo dos processos
Carta de responsabilidade do auditor
Responsabilidades do Auditor (Sarbanes–Oxley e IFRS)
LEI SARBANES-OSLEY (SOX) – IMPLICAÇÕES E DESAFIOS PARA A AUDITORIA
COMO RESPOSTA PREVENTIVA AOS fatos relevantes ocorridos no início do século XXI em grandes empresas estadunidenses, foi aprovada nos Estados Unidos a lei denominada Sarbanes-Oxley, hoje popularmente abreviada para SOX. Essa lei se aplica a todas as empresas estadunidenses e estrangeiras que negociam títulos nas bolsas de valores dos Estados Unidos, subsidiárias no Brasil de empresas com essas características, incluindo emissoras de American Depositary Receipts (ADRs) *.
* Os ADRs são recibos emitidos por um banco depositário norte-americano e que representam ações de um emissor estrangeiro que se encontram depositadas e sob custódia deste banco.
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Muitas empresas não sujeitas à conformidade com a Lei Sarbanes-Oxley têm adotado seus princípios por uma questão de melhoria em seu processo de governança corporativa, e, no Brasil, as instituições financeiras já adotam alguns dos seus preceitos por força de regulamentação.
Uma das maiores dificuldades das organizações sujeitas à conformidade com a SOX é a seção 404, que trata da avaliação gerencial dos controles internos. De acordo com a lei, a gerência deve elaborar anualmente um informe sobre os controles internos no qual se declara responsável pela sua efetividade e manutenção a níveis aceitáveis.
(Os auditores internos de organizações sujeitas à conformidade com a Lei Sarbanes-Oxley podem explorar a vantagem dessa obrigatoriedade junto aos gestores das áreas, tornando-se mais facilmente parceiros de trabalho com o objetivo de melhora dos controles internos).
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A Lei Sarbanes-Oxley trata dos seguintes temas:
- Comissão de supervisão das empresas de auditoria – seções 101 a 109;
Independência do auditor – seções 201 a 209;
Responsabilidades das sociedades de capital aberto – seções 301 a 308;
Demonstrações Financeiras aperfeiçoadas – seções 401 a 409;
Conflitos de interesse de acionistas – seção 501;
Recursos e autoridade da comissão – seções 601 a 604;
Estudos e relatórios – seções 701 a 705;
Responsabilidade por crimes de fraude nas empresas – seções 801 a 807;
Pena por crimes de colarinho branco – seções 901 a 906;
Reembolso dos impostos – seção 1.001;
Fraude cometida pelas empresas e responsabilidade – seções 1.101 a 1.107.
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Um grupo de profissionais ** nos Estados Unidos, elaborou uma lisa-resumo com princípios destinados à proteção dos interesses dos acionistas e demais interessados, reproduzidas a seguir:
Objetivos da Alta Administração (ou Conselho): proteger os interesses dos acionistas e considerar os interesses de outros agentes internos e externos (clientes, fornecedores, agências).
Responsabilidades da Alta Administração: controlar as ações do principal executivo (presidente ou equivalente) e os demais gestores, quanto à estratégia, planificação, monitoramento dos riscos e controles internos, e valores éticos.
Interação: uma boa Governança Corporativa requer grande interação entre gerências, Conselho, demais colaboradores, acionistas, auditores internos, externos e público em geral.
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Independência: os diretores, ou membros do Conselho, devem ser independentes para promover a devida credibilidade e transparência. Tal independência deve se manifestar tanto em atos como em posturas que promovam a objetividade.
Experiência e integridade: os diretores devem possuir a experiência adequada no que se refere a controles internos, estratégia, marketing, economia, mercado e governança corporativa. Devem ter constante capacitação e treinamento até alcançar o nível considerado adequado.
Segregação de funções: os papéis do Conselho e da Presidência ou Gerência Geral da Organização devem ser independentes.
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Comitês: a designação e a remuneração do comitê de auditoria devem comtemplar profissionais com a devida independência.
Informação a reuniões: o Conselho e seus comitês devem se reunir frequentemente e ter acesso irrestrito a diferentes fontes de informação. Ambos devem se reunir regularmente em sessões executivas.
Auditoria Interna: todas as organizações sujeitas à SOX devem ter um auditor interno atuando em tempo integral que se reporte diretamente ao comitê de auditoria.
Compensação: o comitê de remuneração e o Conselho devem determinar a remuneração adequada para os executivos e diretores, além de avaliar os incentivos e riscos relacionados com os objetivos ou resultados com demasiada ênfase no curto prazo.
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Apresentação da informação: as organizações devem apresentar e refletir todas as transações e atividades que afetem suas operações da forma mais transparente possível, seja por meio de informes contábeis, notas públicas e outras informações dirigida aos acionistas e ao público em geral.
Seleção: o Conselho deve contar com um processo pelo qual os acionistas tenham a possibilidade de selecionar diretores.
Avaliação: o Conselho deve contar com processos que permitam avaliar adequadamente o desempenho do principal executivo, da diretoria e dos comitês.
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O nível de responsabilidade dos auditores interno em instituições sujeitas à SOX é acrescido por uma série de regulamentações sobre a sua atuação, constantes em diversas seções da lei.
No título III, por exemplo, a lei define a obrigatoriedade da instituição de estabelecer um comitê de auditoria, e quais os requisitos para a sua constituição e funcionamento.
Destaca-se a seguir outros pontos da Lei Sarbanes-Oxley de maior relevância para os auditores internos:
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SEÇÃO 201: 
Considera ilegal que uma firma de auditoria preste serviços de auditoria preste serviços de auditoria, caso ela preste outro tipo de serviço para a mesma instituição. Dentre os serviços considerados conflitantes, incluem-se:
Serviços de auditoria interna;
Desenho e implementação de sistemas de informação financeira;
Registro e elaboração de peças contábeis;
Funções administrativas ou de recursos humanos;
Serviremos atuariais, legais ou aos investidores;
Serviço de avaliação ou perícia.
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SEÇÃO 202: 
Determina que o comitê de auditoria deve aprovar todos os serviços de auditoria com antecipação.
SEÇÃO 204: 
Estabelece a necessidade de ampliar a comunicação direta entre os auditores e o comitê de auditoria no que se refere a critérios contábeis, políticas contábeis relevantes, alternativas para o manejo da informação financeira e outros assuntos.
SEÇÃO 206: 
Segundo esta seção, os auditores externos não poderão prestar serviços às organizações cujo gerente geral, financeiro ou contábil tenha sido membro da auditoria externa no ano anterior. Requer, ainda, a rotatividade do sócio responsávelpelo parecer, pelo menos a cada cinco anos.
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SEÇÃO 301: 
Estabelece que cada membro do comitê de auditoria será membro independente do corpo de diretores responsável pela nomeação, remuneração e supervisão da empresa de auditoria externa responsável pela emissão do parecer.
SEÇÃO 404: 
Estabelece parâmetros de controle e exige a divulgação das informações, que serão avaliadas pelos auditores externos quanto à sua validade. Essas informações devem indicar a responsabilidade da gestão em estabelecer e manter uma estrutura adequada de controles internos e os procedimentos com vista à emissão das demonstrações contábeis, além da avaliação da efetividade da estrutura dos controles internos e procedimentos adotados pela companhia para a emissão dos relatórios contábeis e financeiros.
Responsabilidades do Auditor (Sarbanes–Oxley e IFRS) (Cont.)
SEÇÃO 406: 
Determina que as organizações devem ter um código de ética.
SEÇÃO 407: 
Estabelece que ao menos um integrante do conselho deve ser especialista na área financeira, o que é entendido da seguinte forma:
Deve ter entendimento das normas contábeis;
Deve ter experiência na elaboração de demonstrações contábeis em organizações similares;
Deve possuir experiência sobre a estrutura e a natureza dos controles internos;
Deve ter experiência em comitês de auditoria.