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LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS
ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO
ATIVIDADE 1
RELATÓRIO DE ENTREVISTAS
GEOVANE DA SILVA FARIAS RA: 1919931
POLO ANAJÁS – PA
2020
RELATÓRIO SOBRE AS ENTREVISTAS
GEOVANE DA SILVA FARIAS
RA: 1919931 
RELATÓRIO SOBRE A ENTREVISTA COM A DOCENTE
No dia 30 de outubro realizei a entrevista com a professora Alessandra Gonçalves de Sá, de 26 anos, licenciada em Letras pela Universidade Federal do Pará que atua no ano do Ensino fundamental II em turmas de 6° ao 9° ano na Escola de Educação Básica Carlos da Costa Pereira, localizada no município de São Francisco do Sul, estado de Santa Catarina. Ela relatou em sua entrevista que sua vivência na educação à distância neste tempo de pandemia tem sido repleta de desafios, uma vez que ela e seus colegas professores tiveram que se adequar a um novo modelo de ensino para o qual a Universidade não os preparou, mas que as circunstâncias os forçaram a aprender, buscar e criar novas estratégias que atendessem as necessidades educacionais dos alunos, que foi o modelo EAD. Suas principais lições e conclusões sobre este momento são notar o quanto a vida é delicada, bem como o poder que temos quando todos nós assumimos responsabilidades ao obedecermos às normas de segurança sanitárias, assim como ter solidariedade uns com os outros nesta luta, pois dessa forma podemos diminuir os impactos negativos na vida de todos. A docente afirmou que em seu papel como educadora, acredita que esse foi um dos principais objetivos sociais e educacionais para o momento, ou seja, incentivar os alunos a compreenderem tal ideia. Quando questionada sobre o tipo de educação que escola teve que efetivar devido às circunstancias atuais, a professora definiu o modele atual de ensino como improvisado, porque de inicio foi nítida a falta de planejamento e infraestrutura para sua implementação, assim tanto a secretária de educação de Santa Catarina, gestores, professores, pais e alunos tiveram que ir se adequando gradualmente a tal modelo, este que já sofreu muitas alterações e ajustes para atender e atingir os objetivos da forma desejada, um deles foi o atendimento misto: online (por meio da plataforma Google Classroom) e também por entrega de apostilas uma vez por semana na escola somente para alunos sem acesso à internet, portanto, a docente ressaltou que ainda há várias dificuldades presentes por conta da realidade da comunidade em geral que estar sob a vulnerabilidade econômica (muitos pais de família foram dispensados de seus trabalhos), logo muitas famílias não tem ou tem muito pouco acesso à tecnologia (celular/computador), bem como o acesso à internet. Sua sugestão para melhoria deste modelo de ensino seria a montagem de um plano de ação em conjunto com a secretaria de saúde, defesa civil, municípios e estado que atendesse a todos os protocolos da OMS com o objetivo de assegurar a volta às aulas com toda a segurança e cuidados devidos. Finalizando a entrevista, perguntei a professora porque esse momento de pandemia não foi capaz de unir as pessoas, já que é problema social que afeta toda nossa sociedade, ela respondeu que acredita que vários fatores foram responsáveis pela polarização em torno da doença, como a falta de consciência, solidariedade e do senso de importância de unidade da sociedade brasileira assim como a incredulidade sobre os fatos, pois hoje os veículos de mídia são tendenciosos e isso causa muita desconfiança e desinformação.
 
RELATÓRIO SOBRE A ENTREVISTA COM MÃE DE ALUNA DO ENSINO FUNDAMENTAL II
No dia 01 de Novembro entrevistei a professora Carla Celestino D’Ávila, de 40 anos, domiciliada no município de São Francisco do Sul, estado de Santa Catarina, mãe de aluno matriculado no ensino fundamental II na Escola de Educação Básica Carlos da Costa Pereira. Inicialmente falando sobre sua vivência na educação à distância neste tempo de pandemia, a educadora afirmou que percebeu uma clara necessidade de reforçar o ensino dos filhos, atividade que já faz habitualmente, mas que no atual momento tornou-se ainda mais fundamental, ela ressaltou que realizar tal tarefa tem sido difícil porque com o trabalho em “home Office” a demanda por tempo intensificou-se pela necessidade de estar mais solicita aos alunos nos aplicativos de mensagens e mídias sociais e isso junto dos afazeres domésticos tem desafiado a docente a se organizar e dar suporte tanto a família como a seus alunos. Quando questionada sobre as lições momentâneas que o atual momento proporcionou, a educadora se disse triste ao ver a falta de humanidade e solidariedade da maior parte das pessoas que para ela, não deram a atenção necessária à pandemia, o que resultou em muita dor e sofrimento, ela ressaltou também que esse é um tempo de intensa decepção com autoridades que se mostraram despreparadas para conduzir a sociedade e dar o exemplo que norteia as ações de todos. Nesse contexto de aprendizados e novas vivencias, a professora reconhece que para melhorar esse cenário atual de educação à distância o ideal seria o governo estadual investir em infraestruturas e tecnologias para dar suporte às escolas, mas como isso é algo distante da realidade, ela alega que a participação efetiva dos pais já ajudaria bastante nesse processo. Finalizando a entrevista, questionei a educadora sobre a polarização criada em torno da pandemia que dividiu a sociedade, ela respondeu que o principal fator que corroborou para esse embate foi a ganância de empresários e comerciantes que mesmo arriscando suas vidas e de seus familiares, negligenciaram as medidas sanitárias e adotaram narrativas advindas de grupos radicais, espalhando informações desencontradas e causando turbulências sociais. 
RELATÓRIO SOBRE A ENTREVISTA COM ALUNA DO ENSINO FUNDAMENTAL II
No dia 02 de Novembro realizei a entrevista com a aluna Agna Telles Garcia, de 15 anos, estudante do 9° ano na Escola de Educação Básica Carlos da Costa Pereira, domiciliada e residente no município de São Francisco do Sul, estado de Santa Catarina. De início, a estudante foi perguntada sobre como tem sido sua vivência na educação à distância nessa época de pandemia, ela admite que as aulas online foram importantes para não perder o ano letivo e que acha legal estudar de casa, porém disse que sente saudades da escola e do contato com colegas e professores e que por esse motivo prefere aulas presenciais. Acerca das lições e conclusões momentâneas que esse momento tem oferecido, a jovem afirmou que a convivência familiar que de certo modo tornou-se compulsória nesse período não tem sido algo simples e está exigindo de muita paciência e carinho, acrescentando também que as aulas online são importantes, pois assim não deixará de aprender coisas novas e ganhar conhecimento, através disso pôde reconhecer a importância da escola em sua vida. Quando questionada a respeito da educação atual que está sendo feita à distância, a estudante disse que sua principal dificuldade enfrentada com esse modelo é a falta de vídeos explicando as atividades, porque quando ela tem dúvidas sobre as atividades tem que a recorrer à sua professora, o que gera perda de concentração, assim sua sugestão para melhoria deste atual modelo de educação vem nesse sentido, de criar conteúdos explicativos dentro da plataforma de ensino (Google Class Rom) de maneira intuitiva para melhor compreensão das atividades propostas durante as aulas. Para finalizar a entrevista perguntei a jovem porque o momento de crise sanitária atual não foi capaz de unir as pessoas, ela respondeu que apesar da crise ser um problema de todos, muitos não tem noção de como o vírus é perigoso e já matou milhares de pessoas, essa indiferença tem causado muita indignação e, consequentemente, gerando a divisão.
Através do presente trabalho identificou-se a necessidade docente em estar sempre atualizado com as novas práticas de ensino digitais e que todas as dificuldades que a crise atual trouxe só reforçam a importância da escola como instituição fundamental à sociedade bem como sua responsabilidadeético-social como formadora de indivíduos conscientes e reflexivos, criando valores pautados na tolerância e respeitos as diferenças.
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS
ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO
ATIVIDADE 2
RELATÓRIO DE PALESTRA
GEOVANE DA SILVA FARIAS RA: 1919931
POLO ANAJÁS – PA
2020
RELATÓRIO DA PALESTRA SOBRE “FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA: um panorama das questões fundamentais e iniciativas diferenciadas”
PALESTRANTE: Bernadete A. Gatti, FCC/DPE, NPForProf-PCSP
Geovane da Silva Farias¹
Com o intuito de falar sobre as questões fundamentais que hoje de certa maneira perturbam a formação dos professores baseado em uma série de estudos e pesquisas que fundamentam esta palestra, pesquisas estas fundamentadas em GATTI (a palestrante), LIBÂNEO, MANFREDINE, PIMENTA que inclusive discute o Estudo sobre a fragilidade do curso de pedagogia, esta palestra foi apresentada no 3° encontro do evento Ciclo Ação e Formação do Professor: Experiências Inovadoras, ocorrido no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
A professora Bernadete Gatti iniciou seu discurso elencando o primeiro assunto: Currículo a sua contribuição na formação de docentes para a educação básica, contribuição esta que muito pouco soma com um perfil claro de um professor para educação básica.
Segundo pesquisas da palestrante verificou-se em uma amostragem nacional que há uma redução no currículo para a formação docente e as conseqüências dessa redução devem ser examinadas, pois, por consequência dessa redução vemos professores que não são preparados para criar ambientes de aprendizagem e avaliar seus alunos. Inclusive houve uma análise nesses cursos de licenciatura comprovando a inexistência de disciplinas de avaliação, não há avaliação para conhecimento do currículo da educação básica. Não há o ensino para que o acadêmico tenha uma visão critica referente esse currículo que ele irá desenvolver nas suas práticas.
Esse problema referente à formação docente é antigo, uma herança cultural que remete segundo Gatti ao Século XVIII e XIX e todo esse estado de coisas se percebe muito inflexível devido a uma série de questões a cerca das instituições privadas e/ou públicas.
A professora destacou que as Universidades públicas têm um diferencial que se caracteriza como uma boa formação que são os conteúdos específicos, entretanto essas universidades pecam e deixam a desejar, sobretudo em relação às metodologias e práticas de ensino.
Existe um preconceito sobre a prática na educação que é confundido com tecnicismo. A palestrante deixa claro que prática educacional não é tecnicismo, essas práticas são culturais, são atos culturais. O resultado dessa confusão de conceitos leva a não termos nos cursos de licenciatura uma formação adequada das práticas profissionais inerentes a ação do professor nas escolas e para agravar mais esta situação temos os estágios.
O tópico seguinte da palestra teve como tema os estágios que segundo Gatti são o “calcanhar de Aquiles” das graduações, ou seja, a fraqueza dos cursos de licenciatura, pois não são projetados e nem planejados pelas instituições.
Nos cursos de pedagogia de acordo com pesquisas da palestrante apenas 5% ofertam disciplina de educação infantil que basicamente dão base teórica sobre a educação infantil, descuidando da questão fundamental que será a prática relacionada ao trabalho do professor na educação infantil, ou seja, como o professor irá lidar com essas crianças, como transformar conhecimento teórico pelo professor em conhecimento prático.
Dentro dessa temática referiu-se à inexistência de cursos de psicologia do desenvolvimento e de compreensão da juventude nos cursos de licenciatura o que tem acarretado em uma preparação desacertada que tem levado a falhas na comunicação entre os docentes e seus alunos, percebeu-se que os docentes não estão preparados para estabelecer esta comunicação tão primordial em sua profissão. Este quadro é preocupante, uma vez que educação é comunicação, mas não somente um falar disperso e sem fundamento, pelo contrário, é um processo significativo de interação que deve repercutir em uma soma de conhecimentos adquiridos pelos alunos que serão importantes para as suas vidas. O docente precisa ter isto em mente, porém não conseguimos identificar esta consciência na transmissão que está sendo feita por eles.
Em comparação com cursos de outras áreas a professora citou que conseguimos identificar nesses cursos, citados na palestra, como por exemplo, nas engenharias, medicinas, arquiteturas que nos estágios a prática é bem trabalhada deixando assim a dúvida do porquê? Justamente nos cursos de licenciatura que formarão esses profissionais não há essa preocupação em trabalhar bem esses estágios que, inclusive, são regulamentados por leis que fundamentam bem essas atividades.
As atividades propostas em sala de aula têm fundamentos em diversas áreas do conhecimento que não podem ser negligenciados nos currículos dos cursos de formação de professores, é preciso que haja esta integração. Gatti cita que mesmo em instituições onde os estágios são programados isso não ocorre, os estágios são feitos dentro das disciplinas de maneira fragmentada resultando em uma falta de repertório para esses futuros educadores.
Vale ressaltar que todo este cenário trouxe muitas discussões sobre reformulações dos cursos de licenciatura inclusive o Plano Nacional de Educação coloca essa ação como uma meta para ser alcançada, entretanto a responsabilidade social com essa formação docente de modo integrado não é assumida. É importante destacar que é necessário não apenas fazer reformulações curriculares, mas, fazer com que esses professores saibam além de analisá-las criticamente, colocá-las em prática através de um programa de trabalho em um plano para 200 dias letivos.
Para dar mais contundência ao tema a professora citou uma frase do professor Português Antônio Sampaio da Nóvoa para o governo de seu país que diz que “a satisfação acadêmica de fazer um discurso aparentemente revolucionário, mas, que não se transforma em prática, parece que resolve tudo e não resolve nada”. Ela exime os professores da culpa pelas falhas no exercício da docência na Educação Básica afirmando que lhes foi sonegada uma formação profissional decente e que esta é uma questão da educação de nível superior que deve repensar coletivamente e com responsabilidade a formação inicial nas graduações, ainda acrescentou que os sindicatos dão pouca importância a isto.
Gatti reiterou que além do Plano Nacional de Educação e por causa dele, e mais estudos que demonstram a situação de carência da formação docente nas licenciaturas houve inquietações que levaram o Conselho Nacional de Educação a emitir um parecer (CNE/CP n°2/2015) que analisou esta situação e realizou uma nova proposta para formar professores, baseada na resolução anterior que não foi efetivamente posta em prática. Nessa proposta o foco da formação do professor é a escola e também é definida no capítulo 2 da resolução que decorreu deste parece a Base Curricular Nacional Comum para formar professores. Apesar dessas regulamentações houve poucas discussões por parte das universidades a respeito desta resolução que já está em vigor.
Geralmente nas universidades há a cobrança em cima dos professores de educação básica por não participarem da hora do trabalho coletivo, no entanto se analisarmos a educação de nível superior não identificamos reuniões pedagógicas entre esses professores que ministram suas disciplinas, mostrando que desde as universidades aprendemos um estudo fragmentado sem concepção de currículo entre as disciplinas em um contexto de formação de um único perfil. Estudos como da UNICAMP revelam que os docentes não conseguem manter uma comunicação adequada com esses acadêmicos resultando na evasão nos cursos de nível superior.
A respeito da formação continuada, a palestrante através de pesquisas definiu-a como supletiva, isto é, os cursos não são complementares no sentido deque trabalham com conceitos que já deveriam ter sido aprendidos nas licenciaturas modificando assim os objetivos reais desses cursos. Criticou alegando que não há discussões sobre métodos de alfabetização nesses cursos, o que vem trazendo uma série prejuízos para nossas crianças que são comprovados nas provas que aferem índices sobre essa área. Com isso, o governo é levado a criar programas que ensinam os docentes a alfabetizar, revelando que os investimentos feitos nas universidades se traduzem em uma entrega aquém do esperado e um trabalho falho na formação dos professores.
Logo após, Gatti traçou dois panoramas preocupantes, o primeiro relacionado às escolas da educação básica e o segundo da realidade dos cursos de licenciaturas nas universidades, com dados que mostram que 51% dos alunos da educação básica não terminam o ensino médio e em muitos estados a oferta desta formação nas escolas é mínima, além disso, mostrou através de seus estudos mais de um milhão de vagas ociosas existentes nas licenciaturas, a maioria dessas vagas em instituições públicas. Através desses panoramas a professora fez um chamado às instituições a repensar sobre sua contribuição social na formação de professores alertando sobre complicações que isso pode trazer para a sociedade caso não sejam tomadas providencias necessárias, refletindo a cerca desta realidade para assim poder mudá-la efetivamente.
Voltando as licenciaturas, a palestrante discorreu sobre a didática de professores das graduações, que segundo estudos amostrais revelaram que as aulas não são preparadas de forma motivadora para os acadêmicos, isto é, o direcionamento das aulas das universidades muitas vezes é realizado com a distribuição de textos para os acadêmicos que devem ler e explicar o que compreenderam sobre os assuntos separados em sala, evidenciando o que a palestrante chama de sala de “aula invertida” assim o aluno explica ao professor e dinamiza sua explicação em trabalhos para o professor.
	Outra situação pertinente colocada referiu-se às redes de ensino, abordando entraves a cerca deste âmbito, como a proporção de docentes atuando em áreas por sua formação. Os dados elucidaram que em determinadas regiões essa proporção é exígua, isso decorre da necessidade em preencher o vazio de professores com formação de nível superior especifico em suas devidas áreas. É evidente que esses professores que estão em desvio de função se valem das informações que adquirem com outros profissionais da área, das pesquisas que realizam ou coisas do tipo, porém não tem formação adequada para ministrar as aulas.
	Ao término da palestra foram demonstradas algumas iniciativas de diretorias de ensino para organizar os estágios e propor maior integração entre os acadêmicos e seu ambiente de atuação, com objetivo de melhorar a qualificação desses licenciandos e, assim, na melhoria da qualidade da educação na região. Entretanto, as iniciativas destas instituições mostram-se isoladas revelando o incomodo com os problemas vigentes, porém revelando também a baixa capacidade institucional de propor inovações no ensino superior. 
	Enfim, o professor é um pilar que sustenta uma nação, segundo essa palestra pode-se notar a importância de uma formação consistente que se inicia na universidade e as conseqüências da falta dessa formação integrada na rede de ensino. Devemos ter a consciência de que ao ensinar educamos, esta educação se dá através de nossas ações, comunicação, ou seja, o nosso exemplo educa, os futuros professores devem ter essa consciência, não podemos continuar raciocinando abstratamente sem pensar nas propostas pedagógicas dos cursos de licenciaturas, sem incorporar inovações nos currículos desses cursos e dar os subsídios necessários para que esses docentes possam entender as demandas e dinâmicas atuais, sem de fato intervir no caminho desses acadêmicos que almejam o exercício pleno da docência terá como consequência problemas sociais graves para nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno N°2/2015. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17625-parecer-cne-cp-2-2015-aprovado-9-junho-2015&category_slug=junho-2015-pdf&Itemid=30192>. Acesso em 06 outubro 2020.
DIAS, Hélio. Bernadete Gatti: Formação do Professor da Educação Básica: Um panorama das questões fundamentais. 19 de maio de 2019 (41m25s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NnZXyDT4PDM>. Acesso em 30 de setembro 2020.
GATTI, Bernadete A. A formação inicial de professores para a educação básica: as licenciaturas. N. 100. São Paulo: Revista USP, Dezembro/janeiro/fevereiro 2013-2014.
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS
ATIVIDADE DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO
ATIVIDADE 3
RELATÓRIO DE PALESTRA
GEOVANE DA SILVA FARIAS RA: 1919931
POLO ANAJÁS – PA
2020
RELATÓRIO DA PALESTRA CUJO TEMA: “DESAFIOS DO TRABALHO E FORMAÇÃO DOCENTE SÉCULO XXI”.
PALESTRANTE: Antônio Sampaio da Nóvoa, Professor Catedrático do Instituto de Educação e Reitor Honorário da Universidade de Lisboa, Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e Doutor em História moderna e contemporânea pela Universidade de Paris-Sorbonne. O docente é autor de inúmeras publicações, as quais já foram publicadas em 20 países. Suas pesquisas versam sobre a história e a psicologia da educação, a educação comparada e a formação de professores.
Geovane da Silva Farias²
	Com o objetivo de abordar temas atuais relevantes a cerca da formação e trabalho docente esta palestra foi baseada revisitando conceitos trabalhados na primeira tese de doutorado do palestrante (NÓVOA), em estudos e pesquisas realizados sobre os assuntos, mencionando adaptações, frases, obras de autores e filósofos, tais como, BORGES, CLAPARÈDE, DEWEY, ESPINOZA, FREIRE, JANKÉLÉVITCH, MORIN, PIAGET, SERRES, SHULMAN, STEYNER, TEXEIRA. O evento ocorreu no dia 31 de maio de 2017, organizado pelo Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo.
	Introduzindo a palestra o professor chamou a atenção para as políticas publicas erradas regulamentadas no Brasil e em outros países que tem levado a um desgaste social e psicológico da profissão docente. Essas não têm refletido em uma formação consistente focada nos fundamentos necessários para bem executar a profissão, relegando assim, e em casos, até menosprezando, aquilo que é fundamental a qualquer área. Este processo de desprofissionalização, consequentemente tem levado a um conjunto de interesses privados de grandes corporações multinacionais que tem dominado a educação em muitos lugares através de sistemas digitais, compras de escolas, etc. domínio que em muitos países vem dissolvendo aquilo que seria o principal intuito da instituição escola pública e do interesse publico, isto é, o ensino que busca a democracia e a liberdade. Na medida em que os interesses privados vão controlando este quadro, os docentes vão ficando subordinados as propostas e diretrizes oriundas desses interesses e perdem muito no sentido do que foi o cerne do seu processo de profissionalização historicamente.
Esses interesses privados cruzam-se com inovações tecnológicas que tendem a menosprezar o trabalho dos professores alegando que seria algo dispensável, o que se percebe impensável em áreas altamente tecnológicas como a medicina, por exemplo, isso porque a profissão, formação e capacidade dos médicos são respeitadas, diferentemente do caso dos docentes. Então, o professor salientou que há um futuro de incertezas que resulte talvez na diluição das escolas e dos professores ou ocorra uma espécie de privatização da educação, ou seja, as escolas perderem o domínio deste setor, diante disso, afirmou que é necessário reforçar a profissão docente e dar protagonismo a ela no domínio da educação. Este reforço junto com criticas a tendências, inovaçõestecnológicas, políticas e iniciativas publicas ou privadas que desgastam a profissão e conduzem a diluição da escola publica foram o alvo central de seu discurso
Na primeira parte da palestra abordou-se sobre os desafios do trabalho docente, inicialmente o professor utilizou a imagem de uma escola tradicional para questionar sobre o modelo de escola majoritário que com o passar do tempo pouco se modificou tornando-se fechado e até ultrapassado em comparação com outras áreas. Se utilizarmos a imagem de uma escola há trinta anos certamente observaríamos varias semelhanças com a maioria das escolas de hoje. Isso mostra a desatualização neste setor, não no sentido físico propriamente dito, mas naquilo que atualmente as sociedades vivenciam, suas demandas e dinâmicas, seu modo de se relacionar com o mundo e com o conhecimento. 
O modelo de escola tal qual conhecemos está fadado ao fracasso porque ele inexiste como projeto de futuro. No mundo digital de hoje certamente as crianças não pensam como no passado, não aprendem e não se relacionam com o conhecimento da mesma maneira de antes. Todo esse processo traz a tona uma série de desafios para essa escola que precisa adaptar-se a essa realidade. Nesse contexto, Nóvoa apontou propostas sugeridas há mais de cem anos criadas para se revisar esse modelo escolar que aquela época já se percebia defasado, isso demonstra que muitas discussões e debates sobre educação que sempre ocorreram e ocorrem não se traduzem em compromissos para sua melhora efetiva, ficando apenas nas retóricas dos discursos. Essas propostas de maneira geral norteavam para o ensino objetivando a autonomia dos alunos e o trabalho com diferenciação pedagógica e a personalização das aprendizagens. No entanto no ambiente escolar estático atual isto se torna inviável, precisamos inovar este ambiente, dinamizar seu espaço e motivar os alunos a trabalhar de outras maneiras. Esse, sem dúvida, é o nosso desafio como docentes. Caso isso não venha a ocorrer, no futuro poderá haver um processo de diluição da escola tal conhecemos hoje ou mesmo seu fim. Essa incerteza nos questiona de muitas maneiras e nos deixa certos apenas de que este estado de coisas precisa mudar, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pela profissão dos salários baixos, da falta de recursos, dos problemas sociais e estruturais, etc. 
	Para isso, Nóvoa salientou que a docência precisará evoluir para uma profissão coletiva, isto é, desenvolver uma pedagógica cooperativa que almeje o trabalho em conjunto. A construção desse trabalho minucioso e gradual será fundamental para afirmar o chamado ético da escola como formadora de indivíduos reflexivos capazes de pensar e agir sobre a sociedade e na mudança do paradigma da escola reconhecida como a fonte do conhecimento para fomentadora dele. Isso se daria através de um ambiente dinâmico e propositivo aberto a discussões, pesquisas, a diversidade e a criatividade. Vale ressaltar que esse fazer pedagógico passa longe de idéias mirabolantes ou tecnologias avançadas, no Japão, por exemplo, desde a pré-escola as crianças passaram a receber brinquedos grandes, com os quais não podem brincar sozinhas. Elas precisam da ajuda dos amiguinhos. O objetivo é desenvolver a competência de colaboração nos alunos desde pequenos, porque se entendeu que essa capacidade de trabalhar em grupo será importante para os japoneses em um mundo globalizado, em que eles têm de lidar com pessoas e povos de cultura diferentes.
	Nesse processo evolutivo o professor tornar-se-á um organizador do trabalho escolar, ou seja, buscará formas para que todos participem da construção de seus processos de aprendizagem seja de maneira individual ou coletiva. A escola deverá se organizar de diversas maneiras para realizar o processo de aprendizagem levando a educação para a comunidade em um movimento de integração fundamental para ambos, consequentemente ocorrerão mudanças nos ambientes educativos resultando em uma melhora significativa em comparação com o modelo escolar atual.
	Isso tudo sem dúvida é um grande desafio que demandará muita coragem para se realizar, inclusive já há iniciativas nesse sentido que, apesar de isoladas, demonstram que é possível fazer diferente, por que caso essa transição não ocorra as escolas se diluirão pouco a pouco, talvez se tornando até algo parecido como uma instituição meramente assistencial para aqueles que puderem pagar por algo melhor. Um retrato desse processo que já iniciou é o homeschooling, permitido em quase 63 países, o modelo de educação familiar tem ganhado força no Brasil. Segundo a Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED), a procura por essa modalidade aumentou 916% entre 2011 e 2016. 
	Na segunda parte da palestra abordou-se a formação dos professores, o palestrante iniciou destacando dois pólos responsáveis por essa formação, o pólo das universidades, responsável pela formação inicial, e o pólo das escolas, incumbido da formação continuada. Afirmou que um grande entrave existente neste âmbito é a falta de integração do professor a sua futura profissão, resultado do distanciamento dos profissionais atuantes na educação básica na construção da trajetória dos docentes tanto nas graduações como na formação continuada não podendo assim elucidar questões fundamentais referente a profissão.
	 A afirmação dos professores passa por um trabalho consistente na busca de um perfil de docente construtor de sua prática e a importância dos outros profissionais da área é fundamental nesse processo. Se não existem professores da educação básica trabalhando nas universidades, o que é reflexo de políticas equivocadas para a formação docente, isso resultará em um processo de desintegração entre o docente e seu futuro ofício pela falta da experiência e conhecimento vinda daqueles que vivenciam a educação básica.
	Próximo ao término de seu discurso o palestrante apontou conselhos para um bom o processo de formação profissional do professor. O primeiro deles tratou da disposição pessoal para adentrar a profissão, para Nóvoa, a construção da profissão docente é um processo contínuo de autoconstrução, autoconhecimento e do que ele definiu como densidade pessoal e cultural, isto é, desenvolver em si um arcabouço de experiências e conhecimentos fundamentais a profissão que lhe darão segurança e repertório para agir sobre ela. O segundo conselho referiu-se a formação docente como um trabalho coletivo iniciado na universidade resultando na afirmação do professor perante os demais através da construção e consolidação de seu espaço, chamando a atenção novamente para a participação e responsabilidade dos profissionais da área nesse processo. O terceiro conselho abordou sobre as diferenças nas formas de trabalhar dos docentes, cada professor deve desenvolver a sua composição pedagógica, isto é, a construção de sue fazer pedagógico além de abranger os conhecimentos culturais, científicos, metodológicos, didáticos e pedagógicos deve ter foco no seu objeto de atuação e na reflexão sobre esse objeto, a fim de se construir um conhecimento profissional docente sólido e uma percepção aguçada para tomada de decisões necessárias para atuar nesse meio. O ultimo conselho versou sobre a abrangência pública da profissão docente e seu compromisso, sobretudo na educação básica, para com a sociedade, o exercício da docência está interligado a sociedade e por isso deve estar aberto aos dilemas e inquietações dessa sociedade, pois é ali que se reverberam seus ensinamentos e práticas, nesse sentido, é evidente o dever ético da profissão na formação dos indivíduos e seu chamado a buscar a ajuda mútua, o igualitarismo, a tolerância e a ação coletiva entre as pessoas para melhorar seu meio.
	Finalizando a palestra o docente discorreu a cerca do trabalho docente e seu desafio de estar em constante reconstrução, aberto a mudanças e dar aos alunos diversas possibilidades e novas perspectivas em um tempo de profundas incertezas. As mudanças que esse tempo nos traz poderão levar a degradação das escolas ou a sua renovação estrutural,afirmando novamente que da maneira que está não vai continuar, então devemos coletivamente ter a coragem e buscar inspiração para realizar essa reformulação.
	Em conclusão, através dessa palestra podemos constatar todo o panorama de duvidas e incertezas a respeito do modelo atual de educação e dos desafios encontrados pelos docentes para o exercício da profissão em um mundo dinâmico com fortes demandas éticas. O fortalecimento dos sistemas de ensino faz-se necessário para a afirmação da escola como instituição de prestígio essencial a sociedade, nesse sentido, a formação docente deve ser construída a partir dos fundamentos necessários para o seu fazer profissional com participação efetiva de outros profissionais atuantes na educação básica que é onde se encontram as principais questões da sociedade.
REFERÊNCIAS
COSTAS, Ruth. Modelo de escola atual parou no século 19, diz Viviane Senna. BBC News Brasil, 2015. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru/>. Acesso em: 11 de out. de 2020.
HOMESCHOOLING: cerca de quinze mil crianças no país têm a casa como sala de aula. Estado de Minas, Minas Gerais, 23 de Jul. de 2018. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2018/07/23/internas_educacao,975095/homeschooling-cerca-de-15-mil-criancas-tem-a-casa-como-sala-de-aula.shtml/>. Acesso em: 12 de out. de 2020.
SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS NOVO HAMBURGO. Antônio Nóvoa – Desafios do Trabalho e Formação Docentes. 06 de Jun. de 2017. (1h17m08s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sYizAm-j1rM>. Acesso em/: 05 de out. de 2020.

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