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Montes Claros/MG - 2014
Carla Cristina Barbosa
Huagner Cardoso da Silva
Maria Cristina Freire Barbosa
Maria Nadurce da Silva
Rosângela Silveira Rodrigues
2ª edição atualizada por 
Huagner Cardoso da Silva
Maria Nadurce da Silva
História da 
educação
2ª EDIÇÃO
2014
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica:
REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITORA
Maria Ivete Soares de Almeida
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Humberto Velloso Reis
EDITORA UNIMONTES
Conselho Consultivo
Antônio Alvimar Souza 
César Henrique de Queiroz Porto
Duarte Nuno Pessoa Vieira
Fernando Lolas Stepke
Fernando Verdú Pascoal
Hercílio Mertelli Júnior
Humberto Guido
José Geraldo de Freitas Drumond
Luis Jobim
Maisa Tavares de Souza Leite
Manuel Sarmento
Maria Geralda Almeida
Rita de Cássia Silva Dionísio
Sílvio Fernando Guimarães Carvalho
Siomara Aparecida Silva 
CONSELHO EDITORIAL
Ângela Cristina Borges
Arlete Ribeiro Nepomuceno
Betânia Maria Araújo Passos
Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo
César Henrique de Queiroz Porto
Cláudia Regina Santos de Almeida
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Jânio Marques Dias
Luciana Mendes Oliveira
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Maria Aparecida Pereira Queiroz
Maria Nadurce da Silva
Mariléia de Souza
Priscila Caires Santana Afonso
Zilmar Santos Cardoso
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Carla Roselma Athayde Moraes
Waneuza Soares Eulálio
REVISÃO TÉCNICA
Karen Torres C. Lafetá de Almeida 
Káthia Silva Gomes
Viviane Margareth Chaves Pereira Reis
DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Andréia Santos Dias
Camila Pereira Guimarães
Camilla Maria Silva Rodrigues
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Magda Lima de Oliveira
Sanzio Mendonça Henriiques
Wendell Brito Mineiro
Zilmar Santos Cardoso
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/
Unimontes
Maria das Mercês Borem Correa Machado
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes
Antônio Wagner veloso Rocha
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes
Paulo Cesar Mendes Barbosa
Chefe do Departamento de Comunicação e Letras/Unimontes
Mariléia de Souza
Chefe do Departamento de Educação/Unimontes
Andréa lafetá de Melo Franco
Chefe do Departamento de Educação Física/Unimontes
Rogério Othon teixeira Alves
Chefe do Departamento de Filosofi a/Unimontes
Ângela Cristina Borges
Chefe do Departamento de Geociências/Unimontes
Anete Marília Pereira
Chefe do Departamento de História/Unimontes
Francisco Oliveira Silva
Jânio Marques dias
Chefe do Departamento de Estágios e Práticas Escolares
Cléa Márcia Pereira Câmara
Chefe do Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais
Helena Murta Moraes Souto
Chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais/Unimontes
Carlos Caixeta de Queiroz
Ministro da Educação
José Henrique Paim Fernandes
Presidente Geral da CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Diretor de Educação a Distância da CAPES
João Carlos teatini de Souza Clímaco
Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho Júnior
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Narcio Rodrigues da Silveira
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos Reis Canela
Vice-Reitora da Universidade Estadual de Montes Claros - 
Unimontes
Maria ivete Soares de Almeida
Pró-Reitor de Ensino/Unimontes
João Felício Rodrigues Neto
Diretor do Centro de Educação a Distância/Unimontes
Jânio Marques dias
Coordenadora da UAB/Unimontes
Maria Ângela lopes dumont Macedo
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Autores
Carla Cristina Barbosa
Doutora em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP (Brasil). 
Mestre em Letras/Português pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU (Brasil). Especialista 
em Docência para a Educação Profissional. Graduada em História pela Universidade Estadual de 
Montes Claros – Unimontes. Docente vinculada ao Departamento de História. Coordenadora geral 
do Núcleo de História e Cultura Regional – Nuhicre – desta Universidade.
Huagner Cardoso da Silva
Doutorando em Ciências da Religião pela PUC-SP (Brasil). Mestre em Educação pela Universidade 
Federal de Uberlândia – UFU (Brasil). Especialista em Docência para a Educação Profissional. 
Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Docente 
vinculado ao Departamento de Estágios e Práticas Escolares da Universidade Estadual de Montes 
Claros – Unimontes.
Maria Cristina Freire Barbosa
Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD 
(Portugal). Mestre em Educação pelo Instituto Superior Enrique José Varona (Cuba), validado pela 
Universidade de Brasília – UnB (Brasil). Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de 
Montes Claros – Unimontes. Docente vinculada ao Departamento de Educação da Unimontes. 
Maria Nadurce Silva
Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD 
(Portugal). Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília – UCB (Brasil). Especialista em 
Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (Brasil). Especialista em Metodologia 
Científica e Epistemologia da Pesquisa pela Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. 
Especialista em Educação à Distância, pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/Unimontes. 
Graduada em Pedagogia pela Fundação Norte-Mineira de Ensino Superior – FUNM. Docente 
vinculada ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. 
Coordenadora do Curso de Pedagogia UAB/Unimontes. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa 
GEPEDS.
Rosângela Silveira Rodrigues
Doutora em Educação, área de História e Filosofia da Educação, pela UNICAMP (Brasil). Mestre 
em Educação na área de Docência do Ensino Superior pela PUC – Campinas (Brasil). Graduada 
em Pedagogia pela Fundação Norte-Mineira de Ensino Superior - FUNM. Docente vinculada ao 
Departamento de Métodos e Técnicas educacionais – Unimontes. Pesquisadora do Grupo de 
Pesquisa GEHES. 
Sumário
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
A educação antiga e medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 Educação antiga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.3 Educação Romana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
Educação: do renascimento ao surgimento dos sistemas escolares . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
2.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
2.2 A educação a caminho da modernidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3 A educação no período do renascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
2.4 A educação, a reforma e a contrarreforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
2.5 O iluminismo e a consolidação da educação moderna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
A educação brasileira na colônia e no império . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
3.2 Para um começo de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
3.3 Período jesuítico (1549 - 1759) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.4 A influência jesuítica na educação brasileira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51
3.5 A educação no Brasil na era pombalina (1760-1808) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
3.6 A educação no Brasil Imperial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
A educação no Brasil: período republicano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
4.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
4.2 A reforma educacional de Benjamim Constant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62
4.3 A educação na 2ª república. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65
4.4 A educação superior no Brasil pós LDBEN 9.394/1996. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77
Referências básicas, complementares e suplementares . . . . .85
Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89
9
Letras Português - História da Educação
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a), a disciplina HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO tem como objetivo principal 
contribuir para a sua compreensão da evolução sócio-histórico da educação através da identi-
ficação dos paradigmas educacionais, na realidade tempo/espaço, com atenção especial para a 
História da Educação no Brasil, suas tendências e concepções de educação ideal, conforme a rea-
lidade educacional, no contexto sócio-político específico de cada época. 
Essa disciplina conduzirá você a uma reflexão sobre o nosso passado educacional. com o 
apoio dos autores clássicos da historiografia da história da educação. Será apresentada uma 
análise das principais características dos processos educativos e sua interação com o contexto 
socioeconômico e cultural em diferentes períodos históricos da civilização, relacionando-os ao 
contexto educativo brasileiro, de forma a auxiliá-lo na identificação dos aspectos históricos que 
fundamentam nosso atual sistema educacional.
Esta disciplina tem, portanto, como objetivos específicos:
•	 Examinar a educação em diferentes contextos históricos;
•	 Conhecer a história da educação da civilização ocidental, para compreender a história da 
educação brasileira;
•	 Compreender a influência das transformações ocorridas no período renascentista na defini-
ção do modelo da educação ocidental e a influência nas determinações do modelo da edu-
cação predominante na história da educação brasileira;
•	 Analisar historicamente os vários aspectos da realidade educacional nos diferentes contex-
tos históricos, com a finalidade de compreender as políticas determinantes da educação, na 
atual sociedade brasileira;
•	 Desvelar as políticas que delineiam a história da educação brasileira, desde a sua implanta-
ção até a atualidade, para compreender os interesses que a impulsiona, no que se refere aos 
valores, ideias e organização nos diversos períodos da história desse país; 
•	 Problematizar os determinantes históricos do papel da escola, do modelo de professor e do 
aluno que se pretende formar, assim como o enfoque dos conteúdos e da avaliação nos di-
ferentes períodos da educação brasileira.
Esclarecemos a você a relevância em alcançar esses objetivos, pois esta disciplina é muito 
importante para sua formação profissional, ética, política e humana, de forma emancipada.
Esclarecemos, também, que este caderno didático foi organizado em quatro unidades e que 
cada uma está dividida em subunidades, com o objetivo de facilitar a compreensão das discus-
sões propostas. 
As sugestões de textos, pesquisas e filmografias também são importantes, uma vez que am-
pliam os conhecimentos e discussões. 
Para que haja aproveitamento nos seus estudos, é preciso que você realize as atividades 
propostas, ao longo dos textos, assim como a atividade avaliativa proposta no final deste cader-
no, pois estas o(a) ajudarão a compreender e a fixar os conteúdos abordados.
Desejamos que sua caminhada nesta disciplina seja prazerosa e enriquecedora.
Os autores.
11
Letras Português - História da Educação
UNidAde 1
A educação antiga e medieval
1.1 Introdução
Esta unidade tem como objetivo central examinar a educação nos diferentes contextos his-
tóricos e auxiliar você a compreender a história da educação antiga e medieval. Propõe-se, atra-
vés deste estudo, examinar a educação em diferentes contextos históricos para que você possa, 
através do conhecimento da história da educação da civilização ocidental, compreender a histó-
ria da educação brasileira Falaremos um pouco sobre a educação nas civilizações oriental, porém 
não alongaremos nossa conversa sobre elas, tendo em visto o tempo que dispomos para este 
estudo e, ainda, que nossa tradição é predominantemente ocidental.
No desenvolvimento desta unidade, você vai encontrar temáticas que são abordadas com 
base em uma perspectiva histórica, verá que tudo na Educação, dos conhecimentos às relações 
entre sujeitos escolares, espaços, metodologias e materiais foi inventado, produzido pelo ser hu-
mano em circunstâncias sociais e históricas determinadas.
Com base em autores como Maria Lúcia Aranha (1990), Paul Monroe (1976), Tomas Giles 
(1987), Luciano Farias Filho (1995), Mario Manacorda (2006), entre outros, serão apresentados os 
fundamentos teóricos para que você compreenda a educação antiga e medieval.
Através da leitura dos textos propostos, você verá que a História da Educação tem como 
uma das suas funções desnaturalizar as práticas educativas, estabelecendo uma relação com o 
contexto no qual estão inseridas. 
Esta primeira unidade abordará, portanto, a importância da história da educação e o proces-
so sócio-histórico das práticas educativas no Egito, na Grécia, em Roma e nas Escolas Medievais.
Segundo Aranha (1990), para entender a História da Educação, é importante conhecer a 
educação no contexto histórico, ou seja, faz-se necessário compreender que o homem é resul-
tante de sua prática social dentro de determinado contexto histórico, social, pois é a partir das re-
lações sociais que os homens criam padrões, instituições e saberes. Portanto, é “a educação quemantém viva a memória de um povo e dá condições para sua sobrevivência. Por isso, dizemos 
que a educação é uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade entre indivíduo e 
sociedade” (ARANHA, 1990, p.15).
A educação está envolvida nas relações sociais que os homens estabelecem e sofre influên-
cia ideológica por estar ligada à política. Portanto, o fenômeno educacional não é neutro, está 
ligado às questões culturais, políticas e sociais de seu tempo (FARIA FILHO, 1995). 
A escola faz parte de um mundo marcado por desigualdades e lutas sociais; nesse sentido, 
faz-se relevante refletir sobre a escola como um instrumento de transformação da sociedade, 
ao mesmo tempo em que as transformações políticas, econômicas e sociais contribuem para a 
constituição dos sistemas de ensino.
1.2 Educação antiga
O processo educativo passou por constantes mudanças através da história das civilizações. 
Propomos rever alguns desses momentos históricos, pois “a história da educação na antiguidade 
se torna um objeto interessante na medida em que remonta à história de nosso próprio processo 
pedagógico”. (MARROU, 1966, p.4). Vamos lá! 
De acordo com Aranha (1996), nas civilizações orientais, embora seja reconhecida a existên-
cia da escrita, não havia propostas propriamente pedagógicas, a preocupação com a educação 
permeava os livros sagrados, que ofereciam regras ideais de conduta e orientação para o enqua-
12
UAB/Unimontes - 3º Período
dramento das pessoas nos rígidos sistemas religiosos e morais. Veremos que as grandes civiliza-
ções, na antiguidade, tinham modelos de educação parecidos, cujos ensinamentos eram passa-
dos principalmente de pai para filho. 
Segundo Manacorda (2006), é do Egito que chegaram os testemunhos mais antigos e talvez 
mais ricos sobre todos os aspectos da civilização e, em particular, sobre a educação, embora haja 
conhecimentos sobre a cultura de outros povos. Assim sendo, iniciaremos os estudos da História 
da Educação na antiguidade pelo Egito. Propomos fazer breves passagens pela história antiga, 
uma vez que nosso foco principal deverá ser a história da educação no Brasil. 
Vamos conversar um pouco sobre essa educação?
Vamos encontrar nos registros proporcionados pelos historiadores que a educação, para fa-
lar bem e para a obediência, consistia no verdadeiro valor da educação na antiguidade, estava di-
retamente ligada a fins políticos de governo e acontecia em contraste com a natureza individual, 
na formação da personalidade. Nesse contexto, o objetivo principal da educação era o falar bem, 
embora a escrita já fizesse parte da cultura antiga.
Como você poderá verificar através de pesquisas mais aprofundadas, a escrita aparece na 
antiguidade como instrumento de registro dos atos oficiais, era utilizada por peritos e não ne-
cessariamente por governantes, ao passo que o falar bem se identifica com a arte do governo, ou 
seja, era instrumento direto da política. 
Faz-se relevante, aqui, destacar que a educação sistematizada, na antiguidade, era direcio-
nada principalmente à formação da classe dominante.
Antes de dedicarmos espaços de discussão sobre a educação em diferentes lugares, enten-
demos ser interessante dizer que os “ensinamentos” mais antigos, segundo Manacorda (2006), 
contêm preceitos morais e comportamentais rigorosamente harmonizados com as estruturas e 
as conveniências sociais ou, mais diretamente, com o modo de viver próprio das castas dominan-
tes, ou seja, estes são sempre em forma de conselhos dirigidos do pai para o filho e do mestre 
escriba para o discípulo. 
1.2.1 Educação no Egito 
1.2.1.1 Egito: um pouco de história 
Para pensarmos sobre a educação egípcia, entendemos ser necessário antes falarmos um 
pouco sobre a civilização egípcia antiga, no sentido de nos colocarmos no contexto onde ela sur-
giu. Veremos que a civilização egípcia se desenvolveu no nordeste africano (nas margens do rio 
Nilo) entre 3200 a.C. (unificação do norte e sul) a 32 a.C. (domínio romano). Como a região é for-
mada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio 
Figura 1: Egípcios em 
adoração. 
Fonte: Disponível em 
<http://sphotos-a.xx.fb-
cdn.net/hphotos-prn2/
p480x480/9095_101513
65867626274_1540961
810_n.jpg>. Acesso em 
09/02/2013.
▼
13
Letras Português - História da Educação
era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do 
rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, 
favorecendo a agricultura. 
A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura, que era realizada, principal-
mente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de merca-
dorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para 
prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, di-
ques). A religião dos egípcios era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na exis-
tência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de 
animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos 
deuses eram muito realizadas, acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos 
faraós, colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo para a vida seguinte. 
É relevante aqui dizer que a civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de Ciências. Esse 
povo desenvolveu conhecimentos importantes na área da Matemática, conhecimentos estes 
usados amplamente na construção de pirâmides e templos e ainda na medicina. Os procedimen-
tos de mumificação proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do cor-
po humano.
1.2.1.2 Educação no antigo Egito
A educação egípcia não se limitava à elite, ao contrário da Babilônia e de outros povos em 
que somente a classe dos sacerdotes escribas era alfabetizada.
No antigo Egito, a educação começava 
cedo na vida da criança, pois esse povo tinha 
um caráter bastante prático por natureza. Os 
egípcios necessitaram desenvolver técnicas e 
ciências para resolver seus problemas cotidia-
nos tendo em vista sua ocupação geográfica, 
ou seja, localizada às margens do Rio Nilo, na 
porção nordeste do continente africano. Os 
alunos recebiam informações sentados em 
esteiras. O ensino é direcionado a prática, 
com exercícios e com aplicações de artes da 
arquitetura da época, do comércio e da ad-
ministração. 
Vamos observar através dos registros dos 
historiadores que a educação no antigo Egito 
estava voltada para o desenvolvimento da fala, 
da obediência e da moral. As escolas funcio-
navam como templos e algumas casas foram 
frequentadas por pouco mais de vinte alunos. 
A aprendizagem se fazia por transcrições de 
hinos, livros sagrados, acompanhada de exor-
tações morais e de coerções físicas. Ao lado da 
escrita, ensinava-se também aritmética, com 
sistemas de cálculo, complicados problemas de 
geometria associados à agrimensura, conhe-
cimentos de botânica, zoologia, mineralogia e 
geografia.
Pode-se afirmar que, no início do Médio 
Império (2133- 1786 a.C.), o uso do livro de texto aparecia, com frequência, sendo utilizado pe-
los escribas, e, isto acontecia por um pai escriba educando seu próprio filho ou um discípulo.
Vamos observar, também, que, na antiguidade, as escolas se não eram públicas, ao menos 
eram coletivas, e havia presente a relação educativa privada, de pai para filho ou de escriba para 
discípulo (aluno). Segundo Manacorda (2006), a progressiva transformação da sabedoria em 
cultura, em conhecimento erudito e em assimilação da tradição, com seus rituais, e a correlativa 
constituição da escola com seus materiais didáticos, os rolos de papiros, é confirmada tanto pelas 
inscrições fúnebres como pelos textos literários.
GlOSSáRiO
escriba: Na Antiguida-
de, pessoa encarregada 
de escrever, como copis-
ta, secretário ou redator. 
Doutor da lei entreos 
judeus. Escrivão. Na 
Antiguidade, os escribas 
eram os profissionais 
que tinham a função de 
escrever textos, registrar 
dados numéricos, redi-
gir leis, copiar e arquivar 
informações. Escribas 
era responsável pelos 
ensinamentos.
edubla: Era o local 
destinado à educação e 
treinamento dos escri-
bas que frequentavam a 
escola desde a juventu-
de até a idade adulta, 
para adquirir o status de 
profissionais.
◄ Figura 3: Papiro. 
Fonte: Disponível 
em <http://bibliote-
cas1978.files.wordpress.
com/2012/08/del-papiro
-al-blog.gif>. Acesso em 
06 fev. 2013.
◄ Figura 2: Escriba 
(Professor no antigo 
Egito). 
Fonte: Disponível em 
<http://4.bp.blogspot.
com/vwpIB75j3A/TfPn-
CijaQlI/AAAAAAAAAG-
Q/9FqKdSpZ1GM/s1600/
Escriba+mastaba+Kaninis
ut.jpg >. Acesso em 06 
fev. 2013.
14
UAB/Unimontes - 3º Período
Observe o texto abaixo: 
“Faz-se o que se diz quando se estuda nos livros. Penetra nos livros, coloca-os no teu cora-
ção: tudo o que dirás será excelente. Um escriba destinado para uma função consulta os escritos”. 
(Br. 291 apud MANACORDA, 2006, p. 27). 
Veja que através da leitura deste parágrafo, já no segundo período (cerca de 1785 a 1580 
a. C.), a passagem da sabedoria para a cultura ou instrução tornou-se mais clara, pois o sábio 
deixa de ser apenas aquele que possui experiência e inteligência para ser também aquele que 
conheceu a tradição através dos livros, que adquiriu cultura e assimilou a sabedoria dos antigos 
através dos livros. É neste momento histórico que o livro ganha destaque como instrumento de 
instrução.
De acordo com Manacorda (2006), é no Novo Império (1552 – 1069 a. C.) que ocorre a ge-
neralização e a consolidação da escola, pois neste período aparece uma quantidade considerá-
vel das chamadas coletâneas escolares, textos e cadernos de exercícios, contendo hinos, ora-
ções, sentenças morais, além de sátiras de ofícios e exaltações dos antigos escribas e do ofício 
de escriba.
AtividAde
Observe o texto abaixo:
Vem, descrever-te-ei o comportamento do escriba quando se diz: Depressa! 
Para o teu lugar! Os teus colegas já estão fixos nos livros: não sejas preguiçoso! 
Ora dizes: três mais três. Ora lês diligentemente no rolo de papiro. Ora deves 
fazer os caçulos em silêncio e que não se ouça a voz da tua boca. Escreve com a 
mão e lê com a boca; pede conselho. Não sejas negligente nem passes um dia 
na ociosidade, senão, ai de teu corpo! Segue os métodos do teu mestre, ouve 
seus ensinamentos. Sê um escriba: Eis-me aqui! Dirás sempre que te chamem. 
Cuida de nunca dizer: Ufa! (MANACORDA, 2006, p. 33-34)
Vamos refletir? Você certamente percebeu que o texto acima registra momentos da vida es-
colar na antiguidade. Ao fazer esta leitura você percebeu alguma semelhança com algum mo-
mento de sua educação? Entre no fórum de discussão e comente com seus colegas sobre suas 
descobertas.
Vamos perceber que, já na antiguidade, havia uma preocupação com a educação infantil, 
pois, segundo Manacorda (2006), há registros de que foi inventada para as crianças pequeninas, 
no que se refere ao cálculo, noções aritméticas a serem aprendidas através do jogo e da diversão; 
subdivisão de maçãs e de coroas entre certo número de alunos, dando a cada aluno o mesmo 
número, entre outras atividades que proporcionavam este trabalho. Este fato foi comprovado 
através dos achados arqueológicos, tanto de brinquedos como de representações de jogos, jun-
to com as fontes literárias apresentadas e os testemunhos iconográficos, que consistem em fon-
tes preciosas de informações a respeito de aspectos concretos da educação na antiguidade.
A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimen-
tos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na me-
dicina, os procedimentos de mumificação proporcionaram importantes conhecimentos sobre o 
funcionamento do corpo humano.
GlOSSáRiO 
Papiro: Uma espécie de 
papel chamado papiro, 
que era produzido a 
partir de uma planta de 
mesmo nome, tam-
bém era utilizado para 
registrar os textos. A 
escrita egípcia também 
foi algo importante 
para este povo, pois 
permitiu a divulgação 
de ideias, comunicação 
e controle de impostos. 
Existiam duas formas 
de escrita: a demótica 
(mais simplificada) e a 
hieroglífica (mais com-
plexa e formada por 
desenhos e símbolos). 
As paredes internas das 
pirâmides eram repletas 
de textos que falavam 
sobre a vida do faraó, 
rezas e mensagens 
para espantar possíveis 
saqueadores.
Sátira: é uma técnica 
literária ou artística que 
ridiculariza um determi-
nado tema (indivíduos, 
organizações, estados), 
geralmente como forma 
de intervenção política 
ou outra, com o objeti-
vo de provocar ou evitar 
uma mudança. 
15
Letras Português - História da Educação
Um fato interessante de se observar é que a educação egípcia não se limitava à elite, ao con-
trário da Babilônia e de outros povos em que somente a classe dos sacerdotes escribas era alfa-
betizada. No Egito, existia a possibilidade de as classes inferiores aprenderem a ler e a escrever e 
inclusive poderiam subir de nível social. O processo educativo egípcio caracteriza-se pela palavra 
escrita. Assim, a capacidade de ler e de escrever conferiu aos que detinham esse saber certo mis-
tério, pois, apoiada pela religião, a autoridade da palavra escrita se torna inviolável (GILES, 1987).
Outro fato importante, como você pode constatar, é que a presença da religião configura-se 
também como uma característica marcante da educação e de todos os aspectos da vida egípcia. 
O faraó era o sumo sacerdote dos cultos oficiais e chefe de Estado. Este Estado apoiava-se na 
forma teocrática de governo, onde a administração burocrática era ligada à casta sacerdotal. Po-
de-se observar que a flexibilidade da sociedade egípcia se deu, entre outros fatores, pelo fato de 
qualquer menino talentoso poder se tornar um escriba.
◄ Figura 4: Ciência 
egípcia. 
Fonte: Disponível em 
<http://www.mundoedu-
cacao.com.br/novosite/
upload/conteudo_legen-
da/4d431e40d9146c8fd-
db184d086b7a64f.jpg>. 
Acesso em 12/02/2013.
◄ Figura 5: Educação 
egípcia. 
Fonte: Disponível em 
<http://2.bp.blogspot.
com/_EOHn_S0Pe-
ko/SxOpYDKkHlI/
AAAAAAAAABo/
vmnmSsvDrU8/
s1600/31125_31126_ima-
ge002.jpg>. Acesso em 
12/02/2013.
16
UAB/Unimontes - 3º Período
A integração da sociedade era o meio que a burocracia sacerdotal adotava, fornecendo ad-
ministradores e funcionários para o governo. Giles relata que a escolarização era um mecanismo 
importante nessa sociedade. Em suas palavras:
Junto à tesouraria real sempre havia uma escola pública, equipada para a for-
mação de escribas, cujos serviços eram indispensáveis para a manutenção de 
todo o aparato burocrático do Estado. Mesmo não conseguindo emprego jun-
to ao governo, o escriba era sempre procurado para a administração das gran-
des fazendas e junto aos grandes comerciantes do reino. A instrução nessas es-
colas era gratuita, custeada pelo próprio Estado. O instrumento de mobilidade 
e de estabilidade social é a escola. Trata-se de aprender a ler e escrever para 
subir socialmente. (GILES, 1987, p. 54).
Propomos aqui falar um pouco dos tipos de escola, no antigo Egito, com base nos registros 
encontrados. Vamos lá! Veremos, através dos registros históricos, que, no Egito, no período de-
pois de 3.000 a.C, ocorreram três tipos de escolas: 
1. escolas do templo: as escolas do templo 
eram direcionadas para treinamento do clero; 
2. escolas da corte: as escolas da corte eram 
destinadas à formação dos burocratas; 
3. escolas provinciais: as escolas provinciais 
eram destinadas à formação de funcionários 
para o setor privado e para o governo.
Nesse período, observamos que há indí-
cios da existência de escolas militares para a 
formação dos filhos da nobreza que preten-
diam seguir a carreira de oficial do exército. 
Além disso, existiam os colégios sacerdotais, de 
estudos superiores. 
Convidamos você a conhecer um pouco 
dessas escolas e a descobrirqual a preocupa-
ção desse povo com a educação.
De acordo com os registros históricos, 
aos cinco anos, iniciava-se a formação dos jo-
vens nas escolas da aldeia, sob a orientação 
do templo local, em que podiam aprender os 
fundamentos de determinada profissão. Aos 
dezessete anos, os jovens que se destacavam 
continuavam os estudos no templo central ou 
nas escolas superiores de instrução escribal, durante três ou quatro anos.
A atividade principal dentro dessa escola era a memorização da hieroglífica e o domínio da 
escrita hierática cursiva, utilizada para fins comerciais. Veremos que a escola egípcia consistia 
na manutenção da literatura de inspiração divina e a técnica predominante no ensino era a me-
morização e a repetição. As virtudes consideradas neste período eram o silêncio, a obediência, a 
abstinência e a reverência ao passado. A criatividade e a originalidade deveriam ser evitadas, e o 
castigo era aplicado ao aluno como forma para conseguir as virtudes.
Nesse tipo de educação egípcia, você observará que, para se tornar escriba, o aluno tinha 
que alcançar perfeição na reprodução dos textos antigos e modelos de escrita, somente através 
desse resultado é que poderia ter acesso à mobilidade social. Veremos, também, que o processo 
educativo do Egito antigo consistia na conservação das instituições existentes na sociedade sem 
que elas fossem modificadas. O modelo educacional do Egito antigo funcionou durante 3000 
anos.
1.2.2 Educação na Grécia
Convidamos você, agora, para iniciarmos uma conversa a respeito da História da educação 
na Grécia. Para melhor entender as questões educacionais nesse país, faz-se importante rever um 
pouco de sua história. Vamos lá!
Figura 6: Educação da 
criança egípcia. 
Fonte: Disponível em 
<http://www.fasci-
nioegito.sh06.com/
agricola.jpg>. Acesso em 
16/02/2013.
►
17
Letras Português - História da Educação
1.2.2.1 Grécia: um pouco de história
A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 a.C. 
Ela formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-europeia como, por exemplo, 
aqueus, jônios, eólios e dórios. Ressaltamos ainda que a Grécia era formada por um aglomerado 
de diversas cidades (polis). As polis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos 
gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas polis mais importantes da Grécia foram Es-
parta e Atenas.
1.2.2.2 Falando da educação na Grécia 
Na Grécia, encontraremos aspectos da educação do antigo Egito, principalmente a sepa-
ração dos processos educativos segundo as classes sociais, porém esta aconteceu de forma 
menos rígida e com evidente desenvolvimento para as formas de democracia educativa. (MA-
NACORDA, 2006).
Educação no período antigo
Veremos que, para as classes dominantes, a educação grega visava prepará-las para as ta-
refas de poder. O mesmo acontecia no Egito, portanto, a ênfase na formação do sujeito era no 
“pensar” e no “falar” (política) e no “fazer”, este último aspecto inerente ao uso das armas. Para a 
classe trabalhadora (dos governados), não havia escolas, mas havia treinamento no trabalho e 
isto consistia em imitar a atividade dos adultos no trabalho. Para as classes excluídas e oprimidas, 
nada havia, nem escolas nem treinamento.
Na Grécia antiga, vamos destacar duas modalidades de educação (duas Paideias): a Homéri-
ca e a Hesiodeica. Vamos falar um pouco sobre isto?
Na educação homérica, os indivíduos das classes dominantes são guerreiros na juventude e 
políticos na velhice. A educação, no período homérico, caracterizava-se pela falta de organização 
institucional específica, falta de método e de controle. A educação consistia no treino de ativida-
des práticas, com pouco lugar para a instrução de caráter literário. O treino voltado para atender 
às necessidades reais da vida acontecia no seio familiar. Para deveres superiores da vida, como 
◄ Figura 7: Ruína grega
Fonte: Disponível em 
<http://2.bp.blogspot.
com/-rwJl9SkhtZ4/UNSA-
F7goRcI/AAAAAAAAAHc/
K0XwZeW8EbU/s1600/gre-
cia+antiga.jpg>. Acesso 
em 10/02/2013.
18
UAB/Unimontes - 3º Período
serviço público, o treino era realizado pelo Conselho (aproximava de uma instituição educativa), 
na guerra e nas expedições de conquista. O ideal da educação homérica baseava-se na teoria 
do desenvolvimento da personalidade; compreendia o ideal do homem de ação e do homem 
de sabedoria. A primeira virtude do homem de ação e do guerreiro era a bravura. Assim, Aquiles 
(o guerreiro) e Ulisses (oratória) foram os modelos de virtude e de honra. O menino aprendia as 
proezas dos heróis homéricos. Nesse período, o ensino formal não existia, o conteúdo desse ensi-
no era a retórica, ensinada para falar, e a arte militar, ensinada para agir.
A educação hesiodeica, por sua vez, tem origem os ensinamentos que constituem um patri-
mônio de sabedoria e de moralidade camponesa e que correspondem aos ensinamentos egíp-
cios, mesopotâmicos ou hebraicos.
Vemos em Manacorda (2006) que na educação grega, denominada de arcaica, encontramos 
documentada a aculturação (moral, religiosa, patriótica) e a aquisição das técnicas, sobretudo as 
de governar e as de produzir. Veremos que a educação grega acontece através da música e da gi-
nástica. Por música, era entendido os hinos religiosos e militares, cantados em coro pelos jovens. 
Por ginástica, entendia-se a preparação do guerreiro. 
Educação no período clássico
A educação na Grécia, no período clássico, segundo Manacorda (2006), continua baseada na 
música e na ginástica. O autor nos relata que em Creta e Esparta a educação era tarefa precípua 
do Estado, confiada a um magistrado denominado de pedônomo ou do legislador para a infân-
cia e também acontecia de forma coletiva. 
Durante os primeiros sete anos, a criança 
ficava sob os cuidados dos referidos assisten-
tes, bem como do “pedônomo”, em habitações 
públicas de soldados, mantidas pelo Estado. 
Nessas habitações, a criança era preparada 
para se tornar um guerreiro. Pode-se dizer 
que a imitação era a base da educação grega, 
mas ela, ao contrário da educação oriental, 
incidia sobre modelos vivos, sendo o docente 
um dos mais importantes. “Pelo contato dire-
to do menino com o adulto, como da criança 
com o pedagogo e do jovem com o ‘inspira-
dor’, os gregos efetuaram de modo mais práti-
co a educação moral da juventude”. (MONROE, 
1983, p. 49).
Escola do alfabeto
Veja que, por longo período, os conteúdos e fins da educação permanecem tendo como seu 
principal veículo a música e a ginástica, porém, com o desenvolvimento da democracia, a edu-
cação deixa de ser privilégio das classes dominantes e é estendida para as classes menos favo-
recidas, ou seja, é direcionada a todos os cidadãos livres. Nesse momento, nasce um fato novo, a 
escola de escrita.
Você observou, no início deste estudo, que no Egito os ensinamentos eram escritos? Lem-
bra-se dos escribas? Recorda que este ensinamento era repassado pelos escribas? Observou que 
a escrita egípcia era hieroglífica e, sendo assim, era bastante complexa e de domínio exclusivo 
dos escribas? Observou que, por esse motivo, os escribas também eram considerados homem de 
poder, por dominar esta técnica? Então vamos continuar nossa discussão sobre a educação no 
Egito e descobrir o que deste modelo existe até hoje na educação brasileira?
Veja você que para entendermos a escola do alfabeto precisamos voltar um pouco na edu-
cação egípcia. Então vamos lá!
No Egito, existia a possibilidade de as classes inferiores aprenderem a ler e a escrever e inclu-
sive poderiam subir de nível social. O processo educativo egípcio caracteriza-se pela palavra es-
crita. Assim, a capacidade de ler e de escrever conferiu aos que detinham esse saber certo misté-
GlOSSáRiO 
Paideia: Esse termo “foi 
criado por volta do sé-
culo V a.C, que significa-
va “criação dos meninos” 
(pais paidós). Na educa-
ção intelectual, a noção 
de paideia amplia de 
simples educação da 
criança para a contínua 
formaçãodo adulto, 
capaz ele mesmo de 
repensar a cultura do 
seu tempo. Para Aranha, 
a Grécia Clássica é o 
berço da pedagogia. 
Com o tempo, o sentido 
amplia para designar a 
teoria da educação. Os 
gregos, ao discutirem o 
fim da Paideia, esboçam 
as primeiras linhas da 
ação pedagógica, que 
irão influenciar a cultura 
ocidental.
diCA
O período clássico – 
séculos V e IV a. C. – é 
considerado o apogeu 
da civilização grega. 
Observa-se, na polí-
tica, o ideal grego de 
democracia represen-
tado por Péricles. Além 
disso, as artes, literatura 
e filosofia contribuíram 
definitivamente para 
a herança cultural do 
mundo ocidental. (ARA-
NHA, 1990).
Figura 8: Educador 
grego. 
Fonte: Disponível em 
<http://4.bp.blogspot.
com/-aqTZq3g_K0M/Tj-
CY5fYwHTI/AAAAAAAAA-
GU/reK2RaW13_8/s1600/
educa%25C3%25A7%-
25C3%25A3o+gr%-
25C3%25A9cia.jpg>. 
Acesso em 12/02/2013.
►
GlOSSáRiO
Pedônomo: Antigo Ma-
gistrado que, em muitas 
cidades da Grécia, 
especialmente Esparta e 
Creta, velava pela edu-
cação das crianças.
19
Letras Português - História da Educação
rio, pois, apoiada pela religião, a autoridade da 
palavra escrita se torna inviolável (GILES, 1987).
Os fenícios inventaram um sistema redu-
zido de caracteres que representavam o som 
consonantal, característica das línguas semíti-
cas encontrada hoje na escrita árabe e hebrai-
ca. Em seguida, os gregos adaptaram o sistema 
de escrita fenícia agregando as vogais e criando, assim, a escrita alfabética. (Alfabeto, palavra de-
rivada de alfa e beta, as duas primeiras letras do alfabeto grego.) 
Na Grécia, com a escrita alfabética considerada mais simples, veremos que surge um meio 
mais democrático de comunicação e de educação. A escola de escrita se abre a todos os cida-
dãos. Junto aos mestres de música e de ginástica, surge um novo mestre, o das letras do alfabeto.
AtividAde
Através dos registros históricos, temos que Platão nos informa sobre a metodologia do ensi-
no desta nova e democrática técnica cultural que era a escrita alfabética. Vamos ver o que ele nos 
disse? Veremos através dos escritos de Platão que primeiro se aprendiam as letras oralmente e 
depois as letras escritas, ou seja, primeiro recitavam-se os nomes das letras. Leia o texto abaixo e 
reflita um pouco sobre esta metodologia de ensino.
Quando aprendemos a ler, aprendemos primeiro os nomes das letras, depois 
suas formas e seus valores, em seguida as sílabas e suas propriedades e, enfim, 
as palavras e suas flexões. Daí, coçamos a ler e a escrever, de início lentamente, 
sílaba por sílaba. Quando, no devido prosseguimento do tempo, as formas das 
palavras estiverem bem fixas em nossa mente, lemos com agilidade qualquer 
texto proposto, sem tropeçar, com incrível rapidez e facilidade. (Opuscula, II, 
4-16 apud MANACORDA, 2006, p. 54)
Quer ver se este método durou mesmo por milênios como afirmam os historiadores? Então 
procure em sua família ou na comunidade um ancião (pessoas que tenham pelo menos 70 anos) 
que frequentou escola quando criança. Indague sobre a forma como foram alfabetizados. Apre-
sente os relatos desse momento no fórum de discussão, socializando suas descobertas com seus 
colegas.
Vamos pensar um pouco mais? Imagine esta escola e dê sua opinião, considerando o momen-
to atual. Entre no fórum e apresente suas considerações, dialogando com seus colegas de curso.
Continuando nossa conversa, veremos que, posteriormente, a escrita grega foi adaptada pe-
los romanos, constituindo-se o sistema alfabético greco-romano, que deu origem ao nosso alfa-
beto atual. Veremos que esse sistema representa o menor inventário de símbolos que permite a 
maior possibilidade combinatória de caracteres, isto é, representação dos sons da fala em unida-
des menores que a sílaba. 
Com a invenção da escrita, o processo educativo tornou-se mais formalizado, exigindo uma 
classe de especialista. Nesse caso, a transmissão e a escrita ficam entregues à responsabilidade 
da casta sacerdotal. O sacerdote era o mediador entre os deuses e o homem. Entretanto, o novo 
sistema escolar ainda não era universal, destinava-se somente aos filhos dos detentores de po-
der. Nesse contexto, surgem as primeiras bi-
bliotecas com escritos de mitologia, história, 
astronomia, astrologia, magia, poesia e gramá-
tica. Como o sacerdote era o mediador entre o 
homem e os deuses, a formação era centrada 
nos rituais. Portanto, o processo educativo se 
destinava à conservação e à continuidade do 
sistema político e social do período.
No que se refere à educação grega, pode-
mos considerar que essa teve como particulari-
dade a oportunidade do desenvolvimento indi-
vidual. As explicações religiosas são substituídas 
pelo reconhecimento da razão autônoma, pela 
inteligência crítica, pela personalidade livre, ca-
▲
Figura 9: Alfabetização 
(escrita chamada 
hieroglífica). 
Fonte: Disponível em 
<http://www.disco-
verybrasil.com/egito/
alfabetizacao> Acesso em 
10/02/2013
◄ Figura 10: Escrita 
alfabética. 
Fonte: Disponível em 
<http://www.webeduc.
mec.gov.br/midiaseduca-
cao/modulo4/e1_assun-
tos_a1.html>. Acesso em 
10/02/2013
20
UAB/Unimontes - 3º Período
paz de formular o ideal de formação do cidadão. Assim, Aranha (1990) relata que uma nova con-
cepção de cultura e do lugar do indivíduo na sociedade repercute na educação, bem como nas 
teorias educacionais. De fato, os filósofos gregos refletiram a esse respeito, para que a educação 
pudesse desenvolver um processo de construção consciente de que o homem fosse constituído 
de modo correto e sem falha, nas mãos, nos pés e no espírito. 
Na Grécia, existiam conflitos entre os teóricos educacionais, com relação à constituição do 
ideal educativo. Com isso, os filósofos gregos, representantes da nova educação do mencionado 
país, ganharam destaque, especialmente, Sócrates, Platão e Aristóteles.
Para refletirmos um pouco a respeito da história da educação no contexto em que vivia Pla-
tão, necessitamos lembrar que as ideias deste filósofo marcam dois momentos e dois modelos 
de educação, sendo que o primeiro momento representa as ideias de Platão enquanto jovem, 
que são expressas no livro A República. Platão aponta o modelo ideal de cidade, onde as pessoas 
são livres para se governar. Aqui, fica clara a concepção de homem, que traz implícita uma con-
cepção de educação e, consequentemente, uma visão de ensino e aprendizagem coerente com 
a moral e a política. Segundo Platão:
Um homem perfeito só pode ser um perfeito cidadão. E como é necessário co-
nhecer o bem para ser um homem de bem ou um bom cidadão, se não o co-
nhecer por si mesmo em todo o seu esplendor, convém pelo menos ser orien-
tado por aqueles que se elevaram até este conhecimento, ou seja, os filósofos. 
Eis por que é necessário, para o bem de todos, que os filósofos sejam conside-
rados os líderes da cidade (PLATÃO, 1999, p. 32).
Podemos observar que, ao conceber o homem livre, a educação também é concebida de 
forma livre, pois é necessário formar o homem que se ajuste a um modelo, onde cada pessoa 
tenha consciência de sua classe e, dessa forma, irá desempenhar os seus papéis, cumprir obri-
gações, a fim de manter a harmonia entre a hierarquia, necessária a uma cidade justa, livre das 
desilusões, conveniências sociais e interesses individuais ou de uma minoria de aristocratas. No 
que se refere à educação proposta por Platão na República, Giles afirma que:
Em “A República”, Platão analisa demoradamente o processo educativo. Este 
visa, antes de tudo, à formação do guardião, que é quem deve exercer lideran-
ça e garantir a subsistência do Estado na sua forma ideal. Platão é menos ex-
plícito no que diz respeito à formação dos guerreiros e dos artesãos. Porém, a 
escolha do candidato para cada tipo de educação será baseada no talento, ou 
seja, na capacidade natural. (GILES, 1987, p. 21).
Veremos que a organização da sociedade grega fez florescer o progresso social e que a li-
berdade estimulou o desenvolvimento de todos os aspectos e de todas as formas deexpressão 
do valor individual. Assim, surgiu o conceito de educação liberal, considerada digna do homem 
livre, que, segundo os historiadores, possibilita tirar proveito de sua liberdade ou fazer uso dela. 
Ao aprofundar no estudo da história da educação na Grécia, você observará que esta tinha 
a missão de aplicar a inteligência a todas as fases da vida, pois, no modelo de educação grega 
deste período, o saber deixou de ser servo da teologia e a pesquisa não era privilégio especial do 
sacerdócio. Verá que, nesse contexto, existia uma contraposição de ideias, discutidas por meio 
de debates, de forma que provocasse um conflito. Nesses debates, os gregos defendiam ideais 
filosóficos que, ao serem estabelecidos, foram cristalizados de forma a influenciar o mundo oci-
dental, até a atualidade. De acordo com Chatelet:
[...] é incontestável que a concepção grega do homem e do mundo se seculari-
zou ou laicizou progressivamente e que o universo dos deuses desapareceu pou-
co a pouco face às ações dos homens... Subministra-se aí um pensamento novo, 
que rejeita nos horizontes distantes do arcaísmo o excessivo interesse pelos deu-
ses e, em consequência, o exclusivo interesse pelos homens. Nesta óptica, a re-
gulamentação da continuidade já é significação de ruptura... Um estilo novo de 
discurso nela se impõe; define-se uma ordem que será logo designada como ló-
gica; determina-se nele uma política original. A novidade é evidente, não é mais 
a força dos hábitos ou do poder pseudo-real dos mantenedores da ordem que se 
impõe, mas a ordem da palavra controlada. (CHATELET, 1973, p. 20).
Temos que a educação na Grécia dividiu-se entre período antigo (Idade Homérica) e novo 
período (educação espartana e ateniense). Já apresentamos a educação no período homérico. 
Propomos, agora, falar um pouco da educação grega no novo período, ou seja, educação espar-
tana e ateniense. Vamos lá!
diCA
Para você entender me-
lhor sobre a Grécia, leia 
as obras de Sócrates, 
Isócrates, Platão e Aris-
tóteles. Você encontra 
ebooks desses pensa-
dores em sites como: 
<http://ateus.net/
ebooks/http://projeto-
phronesis.wordpress.
com/2009/07/10/e-
-bookssocrates/http://
searchworks.stanford.
edu/view/4535727>
21
Letras Português - História da Educação
Você precisa saber que, na educação grega no novo período, continuam as ideias educacio-
nais, religiosas e morais, porém, nesse momento, desenvolveu-se um novo pensamento filosófi-
co e novas práticas educativas surgiram. 
Vamos observar estas educações através dos relatos dos historiadores, separando em duas 
sessões: educação em Esparta e educação em Atenas.
1.2.2.3 Educação em Esparta
Para conversarmos a respeito da educação espartana, precisamos ressaltar que Esparta era 
uma importante cidade-estado situada na península do Peloponeso. Com a formação da cidade
-estado (unidades políticas maiores), faz aparecer a evolução da nova estrutura política, acompa-
nhada por modificações nas formas de governo, de sistema monárquico, depois ditadura e, por 
fim, a democracia republicana. Entretanto, Esparta aparece como uma exceção a esse processo, 
pois o ideal homérico irá permanecer de maneira atuante e nitidamente militarista. 
Veremos que o estado de guerra praticamente permanente impõe uma disciplina que su-
bordina o indivíduo ao Estado. Dessa forma, a educação espartana consistia em dar a cada indiví-
duo a perfeição física, coragem e hábito de obediência às leis para que esse indivíduo se tornas-
se um soldado ideal em bravura e verdadeiro cidadão. 
É sabido que, ao nascer, a criança espartana era minuciosamente observada por um grupo 
de anciãos. Caso ela não apresentasse uma boa saúde ou tivesse algum problema físico, era lan-
çada do cume do monte Taigeto. Se a criança fosse considerada saudável, ficaria com a mãe até 
os sete anos de idade e, a partir dessa idade, passava a ficar sob a tutela do governo espartano, 
com a finalidade de receber todo o conhecimento necessário à sua futura trajetória militar.
Vamos refletir?
Como você pode perceber, o processo educativo em Esparta era controlado pelas autorida-
des políticas, afinal, para o ideal espartano, as crianças nascem e são criadas para servir ao Esta-
do. Aos sete anos de idade, o menino era entregue aos cuidados da escola oficial do Estado e o 
ensino destinava-se a formar o soldado. Observe logo abaixo o comentário de Giles:
diCA
Para Sócrates, a aprendi-
zagem é fruto de uma 
semente germinada 
e cultivada na alma. 
E, assim, a educação 
deve ocorrer por meio 
de diálogos críticos, 
procurando demonstrar 
a necessidade de unir 
pensamento e vida, a 
fim de que o ser huma-
no procurasse buscar 
o autoconhecimento. 
Você percebe esse mo-
delo de educação pre-
sente nas concepções 
ensino-aprendizagem 
adotadas atualmente?
◄ Figura 11: Educação na 
Grécia. 
Fonte: Disponível em 
<http://1.bp.blogs-
pot.com/-yV9aOx-
seiek/T5Tzu0Iy7rI/
AAAAAAAAADo/PGf56Z-
M-xeE/s1600/educ3.jpg>. 
Acesso em 12/02/2013.
AtividAde
Pense no que você leu 
no parágrafo anterior 
sobre a educação da 
criança espartana. Qual 
a sua opinião sobre a 
forma que os espar-
tanos pensavam sua 
educação na antigui-
dade? Nossa educação 
resguarda alguma 
semelhança com esse 
modelo? Qual a sua 
opinião a esse respeito? 
Entre no fórum e dialo-
gue com seus colegas.
22
UAB/Unimontes - 3º Período
O menino recebe uma cama de palha, sem cobertor, e uma camisola curta. 
Deve andar descalço. Para acostumar-se a passar fome em tempo de guerra, só 
recebe um mínimo de comida. (GILES, 1987, p. 13).
Então, como se pode observar, a educação espartana tinha critérios para entrada e continui-
dade do processo educativo, ou seja, entre os sete e os doze anos, a criança recebia os conheci-
mentos fundamentais sobre a organização e as tradições de seu povo. Após os doze anos, inicia-
va-se um rigoroso treinamento militar em que o menino seria colocado 
em uma série de provações e testes que deveriam aprimorar suas habi-
lidades de guerreiro.
Aranha (1996) comenta que, como todos os gregos, os esparta-
nos desenvolvem o estudo de música, canto e dança coletiva. Até os 12 
anos, predominavam as atividades lúdicas e, conforme o crescimento, 
aumentava-se o rigor da aprendizagem e a educação física se transfor-
mava em verdadeiro treino militar.
Veja que o princípio da educação espartana era formar bons sol-
dados para abastecer o exército da polis e, por este motivo, podemos 
inferir que a educação espartana tinha como objetivo principal formar 
soldados fortes, valentes e capazes de lutar na guerra. Veremos, tam-
bém, que o senso crítico e artístico não era valorizado pelos espartanos 
e que os jovens estudantes tinham que aprender a aceitar ordens dos 
seus superiores e falar somente o necessário. 
As meninas espartanas também tinham direito à educação espe-
cífica, porém, esta acontecia de forma bem diferente da educação dos meninos. A educação das 
meninas tinha como objetivo formar boas esposas e mães. As meninas também participavam de 
atividades desportivas e torneios, mas com o objetivo de tornarem-se mulheres saudáveis e for-
tes, para, no futuro, dar a luz a soldados saudáveis e fortes.
Você observou que o conteúdo da educação espartana era dominantemente físico e moral? 
Observou que a educação moral valorizava a obediência, a aceitação dos castigos e o respeito 
aos mais velhos? Assim sendo, podemos inferir que a educação desenvolvida em Esparta estava 
intimamente ligada ao caráter militarista.
Educação em Atenas
Vamos observar através dos registros históricos que a educação em Atenas contrastava com 
a adotada em Esparta, pois a educação ateniense tinha como objetivo principal a formação de 
indivíduos completos, ou seja, preocupava-se com o bom preparo físico, psicológico e cultural. 
Os atenienses acreditavam que a cidade-estado se tornaria mais forte se cada menino desenvol-
vesse individualmente suas aptidões. 
Veremos que o governo ateniense não controlava os alunos e as escolas. Os primeiros anos 
de vidada educação ateniense eram completamente dedicados à diversão, ou seja, o menino 
entrava na escola aos 6 anos de idade e ficava sob a responsabilidade de um pedagogo que era 
responsável pelos primeiros ensinamentos. Quando os jovens atingiam a idade de 16 anos, com-
pletava-se a sua educação básica.
Segundo os registros históricos, todo cidadão ateniense enviava o filho a três tipos de escola 
elementar: a palestra ou escola de ginástica, a escola de música e a escola de escrita. 
A música visava ao desenvolvimento do senso estético do menino, e o sentido de participa-
ção em concursos, festivas e declamações de poesia constituía a formação do caráter moral. 
Na escola de escrita, o menino aprendia a escrever tanto a letra formal como a letra cursiva. 
Nesse período (século V a.C), segundo Guiles, houve evolução do alfabeto em Atenas e isso foi de 
extrema importância para o processo educativo:
O aluno iniciava por copiar as letras individuais, para depois combiná-las 
em sílabas e, enfim, decorava palavras inteiras. A escrita era feita em tábuas 
de barro cozido com estilete. As tábuas eram cobertas com uma camada de 
cera. Mais tarde, escrevia-se em folhas de papiro. O aluno traçava as formas 
das letras, já preparadas pelo instrutor, até aprender a formá-las ele próprio. 
(GILES, 1987, p. 15)
▲
Figura 12: Educação 
espartana. 
Fonte: Disponível em 
<http://1.bp.blogspot.
com/-jpD70CpjYrQ/Ttd5_
MGUG_I/AAAAAAAAAEg/
nVUPxZ4TGb0/s400/300-
6.jpg>. Acesso em 
12/02/2013.
AtividAde
Qual a sua opinião 
sobre esta forma de 
educar? Tem observado 
alguma semelhança 
com a forma de edu-
cação atual? Entre no 
fórum e dialogue com 
seus colegas de Curso a 
esse respeito dando sua 
opinião.
AtividAde
Em nossa educação 
contemporânea existe 
essa preocupação? O 
que você percebe da 
nossa educação atual 
que se assemelha a 
estas descrições? Qual a 
sua opinião sobre essa 
forma de educar? Vá ao 
fórum e comente com 
seus colegas sobre o 
modelo educacional 
espartano, apresentan-
do sua opinião.
23
Letras Português - História da Educação
Quanto à educação das meninas de Atenas, verificamos que elas não frequentavam escolas, 
ficavam aos cuidados da mãe até o casamento.
Como você pode observar, por volta dos sete anos de idade, o menino ateniense era orien-
tado por um pedagogo e não enviado a campos de formação de guerreiro como em Esparta. Na 
escola, os jovens estudavam música, artes plásticas, Filosofia, entre outras. As atividades físicas 
também faziam parte da vida escolar dos atenienses, pois estes consideravam de grande impor-
tância a manutenção da saúde corporal e não havia a preocupação com a guerra. Embora os ci-
dadãos atenienses vivessem sobre um regime democrático, a educação ainda era um privilégio 
dos nobres.
Diante do que estudou até agora, você observou que, no que diz respeito à educação ate-
niense, muitos aspectos eram considerados. Porém, há outro fato que consideramos de relevân-
cia: é quanto aos responsáveis pela educação em Atenas. Vamos observar que os sofistas surgem 
como os primeiros mestres, profissionais da educação. Veremos, ainda, que o processo educati-
vo ateniense estava associado às necessidades práticas, principalmente a eloquência perante a 
assembleia dos cidadãos. A retórica, portanto, era considerada fundamental na formação desse 
cidadão, pois se acreditava que através da argumentação, da força de dicção poética, da orna-
mentação e estilística e da persuasão, a opinião pública poderia ser manipulada.
A educação ateniense tinha uma sistematização, como podemos verificar através dos rela-
tos apresentados no ícone Para saber mais ao lado.
Leia-o e descubra do que estamos falando.
AtividAde
Como você percebeu 
essa preocupação da 
educação feminina pe-
los espartanos? O que 
diria se essa forma de 
educação fosse implan-
tada hoje em nossos 
sistemas educativos? Vá 
ao fórum e apresente 
sua opinião, discutindo 
sobre esse assunto com 
suas colegas de Curso.
diCA
Assista ao filme “300”, 
de Zack Snyder, que traz 
uma cena que ilustra 
muito bem o que vimos 
sobre a educação espar-
tana: trata-se do treina-
mento do rei Leônidas 
quando menino.
- Visite o fórum e 
comente sobre o filme 
com seus colegas.
AtividAde
Neste modelo você 
percebe alguma seme-
lhança com a educação 
atual? Entre no fórum 
e comente com seus 
colegas sobre sua des-
coberta.
◄ Figura 13: Educação 
em Atenas. 
Fonte: Disponível em 
<http://www.dm.ufscar.
br/hp/hp902/hp902001/
fhp902001d.jpg>. Acesso 
em 13/02/2013.
AtividAde
Vamos pensar um 
pouco? Este modelo 
educacional tem algu-
ma semelhança com o 
nosso modelo atual? 
O que você percebeu? 
Entre no fórum e discu-
ta com seus colegas as 
suas percepções.
AtividAde
Observou que a edu-
cação ateniense tinha 
como objetivo trabalhar 
as qualidades mentais, 
físicas e morais do ser 
humano, guiando a 
juventude e fazendo-os 
tornarem-se “fortes e 
descentes”, úteis à socie-
dade e bons cidadãos? 
Pois é, o que você acha 
dessa preocupação dos 
atenienses? Entre no 
fórum e comente com 
seus colegas de Curso. 
24
UAB/Unimontes - 3º Período
BOX 1
Texto: Ministério Nacional da educação e dos Assuntos Religiosos da República Hel-
lênica. tradução (inglês/Português) Phedra Panos.
A educação na antiga Atenas consistia em três (3) cursos básicos. 
O Primeiro curso era chamado “Grammata” (as letras), e incluía a leitura, escrita e mate-
mática. O professor era chamado de “Grammatistes” (professor das letras). Quando as crianças 
passavam a dominar a língua, era-lhes ensinados os grandes Poetas e suas obras. 
O segundo curso consistia em Música e Canto. O professor era chamado de “Kitharistes” 
(guitarrista). Através das letras, da música e poesia, também lhes era ensinado história, geo-
grafia, ética e todos os demais valores da vida. 
O terceiro curso consistia em educação física. O professor era chamado de “Paidotribes” 
(formador de criança). As lições tinham lugar à tarde na “Palaestra” (lugar de esportes) e no 
estádio. As crianças praticavam luta, salto, corrida e arremesso de disco e dardo.
Fonte: Disponível em < http://www.sociedadehelenica.org.br/paginas_pt/netnews.cgi?cmd=mostrar&cod=12&max=
9999&tpl=modelo2>. Acesso em 13/02/2013
Vamos agora dialogar um pouco a respeito da educação Romana, e, para tal, precisamos 
considerar que, com a conquista romana, a cultura grega estende suas fronteiras, sem mudar seu 
caráter. Você vai observar que, na realidade, a educação romana vai ser apenas um aspecto da 
educação da Grécia.
1.3 Educação romana
Começaremos esta discussão esclarecendo para você que, de acordo com os historiadores, 
a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península 
itálica: gregos, etruscos e italiotas. Esses povos desenvolveram na região uma economia baseada 
na agricultura e nas atividades pastoris. Lembramos, ainda, que a sociedade romana, nessa épo-
ca, era formada por patrícios (pobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e 
pequenos proprietários). 
Vamos ver um pouco da história deste país na antiguidade, segundo os historiadores?
1.3.1 Um pouco da história de Roma
Reportarmos à história de Roma requer considerarmos que esta consistia em uma pequena 
cidade e se tornou um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série 
de características culturais.
Veremos que o direito romano, até os dias de hoje, está presente na cultura ocidental, assim 
como o latim, que deu origem à língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola. Origens de 
Roma: explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C).
Como você certamente recorda dos estudos que realizou no ensino médio, o sistema polí-
tico romano era a monarquia já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia. Lem-
bra-se também que a religião, de maneira geral, nesse período, era politeísta? Os romanos adota-
vam deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes, destacava-se 
a pintura deafrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas. República Romana 
(509 a.C. a 27 a.C). 
Ressaltamos que, durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder 
político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e 
da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da 
plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participa-
ção política e melhores condições de vida. Em 367 a.C., foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a 
participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). 
Essa lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos). 
Formação e Expansão do Império Romano.
AtividAde
Qual a sua opinião 
sobre esse modelo edu-
cacional? Você acha que 
esse modelo poderia 
melhorar nossa edu-
cação? Converse sobre 
isso com seus colegas 
no fórum.
25
Letras Português - História da Educação
Você precisa ter claro também que, no ano de 395, o imperador Teodósio resolveu dividir o 
império em Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Orien-
te (Império Bizantino), com capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Império Romano 
do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgún-
dios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Nesse contexto, podemos afirmar que ocorria o fim 
da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.
Agora, dedicaremos nossa atenção à reflexão acerca da educação romana propriamente 
dita. Vamos lá! Historiadores afirmam que, na antiga Roma, o pai de família era o primeiro edu-
cador e que esse modelo de educação se caracteriza pela mentalidade prática dos romanos, 
enquanto na Grécia os sofistas foram os instrumentos para a introdução de novas práticas edu-
cativas.
Para podermos discutir a respeito da educação em Roma, você precisa saber também que 
os filósofos gregos, particularmente Sócrates, Platão e Aristóteles tentaram conciliar o confli-
to existente entre a educação institucional e a nova educação individualista, o que resultou na 
formulação de um problema que permanece até a educação atual, ou seja, as discussões de 
fins, métodos e conteúdo educacionais sofrem influência dessa época até o presente, porém é 
preciso saber que a organização educacional sugerida pelos filósofos gregos não teve impacto 
imediato na educação romana. Dessa forma, ponderamos que a tendência individualista na edu-
cação romana permaneceu até que fosse reprimida politicamente pelo Império Romano e moral-
mente pelo cristianismo. Você verá que o ideal romano de educação era baseado na concepção 
de direitos e deveres. Assim, Giles comenta:
Todos os deveres de pai e de cidadão reclamavam uma educação definida, du-
rante os anos da meninice, a fim de se desenvolverem as aptidões ou virtudes 
adequadas. Mesmo nos últimos períodos, esta educação, apenas em pequena 
parte, era ministrada na escola. O lar é que ministrava uma educação definida, 
de caráter positivo e de grande valor. (GILES, 1987, p. 37).
Esclarecemos a você que o processo educativo romano, assim como o de Esparta, tinha a 
finalidade de formar os filhos para servirem à Pátria. A aprendizagem consistia nas artes mais ne-
cessárias para o Estado. Lembramos que, na sociedade romana, diferentemente da espartana, a 
família é a instituição mais importante e o principal agente educativo. O processo educativo é 
a formação do caráter moral. Assim, as escolas formais, no início da infância, tinham menor re-
levância, em comparação com o lar. A educação era responsabilidade dos pais, que deviam dar 
disciplina severa, autoritária e moral. Thomas Giles revela que:
Completados os oito ou nove dias do nascimento, o filho é inspecionado para 
ver se merece viver ou não. Sendo aprovado, a família festeja a ocasião com ce-
rimônia religiosa, dando-se nome ao filho. Só então a família assume a sagrada 
tarefa de cuidar da criança, educando-a para o cumprimento da futura tarefa 
de assumir os deveres de cidadão. (GILES, 1987, p. 78).
AtividAde
Como você vê esta 
forma de seleção para 
a educação? O que mu-
dou? A partir da leitura 
do texto acima, entre no 
fórum e comente com 
seus colegas apresen-
tando sua opinião a 
esse respeito, fazendo 
relação com o momen-
to atual. 
◄ Figura 14: Educação 
romana. 
Fonte: Disponível em 
<http://cpantiguida-
de.files.wordpress.
com/2011/04/imagem-
1-valc3a9ria1.jpg>. Acesso 
em 16/02/2013.
26
UAB/Unimontes - 3º Período
A partir do ritual, a criança aprovada aprende a referendar as divindades ancestrais, a obe-
decer às leis e aos pais, ou seja, aprende a ser guerreira e cidadã. Quanto ao processo educativo 
fundamental dos romanos, por tradição, o jovem aprendia a ser um homem bom e piedoso a 
partir da observação dos mais velhos. Assim, a força do exemplo era o instrumento crucial da 
educação romana. 
Para Manacorda, a transição do estado tribal à monarquia aconteceu em apenas 300 anos:
Em Roma a educação moral, cívica e religiosa, aquela que chamamos de incul-
turação às tradições pátrias, tem uma história com características próprias, ao 
passo que a instrução escolar no sentido técnico, especialmente das letras, é 
quase totalmente grega. Com as palavras de Cícero podemos dizer que “As vir-
tudes (virtutes) têm sua origem nos romanos, a cultura (doctrinae) nos gregos.” 
(MANACORDA, 2006, p. 73).
Segundo os historiadores, os ritos da iniciação começavam aos dezesseis anos, quando o 
adolescente passava para a condição de adulto, trocava de veste e confirmava o seu nome. Ob-
serve que era a partir desse momento que a educação do jovem era entregue a parentes ou ami-
gos, que ensinariam a arte guerreira e agrícola. O adolescente aprendia também a ginástica, o 
manejo de armas, a ler e escrever e a história da pátria como sinal de identidade nacional. 
Veremos que o ensino literário limitava-se à transmissão oral de hinos religiosos e cantos mi-
litares. O filho era moldado pelo pai para formar uma sociedade de soldados e aristocratas, pois o 
objetivo da educação romana era moral e prática, e não intelectual e literária.
Entretanto, veremos que a anexação da Grécia, da Macedônia e de outras províncias trans-
formou Roma em uma cidade bilíngue, destacando a língua grega, que se tornou, nesse período, 
a segunda língua para os diplomatas e aristocratas. Assim, você pode perceber que, nesse con-
texto, as mudanças em Roma são irreversíveis. Inicia-se o ideal pragmático utilitário de aceitação 
e adaptação dos estudos helenistas por parte de Roma. Somente na segunda metade do século 
II surge um curso de instrução formal que tem o ideal humanista, correspondente à Paideia.
Assim sendo, veremos que a organização sistemática do ensino em Roma desta época se 
baseia no programa de estudos dominados pela gramática, filologia e retórica, e não pela lite-
ratura, estética e filosofia. Veja que os estudos romanos dividiam-se em três etapas: a primeira 
consistia na leitura, na escrita do grego e do latim; a segunda consistia no ensino da gramática, 
filologia e literatura; e a terceira etapa compreendia o nível superior, ou seja, o estudo técnico da 
filosofia, da dialética e da retórica.
Porém, veremos, aqui, que o elemento comum nessas três etapas era a dimensão prática 
(aplicabilidade à vida do que se ensina e se aprende). Podemos dizer que a estrutura escolar he-
lenista foi implantada no sistema escolar romano da época. O ensino de literatura, da lógica e da 
oratória continuou e, nesse momento histórico, o menino era entregue aos cuidados do pedago-
go. É preciso que você saiba que o pedagogo romano, nessa época, tinha como objetivo servir 
de guardião, companheiro e orientador moral. Esse pedagogo era escolhido com muito critério, 
sendo observado principalmente o seu caráter moral.
Voltando a falar da educação romana, no que diz respeito ao método de ensino, veremosque, aos sete anos, o menino aprendia a escrever copiando as palavras ditadas pelo mestre ou 
traçando as letras sobre as tábuas de cera. Na leitura, utilizava-se a tradução latina da Odisseia. 
Com doze anos de idade, o aluno vai para a escola gramatical, que se dividia no estudo de língua 
e de literatura grega e no estudo do latim e da literatura romana. Assim, veremos que a esco-
la elementar romana foi substituída pelo modelo grego. O mestre providenciava as instalações 
para as aulas, que normalmente eram barracas e tendas ao ar livre, ao passo que no nível supe-
rior, as salas eram espaçosas, com bancos e cátedra para o mestre. 
Também entendemos ser importante aqui registrar que a Retórica latina adaptada do grego 
ganha importância nesse período, estudava-se também Letras/Português, música, matemática, 
geometria e astronomia. Entretanto, somente os meninos estudavam na escola gramatical, as 
meninas estudavam no lar.
Outro ponto que julgamos relevante para você refletir é que o processo educativo romano 
caracterizava–se pela independência do Estado e a sua falta de controle. Entretanto, a necessida-
de da formação de uma burocracia fez com que o Estado romano se envolvesse gradativamente 
no processo educativo, fazendo com que as escolas assumissem a forma do sistema estatal. 
Você deve observar que a organização dos estudos e métodos de ensino utilizados em 
Roma provinha das escolas helenistas. Que os romanos conseguiram assimilar o essencial do 
modelo grego. Deve saber, também, que esse modelo educacional romano foi transmitido aos 
diCA
Assista aos filmes: O 
Império Romano - SBJ 
Produções, ou Roma 
Antiga – 3 filmes/ Vídeo 
peia Britânica, ou A 
Queda do Império Ro-
mano, ou Ben- Hur.
Faça um debate no Fó-
rum com seus colegas 
sobre o cotidiano, a 
política, a educação, a 
cultura dos romanos.
AtividAde
Qual a sua opinião so-
bre a separação entre a 
educação dos meninos 
e a educação das meni-
nas? Entre no fórum e 
comente sua resposta 
com seus colegas.
27
Letras Português - História da Educação
períodos posteriores. Porém, ressalta-se que, com a transição do principado ao império romano, 
com a criação de um Estado Despótico, aumentou o controle imperial no sistema escolar.
Veja, também, que, em Roma, os mestres das escolas elementares eram contratados e pagos 
com o dinheiro público. Nesse período, foram criadas várias escolas de todos os níveis, tornando 
o ensino quase universal. Com a crise do império, Roma é saqueada pelos visigodos e depois pe-
los vândalos. Essa situação erradia para o processo educativo, levando à mudanças significativas. 
Nesse momento, veremos que a escola elementar, em Roma, se transforma em centro literário, 
sem qualquer preocupação com a formação do aluno. Veremos que a escola gramatical, na sua 
última fase, restringia o programa de estudos e o conteúdo.
Veja, ainda, que, nesse período, na educação romana, as escolas de retórica foram limitadas, 
uma vez que não tinha mais abertura para o exercício da oratória política. O processo educativo 
voltou-se para a sala de aula, e não para a vida real. Com o declínio do Império Romano, a educa-
ção reduziu-se ao aprendizado de memória do conteúdo dos compêndios (material neutro), que 
estão sujeitos ao controle por parte da burocracia imperial. Esses compêndios tinham conteúdos 
das artes liberais que se dividiam no trivium (gramática, retórica, filosofia) e quadrivium (aritméti-
ca, geometria, astronomia e música).
1.3.2 A educação romana por obra de escravos e libertos 
Através de uma viagem na história da educação romana, veremos que o escravo era peda-
gogo e mestre na própria família, ou seja, era o escravo liberto que ensinava na sua própria esco-
la. Assim como na Grécia, esses escravos pedagogos foram, na sua maioria, estrangeiros “bárba-
ros”, isto é, falavam mal o grego e, portanto, ensinavam sua própria cultura. Também em Roma, 
esses escravos foram gregos que falavam ou não o latim, ensinaram a própria língua e transmiti-
ram sua própria cultura aos romanos. 
Observe que, em Roma, com o desenvolvimento da sociedade patriarcal, a educação se tor-
nou um ofício exercido inicialmente por escravos dentro da família, e, posteriormente, por liber-
tos, na escola. Podemos dizer que essas são as origens da profissão de educador em Roma. Se-
gundo Monroe:
O que mais caracteriza esta decadência é o fato desta educação ser limitada 
à classe mais elevada. A educação já não se destinava a ser a educação práti-
ca de todo o povo, mas o ornamento de uma sociedade oca, superficial e ge-
ralmente corrupta; já não é um estádio de desenvolvimento possível para um 
povo inteiro, ou para indivíduos de dada categoria, mas a simples obtenção ou 
mesmo mera insígnia de distinção de uma classe favorecida. Quando o antigo 
vigor político e as oportunidades para as atividades políticas desapareceram, o 
governo municipal se tornou mera máquina para coletar impostos, quando o 
exército se encheu de bárbaros, a classe superior, agora mais numerosa do que 
nunca, voltou-se para o único traço remanescente da primitiva Roma imperial - 
a cultura. (MONROE, 1976, p. 23).
Observe que, na educação romana, prevaleceu um sistema modificado que incluía elemen-
tos gregos e romanos. A cultura e literatura grega chegaram às classes superiores, nas quais se 
organizou um sistema de escolas de gramática e de retórica, fundaram-se universidades e biblio-
tecas. Mas, com o tempo, essa educação ficou formal e irreal e perdeu sua importância social. 
Surge, então, uma nova educação ministrada pela Igreja.
Temos, ainda, que na educação romana, que era essencialmente prática, as escolas e os pro-
fessores, de uma forma geral, ocupavam papéis secundários, pois a família era o centro do pro-
cesso educacional. Vimos também que existiram, em Roma, inicialmente, as escolas elementares, 
denominadas ludi, as quais ficavam responsáveis por ensinar os rudimentos da leitura, da escrita 
e do cálculo. Entre meados do século III e I, a cultura grega foi assimilada pelos romanos e, com 
isto, surgiu a escola grega de gramática, a qual marcou o período introdutório das escolas gre-
gas. Nela, lecionavam docentes gregos, que ensinavam noções básicas da língua e da literatura 
(MONROE, 1983).
diCA
Para melhor compreen-
são, veja o vídeo sobre 
a educação e a Roma 
antiga. Disponível em 
<http://www.youtube.
com/watch?v=M1AL-
8nGFDRk&feature=re-
lated>.
28
UAB/Unimontes - 3º Período
1.3.3 Educação medieval
Dedicaremos, aqui, um espaço para apresentar alguns elementos históricos que nos possibi-
litem discutir acerca da educação na Idade Média. E, para iniciarmos essas reflexões, buscaremos 
apoio nas palavras de Manacorda, ao tratar da educação na Idade Média, em que afirma:
No início do século VI, verificam-se fenômenos políticos significativos. De um 
lado, alguns reinos romano-bárbaros já se implantavam firmemente em ter-
ritórios do Império do Ocidente, onde a única autoridade política autentica-
mente romana é a Igreja e especialmente o papado; de outro lado, o Império 
do oriente conserva ainda a sua unidade e a sua força, o que lhe permitirá ten-
tar a reconquista do Ocidente. Estes três centros de poder, tão diferentes en-
tre si, se enfrentarão numa complexa luta ideológica e militar. (MANACORDA, 
2006, p. 111).
Diante do exposto, vale esclarecermos a você que, no decorrer da história, devido a muitos 
acontecimentos políticos, encontramos a decadência da cultura clássica, que compreendemos 
fazer parte do mundo grego. 
1.3.3.1 A Europa medieval
No movimento da história, em meio às transformações culturais abordadas, precisamos le-
var em conta que, no campo da instrução, podemos observar o desaparecimento da escola clás-
sica e, paralelamente, a formação da escola cristã. 
Vale, ainda, lembrar a você que a estrutura política que prevaleceu na Idade Média são as re-
lações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo 
que este último deveria prestar fidelidade

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