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Diabates - Farmacologia

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Univates – Medicina - ATM 2023A Talita B. Valente 
Farmacologia 
 
 
TRATAMENTO DA DIABETES 
 
DIABETES 
● É uma síndrome causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, resultante de                         
alteração da função secretora pancreática ou de resistência à ação da insulina nos                         
tecidos alvo.  
● A menor utilização de glicose pelos tecidos insulinodependentes e o aumento da                       
produção endógena causam ​hiperglicemia​.  
● Sintomas clássicos: glicosúria, poliúria, polidipsia e polifagia.  
 
Classificação etiológica do DM:  
DM1 
Autoimune 
Idiopático 
DM2 
Outros tipos específicos de DM 
DM gestacional 
 
 
 
 
 
Complicações agudas e crônicas:​ tem alto grau de morbidade e mortalidade.  
● Cardiopatia isquêmica.  
● Doença cerebrovascular.  
● Doença vascular periférica.  
● Pé diabético.  
● Insuficiência renal.  
● Neuropatia.  
● Retinopatia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Univates – Medicina - ATM 2023A Talita B. Valente 
Farmacologia 
 
 
TRATAMENTO 
 
Diabetes tipo I: 
Insulina + exercícios físicos + dieta 
Diabetes tipo II: 
Exercícios físicos + dieta 
Exercícios físicos + dieta + hipoglicemiante oral 
Exercícios físicos + dieta + hipoglicemiante oral + insulina 
Exercícios físicos + dieta + insulina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INSULINA 
 
1921 – Banting e Best, estudantes canadenses, descobriram a insulina.  
1960 – Sanger estabeleceu a sequência de aminoácidos da insulina.  
● É um peptídeo de duas cadeias (uma com 30 e outra com 21 aminoácidos), ligadas por                               
ligações bissulfeto​.  
 
Indicações:  
● Tratamento da DM1.  
● Tratamento de pacientes com DM2, que não são adequadamente controlados por dieta                       
e/ou hiperglicemiantes orais.  
● Tratamento de pacientes com diabetes pós-pancreatectomia.  
● Tratamento de diabete gestacional.  
● Tratamento de cetoacidose diabética, de coma hiperglicêmico não-cetótico.  
● Perioperatório de pacientes com diabetes tipo I ou II.  
 
Classificação das preparações de insulina:  
● Duração de ação:  
o Curta – rápida ou ultrarrápida. 
o Intermediária.  
o Longa – incluindo basal.  
● Origem:  
o Humana (tecnologia de DNA recombinante). 
o Análogos da insulina humana. 
o *Suína e bovina.  
 
● A solubilidade da insulina causa diferença em propriedades farmacocinéticas.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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POSOLOGIA 
Quantificação:  
● Doses e concentrações de insulina são expressas em unidades (UI).  
● Concentrações: 100UI/mL.  
● Um frasco contém 10 mL.  
● Um refil contém 3 mL.  
 
● Atentar para a conservação:  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reações adversas:  
● Reações alérgicas.  
● Respostas inflamatórias locais ou infecção local.  
● Edema periférico.  
● Hipocalemia.  
● Ganho de peso.  
● Lipodistrofias.  
● Perda temporária de acomodação visual.  
● Hipoglicemia (nervosismo, fome, calor, sudorese, cefaleia). 
 
Interações medicamentosas:  
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● Uso concomitante pode resultar em hiperglicemia​: glicocorticoides, diuréticos               
tiazídicos e de alça, epinefrina, estrogênios e fenitoína.  
● Uso concomitante pode resultar em hipoglicemia​: hipoglicemiantes orais, álcool,                 
androgênios, captopril, inibidores da MAO.  
● Beta bloqueadores podem aumentar o risco de hipoglicemia, além de mascarar seus                       
sintomas.  
● Quinolonas​: uso de antibacterianos dessa classe podem resultar em perda do controle                       
glicêmico.  
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Secretores de insulina  
− Sulfoniluréias  
− Metiglinidas  
Sensibilizadores à insulina  
− Tiazolidinodionas ou glitazonas  
− Biguanidas  
Inibidores da ​α​-glicosidase 
Inibidores da dipeptidil peptidase IV 
Incretina meméticos  
Inibidores da SGLT2 
 
SULFONILURÉIAS 
Indicação: Adjuvante no tratamento de pacientes com diabete tipo II, em que a                         
hiperglicemia não pode ser controlada apenas por medidas não farmacológicas.  
Mecanismo de ação:  
● Estimulam a secreção de insulina pelas células ​β das ilhotas, tem ação específica no                           
canal de K.  
● Reduzem a captação hepática de insulina que foi secretada endogenamente.  
● Suprimem a liberação de glucagon.  
● Durante o tratamento prolongado, observa-se um aumento na sensibilidade dos tecidos                     
a insulina.  
São eles:  
Primeira geração:​ ​Clorpropramida; Tolazamida; Tolbutamida​.  
Segunda geração: ​Glimepirida; Glipizida; Glipizida (liberação prolongada); Glibenclamida;               
Glibenclamida (micronizada).  
Aspectos farmacocinéticos:  
● Boa absorção VO.  
● Alimentos podem reduzis a absorção das sulfoniluréias.  
● São excretadas na urina (inalterada ou metabólitos ativos).  
● Atravessam a barreira placentária e podem estimular células ​β fetais, por isso é                         
contraindicado na gravidez.  
Interações medicamentosas:  
● Hipoglicemia: AINES, derivados cumarínicos, inibidores da MAO, alguns antibacterianos,                 
alguns antifúngicos.  
● Diminuição do efeito hipoglicemiante: ​diuréticos tiazídicos e de alça, corticosteroides.  
Reações adversas:  
● Hipoglicemia.  
● N e V, diarreia, reações cutâneas alérgicas.  
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● Reações do tipo dissulfiram.  
● Estimulam o apetite -> ganho de peso.  
● Efeito diurético ou antidiurético (clorpropamida)  
● Discrasias sanguíneas.  
Contraindicações: Gravidez, lactação, acidose, cetoacidose, cirurgias, coma diabético,               
infecção gravem, queimaduras graves e pacientes geriátricos.  
METIGLINIDAS  
São eles:  
Nateglinida (Starlix)  
Repaglinida (Gluconorm, Novonorm, Prandin)  
Mecanismo de ácão:  
● Estimulam a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas.  
● Nateglinida – promove secreção de insulina mais rápida, porém menos duradoura que                       
outros hipoglicemiantes orais.  
Indicações terapêuticas:  
● Tratamento de pacientes com DM2, como monoterapia ou em associação com outros                       
hipoglicemiantes orais.  
Farmacocinética: ​Boa absorção por VO, metabolização hepática, excreção na urina.  
Contraindicações:​ Hipersensibilidade, cetoacidose diabética ou coma, gravidez e lactação.  
Reações adversas: Hipoglicemia (menos frequente com nateglinida), cefaleia, tontura,                 
fadiga, fraqueza, exantema, urticária, prurido, dor abdominal, diarreia, elevação das enzimas                     
hepáticas.  
Interações medicamentosas: ​diuréticos, corticosteroides, fenitoína, anticoncepcional oral,             
bloqueadores do canal de cálcio e simpatomiméticos podem interferir no efeito do fármaco                         
(diminuir controle da glicemia).  
Posologia:  
● Nateglinida​: 120mg, 10 min. antes das refeições.  
● Repaglinida:​ 0,5 a 4mg, antes das refeições.  
 
TIAZOLIDINADIONAS 
● Pioglitazona​ (Actos)  
Mecanismo de ação:  
● Aumenta a sensibilidade à insulina no tecido adiposo e no músculo.  
● Reduz a produção hepática de glicose.  
Indicações terapêuticas:  
● Tratamentode pacientes com DM2, como monoterapia ou em associação com outros                       
hiperglicemiantes orais.  
Farmacocinética: ​rapidamente absorvida pela VO, metabolização hepática, excreção nas                 
fezes e na urina.  
Posologia:​ pioglitazona – 15-45mg/dia.  
Reações adversas: ​hipoglicemia, cefaleia, mialgia, anemia, ganho de peso, infecções do 
trato respiratório superior, alterações das enzimas hepáticas, edema; 
Contraindicações: hipersensibilidade, cetoacidose diabética ou coma, insuficiência             
hepática, gravidez e lactação, crianças, iCC, câncer de bexiga.  
Interações medicamentosas:​ O uso concomitante com anticoncepcionais contendo 
estrogênio reduz em torno de 30% a concentração plasmáica do hipoglicemiante.  
 
BIGUANIDAS 
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● Metformina​ (Dimefor, Glifage, Glucoformin)  
Indicações terapêuticas: Tratamento de pacientes com DM2, que não responde                   
satisfatoriamente a medidas não-farmacológicas.  
Mecanismo de ação:  
● Anti-hipergligêmico (não provoca liberação de insulina).  
● Aumenta ação da insulina nos músculos e tecido adiposo,  
● Inibe a gliconeogênese hepática.  
Reações adversas: ​diarreia, dor absominal, náusea, paladar metálico, ​anorexia​, acidose                   
lática.  
Contraindicações: Gravidez, insuficiência renal, insuficiência hepática, acidose lática,               
complicações agudas da diabete. 
Farmacocinetica: Absorção no TGI, não se liga a proteínas plasmáticas, não sofre                       
biotransformação, excreção na urina, tempo de meia vida é de 2h.  
Posologia: ​1500-2550 mg/dia, em 3 doses junto às refeições.  
Interações medicamentosas:  
● Menor absorção intestinal de vit. B12 e ác. fólico.  
● Álcool aumenta o risco de acidose metabólica.  
 
INIBIDORES DA ​α​-GLICOSIDADE  
● Acarbose  
Indicações terapêuticas: Tratamento de pacientes com diabete tipo II, seja como                     
monoterapia ou em associação.  
Mecanismo de ação: Inibição reversível da ​α​-amilase pancreática e da ​α​-glicosidade ligada                       
à membrana intestinal resultando na redução da absorção intestinal de amido, dextrina e                         
dissacarídeos.  
Farmacocinética:​ parcialmente absorvida, excreção nas fezes e urina.  
Posologia: ​25-100mg, 3x dia, antes das refeições.  
Reações adversas: dores absominais, diarreia, flatulência, aumento das transaminases                 
séricas, redução do nível de cálcio e vitamina B6 no hematócrito.  
Contraindicações: hipersensibilidade, cetoacidose diabética, cirrose hepática, doença             
inflamatória intestinal, ulceração do cólon, obstrução intestinal, gravidez e lactação,                   
crianças.  
Interações medicamentosas:  
● Diuréticos, corticoesteroides, fenitoína, anticoncepcional oral, bloqueadores do canal de                 
cálcio e simpatomiméticos podem interferir no efeito do fármaco.  
● Adsorventes intestinas e medicamentos à base de enzimas digestivas.  
 
INIBIDORES DA DIPEPTIDIL PEPTIDASE-4  
● DDP-4 é uma enzima que degrada a GLP-1 (ativa a secreção de insulina pelas células                             
beta pancreáticas) e o GIP, eles são secretados após uma refeição. Dessa forma,                         
inibidores da DDP-4 aumentam a concentração de GLP-1 e GIP.  
São eles:​ ​Sitagliptina, Saxagliptina, Vildagliptina, Linagliptina, Alogliptina.  
Farmacocinética: tem boa absorção VO, baixa ligação a proteínas plasmáticas e excreção                       
na urina.  
Interações medicamentosas: A saxagliptina é metabolizada pela CYP 3A4 e necessita de                       
ajude de dose quando administrada com cetoconazol, claritromicina, itraconazol, fluconazol                   
entre outros fármacos.  
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Univates – Medicina - ATM 2023A Talita B. Valente 
Farmacologia 
 
 
Reações adversas: dores nas articulações, infecção do trato urinário, cefaleia, urticária,                     
outras reações de hipersensibilidade, edema periférico, infecções do trato respiratório                   
superior, gastroenterites e hipoglicemia.  
 
INCRETINA MIMÉTICOS​ (Agonistas do receptor de GLP-1)  
São eles:​ ​Exenatida, Liraglutida, Albiglutida, Lisixenatida.  
Indicação terapêutica​: empregados quando não há resposta com o uso de                     
hipoglicemiantes orais. São administrados por via subcutânea.  
Reações adversas:​ náuseas, vômitos, insuficiência renal e pancreatite (exenatida).  
Interações medicamentosas:  
● Hipoglicemia quando associados a hipoglicemiantes.  
● Retardam o esvaziamento gástrico, podendo afetar a absorção de fármacos como                     
anticoncepcionais orais e antibióticos.  
 
INIBIDORES DO COTRANSPORTADOR SÓDIO-GLICOSE 2 (SGLT2)  
São eles:​ ​Canagiflozina, Dapagliflozina, Empagliflozina e Ertugluflozina​.  
Mecanismo de ação: os cotransportadores de sódio-glicose 2 são expressos no túbulo                       
proximal e são responsáveis por mediar a reabsorção de aproximadamento 90% da glicose                         
filtrada, inibidores da SGLT2 provocam aumento da excreção renal de glicose e,                       
consequentemente, diminuição dos níveis plasmáticos.  
Indicação terapêutica:  
● Pacientes com doença cardiovascular que não atingiram a meta terapêutica com                     
metformina.  
● Segunda ou terceira opção em terapia associada.  
Reações adversas: infecções no TGU, hipotensão, nefrotoxicidade, aumento do rico de                     
fraturas e amputações, fasciíte necrosante.  
 
 
 
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