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SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 1 INVESTIGAÇÃO GENÉTICA PRÉ-NATAL MEDICINA FETAL • É o braço auxiliar da obstetrícia e perinatologia modernas. • Não é um ramo de estudo médico de uma única especialidade. Pertence a diversas áreas, contando em particular com especialistas em genética, neonatologia, cirurgia pediátrica, ultrassonografia, obstetrícia e ecocardiografia. • Com o desenvolvimento tecnológico na avaliação pré-natal e com a ultrassonografia aliada à genética, tornaram-se comuns, na atenção à gestação, o reconhecimento do feto humano normal e a eventual necessidade de análises bioquímicas, cromossômicas ou moleculares em tecidos fetais. • 1966: Steele e Breg – constituição cromossômica de um feto a partir de células cultivadas do líquido amniótico. • O objetivo do diagnóstico pré-natal é informar os casais sobre o risco de um defeito congênito ou de um distúrbio genético em sua gestação, e proporcionar informações sobre as alternativas de como administrar esse risco. INDICAÇÕES TESTE PRÉ NATAL • Idade materna avançada. • Filho anterior com anomalia genética/defeito congênito. • Pais portadores de alguma alteração genética. • História familiar de algum distúrbio genético. • → Testes não invasivos → Testes invasivos TESTES NÃO INVASIVOS ULTRASSONOGRAFIA • Diagnóstico de 70-80% das malformações estruturais / anatômicas do feto, dependendo da acuidade diagnóstica, da experiência do operador, do tempo gasto na realização do exame e da qualidade técnica do aparelho empregado. • Transnucência nucal (TN): Com base na medida do subcutâneo da nuca do feto entre 11 e 14 semanas de idade gestacional (CCN: 45-84mm), pode-se selecionar pacientes para exames invasivos. o Valor preditivo positivo (VPP) para trissomias versus TN: TN 3 mm VPP 13%; TN 4 mm VPP 57%; TN 5 mm VPP 80%. o Todo bebê tem TN, significa risco quando está aumentado. o Os dados da TN fora das 11-14 semanas não são confiáveis. • Ultrassonografia 3D - Não está disponível pelo SUS mas é disponível particular e em alguns convênios, traz melhoramento da visualização. RESSONÂNCA MAGNÉTICA • Não é teratogênica, pode ser realizada durante a gestação (diferentemente do Rx e TC). • Exame de escolha para investigação de malformações do sistema nervoso. SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 2 TRIAGEM SÉRICA MATERNA • 1º e 2º trimestre. 1 Pregnancy associated plasma protein A 2 Alfa-feto proteína • Prevenção de DTN (defeitos do tubo neural) = ácido fólico. • Normalmente é utilizado junto com algum outro teste. DNA FETAL NO SANGUE MATERNO • Exame relativamente novo. • Coleta-se sangue materno e em laboratório isola-se o material fetal. • Não pode ser feito no período embrionário, só fetal. • A partir de 2% de material fetal no sangue materno já é possível fazer. • Não está disponível no SUS ou planos de saúde. TESTES INVASIVOS AMNIOCENTESE • Coleta de líquido amniótico (LA) por punção via abdominal. • Teste invasivo mais realizado. • A partir de 15-16 semanas de idade gestacional. • Indicações: o Anomalias cromossômicas (cariótipo fetal / sexo fetal) o Doenças metabólicas o Malformações do tubo digestivo (dosagem de bilirrubinas / ácidos biliares) o Malformações do tubo neural (dosagem de AFP no LA) o Análise de DNA (paternidade, doenças gênicas, infecções – PCR) o Infecção ovular o Patologia imunológica hemolítica o Maturidade pulmonar fetal • Indicações para estudo citogenético: o Ecografia / TN alterada o HF ou antecedente de criança com alteração cromossômica o HF ou antecedente fetal de defeito de tubo neural o Antecedente de criança com anomalia congênita. o DNA fetal no sangue materno alterado. • Riscos: o 0,5-1% de taxa adicional de abortos o 1/1.000 – Infecção intra-amniótica • Imunoprofilaxia em pacientes Rh-, por risco de Eristroblastose Fetal EM QUALQUER TESTE INVASIVO. PAPP-A1 Estriol não-conjugado B-hcg AFP2 Trissomia 21 ↓ ↓ ↑ ↓ Trissomia 18 ↓ ↓ ↓ ↓ Trissomia 13 ↓ ↓ ↓ ↓ DTN - - - ↑ SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 3 BIÓPSIA DE VILOSIDADE CORIÔNICAS (BVC) • Período de realização: 11 a 15 semanas de idade gestacional. • Pode ser realizada via transabdominal ou transvaginal. • Taxa de perdas / infecções = amniocentese • Por via transabdominal, é mais segura que a amniocentese, quando realizada no 1° trimestre gestacional. • Vantagem = realização mais precoce. CORDOCENTESE • A partir de 18 semanas de idade gestacional. • Cariótipo é obtido mais rapidamente. • Pode ser utilizado para diagnóstico ou tratamento fetal. • Risco de perdas fetais = 0,5-1,9%. ACONSELHAMENTO GENÉTICO • Aconselhamento genético é o processo através do qual pacientes e familiares em risco para uma doença que pode ser hereditária são informados: o Das consequências da doença, o Da probabilidade de desenvolver e transmitir a doença, o E de que maneira ela pode ser prevenida ou melhorada. INDICAÇÕES DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO PRÉ-CONCEPCIONAL / PRÉ-NATAL • Idade materna avançada • Filho afetado com doença genética (cromossômica / gênica) • Pai / Mãe afetados ou portadores • HF de doença genética • Consanguinidade • Exposições ambientais com risco para o feto • Triagem sérica materna alterada • Rastreamento ultrassonográfico alterado • Anomalia fetal ao ultrassom • Abortos de repetição PGD (diagnóstico genético pré-implantacional): Principais técnicas para estudo genético dos embriões: Achados positivos da história e dos exames complementares Estimativa de risco; Planejamento da investigação Avaliação dos resultados dos exames; Tomada de decisão; Preparação para o parto DISCUSSÕES NO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL • Análise bioquímica para Erros Inatos do Metabolismo • Análise para distúrbios mitocondriais (heteroplasmia) • Interrupção da gestação após diagnósticos genéticos • Diagnóstico Pré-Implantacional SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 4 • Principais limitações do PGD (pregestational diagnosis) e do PGS (pregestational screening): • Tecnicamente complexos - Técnicas laboratoriais necessárias são limitadas a laboratórios altamente especializados; A biópsia requer equipamentos adequados e alta expertise do embriologista. • O custo é elevado • Não está disponível em nenhum serviço público no Brasil RECOMENDAÇÕES PRÉ-CONCEPCIONAL / PRÉ-NATAL • Aconselhamento genético conforme necessidade • Questionamentos a respeito de fármacos / substâncias e o seu uso na gestação • Controle adequado de doenças crônicas maternas • Vacinas • Exames gerais (sorologias, tireoide, glicemia...) • Exames ginecológicos • Cessação de tabagismo / abstinência de álcool • Bem-estar psicossocial AVALIAÇÃO GENÉTICA PÓS-NATAL • Exame clínico dismorfológico. • Exames específicos: cariótico, CGH-array, teste de triagem neonatal e análise molecular de genes específicos. SAÚDE DA MULHER IITalita Valente ATM 2023/A 5 CESÁREA • Nascimento do feto através de incisão na parede abdominal e uterina, intervenção cirúrgica. • Laparotomia - histerotomia - histerorrafia. EPIDEMIOLOGIA • Grande variação nas taxas mundiais. • O Brasil é um dos recordistas. • Taxas ideias variam entre 20-30% - cenário 15%. • A OMS recomenda manter a taxa de cesarianas abaixo dos 15%, mas convém recordada que este número não leva em consideração a heterogeneidade étnica, o aumento da idade materna, as técnicas de reprodução medicamente assistidas e o aumento das gravidezes múltiplas (gêmeos) em muitas sociedades modernas. Portanto, seria mais lógico considerar um valor maior, que segundo nosso tipo de população rondaria os 20-25%. • Vários fatores influenciam. • A cesariana é uma intervenção cirúrgica com riscos maternos muito baixos, mas superior ao parto vaginal. INDICAÇÕES • Mais comuns: cesárea prévia, apresentação pélvica, distocia ou falha na progressão do TP e condição fetal não tranquilizadora. • A maioria das indicações é relativa. • Evidências: placenta prévia, DPP, apresentação pélvica e situação transversa. • Se o canal de parto não permite a passagem do feto, ou porque este é muito grande ou porque a bacia da mãe é muito estreita. • Se o canal de parto não permite a passagem do feto, ou porque este é muito grande ou porque a bacia da mãe é muito estreita. É denominada de incompatibilidade feto- pélvica; • Se há placenta prévia (placenta baixa) ou o cordão é velamentoso (passa em frente do colo uterino) e a passagem do feto é impossível, pois pode provocar uma hemorragia muito grande; • Se o feto não tolera o parto normal. Se antes ou durante o parto se considera que existe um risco de sofrimento, então a cesariana é alternativa para protegê-lo; • Se o parto põe em risco a mãe visto esta padecer de alguma patologia (doença). Esta é uma indicação menos frequente. • Padronizadas: tabela 24 do livro rotinas. (não achei) PRÉ-OPERATÓRIO: • Não se recomenda depilação; • Sondagem vesical não é rotina; • Embrocação vaginal pode reduzir taxas de endometrite SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 6 • ATB profilaxia: recomendada para TODAS AS CESARIANAS a menos que a paciente já esteja recebendo tto; administrar ATB antes do procedimento parece reduzir até 60% na incidência de endometrite e 25% na de infecção de F.O. TÉCNICA: • Proteção da cavidade abdominal: parece ser importante nos casos de período prolongado de bolsa rota • Rebaixamento Vesical: conduta questionável • Histerotomia: preferencialmente segmentar baixa arciforme – exceto em casos de gestações muito pré-termo, grandes miomas no segmento anterior, aderências firmes na bexiga, placenta prévia ou acreta no segmento. • Extração fetal: de acordo com cada apresentação fetal • Cuidados com RN: recomendado clampeamento tardio do cordão com exceção dos casos com anestesia geral • Dequitação: realizada preferencialmente com tração contínua e controlada do cordão, massagem uterina externa e uso de ocitocina • Histerorrafia: melhor se for em dupla camada • Fechamento do peritônio: tanto o visceral quanto o parietal não devem ser suturados • Fechamento do subcutâneo e da pele: fechamento do subcutâneo se sua espessura for maior do que 2cm • Pós-operatório: sonda vesical pode ser retirada logo após o procedimento ou na alta da SR; liberar precocemente a dieta (6-h) parece ser melhor para retorno dos ruídos hidroaéreos sem diferença nos índices de náuseas, vômitos e íleo adinâmico ANESTESIA: • Raquidiana • Peridural • Geral Incisão Abertura da aponeurose Abertura muscular Abertura do peritônio Incisão uterina SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 7 FORCEPS • Hoje em dia, o uso do fórceps diminuiu muito por vários motivos. Primeiro porque a maioria dos profissionais não possui muita familiaridade com o uso dessa ferramenta. Em segundo lugar porque os casos em que ela é realmente necessária forma delimitados e percebeu-se que não são muitos. • O fórceps é usado, basicamente, apernas em casos em que há sofrimento fetal e/ou risco de morte para gestante. Mas, para usá-lo também é preciso que a gestante já esteja no período expulsivo do trabalho de parto, que é a fase final de todo o processo, quando o bebê está prestes a sair pelo canal vaginal. INDICAÇÕES: • Relativas (em que o vácuo ou a cesárea podem ser opção): parada de progressão no segundo período, estafa materna no segundo período, bloqueio epidural com diminuição da prensa abdominal, rotação instrumental para correção do mecanismo de parto, suspeita de sofrimento fetal; • Específicas (o fórceps é habitualmente superior ao vácuo ou cesárea, nessas circunstâncias): parto da cabeça derradeira na apresentação pélvica (único ou gemelar), prematuridade. • Indicações do parto a fórceps atuais: o Circunstâncias especificas em que se mostra superior à cesárea (parada de progressão e sofrimento fetal no período expulsivo), justificando a grande frequência com que ainda é praticado. o O parto a fórceps implica em conjunto de condições adequadas: o ambiente deve proporcionar a possibilidade da realização da cesárea, o obstetra deve ter experiência com o tipo de cirurgia e o tipo de instrumento, e a falha do fórceps deve ser considerada após três trações sem progresso, quando está indicada a cesárea. TIPOS: SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 8 SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 9 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS NA GESTAÇÃO • Entre 10-15% das gestantes apresentam hemorragia. • As hemorragias podem ser dividias entre a primeira metade e a segunda metade da gestação: o Primeira metade: Abortamento, Gravidez ectópica e Mola hidatriforme. o Segunda metade: Plancenta prévia, Descolamento prematuro da placenta, Rotura uterina e Vasa prévia. PLACENTA PRÉVIA • É a implantação da placenta, inteira ou parcialmente, no segmento inferior do útero, a partir da 22ª semana. CLASSIFICAÇÃO: • De acordo com sua posição em relação ao colo do útero: o Baixa: localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo. o Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo. o Completa ou centro-total: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero. • São 3 tipos, segundo os tratados de obstetrícia: total, parcial e marginal. FATORES DE RISCO: • Cesárea prévia • Idade avançada • Multiparidade (5 ou + filhos) • Gemelaridade • Mioma • Endometrite (infecção puerperal) • Tabagismo • Abortamento DIAGNÓSTICO: • Clínico e ultrassonográfico (melhor e mais simples método diagnóstico). QUADRO CLÍNICO: • Sangramento indolor • Final do segundo e início do terceiro trimestre • Presença de sangramento sentinela: ocorre entre a 26º e 28º semana de gestação • Sangramentointermitente e abundante, de coloração vermelho vivo, com necessidade de internações e transfusões frequentes Exame físico: • Sinais vitais; • Palpação abdominal; SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 10 • Medida da altura uterina; • Ausculta dos batimentos cardíacos fetais; • Exame especular cuidadoso; • Não realizar toque vaginal até se conhecer a localização exata da placenta. • Ultrassonografia, Ecodoppler e Ressonância • Exames laboratoriais: hematócrito e hemoglobina, tipagem sanguínea e coagulograma. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA • Separação da placenta antes do nascimento do feto, em gestação de 22 ou mais semanas. • Pode ser parcial ou total. Característica do sangramento da DPP: • Hemorragia exteriorizada. • Hemoâmnio. • Sangramento retroplacentário. FATORES DE RISCO PARA DPP: • Hipertensão (gestacional ou preexistente) • Rotura prematura de membranas ovulares • Cesariana prévia • Tabagismo • Idade materna avançada • Uso de drogas (álcool, cocaína e crack) • Condições que causem aumento de distensão uterina • Trauma (automobilístico, trauma abdominal direto) • DPP em gestação anterior TRATAMENTO: • O tratamento dependerá do grau do descolamento (Grau 1, 2 ou 3) que se reflete no estado hemodinâmico materno e da vitalidade fetal • Grau 1: sem repercussões maternas ou fetais • Grau 2: o parto vaginal é possível se iminente, desde que a vitalidade fetal esteja preservada e não haja comprometimento hemodinâmico materno • Grau 3: o Com feto morto – parto vaginal é possível o Com feto vivo – cesariana • Laparotomia (não abre em Pfanistiel) • Histerectomia: se choque, infecção, lesão de grande extensão. • Prognóstico: mortalidade perinatal de 40-80%. SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 11 SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 12 HEMORRAGIA PÓS-PARTO Hora de ouro na HPP • Consiste na recomendação do controle do sítio de sangramento, sempre que possível, dentro da primeira hora a partir do seu diagnóstico; ou pelo menos estar em fase avançada do tratamento ao final dessa hora. • Visa reduzir a morbimortalidade relacionada aos atrasos de manejo. • Propõe intervenções agressivas e precoces para se evitar a Tríade letal do choque hemorrágico (hipotermia, acidose e coagulopatia). • Existem situações críticas em que o controle do sangramento deve ainda mais precoce. • Deve-se focar no tempo e na qualidade das ações terapêuticas. FATORES DE RISCO PARA HPP Anteparto: • História pregressa de HPP • Distensão uterina (Gemelar, polidrâmnio, macrossomia) • Distúrbios de coagulação • Uso de anticoagulantes • Placentação anormal (acreta, prévia) • Multiparidade (> 4 vaginais ou ≥ 3 cesáreas) • Pré-eclâmpsia • Anemia • Primeiro filho após os 40 anos Intraparto: • Trabalho de parto prolongado (>12h) • Trabalho de parto taquitócico • Laceração vaginal de 3º/4º graus • Prolongamento de episiotomia • Placentação anormal (acreta, prévia) • Descolamento Prematuro de Placenta • Parto induzido • Corioamnionite • Parada de progressão do polo • Cesariana, especialmente intraparto • Parto instrumentado (fórceps, vácuo) ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PARA HPP Cuidados: Prevenção da morte materna: 10 diamantes clínicos • Nunca tratar a HPP sem simultaneamente investigar o foco do sangramento. • A embolização não está indicada nos casos de hemorragia maciça aguda. • Gestantes com placenta prévia e cesariana anterior parto em serviço terciário. • Se necessário mais de uma droga para tratar a atonia uterina, ficar à beira do leite da paciente até resolução da hemorragia. • Se a paciente está oligúrica, a furosemida não é resposta, ela está hipovolêmica. • Ter protocolos de transfusão maciça baseado nos protocolos do trauma. SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 13 PREVENÇÃO DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO • Ocitocina: o Parto vaginal: 10 UI IM o Cesárea: 10 UI IM o Ocitocina intravenosa em infusão (20 a 40 UI em 1000mL, 1mL/h) • Clampeamento oportuno do cordão, se sem contraindicação. • Tração controlada do cordão, se profissional treinado. • Vigilância uterina - Massagem uterina - A cada 15 minutos após dequitação nas primeiras 2 horas. o Imediatamente após a dequitação, realizar massagem uterina. Repetir a a cada 15 minutos nas primeiras 2 horas. Assegurar-se que o útero não se torne relaxado após terminar a massagem. o Avaliação intensiva da puérpera (perda sanguínea e sinais vitais), de 15/15 minutos nas primeiras 2 horas. • Contato pele a pele. • Manejo ativo = Uterotônicos + Campleamento imediato do cordão umbilical + Tração controlada do cordão. • Misoprostol é opção para locais sem ocitocina. DEFINIÇÃO • HPP = Perda sanguínea cumulativa >= 500 mL após parto vaginal e >= 1000 mL após o parto cesariana, ou, qualquer perda de sangue capar de causar intabilidade hemodinâmica em 24h pós-parto, ou ainda, perda de sangue cumulativa >= 1000 mL em 24h após qualquer parto. MANEJO • O controle precoce do sítio de sangramento é a medida mais eficaz no tratamento da HPP. • Ajuda: o Verbalização clara do diagnóstico. o Chamar equipe interdisciplinar. o Comunicar paciente. • Estimar perda volêmica inicial: o Avaliação clínica - dados vitais. o Índice de choque (>0,9 = risco de transfusão). o Estimativa visual, pesagem de compressas e dispositivos coletores. Diagnóstico e estimativa da perda sanguínea: • Sempre que se suspeitar de HPP a abordagem terapêutica deve ser imediata. • Não esperar sinais clássicos de instabilidade hemodinâmica para iniciar o tratamento. Lembrar que o diagnóstico com os sinais de instabilidade hemodinâmica é tardio e a perda volêmica já foi expressiva. • A puérpera pode manter-se assintomática mesmo perdas sanguíneas volumosas. • Pacientes brevilíneas, anêmicas ou com pré- eclâmpsia toleram menos as perdas volêmicas. SAÚDE DA MULHER II Talita Valente ATM 2023/A 14 Índice de choque: • Frequência cardíaca / Pressão arterial sistólica >= 0,9 • Reflete as adaptações cardiovasculares maternas nas pacientes com HPP. • IC >= 0,9 associa-se a possibilidade de transfusão maciça. Sequenciamento do atendimento: • Avaliação rápida da causa da hemorragia (4T): o Tônus (atonia) 70% o Trauma 19% o Tecido 10% o Trombina 1% • Manter oxigenação/perfusão tecidual. • Solicitar exames laboratoriais. o Hemograma, coagulograma, ionograma, prova cruzada, fibrinogênio e em casos graves lactato e gasometria. • Avaliar antibioticoprofilaxia. • Controle da volemia/reposição volêmica. • Avaliação pós-abordagem inicial: o Reavaliação da hemorragia e do estado hemodinâmico o TAN nas pacientes com instabilidade hemodinâmica oTransfusão: seja necessário (basear-se na clínica da paciente) o Combater a hipotermia: TAX. Soro aquecido. Manta térmica o Se falha tratamento conservador: avaliar tratamento cirúrgico • Observação rigorosa após a hemorragia.
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