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EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL Tema 01 – Desvendando os Fundamentos da Educação Corporativa Bloco 1 Giovanna Dutra de Freitas Cardoso Objetivos: Apresentar a evolução histórica da capacitação profissional nas empresas. Conhecer o contexto em que surgem a educação corporativa e universidades corporativas. Compreender o papel atual da Educação Corporativa. Identificar fundamentos significativos para a Educação Corporativa como os princípios da Andragogia e os pilares do aprendizado, do Relatório UNESCO. Introdução: A Educação Corporativa contempla projetos para a formação e o aperfeiçoamento das pessoas, buscando construir uma cultura de aprendizagem permanente, propiciando o desenvolvimento de novas competências formadoras das vantagens competitivas essenciais às estratégias da empresa. (FERREIRA, 2015) Introdução: As Universidades Corporativas procuram uma vinculação com a Gestão por Competências, visando desenvolver nas pessoas as competências necessárias para o alcance dos objetivos estratégicos das organizações. A HISTÓRIA DA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Historicamente, desde a antiguidade se encontram indícios da separação entre trabalho intelectual e trabalho manual. Claro que não seria diferente na educação: uma separação entre instrução e trabalho, instrução para poucos dominantes e trabalho para os muitos dominados, desde então. Na Revolução Industrial, no século XIX, as pessoas se viram frente a um novo sistema que procurava assegurar aos donos do capital – dos meios de produção - o controle e a disciplina da mão de obra e ao mesmo tempo a apropriação do conhecimento do operário, com a separação do trabalho manual e intelectual. Somente no final do século XX ocorre uma mudança mais significativa no paradigma de gestão de empresas, partindo do modelo taylorista/fordista para uma gestão mais flexível, menos hierarquizada. Em outras palavras, ocorre a “horizontalização” das estruturas hierárquicas, que passam a perder parte da centralidade na tomada de decisões. O cenário passa a demandar um outro perfil profissional e, consequentemente, outro tipo de capacitação (EBOLI, 2014). As tendências atuais indicam a necessidade de construir nas empresas uma vantagem competitiva sustentável, frente aos seus concorrentes. Assim, se fortalece a ideia da UC como um instrumento para produzir vantagem competitiva por meio do alinhamento e desenvolvimento das competências das pessoas de acordo com as estratégias empresariais (EBOLI, 2014). EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL Tema 01 – Desvendando os Fundamentos da Educação Corporativa Bloco 2 Giovanna Dutra de Freitas Cardoso O surgimento da educação corporativa Com o mercado cada vez mais globalizado, as organizações são pressionadas a investir na qualificação de seus colaboradores e seu desenvolvimento contínuo, apostando nesses elementos como chaves na criação de diferencial competitivo (EBOLI, 2014). O conceito de Universidade Corporativa surgiu no Brasil na década de 1990 e encontrou terreno fértil por quatro grandes motivos (MADRUGA, 2018): Perda de qualidade do ensino médio e universitário, levando empresas de maior porte a investirem na educação de seus funcionários. Capilaridade e capacidade de consultorias para implantar projetos de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) junto às empresas, o que se constitui uma forma preliminar de educação corporativa. Executivos visionários buscando o melhor para sua empresa, seus colaboradores e clientes. A compreensão de que a educação continuada gera resultados favoráveis à estratégia, como a retenção de talentos e aumento do capital intelectual. Se considerarmos a Educação Corporativa como um processo de educação, podemos dizer que a Universidade Corporativa é uma maneira de configurar a estrutura que operacionaliza esse processo de educação. Neste caso, estrutura não significa somente uma estrutura física, pois elas também podem ser virtuais. Uma estratégia empresarial baseada em vantagens competitivas somente pode ser viabilizada por pessoas que respondam adequadamente aos desafios enunciados em seu Planejamento Estratégico. Todo empresário busca as vantagens competitivas que o posicionem à frente dos rivais e sejam difíceis ou até mesmo impossíveis de imitar. Se o desempenho comparativo de uma empresa é superior ao desempenho das empresas concorrentes, configura-se uma vantagem competitiva. Há outras empresas que estão voltadas para a criação das competências críticas do negócio, alvo da aprendizagem corporativa, utilizando as estratégias de negócio como modelos para disseminar e empregar as novas tecnologias. As pessoas podem cumprir os objetivos quando as competências necessárias para isso são desenvolvidas, sustentadas e presentes em seu dia a dia por meio da Educação Corporativa estruturada e em pleno funcionamento (MADRUGA, 2018). Princípios da andragogia e pilares da Unesco A Educação Corporativa e as Universidades Corporativas são diferentes entre si em vários aspectos, mas existe uma tendência a se organizarem em torno de princípios e objetivos semelhantes, em busca de seu objetivo fundamental que é o aprendizado permanente. As Universidades Corporativas apresentam uma característica - em sua filosofia e forma de agir: a aderência aos princípios da andragogia. Princípios da andragogia e pilares da Unesco A andragogia busca compreender o adulto e promover o aprendizado por meio da experiência, fazendo com que a vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando a assimilação. Na andragogia, o aluno adulto é entendido como o agente ativo da própria aprendizagem. Para Knowles (2011), o modelo andragógico se baseia em várias suposições que diferem do modelo pedagógico tradicional. São elas: Princípios da andragogia (suposições sobre a aprendizagem de adultos) NECESSIDADE Adultos querem saber por que devem aprender algo. Quando decidem aprender sozinhos, investem energia para investigar os benefícios obtidos com essa aprendizagem ou as consequências negativas de não aprender. AUTOCONCEITO Adultos consideram-se responsáveis pelas próprias decisões, pelas próprias vidas, querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir. Adultos resistem a serem tratados como crianças. EXPERIÊNCIAS Adultos trazem volume maior de experiências vividas e com uma qualidade diferente dessas experiências comparadas às dos jovens. Por terem vivido mais, eles acumularam mais – e diferentes - experiências do que os jovens. PREDISPOSIÇÃO Adultos estão dispostos para aprender o que precisam saber para se tornar capacitados a resolver problemas da vida real. A prontidão para aprender pode ser induzida por meio de exercícios de simulação e outras técnicas. ORIENTAÇÃO Em comparação com a orientação para aprendizagem de crianças e jovens, centrada no tema, os adultos são centrados na vida (ou centrados na tarefa ou no problema) quanto à sua orientação para aprendizagem. MOTIVAÇÃO Adultos respondem a fatores motivacionais externos (melhores empregos, promoções, salários mais altos), porém os fatores motivacionais mais fortes são internos (desejo de maior satisfação no trabalho, autoestima, qualidade de vida). Quadro 1 Fonte: Adaptado de (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011) Princípios da andragogia (suposições sobre a aprendizagem de adultos) NECESSIDADE Adultos querem saber por que devem aprender algo. Quando decidem aprender sozinhos, investem energia para investigar os benefícios obtidos com essa aprendizagem ou as consequências negativas de não aprender. AUTOCONCEITO Adultos consideram-se responsáveis pelas próprias decisões, pelas próprias vidas, querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir. Adultos resistem a serem tratados como crianças. EXPERIÊNCIAS Adultos trazem volume maior de experiências vividas e com uma qualidade diferentedessas experiências comparadas às dos jovens. Por terem vivido mais, eles acumularam mais – e diferentes - experiências do que os jovens. PREDISPOSIÇÃO Adultos estão dispostos para aprender o que precisam saber para se tornar capacitados a resolver problemas da vida real. A prontidão para aprender pode ser induzida por meio de exercícios de simulação e outras técnicas. ORIENTAÇÃO Em comparação com a orientação para aprendizagem de crianças e jovens, centrada no tema, os adultos são centrados na vida (ou centrados na tarefa ou no problema) quanto à sua orientação para aprendizagem. MOTIVAÇÃO Adultos respondem a fatores motivacionais externos (melhores empregos, promoções, salários mais altos), porém os fatores motivacionais mais fortes são internos (desejo de maior satisfação no trabalho, autoestima, qualidade de vida). Quadro 1 Fonte: Adaptado de (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011) Os princípios da andragogia encontram-se em sintonia com os quatro pilares da aprendizagem para o século XXI defendidos pelo Relatório Delors, da Unesco, segundo o qual todo processo educacional deve ser construído em torno de quatro aprendizagens fundamentais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos (FERREIRA, 2015). Veja um resumo da descrição destas quatro aprendizagens: Quatro pilares da aprendizagem para o século XXI Aprender a conhecer Uma combinação de cultura geral com o aprofundamento em um número menor de assuntos. Significa aprender a aprender, para aproveitar as oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida toda. Aprender a fazer Para adquirir, não só uma qualificação profissional, mas a competência que torna a pessoa apta a resolver problemas, trabalhando em equipe. Aprender a ser Para desenvolver a personalidade e agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Aprender a viver juntos Desenvolver uma compreensão das interdependências, trabalhando juntos em projetos comuns e gerenciando conflitos, com base no respeito aos valores do pluralismo, compreensão mútua e da paz. Quatro pilares da aprendizagem para o século XXI Aprender a conhecer Uma combinação de cultura geral com o aprofundamento em um número menor de assuntos. Significa aprender a aprender, para aproveitar as oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida toda. Aprender a fazer Para adquirir, não só uma qualificação profissional, mas a competência que torna a pessoa apta a resolver problemas, trabalhando em equipe. Aprender a ser Para desenvolver a personalidade e agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Aprender a viver juntos Desenvolver uma compreensão das interdependências, trabalhando juntos em projetos comuns e gerenciando conflitos, com base no respeito aos valores do pluralismo, compreensão mútua e da paz. Considerações As tendências de mercado indicam a necessidade de construir vantagem competitiva sustentável: o comprometimento da empresa com a educação e o desenvolvimento dos seus colaboradores (EBOLI, 2014). Na andragogia o aluno adulto é entendido como o agente ativo da própria aprendizagem. O modelo andragógico baseia-se em princípios que são suposições sobre a aprendizagem dos adultos, tais como: Necessidade, Autoconceito, Experiências, Predisposição, Orientação e Motivação (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). Considerações Todo processo educacional deve ser construído em torno de quatro aprendizagens fundamentais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos. (DELORS, 2010) Bibliografia DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir; relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Brasilia/ DF: UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2010. DUTRA, Joel Souza; FLEURY, Maria Tereza Leme; RUAS, R. Competências: conceitos, métodos e experiências. São Paulo: Atlas, 2013. EBOLI, M. Educação corporativa: muitos olhares. São Paulo: Atlas, 2014. EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL Objetivos: Introdução: Introdução: A HISTÓRIA DA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL O surgimento da educação corporativa Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Princípios da andragogia e pilares da Unesco Princípios da andragogia e pilares da Unesco Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Considerações Considerações Bibliografia Número do slide 23
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