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APRESENTAÇÃO: 
Esta é uma apostila feita unicamente por mim e distribuída gratuitamente 
para colaborar com os (assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no 
processo de aprovação do tão sonhado concurso público. O foco da apostila são os 
concursos públicos para ingresso nos cargos de juiz de direito e promotor de justiça. 
As apostilas utilizaram como base o curso do G7 Jurídico (Ministério 
Público e Magistratura) do ano de 2.020 e podem vir a sofrer atualizações para se 
adequar à legislação superveniente. Não houve cópia de nenhum material fornecido 
pelo referido curso, razão pela qual não há violação de nenhum direito autoral. 
As notas de rodapé muitas vezes trazem comentários feitos 
exclusivamente pelo autor da presente apostila como forma de chamar atenção para 
alguns pontos de reflexão. 
Caso este material tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de 
preparação cobrarei como retribuição o relato sobre o seu êxito no tão sonhado 
concurso. A melhor forma de “me pagar” é com a sua aprovação. 
Qualquer sugestão buscando o aprimoramento deste material será muito 
bem-vinda: e sinta-se à vontade para encaminhar por e-mail. Sucesso na empreitada e 
bons estudos. Aguardo o convite para o churrasco da posse. Como diria o saudoso e 
inspirador mestre Luiz Flávio Gomes: AVANTE! 
Atenciosamente, 
DANILO MENESES. 
 
 
 
Acompanhe o meu trabalho nas redes sociais: 
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 3 
 
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO AMBIENTAL 
 Introdução: 
- cada vez mais se evidencia uma ética ambiental presente nas preocupações 
modernas; 
- passamos por um processo de crescente conscientização da necessidade de 
preservação do meio ambiente e dos recursos naturais  constata-se uma 
impossibilidade de uso inconsequente de tais recursos; 
- mudanças sociais trazem reflexos jurídicos  o Direito tem tentado acompanhar esta 
mudança de compreensão sobre o meio ambiente; 
- conceito: é um ramo do Direito Público integrado por princípios e regras que regula 
as atividades humanas que afetem direta ou diretamente, efetiva ou potencialmente, 
o meio ambiental natural, cultural e artificial; 
- espécies de meio ambiente: 
CLASSIFICAÇÃO CLÁSSICA 
- meio ambiente natural: cuida da flora, da fauna, do ar, do solo; 
- meio ambiente cultural: cuida do patrimônio histórico, artístico, turístico, 
da história do nosso povo; 
- meio ambiente artificial: cuida do ordenamento urbano; 
CLASSIFICAÇÃO MODERNA + inclui 
- meio ambiente do trabalho: cuida da segurança e saúde do trabalhador 
- meio ambiente genético: cuida do patrimônio genético, com previsão no 
artigo 225, §1º, inciso II da CRFB/88; 
- Lei 6.938/81: Lei Nacional de Política do Meio Ambiente – esta lei traz vários 
conceitos que podem ser utilizados como parâmetro na realização da prova e 
compreensão da temática; 
- artigo 225 da CRFB/88: é o núcleo duro e espinha dorsal da abordagem sobre o meio 
ambiente no Brasil  neste artigo há a previsão de vários princípios que serão, 
posteriormente, estudados em Direito Ambiental; 
 
 Correntes centrais do meio ambiente1: 
- antropocêntrica: 
- pensa o meio ambiente em torno dos interesses do homem; 
- o ser humano está no epicentro da discussão; 
- o meio ambiente existe e serve para servir ao homem; 
 
1 Para Hermes Benjamin a classificação não é composta de antropocentrismo + ecocentrismo + 
biocentrismo, sendo na verdade: antropocentrismo puro + antropocentrismo intergeracional + não 
antropocentrismo. Segundo Luiz Régis Prado a nomenclatura é: antropocentrismo absoluto + 
antropocentrismo relativo + ecocentrismo absoluto. Já Romeu Tomé fala em antropocentrismo 
utilitarista + antropocentrismo protecionista + ecocentrismo ou biocentrismo. 
 4 
 
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- apenas o homem interessa; 
- ecocêntrica: 
- o homem é admitido como parte de um todo, assim as 
atividades humanas podem ser restringidas em prol do bem 
comum; 
- o meio ambiente deixa de servir somente ao homem e passa a 
servir para preservação e atingimento de interesse de todos; 
- o ecocentrismo considera o meio ambiente a partir dos 
elementos com vida (bióticos) e sem vida (abióticos); 
- o ecocentrismo busca o equilíbrio do planeta e é bem amplo – 
tutela-se o interesse mesmo contra os objetivos do ser 
humano; 
- o homem faz parte do todo; 
- biocêntrica: 
- o meio ambiente e as formas de vida não humanas podem ser 
defendidas independentemente da defesa do ser humano; 
- autonomia da defesa das formas de vida não humanas; 
- exemplo: defesa dos animais2; 
- os animais merecem proteção autônoma; 
 
HISTÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL 
 Contexto nacional: 
- no Brasil, podemos dividir a história do Direito Ambiental em três fases; 
- 1ª fase: descobrimento do Brasil até a segunda metade do século XX  
exploração desregrada; 
- tudo era tutelado tendo como vetor a defesa do interesse da Coroa; 
- a preservação ocorrida para evitar um processo de exaurimento de um 
recurso natural que poderia ter repercussão econômica; 
- não tinha surgido ainda a ideia de um patrimônio ambiental coletivo; 
- período colonial, imperial e republicano -> a questão ambiental era 
marginalizada; 
- 2ª fase: segunda metade do século XX a 1.980  sistema fragmentário 
(tratando do meio ambiente pela ótica econômica e de pontos de vista 
isolados); 
- a proteção ambiental era esparsa e dessistematizada; 
 
2 Creio que o julgamento, em direito de família, tratando os semoventes de estimação (pet´s) como 
“sersentes” (seres que sentem) e aplicando o regime jurídico da guarda em vez da divisão puramente 
patrimonial é um exemplo dos reflexos de tal visão nos outros ramos do direito. 
 5 
 
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- a tutela tinha caráter meramente econômico; 
- não havia a ideia de uma natureza difusa de meio ambiente; 
- os diplomas jurídicos não estavam interconectados e traziam mecanismos 
de defesas isolados – sem um espírito sistêmico (exemplo: Código de 
Águas, Estatuto da Terra; Código Florestal; Lei de Proteção à Fauna); 
- não havia ainda a ideia de “política ambiental”; 
- 3ª fase: do ano de 1.981 até os dias atuais  fase holística (compreensão 
do meu ambiente como um sistema – compreensão da totalidade dos 
processos ecológicos); 
- inaugurada com a Lei 6.938/81 que trouxe um sistema para tutelar o 
meio ambiente como um todo – a lei inaugurou a Política Nacional do Meio 
Ambiente; 
- a inovação legislativa é importante do ponto de vista conceitual, 
sistemático e por dar autonomia e “espírito/alma” ao Direito Ambiental; 
- marcos legislativos importantes: 
- Lei 6.938/81 -> Política Nacional do Meio Ambiente; 
- Lei 7.347/85 -> Lei de Ação Civil Pública; 
- CRFB/88 -> Constituição da República Federativa do Brasil; 
- Lei 9.605/98 -> Leis dos Crimes Ambientais3; 
 
 Contexto mundial: 
- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente – junho de 1.972 - Estocolmo; 
- dá origem à Declaração do Meio Ambiente – que traz 26 princípios 
norteadores do Direito Ambiental; 
- tal Conferência deixou clara a oposição entre preservacionistas e 
desenvolvimentistas;- PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente): agência da 
ONU responsável pela conservação do meio ambiente e o uso eficiente de 
recursos naturais para o desenvolvimento sustentável; 
- desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as 
necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações 
futuras de suprir suas próprias necessidades – conceito clássico; 
- Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92; 
- daí surgiu a Declaração do Rio – com 27 princípios ambientais; 
- também surgiu a Agenda 21 – sem caráter vinculante, com metas 
mundiais para diminuição da poluição; 
- Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável – 2.002 – Joanesburgo; 
 
3 Traz sanções penais e administrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
 6 
 
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- buscou avaliar e implementar a Agenda 21; 
- criou-se a Declaração de Jonesburgo e o Plano de Implementação (com 
metas específicas); 
- Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio +20; 
- reafirmado os princípios da Declaração do Rio; 
- trouxe a ideia de responsabilidade comum, mas diferenciada4 – cabe aos 
países desenvolvidos maior responsabilidade na busca do desenvolvimento 
sustentável; 
 
PONTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL 
 Objeto do Direito Ambiental: 
- a proteção do meio ambiente não se dá unicamente pelo meio ambiente em si, mas 
com a finalidade de garantir qualidade de vida para as presentes e futuras gerações; 
- artigo 225 da CRFB/88: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida; 
- bem de uso comum do povo: há interesse difuso na proteção ambiental, 
sendo o bem ambiental difuso, imaterial e autônomo. Segundo o STF é 
uma “prerrogativa jurídica de titularidade coletiva”  não significa que 
seja um bem público; 
- corrente adotada: ao dizer que “todos tem direito” crê-se que a CRFB/88 
coloca o homem como protagonista, adotando uma corrente 
antropocêntrica; 
- importante: a tutela do meio ambiente, na visão 
antropocêntrica, busca trazer sadia qualidade de vida ao 
homem; 
- visão antropocêntrica  meio ambiente  instrumento  
satisfação das necessidades humanas; 
- tipos de antropocentrismo: 
- economicocentrismo: bem ambiental é um valor 
da ordem econômica (não adotado pela CRFB/88); 
- antropocentrismo alargado: preservação 
ambiental como garantia da dignidade da pessoa 
humana (CRFB/88); 
- Artigo 225, §1º, inciso VII, CRFB/88  traz exemplo de viés 
biocêntrico na Constituição ao prever a “vedação das práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem 
extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”; 
 
4 A carga de necessidade de adoção de procedimentos protetores aos processos ambientais naturais 
varia de acordo com o grau de desenvolvimento do país que busca implementá-los. 
 7 
 
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- a doutrina fala em antropocentrismo alargado no artigo 225 
da CRFB/88: a Constituição adota então o antropocentrismo 
alargado com algumas normas de viés biocêntrico; 
 Conceito de meio ambiente: 
- conceito trazido pela CRFB/88  estão previstas no artigo 225 da CRFB/88 três 
premissas: 
- bem de uso comum do povo; 
- se é bem, não é sujeito de direito, é objeto da relação jurídica; 
- o uso é limitado pela função socioambiental da propriedade5; 
- essencial à sadia qualidade de vida; 
- meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de 
todo ser humano e permite a concretização da dignidade da pessoa 
humana; 
- direito humano: o direito ao meio ambiente equilibrado é um 
direito humano, fruto de luta dos povos, não admitindo o 
retrocesso. Tal direito é fundamental  corolário do direito à 
vida, não apenas do ponto de vista biológico, mas sim “vida 
digna”. Surge daí então a ideia de um mínimo existencial 
ambiental; 
- direito intergeracional; 
- é um direito das presentes e futuras gerações – as gerações presentes 
tem o dever de garantir às futuras gerações o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado (dever de tutela); 
- conforme afirmado na característica anterior, não é possível o 
retrocesso da evolução dos mecanismos de defesas do meio 
ambiente – vedação do efeito cliquet; 
- solidariedade: seja entre as gerações presentes6, seja entre as 
gerações presente e a geração futura7; 
- consequências jurídicas da adoção do conceito constitucional: 
- construção do conceito in dubio pro natura  existe um direito 
fundamental em jogo (direito das presentes e futuras gerações) assim a 
dúvida deve ser tomada sempre em favor da proteção ambiental (ex.: 
princípio da precaução); 
- inexistência do direito de poluir  inexiste direito adquirido de degradar 
o meio ambiente – neste sentido: vários julgados do STJ; 
- conceito trazido pela lei  previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 
6.938/81) traz a previsão de que (artigo 3º) “meio ambiente é o conjunto de 
 
5 Exemplo: área de preservação permanente + reserva legal. 
6 Solidariedade sincrônica. 
7 Solidariedade diacrônica. 
 8 
 
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condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”; 
- trata-se de um conceito abstrato; 
- conceito macro de meio ambiente; 
- conceito de viés biocêntrico; 
- classificação do meio ambiente nos 4 aspectos8 (STF, ADI 3.540/MC) - 
- meio ambiente natural 
- meio ambiente artificial (espaço urbano) 
- meio ambiente cultural 
- meio ambiente do trabalho 
- a classificação se baseia no conceito legal de meio ambiente e também no 
conceito legal de poluição previsto na Lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente; 
- meio ambiente natural: constituído pelos recursos naturais (exemplo: água, ar, 
fauna, flora); 
- composto de: recursos bióticos + recursos abióticos; 
- recurso ambiental VS recurso natural  segundo o professor Édis Milaré 
há uma diferença entre os conceitos, visto que o conceito de meio 
ambiente é mais amplo que o conceito de natureza. O meio ambiente 
abrange os quatro aspectos do meio ambiente; 
- recurso natural = segue a ideia do meio ambiente natural 
(recursos da natureza); 
- recurso ambiental = surge da ideia de meio ambiente 
(engloba o patrimônio cultural, por exemplo); 
- meio ambiente artificial: constituído como produto da interação do homem com o 
meio ambiente natural; 
- constituição: espaço urbano construído pelo homem; 
- fundamento: artigo 182 da CRFB/88 -> cuida da política urbana; 
- regulação legal: Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01); 
- meio ambiente cultural: também é produto da ação humana, mas refere-se à forma 
de viver e ser, incluindo a história e as produções intelectuais: 
- fundamento: artigo 216 da CRFB/88; 
- é constituído pelo patrimônio cultural (bens materiais + bens imateriais); 
- exemplo: obra de arte (material) + capoeira (imaterial); 
- tutela do patrimônio cultural  a CRFB, no §1º do artigo 2016 diz que “o 
poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá 
o patrimônio cultural brasileiro” por meio de: 
 
8 O significado de cada uma dasclassificações de meio ambiente já foram tratados na introdução. 
 9 
 
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- inventário9  tutela através da identificação e descrição do 
bem cultural (catalogação) com suas principais características 
físicas e culturais; 
- registros10  instrumento de tutela do patrimônio cultural 
imaterial (Decreto 3.551/00); 
- vigilância  poder de polícia através do exercício da vigilância 
permanente do bem cultural; 
- tombamento  tratado no Direito Administrativo; 
- desapropriação  tratado no Direito Administrativo; 
- meio ambiente do trabalho/laboral: segundo o artigo 200, inciso VIII da CRFB/88 é 
constituído pelo “complexo máquina-trabalho”, envolvendo o local de trabalho, as 
condições do trabalhar e os equipamentos de proteção; 
- exemplo: luminosidade; conforto térmico; equipamentos de segurança; 
local de trabalho; 
 
 Conceito de poluição (artigo 3º, inciso III da Lei 6.938/81): 
- degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou 
indiretamente: 
- prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
- criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
- afetem desfavoravelmente a biota; 
- afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
- lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos; 
 Movimentos ambientais relevantes: 
- movimento conservacionista: 
- entende a defesa do meio ambiente de forma conciliada com o 
desenvolvimento econômico a demais atividades humanas; 
- movimento preservacionista: 
- tem natureza mais radical e entende o desenvolvimento econômico como 
ameaças à integridade ambiental11; 
- sendo um direito fundamental, o direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é dotado de vários atributos: 
- historicidade: fruto de luta dos povos e conquistado no decorrer da 
história, incidindo a vedação do retrocesso (efeito cliquet); 
 
9 Patrimônio cultural material. 
10 Patrimônio cultural imaterial – exemplo: samba. 
11 A chance de implantação prática de uma filosofia desta ordem é próxima de 0 – rompe, aliás, com a 
premissa da realidade e a possibilidade fática. 
 10 
 
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- universalidade: pertence a todos indistintamente; 
- inalienabilidade: o direito está fora do mercado, não podendo ser 
comercializado; 
- indisponibilidade: tal direito não está na esfera de transação, não 
podendo seu titular “abrir mão” do direito; 
- limitabilidade: tal direito é limitado por outros direitos fundamentais 
(teoria dos limites dos limites – teoria externa); 
- imprescritibilidade: as ações civis buscando a reparação do dano 
ambiental são imprescritíveis (neste sentido: STJ12); 
 
 Força/eficácia do direito ao meio ambiente equilibrado: 
- eficácia dirigente: impõe uma vinculação aos três poderes da República – 
todos os poderes devem agir buscando a defesa de tal direito; 
- eficácia horizontal: tal direito se impõe também nas relações privadas; 
- eficácia integrativa ou irradiante: o direito fundamental ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado orienta a elaboração e aplicação da 
legislação infraconstitucional; 
 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Lei 6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente): 
- questões cobrando pontos da Política Nacional do Meio Ambiente costumam 
aparecer em provas objetivas13; 
- a lei cria um projeto público sistematizado de ações voltadas à proteção ambiental – 
até a sua edição a proteção era pontual e fragmentada, sem espírito sistêmico e coeso; 
- a norma sistematizou o Direito Ambiental: objetivos + princípios + metas + conceitos 
+ responsabilidade civil; 
- a norma ainda criou o SISNAMA -> Sistema Nacional do Meio Ambiente; 
- artigos de importante compreensão da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente: 
- artigo 2º  objetivo geral; 
- embora traga a previsão de “princípios”14, a doutrina entende 
que na verdade existem “metas” a serem realizadas; 
- previsão do artigo: preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, a fim de assegurar 
 
12 Importante que há na Suprema Corte – em sede de RE com Repercussão Geral (RE 654.833) – 
pendência quanto à decisão sobre a imprescritibilidade em tela. A decisão ainda não foi tomada, 
embora até então a doutrina e jurisprudência adotasse a imprescritibilidade. 
13 Exigindo intenso trabalho de memorização e fixação de pontos importantes. Fica sugerido desde já a 
consulta às normas citadas para melhor rendimento no processo de memorização da norma 
regulamentadora do tema a ser cobrado – costuma aparecer nas provas a legislação na forma pura. 
14 A nomenclatura “princípios” é erroneamente utilizada. 
 11 
 
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condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses 
de segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana15; 
- artigo 4º  objetivos específicos; 
- neste ponto há a enumeração de alguns princípios 
reconhecidos pela doutrina; 
- neste artigo são trazidos os princípios do direito ambiental 
(embora se utilize a nomenclatura “objetivos específicos”); 
- artigo 9º  instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente; 
- são vários os instrumentos previstos na legislação, sempre 
buscando garantir que os objetivos da Política Nacional do 
Meio Ambiente sejam alcançados (são ao todo 13 instrumentos 
a ser estudados abaixo); 
 
- princípios16 previstos no artigo 2º da lei -> chamados de metas de ação pela doutrina; 
- inciso I  ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como patrimônio público; 
- inciso II  racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar -> 
os recursos naturais são finitos, devendo haver sustentabilidade (utilização 
do bem sem esgotamento do recurso); 
- inciso III  planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais -> 
toda atividade que utiliza recursos ambientais deve passar pelo controle do 
poder público17; 
- inciso IV  proteção dos ecossistemas com preservação de áreas 
representativas; 
- inciso V  controle e zoneamento de atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras -> a ideia é alocar as atividades em locais que 
guardem compatibilidade e diminuam os danos ambientais; 
- inciso VI  incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso reacional e a proteção dos recursos ambientais -> melhoria da 
qualidade ambiental pela via tecnológica; 
- inciso VII  acompanhamento do estado da qualidade ambiental -> 
gestão ambiental adequada; 
- inciso VIII  recuperação de áreas degradadas -> garantindo a sadia 
qualidade de vida; 
 
15 Parece a primeira previsão da dignidade da pessoa humana no ordenamento jurídico brasileiro – 
ponto importante a ser observado em uma prova discursiva ou oral. 
16 O nome “princípios” é utilizado pela lei – embora a doutrina entenda que se trate na verdade de 
“metas de ação”. 
17 Exemplos de controle: Estudo Prévio de Impacto Ambiental + Licenciamento Ambiental. 
 12 
 
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- inciso IX  proteção de áreas ameaçadas de degradação -> caráter 
preventivo;- inciso X  educação ambiental a todos os níveis de ensino -> traduz 
concretização do princípio da educação ambiental; 
-> princípios estabelecidos no artigo 4º da lei -> chamados pela lei de “objetivos 
específicos”: 
- compatibilização do desenvolvimento econômico social com a 
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico -> 
princípio do desenvolvimento sustentável; 
- definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à 
quantidade e ao equilíbrio ecológico -> espaços ambientais especialmente 
protegidos; 
- estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de 
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais -> princípio do 
manejo; 
- desenvolvimento de pesquisas e tecnologias nacionais orientados para o 
uso racional de recursos ambientais; 
- difusão de tecnologias de manejo ao meio ambiente com menores danos; 
- preservação e restauração dos recursos ambientais buscando a utilização 
racional; 
- imposição ao poluidor da obrigação de recuperar e indenizar os danos 
causados e ao usuário de contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos; 
-> instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (previstos no artigo 9º da lei): 
- padrão de qualidade ambiental: fixados pelo poder público – como o 
controle da poluição do ar, poluição sonora – é normalmente realizado por 
meio de Resoluções do CONAMA (órgão federal) – não impeditivo da 
atuação do Estado e Município estabelecendo padrões; 
- zoneamento ambiental: regulamentado pelo Decreto 4.297/02 e também 
é conhecido como zoneamento ecológico econômico (ZEE) buscando 
regular o uso e ocupação do solo com a divisão ambientalmente adequada 
das atividades econômicas; 
- avaliação de impacto ambiental: esta avaliação é um gênero, abrangendo 
todos os estudos de impacto ambiental. Existem algumas espécies: 
- Estudo Prévio de Impacto Ambiental; 
- Relatório de Viabilidade Ambiental; 
- Estudo de Impacto de Vizinhança; 
Observação: a Avaliação Ambiental Estratégica é aplicável nas 
hipóteses de políticas, planos e programas, destinando-se à 
avaliação de vários empreendimentos em conjunto; 
 13 
 
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- licenciamento e revisão de atividades poluidoras: trata-se de 
instrumento de controle do poder público de atividades que utilizarão 
recursos ambientais (poluição e dano potencial no uso); 
- incentivos a tecnologias voltadas para melhoria da qualidade ambiental: 
um dos exemplos é a certificação de empresas em função da 
responsabilidade ambiental no processo produtivo ou do emprego de 
tecnologias limpas; 
- espaços territoriais especialmente protegidos: há vários pontos a serem 
abordados no estudo da Lei 9.985/00 (Lei do Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação)18; 
- sistema nacional de informações sobre o meio ambiente: o SINIMA é 
uma base de dados de âmbito federal previsto no Decreto 99.274/90; 
- cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa do meio 
ambiente: é voltado para profissionais que se dedicam aos estudos 
ambientais, à consultoria e à venda de equipamentos de controle 
ambiental; 
- aplicações de sanções ao descumprimento de deveres ambientais: 
exercício de poder de polícia ambiental como instrumento de repreensão 
das condutas lesivas ao meio ambiente; 
- tríplice responsabilização = administrativa + penal + civil; 
- responsabilidade penal da pessoa jurídica: há doutrina 
minoritária entendendo que não cabe a responsabilização 
penal da pessoa jurídica no Brasil; 
- a Lei 9.605/98 e a jurisprudência permitem a 
responsabilização penal das pessoas jurídicas pela prática de 
crimes ambientais; 
- teoria da dupla imputação19: adotada pelo STJ por muito 
tempo, atualmente dispensada pelo STF e também pelo STJ; 
- relatório de qualidade ambiental: até hoje não foi implementado; 
- garantia de informações sobre o meio ambiente: há obrigação do poder 
público em produzir as informações quando elas forem inexistentes – 
deriva do direito de acesso à informação; 
- cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras: 
cadastro voltado às atividades potencialmente poluidoras ou que venham 
a consumir recursos ambientais – exercício do poder de polícia com a 
cobrança pelo IBAMA de uma taxa de controle; 
- instrumentos econômicos: exemplos de instrumentos econômicos são a 
concessão ambiental, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. São 
na verdade incentivos de proteção ambiental20; 
 
18 Há previsão constitucional de criação de espaços ambientais especialmente protegidos. 
19 Necessidade de imputar a conduta a uma pessoa física – ao imputá-la à pessoa jurídica. 
 14 
 
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 SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente): 
- é um órgão de todos os níveis voltado para a proteção ambiental (todos os entes 
participam do sistema); 
- há identificação na lei do órgão federal, ocorre que o órgão estadual e municipal não 
é detalhado, ficando regulamentado (inclusive a nomenclatura) pela lei de cada ente; 
- conceito: é o conjunto de órgãos e instituição que, nos níveis federal, estadual e 
municipal serão encarregados de proteção ao meio ambiente; 
- finalidade: estabelecer uma rede de agências governamentais nos diversos níveis da 
Federação visando assegurar mecanismos capazes de implementar a Política Nacional 
do Meio Ambiente; 
- composição: 
- órgãos federais: 
 Conselho de Governo -> órgão superior -> assessora o 
Presidente da República; 
 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) -> órgão 
consultivo e deliberativo -> poder regulamentar no âmbito 
federal; 
 Ministério do Meio Ambiente21 -> órgão central -> coordena 
e supervisiona; 
 Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) -> órgão 
executor -> executar a política e diretrizes governamentais22; 
 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(ICMBio) -> órgão executor -> atuação voltadas às Unidades de 
Conservação federais; 
- órgãos estaduais: 
 órgãos seccionais -> responsáveis pela execução de 
programas e projetos e pelo controle e fiscalização de 
atividades capazes de provocar degradação ambiental; 
- órgãos municipais: 
 órgãos locais -> responsáveis pelo controle e fiscalização das 
atividades dentro de suas circunscrições; 
- o SISNAMA não tem personalidade jurídica: as atribuições são dos órgãos, entidades 
e instituições que o integram; 
- o CONAMA é o órgão mais atuante do SISNAMA; 
 
 
20 A proteção do meio ambiente como um fim em si mesmo é rodeada de romantismo em uma atitude 
puramente folclórica. O uso de instrumentos econômicos para adequação dos interesses no exercício de 
atividades potencialmente poluidoras é essencial. 
21 Não existe mais a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República. 
22 Atua diretamente no licenciamento ambiental. 
 15 
 
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PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 
 Introdução: 
- o estudo dos princípios ambientais é de suma importância para compreensão deste 
ramo do Direito; 
- não há uma uniformidade em relação aos princípios de Direito Ambiental – muitas 
vezes a distinção se dá em relação à existência do princípio, ao conteúdo e à própria 
nomenclatura; 
- há algumas normas que trazema previsão de alguns princípios 23 no Direito 
Ambiental; 
- é importante o conhecimento do conteúdo dos princípios elencados como espinhas 
dorsais do Direito Ambiental; 
 
 Princípio do desenvolvimento sustentável: 
- o princípio busca conciliar duas ideias fundamentais: desenvolvimento econômico + 
preservação ambiental; 
- a ideia central do princípio é privilegiar o desenvolvimento de forma a preservar o 
meio ambiente para as presentes e futuras gerações; 
- premissas: 
- as necessidades humanas são ilimitadas; 
- os recursos naturais são finitos; 
- desenvolvimento e progresso são direitos fundamentais do homem; 
- necessidades humanas ilimitadas VS recursos naturais limitados - 
 
 
23 Exemplo: Lei 11.428/06 (Lei do Bioma da Mata Atlântica)  traz previsão expressa dos princípios da 
precaução, prevenção, equidade intergeracional, entre outros. A Lei 12.305/10 (Lei da Política Nacional 
dos Resíduos Sólidos)  traz previsão expressa dos princípios do poluidor-pagador, desenvolvimento 
sustentável, protetor-recebedor. 
 16 
 
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- objetivo do princípio: compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a 
preservação ambiental – a ideia é garantir desenvolvimento econômico com 
preservação do meio ambiente (aumentando assim a qualidade de vida); 
 
- princípio informador da ordem econômica: a defesa do meio ambiente é um 
princípio informador da ordem econômica nos termos do artigo 170, inciso VI da 
CRFB/88; 
- tripé do desenvolvimento sustentável  
É baseado em um tripé (três fatores): 
- preservação ambiental; 
- crescimento econômico; 
- equidade social24; 
- conceito: o Relatório Brundtland (1.987) definiu o desenvolvimento sustentável como 
“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer as 
gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades”; 
- a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81 – artigo 4º, 
inciso I) trouxe a previsão de que ele se refere à “compatibilização do 
desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do 
meio ambiente e do equilíbrio ecológico”; 
- a Declaração do Rio (92) trouxe a previsão de que “os seres humanos 
estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável, 
tendo direito a uma vida saudável produtiva e em harmonia com a 
natureza”. Ainda segundo a declaração “para alcançar o desenvolvimento 
 
24 Método mnemônico = PEC  preservação + equidade + crescimento. 
 17 
 
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sustentável a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo 
de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste”; 
- princípio do desenvolvimento sustentável [na prática]: embora seja fácil propor (em 
abstrato) a compatibilização do desenvolvimento econômico com a preservação 
ambiental, na prática muitas colisões surgem da tentativa de conciliação destes dois 
ideais aparentemente contraditórios; 
DIREITO FUNDAMENTAL AO 
DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO 
VS 
DIREITO FUNDAMENTAL À 
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 
 Pergunta: Os proveitos econômicos justificam os danos ambientais? 
Exemplo comum e complexo: construção de uma hidrelétrica; 
Resposta: somente no caso concreto (fundamentando-se em estudos e em 
análises muito variáveis) pode ser realizada a compatibilização dos valores 
em jogo; 
- previsão constitucional: o artigo 225, caput, da CRFB/88 deve ser interpretado em 
conjunto com o artigo 170, incisos VI e VII da mesma Carta Constitucional; 
- o artigo 170 da CRFB/88 traz os princípios da ordem econômica e prevê 
entre eles a defesa do meio ambiental e a redução das desigualdades 
regionais e sociais; 
- conjugando os princípios, deve haver desenvolvimento econômico, 
defesa do meio ambiental e redução das desigualdades sociais; 
- acepção social do princípio do desenvolvimento sustentável 
= justa repartição das riquezas; 
- composição atual do desenvolvimento 
sustentável - 
- questão econômica - 
- questão ambiental - 
- questão social - 
 
 18 
 
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- Lei 13.186/15 – Política de Educação para o Consumo Sustentável  
busca a adoção de práticas de consumo e técnicas de produção 
ecologicamente sustentáveis; 
- consumo sustentável: uso de recursos naturais de forma a 
proporcionar a qualidade de vida para a geração presente sem 
comprometer as necessidades das gerações futuras; 
- julgado importante do STF sobre a importação de pneus usados: na ADI 3.540 o STF 
considerou constitucional a norma que vedava a importação de pneus usados no Brasil 
tendo em vista que tal atividade econômica não se justifica frente a uma série de 
princípios de Direito Ambiental; 
- segundo a Corte deveria prevalecer “o princípio do desenvolvimento 
sustentável como fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências 
da economia e as da ecologia”. Ainda continua afirmando que “além de 
impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte 
legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado 
brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as 
exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a 
invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre 
valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja 
observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos 
mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio 
ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a 
ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações”; 
- resultado do julgamento: plena validade constitucional dos atos 
normativos que vedaram a importação pelo Brasil de pneus usados 
destinados à reciclagem; 
- o princípio do desenvolvimento sustentável tem um conteúdo denso, sempre se 
baseando no tripé acima explicado – sendo, infelizmente, muitas vezes, um princípio 
que gera muitos problemas de aplicação prática (dificuldade de conciliação de ideais 
aparentemente antagônicos); 
25 
 
 
 
 
25 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
 19 
 
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 Princípio do usuário-pagador: 
- tal princípio se refere aos casos em que determinados cidadãos, ainda que 
autorizados pelo poder público (agindo licitamente), se apropriam de recursos naturais 
que, na essência, são de todos. O particular então deve compensar a sociedade em 
razão desta apropriação; 
- exemplo: utilização de água por alguém na sua residência - 
Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins26: 
 
- os responsáveis por implantação de atividades potencialmente poluidoras, ao realizar 
o EIA/RIMA devem propor a compensação prevista na Lei do SNUC (Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação), sendo esta uma compensação voltada exclusivamente 
ao fortalecimento das unidades de conservação  a sociedade deve ser compensada 
pela utilização do recurso por um particular (compensação de até 0,5% do valor do 
investimento27); 
- ideiacentral do princípio: quem utiliza um recurso ambiental pode ser obrigado a 
pagar pelo seu uso; 
- tônica do princípio: princípio do usuário pagador  compensação; 
- concepção de usuário: é aquele que utiliza um recurso ambiental e não causa 
degradação; 
- poluidor: é quem direta ou indiretamente causa degradação; 
- fundamento do princípio: quem utilizada o bem de uso comum deve arcar com os 
custos para a contínua utilização deste bem; 
- previsão legal: artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81; 
 
26 Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/ 
27 Lembrando que a previsão legal expressa de valor mínimo foi considerada inconstitucional pelo STF. 
https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/
 20 
 
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- a Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição ao usuário da 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos; 
- objetivos da cobrança: 
- racionalizar o uso do recurso natural – que é finito; 
- caráter educativo; 
- quantificação do recurso; 
- arrecadação de recursos financeiros para serem destinados à preservação 
daquele recurso natural; 
- evitar o “custo zero”; 
- impedir o uso abusivo; 
- exemplos de previsão legal de cobrança: o artigo 19 da Lei 9.433/97 
prevê a possibilidade de cobrança do uso de recursos hídricos com o 
objetivo de reconhecer a água como bem econômico, incentivar a 
racionalização do seu uso e obter recursos financeiros para o 
financiamento de programas buscando a conservação do meio ambiente; 
 
 Princípio do poluidor-pagador: 
- ideia central do princípio  traz a regra de que as medidas de prevenção, mitigação, 
controle, recuperação e compensação de impactos e danos ambientais devem ser 
suportados pelo titular da atividade. A lógica é de que a atividade potencialmente 
poluidora gera danos a todos, razão pela qual quem está usufruindo da atividade deve 
arcar com os custos ambientais potenciais da citada atividade; 
- resumo: as externalidades negativas (sofridas por todos) devem ser 
internalizadas pela atividade do poluidor nos custos de produção – sob 
pena de injusta repartição de ônus e bônus (poluidor com bônus – 
sociedade em geral com o ônus28); 
Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins29: 
 
28 Privatização de lucros com socialização de prejuízos. 
29 Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/ 
https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/
 21 
 
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- exemplo: fábrica que foi instalada nas imediações de uma comunidade 
emitindo poluentes no ar e causando prejuízos em outros 
empreendimentos – a indústria deve arcar com os custos para implantação 
das medidas de contenção dos impactos por ela ocasionados; 
- STF, ADI 3.378/08: segundo o referido julgado “o artigo 36 da Lei 9.985/2000 
densifica o princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção 
partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade 
econômica”; 
- críticas  ao que parece tal artigo traz na verdade o princípio do 
poluidor-pagador – a única forma de aceitar a correção de tal julgado é 
entender o princípio do usuário-pagador de forma ampla, englobando 
também o princípio do poluidor-pagador (o poluidor seria uma espécie de 
“usuário negativamente qualificado”); 
- poluidor = usuário qualificado = usuário qualificado pelo resultado; 
- conceito legal de poluidor: segundo o artigo 3º, inciso IV da Lei 6.938/81 “poluidor é 
a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou 
indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental”; 
 pessoa física + pessoa jurídica (direito público + direito privado)  
diretamente + indiretamente  degradação ambiental; 
- responsabilidade do poluidor: o poluidor deve arcar com os custos sociais que sua 
atividade impactante causar ou puder causar (externalidades negativas); 
- é transferido ao poluidor o dever de reduzir os impactos ambientais aos 
níveis considerados aceitáveis pelo poder público; 
- direito de poluir: não existe no direito brasileiro o direito de poluir – o princípio não é 
do “pagador-poluidor”; 
- o princípio é voltado para a ideia de prevenção – evitar o dano ambiental; 
- há um dever de adequação da atividade de forma a se gerar a menor 
quantidade de danos ambientais possível; 
 22 
 
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- fundamento: a ideia oriunda do dever de solidariedade intergeracional fundamenta o 
princípio – a garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes 
e futuras gerações é um dever de todo nós; 
- princípio da solidariedade intergeracional  decorre da ideia de que as 
presentes gerações devem ser capazes de se sustentarem ou de suprirem 
as suas necessidades sem que isso comprometa a sobrevivência e 
exigências das relações futuras; 
- responsabilidade ambiental constitucional: nos termos do artigo 225, §3º da CRFB/88 
“as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independente da obrigação de 
reparar os danos causados”; 
- responsabilidade ambiental legal30: o artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81 vai trazer a 
regra de que a Política Nacional do Meio Ambiente visará “a imposição ao poluidor e 
ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados”; 
- exemplos importantes da aplicação do princípio: 
- instalação de filtros em uma empresa; 
- sistema de logística reversa (artigo 33 da Lei 10.305/1031); 
- vertentes do princípio: 
- vertente preventiva  evitar o dano – minimizar os danos e impactos 
ambientais; 
- vertente reparatória  restauração e reparação do dano causado; 
32 
Observação: atualmente a vertente reparatória tem sido encarada dentro 
do princípio da responsabilidade, da responsabilização ou da reparação 
integral; 
 
 
 
30 Há disposições semelhantes em outros diplomas legislativos que tratam da tutela do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
31 Há obrigação de implantação de sistema de logística reversa para o retorno dos produtos após o uso 
pelo consumidor para alguns produtos específicos – podemos citar como exemplo os agrotóxicos, pilhas 
e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletroeletrônicos. 
32 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
 23 
 
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 Princípio da prevenção: 
- a lógica inerente ao princípio é de que sendo conhecidos os impactos de 
determinadas atividades, deve-se agir de forma a preveni-los, mitiga-los, controlá-los e 
evitá-los. Tal princípio é aplicado em impactos conhecidos – a ciência tem 
conhecimento dos impactos decorrentes de determinadas atividades econômicas; 
33 
- o princípio estabelece o dever de prevenção aos impactos ambientais, visto que tais 
impactos são irreversíveis ou reversíveis há longo prazo – busca então evitara 
ocorrência do dano; 
- prevenção  agir de forma antecipada  aquilo que se conhece  certeza 
científica; 
- fundamento constitucional: está previsto no artigo 225 da CRFB/88 ao prever o dever 
de defesa para as presentes e futuras gerações; 
- instrumentos do princípio da prevenção: 
- licenciamento ambiental + EIA/RIMA - 
- por meio do licenciamento ambiental34 se busca mitigar ou controlar os 
possíveis impactos ao meio ambiente em função da atividade que se busca 
realizar. Tal procedimento é composto de vários estudos (EIA/RIMA35) que 
buscam verificar vários aspectos, dentre eles a busca por método menos 
agressivo ao meio ambiente, criação de mecanismos de controle e 
fiscalização, análise de métodos alternativos de exploração e viabilidade 
ambiental e econômica do empreendimento; 
- o processo de licenciamento ambiental pode ser: municipal + estadual + 
federal  nos termos da Lei Complementar 140; 
- a competência para FISCALIZAR e multar é distinta da competência para 
LICENCIAR  qualquer uma das três esferas federativas podem exercer 
atividade fiscalizatória e outras atividades buscando conter o dano; 
 
33 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
34 Procedimento administrativo ordenado que busca atingir o fim público de proteção ao meio ambiente 
e analisar a viabilidade de determinadas atividades, juntamente com as medidas de mitigação e 
controle. 
35 O licenciamento ambiental é a principal expressão, no ordenamento jurídico nacional, do princípio 
da prevenção. O próprio empreendedor é o responsável pela elaboração do EIA/RIMA para subsidiar o 
processo de licenciamento ambiental – o poder público verifica apenas a adequação do estudo. Está 
previsto no artigo 2º da Resolução CONAMA nº 01/86. 
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
 24 
 
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- pluralidade de autos de infração  LC 140/11  prevalece o auto de 
infração realizado pelo órgão licenciador36; 
- lembre-se: prevenção = impactos ambientais cientificamente conhecidos; 
 
 Princípio da Precaução: 
- trabalha com uma ideia de incerteza científica (dúvida); 
- origem da incerteza: informação científica insuficiente + informação científica 
inconclusiva + informação científica incerta; 
- com potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana; 
- é necessário: insuficiência científica da informação + perigo potencial; 
- neste princípio os impactos ambientais ainda não são conhecidos de forma 
satisfatória pela ciência, pairando a dúvida sobre o risco da atividade. Segundo o 
professor, havendo dúvida deve ser adotada a interpretação “pro natureza”; 
- aplicação do princípio in dubio pro natura; 
- a certeza sobre os impactos de uma determinada atividade não necessariamente 
existe; 
- parâmetros da medida a ser adotada (dúvida em favor do meio ambiente): 
- proporcionalidade em relação ao risco da interdição à informação; 
- coerência com as medidas já tomadas em situações similares; 
- precariedade, tendo em vista a possibilidade de nova análise; 
- segundo tal princípio, a ausência de certeza científica não poderá ser utilizada como 
justificativa para impor o adiamento de medidas que devem ser tomadas buscando 
evitar os impactos ambientais possíveis; 
- a dúvida deve militar em prol da saúde e da defesa do meio ambiente; 
- a incerteza não impede a ação buscando evitar, neutralizar e conter determinados 
danos – mesmo que potenciais; 
37 
- o princípio da precaução induz a uma presunção de nexo de causalidade 
– presume-se que de determinadas atividades decorrem determinados 
 
36 Lembrando que há tríplice responsabilização: cível + penal + administrativa. 
37 Imagem retirada de: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
 25 
 
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impactos, cabendo ao titular da atividade afastar tal presunção – há 
verdadeira inversão do ônus da prova38 quanto ao risco da atividade; 
- Súmula 618 do STJ: a inversão do ônus da prova se aplica em matéria 
ambiental; 
- fundamento constitucional implícito: artigo 225, §1º, inciso V  ao prever que cabe 
ao poder público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
- previsão legal implícita: 
- artigo 54, §3º da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais); 
- previsão legal explícita: 
- artigo 1º da Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança); 
- artigo 6º, parágrafo único da Lei 11.428/06 (Lei do Bioma Mata Atlântica); 
- quadro comparativo – prevenção VS precaução: 
Princípio da Prevenção Princípio da Precaução 
- é possível prever os danos 
ambientais; 
- não é possível prever os danos 
ambientais; 
- risco conhecido; - risco desconhecido; 
- exemplo de aplicação do princípio da precaução no STJ: 
- instalação de antes de telefonia móvel (STJ, REsp. 1.344.363/GO): em 
matéria de meio ambiente, as decisões judiciais devem privilegiar os 
princípios da precaução e da prevenção com o objetivo de evitar os danos 
acarretados pela emissão de radiação a partir das estações rádio-base 
(ERB´s) instaladas ou a serem edificadas, sem prévia licença municipal; 
 
 Princípio do protetor-recebedor: 
- aquele que protege o recurso natural para além do que determina a lei tem o direito 
de ser recompensado pela sua atitude39 – que busca o bem comum; 
- princípio do protetor recebedor  tônica  recompensa; 
- forma classicamente estabelecida para a recompensa  PSA40; 
 - é necessária a realização de um trabalho de criação de interesse econômico para 
demonstrar que quem respeita o meio ambiente deve ter alguns benefícios financeiros 
– a correta implantação desta estratégia é essencial para o sucesso da política de 
proteção do meio ambiente; 
 
38 Transfere ao empreendedor o dever de provar que a sua atividade não causa danos ao meio ambiente 
– neste sentido: STJ, RESp. 1.060.753/SP. Crítica: deve haver cuidado na exigência desta prova a ser 
produzida pelo empreendedor, sob pena de se criar a necessidade de comprovação de algo impossível 
(prova diabólica). 
39 Com benefícios econômicos e fiscais. 
40 Pagamento por serviços ambientais. 
 26 
 
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- previsão legal: 
- previsto expressamente no artigo 6º, inciso II da Lei 12.305/10 (Lei da 
Política Nacional dos Resíduos Sólidos); 
- Código Florestal (Lei 12.641/12): traz no artigo 41 o programa de apoio e 
incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente; 
- ICMS ecológico: mecanismo voltado para os Municípios buscando o 
incentivo na criação de áreas protegidas de forma a aumentar a 
arrecadação; 
- isenção do Imposto Territorial Rural: previsto no artigo 10, §1º da Lei 
9.393/96; 
- o princípio demonstra a importância de se premiar as boas práticas e condutas 
ambientais; 
 
 Princípio da informação: 
- é a garantia de acesso a estudos e dados ambientais a todos; 
- só é possível a participação ativa do processo de tomada de decisão se a sociedade 
estiver bem informada. Para isto a sociedade deve ter direito a acessar dados e 
informações em posse do próprio poder público em matéria ambientalpara depois 
externar o ponto de vista; 
- documentos importantes: avaliação de impacto ambiental + pareceres 
técnicos + pareceres jurídicos; 
- direito de petição: é um mecanismo importante de acesso a tais dados; 
- previsão legal: 
- artigo 5º, inciso XXXIII da CRFB/88; 
- artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81; 
- princípio 10 da Declaração do Rio (92); 
- artigo 2º, §1º da Lei 10.650/03; 
- qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de 
interesse específico terá acesso às informações mediante 
requerimento escrito no qual assumirá a obrigação de não utilizar as 
informações colhidas para fins comerciais; 
- artigo 40 da Lei 11.105/05; 
- artigo 6º, inciso X da Lei 12.305/10; 
 
 Princípio da participação ou princípio democrático: 
- a coletividade também tem o dever de preservar e defender o meio ambiente 
(conforme previsto no próprio artigo 225 da CRFB/88); 
- a defesa do meio ambiente deve ser realizada pelo poder público e pela coletividade 
em conjunto; 
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- defende a participação ativa da coletividade no processo de tomada de decisão 
relativa ás políticas públicas ambientais (formas de participação popular): 
- âmbito legislativo: projeto de lei de iniciativa popular + plesbicito + 
referendo; 
- âmbito executivo: participação em conselhos de política ambiental 
(paritários) + participação em audiência pública41; 
- âmbito judicial: ação popular + ação civil pública; 
- direito à informação: é um pressuposto para que a coletividade possa participar da 
defesa do meio ambiente; 
- fundamento constitucional: artigo 225 da CRFB/88; 
 
 Princípio da educação ambiental: 
- previsto no artigo 225, §1º, inciso VI da CRFB/88, traz a regra de que cabe ao poder 
público prover educação ambiental para que as pessoas estejam bem informadas e 
possam desincumbir da sua obrigação de defender e preservar o meio ambiente para 
as presentes e futuras gerações; 
- estabelece ao poder público dois mandamentos: 
- garantir educação ambiental em todos os níveis de ensino; 
- conscientizar a população sobre a necessidade de preservação do meio 
ambiente; 
- Política Nacional de Educação Ambiental: estabelecida pela Lei 9.798/99; 
- artigo 10, §1º: não exige a implantação de uma matéria específica – 
exigindo uma prática integrada, contínua e permanente de educação 
ambiental; 
- há uma previsão que pode ser utilizada como fundamentadora do princípio da Lei de 
Política Nacional do Meio Ambiente (artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81); 
 
Princípio do direito humano fundamental42: 
- também é conhecido como princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como 
direito fundamental da pessoa humana; 
- falar de meio ambiente ecologicamente equilibrado é falar de uma garantia 
fundamental de todos os seres humanos; 
- objeto de tutela: sadia qualidade de vida – não há tutela apenas da vida, mas de uma 
qualidade de vida agradável (que depende de um meio ambiente ecologicamente 
equilibrado); 
 
41 Não basta a participação formal, devendo as manifestações ser levadas em conta no processo de 
tomada de decisão. 
42 Previsto no artigo 225, caput, da CRFB/88 – não há nenhum problema em prever direitos e garantias 
fundamentais fora do artigo 5º da CRFB/88 (o rol deste artigo é meramente exemplificativo). 
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- artigo 225, caput da CRFB/88: o meio ambiente ecologicamente equilibrado é 
essencial à sadia qualidade de vida; 
- vida digna <-> meio ambiente ecologicamente equilibrado - 
 
 Princípio da cooperação: 
- cooperar = agir em conjunto; 
- os impactos ambientais ultrapassam a ideia territorial – por isso a necessidade de 
ação conjunta para preservação do meio ambiente; 
- fundamento constitucional: o artigo 4º, inciso IX da CRFB/88 traz a regra de que “a 
República Federativa do Brasil refere-se nas suas relações internacionais pelo princípio 
da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”; 
- previsão legal: o artigo 77 da Lei 9.605/98 traz a regra da “necessária cooperação a 
outro país”; 
- óticas de aplicação: 
- aplicação externa  cooperação entre o Brasil e outros países; 
- aplicação interna  competência material comum dos entes federativos 
para promover a preservação ambiental (federalismo cooperativo); 
- também conhecido como princípio da cooperação entre os povos, afirma que todas 
as nações devem conjugar esforços no sentido de preservar o meio ambiente. Tal 
princípio deve ser aplicado principalmente em questões fronteiriças (ex.: a Amazônia 
vai além das fronteiras brasileiras); 
- outro fator importante é o caráter global dos processos de interações ambientais – 
dificilmente possíveis de serem vistos de forma local (isoladamente); 
- pelo princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada as nações que pela 
sua forma ou estruturação impactam mais o meio ambiente devem, via de 
consequência, arcar com os maiores ônus para a sua preservação (quem explora mais 
arca com maiores ônus); 
 
 Princípio do limite ou controle: 
- ideia central: o Poder Público vai estabelecer o padrão ambiental compatível com o 
meio ambiente equilibrado – estabelecimentos de limites daquilo que se considera 
socialmente tolerável; 
- previsão constitucional: previsto no artigo 225, §1º, inciso V da CRFB/88, sendo 
imposto ao poder público o controle da produção, comercialização e emprego de 
técnica, métodos e substâncias que importem em risco para a vida, qualidade de vida e 
meio ambiente; 
- melhor tecnologia disponível: tal princípio traz a regra de que devem ser 
sempre implantada, nos empreendimentos, tecnologias que causem 
menores danos ao meio ambiente, mesmo que a implantação de tais 
tecnologias sejam mais onerosas ao empreendedor; 
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- há importantes Resoluções do CONAMA fazendo esta função em âmbito federal: 
fixando padrões para a água, para a emissão de ruídos e de gases poluentes; 
 
 Princípio da solidariedade intergeracional43 ou equidade: 
- conteúdo: estabelece o dever de preservação e defesa do meio ambiente para as 
presentes e futuras gerações, além do dever de utilização dos recursos naturais de 
forma a permitir o uso adequado destes recursos pelas futuras gerações; 
- tipos de solidariedade: 
- solidariedade sincrônica  entre as gerações presentes; 
- solidariedade diacrônica  entre a presente e as futuras gerações; 
- fundamento constitucional: o artigo 225, caput da CRFB/88 faz referência expressa às 
“presentes e futuras gerações”; 
 
 Princípio da função socioambiental da propriedade: 
- superando a lógica patrimonialista e individualista, tal princípio é decorrência lógica 
da função social da propriedade em matéria ambiental. Segundo tal princípio, não 
basta o exercício da propriedade de forma a não agredir o meio ambiente (dimensão 
negativa). Também é preciso que o uso da propriedade se dê de forma a proteger o 
meio ambiente (dimensão positiva); 
- dimensão negativa  não causar danos ambientais; 
- dimensão positiva  preservar o meio ambiente; 
- é a função social da propriedade com um viés ambiental – acrescenta-se o viés de 
equilíbrio e tutela ambiental; 
- conteúdo: exige o dever de exercer o direito de propriedade respeitando o bem-estar 
da coletividade e o meio ambiente; 
- função social + defesa ambiental = função socioambiental - 
- previsão constitucional: 
- artigo 5º,incisos XXII e XXIII da CRFB/88; 
- artigo 170, inciso III da CRFB/88; 
- artigo 182, §2º da CRFB/88  função social da propriedade urbana; 
- artigo 186 da CRFB/88  função social da propriedade rural44; 
- importante: lembrar que a função social da propriedade na cidade está fortemente 
ligada às ideias de cumprimento das normas previstas no plano diretor; 
- artigo 1.228, §1º do Código Civil: o direito de propriedade deve ser exercido em consonância 
com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, fauna, as belezas naturais, o 
 
43 Entre gerações. 
44 Requisito do inciso II: utilização adequada aos recursos naturais disponíveis e à preservação do meio 
ambiente. 
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equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e 
das águas; 
- exemplos: área de preservação permanente (APP) + reserva legal45 (RL); 
- julgado importante do STJ sobre o tema: 
- STJ, REsp. 1.240.122: inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização 
das potencialidades econômicas de imóvel, pois antes até da promulgação 
da Constituição vigente o legislador já cuidava de impor algumas restrições 
ao uso da propriedade com o escopo de preservar o meio ambiente, tarefa 
essa que, no regime constitucional de 1.988, fundamenta-se na função 
ecológica do domínio e posse; 
 
 Princípio da obrigatoriedade da atuação estatal: 
- também conhecido como princípio da natureza pública da proteção ambiental; 
- conteúdo: cria um dever ao Poder Público de defender e preservar o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações; 
- a CRFB/88 impõe ao poder público o dever de defender e preservar o 
meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Tal imposição 
caracteriza o princípio da obrigatoriedade ou da natureza pública da 
proteção. A norma constitucional determina ao poder público a adoção de 
diversas medidas para a proteção do meio ambiente; 
- exemplo de medidas constitucionalmente impostas: define 
em todas as unidades da federação espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo 
alteração e supressão permitida apenas através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos 
atributos que justificam a sua proteção (artigo 225, §1º da 
CRFB/88)  espações territoriais especialmente protegidos 
(Área de Preservação Permanente + Reserva Legal + Unidade de 
Conservação); 
 
 Princípio da ubiquidade: 
- todas as decisões e medidas tomadas possuem reflexos ambientais – assim as 
questões ambientais devem ser levadas em conta ao tomar decisões em políticas 
públicas; 
- conteúdo: a proteção do meio ambiente deve ser levada em consideração sempre 
que uma medida social for desenvolvida; 
- toda medida de caráter social deve ser analisada no que tange aos efeitos 
ambientais; 
- os efeitos ambientais são indissociáveis das medidas e decisões sociais tomadas; 
 
45 Regra geral: 20% de reserva legal na propriedade. Exceção: Amazônia Legal – vai variar de acordo 
com o bioma (floresta = 80% / cerrado = 35% / demais biomas = 20%). 
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 Princípio da vedação ao retrocesso46: 
- conteúdo: princípio voltado principalmente ao Poder Legislativo, buscando impedir a 
diminuição de padrões de proteção ambiental; 
- fundamento: o direito ao meio ambiente equilibrado é um bem fundamental de 
todos nós; 
- sendo o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado uma 
conquista histórica, tal direito não pode ser interpretado de forma a 
retroceder a situações anteriores, depreciando seu espectro de atuação. 
Segundo o princípio, a proteção deve ser cada vez mais complexa e 
eficiente; 
- Novo Código Florestal: surgiu questionamentos sustentando que o novo diploma 
legislativo representaria um retrocesso na proteção ambiental – o entendimento dos 
tribunais se sedimentou em sentido contrário47; 
- julgado importante sobre o tema: 
- STJ, REsp. 302.906: o exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições 
urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar o ato jurídico 
perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no 
Direito Urbanístico, como no Direito Ambiental, é decorrência da crescente 
escassez de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida nas cidades. 
Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não-regressão (ou por outra 
terminologia, princípio da proibição de retrocesso), garantia de que os 
avanços urbanísticos-ambientais conquistados no passado não serão 
diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes; 
 
TUTELA DO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUÇÃO FEDERAL DE 1.988 
 Referências ao meio ambiente na Constituição Federal: 
- artigo 5º, inciso LXXII: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise anular ato lesivo ao meio ambiente; 
- artigo 23, inciso VI: é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de 
suas formas; 
- artigo 24, incisos VI e VIII: é competência concorrente da União, Estados e Distrito 
Federal em legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, 
 
46 Vejo entraves de cunho político-filosófico ao princípio citado: se adotado de maneira rígida ele acaba 
por impedir a ação legislativa e o poder do povo em decidir, por meio dos seus representantes, a 
estratégia que ele mais entende pertinente para o seu bem estar – conjugando defesa ambiental e 
desenvolvimento econômico. O que deve se impedir é a agressão ao desenvolvimento sustentável – não 
a diminuição de proteção legislativa de um padrão ambiental específico. 
47 Interessante observar – ao estudar o Código Florestal – a posição do STF em relação a 
(in)constitucionalidade de alguns pontos específicos da legislação. 
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defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da 
poluição, além de também legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente; 
- artigo 129, inciso III: é função institucional do Ministério Público promover o 
inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do 
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
- artigo 170, inciso VI: a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observado o princípio da defesa do meio ambiente, 
inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental de 
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
- artigo 186, inciso II: a função social é cumprida quando a propriedade rural atende ao 
requisito da utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do 
meio ambiente – dentre outros requisitos; 
- artigo 200, inciso VIII: ao Sistema Único de Saúde compete colaborar na proteção do 
meio ambiente, nele compreendido o meio ambiente do trabalho; 
- artigo 220, §3º, inciso II: a manifestação de pensamento não pode sofrer restrição, 
competindo à lei federal estabelecer os meios legais que garantamà pessoa e à família 
a possibilidade de se defenderem de práticas e serviços que possam ser nocivos à 
saúde e ao meio ambiente; 
 
  Análise específica do artigo 225 da Constituição Federal: 
- o artigo 225 da CRFB/88 faz parte do capítulo que trata do meio ambiente; 
- a estrutura do artigo é a seguinte: 
- caput: norma-matriz; 
- §1º: atribuições do poder público; 
- §2º ao §7º: determinações relacionadas a objetos e setores específicos; 
- artigo 225, caput, CRFB/88: 
- todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações; 
- “todos tem direito”: refere-se aos brasileiros natos, naturalizados e 
estrangeiros residentes no país. Consagra-se um direito oponível contra 
todos; 
- “meio ambiente ecologicamente equilibrado”: trata-se de um meio 
ambiente salubre, sem poluição. É um direito fundamental do homem, 
sendo então indisponível (direito fundamental de 3ª geração/dimensão); 
- conceito macro de bem ambiental: conjunto de condições de 
leis e influências de várias ordens, permitindo e abrigando a 
vida em todas as suas formas (visão incorpórea); 
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- conceito micro de bem ambiental: fauna, flora (visão 
corpórea); 
- artigo 225 traz a ideia macro de bem ambiental (parte 
incorpórea); 
- “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”: 
possui natureza difusa, sendo o poder público um dos principais gestores 
do meio ambiente – embora não seja proprietário do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. Tal ideia faz surgir a noção de função 
socioambiental da propriedade; 
- “impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo”: há um dever de tutela do meio-ambiente, devendo haver o 
comprometimento de todos – o cidadão também tem o dever de defesa e 
preservação do meio ambiente (não é apenas destinatário); 
- “para as presentes e futuras gerações”: trata-se da solidariedade 
intergeracional, reconhecendo-se um direito para as pessoas e gerações 
que ainda não existem; 
STF, ADI-MC 3.540/DF 
Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se 
de um típico direito de terceira geração que assiste a todo o gênero 
humano. Incumbe ao Estado e à própria coletividade a especial obrigação 
de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações 
esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual. O 
adimplemento desse encargo representa a garantia de que não se 
instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeracionais 
marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade que a todos se impõe 
na proteção desse bem essencial de uso comum das pessoas em geral. 
- §1º do artigo 225 da CRFB/88: para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público: 
- busca estabelecer atribuições para satisfação do objetivo de alcançar um 
meio ambiente ecologicamente equilibrado; 
- são deveres dos entes federados; 
- devem ser observadas as repartições de competência do nosso modelo 
federativo – previsto na CRFB/88; 
- inciso I: preservar48 e restaurar49 os processos ecológicos essenciais e 
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
- preservação: é um conjunto de métodos, procedimentos e 
políticas que visam a proteção há longo prazo das espécies, 
habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos 
ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais 
 
48 Manter. 
49 Trazer de volta. 
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(artigo 2º, inciso V da Lei 9.985/00)  manutenção de uma 
situação anterior; 
- restauração: é a restituição de um ecossistema ou de uma 
população silvestre degradada o mais próximo possível da sua 
condição original (artigo 2º, inciso XIV da Lei 9.985/00)  
reestabelecimento de uma situação diante de um dano; 
- processos ecológicos essenciais: não há um conceito legal e 
jurídico do tema. Ele é definido como aquele que garante a 
vida, alimentos, manutenção das espécies e ecossistemas; 
- prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas: 
manejo ecológico é a obrigação de gestão ambiental, ou seja, 
todo e qualquer procedimento que vise assegurar a 
conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas; 
- inciso II: preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético 
do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e a manipulação de 
material genético; 
- preservar a diversidade e a integridade do patrimônio 
genético: biodiversidade é a diversidade de espécies vivas, a 
variabilidade de organismos vivos de todas as origens; 
- fiscalizar entidades dedicadas à pesquisa: além da fiscalização 
se tem o cuidado de proibir pessoa física no desenvolvimento 
tecnológico de manipulação genética (artigo 2º, §2º da Lei 
11.105/2005); 
- artigo 7º, inciso XIX da LC 140/11: cabe à União o 
controle da exportação de componentes de 
biodiversidade brasileira na forma de espécimes 
silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, 
partes ou produtos dele derivados; 
- inciso III: definir espaços territoriais e seus componentes a ser 
especialmente protegidos; 
- espaço territorial especialmente protegido  instrumento de 
tutela do meio ambiente (áreas com especial interesse 
ecológico e características especiais); 
- a alteração e a supressão somente é possível através de lei 
específica; 
- a criação pode se dar por meio de outro ato (ex.: decreto); 
- o artigo 9º, inciso VI da Lei 6.938/81 já falava em “espaços 
territoriais especialmente protegidos50”; 
STF, ADI 3.540: estabeleceu que o rol de espaços territoriais 
especialmente protegidos na CRFB/88 é meramente 
 
50 É um conceito genérico, abrangendo uma série de espaços que receberão proteção especial. 
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exemplificativo, incluindo as áreas de preservação 
permanente, reserva legal e unidades de conservação da 
natureza; 
- espaços territoriais especialmente protegidos - 
- Unidades de Conservação - 
- Áreas de Preservação Permanente - 
- Reserva Legal - 
- Áreas de Uso Restrito - 
- Apicuns e Salgados - 
- inciso IV: exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de degradação do meio ambiente estudo prévio 
de impacto ambiental; 
- estudo prévio de impacto ambiental: previsto no artigo 225, 
§1º, inciso IV da CRFB/88 e na Resolução CONAMA 01/86; 
- estudo prévio de impacto ambiental: 
- estudo multidisciplinar; 
- estudo realizado por equipe multidisciplinar; 
- indica os pontos favoráveis e desfavoráveis de um 
determinado empreendimento; 
- sugere medidas cabíveis para a mitigação dos 
impactos ambientais. 
- exigência: toda obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação ambiental; 
- dispensa por lei ou Constituição Estadual - 
Na ADI 1.086/SC o STF entendeu que dispensar a 
exigência de EIA/RIMA é cria exceção incompatível 
com o disposto na Constituição Federal – postura 
inconstitucional; 
- inciso V: controlar a produção, a comercialização e o emprego de 
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a 
qualidade de vida e o meio ambiente; 
- o inciso trata do risco, fundamento de forma indireta o

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