Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APRESENTAÇÃO: Esta é uma apostila feita unicamente por mim e distribuída gratuitamente para colaborar com os (assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no processo de aprovação do tão sonhado concurso público. O foco da apostila são os concursos públicos para ingresso nos cargos de juiz de direito e promotor de justiça. As apostilas utilizaram como base o curso do G7 Jurídico (Ministério Público e Magistratura) do ano de 2.020 e podem vir a sofrer atualizações para se adequar à legislação superveniente. Não houve cópia de nenhum material fornecido pelo referido curso, razão pela qual não há violação de nenhum direito autoral. As notas de rodapé muitas vezes trazem comentários feitos exclusivamente pelo autor da presente apostila como forma de chamar atenção para alguns pontos de reflexão. Caso este material tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de preparação cobrarei como retribuição o relato sobre o seu êxito no tão sonhado concurso. A melhor forma de “me pagar” é com a sua aprovação. Qualquer sugestão buscando o aprimoramento deste material será muito bem-vinda: e sinta-se à vontade para encaminhar por e-mail. Sucesso na empreitada e bons estudos. Aguardo o convite para o churrasco da posse. Como diria o saudoso e inspirador mestre Luiz Flávio Gomes: AVANTE! Atenciosamente, DANILO MENESES. Acompanhe o meu trabalho nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br INSTAGRAM: @danilopmeneses FACEBOOK: DaniloPMeneses Email: contato@danilomeneses.com.br http://www.danilomeneses.com.br/ https://www.instagram.com/danilopmeneses/ https://www.facebook.com/DaniloPMeneses/ 3 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 3 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO AMBIENTAL Introdução: - cada vez mais se evidencia uma ética ambiental presente nas preocupações modernas; - passamos por um processo de crescente conscientização da necessidade de preservação do meio ambiente e dos recursos naturais constata-se uma impossibilidade de uso inconsequente de tais recursos; - mudanças sociais trazem reflexos jurídicos o Direito tem tentado acompanhar esta mudança de compreensão sobre o meio ambiente; - conceito: é um ramo do Direito Público integrado por princípios e regras que regula as atividades humanas que afetem direta ou diretamente, efetiva ou potencialmente, o meio ambiental natural, cultural e artificial; - espécies de meio ambiente: CLASSIFICAÇÃO CLÁSSICA - meio ambiente natural: cuida da flora, da fauna, do ar, do solo; - meio ambiente cultural: cuida do patrimônio histórico, artístico, turístico, da história do nosso povo; - meio ambiente artificial: cuida do ordenamento urbano; CLASSIFICAÇÃO MODERNA + inclui - meio ambiente do trabalho: cuida da segurança e saúde do trabalhador - meio ambiente genético: cuida do patrimônio genético, com previsão no artigo 225, §1º, inciso II da CRFB/88; - Lei 6.938/81: Lei Nacional de Política do Meio Ambiente – esta lei traz vários conceitos que podem ser utilizados como parâmetro na realização da prova e compreensão da temática; - artigo 225 da CRFB/88: é o núcleo duro e espinha dorsal da abordagem sobre o meio ambiente no Brasil neste artigo há a previsão de vários princípios que serão, posteriormente, estudados em Direito Ambiental; Correntes centrais do meio ambiente1: - antropocêntrica: - pensa o meio ambiente em torno dos interesses do homem; - o ser humano está no epicentro da discussão; - o meio ambiente existe e serve para servir ao homem; 1 Para Hermes Benjamin a classificação não é composta de antropocentrismo + ecocentrismo + biocentrismo, sendo na verdade: antropocentrismo puro + antropocentrismo intergeracional + não antropocentrismo. Segundo Luiz Régis Prado a nomenclatura é: antropocentrismo absoluto + antropocentrismo relativo + ecocentrismo absoluto. Já Romeu Tomé fala em antropocentrismo utilitarista + antropocentrismo protecionista + ecocentrismo ou biocentrismo. 4 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 4 - apenas o homem interessa; - ecocêntrica: - o homem é admitido como parte de um todo, assim as atividades humanas podem ser restringidas em prol do bem comum; - o meio ambiente deixa de servir somente ao homem e passa a servir para preservação e atingimento de interesse de todos; - o ecocentrismo considera o meio ambiente a partir dos elementos com vida (bióticos) e sem vida (abióticos); - o ecocentrismo busca o equilíbrio do planeta e é bem amplo – tutela-se o interesse mesmo contra os objetivos do ser humano; - o homem faz parte do todo; - biocêntrica: - o meio ambiente e as formas de vida não humanas podem ser defendidas independentemente da defesa do ser humano; - autonomia da defesa das formas de vida não humanas; - exemplo: defesa dos animais2; - os animais merecem proteção autônoma; HISTÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL Contexto nacional: - no Brasil, podemos dividir a história do Direito Ambiental em três fases; - 1ª fase: descobrimento do Brasil até a segunda metade do século XX exploração desregrada; - tudo era tutelado tendo como vetor a defesa do interesse da Coroa; - a preservação ocorrida para evitar um processo de exaurimento de um recurso natural que poderia ter repercussão econômica; - não tinha surgido ainda a ideia de um patrimônio ambiental coletivo; - período colonial, imperial e republicano -> a questão ambiental era marginalizada; - 2ª fase: segunda metade do século XX a 1.980 sistema fragmentário (tratando do meio ambiente pela ótica econômica e de pontos de vista isolados); - a proteção ambiental era esparsa e dessistematizada; 2 Creio que o julgamento, em direito de família, tratando os semoventes de estimação (pet´s) como “sersentes” (seres que sentem) e aplicando o regime jurídico da guarda em vez da divisão puramente patrimonial é um exemplo dos reflexos de tal visão nos outros ramos do direito. 5 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 5 - a tutela tinha caráter meramente econômico; - não havia a ideia de uma natureza difusa de meio ambiente; - os diplomas jurídicos não estavam interconectados e traziam mecanismos de defesas isolados – sem um espírito sistêmico (exemplo: Código de Águas, Estatuto da Terra; Código Florestal; Lei de Proteção à Fauna); - não havia ainda a ideia de “política ambiental”; - 3ª fase: do ano de 1.981 até os dias atuais fase holística (compreensão do meu ambiente como um sistema – compreensão da totalidade dos processos ecológicos); - inaugurada com a Lei 6.938/81 que trouxe um sistema para tutelar o meio ambiente como um todo – a lei inaugurou a Política Nacional do Meio Ambiente; - a inovação legislativa é importante do ponto de vista conceitual, sistemático e por dar autonomia e “espírito/alma” ao Direito Ambiental; - marcos legislativos importantes: - Lei 6.938/81 -> Política Nacional do Meio Ambiente; - Lei 7.347/85 -> Lei de Ação Civil Pública; - CRFB/88 -> Constituição da República Federativa do Brasil; - Lei 9.605/98 -> Leis dos Crimes Ambientais3; Contexto mundial: - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente – junho de 1.972 - Estocolmo; - dá origem à Declaração do Meio Ambiente – que traz 26 princípios norteadores do Direito Ambiental; - tal Conferência deixou clara a oposição entre preservacionistas e desenvolvimentistas;- PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente): agência da ONU responsável pela conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos naturais para o desenvolvimento sustentável; - desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades – conceito clássico; - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92; - daí surgiu a Declaração do Rio – com 27 princípios ambientais; - também surgiu a Agenda 21 – sem caráter vinculante, com metas mundiais para diminuição da poluição; - Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável – 2.002 – Joanesburgo; 3 Traz sanções penais e administrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 6 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 6 - buscou avaliar e implementar a Agenda 21; - criou-se a Declaração de Jonesburgo e o Plano de Implementação (com metas específicas); - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio +20; - reafirmado os princípios da Declaração do Rio; - trouxe a ideia de responsabilidade comum, mas diferenciada4 – cabe aos países desenvolvidos maior responsabilidade na busca do desenvolvimento sustentável; PONTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL Objeto do Direito Ambiental: - a proteção do meio ambiente não se dá unicamente pelo meio ambiente em si, mas com a finalidade de garantir qualidade de vida para as presentes e futuras gerações; - artigo 225 da CRFB/88: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida; - bem de uso comum do povo: há interesse difuso na proteção ambiental, sendo o bem ambiental difuso, imaterial e autônomo. Segundo o STF é uma “prerrogativa jurídica de titularidade coletiva” não significa que seja um bem público; - corrente adotada: ao dizer que “todos tem direito” crê-se que a CRFB/88 coloca o homem como protagonista, adotando uma corrente antropocêntrica; - importante: a tutela do meio ambiente, na visão antropocêntrica, busca trazer sadia qualidade de vida ao homem; - visão antropocêntrica meio ambiente instrumento satisfação das necessidades humanas; - tipos de antropocentrismo: - economicocentrismo: bem ambiental é um valor da ordem econômica (não adotado pela CRFB/88); - antropocentrismo alargado: preservação ambiental como garantia da dignidade da pessoa humana (CRFB/88); - Artigo 225, §1º, inciso VII, CRFB/88 traz exemplo de viés biocêntrico na Constituição ao prever a “vedação das práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”; 4 A carga de necessidade de adoção de procedimentos protetores aos processos ambientais naturais varia de acordo com o grau de desenvolvimento do país que busca implementá-los. 7 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 7 - a doutrina fala em antropocentrismo alargado no artigo 225 da CRFB/88: a Constituição adota então o antropocentrismo alargado com algumas normas de viés biocêntrico; Conceito de meio ambiente: - conceito trazido pela CRFB/88 estão previstas no artigo 225 da CRFB/88 três premissas: - bem de uso comum do povo; - se é bem, não é sujeito de direito, é objeto da relação jurídica; - o uso é limitado pela função socioambiental da propriedade5; - essencial à sadia qualidade de vida; - meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de todo ser humano e permite a concretização da dignidade da pessoa humana; - direito humano: o direito ao meio ambiente equilibrado é um direito humano, fruto de luta dos povos, não admitindo o retrocesso. Tal direito é fundamental corolário do direito à vida, não apenas do ponto de vista biológico, mas sim “vida digna”. Surge daí então a ideia de um mínimo existencial ambiental; - direito intergeracional; - é um direito das presentes e futuras gerações – as gerações presentes tem o dever de garantir às futuras gerações o meio ambiente ecologicamente equilibrado (dever de tutela); - conforme afirmado na característica anterior, não é possível o retrocesso da evolução dos mecanismos de defesas do meio ambiente – vedação do efeito cliquet; - solidariedade: seja entre as gerações presentes6, seja entre as gerações presente e a geração futura7; - consequências jurídicas da adoção do conceito constitucional: - construção do conceito in dubio pro natura existe um direito fundamental em jogo (direito das presentes e futuras gerações) assim a dúvida deve ser tomada sempre em favor da proteção ambiental (ex.: princípio da precaução); - inexistência do direito de poluir inexiste direito adquirido de degradar o meio ambiente – neste sentido: vários julgados do STJ; - conceito trazido pela lei previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81) traz a previsão de que (artigo 3º) “meio ambiente é o conjunto de 5 Exemplo: área de preservação permanente + reserva legal. 6 Solidariedade sincrônica. 7 Solidariedade diacrônica. 8 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 8 condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”; - trata-se de um conceito abstrato; - conceito macro de meio ambiente; - conceito de viés biocêntrico; - classificação do meio ambiente nos 4 aspectos8 (STF, ADI 3.540/MC) - - meio ambiente natural - meio ambiente artificial (espaço urbano) - meio ambiente cultural - meio ambiente do trabalho - a classificação se baseia no conceito legal de meio ambiente e também no conceito legal de poluição previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente; - meio ambiente natural: constituído pelos recursos naturais (exemplo: água, ar, fauna, flora); - composto de: recursos bióticos + recursos abióticos; - recurso ambiental VS recurso natural segundo o professor Édis Milaré há uma diferença entre os conceitos, visto que o conceito de meio ambiente é mais amplo que o conceito de natureza. O meio ambiente abrange os quatro aspectos do meio ambiente; - recurso natural = segue a ideia do meio ambiente natural (recursos da natureza); - recurso ambiental = surge da ideia de meio ambiente (engloba o patrimônio cultural, por exemplo); - meio ambiente artificial: constituído como produto da interação do homem com o meio ambiente natural; - constituição: espaço urbano construído pelo homem; - fundamento: artigo 182 da CRFB/88 -> cuida da política urbana; - regulação legal: Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01); - meio ambiente cultural: também é produto da ação humana, mas refere-se à forma de viver e ser, incluindo a história e as produções intelectuais: - fundamento: artigo 216 da CRFB/88; - é constituído pelo patrimônio cultural (bens materiais + bens imateriais); - exemplo: obra de arte (material) + capoeira (imaterial); - tutela do patrimônio cultural a CRFB, no §1º do artigo 2016 diz que “o poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro” por meio de: 8 O significado de cada uma dasclassificações de meio ambiente já foram tratados na introdução. 9 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 9 - inventário9 tutela através da identificação e descrição do bem cultural (catalogação) com suas principais características físicas e culturais; - registros10 instrumento de tutela do patrimônio cultural imaterial (Decreto 3.551/00); - vigilância poder de polícia através do exercício da vigilância permanente do bem cultural; - tombamento tratado no Direito Administrativo; - desapropriação tratado no Direito Administrativo; - meio ambiente do trabalho/laboral: segundo o artigo 200, inciso VIII da CRFB/88 é constituído pelo “complexo máquina-trabalho”, envolvendo o local de trabalho, as condições do trabalhar e os equipamentos de proteção; - exemplo: luminosidade; conforto térmico; equipamentos de segurança; local de trabalho; Conceito de poluição (artigo 3º, inciso III da Lei 6.938/81): - degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente: - prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; - criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; - afetem desfavoravelmente a biota; - afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; - lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; Movimentos ambientais relevantes: - movimento conservacionista: - entende a defesa do meio ambiente de forma conciliada com o desenvolvimento econômico a demais atividades humanas; - movimento preservacionista: - tem natureza mais radical e entende o desenvolvimento econômico como ameaças à integridade ambiental11; - sendo um direito fundamental, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é dotado de vários atributos: - historicidade: fruto de luta dos povos e conquistado no decorrer da história, incidindo a vedação do retrocesso (efeito cliquet); 9 Patrimônio cultural material. 10 Patrimônio cultural imaterial – exemplo: samba. 11 A chance de implantação prática de uma filosofia desta ordem é próxima de 0 – rompe, aliás, com a premissa da realidade e a possibilidade fática. 10 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 10 - universalidade: pertence a todos indistintamente; - inalienabilidade: o direito está fora do mercado, não podendo ser comercializado; - indisponibilidade: tal direito não está na esfera de transação, não podendo seu titular “abrir mão” do direito; - limitabilidade: tal direito é limitado por outros direitos fundamentais (teoria dos limites dos limites – teoria externa); - imprescritibilidade: as ações civis buscando a reparação do dano ambiental são imprescritíveis (neste sentido: STJ12); Força/eficácia do direito ao meio ambiente equilibrado: - eficácia dirigente: impõe uma vinculação aos três poderes da República – todos os poderes devem agir buscando a defesa de tal direito; - eficácia horizontal: tal direito se impõe também nas relações privadas; - eficácia integrativa ou irradiante: o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado orienta a elaboração e aplicação da legislação infraconstitucional; POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Lei 6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente): - questões cobrando pontos da Política Nacional do Meio Ambiente costumam aparecer em provas objetivas13; - a lei cria um projeto público sistematizado de ações voltadas à proteção ambiental – até a sua edição a proteção era pontual e fragmentada, sem espírito sistêmico e coeso; - a norma sistematizou o Direito Ambiental: objetivos + princípios + metas + conceitos + responsabilidade civil; - a norma ainda criou o SISNAMA -> Sistema Nacional do Meio Ambiente; - artigos de importante compreensão da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente: - artigo 2º objetivo geral; - embora traga a previsão de “princípios”14, a doutrina entende que na verdade existem “metas” a serem realizadas; - previsão do artigo: preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, a fim de assegurar 12 Importante que há na Suprema Corte – em sede de RE com Repercussão Geral (RE 654.833) – pendência quanto à decisão sobre a imprescritibilidade em tela. A decisão ainda não foi tomada, embora até então a doutrina e jurisprudência adotasse a imprescritibilidade. 13 Exigindo intenso trabalho de memorização e fixação de pontos importantes. Fica sugerido desde já a consulta às normas citadas para melhor rendimento no processo de memorização da norma regulamentadora do tema a ser cobrado – costuma aparecer nas provas a legislação na forma pura. 14 A nomenclatura “princípios” é erroneamente utilizada. 11 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 11 condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses de segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana15; - artigo 4º objetivos específicos; - neste ponto há a enumeração de alguns princípios reconhecidos pela doutrina; - neste artigo são trazidos os princípios do direito ambiental (embora se utilize a nomenclatura “objetivos específicos”); - artigo 9º instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente; - são vários os instrumentos previstos na legislação, sempre buscando garantir que os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente sejam alcançados (são ao todo 13 instrumentos a ser estudados abaixo); - princípios16 previstos no artigo 2º da lei -> chamados de metas de ação pela doutrina; - inciso I ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público; - inciso II racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar -> os recursos naturais são finitos, devendo haver sustentabilidade (utilização do bem sem esgotamento do recurso); - inciso III planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais -> toda atividade que utiliza recursos ambientais deve passar pelo controle do poder público17; - inciso IV proteção dos ecossistemas com preservação de áreas representativas; - inciso V controle e zoneamento de atividades potencial ou efetivamente poluidoras -> a ideia é alocar as atividades em locais que guardem compatibilidade e diminuam os danos ambientais; - inciso VI incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso reacional e a proteção dos recursos ambientais -> melhoria da qualidade ambiental pela via tecnológica; - inciso VII acompanhamento do estado da qualidade ambiental -> gestão ambiental adequada; - inciso VIII recuperação de áreas degradadas -> garantindo a sadia qualidade de vida; 15 Parece a primeira previsão da dignidade da pessoa humana no ordenamento jurídico brasileiro – ponto importante a ser observado em uma prova discursiva ou oral. 16 O nome “princípios” é utilizado pela lei – embora a doutrina entenda que se trate na verdade de “metas de ação”. 17 Exemplos de controle: Estudo Prévio de Impacto Ambiental + Licenciamento Ambiental. 12 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 12 - inciso IX proteção de áreas ameaçadas de degradação -> caráter preventivo;- inciso X educação ambiental a todos os níveis de ensino -> traduz concretização do princípio da educação ambiental; -> princípios estabelecidos no artigo 4º da lei -> chamados pela lei de “objetivos específicos”: - compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico -> princípio do desenvolvimento sustentável; - definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à quantidade e ao equilíbrio ecológico -> espaços ambientais especialmente protegidos; - estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais -> princípio do manejo; - desenvolvimento de pesquisas e tecnologias nacionais orientados para o uso racional de recursos ambientais; - difusão de tecnologias de manejo ao meio ambiente com menores danos; - preservação e restauração dos recursos ambientais buscando a utilização racional; - imposição ao poluidor da obrigação de recuperar e indenizar os danos causados e ao usuário de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos; -> instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (previstos no artigo 9º da lei): - padrão de qualidade ambiental: fixados pelo poder público – como o controle da poluição do ar, poluição sonora – é normalmente realizado por meio de Resoluções do CONAMA (órgão federal) – não impeditivo da atuação do Estado e Município estabelecendo padrões; - zoneamento ambiental: regulamentado pelo Decreto 4.297/02 e também é conhecido como zoneamento ecológico econômico (ZEE) buscando regular o uso e ocupação do solo com a divisão ambientalmente adequada das atividades econômicas; - avaliação de impacto ambiental: esta avaliação é um gênero, abrangendo todos os estudos de impacto ambiental. Existem algumas espécies: - Estudo Prévio de Impacto Ambiental; - Relatório de Viabilidade Ambiental; - Estudo de Impacto de Vizinhança; Observação: a Avaliação Ambiental Estratégica é aplicável nas hipóteses de políticas, planos e programas, destinando-se à avaliação de vários empreendimentos em conjunto; 13 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 13 - licenciamento e revisão de atividades poluidoras: trata-se de instrumento de controle do poder público de atividades que utilizarão recursos ambientais (poluição e dano potencial no uso); - incentivos a tecnologias voltadas para melhoria da qualidade ambiental: um dos exemplos é a certificação de empresas em função da responsabilidade ambiental no processo produtivo ou do emprego de tecnologias limpas; - espaços territoriais especialmente protegidos: há vários pontos a serem abordados no estudo da Lei 9.985/00 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação)18; - sistema nacional de informações sobre o meio ambiente: o SINIMA é uma base de dados de âmbito federal previsto no Decreto 99.274/90; - cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa do meio ambiente: é voltado para profissionais que se dedicam aos estudos ambientais, à consultoria e à venda de equipamentos de controle ambiental; - aplicações de sanções ao descumprimento de deveres ambientais: exercício de poder de polícia ambiental como instrumento de repreensão das condutas lesivas ao meio ambiente; - tríplice responsabilização = administrativa + penal + civil; - responsabilidade penal da pessoa jurídica: há doutrina minoritária entendendo que não cabe a responsabilização penal da pessoa jurídica no Brasil; - a Lei 9.605/98 e a jurisprudência permitem a responsabilização penal das pessoas jurídicas pela prática de crimes ambientais; - teoria da dupla imputação19: adotada pelo STJ por muito tempo, atualmente dispensada pelo STF e também pelo STJ; - relatório de qualidade ambiental: até hoje não foi implementado; - garantia de informações sobre o meio ambiente: há obrigação do poder público em produzir as informações quando elas forem inexistentes – deriva do direito de acesso à informação; - cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras: cadastro voltado às atividades potencialmente poluidoras ou que venham a consumir recursos ambientais – exercício do poder de polícia com a cobrança pelo IBAMA de uma taxa de controle; - instrumentos econômicos: exemplos de instrumentos econômicos são a concessão ambiental, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. São na verdade incentivos de proteção ambiental20; 18 Há previsão constitucional de criação de espaços ambientais especialmente protegidos. 19 Necessidade de imputar a conduta a uma pessoa física – ao imputá-la à pessoa jurídica. 14 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 14 SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente): - é um órgão de todos os níveis voltado para a proteção ambiental (todos os entes participam do sistema); - há identificação na lei do órgão federal, ocorre que o órgão estadual e municipal não é detalhado, ficando regulamentado (inclusive a nomenclatura) pela lei de cada ente; - conceito: é o conjunto de órgãos e instituição que, nos níveis federal, estadual e municipal serão encarregados de proteção ao meio ambiente; - finalidade: estabelecer uma rede de agências governamentais nos diversos níveis da Federação visando assegurar mecanismos capazes de implementar a Política Nacional do Meio Ambiente; - composição: - órgãos federais: Conselho de Governo -> órgão superior -> assessora o Presidente da República; Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) -> órgão consultivo e deliberativo -> poder regulamentar no âmbito federal; Ministério do Meio Ambiente21 -> órgão central -> coordena e supervisiona; Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) -> órgão executor -> executar a política e diretrizes governamentais22; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) -> órgão executor -> atuação voltadas às Unidades de Conservação federais; - órgãos estaduais: órgãos seccionais -> responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar degradação ambiental; - órgãos municipais: órgãos locais -> responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades dentro de suas circunscrições; - o SISNAMA não tem personalidade jurídica: as atribuições são dos órgãos, entidades e instituições que o integram; - o CONAMA é o órgão mais atuante do SISNAMA; 20 A proteção do meio ambiente como um fim em si mesmo é rodeada de romantismo em uma atitude puramente folclórica. O uso de instrumentos econômicos para adequação dos interesses no exercício de atividades potencialmente poluidoras é essencial. 21 Não existe mais a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República. 22 Atua diretamente no licenciamento ambiental. 15 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 15 PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL Introdução: - o estudo dos princípios ambientais é de suma importância para compreensão deste ramo do Direito; - não há uma uniformidade em relação aos princípios de Direito Ambiental – muitas vezes a distinção se dá em relação à existência do princípio, ao conteúdo e à própria nomenclatura; - há algumas normas que trazema previsão de alguns princípios 23 no Direito Ambiental; - é importante o conhecimento do conteúdo dos princípios elencados como espinhas dorsais do Direito Ambiental; Princípio do desenvolvimento sustentável: - o princípio busca conciliar duas ideias fundamentais: desenvolvimento econômico + preservação ambiental; - a ideia central do princípio é privilegiar o desenvolvimento de forma a preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações; - premissas: - as necessidades humanas são ilimitadas; - os recursos naturais são finitos; - desenvolvimento e progresso são direitos fundamentais do homem; - necessidades humanas ilimitadas VS recursos naturais limitados - 23 Exemplo: Lei 11.428/06 (Lei do Bioma da Mata Atlântica) traz previsão expressa dos princípios da precaução, prevenção, equidade intergeracional, entre outros. A Lei 12.305/10 (Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos) traz previsão expressa dos princípios do poluidor-pagador, desenvolvimento sustentável, protetor-recebedor. 16 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 16 - objetivo do princípio: compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação ambiental – a ideia é garantir desenvolvimento econômico com preservação do meio ambiente (aumentando assim a qualidade de vida); - princípio informador da ordem econômica: a defesa do meio ambiente é um princípio informador da ordem econômica nos termos do artigo 170, inciso VI da CRFB/88; - tripé do desenvolvimento sustentável É baseado em um tripé (três fatores): - preservação ambiental; - crescimento econômico; - equidade social24; - conceito: o Relatório Brundtland (1.987) definiu o desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer as gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades”; - a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81 – artigo 4º, inciso I) trouxe a previsão de que ele se refere à “compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico”; - a Declaração do Rio (92) trouxe a previsão de que “os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável, tendo direito a uma vida saudável produtiva e em harmonia com a natureza”. Ainda segundo a declaração “para alcançar o desenvolvimento 24 Método mnemônico = PEC preservação + equidade + crescimento. 17 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 17 sustentável a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste”; - princípio do desenvolvimento sustentável [na prática]: embora seja fácil propor (em abstrato) a compatibilização do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, na prática muitas colisões surgem da tentativa de conciliação destes dois ideais aparentemente contraditórios; DIREITO FUNDAMENTAL AO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO VS DIREITO FUNDAMENTAL À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Pergunta: Os proveitos econômicos justificam os danos ambientais? Exemplo comum e complexo: construção de uma hidrelétrica; Resposta: somente no caso concreto (fundamentando-se em estudos e em análises muito variáveis) pode ser realizada a compatibilização dos valores em jogo; - previsão constitucional: o artigo 225, caput, da CRFB/88 deve ser interpretado em conjunto com o artigo 170, incisos VI e VII da mesma Carta Constitucional; - o artigo 170 da CRFB/88 traz os princípios da ordem econômica e prevê entre eles a defesa do meio ambiental e a redução das desigualdades regionais e sociais; - conjugando os princípios, deve haver desenvolvimento econômico, defesa do meio ambiental e redução das desigualdades sociais; - acepção social do princípio do desenvolvimento sustentável = justa repartição das riquezas; - composição atual do desenvolvimento sustentável - - questão econômica - - questão ambiental - - questão social - 18 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 18 - Lei 13.186/15 – Política de Educação para o Consumo Sustentável busca a adoção de práticas de consumo e técnicas de produção ecologicamente sustentáveis; - consumo sustentável: uso de recursos naturais de forma a proporcionar a qualidade de vida para a geração presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras; - julgado importante do STF sobre a importação de pneus usados: na ADI 3.540 o STF considerou constitucional a norma que vedava a importação de pneus usados no Brasil tendo em vista que tal atividade econômica não se justifica frente a uma série de princípios de Direito Ambiental; - segundo a Corte deveria prevalecer “o princípio do desenvolvimento sustentável como fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia”. Ainda continua afirmando que “além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações”; - resultado do julgamento: plena validade constitucional dos atos normativos que vedaram a importação pelo Brasil de pneus usados destinados à reciclagem; - o princípio do desenvolvimento sustentável tem um conteúdo denso, sempre se baseando no tripé acima explicado – sendo, infelizmente, muitas vezes, um princípio que gera muitos problemas de aplicação prática (dificuldade de conciliação de ideais aparentemente antagônicos); 25 25 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 19 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 19 Princípio do usuário-pagador: - tal princípio se refere aos casos em que determinados cidadãos, ainda que autorizados pelo poder público (agindo licitamente), se apropriam de recursos naturais que, na essência, são de todos. O particular então deve compensar a sociedade em razão desta apropriação; - exemplo: utilização de água por alguém na sua residência - Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins26: - os responsáveis por implantação de atividades potencialmente poluidoras, ao realizar o EIA/RIMA devem propor a compensação prevista na Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), sendo esta uma compensação voltada exclusivamente ao fortalecimento das unidades de conservação a sociedade deve ser compensada pela utilização do recurso por um particular (compensação de até 0,5% do valor do investimento27); - ideiacentral do princípio: quem utiliza um recurso ambiental pode ser obrigado a pagar pelo seu uso; - tônica do princípio: princípio do usuário pagador compensação; - concepção de usuário: é aquele que utiliza um recurso ambiental e não causa degradação; - poluidor: é quem direta ou indiretamente causa degradação; - fundamento do princípio: quem utilizada o bem de uso comum deve arcar com os custos para a contínua utilização deste bem; - previsão legal: artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81; 26 Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/ 27 Lembrando que a previsão legal expressa de valor mínimo foi considerada inconstitucional pelo STF. https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/ 20 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 20 - a Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos; - objetivos da cobrança: - racionalizar o uso do recurso natural – que é finito; - caráter educativo; - quantificação do recurso; - arrecadação de recursos financeiros para serem destinados à preservação daquele recurso natural; - evitar o “custo zero”; - impedir o uso abusivo; - exemplos de previsão legal de cobrança: o artigo 19 da Lei 9.433/97 prevê a possibilidade de cobrança do uso de recursos hídricos com o objetivo de reconhecer a água como bem econômico, incentivar a racionalização do seu uso e obter recursos financeiros para o financiamento de programas buscando a conservação do meio ambiente; Princípio do poluidor-pagador: - ideia central do princípio traz a regra de que as medidas de prevenção, mitigação, controle, recuperação e compensação de impactos e danos ambientais devem ser suportados pelo titular da atividade. A lógica é de que a atividade potencialmente poluidora gera danos a todos, razão pela qual quem está usufruindo da atividade deve arcar com os custos ambientais potenciais da citada atividade; - resumo: as externalidades negativas (sofridas por todos) devem ser internalizadas pela atividade do poluidor nos custos de produção – sob pena de injusta repartição de ônus e bônus (poluidor com bônus – sociedade em geral com o ônus28); Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins29: 28 Privatização de lucros com socialização de prejuízos. 29 Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/ https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/ 21 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 21 - exemplo: fábrica que foi instalada nas imediações de uma comunidade emitindo poluentes no ar e causando prejuízos em outros empreendimentos – a indústria deve arcar com os custos para implantação das medidas de contenção dos impactos por ela ocasionados; - STF, ADI 3.378/08: segundo o referido julgado “o artigo 36 da Lei 9.985/2000 densifica o princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica”; - críticas ao que parece tal artigo traz na verdade o princípio do poluidor-pagador – a única forma de aceitar a correção de tal julgado é entender o princípio do usuário-pagador de forma ampla, englobando também o princípio do poluidor-pagador (o poluidor seria uma espécie de “usuário negativamente qualificado”); - poluidor = usuário qualificado = usuário qualificado pelo resultado; - conceito legal de poluidor: segundo o artigo 3º, inciso IV da Lei 6.938/81 “poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental”; pessoa física + pessoa jurídica (direito público + direito privado) diretamente + indiretamente degradação ambiental; - responsabilidade do poluidor: o poluidor deve arcar com os custos sociais que sua atividade impactante causar ou puder causar (externalidades negativas); - é transferido ao poluidor o dever de reduzir os impactos ambientais aos níveis considerados aceitáveis pelo poder público; - direito de poluir: não existe no direito brasileiro o direito de poluir – o princípio não é do “pagador-poluidor”; - o princípio é voltado para a ideia de prevenção – evitar o dano ambiental; - há um dever de adequação da atividade de forma a se gerar a menor quantidade de danos ambientais possível; 22 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 22 - fundamento: a ideia oriunda do dever de solidariedade intergeracional fundamenta o princípio – a garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações é um dever de todo nós; - princípio da solidariedade intergeracional decorre da ideia de que as presentes gerações devem ser capazes de se sustentarem ou de suprirem as suas necessidades sem que isso comprometa a sobrevivência e exigências das relações futuras; - responsabilidade ambiental constitucional: nos termos do artigo 225, §3º da CRFB/88 “as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados”; - responsabilidade ambiental legal30: o artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81 vai trazer a regra de que a Política Nacional do Meio Ambiente visará “a imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados”; - exemplos importantes da aplicação do princípio: - instalação de filtros em uma empresa; - sistema de logística reversa (artigo 33 da Lei 10.305/1031); - vertentes do princípio: - vertente preventiva evitar o dano – minimizar os danos e impactos ambientais; - vertente reparatória restauração e reparação do dano causado; 32 Observação: atualmente a vertente reparatória tem sido encarada dentro do princípio da responsabilidade, da responsabilização ou da reparação integral; 30 Há disposições semelhantes em outros diplomas legislativos que tratam da tutela do meio ambiente ecologicamente equilibrado. 31 Há obrigação de implantação de sistema de logística reversa para o retorno dos produtos após o uso pelo consumidor para alguns produtos específicos – podemos citar como exemplo os agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletroeletrônicos. 32 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 23 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 23 Princípio da prevenção: - a lógica inerente ao princípio é de que sendo conhecidos os impactos de determinadas atividades, deve-se agir de forma a preveni-los, mitiga-los, controlá-los e evitá-los. Tal princípio é aplicado em impactos conhecidos – a ciência tem conhecimento dos impactos decorrentes de determinadas atividades econômicas; 33 - o princípio estabelece o dever de prevenção aos impactos ambientais, visto que tais impactos são irreversíveis ou reversíveis há longo prazo – busca então evitara ocorrência do dano; - prevenção agir de forma antecipada aquilo que se conhece certeza científica; - fundamento constitucional: está previsto no artigo 225 da CRFB/88 ao prever o dever de defesa para as presentes e futuras gerações; - instrumentos do princípio da prevenção: - licenciamento ambiental + EIA/RIMA - - por meio do licenciamento ambiental34 se busca mitigar ou controlar os possíveis impactos ao meio ambiente em função da atividade que se busca realizar. Tal procedimento é composto de vários estudos (EIA/RIMA35) que buscam verificar vários aspectos, dentre eles a busca por método menos agressivo ao meio ambiente, criação de mecanismos de controle e fiscalização, análise de métodos alternativos de exploração e viabilidade ambiental e econômica do empreendimento; - o processo de licenciamento ambiental pode ser: municipal + estadual + federal nos termos da Lei Complementar 140; - a competência para FISCALIZAR e multar é distinta da competência para LICENCIAR qualquer uma das três esferas federativas podem exercer atividade fiscalizatória e outras atividades buscando conter o dano; 33 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 34 Procedimento administrativo ordenado que busca atingir o fim público de proteção ao meio ambiente e analisar a viabilidade de determinadas atividades, juntamente com as medidas de mitigação e controle. 35 O licenciamento ambiental é a principal expressão, no ordenamento jurídico nacional, do princípio da prevenção. O próprio empreendedor é o responsável pela elaboração do EIA/RIMA para subsidiar o processo de licenciamento ambiental – o poder público verifica apenas a adequação do estudo. Está previsto no artigo 2º da Resolução CONAMA nº 01/86. https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 24 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 24 - pluralidade de autos de infração LC 140/11 prevalece o auto de infração realizado pelo órgão licenciador36; - lembre-se: prevenção = impactos ambientais cientificamente conhecidos; Princípio da Precaução: - trabalha com uma ideia de incerteza científica (dúvida); - origem da incerteza: informação científica insuficiente + informação científica inconclusiva + informação científica incerta; - com potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana; - é necessário: insuficiência científica da informação + perigo potencial; - neste princípio os impactos ambientais ainda não são conhecidos de forma satisfatória pela ciência, pairando a dúvida sobre o risco da atividade. Segundo o professor, havendo dúvida deve ser adotada a interpretação “pro natureza”; - aplicação do princípio in dubio pro natura; - a certeza sobre os impactos de uma determinada atividade não necessariamente existe; - parâmetros da medida a ser adotada (dúvida em favor do meio ambiente): - proporcionalidade em relação ao risco da interdição à informação; - coerência com as medidas já tomadas em situações similares; - precariedade, tendo em vista a possibilidade de nova análise; - segundo tal princípio, a ausência de certeza científica não poderá ser utilizada como justificativa para impor o adiamento de medidas que devem ser tomadas buscando evitar os impactos ambientais possíveis; - a dúvida deve militar em prol da saúde e da defesa do meio ambiente; - a incerteza não impede a ação buscando evitar, neutralizar e conter determinados danos – mesmo que potenciais; 37 - o princípio da precaução induz a uma presunção de nexo de causalidade – presume-se que de determinadas atividades decorrem determinados 36 Lembrando que há tríplice responsabilização: cível + penal + administrativa. 37 Imagem retirada de: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 25 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 25 impactos, cabendo ao titular da atividade afastar tal presunção – há verdadeira inversão do ônus da prova38 quanto ao risco da atividade; - Súmula 618 do STJ: a inversão do ônus da prova se aplica em matéria ambiental; - fundamento constitucional implícito: artigo 225, §1º, inciso V ao prever que cabe ao poder público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; - previsão legal implícita: - artigo 54, §3º da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais); - previsão legal explícita: - artigo 1º da Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança); - artigo 6º, parágrafo único da Lei 11.428/06 (Lei do Bioma Mata Atlântica); - quadro comparativo – prevenção VS precaução: Princípio da Prevenção Princípio da Precaução - é possível prever os danos ambientais; - não é possível prever os danos ambientais; - risco conhecido; - risco desconhecido; - exemplo de aplicação do princípio da precaução no STJ: - instalação de antes de telefonia móvel (STJ, REsp. 1.344.363/GO): em matéria de meio ambiente, as decisões judiciais devem privilegiar os princípios da precaução e da prevenção com o objetivo de evitar os danos acarretados pela emissão de radiação a partir das estações rádio-base (ERB´s) instaladas ou a serem edificadas, sem prévia licença municipal; Princípio do protetor-recebedor: - aquele que protege o recurso natural para além do que determina a lei tem o direito de ser recompensado pela sua atitude39 – que busca o bem comum; - princípio do protetor recebedor tônica recompensa; - forma classicamente estabelecida para a recompensa PSA40; - é necessária a realização de um trabalho de criação de interesse econômico para demonstrar que quem respeita o meio ambiente deve ter alguns benefícios financeiros – a correta implantação desta estratégia é essencial para o sucesso da política de proteção do meio ambiente; 38 Transfere ao empreendedor o dever de provar que a sua atividade não causa danos ao meio ambiente – neste sentido: STJ, RESp. 1.060.753/SP. Crítica: deve haver cuidado na exigência desta prova a ser produzida pelo empreendedor, sob pena de se criar a necessidade de comprovação de algo impossível (prova diabólica). 39 Com benefícios econômicos e fiscais. 40 Pagamento por serviços ambientais. 26 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 26 - previsão legal: - previsto expressamente no artigo 6º, inciso II da Lei 12.305/10 (Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos); - Código Florestal (Lei 12.641/12): traz no artigo 41 o programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente; - ICMS ecológico: mecanismo voltado para os Municípios buscando o incentivo na criação de áreas protegidas de forma a aumentar a arrecadação; - isenção do Imposto Territorial Rural: previsto no artigo 10, §1º da Lei 9.393/96; - o princípio demonstra a importância de se premiar as boas práticas e condutas ambientais; Princípio da informação: - é a garantia de acesso a estudos e dados ambientais a todos; - só é possível a participação ativa do processo de tomada de decisão se a sociedade estiver bem informada. Para isto a sociedade deve ter direito a acessar dados e informações em posse do próprio poder público em matéria ambientalpara depois externar o ponto de vista; - documentos importantes: avaliação de impacto ambiental + pareceres técnicos + pareceres jurídicos; - direito de petição: é um mecanismo importante de acesso a tais dados; - previsão legal: - artigo 5º, inciso XXXIII da CRFB/88; - artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81; - princípio 10 da Declaração do Rio (92); - artigo 2º, §1º da Lei 10.650/03; - qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico terá acesso às informações mediante requerimento escrito no qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais; - artigo 40 da Lei 11.105/05; - artigo 6º, inciso X da Lei 12.305/10; Princípio da participação ou princípio democrático: - a coletividade também tem o dever de preservar e defender o meio ambiente (conforme previsto no próprio artigo 225 da CRFB/88); - a defesa do meio ambiente deve ser realizada pelo poder público e pela coletividade em conjunto; 27 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 27 - defende a participação ativa da coletividade no processo de tomada de decisão relativa ás políticas públicas ambientais (formas de participação popular): - âmbito legislativo: projeto de lei de iniciativa popular + plesbicito + referendo; - âmbito executivo: participação em conselhos de política ambiental (paritários) + participação em audiência pública41; - âmbito judicial: ação popular + ação civil pública; - direito à informação: é um pressuposto para que a coletividade possa participar da defesa do meio ambiente; - fundamento constitucional: artigo 225 da CRFB/88; Princípio da educação ambiental: - previsto no artigo 225, §1º, inciso VI da CRFB/88, traz a regra de que cabe ao poder público prover educação ambiental para que as pessoas estejam bem informadas e possam desincumbir da sua obrigação de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações; - estabelece ao poder público dois mandamentos: - garantir educação ambiental em todos os níveis de ensino; - conscientizar a população sobre a necessidade de preservação do meio ambiente; - Política Nacional de Educação Ambiental: estabelecida pela Lei 9.798/99; - artigo 10, §1º: não exige a implantação de uma matéria específica – exigindo uma prática integrada, contínua e permanente de educação ambiental; - há uma previsão que pode ser utilizada como fundamentadora do princípio da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81); Princípio do direito humano fundamental42: - também é conhecido como princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana; - falar de meio ambiente ecologicamente equilibrado é falar de uma garantia fundamental de todos os seres humanos; - objeto de tutela: sadia qualidade de vida – não há tutela apenas da vida, mas de uma qualidade de vida agradável (que depende de um meio ambiente ecologicamente equilibrado); 41 Não basta a participação formal, devendo as manifestações ser levadas em conta no processo de tomada de decisão. 42 Previsto no artigo 225, caput, da CRFB/88 – não há nenhum problema em prever direitos e garantias fundamentais fora do artigo 5º da CRFB/88 (o rol deste artigo é meramente exemplificativo). 28 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 28 - artigo 225, caput da CRFB/88: o meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida; - vida digna <-> meio ambiente ecologicamente equilibrado - Princípio da cooperação: - cooperar = agir em conjunto; - os impactos ambientais ultrapassam a ideia territorial – por isso a necessidade de ação conjunta para preservação do meio ambiente; - fundamento constitucional: o artigo 4º, inciso IX da CRFB/88 traz a regra de que “a República Federativa do Brasil refere-se nas suas relações internacionais pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”; - previsão legal: o artigo 77 da Lei 9.605/98 traz a regra da “necessária cooperação a outro país”; - óticas de aplicação: - aplicação externa cooperação entre o Brasil e outros países; - aplicação interna competência material comum dos entes federativos para promover a preservação ambiental (federalismo cooperativo); - também conhecido como princípio da cooperação entre os povos, afirma que todas as nações devem conjugar esforços no sentido de preservar o meio ambiente. Tal princípio deve ser aplicado principalmente em questões fronteiriças (ex.: a Amazônia vai além das fronteiras brasileiras); - outro fator importante é o caráter global dos processos de interações ambientais – dificilmente possíveis de serem vistos de forma local (isoladamente); - pelo princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada as nações que pela sua forma ou estruturação impactam mais o meio ambiente devem, via de consequência, arcar com os maiores ônus para a sua preservação (quem explora mais arca com maiores ônus); Princípio do limite ou controle: - ideia central: o Poder Público vai estabelecer o padrão ambiental compatível com o meio ambiente equilibrado – estabelecimentos de limites daquilo que se considera socialmente tolerável; - previsão constitucional: previsto no artigo 225, §1º, inciso V da CRFB/88, sendo imposto ao poder público o controle da produção, comercialização e emprego de técnica, métodos e substâncias que importem em risco para a vida, qualidade de vida e meio ambiente; - melhor tecnologia disponível: tal princípio traz a regra de que devem ser sempre implantada, nos empreendimentos, tecnologias que causem menores danos ao meio ambiente, mesmo que a implantação de tais tecnologias sejam mais onerosas ao empreendedor; 29 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 29 - há importantes Resoluções do CONAMA fazendo esta função em âmbito federal: fixando padrões para a água, para a emissão de ruídos e de gases poluentes; Princípio da solidariedade intergeracional43 ou equidade: - conteúdo: estabelece o dever de preservação e defesa do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, além do dever de utilização dos recursos naturais de forma a permitir o uso adequado destes recursos pelas futuras gerações; - tipos de solidariedade: - solidariedade sincrônica entre as gerações presentes; - solidariedade diacrônica entre a presente e as futuras gerações; - fundamento constitucional: o artigo 225, caput da CRFB/88 faz referência expressa às “presentes e futuras gerações”; Princípio da função socioambiental da propriedade: - superando a lógica patrimonialista e individualista, tal princípio é decorrência lógica da função social da propriedade em matéria ambiental. Segundo tal princípio, não basta o exercício da propriedade de forma a não agredir o meio ambiente (dimensão negativa). Também é preciso que o uso da propriedade se dê de forma a proteger o meio ambiente (dimensão positiva); - dimensão negativa não causar danos ambientais; - dimensão positiva preservar o meio ambiente; - é a função social da propriedade com um viés ambiental – acrescenta-se o viés de equilíbrio e tutela ambiental; - conteúdo: exige o dever de exercer o direito de propriedade respeitando o bem-estar da coletividade e o meio ambiente; - função social + defesa ambiental = função socioambiental - - previsão constitucional: - artigo 5º,incisos XXII e XXIII da CRFB/88; - artigo 170, inciso III da CRFB/88; - artigo 182, §2º da CRFB/88 função social da propriedade urbana; - artigo 186 da CRFB/88 função social da propriedade rural44; - importante: lembrar que a função social da propriedade na cidade está fortemente ligada às ideias de cumprimento das normas previstas no plano diretor; - artigo 1.228, §1º do Código Civil: o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, fauna, as belezas naturais, o 43 Entre gerações. 44 Requisito do inciso II: utilização adequada aos recursos naturais disponíveis e à preservação do meio ambiente. 30 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 30 equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas; - exemplos: área de preservação permanente (APP) + reserva legal45 (RL); - julgado importante do STJ sobre o tema: - STJ, REsp. 1.240.122: inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das potencialidades econômicas de imóvel, pois antes até da promulgação da Constituição vigente o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da propriedade com o escopo de preservar o meio ambiente, tarefa essa que, no regime constitucional de 1.988, fundamenta-se na função ecológica do domínio e posse; Princípio da obrigatoriedade da atuação estatal: - também conhecido como princípio da natureza pública da proteção ambiental; - conteúdo: cria um dever ao Poder Público de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações; - a CRFB/88 impõe ao poder público o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Tal imposição caracteriza o princípio da obrigatoriedade ou da natureza pública da proteção. A norma constitucional determina ao poder público a adoção de diversas medidas para a proteção do meio ambiente; - exemplo de medidas constitucionalmente impostas: define em todas as unidades da federação espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo alteração e supressão permitida apenas através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justificam a sua proteção (artigo 225, §1º da CRFB/88) espações territoriais especialmente protegidos (Área de Preservação Permanente + Reserva Legal + Unidade de Conservação); Princípio da ubiquidade: - todas as decisões e medidas tomadas possuem reflexos ambientais – assim as questões ambientais devem ser levadas em conta ao tomar decisões em políticas públicas; - conteúdo: a proteção do meio ambiente deve ser levada em consideração sempre que uma medida social for desenvolvida; - toda medida de caráter social deve ser analisada no que tange aos efeitos ambientais; - os efeitos ambientais são indissociáveis das medidas e decisões sociais tomadas; 45 Regra geral: 20% de reserva legal na propriedade. Exceção: Amazônia Legal – vai variar de acordo com o bioma (floresta = 80% / cerrado = 35% / demais biomas = 20%). 31 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 31 Princípio da vedação ao retrocesso46: - conteúdo: princípio voltado principalmente ao Poder Legislativo, buscando impedir a diminuição de padrões de proteção ambiental; - fundamento: o direito ao meio ambiente equilibrado é um bem fundamental de todos nós; - sendo o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado uma conquista histórica, tal direito não pode ser interpretado de forma a retroceder a situações anteriores, depreciando seu espectro de atuação. Segundo o princípio, a proteção deve ser cada vez mais complexa e eficiente; - Novo Código Florestal: surgiu questionamentos sustentando que o novo diploma legislativo representaria um retrocesso na proteção ambiental – o entendimento dos tribunais se sedimentou em sentido contrário47; - julgado importante sobre o tema: - STJ, REsp. 302.906: o exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar o ato jurídico perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como no Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida nas cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não-regressão (ou por outra terminologia, princípio da proibição de retrocesso), garantia de que os avanços urbanísticos-ambientais conquistados no passado não serão diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes; TUTELA DO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUÇÃO FEDERAL DE 1.988 Referências ao meio ambiente na Constituição Federal: - artigo 5º, inciso LXXII: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao meio ambiente; - artigo 23, inciso VI: é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; - artigo 24, incisos VI e VIII: é competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal em legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, 46 Vejo entraves de cunho político-filosófico ao princípio citado: se adotado de maneira rígida ele acaba por impedir a ação legislativa e o poder do povo em decidir, por meio dos seus representantes, a estratégia que ele mais entende pertinente para o seu bem estar – conjugando defesa ambiental e desenvolvimento econômico. O que deve se impedir é a agressão ao desenvolvimento sustentável – não a diminuição de proteção legislativa de um padrão ambiental específico. 47 Interessante observar – ao estudar o Código Florestal – a posição do STF em relação a (in)constitucionalidade de alguns pontos específicos da legislação. 32 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 32 defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição, além de também legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente; - artigo 129, inciso III: é função institucional do Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; - artigo 170, inciso VI: a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observado o princípio da defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental de produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; - artigo 186, inciso II: a função social é cumprida quando a propriedade rural atende ao requisito da utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente – dentre outros requisitos; - artigo 200, inciso VIII: ao Sistema Único de Saúde compete colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o meio ambiente do trabalho; - artigo 220, §3º, inciso II: a manifestação de pensamento não pode sofrer restrição, competindo à lei federal estabelecer os meios legais que garantamà pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente; Análise específica do artigo 225 da Constituição Federal: - o artigo 225 da CRFB/88 faz parte do capítulo que trata do meio ambiente; - a estrutura do artigo é a seguinte: - caput: norma-matriz; - §1º: atribuições do poder público; - §2º ao §7º: determinações relacionadas a objetos e setores específicos; - artigo 225, caput, CRFB/88: - todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações; - “todos tem direito”: refere-se aos brasileiros natos, naturalizados e estrangeiros residentes no país. Consagra-se um direito oponível contra todos; - “meio ambiente ecologicamente equilibrado”: trata-se de um meio ambiente salubre, sem poluição. É um direito fundamental do homem, sendo então indisponível (direito fundamental de 3ª geração/dimensão); - conceito macro de bem ambiental: conjunto de condições de leis e influências de várias ordens, permitindo e abrigando a vida em todas as suas formas (visão incorpórea); 33 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 33 - conceito micro de bem ambiental: fauna, flora (visão corpórea); - artigo 225 traz a ideia macro de bem ambiental (parte incorpórea); - “bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”: possui natureza difusa, sendo o poder público um dos principais gestores do meio ambiente – embora não seja proprietário do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Tal ideia faz surgir a noção de função socioambiental da propriedade; - “impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo”: há um dever de tutela do meio-ambiente, devendo haver o comprometimento de todos – o cidadão também tem o dever de defesa e preservação do meio ambiente (não é apenas destinatário); - “para as presentes e futuras gerações”: trata-se da solidariedade intergeracional, reconhecendo-se um direito para as pessoas e gerações que ainda não existem; STF, ADI-MC 3.540/DF Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração que assiste a todo o gênero humano. Incumbe ao Estado e à própria coletividade a especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual. O adimplemento desse encargo representa a garantia de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade que a todos se impõe na proteção desse bem essencial de uso comum das pessoas em geral. - §1º do artigo 225 da CRFB/88: para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: - busca estabelecer atribuições para satisfação do objetivo de alcançar um meio ambiente ecologicamente equilibrado; - são deveres dos entes federados; - devem ser observadas as repartições de competência do nosso modelo federativo – previsto na CRFB/88; - inciso I: preservar48 e restaurar49 os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; - preservação: é um conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visam a proteção há longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais 48 Manter. 49 Trazer de volta. 34 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 34 (artigo 2º, inciso V da Lei 9.985/00) manutenção de uma situação anterior; - restauração: é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original (artigo 2º, inciso XIV da Lei 9.985/00) reestabelecimento de uma situação diante de um dano; - processos ecológicos essenciais: não há um conceito legal e jurídico do tema. Ele é definido como aquele que garante a vida, alimentos, manutenção das espécies e ecossistemas; - prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas: manejo ecológico é a obrigação de gestão ambiental, ou seja, todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas; - inciso II: preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e a manipulação de material genético; - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético: biodiversidade é a diversidade de espécies vivas, a variabilidade de organismos vivos de todas as origens; - fiscalizar entidades dedicadas à pesquisa: além da fiscalização se tem o cuidado de proibir pessoa física no desenvolvimento tecnológico de manipulação genética (artigo 2º, §2º da Lei 11.105/2005); - artigo 7º, inciso XIX da LC 140/11: cabe à União o controle da exportação de componentes de biodiversidade brasileira na forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos dele derivados; - inciso III: definir espaços territoriais e seus componentes a ser especialmente protegidos; - espaço territorial especialmente protegido instrumento de tutela do meio ambiente (áreas com especial interesse ecológico e características especiais); - a alteração e a supressão somente é possível através de lei específica; - a criação pode se dar por meio de outro ato (ex.: decreto); - o artigo 9º, inciso VI da Lei 6.938/81 já falava em “espaços territoriais especialmente protegidos50”; STF, ADI 3.540: estabeleceu que o rol de espaços territoriais especialmente protegidos na CRFB/88 é meramente 50 É um conceito genérico, abrangendo uma série de espaços que receberão proteção especial. 35 Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 35 exemplificativo, incluindo as áreas de preservação permanente, reserva legal e unidades de conservação da natureza; - espaços territoriais especialmente protegidos - - Unidades de Conservação - - Áreas de Preservação Permanente - - Reserva Legal - - Áreas de Uso Restrito - - Apicuns e Salgados - - inciso IV: exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio ambiente estudo prévio de impacto ambiental; - estudo prévio de impacto ambiental: previsto no artigo 225, §1º, inciso IV da CRFB/88 e na Resolução CONAMA 01/86; - estudo prévio de impacto ambiental: - estudo multidisciplinar; - estudo realizado por equipe multidisciplinar; - indica os pontos favoráveis e desfavoráveis de um determinado empreendimento; - sugere medidas cabíveis para a mitigação dos impactos ambientais. - exigência: toda obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental; - dispensa por lei ou Constituição Estadual - Na ADI 1.086/SC o STF entendeu que dispensar a exigência de EIA/RIMA é cria exceção incompatível com o disposto na Constituição Federal – postura inconstitucional; - inciso V: controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; - o inciso trata do risco, fundamento de forma indireta o
Compartilhar